Você está na página 1de 1

DAWIN EM CABO VERDE

Tínhamos lançado ferro no Porto da Praia, uma


cidadezinha da ilha de Santiago, no arquipélago de
Cabo Verde. O Sr. Darwin disse que a ilha tinha sido
expelida do mar por um vulcão. Talvez esperássemos ver
grandes florestas cobrindo as montanhas até ao cume.
Não era este o caso, todavia. Havia áreas enormes de
lava vulcânica negra que, muitos anos atrás, fora
expelida do topo da montanha. Agora, a ilha era fria e
sem vida e pouca coisa crescia nela. O Sr. Darwin e dois
dos oficiais alugaram cavalos e embrenharam se um
pouco no interior.
À chegada, já a hora tardia, relatou tudo o que lhe tinha
acontecido.
— Sabes, Jorge, que a população nativa nos contou que já
não chove há mais de um ano? No entanto existem vales
escavados na lava, o que certamente acontece após os
aguaceiros ocasionais, quando a água se precipita do cume
das montanhas para o mar. Presentemente, os arbustos
secos destes vales não têm folhas. É espantoso como a
natureza consegue sobreviver nestas condições tão secas e
quentes.
No outro lado da ilha, na aldeia de S. Domingos, o cenário
muda notoriamente e é belo de verdade.
Chegámos num dia festivo em que a
população negra nativa cantava e dançava.
Um pequeno ribeiro cristalino atravessa a
aldeia e as plantas crescem nas imediações.
Tudo é viçoso e verde. Aproveitei a
oportunidade para examinar a lava vulcânica.
Que maravilha poder observá-la aqui, no sítio
a que pertence! Tomei várias notas para o
meu livro. Mais tarde vou escrever sobre o
assunto aos meus amigos de Inglaterra. E
agora, Jorge, aqui está a minha maior
descoberta.
― Sr. Darwin, o que é que o senhor meteu aqui dentro?
O Sr. Darwin soltou uma gargalhada sonora.
― É um animal delicioso. Chama-se polvo!

Você também pode gostar