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BANALIZAÇÃO DO ABORTO

Por: Delirose Ramos


15/12/2010

O Governador reeleito do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deu uma


declaração no mínimo infeliz em evento recente, organizado pela revista
Exame, disse “Quem aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”.
Falou num contexto em que defendia a discussão sobre a legalização do
aborto.

Antes de mais nada, sou a favor da discussão sobre a legalização do aborto,


acho inadmissível que mulheres abortem como foragidas, em clínicas
clandestinas, algumas sem as condições mínimas de infra-estrutura e higiene,
em muitos casos até correndo risco de vida. Mas o que realmente me tomou
de susto foi o exemplo dado.

Há uma grande diferença entre legalização e banalização do aborto. A clínica


especializada em abortar não é simplesmente “para a namoradinha que
engravidou sem planejamento”, para essas existem preservativos, pílulas
anticoncepcionais e, se ainda esqueceu de tudo isso, tem a pílula do dia
seguinte. Legalizar o aborto não pode ser visto como uma muleta para levar
planejamento familiar àqueles que o estado não conseguiu alcançar com
campanhas educativas ou com distribuição de preservativos, também não pode
ser a rotina daqueles que ainda insistem em “não comer bombom com
embalagem”, alheios às doenças contagiosas associadas.

Discutir é preciso, mas banalizar assunto sério é inaceitável!

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