MIN 225
Estabilidade de Escavações
Subterrâneas
• Enchimento
à medida que o material útil vai sendo extraído, o vazio
formado é preenchido com outro material, de forma a
promover a sustentação do teto. O desmonte da face é
integral e a frente se desloca paralelamente a si
mesma, sendo acompanhada a certa distância pelo
enchimento. O teto na frente de trabalho é
normalmente sustentado com estruturas apropriadas
para evitar a eventual queda de blocos mais ou menos
soltos ("chocos").
Princípios fundamentais
da lavra subterrânea
• abatimento controlado do teto
com o avanço da frente de lavra, em vez
de se processar a sustentação com o
enchimento, provoca-se o seu
desabamento, a uma distância
controlada da frente, dissipando-se
parte da energia armazenada no
maciço. Além disto, a rocha desabada
empola, o que inibe a propagação do
abatimento, a partir do momento em
que os blocos começam a exercer
reações apreciáveis sobre o teto,
favorecendo a sua sustentação.
Escavações Subterrâneas
DEMIN/EM/UFOP
MIN 225
Estabilidade de Escavações
Subterrâneas
Introdução
• Economia,
Tensão:
• relacionada à tendência de deslocamento
relativo das partículas de um corpo, em
função de solicitações externas;
• grandeza que depende do plano
considerado;
• dimensionalmente, é igual a pressão.
Tensões - introdução
• Maciços rochosos: comportam-se como
descontínuos; meios anelásticos.
• K = H / p
y = profundidade
Estimativa de tensões laterais
H = K p
K = /(1-)
• Abandono de pilares
• Enchimento
Estudo de viabilidade.
Introdução
Centros urbanos ou a outros recursos naturais
Mineração considerados à época e local de interesse pela
sociedade.
Conflitos inevitáveis
Terra
Distúrbio no meio ambiente Água
Ar
Introdução
Métodos de extração e beneficiamento
Clima
Topografia
Aceitáveis
Prevenção
Restauração
Gerar incômodos
erosão
poluição da água e ar, poluição sonora,
vibrações no solo,
emissão de ondas de choque, alterações
da paisagem, desmatamento, etc.
Introdução
Locais e de curto prazo
Nacionais e longo prazo
Desenvolvimento econômico
Papel do governo
Proteção ambiental
MINERAÇÃO
Sustentabilidade
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ambiental
DEGRADAÇÃO DO TERRENO
Mineração subterrânea
Extração
Beneficiamento
Deposição de rejeitos
Recuperação Chave
Projeto inicial
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento sustentável
Poluição
Desperdício
Direta ou indiretamente
A segurança e o bem estar da população;
as atividades sócio econômicas
a biota;
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente
a qualidade dos recursos ambientais
Legislação
Recuperar Reabilitar o meio ambiente
Recuperação de áreas
degradadas
97.632 (1989).
Legislação
• Decreto 97.632, de 10.04.1989.
Recuperação objetiva
Artigo 3o
Antecipo os impactos
PLANEJAMENTO
• Rigidez locacional
• sólidos sedimentáveis
•Turbidez
Indicadores na qualidade das
águas •Sólidos dissolvidos
•pH
•Outros fatores (oxigênio, oleos, graxas
Impacto sobre as águas
Tabela: Impactos clássicos sobre a qualidade das águas nas diversas fases de
um empreendimento mineiro.
PESQUISA MINERAL
Tipo Causa do impacto Parâmetro gerador
Sondagem rotativa ou Arraste, por água pluvial, Incremento de turbidez e
percussão de partículas finas das de sólidos sedimentáveis
estradas e pátios de
trabalho.
Sondagem e Revolvimento e
amostragem de grandes turbilhonamento de áreas
volumes por dragas alagadas e leitos de
curso d’água
Impacto sobre as águas
LAVRA
Subterrânea Arraste de partículas finas das Incremento de turbidez de
áreas de acesso por águas sólidos sedimentáveis e de
pluviais, solubilização de estéril sólidos dissolvidos.
pelo contato com o sistema (modificações de pH,
ar/agua incremento de metais, sulfetos,
arsênio)
Desmonte hidráulico Aporte de partículas finas por Incremento de turbidez e,
arraste pluvial e lançamento do sólidos sedimentáveis.
estéril sob a forma de polpa nas
coleções hídricas
Dragagem aluvionar Revolvimento e turbilhonamento Incremento de turbidez e de
das margens e fundo das sólidos sedimentáveis
coleções hídricas, lançamento
de estéril na forma de polpa
A céu aberto em bancadas Arraste de partículas finas das Incremento de turbidez e de
áreas decapeadas (mina, sólidos sedimentáveis, pH e
estradas, depósito de estéril, outros compostos dependem da
pilhas) por água pluvial mineralogia
Impacto sobre as águas
BENEFICIAMENTO
Tipo Causa do impacto Parâmetro gerador
Classificação, cominuição e Carreamento do rejeito por Incremento na turbidez e nos
cata manual água pluvial sólidos sedimentáveis. Outros
compostos dependem da
mineralogia
Classificação, cominuição, Lançamento de rejeitos Aumento da turbidez e dos sólidos
concentração magnética sob a forma de polpa sedimentáveis. Pelo tempo de
e eletrostática nos cursos d’água contato entre o minério e água
do processo pode ocorrer
solubilização de minerais
Flotação e desaguamento Lançamentos de rejeitos Aumento da turbidez e de sólidos
sob a forma de polpa sedimentáveis. Possibilidade de
nos cursos d’água com solubilidade de minerais.
insumos químicos Presença na água de coletores,
incorporados. depressores, moduladores de
pH e floculantes
Hidrometalurgia Lançamento de extratos Incremento de sólidos dissolvidos.
líquidos. Adição de Presença de metais.
insumos químicos Modificações no pH
Impacto sobre as águas
Sistemas de controle de impactos
• Sistemas de drenagem
• Pilhas de estéril
• Barragem de rejeitos
• Monitoramento de obras
2) Adequação de pH
3) Flotação de Precipitados
8) Tratamento Biológico
Monitoramento
Impacto sobre as águas
Sistemas de controle de impactos
4) Degradação Química
– Origem antrópica
• os compostos de enxofre, de carbono, de
nitrogênio as, substâncias radioativas, os metais
pesados, o material particulado e os oxidatos
fotoquímicos).
Impacto sobre o ar
• Fontes de poluição do ar mineração
– Emissão de poeira nas estradas de acesso e lavra das minas.
– Emissão de gases e particulados pelas chaminés das
instalações de beneficiamento.
– Formação e emissão de poeira por arrasto eólico nas pilhas de
estéril e substâncias minerais, em caminhões e vagões, nas
estradas.
– Liberação de gases em minas subterrâneas.
– Liberação de vapores resultantes do processo de limpeza e
desengraxe de peças e máquinas por utilização de solventes e
detergentes industriais nas áreas de manutenção.
– Emissão de gases e partículas decorrentes da combustão de
motores dos equipamentos, veículos leves e das caldeiras.
Impacto sobre o ar
• Fontes de poluição do ar mineração
– Formação de poeiras e gases pela desagregação mecânica, pela
ação de perfuração, escavação, britagem, peneiramento e pontos de
transferência.
Área de
influência
• Identificação dos poluidores
•Caracterização das fontes
1) Aspersão de água
•Aspersão de água.
Impacto sobre o Ar
Métodos de controle de poluição do ar
6) Cinturão verde
• Reduz o impacto visual
• Redução da poluição
Monitoramento
Impacto sobre solo
Mineração
Alterações na paisagem
– Biológicos
• flora e fauna
– Sócio-econômicos da região
Recuperação de áreas
• Metas e objetivos
degradadas
– A curto prazo:
– recomposição da topografia do terreno;
– controle da erosão do solo;
– re-vegetação do solo;
– correção dos níveis de fertilidade do solo;
– amenização do impacto na paisagem;
– controle da deposição de estéreis e rejeitos.
– A médio prazo
– surgimento do processo de sucessão vegetal;
– reestruturação das propriedades físicas e químicas do solo;
– ocorrência de reciclagem dos nutrientes.
– reaparecimento da fauna.
– A longo prazo
– Auto-sustentação do processo de recuperação;
– Inter-relacionamento dinâmico entre solo-planta-animal;
– Utilização futura da área.
Recuperação de áreas
degradadas
1) Recomposição topográfica e paisagistica
Relevo final
• Melhorias paisagísticas
• Estabilizar solos e taludes
• Possibilitar uso futuro pretendido
Recuperação de áreas
degradadas
2) Recolocação da camada vegetal
Operações de
gradagem
Semeadura
Recuperação de áreas
5) Re-vegetação
degradadas
Re-implantação de vegetais
na área
Escolha da vegetação
6) Manutenção
Recuperação de áreas
degradadas
Uso da área recuperada
Degradar novamente
Papel do governo
• Estabelecer medidas que desestimulem as atividades de
produção e de consumo negativas e estimule aquelas que
geram externalidades positivas.
Como defini-lo ?
Qual o período de tempo a ser analisado?
Quem são os responsáveis pela sua
existência?
Quem deve pagar por este passivo? ?
Recuperação de áreas
Economia ambiental
degradadas
Passivo ambiental
• Garimpos
Forças de mercado
Preço dos bens e serviços
Objetivo
•Critérios ambientais as decisões de produção e de consumo
buscando a redução das externalidades
negativas
minimizando falhas de alocação de mercados
Recuperação de áreas
Certificação
degradadas
As normas ISO 14001 e a ISO 14004 definem Aspecto Ambiental
como “um elemento da atividade, produto e serviço de uma organização
que pode interagir com o meio ambiente de forma benéfica ou adversa”.
Desmatamentos e queimadas
Mortalidade da ictiofauna
Subsidência
Março/2009
Sumário
• Introdução
• Tipos de impacto
• Tipos de subsidência
• Fases de subsidência contínua
• Subsidência Residual
• Mitigação do Impacto
• Estudos de Caso
• Bibliografia
Introdução
A execução de escavações para a extração de minério é
uma alteração no meio ambiente.
A lavra subterrânea geralmente tem um menor impacto
que a lavra a céu aberto, mas as aberturas subterrâneas
podem:
S = a m cos
Se cos = 0 -------------S = a m
Largura crítica:
wc = 1,4 h
h é a profundidade de trabalho.
Fases de subsidência
• Crítica
• Sub-crítica
• Supercrítica
Mina de Germunde, Portugal
Mina de Kiruna
(Suécia)
Subsidência (aluimento)
Fato essencial: qualquer ponto na
superfície pode continuar a subsidir por
um tempo ao longo da extração dentro
de uma área crítica abaixo deste ponto.
Além da “subsidência ativa”, pode haver
uma subsidência algo dependente do
tempo, devido a fenômenos como a
consolidação ou o comportamento
visco-elástico dos estratos, que
continuam a existir depois de o ponto
não estar tão distante da zona de
influência da face escavada
(“subsidência residual”).
Há de se prever então um monitoramento
dessa situação.
Detecção e Mitigação
• Técnicas de detecção do fenômeno: da
instalação de marcos topográficos à
utilização de extensômetros, tiltímetros,
inclinômetros ou sensoriamento remoto.
• O custo de medidas preventivas é
usualmente menor que aquele para
reparar danos quando não são tomadas
as devidas precauções.
MEDIDAS PARA LIMITAR
EFEITOS DE SUBSIDÊNCIA
Extração Parcial
• Métodos Analíticos
Assimilando-se o comportamento dos
maciços rochosos a modelos físicos
simplificados (elásticos, elasto-plásticos,
visco-elásticos etc) e utilizando-se as
respectivas teorias matemáticas.
Referências
• CURI, A. “Análise e Mitigação do Impacto Ambiental devido à Subsidência em Minas
Subterrâneas”. Tese de Doutoramento. Universidade Técnica de Lisboa. Inst.
Superior Técnico. Lisboa. 208 pp. 1995.
• KANJI, M. A. “Surface displacement as a consequence of excavation activities”.
Proceedings fourth Congress of International Society for Rock Mechanics. ISRM,
vol.3, pp. 345-368. Montreaux, 1979.
• MELLO MENDES, F. “Geomecânica Aplicada à Exploração Subterrânea ”. Instituto
Superior Técnico. UTL. 346 pp. Lisboa, 1985.
• PENG, S. S. 1992. Mining Subsidence Engineering. AIME. Soc. Min., Met. Explor.
EUA. 161 pp.
• SING, B.; SAXENA, N. C. “ Land Subsidence ”. Internacional Symposium of Land
Subsidence. Central Mining Research Station. Dhanbad (Índia), 1989.
• VOIGTH, B.; ASCE, A. M.; PARISEAU, W. “State of Predictive Art in Subsidence
Engineering”. Journal of the Soil Mechanics and Foundations Division 96. pp. 721-
750. March 1970. CURI, A Análise e Mitigação do Impacto Ambiental devido à
Subsidência em Minas Subterrâneas. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto
Superior Técnico. (Tese de Doutorado), 208 p. 1995.
• JAEGER, J. C.; COOK, N. G. W. Mining and Engineering Applications. Chapman and
Hall. 3 ed., p. 505-515. 1979.
• LINKOV, A. Rockbursts and the instability of rock masses. International Journal Rock
Mechanics, Mining Sciences & Geomechanics Abstracts, v. 33, n. 7, p. 727. 1996.
• RIDEG, P.; EYNON, P. Controle de Subsidência no Dimensionamento de Minas.
Seminário Nacional sobre Mina Subterrânea, 2. Porto Alegre, 14 p. 1982.
• SILVEIRA, T. Técnicas de Sustentação em Minas Subterrâneas. UFOP, p. 1-26.
1987.
• VANDALE, A E. Subsidence - A Real or Imaginary Problem? Mining Engineering,
p.86 – 88, sep/1967.
DEMIN/EM/UFOP
Estabilidade de Escavações Subterrâneas –
MIN 225
março/2009
Prof José Margarida da Silva
Introdução de:
• enchimento (pastefill),
• monitoramento topográfico a laser,
• aumento da mecanização e automação das
operações.
Sustentação de Escavações
Subterrâneas
Sumário
• Definições e terminologia
• Generalidades
• Papel do Suporte
• Projeto de Suporte
• Histórico
• Classificação de Estruturas
• Curva característica
• Materiais
Definições; terminologia
• “escoramento” ou
“sustentação” -
engloba uma série
de técnicas que
utilizam elementos
de madeira,
metálicos ou de
concreto (armado ou
não), destinados a
aumentar a
segurança de
cavidades.
Definições; terminologia
• Sistemas de escoramentos:
podem ser desde simples
elementos isolados
(destinados a segurar blocos
individualizados) até
revestimentos completos da
periferia dos vazios (se a
rocha que os circunda é pouco
coerente ou se encontra muito
fraturada).
• Rock support: elementos
externos;
• rock reinforcement: elementos
internos.
Terminologia
Estrutura
Revestimento
• aço,
• madeira,
• argamassas (concreto e/ou resinas sintéticas),
• blocos de rocha,
• Alvenaria
• ou combinações destes.
Principais critérios de seleção
• resistência à tração e à compressão;
• incombustibilidade;
• adaptabilidade a perfis curvos;
• custo (instalação e manutenção);
• durabilidade;
• deformabilidade;
• possibilidade de reutilização;
• necessidade de mão-de-obra especializada .
Referências Bibliográficas
Ayres da Silva, L. A. & Hennies, W. T. 1995. Abertura de Vias Subterrâneas.
USP.
Ayres da Silva, L. A; Hennies, W. T. 1988. Abertura de Vias Subterrâneas -
Escoramento em Vias Subterrâneas. EPUSP. 73pp.
BIRON, C., ARIÔGLU, E. 1983. Design of Supports in Mines. Wiley & Sons.
BRADY, B. H. G. e BROWN, E. T. 1985. Rock Mechanics for Underground
Mining. London. George Allen & Unwin.
Brasil Mineral, maio 1984.
Carnero, L. T. C.; Fujimura, F. 1995. Mecânica de Rochas Aplicada ao
Dimensionamento do Sistema de Atirantamento em Minas Subterrâneas.
EPUSP, 33pp.
Hoek, E. & Brown, E. T. 1980. Underground Excavations in Rock.
HOEK, E.; KAISER, P. K.; BAWDEN, W. F. 1995. Support of Underground
Excavations in Hard Rock.
HOEK, E. T. & BROWN. 1980. Underground Excavations in Rock. IMM.
London. George Allen & Wyin.
KAISER, P. K. & Mc CREATH. 1992. Rock Support. Proceedings of the
International Symposium on Rock Support. Balkema. Rotterdam.
MENDES, F. M. 1985. Geomecânica Aplicada à Exploração Mineira
Subterrânea. Instituto Superior Técnico. Lisboa.
SILVEIRA, T. 1987. Técnicas de Sustentação em Minas Subterrâneas.
UFOP. Ouro Preto.
Silva, J. M.; Terra, K. L. M.; Lima, C. A 1998. Tendências no Atirantamento
Subterrâneo. Brasil Mineral, dez/98.
SUPORTES CONTÍNUOS
(REVESTIMENTOS) E
TRATAMENTO (REFORÇO)
DE ESCAVAÇÕES
SUBTERRÂNEAS
d = R [K/(K-2 p)] ½ – 1
d - espessura (m)
R - raio interno útil do poço (m)
K - limite de resistência à compressão da alvenaria (kgf/cm 2)
p - pressão da rocha (kgf/cm2)
Concreto projetado
• largamente usado em obras civis e de mineração
(revestimento de túneis, galerias, reservatórios,
recuperação de estruturas de alvenaria etc).
Suportes Descontínuos
(e Ancoragens)
Sumário
• Introdução
• Definições
• Tipos de suportes
• Pilares Naturais
• Esteios (madeira, metálicos, hidráulicos)
• Pilhas (fogueiras, baterias, suportes auto-
marchantes, pilares artificiais);
• Ancoragens
• Bibliografia
Sustentação de Escavações
Dimensionamento
de pilares e das câmaras
(Hoek e Brown, 1980)
Dimensionamento de pilares
• um estudo relativamente novo (pouco mais de quatro
décadas), com pesquisas de Salamon, Holland,
Bieniawski, Peng e outros.
• Abrangência lavra subterrânea: EUA – 33% da
produção.
• mineração do carvão - como acontece com mineração
subterrânea como um todo, dificuldade de se conseguir
a documentação dos casos no Brasil é grande.
• Quanto maior o fator de segurança, maior a vida útil
(lifetime).
• Peng (2007: importa numericamente o fator de
segurança, menos o valor do carregamento sobre o pilar
e a resistência do pilar.
Dimensionamento de pilares
Fatores na estabilidade do arranjo de pilares
• Largura da escavação, largura do pilar, altura do
pilar.
Outros fatores:
• custo da informação (realização de ensaios),
• método de lavra,
• tipo de abertura (sua vida útil),
• confiabilidade dos resultados (por exemplo, as
condições de confinamento do corpo de prova).
Diferentes expressões analíticas de resistência de
pilar; todas partem da teoria da área tributária.
Esteios
• Elemento de sustentação vertical entre a soleira
e o teto.
Dificuldades
minas de fosfato (Tunísia)
• uso e manutenção tem efetivo numeroso e
mal formado,
• dificuldades de comunicação,
• más condições do local de trabalho ->
baixa produtividade, paradas.
Lavra por longwall
Exemplos de aplicação
Cambotas: Mina da Caraíba, cobre (BA) – Silva, G. E.
(1993).
Tirante;
Chumbador;
Cavilha.
Comportamento estrutural:
ANCORAGEM ANCORAGEM
MECÂNICA QUÍ MICA
Parafuso Parafuso de Parafuso Parafuso Parafuso Ancoragem com Ancoragem com Ancoragem com cable
cimento (passivo)
de Cunha coquilhas "split set" "swellex" "worley" resina (ativo) resina (ativo/passivo) bolt
.
Ancoragem mecânica
- Parafuso de coquilhas expansíveis
- Parafusos de atrito
• Split set (cavilha)
• Swellex (tirante expansivo)
• Worley
Diagrama do Swellex com placa de apoio (rocscience, 2007)
Split-set
TIRANTES ANCORADOS COM
CARTUCHOS DE CIMENTO
• Uso de cartuchos de cimento -- > dificuldades na injeção da
argamassa no furo, após colocação do tirante, no método
convencional.
Limitações:
• o tempo de cura é de duas horas;
• a necessidade de armazenamento adequado dos
cartuchos;
• o tempo de estocagem dos cartuchos é limitado (6
meses).
Ancoragem com
cartuchos de cimento
Vantagens relativas:
• capacidade de ancoragem de três a cinco vezes maior
do que a ancoragem mecânica puntual do tipo “split-set”;
• diâmetro do furo para instalação, no mínimo, 20% menor
do que exigido pelo “split-set” (economia na furação);
• instalação sem grande rigor no controle do diâmetro do
furo;
• barra de aço utilizada fica protegida da corrosão;
• não é afetada por vibrações ou choques;
• os tirantes, uma vez atingido seu tempo de cura, podem
ser protendidos em caso de necessidade;
• não implica alteração na rotina dos trabalhos
subterrâneos.
PINOS DE MADEIRA (“DOWELS”),
COM INJEÇÃO DE RESINA
• Pesquisa em 1992:
• 1992 - 42 de 71 minas utilizavam furos longos (60%); 52
minas utilizavam cable bolts (70%), 62 usavam
coquilhas (80%),
• método mais usado long hole*; maioria da produção
room and pillar
• 89% das minas com procedimentos escritos, 73% com
equipes específicas para cable bolt
• Maioria das minas que usam cabos: produção de 1000 a
4000t/dia; 80% avaliavam a técnica como satisfatória
• Custo de U$ 23 +-6,6/m (perfuração e instalação)
Cable bolt no controle da diluição
• Lacourt, 2007:
• Uso na lavra de veios estreitos – open stopes –
Mineração Novo Astro - cabos de 4 a 8m de
comprimento;
MIN 225
Prof José Margarida da Silva
Outubro/2008
Introdução
• O reforço de terreno com ancoragens tem
melhorado de tal forma que, nas últimas
três décadas, se tornou o método de
controle mais utilizado contra a
movimentação do terreno e prevenção de
queda de blocos de escavações mineiras.
Ancoragem mecânica
- Parafuso de ranhura e cunha
- Parafuso de coquilhas expansíveis
- Parafusos de atrito
• Split set (cavilha)
• Swellex (tirante expansivo)
• Worley
Ancoragens mecânicas
• Quanto a ancoragens mecânicas, em rochas
menos resistentes (mais macias), a efetividade
é reduzida pelo esmagamento local da rocha.
Desvantagens
• Uso de perfuratriz percussiva;
• Controle do diâmetro
Parafuso de ranhura e cunha
Parafuso de coquilhas
• Ancoragem puntual
• fabricada com aço com “efeito mola”,
apresentando a vantagem da simplicidade
de aplicação dentro da vida útil projetada.
Vantagem relativa
• Uso de perfuratriz rotativa;
• Possibilidades: mais pontos de
ancoragem, uso de injeção.
Parafuso split-set
• Mais baratos e fáceis de se instalar;
• Suporte provisório;
• Capacidade de carga 4 a 5tf.
• vida útil de cerca de 2 anos, enquanto a ancoragem com
cimento ou resina tem cerca de 20 anos.
• Custo relativo - ancoragem com resina é cerca de duas
vezes a ancoragem com split-set.
• Não protegido da corrosão (em ambiente mais úmidos,
sofre oxidação em 90 dias – Stimpson, 1998).
• Mount Isa, Gwallia (Austrália), Turmalina, Santa Isabel,
Lamil, Esperança e outras (Brasil)
Parafuso expansivo
Swellex
• suporte imediato em rocha dura;
• comprimentos disponíveis de 1,2 a 1,8m,
• capacidade de carga até 10tf, com 50cm de
coluna;
• vantagem relativa ao split set - pode ser pré-
tensionado (trabalhar como suporte ativo);
• comparação com parafuso com resina - mais
caro no custo de aquisição, mais barato no
custo global, pois diminui o ciclo operacional,
• não é afetado pela pressão d’água (que pode
retirar a resina), mas necessita de rigor no
diâmetro do furo como o de resina.
Parafuso expansivo
Utilização
Crixás (AngloGold, ouro, GO), Baltar (Votorantim,
calcário, SP), Ipueira (Ferbasa, cromita, BA),
Urucum (RDM, manganês, MS), Morro da
Fumaça (Nitroquímica, fluorita, PR), testes em
Criciúma (SC - minas de carvão), Morro Agudo
(Paracatu, zinco, MG) no Brasil,
Kemi (Finlândia),
Cayeli (Turquia).
Parafuso expansivo
• Aplicável com telas;
• instalação em menos de 1min,
• tempo de cura nulo;
• alongamento possível de até 30%;
• pressão da água de injeção de 30 a
40MPa.
Atirantamento com Swellex
Instalação:
Swellex instalado
dentro do padrão, ou
seja, expandiu
totalmente dentro do
furo, instalado
perpendicular às
paredes da galeria e
chapa totalmente em
contato com a rocha.
Parafuso expansivo (2)
Hydrabolt
• apresenta capacidade de carga na faixa
de 7 a 11tf;
• diâmetros usuais são 16, 17, 19, 21 e
25mm;
• instalação é feita com equipamento
próprio da mina, ganhando-se em rapidez;
• disponível em comprimentos de 1,5 a 4m.
Parafusos de atrito
Pena (2006) comparou custo de tirantes
mecânicos por atrito na Mina São Bento (ouro,
Santa Bárbara - MG):
• Split-set custa U$2/unidade, o Swellex,
U$15/unidade.
• A mina utilizava o Split-set como suporte
provisório e o Swellex de 1,8m de comprimento,
na faixa de 6.000 unidades instaladas/mês.
• Perseverance (Austrália) – friction bolts.
Preparação do arranjo de
suporte
Ancoragem Química
• As ancoragens com cartuchos à base de cimento e de
resina representam hoje uma ferramenta extremamente
útil na difícil tarefa de estabilizar aberturas
subterrâneas, sendo uma solução moderna, com
consideráveis vantagens técnicas e econômicas sobre
os sistemas mecânicos de ancoragem.
Vantagens:
Dados:
Diâmetro de Perfuração – 37mm
Diâmetro do Tirante – 1”
Comprimento – 3,20m
Carga de ruptura – 25t (Resina)
- 10t (Expansível)
Cabeamento
Frota:
1 Cabolt – SANDVIK
Dados:
Diâmetro de Perf . – 51mm
Diâmetro do cabo – 7/8”
Traço – 0,3 (W/C)
Carga de ruptura – 26t
Exemplo de sustentacao
Escavacao subterranea civil
• Tuns Park (Sidney, Australia) –
estocagem subterranea em cavernas
• Em 734 m de tunel, 3.000 tirantes,
3500m2 de tela, 20 quadros de aco
• (Gee e Wille, World Tunnelling, 2000)
Monitoramento de cable bolt
A unidade de monitoramento para instalação na ancoragem
com cabo compreende:
• um tubo projetado para se ajustar no furo realizado que
tem um colar em uma extremidade,
• um cabo adaptado para o preenchimento com argamassa
no centro do tubo,
• uma placa de base colocada firmemente contra o colar do
tubo adjacente à face da rocha,
• uma luva centralizadora do cabo dentro da placa e tubo,
• uma placa de medição alongada que tem um furo central
para inserção do cabo para firmar contra a placa e um
corte em ranhura situado a igual distância de cada lado
para permitir que a placa de medição gire se a rocha se
mover em relação ao cabo,
• uma braçadeira para fixação da placa de medição na
placa de base.
(Freepatentsonline.com.br, 2008)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIN 225
Prof José Margarida da Silva
Maio/2009
Sumário
• Conceitos Básicos
• Objetivos e premissas
• Monitoramento de tirantes
• Monitoramento de deslocamentos no
maciço
• Estudos de Caso
• Referências
Conceitos
O que pode ser monitorado numa mina subterrânea:
• ruptura da rocha no contorno da escavação;
• movimento ao longo de uma descontinuidade;
• deslocamento relativo entre dois pontos no contorno da
escavação (convergência);
• deslocamentos no interior do maciço, fora do contorno
da escavação;
• deslocamentos da superfície (subsidência);
• mudança da inclinação de um furo (desvio);
• nível de água, pressões neutras;
• mudanças (variações) de tensões (num pilar, por
exemplo);
• pressões normais e de água no enchimento;
• deformação do material de enchimento;
• eventos sísmicos; velocidades de propagação de ondas.
Conceitos
• registro contínuo ou periódico
de grandezas físicas
importantes à verificação da
estabilidade das cavidades
subterrâneas -> medição ->
instrumentação
• parte fundamental do
dimensionamento racional de
uma malha de atirantamento;
• aferição e otimização do
modelo proposto,
• detecção de problemas no
comportamento das
ancoragens,
• defeitos de instalação,
• controle de qualidade dos
materiais utilizados.
Projeto de monitoramento
Fatores no projeto de monitoração
• conhecimento geológico detalhado dos locais
instrumentados, associado ao conhecimento da
geologia regional do maciço.
• simplicidade dos instrumentos empregados,
tanto no que tange à operação quanto à
manutenção dos mesmos.
• minimização de sua interferência com as frentes
de produção, para que não haja um aumento
inaceitável dos custos operacionais.
Projeto de monitoramento
Características de um sistema
de monitoração:
• facilidade de instalação;
• adequada sensitividade,
• reproducibilidade;
• robustez, durabilidade;
• facilidade de leitura;
• mínima interferência com
operações de produção.
Sistema de monitoramento
Componentes de um sistema de monitoração:
• unidade de leitura (conversão dos dados para
uma forma possível de utilização);
• sensor (mudanças na variável monitorada);
• sistema transmissor (transmissão da saída do
sensor para a unidade de leitura - hastes, cabos
elétricos, entre outros).
PERFURABILIDADE
• posição e direção dos furos deve corresponder
exatamente à posição prevista no plano de
atirantamento.
• O comprimento e o diâmetro do furo deverão
estar rigorosamente dentro das especificações.
Arrancamento (Pull test)
• medição da resistência da
ancoragem, através de
teste em que o
deslocamento do
dispositivo de ancoragem
é medido como função da
carga aplicada ao tirante;
resulta na obtenção de
uma curva carga –
deslocamento;
• número mínimo de cinco
testes para um mesmo
maciço e condições de
instalação específicas;
• testes são destrutivos.
Teste: arrancamento de tirante (pull test)
Macaco Hidráulico
Operador da bomba.
Operador acionando a
bomba do macaco
hidráulico. São testados 3%
dos tirantes instalados.
(Votorantim)
Teste de arrancamento
• Aplicação de cargas crescentes ao
tirante, medindo-se as
correspondentes deformações, até que
a carga produza um deslocamento
maior que 40mm ou o escoamento ou
ruptura da haste.
• Leituras de carga e deslocamento em
incrementos de 500 kgf ou 5mm de
deslocamento (o que ocorrer
primeiro);
• velocidade de aplicação de carga na
faixa de 500 - 1000Kgf/min.
Perda de Protensão
Queda de protensão é
conseqüência de vários
fenômenos, como:
• escorregamento do
dispositivo de ancoragem
(ocasionado por
ancoragem mecânica
puntual em rochas
brandas, vibrações
causadas pelo desmonte,
fluência da rocha,
corrosão, entre outros);
• instalação inadequada.
Monitoração da tração deve
ser em cerca de um
tirante em cada 10 do
sistema de sustentação.
Células de carga
Equipamento:
• célula de carga.
• As células de carga
podem ser
mecânicas,
eletromecânica,
elétricas,
fotoelásticas.
• Medem deformação e
transformam em
saída de tensão.
Perda de Protensão
• Uma leitura deve ser feita imediatamente
após a instalação e algumas horas depois.
• Nas vizinhanças de uma face de
desmonte as leituras devem ser feitas em
intervalos de horas.
• Em outros casos onde a variação é
pequena (“áreas inativas”), as leituras
devem ser feitas em intervalos da ordem
de dias ou meses.
MONITORAÇÃO DO MACIÇO
• instalação de pinos
em pontos
selecionados no piso,
teto e paredes
laterais da galeria.
• Cada par de pinos,
diametralmente
opostos, constitui
uma base de
medição;
• Fio ínvar ou
alongâmetro
Extensometria
Extensômetro (strain gauge): transdutor
capaz de medir deformações de corpos.
Quando um material é deformado, sua
resistência elétrica é alterada, a fração de
mudança na resistência é proporcional a
fração de mudança no comprimento do
material.
• Se temos um fio metálico de resistência R e o mesmo
sofre uma deformação ΔR então a resistência muda de
um fator G vezes a deformação, onde G é chamado de
fator de medida.
• Para metais esse valor é de aproximadamente 2,
enquanto para semicondutores chega a 100.
• Vários modelos construtivos, dependendo da aplicação.
Extensometria
• medição do •
deslocamento relativo
entre um ponto no
interior do maciço e
um ponto no
perímetro escavado;
• aplicação de
extensômetros
simples ou múltiplos.
Extensômetros
ro 1
uie x po pi
E
Análise
• Quando a pressão de suporte interna pi, for menor
que a pressão de suporte crítica pcr, irá ocorrer a
ruptura e o raio rp da zona plástica ao redor do
túnel e dado por:
1
2 po k 1 cm k 1
rp ro
1 k k 1 pi cm
Análise
• O deslocamento radial total da parede do túnel é
dado por:
ro 1
2
rp
uip 21 po pcr 1 2 po pi
E r
o
Análise
• Vamos analisar agora as características da
deformação do maciço do túnel com a
aplicação do suporte.
• Em algumas estruturas rochosas complexas,
a rigidez e o tempo de instalação do reforço
tornam-se importantes e devem ser
compatíveis com a resposta do maciço
rochoso ou seja, com a curva de reação do
maciço.
Análise
• Se os tirantes são instalados após a
relaxação ocorrer e os tirantes não forem
suficientemente rígidos, deformações
plásticas no maciço podem continuar a
ocorrer, resultando em ineficácia do
atirantamento.
Princípio básico
• O tirante é um componente que serve para
evitar a progressão de deformações no maciço
rochoso, quando este sofre uma mudança do
seu estado de repouso, ou seja, como por
exemplo trabalhos de escavação para abertura
de galerias.
Exemplo Prático:Mina de Ouro
• Visando revisar e auditar os critérios de contenção atualmente em
execução, foi elaborado, para efeito inicial de comparação, uma
nova classificação geomecânica específica para a mina de ouro,
levando em consideração os principais parâmetros referentes a
estabilidade do maciço rochoso, que foram obtidos através da
descrição de testemunhos de sondagem, observações e
mapeamento de campo e retroanálises dos critérios de contenção
anteriormente aplicadas. Paralelamente, foram também utilizados
os sistemas de classificação de maciços rochosos, mundialmente
conhecidos como Q de Barton e RMR de Bieniawski, no intuito de
dar maior confiabilidade à classificação específica.
Exemplo Prático:Mina de Ouro
• Foram levados em consideração os seguintes parâmetros:
Grau de alteração;
Resistência a compressão uniaxial;
Presença de água;
Grau de fraturamento( fragmentação dos blocos;
Famílias de descontinuidades;
Evidências de tensão atuantes;
Padrão estrutural das litologias;
Persistência das descontinuidades;
Condições das paredes das descontinuidades;
Presença de zonas de cisalhamento (veios de quartzo e foliação
milonítica muito desenvolvida).
Exemplo Prático:Mina de Ouro
• Com base na descrição de furos e observações de
campo, foi verificado que o maciço rochoso pode
ser dividido, em classes, da seguinte maneira: