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© 2004, Serviço Comercial dos Estados Unidos

Esta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.


1ª Edição: 3.000 exemplares
Contato:
Serviço Comercial dos Estados Unidos
Belo Horizonte
Brasília
Por to Alegre
Rio de Janeiro
São Paulo
www.focusbrazil.org.br
Supervisão:
Vânia Resende
Elaboração:
FAKTA MKT
Avenida do Contorno 6777 - sala 814 - Santo Antônio
30110-110 - Belo Horizonte/Minas Gerais - Brasil
contato@faktamkt.com.br
Autor:
Otávio Rezende
Revisão técnica:
Júlio Augusto Chaves Andrade
Revisão de texto:
Cláudia Resende Pace
Editoração de texto:
André Magalhães
Projeto Gráfico:
IMAGO design

FICHA CATALOGRÁFICA
R467c REZENDE, Otávio
Como impor tar dos Estados Unidos/Otávio Rezende.
- Belo Horizonte: Ed. do autor, 2004
48p.

ISBN 85-904160-1-1

1. Impor tação - Estados Unidos I. Título: Como


impor tar dos Estados Unidos

CDU: 339.562 (73)


COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS

SUMÁRIO
Prefácio 5
1. Introdução 7
2. Roteiro básico de importação 8
2.1 - Identificação do produto a ser importado 11
2.2 - Prospecção de mercado 14
2.3 - Contato com fornecedores 15
2.4 - Cálculo de custo para importação 19
2.5 - Negociação 21
2.6 - Pedido de compra 22
2.7 - Forma de pagamento 23
2.8 - Cadastro da empresa 25
2.9 - Licenciamento de importação 27
2.10 - Transporte e seguro internacional 28
2.11 - Documentação de importação 30
2.12 - Despacho Aduaneiro e Desembaraço da Mercadoria 32
2.13 - Pagamento 34
3. Importação por pessoa física 35
4. Importação via correio 35
5. Importação temporária 37
6. Importações proibidas 39
7. Produtos com exportação controlada pelo governo dos Estados Unidos 39
8. Zona Franca no Brasil 40
9. Estrutura logística no Brasil 41
10. Estação Aduaneira do Interior - EADI 42
11. Endereços eletrônicos úteis 44
12. Principais Portos Marítimos, Aeroportos e Portos Secos do Brasil 46
13. Siglas e Abreviaturas 47
14. Referências Bibliográficas 48
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 5

PREFÁCIO
Prezado(a) Empresário(a),

O Serviço Comercial dos Estados Unidos (da Embaixada Americana)


possui representação em todo o mundo. No Brasil, são cinco
escritórios atuando em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de
Janeiro e São Paulo, mas com alcance em todo o território nacional.
Seu objetivo principal é estreitar relações comerciais entre os dois
países.

Alguns fatores fazem com que os EUA sejam um importante parceiro


para o empresariado brasileiro:

1. Os EUA respondem por cerca de 30% da produção


mundial, ao mesmo tempo que possuem somente
5% da população.
2. Por este motivo, o mercado norte-americano
encontra-se bastante saturado internamente,
fazendo com que as empresas locais sejam orien-
tadas para atender o mercado externo em busca
de um crescimento a longo prazo.
3. Os EUA representam quase 20% de todo o comér-
cio exterior brasileiro.

Devido, portanto, à importância do relacionamento comercial entre o


Brasil e os Estados Unidos, e ao nosso interesse em facilitar o proces-
so de aquisição de produtos norte-americanos, decidimos desen-
volver este manual de procedimentos de importação.

Sem a pretensão de ser um fim em si mesmo, este manual tenta


aproximar-se ao máximo da realidade da empresa brasileira.
6

Procuramos oferecer um material de fácil leitura, manuseio e acesso.


Ele pode ser encontrado, além desta versão impressa, no sítio virtual
www.focusbrazil.org.br.

Ao final do texto encontram-se disponíveis endereços de apoio para a


solução de dúvidas e/ou atendimento especializado em suas relações
com os Estados Unidos.

Desejamos sucesso em seus empreendimentos e nos colocamos à


disposição para eventuais consultas.

Cordialmente,

DONNA J. HRINAK
EMBAIXADORA DOS ESTADOS UNIDOS NO BRASIL
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 7

INTRODUÇÃO
ESTRUTURA COMERCIAL DE APOIO
AO IMPORTADOR BRASILEIRO

Antes de se tomar a decisão de importar, algumas premissas devem


ser consideradas:
1
1. Avaliar a necessidade de se buscar o produto no
exterior - Existe similar no Brasil?
2. Como identificar o melhor fornecedor para o pro-
duto de seu interesse ?
3. Verificar se o custo final do produto importado
(incluindo impostos, taxas, despesas aduaneiras,
de transporte e seguro) permite competitividade
por preço e/ou qualidade.
4. Sempre considerar diferenças culturais, estações
do ano, feriados nacionais no momento de fazer
contatos com outros países.

Para responder a questionamentos dessa natureza, o Serviço


Comercial dos Estados Unidos possui escritórios em diferentes capi-
tais brasileiras. Onde não há escritório estabelecido, existem parcerias
institucionais locais para atendimento ao empresariado. Identifique
contato mais próximo através do sítio virtual:
www.focusbrazil.org.br.

Este espaço virtual, chamado Focus Brazil, é uma ferramenta de


comunicação direta com o importador brasileiro. Encontram-se ali
disponíveis pesquisas de mercado, contatos comerciais e toda a
estrutura de apoio necessária ao empresário que busca oportu-
nidades de negócios com os Estados Unidos.

Faça-nos uma visita e cadastre sua empresa para recebimento de


informações regulares!
8

2 ROTEIRO BÁSICO DE IMPORTAÇÃO

A atividade de importação pode surgir a partir da necessidade de


aquisição de matéria-prima, maquinário ou de um produto acabado
que atenda a alguma demanda de mercado.

Todo o processo exigirá a administração das seguintes etapas:

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO

2.1 A SER IMPORTADO


Identificação da classificação fiscal (NCM - Nomenclatura Comum do
Mercosul) do produto a ser importado.

2.2
PROSPECÇÃO DE MERCADO

Localização de fornecedores no mercado norte-americano.

2.3
CONTATO COM FORNECEDORES
Através de carta, e-mail, telefone, fax, visita e/ou participação em
feiras, rodadas de negócios, apresentar sua empresa e solicitar envio
de catálogos, amostras e lista de preço.

2.4
CÁLCULO DE CUSTO PARA IMPORTAÇÃO

De posse dos preços do fornecedor, calcular os custos de importação,


levando em consideração impostos, frete, seguro, despesas aeropor-
tuárias, outros.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 9

2.5
NEGOCIAÇÃO

Definir com fornecedor as condições de preço, prazo, modalidade de


pagamento, transporte, seguro.

2.6
PEDIDO DE COMPRA

Solicitar ao fornecedor envio da Fatura Proforma (Proforma Invoice),


constando nome/endereço do exportador e importador, porto de
embarque e desembarque, preço, prazo de entrega, descrição dos
produtos (de acordo com as normas do SECEX/DECEX).

2.7
FORMA DE PAGAMENTO
O pagamento poderá ser feito de três formas: Pagamento
Antecipado, Remessa Simples (ou sem saque), Cobrança
Internacional ou Carta de Crédito.

2.8
CADASTRO DA EMPRESA

Quando da realização da primeira operação de importação, os impor-


tadores são automaticamente cadastrados no SISCOMEX. Observe se
será necessário constar no objeto do Contrato Social a atividade de
importação. Recomenda-se a consulta a um contador para verificar
questões tributárias e fiscais do contrato.

2.9
LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO
O Licenciamento das Importações (LI) ocorrerá de forma automática
e não automática, e será efetuado por meio do SISCOMEX. Nos casos
de LI não automática, sua emissão será obrigatória antes do embar-
10

que da mercadoria no exterior. Neste caso, o importador poderá


autorizar o embarque da mercadoria somente após a emissão da LI.

2.10 TRANSPORTE E SEGURO INTERNACIONAL


De acordo com a modalidade de venda estipulada na negociação, o
importador contrata uma empresa para realizar o transporte nacional
e/ou internacional, bem como o seguro.

2.11 DOCUMENTAÇÃO DE IMPORTAÇÃO


Providenciar os documentos necessários para desembaraço adu-
aneiro e fechamento de câmbio (fatura comercial, conhecimento de
embarque, saque, packing list, LI, DI, certificados).

DESPACHO ADUANEIRO

2.12 E DESEMBARAÇO DA MERCADORIA


Efetuar diretamente e/ou contratar despachante aduaneiro para
desembaraçar/liberar mercadoria na alfândega. No ato da liberação,
será recolhido o Imposto de Importação, o IPI e o ICMS.

2.13 PAGAMENTO
Proceder fechamento de câmbio de acordo com a forma de paga-
mento pactuada com o fornecedor. Poderá ser Pagamento
Antecipado, Cobrança Internacional ou Carta de Crédito.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 11

Apresentamos, a seguir, o processo detalhado de cada etapa do


roteiro de importação:

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
A SER IMPORTADO
2.1
O fato de se iniciar uma relação comercial em outro idioma, os
avanços tecnológicos e a grande variedade de produtos ofertados no
12

mercado internacional exigem uma correta identificação do que se


deseja importar. Por estes motivos, o passo inicial do processo de
importação é a correta identificação da classificação fiscal do produ-
to de seu interesse.

O método de classificação de mercadorias mundialmente utilizado é o


Sistema Harmonizado - SH (também conhecido por seu nome em
inglês, Harmonized System - HS) que consiste de seis dígitos e serve
de estrutura para outros métodos utilizados em determinadas regiões
ou países.

A classificação de mercadorias utilizada no Brasil chama-se NCM -


Nomenclatura Comum do Mercosul, é estruturada pelo Sistema
Harmonizado - SH e também utilizada nos países integrantes do
Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). Portanto, esta classificação
tem uma numeração com oito dígitos, sendo que os seis primeiros são
do Sistema Harmonizado.

A Publicação que deverá ser consultada para a classificação de mer-


cadorias chama-se TEC - Tarifa Externa Comum.

Apresentamos, a título de ilustração, alguns exemplos de classificação


fiscal para diferentes produtos:

2208.40.00 Cachaça e caninha (rum e tafia)


4016.10.10 Partes de veículos automóveis ou tratores e
de máquinas ou aparelhos, não domésticos,
de borracha vulcanizada não endurecida,
aveolar
8418.69.10 Máquinas para preparação de sorvetes, não
domésticas
8422.11.00 Máquinas de lavar louça, do tipo doméstico
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 13

Caso você não conheça este método de classificação, sugerimos con-


sultar seu contador ou procurar um posto de atendimento da SRF -
Secretaria da Receita Federal em sua cidade para classificar o seu
produto.
Vale a pena comentar que, nos Estados Unidos, os produtos para
exportação são classificados pelo documento "Schedule B" -
Statistical Classification of Domestic and Foreign Commodities
Exported from the United States.

Para identificar um código do Schedule B, visite o sítio virtual do US


Census Bureau - Schedule B, no endereço:
www.census.gov/foreign-ttrade/schedules/b/index.html.

Pelo fato de sua estrutura também basear-se no Sistema


Harmonizado, os primeiros dígitos das classificações (NCM e
Schedule B) devem ser similares.

Veja a classificação para "Cachaça e caninha" pelo "Schedule B":


2208.40 Rum and Tafia
2208.40.0030 In containers each holding not over 4 liters
2208.40.0050 In containers each holding over 4 liters
Lembre-sse, possuir a classificação correta significa:
· encontraar o fornecedor correto paraa o produto ou
serviço de seu interesse;
· evitaar problemaas de recolhimento indevido de
imposto;
· possibilitaar a liberaação efetivaa da mercaadoriaa em
suaa chegaadaa no Braasil;
· facilitaar a fiscaalizaação da SRF - Secretaariaa da
Receitaa Federaal.
14

2.2
PROSPECÇÃO DE MERCADO

De posse da classificação fiscal e da descrição detalhada do produto


a ser importado, o passo seguinte será a identificação de um fornece-
dor que atenda às suas necessidades, ou seja, aquela empresa que
possa fornecer um produto de acordo com as especificações técnicas
necessárias exigidas no mercado brasileiro. Para tanto, deve-se
escolher qual mercado será prospectado utilizando-se alguns
critérios:
· realizar busca em mercados tradicionalmente conhecidos
como fornecedores do produto de seu interesse;
· dar preferência a países que possuam acordos comerciais de
redução de tarifa de importação com o Brasil;
· favorecer países próximos para reduzir custo de frete interna-
cional.
Partiremos do pressuposto de que você já tenha avaliado quais os
mercados no mundo possuem fornecedores do produto de seu interesse
e tenha decidido comprar de empresas nos Estados Unidos. Neste
caso, a busca de fornecedores e/ou fabricantes poderá ser feita
através de:
· consultas e solicitações de listas de fornecedores ao Serviço
Comercial dos Estados Unidos;
· visitas a feiras e exposições internacionais no Brasil e nos
E.U.A.;
· viagens aos E.U.A. e participação em missões comerciais;
· contatos com a Câmara Americana de Comércio dos Estados
Unidos;
· participação no "Catalog Show", evento anual promovido para
divulgar produtos de fabricantes estadunidenses.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 15

2.3
CONTATO COM FORNECEDORES

A partir das listas de possíveis fornecedores prospectados pelos


meios sugeridos, entrar em contato por carta, e-mail, telefone, fax,
visita.

Caso realize contatos diretos através de visitas, participação em


feiras, rodadas de negócios, apresentar sua empresa e solicitar envio
de catálogos, amostras e lista de preço do produto demandado.

Uma negociação internacional exige esclarecimento detalhado de


condições de compra e venda e responsabilidades de cada um dos
negociadores, compradores e vendedores.

O mecanismo desenvolvido pela Câmara de Comércio Internacional -


CCI, com o objetivo de facilitar o entendimento destas obrigações
chama-se INCOTERMS - International Commercial Terms (Termos
Internacionais de Comércio).

Os INCOTERMS definem claramente obrigações e responsabilidades


do comprador e vendedor quanto a frete, seguro, movimentação em
terminais de carga, liberações em alfândega e obtenção de docu-
mentos em um contrato internacional de venda.

A seguir, será apresentada uma tabela contendo o significado de


cada um dos termos, divididos em quatro categorias:
16

INCOTERMS
INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS

Responsabilidade Responsabilidade Meio de


Grupo INCOTERMS
do Exportador do Importador Transporte
Responsabilidade máxima para o importador por ter que retirar a mercadoria no estabelici-
mento do exportador

“E” EXW (EX Works) Disponibilizar o produto e a Toda a responsabili- Qualquer meio
fatura em seu próprio esta- dade sobre a carga. de transporte,
belecimento. inclusive multi-
modal.

O exportador entrega a mercadoria para o transportador no país de origem.

FCA (Free Entregar a mercadoria, Qualquer meio


Carrier) - Livre desembaraçada para o de transporte,
Transportador embarque, no local indicado inclusive multi-
pelo importador. modal.

FAS (Free Entregar a mercadoria, Despesas de carrega- Marítimo, fluvial


Alongside Ship) desembaraçada para o mento e todas as ou lacustre.
- Livre no embarque, junto ao costado demais, daí por diante,
“F”
Costado do do navio. seguem por conta do
Navio importador.

FOB (Free on Entregar a carga, já desem- Demais gastos, como Marítimo, fluvial
Board) - Livre a baraçada, a bordo do navio, frete, seguro e movi- ou lacustre.
Bordo do Navio em porto de embarque indi- mentação da carga no
cado pelo importador, além destino, correm por
Modadlidade de arcar com todas as conta do importador.
mais usada despesas no país de origem.

O exportador contrata o transporte principal, podendo ou não assumir riscos por perdas e
danos.

CFR (Cost and Entregar a carga no porto Pagamento do seguro Marítimo, fluvial
Freight) - Custo de destino, assumindo gas- e do desembaraço da ou lacustre.
“C” e Frete tos com frete marítimo. A mercadoria no destino.
responsabilidade sobre a
carga se encerra no
momento em que a mer-
cadoria cruza a amurada do
navio.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 17

INCOTERMS
INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS

CIF (Cost, Entregar a carga a bordo do Marítimo, fluvial


Insurance and navio, no porto de embar- ou lacustre.
Freight) - Custo, que, com frete e seguro
Seguro e Frete pagos

Esta modalidade (CIF) recebe tratamento especial para importação em nosso país, pelo fato
do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil exigir que o seguro referente à importação de
mercadorias seja contratado no Brasil. Situações especiais deverão ser avaliadas pelo
próprio IRB para autorização de contratação do seguro no exterior.

“C” CPT (Carriage Despesas de embarque e Qualquer meio


Paid To) - frete internacional até o des- de transporte,
Transporte tino (o termo reúne as mes- inclusive multi-
Pago Até mas obrigações do CFR). modal.

CIP (Carriage Despesas de embarque, do Qualquer meio


and Insurance frete e do seguro da mer- de transporte,
Paid to) - cadoria até o local de desti- inclusive multi-
Transporte e no (mesmas características modal.
Seguro Pagos do CIF)
Até

É a obrigação mínima para o importador por receber a mercadoria em seu país (exceção
para o DAF, que deve entregar mercadoria na fronteira).

DAF (Delivered Entregar mercadoria na Principalmente


At Frontier) - fronteira com o país impor- rodoviário ou
Entregue na tador. ferroviário.
Fronteira

DES (Delivered Colocar a carga à disposição Custos de desem- Marítimo, fluvial


Ex Ship) - do importador no local de baraço. ou lacustre.
“D” Entregue no destino, a bordo do navio,
Navio arcando com todas as
despesas de frete e seguro.

DEQ (Delivered Entregar a mercadoria no Gastos com desem- Marítimo, fluvial


Ex Quay) - porto de destino designado baraço, impostos, ou lacustre.
Entregue no e bancar custos de frete e taxas e outras despe-
Cais seguro e gastos com sas relativas à impor-
desembarque. tação.
18

INCOTERMS
INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS

Responsabilidade Responsabilidade Meio de


Grupo INCOTERMS
do Exportador do Importador Transporte
DDU (Delivered Entregar a mercadoria no Pagamento de direitos Qualquer meio
Duty Unpaid) - país do importador, com aduaneiros, impostos de transporte,
Entregues todas as despesas pagas. e demais encargos da inclusive multi-
Direitos Não- importação. modal.
pagos

Conhecido como
modelo "porta-
a-porta".
“D”

DDP (Delivered Entregar a mercadoria no Desembaraço da mer- Qualquer meio


Duty Paid) - local determinado pelo cadoria de transporte,
Entregues importador, pagando inclu- inclusive multi-
Direitos Pagos sive os impostos e outros modal.
encargos de importação.
Inverso do EXW.

Os INCOTERMS são também denominados "Cláusulas de preço", pelo


fato de determinarem os elementos que compõem os preços das mer-
cadorias. Em conseqüência disso, permitem simplificar e agilizar a
elaboração de cláusulas de contratos de compra e venda.

O conhecimento profundo e domínio dos INCOTERMS é uma habilidade


que um negociador internacional deve possuir para evitar incorrer em
erros e prejuízos, aos quais podem ser danosos num processo de
importação.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 19

2.4
CÁLCULO DE CUSTO PARA IMPORTAÇÃO

De posse dos catálogos e lista de preços, deve-se calcular o custo


total do produto internalizado no Brasil para avaliar a viabilidade da
importação e o impacto em seu preço final.

Como ilustração, apresentamos o cálculo de custo de importação de


um container de 20 pés, de máquinas, originários de Miami, com des-
tino ao porto de Santos. Veja abaixo:

Preço FOB do Produto: US$100.000,00


Frete: 2.400,00
Seguro (1%): 1.000,00
Preço CIF: US$103.400,00
I.I. (19% sobre CIF): 19.646,00
IPI (5% sobre CIF + I.I.): 6.152,00
ICMS (18% sobre CIF + I.I. + IPI): 23.256,00
AFRMM (25% sobre frete): 600,00
Armazenagem (0,65% sobre CIF- mínimo US$ 170,00): 235,00
Manuseio de Carga (US$100,00/container): 100,00
AlTPA: 160,00
Taxa de armazenagem e capatazia: 450,00
Despesas com SISCOMEX 30,00
Despesas com transporte: 335,00
Custos bancários (2% sobre FOB): 2.300,00
Custo final: US$156.664,00
20

Os percentuais empregados nesta tabela foram estimados, pois


variam de acordo com o produto importado, estado brasileiro de
destino, tipo de transporte utilizado, forma de pagamento e
relacionamento com instituição bancária envolvida no processo de
importação.

É importante ressaltar que o percentual de imposto de importação


incidente sobre o valor do produto deve ser identificado na TEC -
Tarifa Externa Comum, utilizando-se a NCM (Classificação Fiscal) de
referência. Quanto ao percentual de IPI, deve-se pesquisar na TIPI -
Tabela do IPI. As duas publicações encontram-se disponíveis no sítio
virtual da SRF - Secretaria da Receita Federal, no seguinte endereço:
www.receita.fazenda.gov.br/Grupo1/Aduana.asp.

Quanto ao ICMS, por se tratar de imposto estadual, deve-se consultar


a Secretaria de Estado da Fazenda, pois pode variar de um estado
para outro.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 21

2.5
NEGOCIAÇÃO

Considerados os custos de importação do produto e confirmada a


viabilidade do negócio, chegou o momento de negociar as condições
de venda estabelecidas pelo exportador.

Lembre-sse que preço, modalidade de pagamento, transporte, seguro,


prazo de entrega, responsabilidade de despesas bancárias, são
alguns dos itens principais a serem definidos em um processo de
negociação internacional.
22

2.6
PEDIDO DE COMPRA

Definidas as condições de venda do produto, solicitar ao exportador


o envio de uma Fatura Proforma (Proforma Invoice). Este documento,
funcionando como uma cotação "oficial" para o importador, deve con-
ter os seguintes dados:
· descrição detalhada dos produtos;
· nome e endereço do exportador e importador;
· porto de embarque e desembarque;
· preço unitário e total na modalidade de venda
(INCOTERM);
· prazo de entrega;
· forma de pagamento.

A Fatura Proforma desempenha um papel importante numa negoci-


ação internacional por dois motivos:

· sendo uma cotação, ela pode ter a função de um


contrato de compra e venda no momento em que
o importador envia ao exportador o aceite às
condições de venda apresentadas;
· de posse da fatura proforma, o importador deverá
procurar seu gerente de câmbio para emissão da
Carta de Crédito, caso esta seja a forma de paga-
mento pactuada na negociação.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 23

2.7
FORMA DE PAGAMENTO

Apesar do pagamento ser a última etapa de um processo de compra


internacional, sendo efetuado somente após recebimento dos docu-
mentos internacionais, apresentamos agora as quatro formas pos-
síveis de serem pactuadas, porque no estágio de negociação é que
se decide como deve ser feito este procedimento:

1. Paagaamento Antecipaado
Como o próprio nome diz, realiza-se a remessa do valor
da operação antes do embarque dos produtos.
Apresenta-se como uma operação de risco para o
importador. Por esse motivo, este tipo de pagamento é
usualmente utilizado com fornecedores que oferecem
garantias firmes de entrega e tenham relações comer-
ciais sólidas com o importador.

2. Remessaa simples (ou sem saque)


Ocorre quando o exportador remete documentos dire-
tamente ao importador, imediatamente após o embar-
que da mercadoria, sem intermediação bancária. De
posse dos documentos, o importador libera a mercado-
ria. Na data de vencimento do prazo combinado, o
importador, então, apresenta os documentos ao banco
para fechamento do câmbio. Devido ao alto grau de
confiança que se deve ter numa operação desta
natureza, este procedimento é usualmente utilizado
somente por empresas interligadas (matriz e filial) ou
por aquelas que têm longa tradição comercial entre si.
24

3. Cobraançaa Internaacionaal
Trata-se de uma cobrança bancária em que o importa-
dor se compromete a remeter o valor da operação no
momento em que receber a documentação de embar-
que enviada pelo exportador, caso a operação seja à
vista. Se o pagamento for a prazo, o importador assina
uma letra de câmbio, comprometendo-se a enviar o
valor da compra na data estipulada de vencimento do
pagamento, para então retirar a documentação que lhe
permite desembaraçar a mercadoria no porto ou aero-
porto.

4. Caartaa de Crédito (taambém conhecidaa por L/C - Letter of


Credit)
Esta é a forma mais segura de pagamento internacional,
onde o exportador tem a garantia do pagamento e o
importador tem a garantia de entrega da mercadoria
conforme condições estipuladas na negociação e deta-
lhadas na carta de crédito. Caso essas condições não
sejam rigorosamente atendidas, ela perderá a validade
e o importador perderá a obrigatoriedade do pagamen-
to. Tendo pactuado L/C como forma de pagamento
durante a negociação, o importador deve dirigir-se a um
banco comercial, que tenha carteira de câmbio, para
sua emissão; além de apresentar a fatura proforma,
informar a NCM e o tipo de LI (Licença de Importação)
exigida para o material a ser importado.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 25

2.8
CADASTRO DA EMPRESA

É necessário o credenciamento da empresa importadora junto ao


Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. Este creden-
ciamento é realizado pela SRF - Secretaria da Receita Federal. Este
sistema permite a emissão de Licenciamentos de Importação,
26

Declarações de Importação, ROF - Registro de Operações


Financeiras, dentre outros documentos indispensáveis ao comércio
exterior; além de integrar as atividades da SECEX, da SRF e do Banco
Central do Brasil (BACEN), nos procedimentos e controles das ope-
rações de comércio exterior.

A primeira etapa do SISCOMEX Importação foi implantada em janeiro


de 1997. Desde então, as solicitações passaram a ser registradas e
analisadas em conexão direta por esses órgãos e, em casos específi-
cos, pelos anuentes como Ministério da Saúde, Departamento da
Polícia Federal e Ministério do Exército. Após o registro do desem-
baraço da mercadoria no Sistema, a SRF emite o Comprovante de
Importação (CI).

Para habilitar-se, a empresa deve solicitar o credenciamento ao sis-


tema junto à SRF apresentando o anexo IV da instrução normativa IN
SRF 70/96 sob o título "Inclusão/Exclusão de Representante Legal",
devidamente preenchido. Feito isto, receberá uma senha que permi-
tirá o acesso e a inclusão dos dados no SISCOMEX. Esta senha pode
ser vinculada ao CPF do importador ou ao de um de seus funcionários.

O usuário poderá dispor de um terminal próprio, instalado em sua


empresa e operado através de uma linha dedicada à Embratel, conec-
tado diretamente ao Serviço Federal de Processamento de Dados
(SERPRO), órgão federal que controla o fluxo de informações eletrôni-
cas que trafegam no SISCOMEX. As empresas com pouco volume de
exportação, entretanto, podem acessar o sistema através do terminal
de um despachante aduaneiro, dos computadores integrados ao SIS-
BACEN (bancos e corretoras de câmbio credenciados pelo sistema do
Banco Central) ou ainda da rede disponibilizada pela SRF em locais
como portos e aeroportos.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 27

2.9
LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO

O Licenciamento da importação ocorrerá de forma automática para a


maioria dos produtos. Aqueles produtos que demandarem anuência
prévia de algum órgão federal ou autorização prévia no SISCOMEX
devem apresentar LI não-automática.

Nos casos de LI não-automática, será obrigatória sua emissão antes


do embarque da mercadoria no exterior.

Para verificação do modelo de licenciamento necessário para seu


produto, recomendamos contatar a SRF - Secretaria da Receita
Federal ou visitar o sítio virtual: www.anvisa.gov.br.
28

2.10
TRANSPORTE E SEGURO INTERNACIONAL

De acordo com a modalidade de venda estipulada na negociação, a


responsabilidade sobre a contratação do frete e seguro será do
exportador ou do importador. Tudo dependerá do INCOTERM negocia-
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 29

do. As formas mais comuns de negociação são FOB (Free on Board),


FCA (Free Carrier), CFR (Cost and Freight) e CPT (Carriage Paid To).

Para o caso de compra FOB, o importador deverá contratar uma


empresa para realizar o transporte internacional, nacional, bem como
o seguro.

Cabe ao importador fornecer todos os dados para o exportador pro-


videnciar o embarque da mercadoria. Sendo as instruções de embar-
que bem elaboradas e fielmente cumpridas, o desembaraço da mer-
cadoria ocorrerá num prazo menor, evitando custos adicionais ao
importador e problemas com a retenção da mercadoria na alfândega.

Na instrução, o importador deve esclarecer:

· dados da empresa transportadora internacional


contratada para realizar o transporte;
· dados de seu agente de carga local para que se
providencie o recolhimento da carga;
· dados relativos ao pagamento e ao banco que
receberá os documentos originais;
· relação dos documentos exigidos pela alfândega e
que cabem ao exportador providenciar;
· forma de envio desta documentação.

É importante ressaltar que o seguro internacional deve ser contrata-


do antes do embarque da mercadoria. Processos de importação
geralmente envolvem volumes grandes e altos investimentos, neces-
sitando de garantias que dêem segurança à operação. Portanto,
nunca autorize um embarque sem antes confirmar a contratação do
seguro. O IRB, Instituto de Resseguros do Brasil, obriga que o seguro
seja sempre contratado no Brasil pelo Importador.
30

2.11
DOCUMENTAÇÃO DE IMPORTAÇÃO

Embarcada a mercadoria no exterior, o exportador deverá entregar os


documentos em um banco no país de origem que, por sua vez, enviará
para um banco correspondente aqui no Brasil.

Em geral, os documentos são:

1. Faaturaa Comerciaal (Commerciaal Invoice)


Este documento contém todas as informações da mer-
cadoria que está sendo importada (descrição dos itens,
valor unitário e total, moeda, dados do exportador, dados
do fabricante, peso bruto e líquido etc.). Estes dados
servirão como base para o pagamento dos tributos inci-
dentes na importação e desembaraço da mercadoria no
país de destino. Deverá ser emitido pelo exportador sem
erros ou rasuras e apresentar todos os dados da
transação comercial internacional.

2. Conhecimento de Embaarque (B/L - Bill of Lading paraa


embaarques marítimo) e (AWB - Air Way Bill paraa embaar-
ques aéreos)
Documento emitido pelo transportador internacional (ou
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 31

seu agente), necessário para o desembaraço dos produ-


tos por parte do importador.

3. Saaque (Letraa de Câmbio ou Draaft)


Documento emitido pelo exportador declarando o valor da
operação em conformidade com a fatura comercial.
Corresponde a uma duplicata ou nota promissória no mer-
cado interno. Para as operações com forma de pagamen-
to do tipo cobrança, o saque representa o documento
imprescindível e regularmente utilizado como título de
crédito da operação. Nas operações amparadas por carta
de crédito (L/C), o saque somente deverá ser apresenta-
do ao banco, ao qual serão entregues os documentos, se
houver esta exigência.

4. Certifficaado de Origem (Certifficaate of Origin)


Documento que comprova a origem do produto e deve ser
apresentado à Secretaria da Receita Federal para que o
importador possa beneficiar-se de possível redução ou
isenção de impostos decorrentes de acordos existentes
com os Estados Unidos.

5. Romaaneio de cargaa (Paacking List)


Documento emitido pelo exportador detalhando informa-
ções sobre o produto, forma de embalagem, item por em-
balagem, marcas constantes em cada item, entre outras.
Facilita a conferência da mercadoria e a identificação e
localização de qualquer produto dentro de cada lote.
Ao receber a documentação, o banco brasileiro contata o importador
informando sua disponibilidade para entrega. O importador necessi-
ta destes documentos para apresentá-los no momento de desemba-
raçar a mercadoria na alfândega.
32

DESPACHO ADUANEIRO

2.12 E DESEMBARAÇO DA MERCADORIA

Efetuar diretamente, contratar representante legal ou despachante


aduaneiro para realizar o despacho aduaneiro da mercadoria, que se
inicia, nos casos de licenciamento automático, no momento do regis-
tro da DI (Declaração de Importação).

Tão logo o fornecedor ou seu agente de cargas comunique as


instruções de embarque da mercadoria no exterior, as informações
necessárias ao desembaraço aduaneiro devem estar disponíveis no
SISCOMEX.

O próximo passo será a elaboração da DI, que após o preenchimen-


to nas telas do SISCOMEX, tem seus dados transmitidos para registro.
Após o registro, o importador estará em condições de emitir o Extrato
da DI, um dos documentos necessários para a fase posterior de
desembaraço da mercadoria.

O Desembaraço Aduaneiro é a nacionalização da mercadoria impor-


tada.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 33

Ao extrato da DI deve-se juntar os documentos de embarque para


registro na repartição aduaneira de despacho.

Os documentos necessários para o registro do despacho são os


seguintes:

· Conhecimento de Transporte Internacional;


· Packing List ou Romaneio de Carga;
· Fatura Comercial;
· Certificado de Origem (quando necessário).

Efetua-se o pagamento dos impostos devidos e das taxas adu-


aneiras. Em seguida, o processo é submetido a um critério de
parametrização para o desembaraço, promovida pelo próprio sis-
tema.

A parametrização do sistema seleciona os processos e estabelece


canais de desembaraço, a saber:

· Canal Verde: as mercadorias serão desembaraçadas


sem verificação documental ou física da Aduana.
· Canal Amarelo: as mercadorias serão desembaraçadas
após sofrerem exame documental.
· Canal Vermelho: as mercadorias só serão desem-
baraçadas após conferência documental e física.
· Canal Cinza: O processo deverá sofrer controle e apli-
cação de sistema de valoração aduaneira, isto é, con-
trole de preços.

Após a liberação do sistema, há a emissão do Comprovante de


Importação (CI), a mercadoria está nacionalizada e pode ser retira-
da da alfândega.
34

2.13 PAGAMENTO

O processo de importação envolve duas partes: o exportador, que


busca garantir o recebimento por aquilo que vende, e o importador,
que procura ditar as melhores condições de pagamento pelo produto
que está adquirindo.

Pelo fato do pagamento dessa operação comercial ser feita em moeda


estrangeira, o importador brasileiro deverá adquirir dólares ameri-
canos para remeter ao exportador.

Adiciona-se a estas questões o fato de estarem envolvidas nesta


relação a legislação do Brasil e a dos Estados Unidos, ditando regras
para ambas as partes.

Sendo assim, o procedimento de fechamento de câmbio (compra ou


venda de moeda estrangeira) funciona sob rígido controle do BACEN
- Banco Central do Brasil.

Esta operação financeira deverá ser feita através da carteira de câm-


bio do banco comercial escolhido pelo importador e comunicado ao
exportador durante a negociação realizada entre as partes.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 35

IMPORTAÇÃO POR PESSOA FÍSICA

A pessoa física somente poderá importar mercadorias para uso


próprio, em quantidade que não revele destinação comercial.
3
IMPORTAÇÃO VIA CORREIO

É permitida a importação pelos correios, companhias aéreas ou


empresas de courrier, compras realizadas pela internet e despacho
4
aduaneiro de presentes recebidos do exterior, de bens cujos valores
sejam de até US$3.000,00 (três mil dólares americanos). Este
regime não se aplica à importação de bebidas alcoólicas, fumo e pro-
dutos de tabacaria.

A tributação será de 60% (sessenta por cento) sobre o valor dos


bens constantes da fatura comercial, incluídos os custos de trans-
porte e seguro. No caso de utilização de empresas de transporte
aéreo internacional expresso (courier), será acrescentada a tribu-
tação de 18% do ICMS.

Quando a remessa contiver presentes, o preço será o declarado,


desde que compatível com os preços praticados no mercado em
relação a bens similares.

Para softwares, paga-se 60% (sessenta por cento) sobre o meio físi-
co (disquete), que deverá ser discriminado separadamente na Nota
Fiscal. Caso não esteja, o pagamento do imposto recairá sobre o
valor total da remessa.
36

ISENÇÕES

a. Estão isentas, remessas no valor total de até US$ 50,00


(cinqüenta dólares americanos), desde que o remetente e o
destinatário sejam pessoas físicas (presentes, por exemplo);
b. Medicamentos, destinados à pessoa física, sendo que no
momento da liberação do medicamento, o Ministério da
Saúde exige a apresentação da receita médica;
c. Livros, jornais e periódicos impressos em papel não pagam
impostos (art. 150, VI, "d", da Constituição Federal);

PAGAMENTO DO IMPOSTO

Na hipótese de utilização dos correios, para bens de até US$ 500,00,


o imposto será pago no momento da retirada do bem, no próprio cor-
reio, sem qualquer formalidade aduaneira.

Quando o valor da remessa postal for superior a US$ 500,00, o des-


tinatário deverá apresentar Declaração Simplificada de Importação
(DSI).

No caso de utilização de empresas de transporte internacional


expresso, porta a porta (courrier), o pagamento do imposto é rea-
lizado pela empresa de courrier à Secretaria da Receita Federal (SRF).
Assim, ao receber a remessa, o valor do imposto será uma das parce-
las a ser paga à empresa.

Nas remessas postais, o interessado poderá optar pela tributação


normal. Para isso deve informar-se no momento da retirada do bem
nos correios.

Na hipótese de utilização de companhia aérea de transporte regular,


o destinatário deverá apresentar a DSI, podendo optar pela tributação
normal.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 37

IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIA
5
A Instrução normativa n.º 150, de 14.01.03, da Receita Federal,
estabelece procedimentos de importação em regime de admissão
temporária para produtos que apresentam um objetivo claro de uti-
lização no Brasil e tempo pré-determinado de estadia no país.

Incidirão I.I. e I.P.I. somente sobre os produtos utilizados em linha de


produção e que envolvam pagamento de aluguel ou leasing do impor-
tador brasileiro para o exportador estrangeiro. Estão incluídos
equipamentos de modelagem, matrizes e ferramentas industriais. Os
impostos a recolher são proporcionais ao tempo em que o produto
ficará no Brasil.

Aplica-se a seguinte fórmula para o cálculo do imposto a recolher:


V= I x [1 - (12 x U - P )] , onde:
12 X U

· V = Valor a recolher.
· I = Imposto federal devido no regime comum de importação.
· P = Tempo de permanência do bem no país, corresponde aos
meses ou fração que o produto ficará no Brasil.
· U = Tempo de vida útil do equipamento
(conforme instrução normativa nº 162, 31/12/98).
38

Para exemplificar, vamos considerar uma operação de leasing (arren-


damento) para um equipamento no valor de US$ 200.000,00, fican-
do no Brasil durante 12 meses, com imposto de importação de 10%
e IPI de 5%. O prazo de vida útil estimado para o equipamento é de
5 anos.

Num processo de impor tação regular, os valores a serem


pagos seriam:

Preço CIF: US$ 200.000,00


I.I. (10% sobre o preço CIF): US$ 20.000,00
IPI (5% sobre o preço CIF+ I.I.): US$ 11.000,00
Valor a recolher: US$ 31.000,00

Em regime de admissão temporária:

V= 31.000 x [1-{12x5-12}]
12x5
V= 31.000 x [1-0,8]
V= 31.000 x 0,2
V= 6.200

PORTANTO, O VALOR A RECOLHER SERIA DE US$ 6.200,00.


COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 39

IMPORTAÇÕES PROIBIDAS

O governo brasileiro eliminou quase todas a proibições de impor-


6
tação. Proíbe-se a importação de material usado, sejam automóveis,
roupas ou qualquer produto de consumo final. Em situações espe-
ciais, são permitidas as importações de máquinas usadas, especial-
mente para destinação à zona franca de Manaus.

PRODUTOS
COM EXPORTAÇÃO CONTROLADA
PELO GOVERNO DOS EUA

O governo dos Estados Unidos não mantém controle específico de


7
produtos para o mercado brasileiro.

Controla-se, independente do destino da mercadoria, a exportação


de equipamentos militares, sistemas de informação de alta tecnologia
e equipamentos de alta precisão.

Estes produtos constam numa listagem chamada "Munitions Control


List" que é parte integrante do "ITAR - the International Traffic in
Arms Regulations", regulamento que define quais os artigos e
serviços estão sujeitos a licenciamento prévio.
40

8 ZONA FRANCA NO BRASIL


Zona Franca é a região que possui livre circulação de mercadorias de
origem estrangeira, não incidindo impostos de qualquer natureza,
seja federal (IPI), estadual (ICMS) ou municipal, na grande maioria
dos produtos. Existem oito no Brasil, todas localizadas na região
norte do país:
1. Manaus/AM
2. Macapá-Santana/AP
3. Tabatinga/AM (fronteira com o Peru)
4. Guajará-Mirim/RO (fronteira com a Bolívia)
5. Bonfim/RR
6. Paramacaíma/RR
7. Brasiléia-Epitacilândia/AC
8. Cruzeiro do Sul/AC
A zona franca de Manaus é a maior e mais desenvolvida. Foi criada
pelo decreto n.º 288 de fevereiro de 1967, estabelecendo incentivos
especiais, para o período de 30 anos (estendido para até 2013 pela
constituição de 1998), com o objetivo de criar um centro industrial,
comercial e agrícola no coração da Amazônia Brasileira. Possui
10.000 km² de área, incluindo a capital do estado.

Diferentemente de Manaus, que possui incentivos especiais para esta-


belecimento de indústrias, as outras zonas francas são apenas
regiões de circulação livre de mercadorias para importação e expor-
tação.

Redução de IPI e ICMS sobre produtos originários da zona franca são


benefícios de utilização dessas regiões. Maiores informações podem
ser obtidas nos seguintes endereços:
www.suframa.gov.br e www.estudosfiscais.hpg.ig.com.br.
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 41

ESTRUTURA LOGÍSTICA NO BRASIL


Pelo fato de ser um país continental, o Brasil possui uma infra-estru-
tura diversificada de portos e aeroportos, oferecendo serviços bas-
9
tante diferenciados, em regiões distintas.

De acordo com a localização de sua empresa ou do mercado de atua-


ção, a mercadoria importada pode utilizar aeroportos com modelos
avançados de processamento de carga ou portos com limitação de
equipamentos necessários para o correto manuseio da mercadoria.

Sugere-sse discutir com um agente de carga ou despachante adua-


neiro qual será o porto ou aeroporto mais indicado para sua impor-
tação.

Ao final deste manual encontra-se uma lista de sítios virtuais dos


principais portos e aeroportos brasileiros.
42

10
ESTAÇÃO ADUANEIRA INTERIOR
EADI

Estação Aduaneira Interior - EADI, comumente denominada porto


seco ("dry port"), é um terminal alfandegado de uso público, situado
em zona secundária, destinado à prestação, por terceiros, dos
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 43

serviços públicos de movimentação e armazenagem de mercadorias


sob controle aduaneiro.

Os serviços desenvolvidos em EADI podem ser delegados a pessoas


jurídicas de direito privado que tenham como principal objetivo social,
cumulativamente ou não, a armazenagem, a guarda ou o transporte
de mercadorias. A delegação é efetivada mediante permissão de
serviço público, após a realização de concorrência.

Geralmente, as EADI encontram-se instaladas próximas às regiões


produtoras ou consumidoras. Nelas são executados todos os serviços
aduaneiros, a cargo da Secretaria da Receita Federal, inclusive os de
processamento de despacho aduaneiro de importação e exportação
(conferência e desembaraço aduaneiros), permitindo, assim, a sua
interiorização.

As EADI podem, também, prestar serviços de acondicionamento, rea-


condicionamento e montagem de mercadorias importadas, submeti-
das ao regime especial de entreposto aduaneiro.

Existem, hoje, 60 EADI instaladas e em funcionamento, em 12 estados


brasileiros: Goiás (1); Mato Grosso do Sul (1); Amazonas (1);
Pernambuco (1); Bahia (2); Minas Gerais (5); Espírito Santo (5); Rio
de Janeiro (3); São Paulo (30); Paraná (5); Santa Catarina (2); Rio
Grande do Sul (4).

Novas estações aduaneiras estão sendo implantadas e encontram-se


em fase de licitação, celebração de contratos ou ainda não foram
alfandegadas.

A prestação dos serviços aduaneiros em EADI aproxima e facilita o


atendimento às empresas que atuam com importação.
44

11 ENDEREÇOS ELETRÔNICOS ÚTEIS

ABAD - Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores:


www.abad.com.br
ABF - Associação Brasileira de Franquia: www.abf.com.br
ABIA - Associação Brasileira da Indústria Alimentícia: www.abia.org.br
ABIFA - Associação Brasileira da Indústria Fundição: www.abifa.org.br
ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos: www.abimaq.org.br
ABIMED - Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos,
Produtos e Suprimentos Médicos: www.abimed.org.br
ABIMOVEL - Associação Brasileira da Indústria Moveleira:
www.abimovel.org.br
ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Eletro-Eletrônica:
www.abinee.org.br
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas: www.abnt.org.br
ABRABE - Associação Brasileira de Bebidas: www.abrabe.org.br
ABRAVEST - Associação Brasileira do Vestuário: www.abravest.org.br
ABRE - Associação Brasileira de Embalagens: www.abre.org.br
ADIPEC - Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes,
Cosméticos e Similares: www.adipec.com.br
AMCHAM - Câmara Americana de Comércio: www.amcham.com.br
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica: www.aneel.gov.br
ANFAVEA - Associação Nacional de Veículos Automotores:
www.anfavea.com.br
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 45

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária: www.anvisa.gov.br


ASLOG - Associação Brasileira de Logística: www.aslog.com.br
BB - Banco do Brasil: www.bancobrasil.com.br
BCB - Banco Central do Brasil: www.bcb.gov.br
Centro de Vigilância Sanitária: www.cvs.saude.sp.gov.br
DAC - Departamento de Aviação Civil:
www.dac.gov.br e www.estudosfiscais.hpg.ig.com
Embaixada Americana: www.embaixada-aamericana.org.br
FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo:
www.fiesp.org.br
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial: www.inmetro.gov.br
INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industria: www.inpi.gov.br
IPEM - Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo:
www.ipem.sp.gov.br
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:
www.agricultura.gov.br
MC - Ministério das Comunicações: www.mc.gov.br
MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia: www.mct.gov.br
MD - Ministério da Defesa: www.defesa.gov.br
MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior :
www.mdic.gov.br
MMA - Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br
MME - Ministério das Minas e Energia: www.mme.gov.br
MRE - Ministério das Relações Exteriores: www.mre.gov.br
SECEX - Secretaria de Comércio Exterior:
www.mdic.gov.br/ comex/secex/secex.html
SINDIPEÇAS - Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para
Veículos Automotores: www.sindipecas.org.br
SRF - Secretaria da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br
SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus:
www.suframa.gov.br
46

PRINCIPAIS PORTOS MARÍTIMOS,

12
AEROPORTOS E PORTOS SECOS
DO BRASIL

Angra dos Reis/RJ - www.portosrio.gov.br/Angra


Antonina/SC - www.pr.gov.br/portos
Aratu/BA - www.codeba.com.br/portoaratu
Areia Branca/RN - www.cabuginet.com.br/codern
Belém/PA - www.cdp.com.br/porto_belem.htm
Forno/RJ - www.portosrio.gov.br/Forno
Fortaleza/CE - www.cdc.ce.gov.br
Ilhéus/BA - www.codeba.com.br/portoilheus
Imbituba/SC - www.ogmoimbituba.kit.net
Itajaí/SC - www.ogmo-iitajai.com.br
Itaqui/MA - www.codomar.com.br/index.html
Macapá/AP - www.cdp.com.br/porto_macapa.htm
Maceió/AL - www.portodemaceio.com.br
Manaus/AM - www.portodemanaus.com.br
Natal/RN - www.cabuginet.com.br/codern/natal.html
Niterói/RJ - www.portosrio.gov.br
Paranaguá/PR - www.pr.gov.br/portos
Recife/PE - www.portoderecife.com.br
Rio Grande/RS - www.portoriogrande.com.br
Rio Janeiro/RJ - www.portosrio.gov.br/Rio/index.htm
Salvador/BA - www.codeba.com.br/portosalvador
Santarém/PA - www.cdp.com.br/porto_santarem.htm
Santos/SP - www.portodesantos.com.br
São Francisco do Sul/SC - www.apsfs.sc.gov.br
Sepetiba/RJ - www.portosrio.gov.br/Sepetiba
Suape/PE - www.suape.com.br
Vila do Conde/PA - www.cdp.com.br/porto_conde.htm
Vitória/ES - www.portodevitoria.com.br
Pecém/CE - www.cearaportos.ce.gov.br/complexo.asp
Principais aeroportos do Brasil - www.infraero.com.br
Principais portos secos do Brasil (EADI´s) - www.ceol.com.br/eadis.html
COMOIMPORTARDOS E STADOS U NIDOS 47

SIGLAS E ABREVIATURAS
AFRMM - Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante
13
BACEN - Banco Central do Brasil
CI - Comprovante de Importação
CCI - Câmara de Comércio Internacional
DECEX - Departamento de Comércio Exterior
DI - Declaração de Importação
DSI - Declaração Simplificada de Importação
I.I. - Imposto de Importação
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
Incoterm - International Commercial term
IRB - Instituto de Resseguros do Brasil
IPI - Imposto sobre Produto Industrializado
ITAR - the International Traffic in Arms Regulations
L/C - Letter of Credit
LI - Licenciamento das Importação
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul
NAFTA - North American Free Trade Agreement
NAICS - North American Industrial Classification System
ROF - Registro de Operações Financeiras
SECEX - Secretaria de Comércio Exterior
Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados
SH - Sistema Harmonizado (HS - Harmonized System)
Sisbacen - Sistema de Informações Banco Central
SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior
SITC - Standard Industrial Trade Classification
SRF - Secretaria da Receita Federal
TEC - Tarifa Externa Comum
48

14 BIBLIOGRAFIA

ARNOLD, P.A. (Ed.); STERN, J. L. (Comp.). International Marketing


Resource Guide. Braddock Communications, Inc: Herndon, VA, USA,
2001, 166 p.

BIZELLI, J.S. Noções Básicas de Importação. São Paulo, Aduaneiras,


1997.

ESTADOS UNIDOS. US Commercial Service. Brazil Country Commercial


Guide. Fiscal Year 2003. Preparation Date: July 15, 2002.

INCOTERMS 2000 - Publicação nº 560 da Câmara Internacional de


Comércio, Edições Aduaneiras, 2000.

Regulamento Aduaneiro, 22ª edição, São Paulo, Aduaneiras, 1997

SEBRAE MINAS. Importação - Série Cooperação Internacional.

SRF - Secretaria da Receita Federal. Disponível em:


<www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em novembro - 2003.
SERVIÇO COMERCIAL DOS ESTADOS UNIDOS
Belo Horizonte
Brasília
Por to Alegre
Rio de Janeiro
São Paulo
w w w . fo c us b ra z i l . or g . b r

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