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Choque séptico

O choque séptico é uma doença na qual, como resultado da septicemia, a tensão arterial baixa a um nível tal que pode pôr
a vida em perigo.

O choque séptico ocorre com maior frequência nos recém-nascidos (Ver  secção 23, capítulo 253), nas pessoas com mais de
50 anos e naquelas que têm um sistema imunitário deficiente. A sua gravidade é maior quando o número de glóbulos
brancos é baixo, como sucede nas pessoas que sofrem de cancro, ingerem medicamentos anticancerosos ou têm doenças
crónicas, como a diabetes ou a cirrose.
O choque séptico é causado pelas toxinas produzidas por certas bactérias (Ver secção 16, capítulo 167) e também pelas
citocinas, que são substâncias fabricadas pelo sistema imunitário para combater a infecção.  (Ver secção 16, capítulo 167) O
diâmetro dos vasos sanguíneos aumenta (dilatam-se), fazendo com que a tensão arterial baixe apesar do aumento tanto do
ritmo cardíaco como do volume de sangue bombeado. Os vasos sanguíneos também podem ter perdas de líquido, o qual sai
do lume do vaso para entrar nos tecidos e provocar edema.
A quantidade de sangue que flui em direcção aos órgãos vitais, particularmente os rins e o cérebro, é reduzida. Mais tarde,
os vasos sanguíneos contraem-se numa tentativa de elevar a pressão arterial, mas a quantidade de sangue bombeada pelo
coração diminui e, por isso, a tensão continua a estar muito baixa.

Sintomas e diagnóstico

Em geral os primeiros sinais de um choque séptico, visíveis mesmo 24 horas ou mais antes da diminuição da tensão arterial,
são a redução do estado de alerta e a confusão. Estes sintomas devem-se ao facto de o cérebro receber uma menor
quantidade de sangue.

Ainda que a saída de sangue do coração aumente, os vasos sanguíneos dilatam-se e, como consequência, a pressão arterial
diminui. Com frequência o doente respira aceleradamente, para que os pulmões eliminem o excesso de anidrido carbónico e
a concentração deste gás no sangue também diminua. Os primeiros sintomas podem incluir arrepios com tremores, um
aumento rápido da temperatura, pele quente e avermelhada, pulso acelerado e tensão arterial com altos e baixos. O volume
da urina diminui, apesar da maior quantidade de sangue bombeada. Em fases mais avançadas, a temperatura corporal
costuma baixar mais do que o normal. À medida que o choque se agrava, vários órgãos podem entrar em falência, como os
rins (provocando uma menor elaboração de urina), os pulmões (causando dificuldades respiratórias e um abaixamento da
quantidade de oxigénio no sangue) e o coração (provocando retenção de líquidos e edema). Dentro dos vasos sanguíneos
podem formar-se coágulos.

As análises de sangue mostram valores elevados ou baixos de glóbulos brancos e o número de plaquetas pode diminuir. A
quantidade de produtos de rejeição metabólica (como o azoto ureico, que se mede facilmente no sangue) continua a subir se
a função renal falhar. Um electrocardiograma (ECG) pode mostrar irregularidades no ritmo cardíaco, o que indica que ao
músculo cardíaco chega uma quantidade de sangue insuficiente. Fazem-se hemoculturas para identificar as bactérias
responsáveis.

Tratamento e prognóstico

Quando surgem sintomas de choque séptico, a pessoa é internada numa unidade de cuidados intensivos para a submeter ao
tratamento adequado. Administram-se-lhe grandes quantidades de antibióticos por via endovenosa, uma vez colhidas
amostras de sangue para cultura em laboratório. Até que o laboratório identifique as bactérias responsáveis, costumam
administrar-se dois antibióticos associados para aumentar as possibilidades de as destruir.

Drena-se qualquer abcesso que esteja visível e retira-se qualquer cateter ou sonda que tenha podido desencadear a infecção.
Pode praticar-se tratamento cirúrgico para extirpar o tecido morto, como, por exemplo, o tecido gangrenado do intestino.
Apesar de todos os esforços, morrem mais de um quarto das pessoas afectadas de choque séptico.

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