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Universidade de Brasília- UnB

Instituto de Ciências Biológicas


Departamento de Ecologia
Disciplina: Ciências do Ambiente Professora: Adriani Hass
Aluno: Marcus Vinícius Soares Galindo Matrícula: 08/49278
Período: 2_2010

Resumo de Clima e Biodiversidade, capítulo 5 do livro Ciência


Ambiental de G. Tyler Miller Jr.
O presente trabalho tem como objetivo resumir as principais idéias do capítulo 5 do
livro Ciência Ambiental de C. Tyler Miller Jr., intitulado Clima e Biodiversidade. Depois será
dada uma explicação sobre a importância do assunto tratado no capítulo para o profissional de
Ciência Política. O texto em si fala sobre os principais biomas terrestres e aquáticos, e como o
clima afeta esses ambientes, além disso, são mostrados os impactos ambientais dessa relação
com as atividades humanas.
O autor inicia o texto elucidando o papel do vento como conector, levando nutrientes e
infelizmente resíduos tóxicos de um lugar a outro. O clima pode ser definido como o padrão
geral das condições atmosféricas regionais em longo prazo, sendo influenciado principalmente
pela temperatura média e precipitação média. Vários fatores influenciam o clima, tais como: a
distribuição das massas continentais e dos oceanos, a circulação das correntes marítimas e a
circulação do ar sobre a superfície terrestre. Esse último fator pode ser explicado pelo
aquecimento desigual da superfície, pela rotação da terra no seu próprio eixo e pelas
propriedades do ar, da água e da terra. As correntes marítimas redistribuem o calor recebido
pelo sol, de um lugar para outro, influenciando o clima e a vegetação, principalmente das
regiões costeiras e do próprio bioma aquático. A topografia influencia o clima, de modo que as
montanhas fazem com que o ar se resfrie fazendo com que chova mais em terrenos
montanhosos, o que contribui para a formação de desertos em zonas planas próximas. O
Impacto ambiental dos altos prédios pode ser notado pelas maiores temperaturas e a maior
incidência de smogs nas cidades do que nos campos, devido aos sistemas de climatização dos
mesmos e seu efeito na redução da velocidade do vento.
Mais adiante, o autor começa a explicar a relação entre clima e biomas, alegando que a
precipitação e a temperatura média anuais, assim como o tipo de solo são os fatores principais
para a formação desses ambientes. Apesar de os cientistas dividirem o mundo em doze biomas
principais, isso não significa que eles sejam uniformes, sendo que duas tundras árticas podem
conter comunidades biológicas ligeiramente diferentes, isso se deve ao fato de os recursos não
serem uniformemente distribuídos e também por causa dos impactos das atividades humanas. O
Clima e a vegetação também variam de acordo com a altitude e a latitude.
Depois de explicar a relação clima/bioma, Tyler explica brevemente alguns tipos de
biomas como os desérticos, os campais, os montanhosos e os florestais, para em seguida tratar
dos biomas aquáticos, tanto aqueles de água doce como os de água salgada. Em relação aos
desertos, pode-se dizer que são ambientes com muito mais evaporação do que precipitação, e
com vegetação baixa e dispersa, o sol esquenta o chão durante o dia e à noite o calor se dispersa,
existem três tipos principais de deserto: tropicais, temperados e frios. Os desertos tropicais são
quentes e secos durante a maior parte do ano, com superfície áspera e pouca vegetação, é o tipo
que mais aparece em filmes. Nos desertos temperados, ocorre mais vegetação do que nos
tropicais e as temperaturas diurnas são altas no verão e baixas no inverno, já nos desertos frios
como o de Gobi, os invernos são frios e os verões mornos ou quentes, e a precipitação é baixa.
Como os desertos têm pouca vegetação e pouca diversidade de espécies, são considerados
lugares difíceis de recuperar dos impactos ambientais humanos.
Os campos são biomas com precipitação média, suficiente para a sobrevivência de
gramíneas, mas não de árvores de grande porte. Os Três principais tipos de campo são: tropical,
temperado e polar (tundra). As savanas constituem o tipo de campo tropical, e são marcadas por
temperaturas quentes, duas estações prolongadas e grandes quantidades de chuvas durante o
resto do ciclo, a fauna da savana é composta por pastejadores e animais de casco, a competição
por alimentos nessa área é minimizada, pois os diferentes animais se alimentam de diferentes
partes da vegetação. Os campos temperados são marcados por invernos muito frios e verões
muito quentes, onde a precipitação anual é esparsa e desigual, o solo é fértil e devido à morte
das gramíneas que se tornam matéria orgânica acumulada no solo, existe também uma
complexa rede de raízes interligadas de gramíneas resistentes à seca e aos ventos. A criação de
gado nessas áreas causa à degradação dessa rede, deixando o solo vulnerável a erosão pelo
vento e pela água. Os campos polares são marcados por frios extremos durante a maior parte do
ano, onde a pouca precipitação geralmente aparece em forma de neve. A vegetação é composta
por um tapete esponjoso de plantas de crescimento lento como liquens e arbustos anões.
As florestas são locais com precipitação média anual suficiente para que árvores de
médio e grande porte possam sobreviver. Os principais tipos de florestas são: tropical (pluvial),
temperada e boreal (polar). As florestas pluviais localizam-se perto da linha do equador, têm
alto índice de umidade, temperatura média anua quente e precipitação abundante e diária. A
vegetação é composta principalmente por plantas perenes latifoliadas, as árvores contêm uma
espessa cobertura de folhas no topo o que impede que a luz chegue ao solo, sendo que as plantas
rasteiras possuem folhas enormes para que possam armazenar a pouca luz que as atinge. A
diversidade biológica nesses biomas é enorme, contendo pelo menos metade das espécies
terrestres, devido a seus nichos ecológicos especializados que permitem a existência de uma
variedade enorme de animais. As florestas temperadas surgem em áreas com temperaturas
moderadas e são marcadas por verões longos e quentes, invernos razoavelmente frios e
precipitação abundante. É composto por poucas espécies de árvores latifoliadas, como o
carvalho e o choupo. Devido à lenta taxa de decomposição, essas florestas acumulam uma
espessa camada humífera no solo, composta por folhas que caem e armazenam nutrientes. Já as
florestas boreais são marcadas por invernos longos e muito frios, os verões são breves e de
temperatura razoável. A vegetação é pequena e composta por de coníferas perenes, como a
pinácea, o pinheiro e o cedro, algumas plantas moldam suas folhas em forma de agulha por
meio da resina para que sobrevivam ao inverno. A decomposição nessas áreas é feita de forma
lenta devido à cobertura resinosa de folhas que acaba por tornar o solo ácido e pobre em
nutrientes. As florestas boreais contêm uma alta diversidade biológica, o encharcamento do solo
durante o verão forma brejos ricos em insetos e larvas que se tornam alimento para pássaros
canoros.
Em relação às montanhas, sabe-se que esse tipo de ambiente ocupa cerca de um quinto
do habitat terrestre e é lar de várias espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar.
Elas também ajudam na regulação do clima, visto que o gelo encontrado nos cumes reflete a
radiação solar de volta pro espaço. Apesar de sua importância ecológica, pouco se tem feito para
a conservação desse bioma, visto que o ambiente é palco de atividades degradantes como
extração de madeira e danos causados por veículos off road.
Em relação aos biomas aquáticos, o termo mais apropriado para a nomeação dessas
áreas seria zonas de vida aquática. O principal fator que influencia a categorização desses
biomas é a salinidade da água, havendo biomas de água salgada, como estuários, litorais e
recifes; e biomas de água doce, como lagos, lagoas e riachos. Os principais tipos de vida
encontrados nesses ambientes podem ser dispostos em quatro categorias: plânctons, néctons,
bentos e decompositores. Três camadas dividem o tipo de vida encontrada: superfície, meio e
fundo.
Os oceanos cobrem aproximadamente 71% do planeta, apesar disso, a humanidade têm
mais conhecimento sobre a Lua do que sobre os mares. Os oceanos podem ser divididos em
duas zonas de vida principais: a zona costeira e o mar aberto. A zona costeira, apesar de ocupar
menos de 10% da área dos oceanos, abriga 90% das espécies marinhas. A zona costeira tem
água quente e rasa e abundante em nutrientes, os principais tipos de bioma encontrados nessa
zona são: Estuários, mangues, praias rochosas e recifes de corais.
Os estuários são áreas produtivas, com bastante nutrientes. Geralmente são as áreas
onde os mares fazem conexões com sistemas de água doce, como rios e lagoas, formando assim
pântanos, baías, canais e mangues, entre outros. Os estuários filtram os poluentes tóxicos e
sedimentos, amenizam os danos causados pelas tempestades, além de servir de berçário para
várias espécies de animais. Apesar disso, esses ecossistemas têm sido degradados pelas
atividades humanas.
As praias rochosas contém a chamada zona interdital que aparece entre a maré alta e a
maré baixa. Os organismos dessa área têm um esforço trabalho de sobrevivência, visto que têm
que evitar serem tragados pelas ondas, assim como lutar contra as alterações nos níveis de
salinidade causados pela diluição da água salgada pelas chuvas fortes. Os organismos que
habitam essa área geralmente se enterram ou vivem em conchas para sobreviver.
Os recifes de corais abrigam aproximadamente um quarto das espécies marinhas. Esses
biomas aparecem em áreas quentes e claras da região tropical e subtropical, e são formados por
grupos de animais minúsculos chamados pólipos que constroem recifes a partir de calcarização
de uma grossa camada em torno de seus corpos. Quando esses animais morrem, essa camada
serve de apoio para formação de outros recifes, além de abrigo para outras espécies marinhas.
Os recifes de corais fazem uma simbiose com uma alga chamada zooxanthellae. Em troca de
uma casa bem protegida e nutrientes, essas algas fornecem alimento e oxigênio para os pólipos.
Os recifes de corais ajudam a diminuir as temperaturas retirando o CO² da atmosfera, além de
proteger o litoral contra a erosão causada por grandes chuvas e ondas. Os recifes de corais têm
um grande papel econômico, fornecendo material de construção e pesca para os seres humanos,
apesar de serem grandes sobreviventes contra danos causados pela natureza, esses biomas têm
sofrido grandes ameaças por parte das atividades humanas.
O mar aberto constitui os outros 90% do território oceânico, e é separado da zona
costeira pelo aumento da profundidade na borda continental. O mar aberto é dividido em três
zonas relacionadas à profundidade e a incidência de luz solar: a zona eufótica, a zona batial e a
zona abissal. A zona eufótica, é a zona mais alta, onde o fitoplâncton realiza a fotossíntese,
nessa área, os níveis de nutirente são baixos e existe muito oxigênio, é habitado por grandes
peixes predadores como tubarões e peixe espadas. A zona batial é a zona do meio e é pouco
iluminada, devido a falta de luz não existem organismos que realizam fotossíntese, é habitada
por peixes menores e zooplâncton. A zona abissal é muito escura, fria, profunda e contém pouco
oxigênio, apesar disso é rica em nutrientes.
As zonas de vida de água doce são constituídas por locais com água só que com quase
nenhum sal, geralmente circundando os biomas terrestres. Os dois principais sistemas de água
doce são: lênticos(água parada), como lagos e lagoas, e lóticos(água corrente).
Os lagos são formados pela precipitação ou escoamento de água subterrâneas em
depressões terrestres, essas depressões geralmente são causadas pela glaciação, deslocamento da
crosta ou atividade vulcânica. Os lagos geralmente possuem quatro zonas, relativas á
profundidade e distância da praia. A zona litoral é a camada superior, possui grande diversidade
biológica, é iluminada pelo sol e se localiza próxima à margem. A zona limnética, também é
ilumina pelo sol e abrange até a fronteira da iluminação do astro, essa zona produz oxigênio e
alimento pra grande maioria das espécies do lago. A zona profunda consiste do local onde não
existe iluminação solar, existem poucas plantas e pouco oxigênio e é povoado por peixes
adaptados a tais extremos. A zona bêntica é o fundo do lago, geralmente habitado por
decompositores que se alimentam principalmente de detritos que caem de outras zonas.
A água da precipitação que não vai pra terra nem evapora se torna água da superfície,
que se tornam córregos e fluem para riachos, vários riachos formam rios que caem nos oceanos
através do seu deslocamento nas montanhas. Quando os riachos circundam as montanhas,
acabam por moldar o ambiente terrestre ao redor no tempo de milhões de anos.
Ainda se tratando das zonas de água doce, existem as chamadas áreas interiores
alagadiças, que são terras cobertas com água doce a maior parte do tempo, tais como pântanos,
brejos e caldeirões de pradarias. Essas áreas servem como filtros de poluentes tóxicos e habitat
para várias espécies.
Infelizmente tanto os ecossistemas de água doce como de água salgada são vulneráveis
aos impactos ambientais causados pelos humanos. As zonas costeiras de água doce são
extremamente prejudicadas, pois 45% da humanidade vive em zonas litorânea, o que causa a
erosão das praias, além de danos causados pela agricultura e pela extração de petróleo. As
atividades humanas tais como barragens e diques são prejudiciais para os rios e riachos,
fragmentando e destruindo vários habitas. Além disso, as cidades e plantações acabam por
descarregar excessos de nutrientes e esgotos nos rios. As áreas interiores alagadiças são
drenadas em nome da agricultura e do concreto.
Qual a importância desse capítulo para os estudos e trabalhos de um cientista política?
Recentemente, tivemos mais uma eleição no Brasil, que foi marcada pela ascensão da candidata
do Partido Verde, Marina Silva, que fez com que a preservação do meio ambiente se tornasse
um ponto importante nos debates. O conhecimento dos biomas aquáticos e terrestres é
importante no que diz respeito à destinação de recursos e políticas públicas na conservação dos
mesmos. É importante conciliar diferentes setores, que pregam o desenvolvimento com os
setores que pregam à proteção do meio ambiente, para que se consiga um desenvolvimento
sustentável. Parece que o governo brasileiro está no caminho certo, visto que 2010 foi o ano que
menos se desmatou na história do país.

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