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@ Niimero 84 Horta, Sexta-Feira, 23 de Margo de 1979 REGIKO AUTONOMA DOS’ AGORES DIA R IO DA ASSEMBLEIA REGIONAL 1 Legislatura III Sessio Legislativa Presidente ~ Deputado Alberto Romo Secretérios —Deputado José Trigueiros Deputada Suzete Oliveira SUMARIO Os trabalhos iniciaram-se as 10 horas 25 minutos, © Periodo de Antes da Ordem do Dia comegou com 2 leitura do expediente chegado a Mesa No tratamento de assuntos politicos de importancia relevante para a Regiio usou da palavra 0 Deputado Rogério Con- tente (CDS), que se debrugou sobre assuntos prementes que carecem de solugio imediata, na ilha de S. Jorge, por parte do Governo Regional. As respostas, por parte do Governo Regional, as perguntas formuladas pelo Grupo Parlamentar do PS, marcafn o inicio do Periodo da Ordem do Dia, que se prolongou por bastante tempo, havendo até a necessidade de interromper os traballiGs ‘com um pequend intervalo, apés 0 que se reiniciaram os trabalhos com o mesmo ponto da agenda. Encerrado © primeiro ponto, da ordem de trabalhos, pasou-se 20 segundo ponto da Ordem do Dia “A Proposta de Decreto-Regional com vista a criago dos Simbolos Herdldicos da Regigo Auténoma dos Agores”. Mas, neste momento, dése 0 abandono da Sala das Sess6es, pela maioria do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Recomposta a Mesa, 05 jabalhos prosseguiram, de,novo, com a apresentag%0 da proposta pelo Presidente do Governo Regional e, com interven- 'es sobre a mesma dos Deputados Manuel Melo (PSD) e Almeida e Sousa (PSD). Posta a discussio, « proposta foi aprovada, na Generalidade, com 21 votes @ favor do PSD ¢ 2 votos contra do CDS, ,na Especialidade, foi aprovada por unanimidade. Os trabalhos encerraram-se as 16 horas ¢ 30 minutos. Presidente: Vai procederse # canada. (Gram 10 horas ¢ 15 minutos) (Procedew-se 4 chamada 4 qual responderam’os seguin- tes Deputados: PSD — Adelaide Teles, Alberto Roméo, Al- varino Pinheiro, Gui Heber Louro, Jodo Paulino, Frederico Maciel, Carlos Bettencourt, Carlos Teixeira, David Santos, Belarmino Azevedo, Dinarte Teixeira, Emanuel Silva, Fer- nando Faria, Francisco Gongalves, Jogo Manuel Bettencourt, Medeiros Ferreira, Borges de Carvalho, Altino de Melo, Jo- 36 Trigueiros, Renato Moura, Almeida e Sousa, Fétima Oli- veira, Manuel Melo; PS — Francisco Macedo, Félix Martins, Leonildo Vargas, Martins Goulart, José Manuel! Bettencourt, Emilio Porto»Conceigdo Bettencourt, Mercés Coelho, Suze- te Oliveira, Roberto Amaral, Daniel de Sé; CDS — Vasco Vi- vevros, Rogério Contente). Presidente: Estio presentes 36 Deputados. Pode entrar © publico, Declaro abertaa Sessfo. (Era 10 horas e 25:minutos) Vamos dat inicio a0 Perfodo de Antes da Ordem do Dia com a leitura do expediente chegado a Mesa. ~ Um oficio do Sr. Presidente da Comissfo Consultiva para os Assuntos das Regides AutGnomas, que diz 0 seguin- te: (Foi lito) Para usar da palavra, para tratamento de assuntos pol ticos de importdncia relevante para a Regito, a Mesa tem duas insorigdes. Vou dar a palavra, seguidamente, ao Sr. Deputado Rogério Contente. Deputado Rogério Contente (CDS): Sr. Presidente, Sr Deputados, Sts. Secretérios Regionais: Para além da circuns- tancia de militarmos em Partidos diferentes, o facto de ou- tros dois deputados pela Ilha de S. Jorge terem aqui apre- 2976 never nesta sesso as resposas, dado que, ambos estes mem bros do Governo Regional nfo conseguiram chegar hoje & Horta por dificuldades de transporte, Em préxima sessfo de perguntas estas qustdes sero consideradas eeventuaimen- te até — a aio permite o Regimento — elas serio enviadas antecipadamente por escrito. Muito obrigado. Presidente; Estéo ainda na mesa trés pergunta do st. Deputado Emilio Porto, endo duas drigidas 20s, Secret rio Regional do Equipamento Social. Em boa verdade, rep rmentalmente, serd necessrio referenciar estas permuntas, no respondidas, no. Difrio das Sessdes, O Repimento ¢ ‘omisso, no sentido de fazer luz sobre qual 0 sentido dessa consignagfo no Difrio das Sesses, das perguntas néo res pondida De qualquer manera, s assim oentenderem 0s Ss. Se- cxetirios Regionais, que naturalmente tro recebido estas Perguntas, poderdo fazer as respostas por escrito e envid- asd Assemble De-contririo, estas pergunias serSo consideradas em proxima Sesfo que w realize sobre este assunto. "Temos, assim, encerrado 0 primeiro ponto da nosa or dem de trabathos para hoje. Como segundo ponto e con- forme anunciado ontem na devida oportunidad, a Assem- bieia int debater a “Proposta de Decreto-Regional” com vis 18 criaglo dos “Simbolos Herdldicos da Regio Auténoma dos Agores”. Neste momento, dése 0 abandono da Sala das Sesbes, pela totalidade dos membros do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Presidente: Antes de proseguir com os trablhos, tere que resolver 0 problema de compor a mesa. Portanto, ego 40 st, Deputado Rogério Contentee ao sr Deputado Borges de Carvalho, o favor de contactarem comigo, de imediato. Pausa ra, o s. Deputado Rogério Content, ficaré portanto a secretariat a Mes, esta a altura em que o autor da proposta poderd usar dia palavea para fazer a sua apresentagio. Pause ‘Tema palarao sr. Presidente do Governo Regional Presidente do Governo Regional: Sr. Presidente, Ss. Depotados Fiz chegar,hé alguns dias, a Mesa da Assembleia Regional a Proposta de Decreto-Regional, que visa istitu- cionalizar a bandeira @ 0s outros Simbolos Herdldics, na Reto. Tratase de uma iniciativa do Governo Regional; nfo, 20 contrévio do que pretendew insinuar ontem o Ider do Grupo Parlamentar do Partido Socialist, de um impeto l- ilativo do Presidente do Governo Regional. Tug alds, que € por partir desta permissa erada que, afrontando 0 drgio executivo do Governo préprio da Re- fio, que no exercicio da sua competéncia aqui fez tezer tim documento, fruto de profunda reflexdo e de trabalho ‘om conjunto ede dislogo com as varias Forgas poitcas, que aqui tem representagfo, portano, é afvontando este Orgio do Governo proprio dos Agores, nfo, os. Presidente, que (0 Partido Socialista acaba de tomar eta atitude indigna de abandonar a Sala das Sesses da Assembleia Regional. Mas, Namero 84 actos desta natureza devem ficer com quem os pratica, € testemunham bem a falaz convicggo de alguns, 20 virem & ‘iltima hora vestir a capa de autonomistas, quando na rea- lidade nunca acreditaram nem na viabilidade nem na eficd- cia da {6rmula que a Constituigo consagrou, para a resolu #0 dos problemas do nosso Arquipélago, para a real afirma- fo dos desejos de auto-governo e de progresso do nosso po- A proposta que 0 Governo Regional apresentou — repi- to — se encontra no termo de um longo processo de didlo. 180, no seio do Governo ¢ do partido politico que 0 suporta, nesta Asembleia, e de didlogo, também, com as forgas da oposigdo representadas no Parlamento Regional. Esta Pro- posta, tem por objectivo restaurar a antiga bandeira dos Acores. Disse jé outro dia, na intervengdo que fiz de ambito ge- ral sobre 0s problemas da autonomia, que o direito da Re- ido possuir uma bandeira, deve ter-se por indiscutivel Foi até, inclusivamente, jé afirmado, em nota oficiosa, proveniente da mais alta instincia do poder soberano do nosso Pais. Para além disso, estava a longa tradigo que fez surgir, ‘no dmbito e na sequéncia das campanhas autonomistas do final do Século passado, a bandeira da autonomia dos Ago- res. Decalcada sobre a bandeira nacional, entdo em uso, a bandeira da autonomia incluis um agor voante de nove es ttelas representativas das nove ilhas, vindo assint a dar uma cerca formulagdo a simbologia que, desde data mais antiga ainda, era apresentada como representando 0 Arquipélago dos Agores, Existem ainda hoje bandeiras desta altura, ¢ foi sobre clas que se debrugou uma Comissio que em 1977 foi nomea- da por mim, para procurar estabelecer qual era a formula mais usada e mais corrente nessa altura jf que, em tempos posteriores, veram a surgir outras formulagdes. Esta Comissfo, tinha por encargo ~ posso revordéo com facilidade, pois fui eu o autor do despacho, que a criou — estudat a restauraggo da antiga bandeira dos Ago.’ res, E pata além disso, tratar da fixaglo dos Simbolos He- rifldicos da Regio. relat6rio que a Comissfo apresentou ¢ que nao foi, alifs, um relatério undnime, visto um dos seus membros ter apresentado uma declaragio de voto de sentido dife- rene, apontava para uma definigio herdldica, que partia das regras estabelecidas para a fixagio do estudo de armas do Arquipélago. A concepgio que a Comissfo apresentou para 0 escudo de armas dos Agores, corresponde integral- mente — mudando um pequenissimo pormenor ~ aquela que 0 Governo Regional agora propde a Assembleia, Mas, porque nestas matérias nfo esto apenas em causa © respeito das regras herdldicas, sem prejuizo da atengfo € do interesse que elas tem, mas também, enquadrar os sim- bolos da autonomia dos Agores dentro de uma tradiggo antiga que no é de agora ¢ que ndo surgiu apés 0 “25 de Abril”. Tem quase um século de afirmagies, e mais de um séeulo nos seus pr6dromos. Portanto, entendeu o Governo, ‘que deveria propor & Assembleia Regional, para a sua deci slo soberana, que a bandeira dos Agores fosse realmente 23 de Margo de 1979 aquela que de inicio surgiu ma altura das primeiras afirma- 60s autonomistas ainda nos finais do século passado. Esta, a bandeira que agora se prope; que seri uma bandeira partida de azul e branco, tera um agor e nove es- treles iguals, dispostas em semicirculo sobre ele, que inclu 4 0 escuda nacional, tal como se utilizava nas bandeiras, mais antigas, de acordo alls com as conviegGes fundamen. tas perflhadas pela nossa mais lidima tradigao autonomis- ta, que sempre tem correspondido a procurar uma solugao portuguesa, para os problemas dos Agores e para os proble- ‘mas da sua afirmasi0, do seu auto-governo € do seu desen- volvimento econdmico. ‘A proposta que o Governo apresenta a Assembleia para ‘a adopeio de um selo branco ¢ também de um hino, baseia- se, a primeira delas, nos trabalhos de utilizagdo e de apura- mento para o estudo do brazgo de armas dos Agores. A se- {gunda, neste uso to antigo nas nosss ihas, de uma presen- 2 atstica-musical em toda a parte. E por isso, de acordo com esta nossa tradigdo que s@ ter traduzido na existéncia “e tantos cultores da arte dos sons, a0 longo do Arquipéta- +, 9 propde também que se adopte como hino dos Acores, uma antiga pega composta também, por autor que ndo se conseguiu apurar, nessa altura das campanhas autonomistas. E assim s© inserird esta autonomia ~ tdo arduamente constituida e no meio de tantas incompreensoes e de algu- ‘mas atitudes susceptiveis de causar a maior perplexidade ~ nas suas tradig0es mais lidimas que alga num quase século de existéncia. Tulgo que longe de nos diminuir, esta busca das origens 4 todos nos valoriza, porque a afirmagao autonomista nos ‘Agores ¢ uma afirmagdo realmente agoriana; que ndo se prende com que o desenvolvimento da sua afitmagéo tenha sido num ou noutro lado. Todos nés comungamos destes rmesmos objectivos e, vamos fundamenté:lo nas suas raizes ‘mais legitimas. Foj necessério, sobre esta matéria — como jd disse ~ re- flectir longamente, ¢ procurar encontrar solucdo para ela Estou por mim convencido que a forma de Decreto-Regio- nal, corresponde ao modo adequado de resolver o problema 9s Simbolos Heraldicos da Regio. ‘Acho que o Estatuto deve estabelecer um prinespio so- bre essa matéria, mas nfo creio que seja necessariamente no mbito das disposigbes estatutdrias, que deva figurar a deft- nigdo conereta dos Simbolos Herdldicos dos Agores. Aliés, ‘© mesmo aconteceu de inicio com os Simbolos Herdldicos nacionais, que comeearam por ser objecto de uso e que du- rante muitos anos nem constow a cua exeténeia da Conet, tuiglo, jd que ele decorre da existéncia de uma entidade com um contetido politico prépri. A Regio Aut6noma dos Agores tem-no sem divida al» ‘guma; garantido este sim, esta sua identidade, esta sua afir- ‘magZ0, 0 seu contetido politico, a sua realidade de pessoa de dirsito constitucional, no ambito interno e com projec- 0 até no exterior, nfo havendo ddvida alguma que lhe ca- be este direito de arvorar os seus Simbolos Herdldicos pré- pros. Pot isso, se a formula de Decreto-Regional parece per feitamente cabal dentro dos usos em vigor, também me pa- rece que ela vem afirmar um prinepio importante. O Decre- 2977, toRegional, ¢ uma manifestagéo da vontade soberana da Assembleia Regional; € a propria Regio que escolhe e se di asia sua Simbologiae a sua representagfo. Alids, eneontrs- -s¢ dentro das mais antgas tradig6es nesta matéris, Seria diferente, cao viese a constar no Estatuto ade- finiedo exacta dos Simbolos Herdldis da Regio, pois iso equivalria a tansferir, para a Assembleia da Repiblic, a resolugfo desta matéria, uma vez que o Estatuto 6 uma iei a Assembleia da Repiblica, proveniente embora de inicia tiva desta Camara, mas configurada com uma lei de Ambito sacional Esta solugfo que se preconiaa, que 0s Simbolos Herd 4icos da Regido venham a ser consagrados por uma let da ‘Assembleia Regional, parece a mais adequada para dar 0 contoido de afirmagio regional, que nestas matéras, afi sma o mais razodvel. E dentro destes pardmetros,s. Presidente, srs, Deputa- dos, que o Governo Regional apresentou em devido tempo, 4 Assembeia Regional a sua proposta. Sobre ela, houve ert diversas ocasies trocas de impressBes com outras Forgas po- Iiticas aqui representadas, mas hi sempre quem dltima ho- 1a recuse 0s Seus passos anteriores. Nao assim 0 Governo Regional Dentro da linha geral que tive a ocasifo de recordar, na intervengio que fiz esta manha em resposta a uma pergunta «de um dos ss, Deputados da bancada da oposigio socialists, ‘© Governo como érgéo colegal, em diflogo constante com © Grupo Parlamentar do Partido, que nesta Assembleia tem 4 maiora, para encontrar neste diflogo os consensos neces- sdrios a uma plena afirmagzo agortana, € dentro des linha de orientagio, dizia, que 0 Governo como drgio colegial ‘az esta questdo até A Assembleia Regional. Se outras forgas politicas nfo estdo dispostas a enfren- tarse com a necessidade desta matériae de tomar uma dec:- so, caberé Aquelas que formarem a maiosia para a decisio sobie essa matéria, uma funeio mais importante. Projecta- 1, historicamente, a sua decisio. Estou certo de que ela vi- +i'a corresponder 20 sentir da maioria da nossa gente, € 2 regra da democracia ¢ esta: respeitar, sem prejuizo do did- logo com todas, aquilo que dispoe a maior; como tal, cleitoralmente e democrativamente mandatada Muito obrigado. Presidente: Tendo sido (ita a apresentagZo da Proposta de Decreto-Regional,abrimos agora o perfodo de debate, na generalidade, desta Proposte de Decreto-Regional. ‘Tem a palavrao sr. Deputado Manvel de Meo. Deputado Manvel de Melo (PSD): Sr. Presidente, Sr. Deputados, Sr. Presidente do Governo Regional, rs. Secre- tarios Regionais: ‘A Proposta hoje spresentada & Assembleia em Plendtio, visando a criagdo dos Simbolos Herdidicos da Regio, mor- mente a Bandera, éuma velha aspiragdo do Povo Agoriano, Transoende a vivéncia deste povo humilde, ¢ despreza- do ao longo de geraghes. [fo vou dedicat andlise pormenorizadaicerea dos Sim- bolos Herddicos porque, francamente,s6 gosto de falar da- quilo que entendo. 0 Preimbulo da Proposta chega para tal. A este povo pacato ¢ fo que bastardo foie colonizado estd, se levanta 2978 a ponta do véu nebuloso. para uma vide nova. que evolve em brumas esparsas as suas thas gloviosss. ‘Terra amada porquantos, x0 longo de geragSes, se esps- Iharam porters e mares nunca outrora conbecidos, desde © Brasil is Africas, do Japfo a Indochine do Hawai a Ed- rmonton. Todos em unfssono hoje, nesta data, nesta Assemble, representados pelos filhos dos teus filhos, te recordamos, Terra Acoriana, razdo da nossa presenga, primor da nossa vida, teus ios neste diate reconhecem neste simbo- to Jamas exquecerei o dia em que daremos satsfacdo a quantas geragdes nos precederem nesasterrasrochosss, on deo mar brame e oso se esconde ‘A todos quantos suas vidas, lares e fazendas abandona- 1am, nés vos dizemos oli, que a nossa terra se transforma, 4 nossa terra se tomna dign da presenca dos seu filo. 'A todos quantos num dia sonharam governarasua ter: ra ¢ seus destinos tragar, eu saido neste momento em que the damos o simbolo da unidade e do amor terra Agoria a, [A Bandeira Azul ¢ Branca, simbolo de um povo que fouttora se aventurou marcado pela agruas da vida do fei no e hoje se levanta grandioso na conquista do dirito de fgoverar a sua tera. Este simbolo glorioso que para alguns escindalo, abranga de uma 3 ver, todos quantos um dia sonharam a pétria Agoriana, O seu azul nfo é mais do que um espelhar das dguss imensas que rodeiam a nossa terra. ‘amais paar de geragio em geragto da ua entade como ovo. Povo Agoriano alguns dos teus flhos minados por dou- trinasestranhas, mandados por homens estranhos, ndo te aceitam na representago vsvel do teu sentir e querer Gente que nos trafu em Angola e Mogambique, na Gui- 1é, em Cabo Verde, em Timor, vergonha da nossa geragto, repiidios das geragSesvindouras. Pobre paisa quem estives- te entregue. A quantos por conirabando, por moeda fasa, por petri e roubo, se guindaram até & posigio de chefia, ‘no governo deste pais, nds dizemos, basta. Basta de gente giuvtona vampiros do préprio e do alo, que bol0s e bo- cas encheram, ¢ miséria criaram, basta, Depois de rruma- rem 0 socialismo na gaveta de mével antigo, jamais encon- ttaram de novo o& puchadores marxistas, 38 vezes, do So- cial Democrata pintado, zangouse, novamente,e saiv. Boa viager.. Tieola ua © nest dia, onde houver um Agorian, af estard a emopio da verdade ¢ do sentimento. E porque julgamos interpreta ot sentimentos do povo «que representamos, vamos permits que alguns dos teu f- thos te neguem e epudiem. ‘Senhor Presidente, Srs, Deputados, o problema da ban- Adeira dos Agoresnio € novo. E sempre, de ontem ede hoje. 'Nfo quero que vejam, no entusiasmo das minhas pala- ‘ras, qualquer ideia menos fel ede tragfo a Pétria comum, ‘que todos respeitamos e que alguns ainda amam. O pov Portugués, ete 6 parte de todos ns, que de I wemos. $6 repudismos os que a soldo de doutrinas estranhas ¢ de in- teressesinvisiveis, nos deram uma imagem a nivel de Go vero, ¢ nfo 96, de um pais estrenho que parecia jf nfo Némero 84 ser 0 nowo. A actuagdo de todos quantos fizeram esta na- 0 velha de oito séculos parecer estranha a seus filhos, so tem contribuido para fomentar intersses vorazes que, de id dois anos a esta parte em surdina e pela boca de VIA- DAPHI aos quatro ventos, so atirados nos are6pagos inter nacionais, sem o minimo de rspeto pla integragio territo- rial de um pais, ue descolonizou todas as suas possss3es de Africa. ‘A repercusséo dat palavas do dirgente Libio, que falou pela trbica Sovdtic, seré tanto maior por 0 centra- lismo da parte do Gover da Repablica, sobre as Regices ‘Auténomas, ‘A Tucidez, que esperamos dos que nos governam, deve- ros estar todos preparados para juntat a defeza elas ar mas, se for necessirio, dos ataques corsiros, que hé séculos devastaram estas paragens Para iso contaremos com todo 0 povo desta ilhas € ro 36, mas também com a forga da nossa razko, eo auxiio de todo o pats que somos Saberemos erguer bem alto a Bandera de quantos, a Jongo dos tempos, sonharam ver erguidas nas suas pragis ruas, O amor & terra Agoriana @ isso nos impele,e sem ti- bia impoe. Este simbolo que empunharemos em homenagem 205 nossos mortos representa penhor seguro da conquista ire- versivel do comando do povo que as ihasescolheu para sua terra e seu timul dentro da grande nagio Porguguesa. “amais temeremos os que querer trar-nos 2 liberdade dle em nos casa vivermos, come Agorianes que somos. A todos quanto: terra lusitana conhecem como Patria, nés afirmamos, bem alto, que ests encontraram, enfim 0 sin bolo da sua entidade de como povo, a sua identidade como alguém que foi e sek diferente de quantos se dizem hab tantes da terra Portuguesa, Somos Agorianos, por isso dife- rentes. TJamais esqueceremos ss nossas origens, mas iso no obstou a criagdo da nossa propria identidade. A insularia- de moldou nosso proprio cardcter © marcou nosso des tino, Povo Agoriano confia em ti, na tua propria forga, en. todos quantos daqul partiram, e vers crescer& tua volta 0 valor da tua vontade. Este dia em que te damos o simbolo da unidade,seja para ti penhor seguro de que, todos quantos aqui vver, jamais esquecerdo seus imo eepalhados pelos quatro can- tos do globo. E, porque sabemos que a apresentaggio azul e brancaé o simbolo desde sempre escolhido, pelos nostosfilhos des tas terras ede quantos daquisaam, vamos dar a aprovagio a esta proposta de Governo Regional. Palmae da bancada Socal Democrata. Presidente: Continua a discus. ‘Tem a palarao sr. Deputado Almeida e Sousa. Deputado Almeida e Sousa (PSD): St, President, Ss. Deputados: "AO asumir perante esta casa o meu lugar de Deputa- do Regional afiriei bem claro que, tinha aqui vinéo servr defender intrasigentemente ¢ contra todos os obstculos 4 construgéo de uma rea, efectiva e desavergonhada auto- 23 de Margo de 1979 roma politica, administrativa ¢ financeira para estas terras Agorianas, FHo e fago-o cada vez.com maior entusiasmo e convic- fo, certo de que serd através da actuaglo de Orgios de go- verno préprio, do reconhecimento de competéncias € do respeito pela maturidade politica do Povo Agoriano, que se serve esse Povo. Apesar dos esforgos titfnicos de certas forgas politicas, que se reclamam de certa representatividade, em destruir a estruturas de Governo pr6pio, criadas com sacrificios fenormes, dificuldades evidentes, 0s Deputados do PSD sempre se mantiveram, com indiscutivel serenidade ¢ digni- dade, no cumprimento daquilo a que sem “intuitos comer- ciais” no seu programa ofereceram 20 Povo Agoriano, que neles votou; que deles merece o seu mais profundo respeito; {que representando peta simples maioria de votos expressos, mais de 60% , merece apenas do mais alto representante do PS nesta casa a grosseira legenda de “Clientela Politica”. 1Néo fora a aversdo dissimulada mas constante que © PS. sempre tem demonstrado nesta casa, ¢ em todas as manufes- _agbes politicas que a paciéncia ultraclemocrdtica de todos ‘nds tem consentido, e preocupar-nosia a declaragio de in. tengo apresentada nesta Assembleia pelo seu lider, a pro- sito do processo de apresentagto e discussio dos “Simbo- dos Herdldicos da Regiao”. Para 0 PS ndo se trata apenas do processo utilizado nes- ‘ta casa; trata.se da convicgdo de que mesmo para sprovagdo de um trapo com cores (sublinke-se 0 desprezo com que 0 PS encara 08 Simbolos Herildicos da Regido), s6 teria cabi- mento a sua apresentagdo a Assembleia da Repiblica ‘Mais uma vez esta Assembleia seria empurrada para a sua transformago em Deputado colectivo, em matéria da sua exclusiva e reservada competéncia. Ficanos, pois, mais uma vez a certeza de que 0 PS jé rio defende aqui posigdes do seu partido. O PS é visceral mente contra a capacidade deste povo para reger-se, gover- narse a essa pritica, Seja quais forem os argumentos utiliza- dos, o fim em vista tem sido sempre o mesmo; o privar © Povo Agoriano da maioridade a que tem direito; 0 cravar esse povo as grlhetas da prisfo centralista. E tudo tem servido para atingir esses objectivos. Cau- sam-nos espanto ¢ perplexidade 0 desaforo com que se afr- ma que 0 PSD, por si ou como correia de transmissio do Governo, tenha ou venha a ter responsabilidade em divisio- nismos que a pritica tem demons:rado, s40 apenas imagina- dos, criados ou fomentados pelo PS. 'A acusagao OU acusagoes allds graves © nsultuusas que nos ditigiu o Lider do PS nesta casa, merece o nosso maior repddio e desprezo ¢ sio relegadas para o julgamento que delas a seu tempo fard 0 Povo Agoriano. Nés nio tememos, nem agora nem nunca, ese julgamento. ‘No nos venham com diseursatas ou pseudodigbes de moral sobre atitudes eleigoeiras. Nao foi o PSD o partido {que apresentou e apresenta, nos meios de comunicagéo $o- cial, ¢ nfo s6, intengGes autonomistas que sistematicamente acabam por negar nesta casa. Repudiamos 0 cinismo do PS ao alertar os Deputados do PSD quanto a0 possivelsuicidio autonémico que poderé resultar da aprovagio dos Simbolos Herdldicos da Regio, 2979 ‘quando tem sido este partido 0 defensor aotrrimo nesta ca- sa consciente aniquilamento, FFique o PS descansado que o PSD ado enjeita nem en- jeitard as responsabilidades das consequéncias que lhe pode- 1 advir da aprovagdo da proposta ora em discusséo. (0 Povo esté com os olhos postos nos Deputados que aqui trabalham, A discussfo dos Simbolos Herdldicos foi ampla, foi objecto de estudos, foi objecto de opgdes. A op: ‘elo ora apresentada € a opyo do PSD consciente que seré 1 op¢io da grande msioria do Povo Agoriano. Nao estav vinculads a estudos ou a comissdesalhelas a esta casa. Ant Democrdtico seria 0 compromisso que nos obrigase a acti tar a soluggo que munca a populagdo quiser, #6 para que a ‘oposigdo e este partido dese largas aos seus intuitos auton ‘ios, e a0 seu complexo de nesta Regio, ter de atrelar, ele sim, como correia de transmissio de um partido que tendo ‘obtido insignificante maioria de votos nivel nacional, nem a esse nivel nem a nivel regional, se conseguiu afirmar, © ‘que primou pela incoeréncia das atitudes ora a esquerda, conforme os ventos das conveniéncias. E para que nfo fiquem dividas sobre a intengfo da prf- tica democrdtica do PS, nesta casa, fique também gravado, para julgamento do povo, a atitude do PS a0 abandonar a sala da Assembleia antes de se proceder a discussio ¢ vota- ‘¢f0 da proposta epresentada pelo PSD, em atitude que ape- nas teréclasficagio para o futuro — COBARDIA. Palmas da bancada do PSD. Presidente: Continua a discussto. Parecendo nao haver mals intervenientes vamos votar, nna Generalidade, esta proposta de Decreto-Regional (0s srs. Deputados que concordam, na Generalidade, com esta proposta de Decreto-Regional, fardo 0 favor de se rmanterem como se encontram. Os sts, Deputados que discordam, farfo 0 favor de se sentarem. Secretirio: A proposta de Decreto-Regional foi aprova- da, na Generalidade, com 21 votos a favor do PSD e 2 votos contra do CDS. Presidente: Tem a palavra 0 st. Deputado Neto Vive- ros, para uma declaragio de voto. Deputado Neto Viveiros (CDS): St. Presidente, Srs. Deputad (Qs Deputados do CDS votaram contra a proposta de Decreto-Regional sobre os Simbolos Herdldicos da Regito ‘Auténoma dos Agores, com fundamento nos considerandos, seguintes: 1. Deade sempre © CDS Agoriano propés ¢ defenden, {que 20 proceso autonémico também estava ligada a exis- téncia e uso dos Simbolos Heréldicos proprios — bandeira, brazdo de armas, elo © hino, 2, A aceitagdo do consderando anterior, nfo implica necessariamente que 0 CDS Agoriano aceite qualquer solu- fo que posta vir a gerar de iredutivel antagonismo, face & comprovada complexidade do problema, de se poder afir- ‘mar peremptoriamente 0 que € que s€ pode considerar ‘como “primitiva bandeira da autonomia” e “hino original

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