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A combustão do tabaco produz inúmeras substâncias como gases e vapores, que passam para os pulmões
através do fumo, sendo algumas absorvidas pela corrente sanguínea. Estes substâncias são:
Nicotina: A nicotina é o alcalóide da planta do tabaco. Quando chega ao Sistema Nervoso Central, actua
como um agonista do receptor nicotínico da acetilcolina. Possui propriedades de reforço positivo e
viciantes devido à activação da via dopaminérgica mesolímbica. Aumenta também as concentrações da
adrenalina, noradrenalina, vasopresina, beta endorfinas, ACTH e cortisol, que parecem influir nos seus
efeitos estimulantes.
Monóxido de carbono: provocam a diminuição da capacidade de transporte de oxigénio por parte dos
glóbulos vermelhos.
Origem
A planta Nicotina tabacum deve o seu nome ao médico Jean Nicot que popularizou o seu uso na Europa.
Esta planta, juntamente com cerca de mais de cinquenta outras espécies, faz parte do grupo
nicotínico.
É originária da América onde era usada, antes da descoberta deste continente, pelos seus efeitos
alucinogéneos. É difundida na Europa, após a viagem de Colombo, em parte devido à crença no seu
valor terapêutico. A procura do tabaco fez com que a coroa espanhola se apropriasse do monopólio do
seu comércio. Mais tarde, os franceses e ingleses juntam-se aos espanhóis, contribuindo para a
expansão desta substância, o que origina fortes repressões por muitas autoridades. A título de
exemplo, refira-se que Fedorovich dava ordens de tortura a qualquer consumidor até que este
confessasse quem tinha sido o seu fornecedor, para depois mandar cortar o nariz a ambos. Também o
sultão Murad IV castigava com decapitação, desmembramento ou mutilação quem encontrasse a fumar.
A partir do século XVIII, o levantamento das proibições permite um crescimento gradual do consumo de
tabaco. Este consumo era principalmente feito por aspiração nasal, apresentando-se o produto em
forma de pó fino ou resíduos (neste último caso, era-lhe atribuído o nome de rapé). O tabaco era
também enrolado ou recheado de triturado. Crê-se que o cigarro surgiu das navegações transatlânticas,
durante as quais eram apanhados os restos de tabaco, que estavam a ser transportados para a Europa,
e enrolados em papel (dado que as folhas inteiras da planta pertenciam à coroa). Começando por ser
um consumo de marinheiros, pensa-se que em 1800 já se tinha alargado a outros estratos sociais na
Península Ibérica e no Meditarrâneo. Para a sua expansão pelo resto da Europa, em muito contribuíram
as guerras napoleónicas.
Na segunda metade do século XIX, o monopólio da fabricação dos cigarros passa a ser dos anglo-saxões.
A partir desta altura, o tabagismo passa a afectar quase metade da população mundial.
Efeitos
O consumidor pode experimentar sensações reconfortantes, favorecimento da memória, redução da
agressividade, diminuição do aumento do peso e do apetite em relação aos doces ou relaxamento.
Geralmente, ocorre um aumento do ritmo cardíaco, da respiração e da tensão arterial.
Riscos
O consumo pode provocar hipotonia muscular, diminuição dos reflexos tendinosos, aumento do ritmo
cardíaco, da frequência respiratória e da tensão arterial, aumento do tónus do organismo, irritação das
vias respiratórias, aumento da mucosidade e dificuldade em eliminá-la, inflamação dos brônquios
(bronquite crónica), obstrução crónica do pulmão e graves complicações (enfisema pulmonar),
arteriosclerose, transtornos vasculares (exemplo: trombose e enfarte do miocárdio).
Em fumadores crónicos podem surgir úlceras digestivas, faringite e laringite, afonia e alterações do
olfacto, pigmentação da língua e dos dentes, disfunção das papilas gustativas, problemas cardíacos, má
circulação (que pode levar à amputação) e cancro do pulmão, de estômago e da cavidade oral.
O tabagismo materno influi no crescimento do feto, especialmente no peso do recém nascido, aumento
dos índices de aborto espontâneo, complicações na gravidez e no parto e nascimentos prematuros.
A vitamina C é destruída pelo tabaco, daí que se aconselhe os fumadores a tomar doses extra de
antioxidantes (vitaminas A, C e E), para ajudar a prevenir certos tipos de cancro.
Tolerância e Dependência
Existe tolerância, assim como dependência. A nicotina do tabaco é das drogas que mais dependência
provocam.
Síndrome de Abstinência