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10 pontos mais importantes sobre finanças para

Pequenas Empresas:

Por Joseph Anthony

Freqüentemente, contadores e consultores especializados em pequenas


empresas dizem que estas não prestam atenção suficiente ao fluxo de caixa,
que é a medida da quantidade de dinheiro que realmente existe na empresa.

*Desconfie dos grandes contratos:

"Pequenos empresários aceitam grandes pedidos que acabam colocando


a empresa em situações difíceis", alerta Ronald Lowy, chefe do departamento
de administração de empresas de uma universidade. "Eles querem ganhar o
grande contrato, mas não recebem antecipadamente dinheiro suficiente, nem
têm reservas de caixa para pagar os trabalhadores e outras contas enquanto
esperam pelo pagamento do cliente. Podem até exibir lucro em termos de
provisão contábil, mas do ponto de vista do fluxo de caixa, isso não se repete."
Judith Dacey, contadora pública certificada, considera a demonstração
de fluxo de caixa "provavelmente a ferramenta mais importante para indicar se
a empresa está no caminho certo". Ela descreve como os membros do conselho
de administração de uma organização sem fins lucrativos, por exemplo, não
estavam cuidando corretamente dos demonstrativos de fluxo de caixa.
"Eles contratavam pessoas, gastavam dinheiro nas campanhas dos
membros e faziam tudo isso usando o dinheiro que pensavam ter com base nos
demonstrativos de lucros e perdas", recorda Dacey. "Não percebiam que o
demonstrativo de lucros e perdas era uma provisão contábil, o que basicamente
significa que você está lidando com promessas em papel de pagamentos
futuros, e não com dinheiro que já está depositado no banco".
O conselho notou a dificuldade somente quando a organização teve um
cheque devolvido por falta de fundos. Foi necessário demitir empregados e
apertar o cinto para valer. "Aquilo poderia ter sido evitado se eles tivessem
observado os demonstrativos de fluxo de caixa", sustenta Dacey. "É a
demonstração de fluxo de caixa que diz 'olhem, sei o que dizem os números
maravilhosos das perdas e lucros, mas este aqui é o dinheiro que entrou de
verdade na conta e que está disponível para vocês'".
Uma demonstração de fluxo de caixa começa com a parte final da
demonstração de perdas e lucros — a linha que mostra sua receita líquida.
Vários ajustes então são feitos nesse número, inclusive reduzindo a receita com
faturas registradas como receita e que ainda não foram pagas, incluindo a
depreciação regressiva, considerando as contas que sua empresa ainda não
pagou e vários outros ajustes. Não vou entrar em detalhes sobre a
demonstração do fluxo de caixa — um bom programa de contabilidade que
calcula perdas e lucros e balanços patrimoniais também podem fazer essa
demonstração.

De olho nos 10 fatores mais importantes

Se você já estabeleceu uma forma de acompanhar o fluxo de caixa, pode


prosseguir organizando e controlando 10 fatores financeiros da sua empresa. A
lista é longa, mas não se assuste: assim como você fez com os demonstrativos
de lucros e perdas, é possível aproveitar as vantagens de programas que
automatizam o controle destas tarefas.

1- Quais são seus ativos?

Sim, sabemos que ativos são tudo aquilo que a empresa possui.
Controlar a quantidade de equipamento, mobília, imóveis e outras posses deve
ser tarefa fácil. Mas para ter uma idéia real do valor da empresa, também será
necessário acompanhar as oscilações do valor desses bens. Não é incomum
vermos pequenas empresas localizadas em imóveis que valem mais que o
próprio negócio. (Será que todos temos esse problema?) Da mesma forma,
também será uma boa prática verificar o declínio no valor (depreciação) de
bens como computadores e móveis de escritório.
2- Quais são suas obrigações?

Mais uma vez, é uma tarefa aparentemente fácil — obrigação é que você
deve. Mas suas dívidas nem sempre são óbvias como um boleto bancário.
Impostos sobre a folha de pagamento são um tipo de obrigação que você pode
adiar mensal ou trimestralmente, dependendo do tamanho da empresa.
Empréstimos são uma obrigação clara, mas ao pagá-los é uma boa idéia
controlar o quanto foi gasto no principal e nos juros.

3- Qual é o custo de produção daquilo que você vende?

Se você estiver comprando um item pronto para revenda, essa é uma


tarefa relativamente fácil. Fica mais complicado quando é preciso calcular todos
os fatores, como mão-de-obra, que integram a fabricação de um produto.

4- Quanto custa vender?

Publicidade, marketing, mão-de-obra, estoque e a categoria genérica da


sobrecarga — são úteis saber quanto custa colocar um produto no mercado,
bem como o custo de sua criação.

5- Qual é a sua margem de lucro bruto?

Este cálculo é feito dividindo-se o total de vendas pelo lucro bruto. Se a


margem de lucro bruto permanecer consistente ou tender a subir, é provável
que você esteja ajustando os preços adequadamente para refletir as mudanças
entre o preço pago e o custo da venda ou produção. A possibilidade de
identificar uma margem em declínio permite que você ajuste seus preços ou
custos. Na pior hipótese, é claro, o lucro bruto e a margem bruta desaparecem
totalmente. Nesse caso, você será como a pessoa que perdeu dinheiro em
todas as vendas, mas imaginou que pudesse compensar no volume. Não siga
esse caminho.
6- Como anda a relação entre dívidas e ativos?

Essa relação pode permitir que você conheça a quantidade de itens que
existem na empresa e que pertencem à outra pessoa — seu financiador. Um
aumento nessa relação pode ser um mau sinal — ele tanto pode ocorrer devido
a uma grande expansão, como indicar que você está dando um passo maior
que a perna.

7- Qual é o valor das contas a receber?

Esse é o montante que outras pessoas devem a você. Valorize a


capacidade de controlá-lo: se as contas a receber estiverem aumentando, isso
pode ser um sinal de que o pessoal que está comprando de você está
começando a tropeçar. E isso é especialmente verdadeiro se as contas a
receber, como porcentual do total de vendas, estiverem aumentando.

8- Qual é o tempo médio de cobrança das contas a receber?

Provavelmente, esta é uma das informações mais importantes para


empresas em contenção de despesas, porque ela indica o tempo durante o qual
você atuará como 'banqueiro' para seus devedores. Para calculá-lo, você
precisará conhecer a média diária de vendas e dividi-la pelo número de contas
a receber.

9- Qual é o valor das contas a pagar?

O outro lado das contas a receber. Um aumento nas contas a pagar pode
simplesmente refletir uma política de alongamento do prazo de pagamento de
contas, ou um número maior de compras. Mas um aumento não planejado ou
gerenciado pode ser um aviso interno de que a estrutura financeira da empresa
está enfraquecendo.
10- Que está acontecendo com o estoque?

Algumas vezes, até mesmo no mundo do negócio just-in-time, é uma


boa idéia montar um estoque robusto. Se os preços dos itens que você vende
ou usa na produção estiverem relativamente baixos, pode fazer sentido investir
algum dinheiro no estoque. Eu mesmo gostaria de ter estocado um tanque
cheio de óleo para aquecedor na última primavera, quando o preço estava em
torno de US$1 por galão.
A capacidade de controlar o estoque e de saber quanto tempo ele
demora a ser vendido ou transformado permite identificar se o negócio está
crescendo ou minguando. Essa capacidade também indica o valor que poderia
ser usado em outros pagamentos e investimentos e que está atrelado a esses
bens improdutivos.
Os controles desses dez importantes fatores e os acompanhamentos do
fluxo de caixa são essenciais para a saúde da empresa; por isso, não tenha
medo de procurar ajuda junto a profissionais e fornecedores de serviços.

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