Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
As políticas públicas ambientais e a base econômica solidificam a ideia de Silva (2003) que
progresso tem-se constituído com o desenvolvimento de metodologias para valoração econômica
dos custos e benefícios ambientais. O presente trabalho tem por objetivo apresentar como os
métodos de valoração de bens ambientais auxiliam na atribuição do valor econômico aos recursos
naturais. Independentemente de existirem ou não preços de mercado relacionados a eles, tendo,
desde já o cuidado em não apresentar a ideia de uma transformação do bem ambiental em um
produto de mercado, mas sim mensurar as preferências dos indivíduos sobre a alteração no meio
ambiente.
2
REVISÃO DE LITERATURA
1 Na Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas – UNCED –, realizada no
Rio de Janeiro.
3
benefícios obtidos pelos agentes causadores, caso contrário, esses agentes não terão nenhum
motivo para minimizá-los.
Os serviços ambientais têm uma posição destacada na contribuição para o bem-estar
humano e, por isso, a economia não pode continuar a ser vista como um sistema fechado e
isolado, no qual existem fontes inesgotáveis de matéria-prima e energia para alimentar o sistema.
Dentro da esfera da Contabilidade Ambiental não se confunde com a valoração de bens e
serviços ambientais, embora esta valoração seja um de seus componentes necessários,
salientando que o Manual das Nações Unidas critica o uso da expressão “bens e serviços
ambientais”, considerando que a natureza não funciona segundo objetivos e lógicas econômicas,
propondo a utilização do conceito de “funções econômicas do meio ambiente” (United Nations,
1993).
5
Não há como olvidar que o Direito Ambiental resguarda princípios relevantes para a
essência da sobrevivência de todo ser vivo em sua visão “lato” como no prestigiar, guardar e
preservar o meio ambiente. O homem está diretamente preservando a sua própria existência que
é visualizada na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938 de 1981, que é o marco na
legislação brasileira, onde, inclusive, os princípios reinantes são devidamente mantidos na
Constituição Federal de 1988.
Existe uma interrelação entre os princípios da prevenção, da responsabilidade objetiva, e o
princípio do poluidor pagador que visam proporcionar para as presentes e futuras gerações, as
garantias de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que se apresente, conciliando
elementos econômicos, culturais e sociais.
No caput do art. 225 da Constituição Federal de 1988 encontramos menção que o meio
ambiente saudável é “essencial à sadia qualidade de vida” e, assim, que “todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo”.
Sendo suficiente para qualificar o direito ambiental como direito fundamental e tendo como
princípios claros do Direito Ambiental:
a) Princípio do Direito Humano Fundamental, que revela ter amplitude do direito
difuso a esfera ambiental;
b) Princípio Democrático assegura ao cidadão o direito à informação e a
participação na elaboração das políticas públicas ambientais, não sendo
cerceado em nenhuma esfera, quer, na área judicial, legislativa e administrativa;
c) Princípio da Precaução: Estabelece a vedação de intervenções no meio
ambiente, salvo se houver a certeza que as alterações não causaram reações
adversas;
d) Princípio da Prevenção tem a sua aplicação nos casos em que os impactos
ambientais já são conhecidos, existindo a obrigatoriedade do licenciamento
ambiental e do estudo de impacto ambiental (EIA);
e) Princípio da Responsabilidade reforça que o poluidor, pessoa física ou
jurídica, responde por suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente,
ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas conforme o § 3º do
Art. 225 CF/88;
f) Princípios do Usuário Pagador e do Poluidor Pagador consubstanciados no
Art. 4º, VIII da Lei nº 6.938/81, levam em conta que os recursos ambientais são
escassos, portanto, sua produção e consumo geram reflexos ora resultando sua
6
De sorte que se prevê a competência material comum da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios no que se refere à proteção do meio ambiente, o combate à poluição em qualquer de
suas formas e a preservação das florestas, fauna, flora, enfim, do próprio bioma, assim podemos
declara efetivamente que a Constituição Federal de 1988 ocupa o papel de principal norteador do
meio ambiente, não excluindo a obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, caput, prevê ser o meio ambiente
ecologicamente equilibrado direito de todos, impondo ao Poder Público e à
coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e gerações futuras.
Estabeleceu a Carta Federal, portanto, uma função, a função ambiental, cuja
titularidade foi outorgada ao Estado e à sociedade de um modo geral
(LEUZINGER, 2002, p 51).
Nos olhares atentos de Mota, Góes, Gazoni, Reganhan, Silveira (2009), tem-se que a
Constituição de 1988 além de definir competências para todos os entes federados, apresenta
regras gerais assim norteadas:
A proteção ao meio ambiente, elencado pelo artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição
Federal de 1988, mostra que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida (art. 225) cabendo ao Poder Público preservar a diversidade, a
integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético (art. 225, II, CF).
A vida é um bem tutelado pelo Direito e estando a mesma ligada diretamente ao meio
ambiente não há como negar o direito a evolução epistemológica e teleológica da sociedade ao
resguardar o direito do meio ambiente. Por ser essencial à vida, o meio ambiente tem um princípio
que o defende, mas lembra Leopoldino da Fonseca (2003) que esse princípio constitui-se numa
limitação do uso da propriedade, pois, o “Constituinte, ao inserir o texto constitucional o princípio
garantidor da defesa do meio ambiente, está tornando-se um eco das preocupações
internacionais a respeito do assunto.” (LEOPOLDINO DA FONSECA, 2003).
2 A expressão "erga omnes", no sentido jurídico, significa que se impõe a todos, de forma geral. A sua tradução literal
é "contra todos".
9
Há o interesse social sobre o meio ambiente que deve ser protegido pelo Estado, e com
isso “ ...não basta que as leis tenham vivência, é preciso que tenham eficácia” (PASSOS, 2000),
fazendo necessário e visível que o progresso material, econômico, científico e os valores do bem
da vida sejam protegidos, não esquecendo que devem ser equilibrados, conforme o Artigo nº 225
da Constituição Federal de 1988, onde as normas infraconstitucionais devem ser interligadas com
os objetivos fundamentais contidos no Artigo 3º da CF/88.
Delgado (2000) afirma que o Estado deve assegurar à sociedade o bem-estar, isto que
dizer que existe uma deliberação para implantar um Estado que desenvolva atividades no sentido
do homem sentir-se em perfeita condição física e moral, caso ocorra um deslize e venha ocorrer o
dano ambiental, surge a necessidade de sua reparação que conforme Antunes (2002), a
10
reparação em pecúnia deve ser feita tão-somente quando a reparação específica (retorno ao
status quo ante) for impossível, já que deve prevalecer o restabelecimento da qualidade
ambiental.
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente em seu artigo 3º, I, conceitua o meio
ambiente, como “o conjunto de condições, leis, influências e alterações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (BRASIL, 1981).
A reparação ao dano ambiental deve ser total, e que a legislação ambiental não impede
que seja cumulada a exigência da recuperação com a indenização dos danos causados, conforme
determina o art. 4º VII, da Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente):
Art. 4º. A Política Nacional do Meio Ambiente visar·:
(...)
VII. à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos.
A Lei nº 6.938/81 foi omissa no que tange a conceituação de dano ambiental, entretanto,
no seu artigo 3º, inciso II, conceitua degradação da qualidade ambiental como “a alteração
adversa das características do meio ambiente” e no inciso III define poluição como:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem
desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos. (BRASIL, 1981).
Passos (2000) aponta que o dano moral ambiental é de caráter subjetivo e, nessa vertente
o dano ambiental possui características com a ampla dispersão de vítimas, difícil reparação e
difícil valoração do dano ambiental. Passos (2000) redige que:
A exploração dos recursos naturais não se realiza sob uma perspectiva linear e
ideal, as atividades econômicas produzem impactos diferenciados no meio
ambiente da mesma sorte que os ecossistemas protegidos não são uniformes e
com isso, as normas só podem ser eficazes se reconhecerem concretamente as
diferenças. (PASSOS, 2000)
p.738).
Como mostra Milaré (2005) “há duas formas principais de reparação do dano ambiental:
(i) a recuperação natural ou retorno ao status quo ante; e (ii) a indenização em
dinheiro.(MILARÉ, 2005, p.741).
O autor ainda ressalta que recuperação natural ou retorno ao status quo ante é a principal
forma de reparar o dano porque objetiva restaurar o meio ambiente, a biodiversidade, bem como,
o ecossistema ao estado anterior à degradação.
A recuperação natural é a principal forma de reparação porque em se tratando de dano
ambiental o mais importante é tentar restabelecer o bem jurídico protegido, ou seja, o meio
ambiente assim como existia antes do dano.
Entretanto, cumpre ressaltar que um meio ambiente que foi degradado e posteriormente
restaurado dificilmente retornará a sua condição original.
Por sua vez, a indenização em dinheiro também denominada de compensação ecológica
só é devida como aponta Milaré (2005), in verbis;
quando a reconstituição não seja viável-fática ou tecnicamente-é que se admite a
indenização em dinheiro. Essa - reparação econômica – é, portanto, forma indireta
de sanar a lesão. (MILARÉ, 2005, p.742).
Percebe-se então que a indenização em dinheiro deve ser utilizada como medida
14
excepcional e o valor arrecadado com a indenização será revertido ao Fundo de Defesa dos
Direitos Difusos conforme previsto no artigo 131 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Diante do exposto, observa-se que existindo um dano ambiental consequentemente há o
dever de repará-lo e indenizá-lo.
Machado (2002) lembra que a Constituição Federal de 1988 que existe uma ética solidária
entre as gerações e Silva (2005) consagra três tipos de responsabilidade para o dano ecológico,
que são independentes entre si, ou seja, a administrativa, a criminal e a civil que, “não é
peculiaridade do dano ecológico, pois qualquer dano a bem de interesse público pode gerar os
três tipos de responsabilidade.”(SILVA, 2005), salientamos que a proteção ao meio ambiente deve
existir não apenas para a efetiva punição daqueles que causaram o dano, mas também para na
prevenção de lesões.
Nesse diapasão, a tutela ao meio ambiente equilibrado ecologicamente é preocupação
reinante em todas camadas sociais, onde Bobbio (1992) apresenta o Direito ao Meio Ambiente
como parte do direitos de terceira geração:
Ao lado dos direitos sociais, que foram chamados de direitos de segunda geração,
emergiram hoje os chamados direitos de terceira geração, que constituem uma
categoria, para dizer a verdade, ainda excessivamente heterogênea e vaga, o que
nos impede de compreender do que efetivamente se trata. O mais importante
deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de viver hum
ambiente não poluído. (BOBBIO, 1992)
Os princípios do Direito Ambiental para Lecey (1998) destacam-se para a prevenção geral,
tendo ou seu tripé no caráter educativo, na prevenção especial e na reparação do dano, onde o
caráter preventivo para o autor é explicitado na legislação ambiental-penal pela tipificação dos
delitos não somente de dano, mas também de perigo, tendo conotação pedagógica “ Direito
Ambiental Penal deve ser educativo, impondo-se maior conotação pedagógica do que no Direito
Penal tradicional.” (LECEY, 1998)
Assim, podemos anotar o vetor sócio-educativo-ambiental nesse princípio do Direito
Ambiental, e aqui fazemos uso das palavras da professora Zaneti (2003) sobre o modo de vida e
a ecologia:
Precisamos mudar nossa percepção de um mundo que é visto como uma máquina
para um mundo que deve ser visto como um organismo vivo. A esse pensamento
podemos chamar de sistêmico ou ecológico. Ecologia precisa tornar-se um modo
de vida, assentado sobre novos valores, como a cooperação, a ética, a
conservação, a qualidade de vida e a associação. (ZANETI, 2003)
Em meio aos princípios, leis e normas relativas ao meio ambiente, a sociedade dever estar
atenta para que as atividades econômicas não se paralisem devido ao sentimento excessivo e
protetor ao meio ambiente, pois, a proteção só será eficiente quando praticada sem ferir o meio
ambiente e as atividades econômicas, ou seja, efetivando realmente o desenvolvimento
sustentável.
A Constituição Federal de 1988 contempla sincronicamente e no mesmo plano os
princípios da livre concorrência e da defesa do meio ambiente, destarte, paralelos e com direitos
equiparados, notavelmente há que se compatibilizar, sempre e a todo custo, os dois princípios, e,
” em caso de conflito real, há que se efetuar uma ponderação de interesses, para que não haja o
sacrifício total de um ou do outro.”(MUKAI, 2007)
O princípio da precaução é regra fundamental de proteção ambiental no direito
internacional, Mukai (2007) não nega esse caráter, onde apresenta que:
A evolução social e a quebra dos paradigmas são evidentes, pois, nas três últimas
décadas prevenir a degradação do meio ambiente no plano nacional e internacional tornou-se
uma concepção que passou a ser aceita no mundo jurídico, e nesse sentido Prieur (1991) afirma
que a visualização do princípio da precaução deve relacionar-se ao direito do meio ambiente das
gerações futuras.
O princípio da precaução, para ser aplicado tem que suplantar a pressa, a precipitação, a
rapidez insensata e a vontade de resultado imediato, assim, a necessidade de adiamento de
medidas de precaução em acordos administrativos ou em acordos efetuados pelo Ministério
Público deve ser exaustivamente provada pelo órgão público ambiental ou pelo próprio Ministério
Público, enfim, na dúvida, deve-se optar pela solução que proteja imediatamente o ser humano e
conserve o meio ambiente.
Postergar é adiar, é deixar para depois, é não fazer agora, é esperar acontecer. A
precaução age no presente para não se ter que chorar e lastimar no futuro. A precaução não só
deve estar presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo incerto, que possa resultar das
ações ou omissões humanas, como deve atuar para a prevenção oportuna desse prejuízo.
projeto. Sua finalidade é definir as condições com as quais o projeto torna-se compatível com a
preservação do meio ambiente que afetará. É também um compromisso assumido pelo
empreendedor de que seguirá o projeto de acordo com os requisitos determinados pelo órgão
ambiental.
Durante o processo de obtenção da Licença Prévia (LP), são analisados diversos fatores
que definirão a viabilidade ou não do empreendimento que se pleiteia. É nessa fase que:
a) são levantados os impactos ambientais e sociais prováveis do empreendimento;
b) são avaliadas a magnitude e a abrangência de tais impactos;
c) são formuladas medidas que, uma vez implementadas, serão capazes de
eliminar ou atenuar os impactos;
d) são ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes.
e) são ouvidos órgãos e entidades setoriais, em cuja área de atuação se situa o
empreendimento;
f) são discutidos com a comunidade, caso haja audiência pública, os impactos
ambientais e respectivas medidas mitigadoras e compensatórias; e
g) é tomada a decisão a respeito da viabilidade ambiental do empreendimento,
levando-se em conta sua localização e seus prováveis impactos, em confronto com
as medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais
Após a obtenção da Licença Prévia( LP) se inicia o detalhamento do projeto de construção
do empreendimento, incluindo nesse espaço as Medidas de Controle Ambiental ou Programa de
Controle Ambiental, e com isso, antes do início das obras, deverá ser solicitada a Licença de
Instalação (LI), junto ao órgão ambiental, que verificará se o projeto é compatível com o meio
ambiente afetado. Essa licença dá validade à estratégia proposta para o trato das questões
ambientais durante a fase de construção. Ao conceder a Licença de Instalação, o órgão gestor de
meio ambiente terá:
Por fim tem-se a Licença de Operação (LO) que autoriza o interessado a iniciar suas
atividades que tem por finalidade aprovar a forma proposta de convívio do empreendimento com o
meio ambiente e estabelecer condicionantes para a continuidade da operação, ressaltando que a
concessão é por tempo finito. A licença não tem caráter definitivo e, portanto, sujeita o
empreendedor à renovação, com condicionantes supervenientes.
A Licença de Operação (LO) possui três características básicas:
1. é concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumprimento
das condicionantes estabelecidas nas licenças anteriores (prévia e de instalação);
2. contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) que servirão de
limite para o funcionamento do empreendimento ou atividade; e
3. especifica as condicionantes determinadas para a operação do
empreendimento, cujo cumprimento é obrigatório, sob pena de suspensão ou
cancelamento da operação.
O licenciamento é um compromisso, assumido pelo empreendedor junto ao órgão
ambiental, de atuar conforme o projeto aprovado, portanto, modificações posteriores, como, por
exemplo, redesenho de seu processo produtivo ou ampliação da área de influência, deverão ser
levadas novamente ao crivo do órgão ambiental. Além disso, o órgão ambiental monitorará, ao
longo do tempo, o trato das questões ambientais e das condicionantes determinadas ao
empreendimento.
20
Nos universos dos processos decisórios ligados à gestão ambiental leciona Costa (2003)
que podem ser identificados, de uma forma esquemática, um núcleo central de problemas a
resolver e um conjunto de três vertentes fundamentais que é preciso ter um conta na resolução
desses problemas, conforme a Figura 2.
Formulação de Política
Desenvolvimento
Sustentável
Objetivos:
Objetivos: EXIGÊNCIAS
EXIGÊNCIAS SOCIAIS E
AMBIENTAIS ECONÔMICAS
Na Figura 2 é vítrea a existência que o núcleo central é ponto de partida dos problemas
que tem a ver coma a compatibilização entre necessidades e disponibilidades, no espaço e no
24
Ecológico
Figura 3 Eixos de Sustentabilidade
D = E3
Ético
Econômico
Fonte: Correia, F. N. et al (1997), Documentos de Trabalho. In: Water 21 Project.
O Quadro 3 expõe de forma simples a magnitude das inversões, como sendo alta para o
26
A postura estratégica ambiental “ é estabelecida por uma escolha consciente de uma das
alternativas de caminho e ação para cumprir a sua missão” (MACHADO, 2002), onde missão pode
ser entendida como a razão de ser da sociedade e é um dos fatores que delimita a postura
estratégica.
De acordo com o International Council for Local Environmental Initiatives (ICLEI, 1996):
desenvolvimento sustentável é um programa de ação para reformar a economia
global e regional, cujo desafio é desenvolver, testar e disseminar meios para
mudar o processo de desenvolvimento econômico de modo que ele não destrua
os ecossistemas e os sistemas comunitários, tais como, cidades, vilas, bairros e
famílias. No nível local, o desenvolvimento sustentável requer que o
desenvolvimento econômico local apoie a vida e o poder da comunidade, usando
os talentos e os recursos locais. Isso vai de encontro ao desafio de distribuir os
benefícios equitativamente e mantê-los no longo prazo para todos os grupos
sociais. E isso só pode ser alcançado prevenindo os desperdícios ecológicos e a
degradação dos ecossistemas pelas atividades produtivas. ( ICLEI, 1996)
27
Para o ICLEI (1996), em nível local existem sempre três diferentes processos de
desenvolvimento, a saber, desenvolvimento econômico, comunitário e ecológico, como
demonstrado na Figura 5 onde cada um apresenta os seus diferentes aspectos e intersecção
representando a frequência imperativas e contradições entre si e o desenvolvimento sustentável é
um processo para conduzir estes três tipos de desenvolvimento com equilíbrio, que é
representado pela interseção dos círculos e não se confunde com o conservacionismo, com o
desenvolvimento econômico comunitário e com a “deep ecology” ou o utopismo.
O desenvolvimento sustentável na Figura 5 é representado pela interseção desses três
processos de desenvolvimento e não se confunde com o conservacionismo, com o
desenvolvimento econômico comunitário e com a “deep ecology” ou o utopismo.
Desenvolvimento
Econômico Desenvolvimento CONSERVACIONISMO
Comunitário Econômico
Desenvolvimento
Desenvolvimento SUSTENTÁVEL
Comunitário Desenvolvimento
Ecológico
DEEP ECOLOGY ou
UTOPISMO
O ‘tratamento diferenciado’ será efetivado mediante uma carga tributária distinta, mas o
simples fato de o dispositivo ter sido modificado no bojo da Reforma Tributária serve como mais
um indício de que instrumentos tributários destinados à defesa do meio ambiente serão criados
em um futuro muito próximo.
O principal objetivo do tributo não é aumentar a arrecadação, mas evitar ou minimizar os
danos causados ao meio ambiente sem, no entanto, impedir o desenvolvimento econômico do
país. Ressalta-se que o tributo ambiental deve ser apenas uma das armas utilizadas para a
preservação do meio ambiente, implementando, em especial uma política de educação ambiental
para as empresas e para a população, destarte, a ser desenvolvida pelos governos federal,
estadual e municipal, de forma intensa e ininterrupta.
O Direito Ambiental apresenta os seguintes instrumentos preventivos de tutela:
(i) Poder de Polícia;
(ii) Zoneamento;
(iii) Licenciamento;
(iv) Estudo de Impacto Ambiental; (EIA/RIMA)
(v) Educação Ambiental.
Os instrumentos tributários quando observados de forma micro remonta ao já mencionado
junto a Figura 5 que trata do desenvolvimento sustentável no nível local, e temos que, data venia,
a aplicação do princípio da precaução relacionando-se intensamente com a avaliação prévia das
atividades humanas, bem como o estudo de impacto ambiental inserido na metodologia, a
prevenção e a precaução da degradação ambiental. Diagnosticado o risco do prejuízo, pondera-
se sobre os meios de evitar o prejuízo. Aí entra o exame da oportunidade do emprego dos meios
de prevenção.
Assim, o Estudo de Impacto ambiental (EIA) tem como definição como sendo um processo
de estudos interdisciplinares que visa identificar e reduzir impactos no ambiente e na saúde
pública gerados por propostas legislativas, programas de desenvolvimento e projetos,
comunicando as sociedades sobre os resultados desses empreendimento.
São Preocupações EIA:
a) Procura investigar em que grau um projeto encoraja o crescimento urbano,
industrial, tecnológico e quais os resultados desse crescimento sobre o ambiente
e a sociedade;
b) Procura saber se os projetos são compatíveis com outros usos potenciais dos
recursos da área.
E os Objetivos são:
a) Proteger o ambiente para futuras gerações;
b) Garantir segurança, saúde e produtividade do meio ambiente, assim como
seus aspectos estéticos e culturais Garantir maior amplitude possível de usos,
benefícios de ambientes não degradados, sem riscos de outras consequências
indesejáveis;
c) Preservar importantes aspectos históricos, culturais e naturais de nossa
herança nacional;
d) Garantir a qualidade dos recursos renováveis, e induzir a reciclagem dos
recursos não renováveis;
e) Permitir ponderação entre benefícios de um projeto e os custos ambientais do
mesmo, não computados nos custos econômicos;
O estudo de impacto ambiental é um instrumento da política de defesa da qualidade
ambiental com pressupostos constitucionais, conforme o art. 225, 1º, IV da CF/88 e se realiza
mediante um procedimento de direito público, cuja elaboração há que atender a diretrizes
estabelecidas na legislação e nas que, em cada caso, forem fixadas pela autoridade competente.
Ressalta-se que o estudo de impacto ambiental deve ser realizado por equipe
multidisciplinar habilitada, e é a constituída de técnicos de variada formação acadêmica. A equipe
multidisciplinar responde tecnicamente pelo conteúdo do RIMA, como Machado (2002):
32
A equipe multidisciplinar tem como objetivo avaliar o grau do risco ambiental que é algo
ineliminável na sociedade contemporânea e, por consequência, assim deve ser compreendido
especialmente diante do direito ambiental.
Deve-se partir da ideia de que o desenvolvimento traz, a um só tempo, benefícios e riscos
à coletividade e, diante da periculosidade ou nocividade de uma atividade, a norma deve proibi-la,
ou admiti-la. Mas, nos casos em que o risco pode ser reduzido a uma situação de suportabilidade,
a norma deve estabelecer as medidas preventivas que devem ser adotadas.
A Lei nº 6.938/81 (art. 9 º , III) qualifica o estudo de impacto ambiental como instrumento
da Política Nacional do Meio Ambiente, ou seja, diz que uma função primordial consiste em
aplicar, nos projetos de obra e atividades potencialmente causadores de degradação ambiental,
os princípios e objetivos definidos naquela lei como necessários à preservação da qualidade
ambiental e à manutenção do equilíbrio ecológico.
III - definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
d) Programa de acompanhamento
Como métodos ''aceitáveis'' há o do custo atual denominado pela ONU de '' previsão de
gastos antecipados durante o curso das operações relacionadas'' que significa determinar no
exercício em curso o custo estimado para realizar as atividades de restauração da natureza,
considerando-se as condições atuais e vigentes para efetivá-las. (MACHADO, 2004).
O valor do passivo ambiental estimado por qualquer um desses métodos deve ser revisado
de forma periódica com o intuito de ajustá-lo caso alguma das premissas utilizadas no cálculo
tenha apresentado variação de um exercício para outro. Como salientam os passivos ambientais
podem ter uma conotação extremamente negativa, pois significa que as empresas que os detém
agrediram o meio ambiente e podem ter que pagar vultosas quantias a título de indenização
(RIBEIRO e GRATÃO, 2000)
Os passivos ambientais podem, inclusive, ser originários de atitudes ambientalmente
responsáveis, como as decorrentes da manutenção de um sistema de gerenciamento ambiental
que requer pessoas, máquinas, equipamentos e instalações para funcionamento. O Passivo
Ambiental insere-se no âmbito social por se tratar de uma exigência legal que responsabiliza o
autor do dano a reparar ou mitigar prejuízos de cunho social ou privado, provocados direta ou
indiretamente por meio das externalidades provadas ao meio ambiente.
Hollins e Percy (1998) afirmam que:
uma organização internacional ou nacional que pretende adquirir uma propriedade
deverá levar em conta a existência de passivos, pois esses podem ser herdados
após a compra de um bem. Da mesma forma, empresas que desenvolvem
projetos ou aplicam dinheiro em um negócio também precisam estar cientes, pois
podem sofrer prejuízos no futuro. Nos Estados Unidos, desde 1980, a pessoa ou
instituição que empresta dinheiro deve assegurar a dívida por custos de limpeza
ambiental por esta de acordo com o avaliado (proprietários ou responsável pela
execução do negócio financeiro), ou talvez mais significativamente por ter o poder
de evitar os danos que o mutuário venha a executar. (HOLLINS e PERCY, 1998)
No Brasil, as leis ambientais estão cada vez mais conhecidas e aplicadas para os danos
causados ao meio ambiente. A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, dá uma ampla definição no artigo 3º sobre poluição:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em descordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
Há várias técnicas, segundo a E.P.A. (Environmental Protection Agency), para se
estimar um passivo ambiental, as quais têm sido desenvolvidas e aplicadas em combinação para
37
responde pelo débito, ou pela reparação do dano é o seu patrimônio. Quanto à classificação da
responsabilidade civil, há duas teorias: a subjetiva e a objetiva. Na teoria subjetiva tem na culpa
seu fundamento basilar, só existindo a culpa se dela resulta um prejuízo e na teoria objetiva não
exige a comprovação da culpa, e hodiernamente tem sido subdividida em pura e impura.
A responsabilidade civil é objetiva pura, quando resultante de ato lícito ou de fato jurídico,
como alguém que age licitamente e, mesmo assim, deve indenizar o prejuízo decorrente de sua
ação. Neste caso, a lei deve dizer, expressamente, que o indenizador deve indenizar
independentemente de culpa, como nos danos ambientais (art. 14, º 1º, da Lei nº 6938/81), nos
danos nucleares (art. 40, da Lei nº 6453/77) e em algumas hipóteses do Código do Consumidor.
Por outro lado, a responsabilidade civil objetiva impura existe quando alguém indeniza, por
culpa de outrem, como no caso do empregador que, mesmo não tendo culpa, responde pelo ato
ilícito de seu empregado (art. 1521, III, do Código Civil, e Súmula 341 do Supremo Tribunal
Federal).
O legislador pátrio, com a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - Lei nº
6.938/81 – , em seu artigo 14, § 1o, o regime da responsabilidade civil objetiva pelos danos
causados ao meio ambiente. Dessa forma, é suficiente a existência da ação lesiva, do dano e do
nexo com a fonte poluidora ou degradadora para atribuição do dever de reparação.
Comprovada a lesão ambiental, torna-se indispensável que se estabeleça uma relação de
causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano dele advindo. Para tanto, não é
imprescindível que seja evidenciada a prática de um ato ilícito, basta que se demonstre a
existência do dano para o qual exercício de uma atividade perigosa exerceu uma influência causal
decisiva.
Vale ressaltar que, mesmo sendo lícita a conduta do agente, tal fator torna-se irrelevante
se dessa atividade resultar algum dano ao meio ambiente. Essa nada mais é do que uma
consequência advinda da teoria do risco da atividade ou da empresa, segundo a qual cabe o
dever de indenizar àquele que exerce atividade perigosa, consubstanciando ônus de sua atividade
o dever de reparar os danos por ela causados.
Tal teoria decorre da responsabilidade objetiva, adotada pela Lei de Política Nacional do
Meio Ambiente, onde a responsabilidade civil objetiva aos danos ambientais pode assumir duas
acepções diferentes. Por um lado, a responsabilidade objetiva tenta adequar certos danos ligados
aos interesses coletivos ou difusos ao anseio da sociedade, tendo em vista que o modelo clássico
de responsabilidade não conseguia a proteção ambiental efetiva, pois não inibia o degradador
ambiental com a ameaça da ação ressarcitória.
No entanto a responsabilidade objetiva visa a socialização do lucro e do dano,
considerando que aquele que, mesmo desenvolvendo uma atividade lícita, pode gerar perigo,
40
deve responder pelo risco, sem a necessidade da vítima provar a culpa do agente.
Desse modo, a responsabilidade estimula a proteção a meio-ambiente, já que faz o
possível poluidor investir na prevenção do risco ambiental de sua atividade.
Quando se fala sobre a responsabilidade civil ambiental, que se sabe é objetiva, faz-se
imperioso refletir a respeito do princípio de Direito Ambiental do Poluidor-Pagador.
Segundo este princípio, quem polui deve arcar com as despesas que seu ato produzir, e
não, como querem alguns, que quem paga pode poluir. Tal princípio pretende internalizar no preço
as externalidades produzidas, o que se denomina custo ambiental.
Tal expressão se traduz na imposição do sujeito causador do problema ambiental em
sustentar financeiramente a diminuição ou afastamento do dano. Visa, ainda, impedir a
socialização dos prejuízos decorrentes dos produtos inimigos ao meio ambiente. Ensina Benjamin
(1998) que:
Ao obrigar o poluidor a incorporar nos seus custos o preço da degradação que
causa – operação que decorre da incorporação das externalidades ambientais e
da aplicação do princípio poluidor-pagador – a responsabilidade civil proporciona o
clima político-jurídico necessário à operacionalização do princípio da precaução,
pois prevenir passa a ser menos custoso que reparar. (BENJAMIN, 1998)
Dessa forma, distingue-se no princípio duas esferas básicas: busca evitar a ocorrência de
dano ambiental – caráter preventivo; e ocorrido o dano, visa a sua reparação – caráter repressivo.
Dentro desse princípio, mais precisamente em seu caráter repressivo é que se insere a
ideia de responsabilidade civil pelo dano causado ao meio-ambiente.
Sendo o dano, pressuposto indispensável para a formulação de uma teoria jurídica
adequada de responsabilidade ambiental, faz-se necessária uma breve incursão no seu conceito
jurídico, o que lembra a palavras de Leite (2000) onde ensina que dano é toda a ofensa a bens ou
interesses alheios protegidos pela ordem jurídica.
Dano é o prejuízo causado a terceiros, ao se lesar bens juridicamente protegidos, que
pode ser visto sob dois aspectos: patrimonial, no qual se atinge o patrimônio econômico do
lesado; e extra patrimonial ou moral, quando o prejuízo é causado no psicológico da vítima, ou
seja, os direitos da personalidade que são afetados.
No que concerne ao dano ambiental, sua caracterização dependerá da valoração dada ao
bem jurídico lesado pelo dano e protegido pela ordem jurídica. Destarte, para a definição do dano
ambiental, torna-se essencial, preliminarmente, que se caracterize o conceito jurídico de meio
ambiente.
Meio ambiente é um bem jurídico, que pertence a todos os cidadãos indistintamente,
podendo, desse modo, ser usufruído pela sociedade em geral. Contudo, toda a coletividade tem o
dever jurídico de protegê-lo, o qual pode ser exercido pelo Ministério publico, pelas associações,
pelo próprio Estado e até mesmo por um cidadão.
41
O conceito de meio ambiente foi, primeiramente trazido pela Lei nº 6.938/81, no seu artigo
3º, I, conhecida como Lei de Política Nacional do Meio-Ambiente. Tal definição posteriormente foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que, de acordo com o seu artigo 225, tutelou
tanto o meio ambiente natural, como o artificial, o cultural e o do trabalho, como pode ser
constatado:
Art. 225 - Todos tem direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. (CONSTITUTIÇÃO FEDERAL 1988, ARTIGO 225)
Diante do que foi exposto, o dano ambiental, pode ser compreendido como sendo o
prejuízo causado a todos os recursos ambientais indispensáveis para a garantia de um meio
ecologicamente equilibrado, provocando a degradação, e consequentemente o desequilíbrio
ecológico.
O dano ambiental, assim como o dano, tanto pode ser tanto patrimonial como moral. É
considerado dano ambiental patrimonial, quando há a obrigação de uma reparação a um bem
ambiental lesado, que pertence a toda a sociedade. O dano moral ambiental, por sua vez, tem
ligação com todo prejuízo que não seja econômico, causado à coletividade, em razão da lesão ao
meio-ambiente.
Não se pode olvidar da questão social desencadeada pelo dano ambiental. O dano ao
meio-ambiente representa lesão a um direito difuso, um bem imaterial, incorpóreo, autônomo, de
interesse da coletividade, garantido constitucionalmente para o uso comum do povo e para
contribuir com a qualidade de vida das pessoas.
Assim, não apenas a agressão à natureza que deve ser objeto de reparação, mas também
a privação do equilíbrio ecológico, do bem estar e da qualidade de vida imposta à coletividade, e a
reparação podemos dar o nome de compensação.
O cálculo da compensação do valor dos bens ambientais deve estar incorporado ao valor
que integra a própria noção de imóvel, o que é diferente dos serviços que esses bens podem
desempenhar. Mesmo que o valor do bem seja definido em função de sua destinação, esse valor
já deve estar embutido no valor do imóvel, da mesma forma que a sua degradação (do bem) deve
ser descontada do valor do bem no processo de negociação (compra/venda), calculado com base
no custo de recuperação (que já definimos como passivo ambiental). Neste sentido, merece
destaque julgado do STJ (2005)
Ementa
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.RESERVA FLORESTAL. NOVO
PROPRIETÁRIO.RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
1. A responsabilidade por eventual dano ambiental ocorrido em reserva florestal
legal é objetiva, devendo o proprietário das terras onde se situa tal faixa territorial,
42
Essa decisão integra os precedentes do STJ (2005) que geraram entendimento correlato
da 1ª e 2ª Turmas, no sentido de que:
O novo adquirente de imóvel rural já desmatado tem legitimidade para figurar no
pólo passivo de ação civil pública por esse dano ambiental, visto que a obrigação
de repará-lo é transmitida quando da aquisição do bem, independente da
existência ou não de culpa (responsabilidade objetiva).
Pela magnitude da Natureza e do Meio Ambiente, não é possível encontrar um método que
satisfaça e exprima em definitivo a terminologia de valor ambiental, pois, são diversos os
benefícios que a biodiversidade traz para o homem e, em meio ao quantitativo aqui levantado
temos o qualitativo envolvido com as decisões do meio político.
Nogueira et al. (2000) apresenta a classificação segundo os autores Bateman & Turner
(1992), Hufschmidt et al. (1983) e Pearce(1993), onde expõem que Bateman & Turner (1992)
apresenta uma classificação dos métodos distinguindo-os pela utilização ou não das curvas de
demanda marshalliana ou hicksiana na determinação do valor do ativo, ao passo que Hufschmidt
et al (1983) alimenta a ideia de divisões conformo o acordo com o fato de a técnica utilizar preços
provenientes de diversos mercados e, por fim apresenta Pearce (1993) que defende a existência
de quatro grandes grupos de técnicas de valoração econômica desenvolvidos a um nível
sofisticado. O Quadro 5 aborda de forma resumida os métodos utilizados pelo autores Baterman e
Turner, Hufschmidt et al e Pearce.
46
5) Métodos Multicritérios
Fonte: Adaptado pelo autor de Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010)
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) inserem no meio científico uma nova leitura
concernente aos Métodos de Valoração da Biodiversidade em seis eixos e subdivididos conforme
o Serviço Ambiental a ser estudada pelo mercado, conforme o Quadro 7.
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) no mercado encontra-se uma interação
de desejos constantes, conjugadas com as necessidades dos produtores e dos consumidores e,
no que pese na a tomada de decisão no mercado, continua o autor a revelar que tanto o Estado e
as organizações do terceiro setor, têm desempenhado um papel importante em defesa das
diversas formas de vida na Terra.
As informações, segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), são repassadas
aos agentes de mercado são de grande valia para as tomadas de decisões exauridas pelas as
49
organizações, contudo, os ativos da natureza não tem cotação em mercados tradicionais, sendo
comum estimar-se os preços dos recursos por meio de técnicas de mercado de bens substitutos.
Os autores em tela apresentam que os bens substitutos são representados por aqueles
que, havendo um aumento no preço de um bem, acarretam um aumento na demanda de um outro
bem, ou seja, substituto, o consumidor não perde bem-estar em relação ao bem consumido
anteriormente.
O método de custo de reposição integrante dos métodos de bens substitutos, que consiste,
segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), em se
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) salientam que o método de custos de
reposição é de fácil aplicação, pois necessita de poucos dados e recursos financeiros, por não
envolver pesquisa de campo, ao passo que Pearce (1993) revela que no custo de reposição ou
restauração de um bem danificado e entende esse custo como uma medida de seu benefício, a
sua estimação utiliza preços de mercado (ou preço-sombra) e, não considera a estimativa da
curva de demanda.
50
Além do exemplo ora apresentado, Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) citam os
custos de reflorestamento em áreas desmatadas como outro exemplo para garantir o nível de
produção madeireira, custos de reposição de fertilizantes em solos degradados para garantir o
nível de produtividade agrícola.
Marques e Pazzianotto (2004) lembram que diversos autores têm lançado mão do método
do custo de reposição de nutrientes para dar valor à erosão do solo agrícola seja em âmbito
estadual. (Bastos Filho, 1995; Sorrenson & Montoya, 1989), de bacias hidrográficas
(Marques,1998; Michellon, 2002; Ortiz López,1997; Cavalcanti, 1995); ou, simultaneamente, de
propriedades rurais e bacias hidrográficas (Kim & Dixon,1990; Menck, 1993; Toledo, 1997).
É oportuno observar que não obstante o amplo uso deste método os seus valores refletem
apenas pequena parcela dos danos ambientais causados pela erosão do solo agrícola.
Os nutrientes carreados pela erosão do solo agrícola são repostos pela adição do
correspondente em fertilizantes disponíveis no mercado. A quantidade de cada fertilizante e seu
preço de mercado vão refletir os valores dispendidos, cuja soma representa o valor econômico ou
o custo econômico das perdas de solo.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), apresenta sobre método de custo e controle
está intimamente ligado ao custo de investimento, cuja finalidade é melhorar a capacidade de
51
resposta dos ativos naturais em decorrência dos efeitos da degradação, refletindo o investimento
que deve ser feito no presente de modo a garantir o bem-estar das próximas gerações.(MOTA,
BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR, ORTIZ, 2010)
Para os autores o método vem é aplicado nas análises de tomada de decisão sobre
problemas globais associados com a mudança climática.. (MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO
JUNIOR, ORTIZ, 2010).
O método apresenta, segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), o custo do uso
alternativo do ativo natural, ou seja, o preço do recursos natural pode ser estimado a partir do uso
da área não degradada para um outro fim, econômico, social ou ambiental. (MOTA, BURSZTYN,
CÂNDIDO JUNIOR, ORTIZ, 2010)
A base de cálculo para o preço do dano é usada como a melhor alternativa para o
uso do recurso natural, pois além da perda de renda econômica, há também a
restrição ao consumo e à privação de que outras espécies possam usufruir o
recurso natural. (MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR, ORTIZ, 2010)
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), esclarecem que o método é amplamente
aplicado na floresta amazônica, onde o custo de oportunidade é utilizado para estimar a captura
de carbono e conservação da biodiversidade em sistemas de produção da agricultura familiar no
nordeste do estado do Pará. (MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR, ORTIZ, 2010)
Os autores Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) afirmam que o método do custo
irreversível é utilizado para estimar o custo do recurso natural quando acordado o entendimento
sobre a despesa realizada no meio ambiente é irrecuperável.
O método, segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) segue utilização nas
mãos dos agentes públicos quando o interesse de governo é o de recompor o ambiente
degradado ou no caso de iniciativas proporcionadas por agentes privados em sinal de
benevolência ou compromisso com a causa ambiental.(MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR,
ORTIZ, 2010)
O método do custo evitado segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) segue
para para se estimar os gastos que seriam incorridos em bens substitutos para não alterar a
quantidade consumida ou a qualidade do recurso ambiental analisado.
O Método dos Custos Evitados ou Induzidos (MCEI), para Mota, Bursztyn, Cândido Junior,
Ortiz (2010) é utilizado sempre que não for possível obter-se base monetária e, por consequência,
tem-se que se basear em padrões aceitáveis de medidas físicas, em informações científicas e
técnicas sobre os efeitos ambientais.
Os autores Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) afirmam que o método em tela é
aplicado quando o
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) a Teoria do Capital Humano supõe que
uma vida perdida representa um custo de oportunidade para a sociedade equivalente ao valor
presente da capacidade de gerar renda deste indivíduo. (MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR,
ORTIZ, 2010).Os autores, lembram que no
Sobre a disponibilidade do recurso ambiental, Motta (2002) afirma que é afetada (para
melhor ou pior, tanto em termos quantitativos como em qualidade) e isso ocorre com um impacto
55
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) lembram que a Teoria do Comportamento do
Consumidor, se fundamenta nas escolhas dos consumidores nos mercados econômicos.
O filósofo Bentham (1748-1832), seguido por John Stuart Mill (1806-73) e James Mill
(1773-1836), teorizou e difundiu o utilitarismo como o fundo ético do Homem que responde a
todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e de como viver, em termos da
maximização da felicidade individual sob restrição do permitido pela sociedade. Assim, insere-se
num movimento filosófico de libertação do Homem da esfera do sagrado (i.e., da moral cristã).
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) lembram que em 1949, o economista
americano Harold Hotelling por meio intermédio de uma carta ao diretor do Serviço Nacional de
Parques dos Estados Unidos, sugeriu que:
os custos incorridos pelos visitantes dos parques poderiam ser usados como uma
medida de valor de uso recreativo dos parques poderiam ser usados como uma
medida de valor de uso recreativo dos parques visitados. Esta foi a ideia original
do método de custo viagem.(MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR, ORTIZ,
2010)
Os autores afirmam que o método de custo viagem estima o preço de uso de um ativo
ambiental por meio da análise dos gastos incorridos pelos visitantes ao local de visita.
O método utiliza questionários que segundo Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010)
são aplicados a uma amostra de visitantes do lugar para coletar dados sobre a origem do
visitante, seus hábitos e gastos associados à viagem.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) afirmam que o método de custo viagem é
utilizado na abordagem por zona ou na abordagem individual.
A abordagem por zona do método de custo viagem, para Mota, Bursztyn, Cândido Junior,
Ortiz (2010) se caracterizam pela hipótese de homogeneidade entre os indivíduos moradores de
uma mesma região ou zona, ou seja, os visitantes de um lugar de recreação tem as mesmas
características socioeconômicas que um visitante padrão ou médio oriundo da mesma zona. Com
os dados disponíveis, estima-se uma curva de demanda por visitas recreativas relacionando-se os
custos médios de viagem por zona e as variáveis socioeconômicas com as taxas de visitas por
zona.
Algumas hipóteses implícitas ao modelo de custo de viagem por zona devem ser
discutidas. Admite-se que os indivíduos residentes em zonas mais distantes do
sítio recreativo visitam menos este local, não havendo a possibilidade de troca
entre número de visitas e estadias mais prolongadas no local de recreação. Na
abordagem individual do método de custo de viagem estima-se uma curva de
demanda por visitas ao recurso analisado a partir do custo de viagem de cada
indivíduo – variável preço – e do número de visitas que cada indivíduo realizou no
período analisado - variável quantidade. (MOTA, BURSZTYN, CÂNDIDO JUNIOR,
57
ORTIZ, 2010).
Existem vários problemas associados com a aplicação do método de custo viagem, por
exemplo, merecem atenção a questão do destino múltiplo na mesma viagem; o tratamento do
custo de oportunidade de tempo gasto para uma visita recreativa; a escolha de sítios substitutos
ao local analisado; o tratamento do congestionamento como atributo de qualidade do sítio
estudado e a forma funcional da curva de demanda por visita recreativa.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) afirmam que a partir da demanda, é possível
estimar a elasticidade-preço da demanda por visitas recreativas.
Os autores lembram que com aplicação em recreação, Strong (1983) usou este método
para estimar os benefícios proporcionados por locais de pesca desportiva no estado americano do
Oregon. No Brasil, Grasso et al. (1995) utilizaram o custo viagem para avaliar os benefícios de
visitantes aos manguezais das cidades paulistas de Cananéia e Bertioga.
Segundo Pearce (1993), a ideia do MCV é que os gastos efetuados pelas famílias para se
deslocarem a um lugar, geralmente para a recreação, podem ser utilizados como uma
aproximação dos benefícios proporcionados por essa recreação.
O método estimaria a demanda por um ativo ambiental, podendo a curva de demanda ser
construída com base nos custos de viagem ao ativo ambiental (incluindo-se gastos no preparativo
e durante a estada no local).
A parte operacional se faz através de regressão múltipla para estimar a curva de demanda
por visitas a partir de uma função de geração de viagens.
A partir da curva de demanda estimada, pode-se estimar os benefícios gerados pelo ativo
58
EC = P∫CV f' ά CV
Onde p é o valor da taxa de admissão de entrada no parque (p=0 caso a entrada seja
gratuita).
Segundo Nogueira et al. (1997), os problemas básicos do MCV vão desde a escolha da
variável dependente para estimar a regressão até o cálculo dos custos de distância e valoração
do tempo. Além disso, o método não contempla custos de opção e existência, adaptando apenas
os valores de uso direto e indireto associados à visita ao ativo ambiental.
O hedonismo é uma corrente filosófica ou doutrina que considera que o prazer individual e
imediato é o único bem possível e princípio e fim da vida moral.
Seja P o preço de uma propriedade, expresso da seguinte forma: i = f (aij, aij,..., Ei)
De acordo com a função, o preço implícito de E, pe, será dado por αPi
αQi
Assim, Pe será uma medida de disposição a pagar por uma variação de E.
Este método capta apenas os valores de uso direto, indireto e de opção, não considerando
os valores de não uso.
Em visão direta o Método dos Preços Hedônicos (MPH) Tem como base a identificação de
atributos ou características de um bem composto privado, cujos atributos sejam complementares
a bens ou serviços ambientais. Identificando esta complementaridade, é possível mensurar o
preço implícito do atributo ambiental no preço de mercado quando outros atributos são isolados
(MOTTA, 1998). Este método permite avaliar o preço implícito de um atributo ambiental na
formação de um preço observável de um bem composto.
Como este método não capta os valores de existência, mas sim os de valor de uso direto e
indireto e o de opção, necessário se faz aplicar o método de valoração contingente.
valor esperado de uma função quando a variável dependente assume uma pequena quantidade
de valores, é não negativo e se refere a uma contagem.
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) o Método de Valoração Contingente
(MCV),
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) ensinam que pode-se perguntar ao indivíduo
sobre a sua Disposição a Aceitar (DAC) alterações no recurso ambiental.
Segundo os autores não existem diferenças (em teoria) ao eliciar a DAC ou a DAP, mas,
na prática, quem tem a opção de receber sempre a valoriza mais do que quem teria de pagar.
Este é o único método capaz de captar os valores existenciais dos recursos naturais,
portanto é o mais adequado para avaliar monetariamente os valores dos ecossistemas conforme
as preferências dos indivíduos. No entanto, par que a avaliação contingente produza resultados
confiáveis é necessária a formulação criteriosa da metodologia da pesquisa e dos questionários a
serem aplicados.
E, assim junto com o tema a ser abordado por meio do questionamento da disponibilidade
a pagar pela recuperação de um bem ambiental, surgirá imprescindivelmente dúvidas relativas ao
61
Com isso, reforça-se a fundamentação teórica que aponta a valoração econômica como
um importante instrumento de auxílio ao processo de tomada de decisões no momento da
definição de políticas públicas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) esclarecem que há vários problemas
metodológicos relacionados ao método de valoração contingente onde, o viés estratégico esta
relacionado fundamentalmente à percepção dos entrevistados acerca da obrigação de pagamento
e às perspectivas quanto à provisão do recurso em questão. O viés hipotético esta relacionado
com o comportamento dos indivíduos, que podem entender que não pagarão, visto que se trata
apenas de simulações. O viés da informação refere-se à interferência da informação fornecida no
cenário hipotético na resposta recebida e o viés do entrevistador está relacionado à forma como
ele se comporta. O viés do instrumento de pagamento existe quando os indivíduos não são
totalmente indiferentes em relação ao veículo de pagamento associado à disposição a pagar. Com
o intuito de propor procedimentos e técnicas econométricas que tratem o máximo de vieses e,
assim, dar maior credibilidade ao método de valoração contingente, o governo dos EUA organizou
o Painel NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) em resposta ao derramamento
de óleo do pretroleiro Exxon Valdez, no Alasca, o governo norte-americano aplicou o método de
valoração contingente com o objetivo de avaliar os danos e obrigar a Exxon Corporation a
indenizar suas vitimas.
Foi originalmente proposto por Davis em 1963 num estudo relacionando economia e
recreação. Esse método consiste na ideia básica de que as pessoas têm diferentes graus de
62
preferência ou gostos por diversos bens ou serviços e isso se manifesta quando elas vão ao
mercado e pagam quantias específicas por eles (Nogueira et al. , 1998).
Trabalhos que utilizam o MVC têm sido feitos há mais de 35 anos, havendo mais de dois
mil artigos e estudos relacionados com o assunto (Santana e Mota, 2004). Também teve sua
capacidade de ser o único método capaz de captar o valor de existência reconhecida pelo Painel
do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
Segundo Ribeiro (1998), apesar de sua importância como linha de pesquisa e sua
utilização cada vez mais difundida constitui-se num objeto de várias críticas e objeções no que se
refere ao contexto de mercado hipotético em que se dá sua aplicação, podendo, dessa forma,
originar dados que não reflitam a verdadeira ordenação de preferências e disposição a pagar do
indivíduo.
Michell e Carson (1989) apontaram doze vieses que podem ocorrer em estudos de
valoração contingente, que podem ser originados: a) incentivo indevido para desvirtuar a DAP, b)
incentivo indevido para responder ao questionário, c) má especificação do cenário, d) amostra
inadequada e agregação incorreta dos benefícios.
Pearce e Turner (1990) citam como os principais vieses o viés estratégico, o viés do
63
desenho do questionário (que origina três tipos de vieses: do ponto de partida, do veículo e
informativo), o viés hipotético e o viés operacional.
Os vieses podem interferir no processo de valoração, bem como podem ser minimizados
com o desenho do questionário e da amostra. No estudo dos métodos de valoração encontramos
usualmente os viés apresentados no Quadro 8.
Para que a aplicação do método minimize seus vieses, alguns cuidados devem ser
tomados quando da preparação, aplicação e tabulação de dados obtidos através dos
questionários.
Além dos métodos citados, outro método vem sendo utilizado para valorar perdas
referentes à degradação ambiental: o da Produção Sacrificada.
64
VC = [ n
i=j Σ Vi P ]
Onde (VC) representa o valor contingente atribuído ao bem ambiental; (V) representa o
valor atribuído por cada indivíduo questionado; (n) representa a quantidade de indivíduos
questionados; (P) representa a quantidade de indivíduos potenciais a usufruírem o bem ambiental
e, (i) representa os indivíduos questionados.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) alertam que no método de conjoint analysis,
ou de análise conjunta, os indivíduos recebem um conjunto de carões, cada qual descrevendo
uma situação diferente ou de alternativas hipotéticas com respeito ao recurso ambiental, e outras
características que seriam argumentos na função utilidade do entrevistado. Como, por exemplo, o
nível de congestionamento e a taxa de admissão de um parque..
outros bens ou características tiver preço de mercado, então é possível calcular a disposição a
pagar do entrevistado pelo recurso ambiental. Esse método é aplicável em situações onde o
cenário hipotético poderia ser pouco compreendido pelos entrevistados – comunidades com
pouca ou nenhuma inserção na economia de mercado, como indígenas, por exemplo. A lógica
para sua utilização é que as pessoas teriam mais facilidade em expressar suas preferências por
meio da ordenação de bens e serviços usuais nos seus cotidianos do que em termos monetários.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) lembram que no estudo de Baarsma (2003)
descreve a aplicação de conjoint analysis nos Países Baixos, cuja área é uma reserva natural que
foi degradada logo após a construção de um novo conjunto residencial. O objetivo é avaliar os
valores da área verde e de recreação a partir das preferências, de respondentes, os quais fizeram
as suas opções com base em cartões de escolha.
xn) e uma única variável resposta (variável dependente, prevista) (y) (MARTINS, 2000).
A regressão linear múltipla é dada por (Equação 1): y = β0 +β1x1+ β2x2 +...+ βnxn + ε
Desde 1972, inúmeros trabalhos relacionados com modelos lineares generalizados foram
publicados, resultando em diversas ferramentas computacionais, como por exemplo, GLIM
(Generalized Linear Interactive Models), S-Plus, R, SAS, STATA e SUDAAN, bem como extensões
desses modelos (PAULA, 2004).
Dentre as famílias dos MLG, a mais utilizada em estudos sobre o impacto da poluição
atmosférica na saúde é a de Poisson (CONCEIÇÃO et al., 2001; MARTINS, 2000; TADANO,
2007; TADANO et al., 2006b).
O modelo de regressão de Poisson é um tipo específico dos MLG e MAG que teve origem
por volta de 1970, quando Wedderburn (1974) desenvolveu a teoria da quasi-verossimilhança,
analisada com mais detalhes por McCullagh (1983).
A variável resposta de uma regressão de Poisson deve seguir uma distribuição de Poisson
e os dados devem possuir igual dispersão, ou seja, a média da variável resposta deve ser igual à
variância. Entretanto, conforme Ribeiro (2006), quando se trabalha com dados experimentais, esta
propriedade é frequentemente violada. Assim, pode-se ter uma superdispersão quando a
variância é maior que a média; ou uma subdispersão quando a variância é menor que a média
(SCHMIDT, 2003). Nestes casos, ainda é possível aplicar o modelo de regressão de Poisson
realizando-se alguns ajustes.
69
Refere-se à estimação de uma função dose resposta, a qual fornece uma relação de causa
e efeito de fenômenos, especialmente os relacionados ao meio ambiente. O método estabelece
uma relação entre o impacto ambiental ( como resposta) e alguma causa desse impacto, por
exemplo, a poluição ( como dose).
A técnica é usada onde a relação dose-resposta entre alguma causa de danos e efeitos
ambientais são conhecidos. Por exemplo, efeitos da poluição do ar nos gastos com saúde, na
taxa de mortalidade de uma cidade no patrimônio histórico, nos ecossistemas aquáticos etc. Este
método foi usado por Lave e Seskin para estudar os efeitos da poluição do ar nas taxas de
mortalidade.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) afirma que a análise multicritério serve como
ponte entre a abordagem neoclássica e a ecológica, no tocante à mensuração de valores para a
biodiversidade e assim avançar no objetivo de conseguir unidades comuns de avaliação. Este
método busca incorporar as múltiplas visões e dimensões de valores atribuídos à biodiversidade.
Com isso objetiva-se reunir um grande numero de dados, relações, fatos e julgamentos das
diversas correntes científicas envolvidas nesse complexo processo de valoração da
biodiversidade.
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) a teoria de utilidade multiatributo
decisão em todos os níveis a melhorar a qualidade de vida no planeta. Problemas com decisões
complexas normalmente são associados a uma análise multicritério.
O método ELECTRE foi concebido para uma abordagem multiobjetivo, podendo ser
aplicado na solução de problemas de gestão de recursos hídricos, caracterizados por alternativas
avaliadas por critérios preferencialmente qualitativos, com fixação prévia das preferências, por
parte dos decisores.
A metodologia desenvolvida por Benayoun & Tergny (1969) e Roy (1971), sustenta-se em
três conceitos fundamentais: concordância, discordância e valores-limite (outranking), utilizando
um intervalo de escala no estabelecimento das relações-de-troca na comparação aos pares das
alternativas.
Almeida e Costa (2003) colocam que o apoio multicritério tem como princípio, no processo
de decisão, buscar o estabelecimento de uma relação de preferências entre as alternativas que
estão sendo avaliadas sob a influência de vários critérios.
A solução ideal é, geralmente, inatingível (por pressupor a solução ótima para todos os
objetivos através de uma alternativa) e serve como padrão de referência no processo de
classificação das soluções não-dominadas. Essa classificação é obtida pela determinação da
proximidade de cada alternativa não-dominada com relação à solução ideal.
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) este método integra a valoração
ambiental e os princípios de economia ecológica.
Os autores exemplificam por meio do setor agrícola que fornece matéria-prima para a
indústria extrativa, e esta fornece materiais para outros setores de atividade.
Folhes et al. (2007) apresenta o modelo METRIC que foi desenvolvido por Allen et al.
(2005) e Tasumi et al. (2005), e que utiliza o método residual da equação do balanço de energia
para estimar a evapotranspiração com auxílio de dados espectrais de imagens de satélite e de
poucos elementos meteorológicos disponíveis em estações meteorológicas. Pode ser empregado
em sistemas naturais ou agrícolas e não requer dados complementares sobre uso da terra.
Ressalta Folhes et al. (2007) que o modelo é aplicado pixel a pixel, a resolução espacial
dos mapas de fluxo é determinada pelas resoluções espaciais das imagens de entrada do
modelo.
Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010) esclarecem que o conceito de Valor
Econômico Total - VET, foi desenvolvido pela Economia Ambiental e é útil para identificar, em
qualquer escala, os diversos valores associados aos recursos ambientais. De acordo com esse
conceito, o valor econômico da biodiversidade consiste nos seus valores de uso.
Para Mota, Bursztyn, Cândido Junior, Ortiz (2010), os primeiros são compostos pelos
valores de uso direto (VUD), de uso indireto (VUI) e de opção de uso futuro (VUO); e os últimos,
de não-uso (VNU), incluem os valores de herança e de existência. Desta forma, o conceito de
VET mostra que a preservação, a conservação e o uso sustentável da biodiversidade abrangem
uma ampla variedade de bens e serviços, começando pela proteção de bens tangíveis básicos
para a subsistência do homem, como alimentos e plantas medicinais, passando pelos serviços
ecossistêmicos que apóiam todas as atividades humanas e terminando com valores de utilidade
simbólica.
Assim, temos que o VET é igual à soma de todos estes distintos valores (PEIXOTO et al.,
2002). Na literatura científica são encontrados vários métodos de valoração econômica dos
recursos naturais, e relacionadas vantagens e desvantagens de cada um deles (MOTTA, 1998;
MAY, 2000).
O procedimento geral para a escolha dos fatores de valoração econômica a ser adotado
neste projeto baseia-se em um valor total composto pela soma de cinco parcelas de valoração
econômica multiplicadas por um fator de redução social, conforme experiências aplicadas em
outras UCs da Região Sudeste do Brasil (PEIXOTO et al., 2002): VALOR =[ P1 + P2 + P3 + P4 +
P5 ] x FS, onde: P1: perda de oportunidade de uso; P2: impacto cênico; P3: impacto
ecossistêmico; P4: perda de visitação; P5: risco ambiental; FS: fator social.
Método de
Impacto Recurso Ambiental Proposta Metodológica
Valoração
Lazer da população Estimativa do número atual de visitantes
MCV/MVC
local/ turismo (pesquisadores, estudantes e comunidade do
entorno) e aplicação de questionários para
Impactos Beleza cênica MCV/MVC
levantamento das DAP e dos custos de viagem
Cênicos
dos diversos grupos, levando em conta os
Valor intrínseco (reserva
MCV/MVC impactos reais e/ou potenciais dos dutos no
da biosfera)
interior e/ou no entorno do PARNA
Lazer da população Levantamento de recursos destinados a projetos
MCV/MVC
local/ turismo específicos realizados no PARNA, destacando-se
Impactos à os projetos relacionados ao PELD, e os programas
Educação ambiental MCR
Visitação de Educação ambiental para professores e alunos
das escolas da região que envolvem visitação
Pesquisa científica MCR
constante ao PARNA.
Produtos madeireiros Estimativa do valor de mercado de produtos da
MPM/MPH
sustentáveis restinga com potencial de uso futuro (valores de
opção) / Estimativa do valor médio das
Produtos não-
MPM/MPH propriedades do entorno do PARNA e da área de
madeireiros
influência dos dutos com potencial impactante `a
Plantas medicinais MPM/MPH UC.
Material genético MCR Levantamento de recursos destinados a projetos
Impactos específicos realizados no PARNA, destacando-se
Ecossistêmi Proteção de bacias
os projetos relacionados ao PELD/ Levantamento
cos hidrográficas/regulação e MCR
de recursos destinados a projetos de
suprimento das águas
monitoramento dos impactos dos dutos na região
Formação do solo e do PARNA/ Levantamento de recursos
MCR
controle de erosão necessários para recuperação de áreas
degradadas devido ao impacto dos dutos na
região do PARNA.
Biodiversidade MVC
Notas – MPM: método da produtividade marginal; MPH: método dos preços hedônicos; MCV: método dos
custos de viagem; MVC: método da valoração contingente; MCR; método dos custos de reposição; DAP:
disposição a pagar.
Fonte: FERREIRA et al., 2005
76
5 CRÍTICAS
Souza e Mota (2006) revelam que o conceito mais usado na valoração de ativos naturais é
o de disposição a pagar que esta ligado à máxima propensão a pagar que uma pessoa revela ao
usar um recurso ambiental. Assim, a valoração ambiental não se manifesta unicamente na
determinação de um preço que expresse o valor econômico do meio ambiente e, nesse ínterim
Mota (2001: 37) revela que a valoração ambiental engloba as questões relativas a
sustentabilidade biológica e ecológica dos recursos naturais, estratégia de defesa do capital
natural, subsídio à gestão ambiental e aspectos econômicos.
ASPECTOS CARACTERÍSTICAS
Atuando como função do meio ambiente na cadeia alimentar e
Na ótica da sustentabilidade biológica na matriz de suprimentos;
Como ação de proteção sustentável dos recursos naturais
Como elemento de análise da capacidade de suporte e
resiliência dos recursos naturais em uso;
Na ótica do enfoque ecológico
Como subsídio às ações mitigadoras de degradação dos
recursos naturais
Como forma de manter o capital natural;
Na estratégia de defesa do capital natural Como função estratégica dos recursos naturais para o
desenvolvimento dos países
Como forma de defesa ética do meio ambiente;
Como subsídio à gestão ambiental
Como suporte à formulação de políticas públicas ambientais
Como forma de estimação dos preços dos ativos naturais que
não são cotados no mercado convencional;
Como mecanismo de mensuração monetária das
Como enfoque nos aspectos econômicos
externalidades oriundas de projetos de investimentos;
Como mecanismo de internalização de custos ambientais;
Como método de estimação de indenizações judiciais
Fonte: Souza e Mota (2006)
O valor econômico da biodiversidade não pode ser mensurado nos mercados formais,
alguns métodos e técnicas foram desenvolvidas objetivando a revelação dos valores apropriados
aos bens e serviços ambientais, e, nesse, vertente Motta(1997) aponta a interpretação
monetarista da biodiversidade e das externalidades positivas ou negativas, descrevendo como
instrumental existente para a apropriação do valor nas suas diversas expressões, internalizando
benefícios ou custos ambientais, e chamando a atenção para os instrumentos econômicos –
ecológicos (FONSECA, 2001; MOTTA & YOUNG, 1997).
77
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É prudente ressaltar Pfitscher (2004) que afirma: À medida que há uma melhor
conscientização da valorização do meio ambiente, surge uma necessidade de se conciliar o
desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. (PFITSCHER, 2004)
Não podemos olvidar que o desafio está presente para todas as correntes de pensamento
em compreender suas limitações e buscar e propor em buscar os avanços na percepção dos
fenômenos naturais e econômicos orientados pelo objetivo maior, que é o desenvolvimento
sustentável.
79
ANEXO I
Conforme o The Guardian, a BBC News e a University of Delaware Sea Grant Program, a
quantidade de óleo que está sendo derramado no oceano é equivalente a 3,5 barris de petróleo
por minuto, e isso, Isso excede as estimativas iniciais para 5.
Segundo estimativas da própria British Petroleum - BP, tem sido objeto de dumping entre 8
e 9 milhões de litros de petróleo em águas profundas do Golfo do México desde a última vez 20
dias, onde há 69 embarcações estão atualmente envolvidos em operações de limpeza
Ressalta-se que o derrame é sobre o tamanho da ilha da Jamaica, e assim, estima-se que
a BP está a gastar cerca de US $ 6 milhões por dia na limpeza, de forma geral os custos totais da
limpeza equivaleria a cerca de US $ 200 milhões.
Fonte:http://pt.wikinoticia.com/Tecnologia/geral%20tecnologia/43487-a-radiografia-do-desastre-ecologico-
no-golfo-do-mexico
80
Fonte: http://alt1040.com/2010/04/imagenes-satelitales-de-la-mancha-de-petroleo-del-golfo-de-
mexico, acesso em 24 de julho de 2010
Fonte: http://alt1040.com/2010/04/imagenes-satelitales-de-la-mancha-de-petroleo-del-
golfo-de-mexico, acesso em 24 de julho de 2010
81
Fonte: http://alt1040.com/2010/04/imagenes-satelitales-de-la-mancha-de-petroleo-del-
golfo-de-mexico, acesso em 24 de julho de 2010
7 REFERÊNCIAS
ALLEN, R. G.; TASUMI, M.; MORSE, A; TREZZA, R. A Landsat-based energy balance and
evapotranspiration model in Western US water rights regulation and planning. Irrigation
and Drainage Systems, v. 19, p.251-268, 2005.
ALMEIDA, Adiel T. de. & COSTA, Ana Paula C. S. Aplicações com métodos multicritério de apoio à
decisão. Recife: Universitária da UFPE, 2003.
ALVARENGA, Octávio Mello. Direito Agrário e o meio ambiente na Constituição de 1988. 1ª ed.
Belo Horizonte: Companhia Editora Forense, 1992.
ANTUNES, Paulo Bessa, Direito Ambiental. 2 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2002, p. 207
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 8º ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005. 940 p.
AZEVEDO, Álvaro Vilaça. Teoria Geral das Obrigações, São Paulo, RT, 8ª ed., 2000
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da Agen-
da 21. Petrópolis: Vozes, 1997.
BART, Nelson Terra. Compensação Ambiental, in Revista Meio Ambiente Industrial (p. 66/69).
2009. Disponibilidade em http://www.terrabarth.com.br/r2/artigos/9-categoriaartigo01/33-
compensacao-ambiental.html. Acesso em 10 de março de 2010.
BASTOS FILHO, G. Contabilizando a erosão do solo: um ajuste ambiental para o produto bruto
agropecuário paulista. 1995. 127 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1995.
BATEMAN, I., TURNER, K. Valuation of the Environment, Methods and Techiniques: The Contin-
gent Valuation Method. In: TURNER, R. T. Sustainable Environmental Economics and
Management. London and New York: Belhaven, 1992.
BENAYOUN, R e TERGNY, J. Critères multiples en programmation matemátique: une solution
dans le cas linèaire. RIRO, v. 2, 31-56, 1969
BENJAMIN, Antônio Herman V. Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental. In Revista de Direito
Ambiental nº 9. São Paulo: RT. 1998.
BENZÉCRI, J. P. “L’Analyse des Donness, v:2, Lanalyse des Correspondance”, Paris: Dunod,
1969
BERGAMINI JUNIOR, S. Avaliação contábil do risco ambiental. Revista do BNDES, Rio de
Janeiro, n° 14, p. 301-328, dez. 2000.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. 1998
BRASIL, Presidência da República - Lei nº 6.938, de 31 de agosto 1981. Política Nacional do Meio
Ambiente.
83
CMMAD/Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas 1987.
Nosso Futuro. Comum. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1991.
CONCEIÇÃO, G. M. S.; SALDIVA, P. H. N.; SINGER, J. M. Modelos MLG e MAG para análise da
associação entre poluição atmosférica e marcadores de morbi-mortalidade: uma
introdução baseada em dados da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de
Epidemiologia, v. 4, n. 3, p. 206-219, 2001
CONCEIÇÃO, G. M. S.; SALDIVA, P. H. N.; SINGER, J. M. Modelos MLG e MAG para análise da
associação entre poluição atmosférica e marcadores de morbi-mortalidade: uma
introdução baseada em dados da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de
Epidemiologia, v. 4, n. 3, p. 206-219, 2001
CORREIA, F. N. et al (1997). Report on Subsidiarity and Policy Integration – Subsidiarity in the
National Contex (paper). In: Water 21 Project (Phase I)
COSTA, Francisco José Lobado. Série Água Brasil 1 - Estratégias de Gerenciamento dos
Recursos Hídricos no Brasil: Áreas de Cooperação com o Bando Mundia, Bando Mundia,
Brasília, nº 1, p. 32, 2003.
COSTA VIEIRA, Pedro Cosme da. Construção e análise dum modelo de ciclos econômicos de
base microeconômica por métodos de simulação numérica. 1997, 82 p. Tese (Disserta-
ção de Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia do Porto. 1997. Disponível em
http://www.fep.up.pt/docentes/pcosme/TeseMestre.pdf. Acesso em 10 de março de 2010.
CRUZ, Branca Martins da. Princípios jurídicos e econômicos para a avaliação do dano florestal. In:
Anais do 3º Congresso Internacional de Direito Ambiental. São Paulo: IMESP, 1999, p.
294.
DE CARLO, S. Sistema integrado de contas econômico-ambientais – SICEA. Rio de Janeiro:
IBGE, 2000. 30p. (Texto para Discussão, n. 1).
DELGADO, José Augusto. Reflexões sobre Direito Ambiental e Competência Municipal. Revista
da Associação dos Magistrados Brasileiros – Cidadania e Justiça, Brasília, ano 4, nº 9, p.
84
GRAAF, H. F.; KEURS, W. S.; MUSTERS, C. S. M. Sustainable development: Looking for new
strategies . Ecological economics, 1996, nº 16, p 205-216.
GRASSO, M.: TOGNELLA, M.M.P.; SCHAEFFER-NOVELLI, Y. et al. Aplicação de técnicas de
avaliação econômica ao ecossistema manguezal. 155p. 1995.
HAIR Jr., J. F. et al. Análise multivariada de dados. São Paulo: Bookman, 2005.
HOLLINS, Margaret and Percy, S. Environmental liability for contaminated land – towards a
European consensus. Land Use Policy, v. 15, i.2, April 1998, p. 119-133.
HUFSCHMIDT, Maynard M. et al. Environment, Natural Systems, and Development: An Economic
Valuation Guide. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University Press, 1983.
IBRACON. NPA 11 - Normas e procedimentos de auditoria - Balanço e ecologia. São Paulo:
Ibracon, 1996. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/>. Acesso em: 10 de março de
2010.
ICLEI, IDRC, International Council for Local Environment Iniciatives. 1996. The Local Agenda 21
Planning Guide – An introduction to sustainable development planning, Toronto, Canadá,
The International Council for Local Environmental Initiatives, The International Develop-
ment Research Centre, The United Nations Environment Programme.
IISD, International Institute for Sustainable Development, Bellagio Principles, Winnipeg, IISDnet,
2000, disponível em http://iisd1.iisd.ca/measure/bellagio1.htm. Acesso em 31/03/2010.
JABOR, M.. Aspectos Contábeis e Jurídicos do Passivo Ambiental. IN: Responsabilidade social
das Empresas – a contribuição das universidades, VIII. São Paulo: Peirópolis, 2004.
JEPPESEN, Tim; FOLMER, Henk; KOMEN, Marinus H. C. Impacts of Environmental Policy on
International Trade and Capital Movement: A Synopsis of the Macroeconomic Literature.
In: Sterner, Thomas. The Market and the Environment: The effectiveness of market-
based policy instruments for environmental reform. Massachusetts, USA: Edward Elgar
Publishing Company, 1998.
KIM, S. H.; DIXON, J. A. Economic valuation techniques for the environment: a case study
workbook. Baltimore: The Johns Hopkins University, 1990. 203 p.
and a choice experimente format. Waseda: Working Paper, Waseda University, Japan,
1999.
LECEY, Eládio. A proteção do meio Ambiente e a Responsabilidade penal da Pessoa Jurídica.
Curitiba : Juruá, 1998.
LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental:do individual ao coletivo extrapatrimonial. São
Paulo: RT, 2000.
LEOPOLDINO DA FONSECA, João Bosco. Direito Econômico. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2003.
LEUZINGER, Márcia Dieguez. Criação de espaços territoriais especialmente protegidos e
indenização. Revista de Direito Ambiental – 25. São Paulo: RT. 2002. p. 120
MACHADO, Jessé Anderson Pinto. Projetos Econômicos: uma abordagem prática de elaboração,
São Paulo: Nobel, 2002.
MACHADO, M. C. Contabilidade Ambiental: o Papel da Contabilidade na Evidenciação de Investi-
mentos, Custos e Passivos Ambientais. IN: Responsabilidade social das Empresas – a
contribuição das universidades, VIII. São Paulo: Peirópolis, 2004.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 14º ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
MAC-KNIGHT, V.; YOUNG, C.E.F. Custo da poluição gerada pelos ônibus urbanos na RMSP. In:
ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 34, 2006, Salvador. Disponível em
<http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A069.pdf> Acesso em 29 março de
2010
MAIA, A. G. Valoração dos Recursos Ambientais. Campinas SP. Unicamp, 2002. Dissertação de
Mestrado, Instituto de Economia.
MAIA, Alexandre Gori; ROMEIRO, Ademar Ribeiro; REYDON, Bastiaan Philip. Valoração de
recursos ambientais – metodologias e recomendações. Texto para Discussão.
IE/UNICAMP, Campinas, n. 116, mar. 2004.
MARQUES, J. F. Custos da erosão do solo em razão dos seus efeitos internos e externos à área
de produção agrícola. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 36, p. 71-80, 1998.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: doutrina, jurisprudência, glosário. 4. ed. atual. E ampl. São
Paulo; Revista dos Tribunais, 2005.
MITCHELL, R. C., CARSON, R. T. Using surveys to value public goods: the contingent valuation
method. Resource for the future. Washington, DC, 1989. 463p.
MOTA, J. A. ; BURSZTYN, M. ; CÂNDIDO JÚNIOR, J. A.; ORTIZ, R. A. . A valoração da
biodiversidade: conceitos e concepções metodológicas. In: Peter H. May. (Org.).
Economia do Meio Ambiente: teoria e prática. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, v. 1,
p. 265-288
MOTA, José A .; GÓES, Geraldo Sandoval. ; GAZONI, Jefferson Lorencini.; REGANHAN, José
Maria.;SILVEIRA, Marcelo Teixeira. A CF/88 e o meio ambiente. IPEA, Brasília, v. 2, p.
159-178, 2009.
NOGUEIRA, Jorge Madeira e MEDEIROS, Marcelino A. A. de. “Quanto vale aquilo que não tem
valor? Valor de existência, economia e meio ambiente.” Recife: Anais do XXV Encontro
Nacional de Economia (ANPEC), Volume 2, dezembro 1997, pp.861-879.
NOGUEIRA, J.M., MEDEIROS, M. A.A., ARRUDA, F.S.T. Valoração econômica do Meio Ambiente:
Ciência ou Empirismo? Brasília: Cadernos de Ciência e Tecnologia. V. 17, n. 2. p. 81-115,
mai/ago. 2000.
OLIVEIRA, José Marcos Domingues de. Direito Tributário e Meio Ambiente. 2.ª ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 1999.
ORTIZ, Ramon Arigoni. Valoração Econômica Ambiental. In: MAY, Peter Herman; LUSTOSA, Ma-
ria Cecília; Vinha, Valéria da. Economia do meio ambiente. Rio de Janeiro: Campus,
2003. p. 81-99.
ORTIZ LÓPEZ, A. A. Análise dos custos sociais e privados da erosão do solo: o caso do Rio
Corumbataí. 1997. 118 p. Tese (Doutorado)- Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, 1997.
PASSOS, Lídia Helena Ferreira da Costa. Aspectos práticos da ação civil pública em matéria
ambiental. Revista da Associação dos Magistrados Brasileiros – Cidadania e Justiça,
Brasília, ano 4, nº 9, p. 13 - 24: Banco do Brasil, 2000
PAULA, G. A. Modelos de regressão com apoio computacional. São Paulo: Instituto de
Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo, 2004. Disponível em:
<http://www.ime.usp.br/~giapaula/livro.pdf>. Acesso em: 15 março 2010
PEARCE, D. W.; TURNER, R. K. Economia dos Recursos Naturais e o Meio Ambiente. 2. ed.
Baltimore: Johns Hopkins Univ. Press, 1990.
PEARCE, D. W. Economic Value and the Natural World. The MIT Press, Cambridge,
Massachusetts, 129p, 1993. Projeto de Lei 729 de 2007, Disponível por meio de
<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/469202.pdf > Acesso em 10 de fev. de 2010.
PEARCE, D. W. Economic Values and the Natural World. 1ª ed. London: 1993.
PEIXOTO, S.L. ET AL, “Modelo de Valoração Econômica dos Impactos Ambientais em Unidades
de Conservação – Estudo Preliminar”; IBAMA, 2002.
PEREIRA, C. A. A. O. et al. (1996). Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos.
Proposta Técnica aos Estudos Econômico-Financeiros do Modelo de Gestão da Bacia do
Alto Iguaçu. Programa de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba –
PROSAM/PR
PFISTCHER, Elisete Dahmer. Gestão e sustentabilidade através da contabilidade e contabilidade
ambiental: estudo de caso na cadeia produtiva de arroz ecológico. 2004. 252 f. Tese
(Doutorado em Engenharia de Produção) – Curso de Pós-graduação em Engenharia de
89
SOUSA, J.A.; MOTA, R.S. Valoração econômica de áreas de recreação: o caso do Parque
Metropolitano de Pituaçu, Salvador, BA. Revista de Economia, Curitiba, v. 32, n1, p. 37-
90
55, 2006.
SOUZA, Geneci Braz de. MOTA, José Aroudo. Valoração econômica de áreas de recreação: o
caso do Parque Metropolitano de Pituaçu, Salvador, BA - Revista de Economia, v. 32, n.1
(ano 30), p. 37-55, jan./jun. Editora UFPR, 2006.
STJ. RECURSO ESPECIAL. Processo: 263383. Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA.
Órgão Julgador Segunda Turma. Data do Julgamento: 16/06/2005. Data da
Publicação/Fonte: DJ 22.08.2005, p. 187. Disponível em: <http://www.stj.gov.br>. Acesso
em: 16 de fevereiro de 2010.
TADANO, Y. S.; UGAYA, C. M. L.; FRANCO, A. T. Análise estatística do impacto da poluição
atmosférica na saúde populacional. In: RIO OIL & GAS 2006 EXPO AND
CONFERENCE, 13, 2006, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Editora IBP, 2006a.
TADANO, Y. S. Análise do impacto de MP10 na saúde populacional: estudo de caso em Araucária,
PR. Curitiba, 2007. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica e de Materiais)
- Universidade Tecnológica Federal do Paraná
TADANO, Y. S.; UGAYA, C. M. L.; FRANCO, A. T. Avaliação do impacto do ciclo de vida: efeitos
dos poluentes e das condições meteorológicas na saúde da população de Araucária. In:
RAA 2006 ENCONTRO DE PRHS REGIÃO SUL, 2006, Curitiba. Anais... Curitiba, 2006b.
TEIXEIRA, L. G. A. A Contabilidade Ambiental. Anais do XI Congresso Brasileiro de Contabilidade
– CFC - Goiânia, 2000.
TOLEDO, E. N. de. Impacto ambiental e análise econômica de medidas mitigadoras: o caso da
microbacia hidrográfica do corrego São Joaquim, Pirassununga (SP). 1997. 142 p. Tese
(Doutorado) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, 1997
TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário. Volume II –
Valores e Princípios Constitucionais Tributários. Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2005, p.
350
UNITED NATIONS, Integrated Environmental and Economic Accounting. New York: United
Nations,1993.
VAN DER HEIZDEN, P.G.M.; Falguerolles, A.; Lewm, J. A combined approach to contingency table
analysis using correspondence analysis and log-linear analysis. Appl. Statist., 38:249-
292, 1989.
VARELLA, Marcelo Dias; FONTES, Eliana; ROCHA, Fernando Galvão da. Biossegurança e
Biodiversidade; contexto científico regulamentar. Belo Horizonte: Del Rey, 1998.
WEDDERBURN, R.W.M. Quase-likelihood functions, generalized linear models, and the Gauss-
Newton method. Biometrika, Cambridge, v. 61, p. 439 – 447, 1974
WERKEMA, M. C. C.; AGUIAR, S. (1996). Planejamento e análise de experimentos: como
91