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Adaptações fisiológicas ao treinamento

Sistema Nervoso:

As adaptações são muito rápidas, é o primeiro sistema a se adaptar;


com algumas sessões de treinamento, já começa a ter adaptações.

- maturação das vias nervosas: SN vai ajustando quais músculos devem


atuar, em que movimento, com que força, com que velocidade para
determinada atividade física  ocorre uma melhor interação sináptica, uma
adequação da transmissão sináptica em vias pré-determinadas para
determinada atividade física;

- memorização do ato motor: aparentemente no processo de aprendizagem


se observa uma atividade neural aumentada pela detecção do consumo de
O2 na parte frontal em relação às demais. (Importante saber aqui: há 3
tipos de memória memória volátil ou imediata, memória a médio prazo e
memória permanente.

IMPORTANTE: O processo de aprendizagem SEMPRE ocorre de uma


situação motora mais simples para a mais complexa, então se vai adcionando
dificuldade motora.

MATURAÇÃO + MEMORIZAÇÃO = MELHOR COORDENAÇÃO MOTORA

- adaptação ao stress físico: com o treinamento o indivíduo suporta uma


atividade física muito mais que um indivíduo não treinado.

Sistema Muscular

- hipertrofia muscular: capacidade de produzir novas proteínas contráteis


(sarcômeros). Importante saber aqui: IGF= Fator de Crescimento
Insulínico; quanto maior a secção da fibra muscular, maior a força gerada
por ela.

- hiperplasia muscular: aumento no número de células, por duas maneiras


através do treinamento (aumento da célula, não ocorre mitose) ou através
de uma lesão muscular (processo mitótico – células-satélite).
- aumento do estoque de glicogênio  ocorre com as fibras brancas,
predominantemente num treinamento anaeróbio.

- aumento na concentração de ATPase: especial nas fibras brancas – IIB


principalmente.

- aumento dos estoques do ATP e fosfocreatina.

- aumento no número e tamanho das mitocôndrias  treinamento aeróbio.

- aumento na concentração intramuscular das enzimas glicolíticas e


oxidativas.

- aumento do estoque de enzima CPK.

- aumento da oxidação de glicogênio e AGL.

- aumento da força muscular.

- redução da fadiga muscular.

- modificações nos tipos de fibras musculares.

Sistema Cardiovascular

- aumento da espessura da parede cardíaca em especial do ventrículo


esquerdo (principalmente nos treinamentos com peso) PA aumenta com a
sobrecarga aí então a parede cardíaca aumenta para suportar esse aumento.

- aumento nas dimensões das câmaras cardíacas (ventrículos),


principalmente nos treinos de endurance, no aeróbio.

- aumento do peso cardíaco.

- aumento da força de concentração cardíaca (efeito isotrópico).

- aumento do Débito Cardíaco máximo e do volume sistólico.

- redução da FC de repouso: bradicardia de repouso, pois o indivíduo tem um


V sistólico aumentado.

- redução da atividade simpática ou no aumento do tônus vagal.


-manutenção da FC máxima (redução com a idade).

- angiogênese cardíaca e periférica.

- discreta redução da pressão arterial.

Sistema Pulmonar

- aumento discreto da capacidade vital  máxima quantidade de ar que pode


ser expirado após uma máxima inspiração.

- aumento do fluxo máximo respiratório exercício físico muito intenso =


hiperventilação.

- aumento da ventilação máxima e da ventilação voluntária máxima.

- mantém-se constante o número de alvéolos – eles são formados no período


embrionário, depois disso NÃO há formação, apenas perda.

- aumento da extração de O2 capilar tecidual  o tecido capta com mais


eficiência o O2 do sangue arterial ou capilar.

- eliminação de CO2 mais eficiente  hiperventilação num exercício intenso


se faz para eliminar o excesso de CO2.

- melhor eficiência no equilíbrio ácido-base

- redução da fadiga dos músculos respiratórios

Sistema Sanguíneo

- aumento discreto do hematócrito

- aumento na concentração de hemoglobina

- aumento na concentração dos tampões plasmáticos

- aumento da resistência às variações do pH

- melhor eficiência no transporte dos gases respiratórios


Sistema Renal

- melhor eficiência na excreção de ácidos (controle do pH)

- aumento na biossíntese da eritropoetina (hormônio produzido nos rins, age


na medula óssea promovendo a eritropoiese – formação de eritrócitos)

Sistema Endócrino e Metabólico

- aumento na tolerância a glicose

- aumento na liberação do hormônio GH (estimulador da Lipase Hormônio


Sensível aumentando a lipólise)

- redução dos níveis de cortisol (estresse do exercício)

- redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos

- aumento no metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas

- aumento da mobilização dos AGL nos adipócitos

Adaptações Orgânicas Gerais

- aumento no VO2 máx

- aumento do VO2 em cargas submáximas

- aumento da potência aeróbia

- aumento das potências anaeróbias (alática e lática)

- deslocamento do limiar aeróbio para a direita

- deslocamento do limiar de compensação respiratória para a direita

- aumento do prazer pelo exercício – liberação de endorfinas

- redução da incidência de doenças degenerativas

- aumento da performance esportiva

- aumento da reserva funcional


- manutenção da saúde

Ergoespirometria

Testes ergoespirométricos

Princípios de mensuração da ventilação:

- pneumotacógrafo

- rotâmetro

- dispersão térmica

Comportamento das variáveis ergoespirométricas

Consumo de oxigênio

-esforço físico tipo rampa = MAIS FISIOLÓGICO (evita saltos)

VO2 repouso = 0,3 l/min

no final, a curva do comportamento pode apresentar um platô, ou seja, há


um aumento adicional da carga de trabalho SEM um aumento concomitante
do VO2

o VO2 máx em função da capacidade física do indivíduo varia em torno de


3 a 5-6 l/min (indivíduo muito bem treinado) 30 a 60-70ml(kg.min)-1

IMPORTANTE: quando encontramos um platô na curva do VO2, a tendência


é que o indivíduo deve ter interrompido o esforço físico por fadiga
generalizada – sistema cárdio-respiratório;

- quando o indivíduo para o exercício e não há formação do platô, a curva do


comportamento PARA bruscamente, o que chamamos de VO2 pico em
geral, quando se tem o VO2 pico, a interrupção da atividade se fez por
fadiga muscular.

IMPORTANTE: Na curva de VO2, o importante é o VO2 máx e o VO2 pico,


nesta curva não identificamos os limiares!!!
Produção de Dióxido de Carbono

VCO2 repouso  0,2 – 0,25 l/min

VCO2 em exercício  3,5 – 5,5 l/min = 30 – 70 ml(kg.min)-1

VCO2 cresce linearmente até um dado momento, esse crescimento linear


se deve a produção de CO2 no ciclo de Krebs (CO2 respiratório)  maior
demanda metabólica pela carga, portanto maior produção de CO2 até um
ponto em que se tem um crescimento mais abrubto.

VCO2= V x %CO2/100, sendo que V = ventilação e %CO2 = FeCO2 – FiCO2


aproximadamente = 3 – 5%

IMPORTANTE Pela curva da VCO2 identificamos o AT – limiar anaeróbio


e o RCT – limiar de compensação respiratória

IMPORTANTE Num dado momento do esforço físico a demanda de


O2 é INSUFICIENTE, para que o indivíduo continue o exercício, inicia-
se a utilização da via glicolítica com produção de ácido lático. O ácido
lático vai para o plasma e é tamponado pelo bicarbonato de sódio mais
um ácido instável, formando então H2O e CO2 metabólico. Como há
formação do ácido lático, a curva de produção de CO2 que vinha
crescendo linearmente (CO2respiratório), passa a crescer
exponencialmente (CO2metabólico).

H-Lactato + NaHCO3 NaLactato + H2CO3H2O + CO2metabólico

No exercício HÁ uma diminuição do fluxo renal!!!

Ventilação

V = VC x FR

VC volume corrente/ FR = frequência respiratória


V repouso10 l/min

Vmáxima80 - 120l/min

- hipercapnia = aumento na produção de CO2 (é um potente estimulador da


ventilação)

- aumento da pressão arterial de CO2 (hipercapnia), provoca um aumento da


V de 2 a 3x, portanto O SISTEMA É MUITO SENSÍVEL ÀS
VARIAÇÕES DE CO2!

- até o RCT, a V consegue ajustar adequadamente a acidose metabólica,


através de uma alcalose respiratória, e a partir daí não mais.

- a hiperventilação não corrige o equilíbrio ácido-básico, porque não tem


como o sistema respiratório eliminar o ácido lático na sua forma ácida,
somente na forma de um gás CO2.

Observação: Maluco, procure na internet ou peça a apostila de alguém


para ver os gráficos referentes a essas variáveis, ok? Isso é muito
importante!

Há uma indução de uma acidose metabólica a partir do RCT, mas aquela não
é mais corrigida adequadamente de forma respiratória, consequentemente
instala-se a fadiga e por exaustão o indivíduo para o exercício. E se até esse
momento não há formação do ácido lático, significa que o equilíbrio ácido-
base está dentro da normalidade.

- entre AT e RCT tamponamento isocápinico (mesma pressão de parcial de


CO2)

- a partir do RCT  tamponamento hipocápnico (PC2< parâmetro)

Lactacidemia (mmol/l) e Bicarbonato de sódio (mEq/l)

- lactacidemia repouso 0,5 – 1,2 mmol/l (não passa de 7mmol/l)


- bicarbonato de sódio repouso 25mEq/l

- bicarbonato de sódio em exercício  10mEq/l

IMPORTANTE Em esforço crescente, até determinado momento, a


lactacidemia se mantém baixa e constante. Isto ocorre, pois não há
formação de ácido lático, portanto não há acúmulo deste e por consequência
não há processo de tamponamento.

- As concentrações de bicarbonato permanecem constantes e elevadas na


faixa de 25 – 28mEq/l, até um dado momento, quando na deficiência de O2
a via metabólica passa a ser suplementada pela anaeróbia com formação de
ácido lático.

- LEMBRAR QUE O GRÁFICO DAS CURVAS DE LACTACIDEMIA E


BICARBONATO DE SÓDIO É O DA CHAMADA “IMAGEM
ESPELHADA”, ok? ISTO DEVIDO AO COMPORTAMENTO OPOSTO
DAS DUAS CURVAS!

- À medida que se passa de um exercício de baixa para alta, muito alta ou


máxima intensidade, a lactacidemia se eleva cada vez mais e o tempo de
exaustão do exercício diminui.

- QUANTO MAIOR É A INTENSIDADE DO EXERCÍCIO, MAIOR É A


QUEDA DA CONCENTRAÇÃO DE BICARBONATO DE SÓDIO, ok?

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