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Cadernodoestudante
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° ano
Caderno do Estudante
Exercícios de lógica
Didáctica Editora
Índice y A Arte de Pensar 3
Índice
Prefácio............................................................................................................................. 4
Introdução Questões de revisão........................................................................................ 5
Capítulo 1 Lógica aristotélica........................................................................................... 6
1. Teoria do silogismo ...............................................................................................................6
2. Quadrado de oposição..........................................................................................................13
Capítulo 2 Lógica proposicional .................................................................................... 15
1. Cinco conectivas ..................................................................................................................15
2. Inspectores de circunstâncias...............................................................................................17
3. Argumentos com três variáveis............................................................................................20
4. O âmbito das conectivas ......................................................................................................22
5. Teste rápido de validade ......................................................................................................29
6. Variáveis de fórmula............................................................................................................31
7. Formalização........................................................................................................................32
8. Derivações ...........................................................................................................................36
Capítulo 3 Falácias informais ......................................................................................... 39
Nota final Os problemas................................................................................................. 43
1. Como responder aos Problemas...........................................................................................44
2. Múltiplas respostas correctas ............................................................................................... 45
3. Actividades ..........................................................................................................................46
Prefácio
Os Autores
Introdução
Questões de revisão
Capítulo 1
Lógica aristotélica
1. Teoria do silogismo
Note-se que, dadas as formas lógicas das premissas, nenhuma outra forma
silogística poderia ser dada. A única escolha que há a fazer é quanto aos
termos. Neste caso, escolhemos «artistas», «geniais» e «pessoas criativas».
A resolução do exercício está parcialmente errada se nos limitarmos a
apresentar a forma do silogismo, em vez de um silogismo propriamente dito.
Neste exercício pedia-se para apresentar um silogismo e não uma forma
silogística e por isso não poderíamos limitar-nos a apresentar a forma seguin-
te:
Problema 1
Todo o A é B.
Todo o C é A.
Logo, algum C é B.
1) Todo o A é B. 9) Todo o A é B.
Todo o A é C. Algum C não é A.
Logo, algum C não é B. Logo, algum C é B.
1) Todo o A é B. 7) Todo o A é B.
Todo o A é C. Todo o B é C.
2) Algum A é B. 8) Todo o A é B.
Todo o A é C. Nenhum B é C.
3) Todo o A é B. 9) Todo o A é B.
Algum A é C. Nenhum B é C.
1) Algum A é B.
2) Algum A não é B.
3) Nenhum A é B.
Para cada uma das formas dadas, apresenta quatro formas silogísticas
válidas diferentes que tenham essa forma como conclusão.
Todo o A é B. Todo o A é B.
Todo o C é A. Todo o A é C.
Logo, todo o C é B. Logo, algum C é B.
Todo o A é B. Algum A é B.
Todo o C é A. Todo o A é C.
Logo, algum C é B. Logo, algum C é B.
Nenhum A é B. Todo o A é B.
Todo o C é A. Algum A é C.
Logo, nenhum C é B. Logo, algum C é B.
Nenhum A é B. Nenhum A é B.
Todo o C é A. Todo o A é C.
Logo, algum C não é B. Logo, algum C não é B.
Nenhum A é B. Nenhum A é B.
Algum C é A. Algum A é C.
Logo, algum C não é B. Logo, algum C não é B.
Nenhum A é B. Todo o A é B.
Todo o C é B. Todo o B é C.
Logo, nenhum C é A. Logo, algum C é A.
Nenhum A é B. Todo o A é B.
Todo o C é B. Nenhum B é C.
Logo, algum C não é A. Logo, nenhum C é A.
Todo o A é B. Todo o A é B.
Nenhum C é B. Nenhum B é C.
Logo, nenhum C é A. Logo, algum C não é A.
Todo o A é B. Algum A é B.
Nenhum C é B. Todo o B é C.
Logo, algum C não é A. Logo, algum C é A.
Nenhum A é B. Nenhum A é B.
Algum C é B. Todo B é C.
Logo, algum C não é A. Logo, algum C não é A.
Todo o A é B. Nenhum A é B.
Algum C não é B. Algum B é C.
Logo, algum C não é A. Logo, algum C não é A.
2. Quadrado de oposição
Questão de revisão 2
Questão de revisão 4
Duas frases contraditórias não podem ser ambas falsas porque, por defini-
ção, a contraditória de uma frase falsa é uma frase verdadeira. Mas duas
frases contrárias podem ser ambas falsas, como é o caso de «Todos os homens
são portugueses» e «Nenhum homem é português». Por definição, duas frases
são contrárias quando não podem ser ambas verdadeiras mas podem ser
ambas falsas.
Questão de revisão 6
Dada uma certa proposição falsa não é possível saber exclusivamente por
meios lógicos qual é o valor de verdade da sua subalterna, pois a relação de
subalternidade apenas nos diz qual é o valor de verdade da subalterna caso a
proposição de partida seja verdadeira. Por exemplo, dada a verdade de uma
frase da forma «Todo o A é B», sabemos que a sua subalterna («Algum A é B»)
é também verdadeira. Mas se a frase de partida for falsa nada podemos
saber. Os exemplos seguintes mostram que dada a falsidade de uma dada
forma, a sua subalterna tanto pode ser verdadeira como falsa: «Todos os
lisboetas são franceses» é falsa e «Alguns lisboetas são franceses» é igual-
mente falsa; «Todos os homens são portugueses» é falsa, mas «Alguns homens
são portugueses» é verdadeira.
Questão de revisão 8
Problema 2
Problema 4
Problema 6
Capítulo 2
Lógica proposicional
1. Cinco conectivas
Admitindo que a vida não tem sentido, a frase «A vida tem sentido e a
felicidade é real» é falsa porque numa conjunção basta que uma das frases
conjuntas seja falsa para que toda a conjunção seja falsa.
Admitindo que Deus existe e que não sabemos se a vida tem sentido, não
é possível saber se a frase dada é verdadeira ou falsa porque o seu valor de
verdade depende do valor de verdade da sua consequente («A vida tem senti-
do»): se a sua consequente for verdadeira, a frase dada será verdadeira; se a
sua consequente for falsa, a frase dada será falsa.
Problema 2
1) P 6) Q 11) Q→Q
2) P →Q 7) Q →P 12) P∧P
3) P ∧Q 8) Q ∧P 13) Q∨Q
4) P ∨Q 9) Q ∨P 14) P↔P
5) P ↔Q 10) Q ↔P
1) Zeus existe.
2) Zeus e Cronos existem.
3) Se Sócrates era grego, Platão também o era.
4) O conhecimento é ilusório ou os cépticos estão enganados.
5) O conhecimento não é ilusório.
6) A arte tem valor se, e só se, tem valor cognitivo.
2. Inspectores de circunstâncias
P Q P ∨ Q, ¬P B Q
VV V F V
VF V F F
FV V V V
FF F V F
PQ P→Q B Q∧P
VV V V
VF F F
FV V F
FF V F
PQ P↔Q B Q→P
VV V V
VF F V
FV F F
FF V V
Argumento:
Ou o livre-arbítrio é possível ou a nossa vida é uma ilusão.
Logo, a nossa vida é uma ilusão.
Interpretação:
P = O livre-arbítrio é possível.
Q = A nossa vida é uma ilusão.
Forma argumentativa:
P∨QBQ
Inspector de circunstâncias:
PQ P∨Q B Q
VV V V
VF V F
FV V V
FF F F
Argumento:
Sócrates era grego.
Sócrates não era grego.
Logo, Deus existe.
Interpretação:
P = Sócrates era grego.
Q = Deus existe.
Forma argumentativa:
P, ¬P B Q
Inspector de circunstâncias:
PQ P ¬P B Q
VV V F V
VF V F F
FV F V V
FF F V F
1) P ∧ Q, P B ¬Q 7) P, Q B P ∨ Q
2) P ∨ Q, P B ¬Q 8) P, ¬Q B Q ∨ P
3) P → Q, ¬Q B P 9) P → Q, ¬Q B P ∧ Q
4) P → Q, P B ¬Q 10) P→QBQ
5) P → Q B ¬Q 11) ¬P B Q → P
6) P ↔ Q B P → Q 12) P ↔ Q, ¬Q B ¬P
2) Deus existe.
Se Deus existe, o aborto é um mal.
Logo, o aborto não é permissível.
PQR P ∧ Q, P → R, Q → R B R
VVV V V V V
VVF V F F F
VFV F V V V
VFF F F V F
FVV F V V V
FVF F V F F
FFV F V V V
FFF F V V F
P Q R P ↔ Q, Q ↔ R B P ↔ R
VVV V V V
VVF V F F
VFV F F V
VFF F V F
FVV F V F
FVF F F V
FFV V F F
FFF V V V
PQR P ∧ Q, R B Q → R
VVV V V V
VVF V F F
VFV F V V
VFF F F V
FVV F V V
FVF F F F
FFV F V V
FFF F F V
1) P ∨ Q, P → R, Q → R B R 7) P ∧ Q, P ∧ R, Q → R B R
2) P → Q, Q → R B R → P 8) P → Q, Q → R B P ∧ R
3) P ↔ Q, Q ↔ R B R ↔ P 9) P ↔ Q, Q ↔ R B P ∨ R
4) P ∨ R B Q → P 10) P ∨ R, Q B Q → P
5) P ∧ Q, R B R → Q 11) P → Q, R B Q → R
6) P → Q B R ∨ Q 12) P → Q, R B R → Q
P Q ¬(P ∧ Q) B ¬P ∨ ¬Q
VV F V F F F
VF V F F V V
FV V F V V F
FF V F V V V
P Q ¬(P → Q) B P ∧ ¬Q
VV F V V F F
VF V F V V V
FV F V F F F
FF F V F F V
P Q P → Q B ¬P ∨ Q
VV V F V V
VF F F F F
FV V V V V
FF V V V F
Argumento:
O livre-arbítrio é possível ou a nossa vida é uma ilusão.
Se o livre-arbítrio for possível, a nossa vida não é uma ilusão.
Logo, a nossa vida não é uma ilusão.
Interpretação:
P = O livre-arbítrio é possível.
Q = A nossa vida é uma ilusão.
Forma argumentativa:
P ∨ Q, P → ¬Q B ¬Q
Inspector de circunstâncias:
P Q P ∨ Q, P → ¬Q B ¬Q
VV V V F F F
VF V V V V V
FV V F V F F
FF F F V V V
4) Não é verdade que a vida faz sentido se, e só se, Deus existe.
A vida faz sentido.
Logo, Deus não existe.
1. Amanhã vou fazer duas coisas: vou à praia ou leio um livro; e vou ao
cinema.
2. Amanhã tenho duas alternativas: posso ir à praia; ou então leio um
livro e vou ao cinema.
Interpretação:
1. (P ∨ Q) ∧ R
2. P ∨ (Q ∧ R)
1. (P ∨ Q) ∧ R, R → S B S
2. P ∨ (Q ∧ R), R → S B S
Para testar a validade das formas dadas tanto podemos fazer dois inspec-
tores de circunstâncias como podemos usar o teste rápido de validade.
Por vezes, nenhuma das interpretações torna o argumento em causa
válido; ou ambas as interpretações tornam o argumento válido; ou até pode-
mos querer conhecer a forma lógica de uma dada afirmação que não foi
proferida num contexto argumentativo. Nesse caso, temos de nos guiar pela
interpretação mais plausível, dado o restante conhecimento das coisas.
Interpretação
P: Deus existe.
Q: O mal é uma ilusão.
R: Os teístas estão enganados.
1. (P ∧ Q) ∨ R
2. P ∧ (Q ∨ R)
Interpretação
P: Deus existe.
Q: O mal é uma ilusão.
R: Os teístas estão enganados.
Formalização
(P ∧ Q) → R
P ∧ (Q → R)
Esta forma lógica não corresponde à afirmação dada, mas antes à afirma-
ção «Deus existe e se o mal é uma ilusão, então os teístas estão enganados».
Como se vê, esta afirmação é muito diferente da anterior.
Eis mais um exemplo: «Não é verdade que se Deus existe, a vida faz sen-
tido». A formalização correcta, atribuindo as variáveis apropriadamente, é
«¬(P → Q)», pois o que se está a negar é a própria condicional e não apenas a
sua antecedente. A formalização «¬P → Q» é incorrecta porque corresponde
à afirmação «Se não é verdade que Deus existe, a vida faz sentido». Como é
evidente, esta afirmação é muito diferente da anterior.
As proposições compostas podem tornar-se muito complexas. Eis um
exemplo: «Não é verdade que a vida faz sentido se, e só se, Deus não existe e
os teístas estão enganados». Dado o conteúdo da afirmação, a forma lógica
correcta é a seguinte:
Interpretação
Forma lógica
¬P ↔ (¬Q ∧ R)
¬(P ↔ ¬Q) ∧ R
2) Se não é verdade que Deus existe e é sumamente bom, a vida não faz
sentido.
Deus não existe ou não é sumamente bom.
Logo, a vida não faz sentido.
4) Não é verdade que nada vale a pena e se tudo é uma ilusão, nada vale
a pena.
Logo, não é verdade que tudo é uma ilusão.
7) Não é verdade que se a vida faz sentido, Deus não existe e os teístas
estão enganados.
Logo, a vida faz sentido.
1. Para uma forma ser inválida tem de haver circunstâncias nas quais as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Logo, temos de exa-
minar a circunstância na qual S é F.
2. Para que a segunda premissa seja V, R tem de ser F, dado que S é F.
3. Mas se R é F, a primeira premissa não pode ser V.
4. Logo, a forma argumentativa 1 é válida: não há qualquer circunstância
na qual as premissas sejam V e a conclusão F.
1. Para uma forma ser inválida tem de haver circunstâncias nas quais as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Logo, temos de exa-
minar a circunstância na qual S é F.
2. Para que a segunda premissa seja V, R tem de ser F, dado que S é F.
3. Mas a primeira premissa pode ser V, ainda que R seja F, dado que bas-
ta que P seja V.
4. Logo, a forma argumentativa é inválida: há pelo menos uma circuns-
tância na qual as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
P ∨ (Q ∧ R), R → S B S
V F F F F
[5 4 3 2 1]
P ∨ Q, P → R, Q → R B R ∨ S
F F F F F F F F
1. Para uma forma ser inválida tem de haver circunstâncias nas quais as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Neste caso, há duas
circunstâncias nas quais a conclusão é falsa: I) quando R é V e S é F; II)
quando R é F e S é V. Comecemos pela circunstância I.
2. Sendo R V, a segunda e terceira premissas são V independentemente
do valor de verdade de P e Q.
3. Para que a primeira premissa seja V é necessário que P ou Q seja V.
Ora, nós podemos atribuir V a P ou Q ou aos dois. Nesta circunstância,
todas as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
4. Logo, a forma argumentativa é inválida e não é necessário explorar a
circunstância II.
1. Para uma forma ser inválida tem de haver circunstâncias nas quais as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Neste caso, há 3 cir-
cunstâncias nas quais a conclusão é falsa: I) P é F e R é V; II) P é V e R
é F; III) tanto P como R são F. Comecemos por I.
2. A falsidade de P garante a verdade da primeira premissa.
3. A verdade de R garante a verdade da segunda premissa.
4. Nesta circunstância, as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa.
5. Logo, a forma argumentativa é inválida e não é necessário explorar as
circunstâncias II e III.
1. Para uma forma ser inválida tem de haver circunstâncias nas quais as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Neste caso, há 2 cir-
6. Variáveis de fórmula
A→B
Logo, ¬B → ¬A
A = (P ∨ R)
B = ¬(Q ∨ P)
A→B
A
Logo, B
A = ¬P
B=Q
2) (P ↔ Q) → (R ∧ S) 4) ¬(P ∧ Q) → (R ∨ S)
R∧S ¬(P ∧ Q)
Logo, P ↔ Q Logo, R ∨ S
7. Formalização
Alguém duvida que a nossa vida seja uma ilusão? É que, no que respeita
ao livre-arbítrio, só há duas alternativas: ou é realmente possível ou a nossa
vida é uma completa ilusão.
PQ P?Q
VV ?
VF F
FV F
FF ?
PQ P?Q
VV V
VF F
FV F
FF V
livro» tem de ser interpretada como uma forma económica de dizer «Dou-te
um livro se, e só se, te portares bem».
Evidentemente, este processo é complexo, exige um domínio razoável da
lógica elementar e uma forte intuição lógica. Não é isto que se exige neste
manual, mas é bom ter consciência de que o que estamos a estudar agora são
as bases para que, no futuro, se possa fazer isto.
Para ajudar a dar os primeiros passos, os exercícios do manual, tal como
os exercícios complementares que apresentamos a seguir, são versões muito
simplificadas de formalizações. São simplificadas porque os argumentos dados
para formalizar já estão semi-formalizados.
4) Uma condição suficiente para ter direito à vida é querer viver. Ora,
um feto não quer viver, porque não é consciente. Logo, os fetos não
têm direito à vida.
8. Derivações
1. P∧Q Premissa
2. P 1, elim. da conjunção
3. P∨R 2, intro. da disjunção
1. P → (R ∨ S) Premissa
2. ¬R ∧ ¬S Premissa
3. ¬(R ∨ S) 2, De Morgan
4. ¬P 1, 3, modus tollens
1. ¬(¬P ∧ Q) Premissa
2. ¬P ∧ R Premissa
3. ¬¬P ∨ ¬Q 1, De Morgan
4. ¬P 2, elim. da conjunção
5. ¬Q 3, 4, silogismo disjuntivo
1. P∨Q Premissa
2. P→R Premissa
3. ¬R → ¬ Q Premissa
4. ¬R Premissa da redução
5. ¬P 2, 4, modus tollens
6. Q 1, 5, silogismo disjuntivo
7. ¬Q 3, 4, modus ponens
8. Q ∧ ¬Q 6, 7, intro. da conjunção
9. R 4, 8, redução ao absurdo
1. ¬(P ∨ Q) Premissa
2. ¬P → R Premissa
3. ¬R Premissa da redução
4. ¬¬P 2, 3, modus tollens
5. ¬P ∧ ¬Q 1, De Morgan
6. ¬P 5, elim. da conjunção
7. ¬¬P ∧ ¬P 4, 6, intro. da conjunção
8. R 3, 7, redução ao absurdo
1. ¬(P → Q) Premissa
2. P → ¬R Premissa
3. R Premissa da redução
4. P ∧ ¬Q 1, neg. da condicional
5. P 4, elim. da conjunção
6. ¬R 2, 5, modus ponens
7. R ∧ ¬R 3, 6, intro. da conjunção
8. ¬R 3, 7, redução ao absurdo
1) P ∧ Q, (P ∨ R) → S A S
2) Q → R, ¬(¬P ∧ ¬Q), ¬R → ¬P, A R
3) R, P → (¬R ∨ ¬S), S A ¬P
4) ¬R → P, ¬(P ∨ Q), S A R ∨ Q
5) ¬(¬P ∧ Q), R, R → ¬P A ¬Q
6) S → ¬P, ¬(P → Q), ¬S → ¬R A ¬R
7) ¬(S → P) → ¬P, ¬(¬P ∨ ¬Q), Q → (S → P) A S → P
8) (Q → P) ∧ S, S → (P → R) A ¬R → ¬Q
9) ¬(¬R ∨ ¬S) → ¬P, R, S A ¬P ∧ S
10) ¬(P → ¬Q), ¬(R ∧ S) → ¬Q A R
11) P ∨ (¬R → Q), P → Q, ¬Q ∧ S A ¬Q → R
12) (P → Q) ∨ (Q ∨ R), (¬Q → ¬P) → R, ¬R → ¬(Q ∨ R) A R
Capítulo 3
Falácias informais
• Falso dilema
• Derrapagem
• Apelo à ignorância
• Petição de princípio
• Regressão infinita
• Apelo ao povo
• Apelo à misericórdia
A neve é branca.
Logo, Sócrates era um filósofo.
Este argumento não nos dá boas razões para aceitar a sua conclusão. Mas
daqui não se segue que a conclusão é falsa. A conclusão é, de facto, verda-
deira — porque há outros argumentos que nos dão boas razões a favor desta
conclusão.
2) A vida é sagrada.
Se a vida é sagrada, o aborto é um assassínio.
Logo, o aborto é um assassínio.
2*) O aborto é um assassínio.
Logo, não deve ser permitido.
Nota final
Os problemas
Como se vê, este tipo de resposta exige uma articulação de ideias que as
respostas às Questões de Revisão não exigem. É necessário compreender a
matéria dada no manual, mas é também necessário pensar e depois saber
organizar uma resposta articulada.
E como se aprende a fazer isto? Praticando; pensando; comparando res-
postas de diferentes colegas; discutindo as respostas com o professor. Não há
receitas automáticas para aprender a fazer filosofia, tal como não há receitas
automáticas para aprender a fazer seja o que for. Há algumas técnicas, e há
alguns elementos firmes que temos de dominar, mas depois é necessário ser
criativo e caminhar pelos nossos próprios pés.
Uma das técnicas que nos pode ajudar a responder correctamente aos
Problemas é pensar no seguinte: «Que elementos da matéria dada são rele-
vantes para responder ao Problema?» No exemplo dado, verifica-se que os
elementos fundamentais para dar uma resposta correcta se encontram no
manual:
• Uma frase pode ter valor de verdade ainda que ninguém saiba qual é;
• Uma frase exprime uma proposição desde que tenha valor de verdade
Como se vê, as duas respostas são opostas. Mas ambas estão correctas.
Porquê? Porque ambas articulam os elementos essenciais necessários para
uma resposta correcta; porque nenhuma delas comete falácias evidentes;
porque ambas justificam de forma sólida e sóbria o que defendem.
Assim, muitos dos problemas admitem mais de uma resposta correcta.
Mas daqui não se segue que tudo é subjectivo e que se pode dizer tudo.
Algumas respostas são erradas:
Esta resposta está errada porque não é articulada, não justifica o que
defende, não revela qualquer reflexão pessoal e nem sequer uma compreen-
são mínima da matéria dada. O facto de concordar é irrelevante. Se discor-
dasse mas tivesse a mesma falta de articulação, justificação, reflexão e
compreensão, a resposta estaria igualmente errada.
3. Actividades