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Índice
I – Introdução Página 3
II – Enquadramento Teórico Página 5
III – Imagem: semiótica visual e publicidade Página 8
IV – Análise Semiótica Página 10
IV – 1. Análise Sintáctica e Significação Página 10
IV – 2. Análise Semântica e Referência Página 11
IV – 3. Análise Pragmática e Interpretação Página 13
IV – 4. Notas Página 15
V – Conclusão Página 16
VI – Bibliografia Página 18
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Análise Semiótica de uma Imagem segundo a perspectiva de Charles Pierce
I. Introdução
Não tinha em mente nenhuma imagem quando decidi realizar este trabalho –
foi apenas através de uma pesquisa por diversas imagens publicitárias que
encontrei esta publicidade e optei por me debruçar sobre ela. A imagem
escolhida foi então um anúncio elaborado pela agência publicitária Daftfcb para
o Museu Tamayo de Arte Contemporânea, no México, demonstrando um corpo
feminino do qual está a ser “arrancado” algo, vendo-se uma mão cerrada e um
rasto de sangue. A força que antevi nesta imagem e a sua elevada carga
simbólica, apesar de toda a sua complexidade e enormidade de interpretações,
levou-me escolhê-la como objecto de estudo e analisá-la em termos semióticos.
O objectivo de um trabalho deste género é, exactamente, compreender
melhor o propósito que foi dado à fotografia, captando os seus principais
significados e todo um universo que se constrói à volta de uma imagem viva e
real. Neste caso específico, a imagem contém aspectos que denotam, de forma
lógica, a manipulação a que foi sujeita, não sendo portanto real em todos os
sentidos, e isso talvez a torne mais complexa. No entanto, torna-se também
mais desafiante analisá-la detalhadamente e reconhecer nela os múltiplos
significados dos seus signos.
Por outro lado, uma imagem publicitária, por si só, torna-se interessante de
analisar por sermos constantemente “bombardeados” com publicidade, nos dias
que correm, seja na televisão ou na rua, seja em qualquer meio de
comunicação generalizado. Sobretudo tendo em conta que nos encontramos
num curso de Comunicação, não podemos simplesmente ignorar este facto e,
na maior parte das vezes, analisamos de forma crítica o que nos é apresentado,
tecendo juízos de valor acerca deste e daquele cartaz, que despertam em nós
diversos significados. Esta é a perspectiva segundo a qual me proponho
analisar a imagem – não sob o ponto de vista do prazer estético, mas sim da
sua significação. Os fenómenos suscitam em nós significados, numa análise
semiótica, sendo que tecemos, por isso, as nossas interpretações acerca dos
mesmos, compreendendo os signos e a sua mensagem.
Defendia Peirce que o significado das coisas deriva do uso que lhes é
atribuído, o que significa que tudo tem de ser interpretado, semiotizado e
compreendido enquanto signo. Por concordar com a sua perspectiva lógica,
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Análise Semiótica de uma Imagem segundo a perspectiva de Charles Pierce
bem como por considerar que seria uma forma interessante de abordar esta
imagem, optei por seguir a filosofia Peirceana e elaborar este trabalho de
acordo com a mesma.
Assim, relativamente à estrutura do trabalho, farei primeiramente um
enquadramento teórico da análise, referindo as principais contribuições de
Peirce para a semiótica como a conhecemos nos dias que correm, e procurarei
definir o conceito de imagem segundo sua importância para o trabalho, numa
perspectiva publicitária. De seguida, prosseguirei com a verdadeira análise
semiótica da imagem em questão, segundo a perspectiva de Peirce,
enquadrando-a nas classes de signos e nos elementos semióticos que o autor
destaca nas suas teorias. Procurarei, desta forma, encontrar significados para a
imagem e compreendê-la com o propósito publicitário que lhe está subjacente,
bem como com os efeitos que pode ter nos seus receptores.
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Análise Semiótica de uma Imagem segundo a perspectiva de Charles Pierce
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Diz respeito ao nível sintáctico.
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Diz respeito ao nível semântico.
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Análise Semiótica de uma Imagem segundo a perspectiva de Charles Pierce
Assim, para Peirce, o signo adquire uma visão ternária, ao nível semiótico,
ramificando-se em representamen, ligado à primeiridade; objecto, ligado à
secundidade; e interpretante, ligado à terceiridade. Cada uma destas divisões,
no entanto, refere-se a três novos níveis sígnicos:
• Representamen pode ser dividido em quali-signo (remetendo para
uma qualidade), sin-signo (remetendo para um facto) ou legi-signo (remetendo
para uma lei, uma norma);
• Objecto pode ser dividido em indicial (índice/index, remetendo para um
fenómeno, um objecto), icónico (ícone, remetendo para a representação física
de um objecto, impossível este, mas possível sem um interpretante) ou
simbólico (símbolo, remetendo para um objecto, exigindo um interpretante);
• Interpretante, por seu lado, pode ser dividido em remático (remetendo
para a abstracção, de teor geral), dicente (remetendo para algo ou indicando
algo) ou argumento (remetendo para um silogismo, com premissas e
conclusão).
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Diz respeito ao nível pragmático – estes níveis serão explicados mais à frente neste
capítulo.
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Citações retiradas da obra ‘História das Teorias da Comunicação’, dos mesmos autores.
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Análise Semiótica de uma Imagem segundo a perspectiva de Charles Pierce
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A significação permite-nos explorar o interior das mensagens.
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A referência permite-nos compreender o que as mensagens indicam, a que se referem e/ou
a que se aplicam.
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A interpretação permite-nos examinar os efeitos (ao nível semiótico) que as mensagens
podem despertar no receptor.
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