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Às gentes decrépitas

Modernos Lusíadas
O zumbido do pálido vício
galopa no lento respirar rasgado
Exalando figuras trémulas
em vultos imponentes
Ao qual, o mundo ausente
delira na desolação da ignorância
No abraço, as sombras
das gentes medrosas estremecem
A sonâmbula parada lastima-se ao vento
reconhecendo nos ouvidos
a densidade bruta da mentira
A aurora Já havia entranhado
as vozes decrépitas enverdecidas
da ilusória esperança
As Fúrias vivem dormentes
nos anímicos delírios das palavras ocas
Abutres em bandos pairam nos ramos
dos áridos caminhos, ansiando
pelas réstias dos sacrifícios.
Gélidas e estéreis concentram-se as misérias
na inerte revolta.
Tombando
as únicas livres vozes
vêm estrelas, mas morrem
uma a uma
na escrava lágrima do poeta.
Setúbal, Dezembro 2010

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