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Tipos de ancoragens

vantagens e desvantagens
relativas

MIN 225
Prof José Margarida da Silva
Outubro/2008
Introdução
• O reforço de terreno com ancoragens tem
melhorado de tal forma que, nas últimas
três décadas, se tornou o método de
controle mais utilizado contra a
movimentação do terreno e prevenção de
queda de blocos de escavações mineiras.
Ancoragem mecânica
- Parafuso de ranhura e cunha
- Parafuso de coqüilhas expansíveis

- Parafusos de atrito
• Split set (cavilha)
• Swellex (tirante expansivo)
• Worley
Ancoragens mecânicas
• Quanto a ancoragens mecânicas, em rochas
menos resistentes (mais macias), a efetividade
é reduzida pelo esmagamento local da rocha.

• Ancoragens mecânicas puntuais são um método


de suporte largamente utilizado, mas que vêm
sendo substituídas em todos os tipos de
condições de terreno pelas ancoragens em
coluna total com resina ou cimento.
Parafuso de cunha
Ancoragem em coluna parcial (puntual)

Desvantagens
• Uso de perfuratriz percussiva;
• Controle do diâmetro
Parafuso de ranhura e cunha
Parafuso de coqüilhas
• Ancoragem puntual
• fabricada com aço com “efeito mola”,
apresentando a vantagem da simplicidade
de aplicação dentro da vida útil projetada.
Vantagem relativa
• Uso de perfuratriz rotativa;
• Possibilidades: mais pontos de
ancoragem, uso de injeção.
Parafuso split-set
• Mais baratos e fáceis de se instalar;
• Suporte provisório;
• Capacidade de carga 4 a 5tf.
• vida útil de cerca de 2 anos, enquanto a ancoragem com
cimento ou resina tem cerca de 20 anos.
• Custo relativo - ancoragem com resina é cerca de duas
vezes a ancoragem com split-set.
• Não protegido da corrosão (em ambiente mais úmidos,
sofre oxidação em 90 dias – Stimpson, 1998).
• Mount Isa, Gwallia (Austrália), Turmalina, Santa Isabel,
Lamil, Esperança e outras (Brasil)
Parafuso expansivo
Swellex
suporte imediato em rocha dura;
comprimentos disponíveis de 1,2 a 1,8m,
capacidade de carga até 10tf, com 50cm de coluna;
vantagem relativa ao split set - pode ser pré-
tensionado (trabalhar como suporte ativo);
comparação com parafuso com resina - mais caro no
custo de aquisição, mais barato no custo global,
pois diminui o ciclo operacional,
não é afetado pela pressão d’água (que pode retirar
a resina), mas necessita de rigor no diâmetro do
furo como o de resina.
Parafuso expansivo
Utilização
Crixás (AngloGold, GO), Baltar (Votorantim,
SP), Ipueira (Ferbasa, BA), Urucum
(RDM, MS), Morro da Fumaça
(Nitroquímica, PR), testes em Criciúma
(SC), minas de carvão, Morro Agudo
(Brasil),
Kemi (Finlândia),
Cayeli (Turquia).
Parafuso expansivo
Aplicável com telas;
instalação em menos de 1min,
tempo de cura nulo;
alongamento possível de até 30%;
pressão da água de injeção de 30 a
40MPa.
Atirantamento com Swellex

Instalação:
Swellex instalado
dentro do padrão, ou
seja, expandiu
totalmente dentro do
furo, instalado
perpendicular às
paredes da galeria e
chapa totalmente em
contato com a rocha.
Parafuso expansivo
Hydrabolt
• apresenta capacidade de carga na faixa
de 7 a 11tf;
• diâmetros usuais são 16, 17, 19, 21 e
25mm;
• instalação é feita com equipamento
próprio da mina, ganhando-se em rapidez;
• disponível em comprimentos de 1,5 a 4m.
Parafusos de atrito
Pena (2006) comparou custo de tirantes
mecânicos por atrito na Mina São Bento (ouro,
Santa Bárbara - MG):
• Split-set custa U$2/unidade, o Swellex,
U$15/unidade.
• A mina utilizava o Split-set como suporte
provisório e o Swellex de 1,8m de comprimento,
na faixa de 6.000 unidades instaladas/mês.
• Perseverance (Austrália) – friction bolts
Preparação do arranjo de
suporte
Ancoragem Química
• As ancoragens com cartuchos à base de cimento e de
resina representam hoje uma ferramenta extremamente
útil na difícil tarefa de estabilizar aberturas
subterrâneas, sendo uma solução moderna, com
consideráveis vantagens técnicas e econômicas sobre
os sistemas mecânicos de ancoragem.

• O sistema “cable bolt” tem sido bastante utilizado nas


minerações brasileiras, cumprindo com eficiência a
função de sustentação do maciço, estabilizando um
volume de rocha superior aos demais métodos devido
ao comprimento dos cabos utilizados.
Ancoragem Química
• Em cartuchos ou com injeção;
• Cimento ou resina sintética;
• Ativos ou passivos;
• Barra ou cabo.

• Vantagens: proteção contra corrosão,


maiores possibilidades de capacidade de
carga, protensão e ancoragem em coluna
total
Ancoragem com
cartuchos de cimento
Vantagens relativas:
• para uma mesma rocha e mesmo comprimento, capacidade de
ancoragem de três a cinco vezes maior do que a ancoragem
mecânica puntual do tipo “split-set”;
• diâmetro do furo para instalação é, no mínimo, 20% menor do
que o exigido pelo “split-set”, o que representa uma grande
economia na furação;
• instalação sem grande rigor no controle do diâmetro do furo;
• barra de aço utilizada fica permanentemente protegida da
corrosão;
• a ancoragem não é afetada por vibrações ou choques;
• os tirantes, uma vez atingido seu tempo de cura, podem ser
protendidos em caso de necessidade;
• não implica nenhuma alteração na rotina dos trabalhos
subterrâneos.
TIRANTES ANCORADOS COM
CARTUCHOS DE CIMENTO
Limitações:

• o tempo de cura é de duas horas;

• a necessidade de armazenamento adequado dos


cartuchos;

• o tempo de estocagem dos cartuchos é limitado (6


meses).
Cartuchos de resina
• Maior capacidade de carga e maior custo
relativamente ao cimento;
• Os cartuchos estão disponíveis em comprimento
de 10 a 50cm.
• A protensão com resina é dada entre o tempo
de pega (1 a 3min) e o tempo de cura (12min).
• São também utilizados em poços principais.
• Svea Nord (Noruega) - Parafusos resina 2,4m.
Cable bolt
Vantagens:
• custo relativamente baixo, mesmo se
considerando o custo com brocas de
perfuração;
• elevada capacidade de ancoragem (superior a
17 tf, na maioria das situações);
• elevada resistência à corrosão;
• pode ser instalado em qualquer comprimento;
• pode ser instalado em aberturas provisórias ou
permanentes, estreitas e de pequenas alturas.
Utilização de cable bolt
Exemplos
• Baltar (Brasil)- calcário
• Crixas, Fazenda Brasileiro, Santa Isabel, Turmalina e
Cuiaba (Brasil) – ouro
• Santa Helena - zinco
• Mount Isa, Perseverance, Springvale (Australia)
• Beaconsfield (Austrália) - em paredes
• Golden Giant, Kidd Creek, Brunswick (Canada)
• Cayeli (Turquia)
• Kittila, Pyhasalmi (Finlândia)
• Kristineberg, Malmberget (Suécia)
• Michilla (Chile)
• Svea Nord (Noruega)
• Tsumeb (Namíbia)
• Novo Astro, Raposos, São Bento (Brasil) – já exauridas
Cabos com straps
Cable bolt
• Couto (2002) realça a durabilidade, a
capacidade e a flexibilidade desse sistema
utilizado na Minha do Moinho, em Portugal
na rampa principal, em malhas de 1,2m x
1,2m a 2m x 2m.
• Tensionador: capacidade de carga até
220kN (dsiminingproducts. com, 2008)
Atirantamento
Frota:
01 Boltec 335 – Atlas Copco
01 Boltec MC – Atlas Copco

Dados:
Diâmetro de Perfuração – 37mm
Diâmetro do Tirante – 1”
Comprimento – 3,20m
Carga de ruptura – 25t (Resina)
- 10t (Expansível)
Cabeamento
Frota:
1 Cabolt – SANDVIK

Dados:
Diâmetro de Perf . – 51mm
Diâmetro do cabo – 7/8”
Traço – 0,3 (W/C)
Carga de ruptura – 26t
Exemplo de sustentação
(obra civil)
• Escavação subterrânea civil
• Tuns Park (Sidney, Austrália) –
estocagem subterrânea em cavernas
• Em 734 m de túnel, 3.000 tirantes,
3.500m2 de tela, 20 quadros de aço
(Gee e Wille, World Tunnelling, 2000)
Monitoramento de cable bolt
A unidade de monitoramento para instalação na ancoragem
com cabo compreende:
• um tubo projetado para se ajustar no furo realizado que tem
um colar em uma extremidade,
• um cabo adaptado para o preenchimento com argamassa no
centro do tubo,
• uma placa de base colocada firmemente contra o colar do
tubo adjacente à face da rocha,
• uma luva centralizadora do cabo dentro da placa e tubo,
• uma placa de medição alongada que tem um furo central
para inserção do cabo para firmar contra a placa e um corte
em ranhura situado a igual distância de cada lado para
permitir que a placa de medição gire se a rocha se mover em
relação ao cabo,
• uma braçadeira para fixação da placa de medição na placa
de base.
(Freepatentsonline.com.br, 2008)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Biron e Ariôglu. Design of Support in Mines. 1983.
• Campoli, A. A.; Mills, P. S.; Todd, P.; Dever, K. Optimizing rebar
resin annulus, p. 42-44. sd.
• Carnero, L. T. C.; Fujimura, F. 1995. Mecânica de Rochas Aplicada
ao Dimensionamento do Sistema de Atirantamento em Minas
Subterrâneas. Escola Politécnica/USP, 33pp.
• Couto, R. T. S. Arrancamento das pregagens e cabos de aço na
Mina do Moinho, Aljustrel. 8o. Congresso Nacional de Geotecnia,
Lisboa. 2002. 13pp. 2002.
• Cury, N. Comunicação oferecida na UFOP. Atlas Copco. 2007.
• Engineering and Mining Journal, outubro/2005, p. 38.
• Engineering and Mining Journal, dezembro/2006, p. 36.
• Hoek, E.; Kaiser, P. K.; Bawden, W. F. Support of Underground
Excavations in Hard Rock. Balkema. Rotterdam. 1995.
• Hoek, E. & Wood, D. F. Rock Support. In: Mining Magazine. 1988.
• Hoek, E. & Brown, E. T. Underground Excavations in Rock. London.
1980.
• Jeremic, M. L. Ground Mechanics in Hard Rock Mining. 1987.
• Lacourt, R. Lavra de veios estreitos. Comunicação oferecida na
UFOP. 2007.
Referencias
• Gee e Wille. Construction of Northside Sidney Storage, World Tunnelling, 2000.
• Lima, C. A. Comunicação em visita técnica da UFOP à Fosminas. 2007.
• Mining and Construction, n.1, 1p.; n. 2, 4p. 2007.
• Penna, L. T. S. Comunicação na Semana de Estudos Mineiros da Escola de
Minas. Ouro Preto. 2005.
• Penna, L. T. S. Comunicação em visita técnica da UFOP à Mina São Bento.
2006.
• Redaelli, L. Nova Teoria e Novos Métodos de Atirantamento Subterrâneo.
ABGE, São Paulo, 1987, 34 p.
• Stillborg, B. Professional Users Handbook for Rock Bolting, 1994, p. 1-30.
• Stimpson, 1998. Canadian Journal.
• Support and Water Control in Oslo. In: World Tunneling, may 1995, p. 167-171.
• Silva, J. M. Tendências no atirantamento subterrâneo. Brasil Mineral, dez/1998.
• Freepatentsonline.com.br, acessada em 14/10/2008
• dsiminingproducts. com, acessada em 14/10/2008
• Villaescusa et al, 2004.
• Brady e Brown, 2006.

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