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Sumário

1. Ligações do Motor Trifásico de Indução 1

1.1. Ligação do motor de seis terminais 1


1.2. Ligação do motor de nove terminais 3
1.3. Ligação do motor de doze terminais 5
2. Comandos Industriais Discretos 8

2.1. Diagramas Elétricos de Ligações 8


2.2. Tipos de Diagramas 8
2.3. Comandos Industriais Discretos para Motor de Indução 11
2.3.1. Sistemas de Partida Direta 11
2.3.1.1. Chaves de Partida Direta para Motor de Indução 12
2.3.1.2. Chaves Magnética de Partida Direta Simples Monofásica 13
2.3.1.3. Chaves Magnética de Partida Direta Simples Trifásica 14
2.3.1.4. Chaves Magnética de Partida Direta com Reversão Simples e Instantânea 15
2.3.2. Chaves Magnética de Partida Estrela-Triângulo 17
2.3.2.1. Chaves Magnética de Partida Estrela-Triângulo com Reversão 20
2.3.3. Chaves Magnética de Partida Compensada 22
2.3.3.1. Chaves Magnética de Partida Compensada com Reversão 24
2.3.4. Chaves Magnética Simples para Partidas Consecutivas 26
2.3.5. Sistema de Regulação de Velocidade de Motores Assíncronos Trifásicos 30
2.3.5.1. Variação da Velocidade em Função do Escorregamento 30
2.3.5.1.1. Chave Magnética Simples para Partida por Aceleração Rotórica 31
2.3.5.1.2. Chave Mag. Simples para Part. por Acel. Rotórica com Reversão 33
2.3.5.2. Variação da Velocidade em Função da Variação do Número de Pólos 35
2.3.5.2.1. Chave Magnética Simples para Duas Velocidades com Ligação Dahlander 39
2.3.5.2.2. Chave Magnética para Duas Velocidades com Ligação Dahlander e Reversão 42
2.3.6. Chave Magnética Simples para Frenagem por Corrente Retificada 44
2.3.6.1. Chave Magnética com Reversão para Frenagem por Corrente Retificada 48
3.0. Referência Bibliográfica 50
Comandos Elétricos 1

Cap. 1

LIGAÇÃO DE MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

1.18. Ligações dos Motores Trifásicos de Indução

Os motores trifásicos de indução com rotor em gaiola são fabricados de tal forma que possam funcionar
com duas, três ou quatro tensões diferentes. Esta flexibilidade de ligações permite que um mesmo
motor seja utilizado em localidades diferentes onde o nível de tensão da rede de alimentação tenha
diferentes valores.

1.18.1. Ligação do motor de seis terminais: As duas formas de ligações mais usuais são em estrela ou
triângulo

 Estrela: Ao conectarmos os três grupos de bobinas em estrela, o motor pode ser ligado a uma
linha com tensão igual a 3 × V F , sem que seja alterado a tensão no enrolamento por fase. Caso
cada enrolamento funcione com uma tensão nominal de 220 volts a tensão de alimentação do
motor seria
3 × 220 = 380v
Por sua vez, a intensidade de corrente em cada enrolamento será a mesma da linha.

L1 1 2
L
2

4 5

L
3

Fig. 1.1- Ligação em estrela

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 Triângulo: Neste caso as três bobinas do motor são ligadas em triângulo. Como a tensão de
fase é igual a tensão de linha, cada enrolamento receberá a tensão de 220 v. Contudo a corrente
será reduzida de 3 .

L1

6 1

3 4

L
3
5 2
L2

Fig. 1.2- Ligação em triângulo

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1.18.2. Ligação do motor de nove terminais

Os motores de dupla tensão têm nove terminais para assegurar a mudança de tensão o mais rápida e
simples possível. Este tipo de ligação possibilita ao motor funcionar com dois níveis de tensões. As
tensões nominais mais comuns são 220/440v. Quando o motor é ligado em série é alimentado por 440v
e ligado em paralelo, alimentado em 220v. O esquema mostrado nas figuras serve para ser ligado em
outras duas tensões quaisquer, desde que uma seja dobro da outra, por exemplo, 230/460v.

 Série-Paralelo:

1 2
L1 L
2

4 5
7 8

L
3

Fig. 1.3- Ligação do motor para duas tensões: série

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Fig. 1.4- Ligação do motor para duas tensões: paralelo

 Série-Paralelo: Triângulo

L1

4
9
7
6

L
3
8 5 2
L2

Fig. 1.5- Ligação do motor para duas tensões: triângulo-série

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L1

1 6
7 12

4 3

8
L L
2 3
2 5

Fig. 1.6- Ligação do motor para duas tensões: triângulo-paralelo

1.18.3. Ligação do motor de doze terminais

O enrolamento de cada fase é dividido em duas metades para ligação série-paralelo. Além disso todos
os 12 terminais ficam disponíveis para ligação do motor em estrela ou triângulo. Desta forma , pode-se
obter quatro combinações possíveis de tensão nominal:

 Ligação estrela-série;

 Ligação triângulo-série;

 Ligação estrela-paralelo;

 Ligação triângulo-paralelo;

Como exemplo pode-se alimentar um motor em 220/380/440/760 v.

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 Estrela-Série: Ligando-se as bobinas em série e os enrolamentos de cada fase em estrela,


obtém-se esta conexão. Esta disposição permite que o motor seja ligado em 760v.

1 2
L1 L
2

4 5
7 8

10 11

12

L
3

Fig. 1.7- Ligação estrela-série

 Triângulo-Série: Ligando-se os meios enrolamentos em série e as fases em triângulo pode-se


conectar o motor em uma tensão de 440v.
L1

12 1

4
9
7
6

3 10

L
3
11 8 5 2
L2

Fig. 1.8- Ligação triângulo-série

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 Estrela-Paralelo: Nesta conexão as bobinas são ligadas em paralelo e as fases em estrela. Esta
disposição permite que o motor seja ligado em 380v.

Fig. 1.9- Ligação estrela-paralelo

 Triângulo-Paralelo: Nste tipo de ligação as bobinas estão em paralelo e os enrolamentos de


cada fase em triângulo. Esta disposição possibilita ao motor ser ligado ao menor nível de
tensão, ou seja, em 220v.
L1

1 6
7 12

4 3

10 9

8 11
L L
2 3
2 5

Fig. 1.10- Ligação triângulo-paralelo

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Cap. 2

COMANDOS INDUSTRIAIS DISCRETOS

2.1. DIAGRAMAS ELÉTRICOS DE LIGAÇÕES


2.1.1. Generalidades

Os sistemas elétricos são representados esquematicamente através de símbolos gráficos


normatizados, para proporcionar uma melhor facilidade de compreensão do seu principio de
funcionamento.
Para facilitar a identificação dos componentes, sua localização física, suas funções e
interligações, e permitir ainda uma visão analítica das partes ou do conjunto, bem como, do
funcionamento seqüencial dos circuitos, os diagramas elétricos devem ser:
a) Claros e não se prestar a equívocos.
b) Fáceis de traçar, com o mínimo de linhas, simples e fáceis de lembrar.
c) Simbologia de uso o mais geral possível, segundo as normas técnicas.
d) Concisos para que possam ser de fácil compreensão.

É recomendado para o desenho dos diagramas, que sejam representados no estado


desenergizados (sem tensão e corrente) e são mecanicamente não acionados (na posição, desligado).

2.2-. Tipos de Diagramas

2.2.1. Diagrama Multifilar

É o diagrama que representa o sistema elétrico da forma como é realizado, mostrando todos os
componentes e condutores, detalhe de ligações, assim como os símbolos explicativos. Este diagrama
mostrado na Figura 2.1, por representar simultaneamente as ligações do circuito principal e do auxiliar,
torna-se difícil sua interpretação e elaboração, sendo, portanto, pouco aplicável.
Características:
a) não se tem uma visão exata da função da instalação.
b) dificuldade na localização de uma eventual falha.
c) os aparelhos são representados de acordo com sua seqüência de instalação, obedecendo à
construção física dos mesmos.
d) os aparelhos são facilmente reconhecidos e sua disposição pode ser qualquer uma.

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e) não são indicados circuitos de circulação de corrente.

Fig. 2.1- Diagrama multifilar

2.2.2. Diagrama Unifilar


É uma representação simplificada, geralmente unipolar das ligações onde mostra apenas os
símbolos dos componentes básicos do sistema que interessam a operação. Na figura 2.2 é mostrado este
diagrama.

Fig. 2.2- Diagrama unifilar

Tem como características:


a) indica os componentes e sua localização que devem ser instalados.
b) indica a quantidade de condutores.

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c) é utilizado durante o processo de instalação de chave elétrica.


2.2.3. Diagrama Funcional
É o diagrama que representa o circuito de acordo com o sentido da circulação de corrente
elétrica através de condutores e componentes. Este diagrama por representar separadamente o circuito
principal, o circuito de comando e o circuito de sinalização e alarme, na seqüência, da esquerda para a
direita, torna-se de fácil interpretação, ou seja, de fácil leitura e fácil entendimento de sua função.
Tem como características:
a) não é levada em consideração a posição construtiva e a conexão mecânica entre as partes.
b) os circuitos de corrente devem ser representados através de linhas retas, livres de
cruzamentos.

2.2.3.1. Circuito de Força ou Principal


Indica o caminho percorrido pela corrente elétrica absorvida pela carga durante o regime de
partida e durante o regime de trabalho. Veja sua representação mostrada na Figura 2.3.

Fig. 2.3- Circuito de força

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2.2.3.2. Circuito de Comando


Indica o caminho percorrido pela corrente elétrica, para colocar em operação, o circuito de
força. Este circuito mostra, ainda os intertravamentos elétricos e como o circuito será desenergizado.
Veja sua representação, ilustrada na Figura 2.4.

Fig. 2.4- Circuito de comando

2.3. Comandos Industriais Discretos para Motores de Indução

2.3.1. Sistema de Partida Direta

Quando se alimenta um motor elétrico em um sistema de energia elétrica, a corrente absorvida da rede
pelo motor, varia de 3 a 7 vezes o valor da corrente nominal a plena carga. Entretanto, desde que o
sistema suporte este pico de corrente na partida, sempre a melhor alternativa do ponto de vista
intrínseco do motor é utilizar a partida à plena tensão. Deve-se lembrar que à medida que o motor vai
vencendo a inércia (resistência da carga) e aumentando a rotação, a corrente vai diminuindo até chegar
ao valor de regime permanente.
Contudo na maioria das vezes, este valor do pico de corrente prejudica o funcionamento do sistema,
afetando os dispositivos de proteção, as redes de alimentação, os transformadores etc. Além disso, pode
afetar o fornecimento de energia elétrica devido ser cobrada do usuário uma sobretaxa de demanda,
durante o ano todo e não somente no mês em que foi ultrapassada.
Considerando-se que a corrente nominal é função da potência, a sua respectiva corrente de partida deve
estar numa relação com a corrente nominal da rede, de tal modo que, durante o tempo de partida, essa

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corrente não venha a alterar as condições de alimentação de outros consumidores, pela maior queda de
tensão causada na rede.
Esta situação é satisfeita em uma das seguintes condições:
a) A corrente nominal da rede é tão elevada que a corrente de partida do motor não é significante
b) A corrente do motor é de baixo valor, porque sua potência é pequena.
c) A partida do motor é feita sem carga (a vazio), o que reduz a duração da corrente de partida e,
conseqüentemente os efeitos sobre o sistema de alimentação.

Fatores que impedem o uso da partida direta:

a) A potência do motor é superior ao máximo permitido pelas normas da concessionária local


b) A partida do motor provoca o desligamento dos circuitos dos outros motores ou dos disjuntores
primários

Efeitos causados num sistema pala partida direta de um motor à plena carga:

a) Ocasiona alta queda de tensão da rede devido à corrente de partida ou de pico no caso dos grandes
motores, que deve ser limitada por imposição das concessionárias de energia elétrica.
b) Provável cintilação das lâmpadas
c) Redução no conjugado do motor durante a partida
d) Sistema de proteção superdimensionado, ocasionando um alto custo, no caso de corrente de partida
muito alta

2.3.1.1 Chaves de Partida Direta para Motores de Indução

Chaves de partida são dispositivos empregados para a ligação ou desligamento de motores elétricos.
Neste método de partida podem ser empregados dispositivos como contatores, disjuntores, chaves
interruptores. Podem ser empregadas também, chaves manuais e magnéticas.
Entende-se por partida direta a ligação do motor à rede elétrica, de modo que, seja alimentado, de
imediato, a toda tensão partindo-se com todo o conjugado de que é capaz. A norma da CEMAR,
recomenda utilizar a ligação desta chave em motores de indução trifásicos de rotor em curto-circuito
(ou em gaiola) ou síncrono, a uma rede secundária, a partir de um ramal de baixa tensão cuja potência
seja inferior a 5 cv.
O conjugado durante a partida é sempre superior ao conjugado nominal pra que possa vencer a inércia
da carga acoplada ao eixo do motor e é máximo quando atingir aproximadamente 80% da velocidade
nominal. Neste momento a corrente é consideravelmente reduzida.
Este tipo de chave permite partidas de motores mesmos que estejam submetidos a plena carga, desde
que a rede de alimentação ou transformador suporte o pico de corrente no momento da partida.
Sua aplicação é particularmente a indicada para motores de pequena a média potência. Entretanto
considerando-se que o conjugado de partida é de aproximadamente 1,5 o conjugado nominal, este
procedimento é desaconselhável caso a partida seja lenta e progressiva, como por exemplo, em pontes
rolantes, transportadores, etc.
Se por acaso for necessário reduzir o pico de corrente sob tensão nominal, ou seja, reduzir o conjugado
de partida de um motor de indução com rotor em gaiola, será necessário recorrer a um outro dispositivo
que permita, durante um primeiro tempo, alimentação do estator do motor sob tensão reduzida. Entre
estes métodos pode-se relacionar:
a) Chave estrela-triângulo

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b) Chave compensadora com auto-transformador de partida


c) Resistência que baixam a tensão inicial
d) Reatores que reduzem a tensão
e) Motores de pólos múltiplos

Para uma dada velocidade, a corrente no enrolamento do motor é reduzida proporcionalmente a tensão
e o conjugado proporcionalmente ao quadrado da tensão.

2.3.1.2. Chave Magnética de Partida Direta Simples Monofásica

a) b)

Fig.2.5- Diagrama da chave de partida direta simples monofásica: a) circuito de força, b) circuito
de comando.

Seqüência Operacional:

 Ligação: Pulsando-se o botão de comando b1, a bobina do contator c será energizada. Esta ação
faz fechar o contato de selo de c, que manterá a bobina energizada; os contatos principais serão
fechados, e o motor monofásico entra em funcionamento.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, eliminando a alimentação da bobina, que
provocará a abertura do contato de selo c e, conseqüentemente dos contatos principais, e o motor
monofásico é desligado.
 Interrupção por proteção: Caso ocorra uma sobrecorrente (curto-circuito) os fusíveis irão
interromper os circuitos desligando o motor e protegendo-o. Caso ocorra uma sobrecarga no

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eixo do motor, o relé de sobrecarga acionará o seu contato NF e desligará todo o circuito,
protegendo o motor contra aquecimento excessivo.

2.3.1.3. Chave Magnética de Partida Direta Simples Trifásica

a) b)

Fig.2.6- Diagrama da chave de partida direta simples trifásica: a) circuito de força, b) circuito de
comando.

Seqüência Operacional:

 Ligação: Pulsando-se o botão de comando b1, a bobina do contator c será acionada e fecha seu
contato de selo; o motor trifásico dar partida e permanece no estado ligado.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, abre o contator c; o motor trifásico é
desligado.
 Interrupção por proteção: Os fusíveis abrirão o circuito e desligarão o motor quando ocorrer
um curto-circuito. Já o relé de sobrecarga abrirá o seu contato NF e desligará todo o circuito,
protegendo o motor contra aquecimento excessivo.

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2.3.1.4. Chave Magnética de Partida Direta com Reversão Simples e Instantânea

O objetivo desta chave é realizar a reversão do sentido de rotação de um motor de indução


trifásico. Seu principio de funcionamento baseia-se na inversão de duas de suas fases de alimentação.
Por exemplo, R-1, S-2, T-3 para S-1, R-2, T-3. Esta tarefa pode ser realizada por dois contatores
comandados por dois botões conjugados.
A seguir citam-se algumas de suas aplicações mais importantes: tornos mecânicos, pontes rolantes,
guinchos, elevadores, fresadoras, talhas elétricas, esteiras transportadoras, etc.

Fig. 2.7. Circuito de força

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a) b)

Fig.2.8. Circuito de comando: a) reversão simples, b) reversão instantânea.

Seqüência Operacional da reversão simples:

 Ligação: Pulsando-se o botão de comando b1, a bobina do contator c será acionada e fecha seu
contato de selo; o motor trifásico dá partida e permanece no estado ligado.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, abre o contator c; o motor trifásico é
desligado.
 Interrupção por proteção: Os fusíveis abrirão o circuito e desligarão o motor quando ocorrer
um curto-circuito. Já o relé de sobrecarga abrirá o seu contato NF e desligará todo o circuito,
protegendo o motor contra aquecimento excessivo.

Seqüência Operacional da reversão instantânea:

 Ligação: Pulsando-se o botão de comando b1, a bobina do contator c será acionada e fecha seu
contato de selo; o motor trifásico dá partida e permanece no estado ligado.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, abre o contator c; o motor trifásico é
desligado.
 Interrupção por proteção: Os fusíveis abrirão o circuito e desligarão o motor quando ocorrer
um curto-circuito. Já o relé de sobrecarga abrirá o seu contato NF e desligará todo o circuito,
protegendo o motor contra aquecimento excessivo.

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2.3.2. Chave Magnética de Partida Estrela-Triângulo (Y / ∆)

Em instalações elétricas industriais, a chave estrela-triângulo é indicada, para sistemas que estão
sobrecarregados, com o objetivo de reduzir os efeitos da corrente de partida dos motores trifásicos
assíncronos com rotor em curto-circuito. A finalidade principal é para atender às exigências das
fornecedoras de energia elétrica, para evitar perturbações no funcionamento da rede elétrica. Utiliza-se
as ligações das chaves estrela-triângulo de três formas: manual, semi-automática e automática.
É de suma importância para a partida com chave estrela-triângulo que o motor tenha disponibilidade de
no mínimo seis bornes de ligação, que tenha possibilidade de ligação em dupla tensão(220/380,
380/660, 440/760), e que a menor tensão nominal do motor em triângulo coincida com a tensão de
linha da rede de alimentação.
Observa-se que uma tensão acima de 660 volts não é usual, pois não existem linhas com esses níveis de
tensões. Nos exemplos citados acima 380/660 e 440/760, a maior tensão indica simplesmente que o
motor pode ser ligado em estrela-triângulo.
A tabela 2.1 mostra as tensões nominais múltiplas mais comuns em motores trifásicos e sua aplicação
às tensões de redes usuais.

Ligações normais dos enrolamentos dos motores trifásicos

Partida com chave


Execução dos enrolamentos Tensão de serviço
estrela-triângulo
220v sim
220/380
380v não
220v /230v não
220/440/230/460
440v /60v não
380/660 380v sim
220v sim
220/380/440/760 380v não
440v sim

Tabela 2.1: Tensões nominais múltiplas para uso da chave estrela-triângulo

A chave estrela-triângulo consiste na alimentação do motor com redução de tensão nas bobinas durante
a partida. É aplicada em máquinas que partam em vazio (sem carga) ou com conjugado resistente baixo
e constante (carga parcial), tais como máquinas ferramentas clássicas para madeira, agrícolas, serra
portátil, serra de fita circular, retificador portátil, motores aéreos, furadeiras, esmeris, ventiladores,
bombas hidráulicas, etc. Segundo as normas da concessionária(CEMAR), recomenda que os motores

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devam ter suas potências nominais situadas entre 5 CV a 15 CV para serem ligados a uma rede
secundária, a partir de um ramal em baixa tensão.
O funcionamento dessa chave consiste, de início, em ligarmos o estator do motor em estrela, e após um
tempo de aproximadamente 3 a 25 segundos( tempo suficiente para que o motor atinja 90% da rotação
nominal), mudamos a ligação para triângulo através de um temporizador, automaticamente. A corrente
e o conjugado, em estrela, ficam reduzidos a 33% do valor que teriam na partida direta em triângulo.
Por isso, devem-se utilizar motores com curva de conjugado elevado.
O conjugado resistente da carga não deve ultrapassar o conjugado de partida do motor, nem a corrente,
no instante de comutação, deve atingir valores muito elevados, sob pena de se tornarem inaceitáveis.
Uma comutação prematura (velocidade do motor ainda baixa), ou uma pausa muita longa de
comutação, causa uma diminuição excessiva da velocidade e leva a um pico de corrente elevado na
comutação. Já uma pausa muito curta de comutação pode fazer surgir uma corrente de curto-circuito
sobre o arco voltaico ainda não extinto na ligação estrela. Sendo assim, não ofereceria nenhuma
vantagem e seria prejudicial aos contatos do contator e à rede elétrica.

Vantagens:
- custo reduzido;
- elevado número de manobras;
- por ter dimensões reduzidas, ocupa pouco espaço;
- a corrente de partida reduzida a 1/3 da corrente nominal.

Desvantagens:
- aplicação específica a motores com dupla tensão nominal e que tenha disponibilidade de seis
bornes;
- a tensão da rede deve coincidir com a tensão em triângulo do motor;
- o conjugado de partida é reduzido a 1/3 do nominal;
- a comutação de Y para ∆ deve ocorrer a 90% da rotação nominal, para que a corrente de pico não
atinja valores elevados, próximos, portanto, da corrente de partida a plena tensão.

Restrições na Aplicação:
Embora bastante empregada em acionamentos de motores aéreos por apresentar custo reduzido,
elevado número de manobras e ocupar reduzido espaço, na partida de bombas submersas ela é pouco
aplicada devido à longa distância entre a carga ao painel, exigindo o dobro da quantidade de condutores
de alimentação que geralmente é empregado em outro tipo de acionamento.

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Fig. 2.9. Circuito de força.

Fig.2.10. Circuito de comando.

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Seqüência Operacional:

 Ligação em estrela: Pulsando-se o botão de comando b1, a bobina do contator c3 e o relé de


tempo serão alimentados. Os contatos de selo de c3 e de c1, manterão ligados os contatores c3 e
c1, e o relé de tempo d1. Como os contatos principais de c3 e c1 estão fechados, o motor trifásico
é acionado na ligação em estrela.
 Comutação para triângulo: Transcorrido o tempo pré-ajustado pelo relé de tempo d1, este
opera, abre seu contato NF, desliga o contator c3 e o relé de tempo d1. Ao mesmo tempo é ligado
o contator c2 através do contato NF de c3. Assim, o motor é conectado em triângulo.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, abre os contatores c1 e c2; o motor trifásico
é desligado.
 Segurança da chave: Estando o motor ligado em estrela o contato NF de c3 fará o
intertravamento de c2 e estando o motor ligado em triângulo o contato NF de c2 não permitirá a
ligação do contator c3. Isto impedirá a ligação acidental do motor em curto circuito.

2.3.2.1. Chave Magnética de Partida Estrela-Triângulo (Y / ∆) com Reversão

Fig. 2.11. Circuito de força.

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Fig. 2.12. Circuito de comando.

Seqüência Operacional:

 Ligação em estrela (sentido de rotação horário): Pulsando-se o botão de comando b1, a


bobina do contator c4 é ligada e através de seu contato de selo NA é energizado o relé de tempo
d1 e a bobina do contator c1. Desta forma, permanecerão ligados c4, d1 e c1 através dos contatos
de selos de c1 e c4. Ao mesmo tempo, os contatos abridores de b1, de c1 e de c4 impedem que o
contator c2 e c4 possam ser ligados. Nesta fase, o motor está em regime de partida, conectado em
estrela com sentido de rotação horário.
 Comutação para triângulo: Decorrido o tempo ajustado, ocorre o disparo, abrindo-se o contato
NF de d1, desarmando o temporizador, o contato c4, e este fecha seu contato auxiliar NF. Assim,
estando o contator c3 ligado o motor é conectado em triângulo.

Reversão:
 Ligação em estrela (sentido de rotação anti-horário): Pulsando-se o botão b2, o contator c1 é
desligado e o motor que gira no sentido de rotação horário é desligado. O contator c4 é ligado,
energiza o relé de tempo d1 e o contator c2 através de seu contato NA. Assim, ficarão ligados c4,
d1 e c2 através do contato de selo de c2. No mesmo instante, os contatos abridores de c4 e de c2
impedem que o contator c1 possa ser ligado. Nesta etapa, o motor está em regime de partida,
conectado em estrela com sentido de rotação anti-horário.
 Comutação para triângulo: Transcorrido o tempo para o qual o relé de tempo d1 foi ajustado,
este dispara e desliga c4, que impede a energização de c3. O motor comuta para ligação triângulo,
conectando-o a plena tensão e mantendo o mesmo sentido de rotação anti-horário.

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 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligando os contatores c1 e c3 (motor no


sentido horário) ou desligando os contatores c2 e c3 (motor no sentido anti-horário) o motor
trifásico é desligado.
 Segurança da chave: Os botões b1 e b2 se intertravam. Os contatores c1 e c2, assim como c3 e c4
não permitirão a ligação em curto-circuito caso sejam ligados ao mesmo tempo

2.3.3. Chave Magnética de Partida Compensada

A chave compensadora é utilizada para partidas sob cargas de motores de indução trifásicos com rotor
em curto-circuito, onde a chave estrela-triângulo é inadequada. A norma prevê a utilização desta chave
para motores, cuja potência seja maior ou igual a 15 CV. Esta chave reduz a corrente de arranque,
evitando sobrecarregar a linha de alimentação. Deixa, porém, o motor com conjugado suficiente para a
partida.
A tensão na chave compensadora é reduzida através de um autotransformador trifásico que possui
geralmente taps de 50%, 65 % e 80% da tensão nominal.
Durante a partida alimenta-se com a tensão nominal o primário do autotransformador trifásico
conectado em estrela e do seu secundário é retirada à alimentação para o circuito do estator do motor.
A passagem para regime permanente faz-se desligando o autotransformador do circuito e conectando
diretamente a rede de alimentação o motor trifásico.
Este tipo de partida normalmente é indicado para motores de potência elevada, acionando cargas com
alto índice de atrito, tais como, como acionadores de compressores, grandes ventiladores, laminadores,
moinhos, bombas helicoidais e axiais (poço artesiano), britadores, calandros, máquinas acionadas por
correias, etc.
A utilização da chave compensadora em relação a chave estrela-triângulo apresenta algumas vantagens
e desvantagens que serão listadas a seguir:

Vantagens

 Na derivação de 65% a corrente de partida na linha se aproxima do valor da corrente de


acionamento, utilizando a chave estrela-triângulo;
 A comutação da derivação de tensão reduzida para a tensão de suprimento não acarreta
elevação da corrente, já que o autotransformador trifásico comporta-se neste instante
semelhantemente a uma reatância que impede o crescimento da mesma;
 Variações gradativas de tape, para que se possa aplicar a chave adequadamente à capacidade do
sistema de suprimento.

Desvantagens

 A grande desvantagem é a limitação de sua freqüência de manobras. Na chave compensadora


automática é sempre necessário saber a freqüência de manobras para determinar o
autotransformador;
 Custo superior ao da chave estrela-triângulo devido ao autotransformador;
 Dimensões normalmente superiores às das chaves estrela-triângulo, acarretando o aumento no
volume dos centros de controle de motores (CCM);

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Fig. 2.13. Circuito de força.

Fig. 2.14. Circuito de comando

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Seqüência Operacional:

 Ligação: Pulsando-se o botão de comando b1, o contator c3 é ligado fechando seu contato de
selo (NA), liga o contator c2 e o relé de tempo d1. O contato de selo de c2 fecha. O motor é
ligado através do autotranformador trifásico em estrela e parte com tensão reduzida.
 Comutação: Decorrido o tempo ajustado, ocorre o disparo, abrindo-se o contato NF de d1,
desarmando o temporizador, o contato c3, e este fecha seu contato auxiliar NF, que aciona c1. e
permanecerá ligado através de seu selo. Assim, ocorre a comutação para triângulo e o motor é
alimentado a plena tensão.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligará o contator c1 e o motor trifásico é
desligado.
 Segurança da chave: Os contatos NF de c1 e de c3 fazem o intertravamento do sistema.

2.3.3.1. Chave Magnética de Partida Compensada com Reversão

Fig. 2.15. Circuito de força.

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Fig. 2.16. Circuito de comando.

Seqüência Operacional:

 Ligação (sentido de rotação horário): O botão b1 pulsado liga o contator c4 que permanecerá
ligado pelo seu selo. Um outro contato auxiliar (NA) de c4 liga c3 e este através de seu selo liga o
contator c2 e o relé de tempo d1. Nesta fase o motor é alimentado com tensão reduzida através do
autotransformador trifásico e se encontra no regime de partida. O motor funciona, vence a
inércia da carga e gira no sentido horário.
 Comutação: Após o tempo ajustado por d1, este opera, abre seu contato NF e desliga o contator
c3. O contato auxiliar NF de c3 na linha de acionamento de c1, fecha-se e liga o contator c1. Este
através do seu selo permanecerá ligado e desligará o contator c2 quando um outro contato NF
na linha de acionamento de c2 abrir-se. Nesta fase, o motor está em regime de trabalho
conectado a plena tensão e funcionando no sentido horário.

Reversão:
 Ligação (sentido de rotação anti-horário): O botão b2 acionado liga o contator c5 que
permanecerá ligado pelo seu selo. Um outro contato auxiliar (NA) de c5 liga c3 e este através de
seu selo, liga o contator c2 e o relé de tempo d1. Nesta fase o motor é alimentado com tensão
reduzida através do autotransformador trifásico e se encontra no regime de partida. O motor
funciona, vence a inércia da carga e gira no sentido anti-horário.
 Comutação: Após o tempo ajustado por d1, este opera, abre seu contato NF e desliga o contator
c3. O contato auxiliar NF de c3 na linha de acionamento de c1, fecha-se e liga o contator c1. Este
através do seu selo permanecerá ligado e desligará o contator c2 quando um outro contato NF
na linha de acionamento de c2 abrir-se. Nesta fase, o motor está em regime de trabalho
conectado a plena tensão e funcionando no sentido anti-horário.

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 Interrupção: O botão b0 acionado desligará os contatores c4 e c1 (motor girando no sentido


horário) ou c5 e c1 (motor girando no sentido anti-horário).
 Segurança da chave: É realizado o intertravamento entre as botoeiras b1 e b2, entre os
contatores c4 com c1 e c3 com c1. Além disso, o contator c1 ligado não permitirá o acionamento
de c2.

2.3.4. Chave Magnética Simples para Partidas Consecutivas

Esta chave consiste num sistema de comando que permite a partida de dois ou mais motores,
obedecendo a uma seqüência pré-estabelecida. O circuito elétrico de um sistema de comando varia em
função da quantidade de motores trifásicos do sistema, permanência ou não dos motores em
funcionamento, método de partida dos motores trifásicos, sistema de comando da chave magnética,
função da sinalização. Convém ressaltar que dependendo da potência e do emprego, deve ser escolhido
adequadamente pelo projetista o método de partida do motor, para atender as exigências das
concessionárias de energia elétrica. O termo com permanência significa que os vários motores partem
em momentos diferentes, porém todos permanecem em funcionamento. Já o termo sem permanência,
nos diz que no momento que o segundo motor for colocado em funcionamento, o primeiro será
desligado e, assim sucessivamente.
No sistema de comando seqüencial, geralmente utiliza-se mais a partida direta e a partida compensada.
Caso seja exigida a chave compensadora, pode-se utilizar um autotransformador trifásico para a partida
de cada motor, ou então um único autotransformador, comum a partida de todos os motores trifásicos.
Geralmente são utilizadas em aplicações de correias transportadoras, escadas rolantes, etc.

Fig. 2.17. Circuito de força.

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a) Circuito de comando com permanência de motores (através de botoeiras)

Fig. 2.18. Circuito de comando: com permanência dos motores (comando com botoeiras)

Seqüência Operacional:

 Ligação do 1º Motor: O botão b1 pulsado liga o contator c1. O contato de selo de c1 fecha e
retém c1 em funcionamento. O motor trifásico m1 é acionado em partida direta e permanece em
funcionamento Outro contato auxiliar NA de c1 é fechado para permitir a ligação dos outros
motores.
 Ligação do 2º Motor: Transcorrido o tempo necessário de acionamento do 2º motor, o botão b2
é pulsado e liga o contator c2. O contato de selo de c2 fecha e retém c2 em funcionamento. O
motor trifásico m2 é acionado em partida direta e permanece em funcionamento Outro contato
auxiliar NA de c2 é fechado para permitir a ligação dos motores na seqüência. O 3º e o 4º
motores são ligados seguindo o mesmo princípio quando da ligação de m1 e m2
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligará todos os contatores ligados e os
motores trifásicos serão desligados.
 Interrupção por proteção: Os fusíveis abrirão o circuito e desligarão o motor quando ocorrer
um curto-circuito. Os relés de sobrecarga são ligados em série possibilitando o desligamento da
chave como um todo quando ocorrer sobrecarga em um dos motores ligados na seqüência
protegendo-os contra aquecimento excessivo.

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b) Circuito de comando com permanência de motores (comando com temporizadores)

Fig. 2.19. Circuito de comando: com permanência dos motores (comando com temporizadores)

Seqüência Operacional:

 Ligação do 1º Motor: O botão b1 pulsado liga o contator c1 e o temporizador d1. O contato de


selo de c1 fecha e retém c1 e d1 em funcionamento. O motor trifásico m1 é acionado através dos
contatos principais de c1 em partida direta e permanece em funcionamento.
 Ligação do 2º Motor: Transcorrido o tempo programado de d1, este fecha seu contato de selo e
liga o contator c2. O contato de selo de c2 fecha e retém c2 e o temporizador d2 em
funcionamento. O motor trifásico m2 é acionado em partida direta e permanece em
funcionamento. Outro contato auxiliar NF de c2 abre-se e desliga o temporizador d1. O 3º e o 4º
motores são ligados seguindo o mesmo princípio quando da ligação de m1 e m2
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligará todos os contatores ligados e os
motores trifásicos serão desligados.

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c) Circuito de comando sem permanência de motores (comando com temporizadores)

Fig. 2.20. Circuito de comando: sem permanência dos motores (comando com temporizadores)

Seqüência Operacional:

 Ligação do 1º Motor: O botão b1 pulsado liga o contator c1 e o temporizador d1. O contato de


selo de c1 fecha e retém c1 e d1 em funcionamento. O motor trifásico m1 é acionado em partida
direta.
 Ligação do 2º Motor: Transcorrido o tempo programado de d1, este fecha seu contato de selo e
liga o contator c2. O contato de selo de c2 fecha e retém c2 e o temporizador d2 em
funcionamento. O motor trifásico m2 é acionado em partida direta. Outro contato auxiliar NF de
c2 abre-se e desliga o contator c1 e o temporizador d1. Assim, o motor m1 é desligado. O 3º e o 4º
motores são ligados seguindo o mesmo princípio quando da ligação de m1 e m2. Convém
acrescentar que o ciclo se repete quando liga o ultimo motor na seqüência.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligará todos os contatores ligados e o
motor trifásico que se encontra energizado será desligado.

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2.3.5. Sistema de Regulação de Velocidade de Motores Assíncronos Trifásicos

A regulação de velocidade obtém-se através da relação entre a velocidade, freqüência, número de


pólos e escorregamento da máquina. Esta relação é expressa por:
120
n= × f × (1 − s )
p
Sendo:
n rotação r.p.m.
f Freqüência Hz
p Número de pólos --
s Escorregamento --

Pode-se perceber observando a fórmula acima que para regular a velocidade de um motor assíncrono
pode-se atuar num dos seguintes parâmetros: número de pólos, escorregamento ou freqüência da rede.
Dentre este serão estudado apenas dois modos: variação da velocidade em função do escorregamento e
em função do número de pólos.

2.3.5.1. Variação da Velocidade em Função do Escorregamento

Neste caso, a velocidade do campo girante é mantida constante, e a velocidade do rotor é alterada de
acordo com as condições exigidas pela carga, que podem ser:

 variação da resistência rotórica;

 variação da tensão do estator;

 variação de ambas, simultaneamente.

A utilização destas variações é limitada pois são conseguidas através das perdas rotóricas.
Devido a sua simplicidade e grande aplicação aqui será estudado somente a variação da resistência
rotórica. As outras formas são pouco utilizadas uma vez que geram perdas rotóricas e a faixa de
variação de velocidade é pequena.

 Variação da Resistência Rotórica: A inserção de uma resistência externa no rotor faz com que
o motor aumente o escorregamento (s), provocando a variação de velocidade.

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2.3.5.1.1. Chave Magnética Simples para Partida por Aceleração Rotórica

Este sistema permite a partida em motores assíncronos trifásicos com rotor bobinado, que são
conectados a três anéis coletores, e estes por sua vez, ligados através de escovas a um conjunto trifásico
de resistores, que podem ser variados, e permitir o controle da corrente de partida, bem como, a
velocidade nominal do motor. Estas resistências são retiradas sucessiva e automaticamente até
curtocircuitação do rotor, através de relés temporizadores.

Fig. 2.21. Circuito de força.

O motor assíncrono com rotor bobinado é largamente utilizado no setor industrial e no acionamento de
sistemas com elevadas inércias e nos casos em que o conjugado resistente em baixas rotações seja alto
comparativamente ao conjugado nominal, situações em que há necessidade de conjugado de partida
também elevado. Em relação ao motor com rotor em curto-circuito sua construção é bem mais cara,
porém dependendo de sua aplicação, especialmente quando se necessita de um controle adequado de

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movimentação de cargas, tais como, em guindastes, correias transportadoras, etc, apresenta grandes
vantagens. Estes motores são construídos com os enrolamentos rotóricos ligados geralmente em
estrela. Assim, as resistências são inseridas em série com o circuito do enrolamento do rotor e cujo
valor depende do número de estágios desejados na partida, em função da máxima corrente admissível
para o acionamento da carga.
Seu funcionamento baseia-se na inserção da resistência total no circuito rotórico durante a partida, para
reduzir a corrente induzida de partida e simultaneamente o fator de potência, aumentar o conjugado de
partida e controlar a velocidade até seu valor nominal. Após a partida inicial do motor, diminui-se
gradativamente a resistência inserida, igualmente nos três terminais, até curtocircuitar os enrolamentos
do rotor. Nesta condição o motor funciona em regime normal de trabalho.

Fig. 2.22. Circuito de comando.

Seqüência Operacional:

 1º Estágio de partida: O botão b1 pulsado liga o contator c1, cujo contato de selo fecha e retém
c1 e d1 em funcionamento. O motor parte e funciona com todos os resistores intercalados no
circuito do induzido. Neste estágio o motor funciona com a menor velocidade permitida no
sistema.
 2º Estágio de partida: Transcorrido o tempo pré-ajustado de d1, o contato fechador de d1 aciona
o contator do rotor c4 e o relé de tempo d2. O motor funciona com menos 1/3 da resistência
inserida. A corrente aumenta e conseqüentemente a velocidade também aumenta.
 3º Estágio de partida: Decorrido o tempo ajustado para d2, ocorre o disparo, e o seu contato
fechador aciona simultaneamente c3 e d3. O motor funciona com menos 2/3 da resistência
inserida. A corrente aumenta e, por conseguinte a velocidade também.
 4º Estágio de partida: Decorrido o tempo regulado pelo temporizador d3, seu contato NA
fecha, liga o contator c2 e este permanecerá ligado através do seu contato de selo. Ao mesmo

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tempo um outro contato auxiliar NF abre-se e desliga d1, c4, d2 e d3. Neste estágio o motor
funciona com toda a resistência eliminada e o rotor é curtocircuitado. A corrente induzida no
motor aumenta mais até seu valor nominal e a velocidade aumenta, alcançando seu valor
nominal.
 Interrupção: Pulsando-se o botão b0, este se abrirá, desligará todo o circuito de comando e de
força. O motor trifásico é desligado.

2.3.5.1.2. Chave Magnética Simples para Partida por Aceleração Rotórica com Reversão.

Fig. 2.23. Circuito de força.

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Fig. 2.24. Circuito de comando.

Seqüência Operacional:

 1º Estágio de partida (sentido de rotação horário): O botão b1 pulsado liga o contator c1, cujo
contato de selo fecha e retém c1. Outro contato auxiliar de c1 é fechado e liga d1. O motor parte
e funciona com todos os resistores intercalados no circuito do induzido. Neste estágio o motor
funciona com a menor velocidade permitida no sistema e gira no sentido horário.
 2º Estágio de partida: Transcorrido o tempo ajustado para d1, seu contato fechador liga c4 e d2
ao mesmo tempo. O motor funciona com apenas 2/3 da resistência inserida no rotor. A corrente
aumenta e também aumenta a velocidade
 3º Estágio de partida: Decorrido o tempo regulado em d2, este opera, e aciona simultaneamente
c4 e d3. O motor funciona apenas com 1/3 da resistência inserida. A corrente aumenta e, por
conseguinte a velocidade também.
 4º Estágio de partida: Transcorrido o tempo pré-ajustado para d3, este aciona c5 cujo contato de
selo o retém em funcionamento. Ao mesmo tempo através de outro contato auxiliar NF de c5
abre-se e desliga d1, c4, d2 e d3. Neste estágio o motor funciona e toda resistência é eliminada
colocando o rotor em curto-circuito. A corrente induzida no motor aumenta mais ainda até seu
valor nominal e a velocidade aumenta, alcançando seu valor nominal.
 Reversão: Pulsa-se o botão b0 para desligar todo o circuito. Após esta ação, aciona-se o botão b2
que liga c2 e através de seu selo será retido em funcionamento. Outro contato auxiliar de c2 é
fechado e liga d1. O motor parte e funciona com todos os resistores intercalados ao rotor. Neste
estágio o motor funciona com a menor velocidade permitida no sistema e gira no sentido anti-
horário. A seqüência de funcionamento é similar ao caso do motor girando no sentido horário.
 Interrupção: Pulsando o botão b0, este se abrirá, e desligará todo o circuito. O motor trifásico é
desligado.
 Segurança da chave: Para que não ocorra curto-circuito entre fases que poderia ser provocado
pelo acionamento simultâneo dos contatores c1 e c2, dois contatos NF de c1 e c2 se intertravam.

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2.3.5.2. Variação da Velocidade em Função da Variação de Número de Pólos


Como já dito anteriormente é possível realizar-se a regulação de velocidade em motores assíncronos
trifásicos com rotor em curto-circuito através da variação do número de pólos. Isto evita a aplicação de
dispositivos complexos para trocar os pólos do bobinamento do rotor como acontece no caso dos
motores com rotor em anéis, que é indispensável mudar as conexões tanto do rotor como do estator.
A utilização de motores com possibilidade de ligação em várias velocidades apresenta as seguintes
vantagens:
 Simplificam e podem até eliminar as transmissões por engrenagens;
 Eliminam o ruído e a vibração das transmissões dentadas;
 Simplificam o comando automático dos processos de partida, parada e reversão;
 Reduz as perdas inerentes aos processos de arranque e frenagem, etc.

As principais desvantagens apresentadas são:


 Mais caros e maiores que os motores de uma só velocidade para a mesma potência;
 Não é possível obter-se simultaneamente o melhor projeto em todas as velocidades;
 Tem pior fator de potência;
 Consumo relativamente elevado durante a partida

Existem três maneiras de se variar o número de pólos de um motor assíncrono:


 Enrolamentos separados no estator;
 Um enrolamento com mutação de pólos
 Combinação dos dois anteriores.

1. Motores Trifásicos de Duas Velocidades em Enrolamentos Separados


Esta forma permite se combinar enrolamentos com qualquer número de pólos, limitada pelo
dimensionamento eletromagnético do núcleo (estator/rotor) e carcaça geralmente bem maior que o de
velocidade única.

2. Motores Trifásicos de Duas Velocidades com único Enrolamento Dahlander


Este tipo de motor é o mais comum que se apresenta e é denominado Lindstrom-Dahlander ou
simplesmente Dahlander. Este é um motor que possui um enrolamento especial que poderá receber
dois fechamentos distintos denominados fechamentos Dahlander. Neste motor só é possível obter duas
velocidades na razão 1:2, sendo que o número de pólos da velocidade baixa deve ser igual ao dobro do
número de pólos da velocidade alta. Exemplifica-se abaixo, considerando o motor com escorregamento
de 5%:

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número de pólos velocidade síncrona velocidade assíncrona


4 ou 2 pólos 1800/ 3600 rpm 1710/ 3420 rpm
8 ou 4 pólos 900/ 1800 rpm 855/ 1710 rpm

12 ou 6 pólos 600/ 1200 rpm 570/ 1140 rpm

16 ou 8 pólos 450/ 900 rpm 428/ 855 rpm

Tabela 2.2: Velocidade do motor assíncrono trifásico

Os motores Dahlander podem ser ligados da seguinte forma:

• Conjugado constante:

 O conjugado nas duas rotações permanece constante, isto é, a potência varia


proporcionalmente com o número de pólos, por exemplo, em máquinas ferramentas.
Neste caso o motor será ligado em ∆(baixa rotação) / YY(alta rotação)

• Potência constante

 A potência permanece constante, ou seja, o conjugado básico varia em relação inversa


ao número de pólos, por exemplo, em acionamentos de trens laminadores, elevadores,
etc. O motor será ligado em YY(baixa rotação) / ∆∆(alta rotação) ;

• Conjugado variável

 O conjugado básico varia aproximadamente com o quadrado do número de rotações, e


conseqüentemente,, a potência varia com o cubo da velocidade, por exemplo, em
bombas centrífugas partindo com a carga, ventiladores, compressores, exaustores, etc.
Sua ligação será em YY (baixa rotação) / ∆∆(alta rotação).

As possíveis e mais aplicadas formas de esquemas de ligações do motor Dahlander serão mostrados a
seguir:

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 Estrela-série

L L
1 3 3
4
1 6
9
4
7

8
5
5

L
2

Fig. 2.25. Estrela-paralelo

 Estrela-paralelo

Fig. 2.26. Estrela-paralelo

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 Delta-série

L
3

5 8 6 6

5 9

L 7 4 1 L
2 1
4

Fig. 2.27. Estrela-paralelo

Na Tabela 2.3, mostra o quadro resumo dos esquemas de ligações do motor Dahlander

ROTAÇÃO
TIPO BAIXA ALTA
Conjugado constante Delta série Estrela paralelo
Potência constante Estrela paralelo Delta série
Conjugado variável Estrela série Estrela paralelo

Tabela 2.3. Ligações do motor Dahlander

3. Motores Trifásicos de Velocidades Múltiplas


Motores de velocidade múltiplas funcionam em diversas velocidades prefixadas, com as características
de um motor de velocidade constante, com a mesma tensão e freqüência para todas as velocidades. É
possível obter-se motores com mais de duas velocidades combinando-se um enrolamento Dahlander
com um ou mais enrolamentos independentes. Contudo, não é comum, isto acontecer na prática.
Somente em casos especiais verifica-se sua aplicação. Uma das limitações do uso deste motores é o
dimensionamento eletromagnético do núcleo (estator/rotor) e carcaça geralmente bem maior que os
motores de velocidade única.

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2.3.5.2.1. Chave Magnética Simples para Duas Velocidades com Ligação Dahlander

A chave magnética simples para duas velocidades com ligação Dahlander, é um sistema de comando
elétrico aplicado a um motor com enrolamento único (tipo Dahlander ), cujos pontos de saídas
permitem ligações em triângulo-série com “n” pólos e estrela-paralelo com “n/2”pólos, possibilitando
assim a obtenção de duas velocidades. A comutação da ligação em baixa para alta rotação pode ser
realizada por botões ou através de um relé temporizador.

Fig. 2.28. Circuito de força.

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Fig. 2.29. Circuito de comando com botoeiras

Seqüência Operacional:

 Partida do motor em baixa rotação: Pulsando-se a botoeira conjugada b1, energiza-se a bobina
do contator c1, que se mantém por seu contato de selo c1, e abre outro contato NF de c1, que
intertrava o contator c2 e c3 . O motor é acionado em baixa rotação.

 Partida do motor em alta rotação: Pulsando-se a botoeira conjugada b2, desenergiza-se a


bobina do contator c1 primeiramente, através do contato NF de b2. Simultaneamente, o contato
NA de b1 é fechado, e o contator c2 fica energizado, e se mantém ligado por seu contato de selo.
Este também, energiza a bobina do contator c3, através de seu contato auxiliar NA. O motor
parte em alta rotação.
 Interrupção: Pulsando o botão b0, desliga-se todo o circuito de comando e por sua vez desliga
o motor trifásico.

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Fig. 2.30. Circuito de comando com temporizador

Seqüência Operacional:

 Partida do motor em baixa rotação: Pulsando-se a botoeira conjugada b1, energiza-se a


bobina do contator c1 e o relé de tempo d1. Assim, o contator c1 se mantém ligado através de
seu contato de selo, e abre outro contato NF de c1 , que intertrava o contator c2 e c3 . O motor é
acionado em baixa rotação.
 Partida do motor em alta rotação: Decorrido o tempo regulado pelo relé temporizador, este
comuta seu contato, desenergiza a bobina do contator c1, e simultaneamente energiza o contator
c2, ficando energizado através de seu contato de selo. Este, também, energiza a bobina do
contator c3 , através de seu contato auxiliar NA. O motor parte em alta rotação .
 Interrupção: Pulsando o botão b0, este se abrirá, e desligará todo o circuito. O motor trifásico é
desligado.

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2.3.5.2.2. Chave Magnética para Duas Velocidades com Ligação Dahlander com Reversão

Fig. 2.31. Circuito de força.

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Fig. 2.32. Circuito de comando.


Seqüência Operacional:

 Partida do motor em baixa rotação (sentido de rotação horário): Pulsando-se o botão b1,
liga c1, cujo contato de selo opera e o retém ligado. O motor é acionado em baixa rotação no
sentido horário.
 Comutação do motor para alta rotação: Após o motor alcançar sua velocidade nominal em
baixa rotação, pulsa-se a botoeira b3, que desliga c1 e liga c3 e c5. Os contatores c3 e c5
permanecem ligados através do contato de selo de c3 e de um contato auxiliar NA de c3
respectivamente. O motor Dahlander passa a funcionar em alta rotação no mesmo sentido.
 Reversão: Para inversão do sentido de rotação, são acionadas as botoeiras b2 para por o motor
em baixa rotação e b4 para por o motor Dahlander em alta rotação.
 Interrupção: Pulsando o botão b0, este se abrirá, e desligará todo o circuito. O motor
Dahlander é desligado.
 Segurança por chave: É realizado o intertravamento na reversão e entre o funcionamento do
motor em baixa e alta rotação através de botoeiras e contatores.

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2.3.6. Chave Magnética Simples para Frenagem por Corrente Retificada

A chave magnética simples para frenagem por corrente retificada é o sistema de frenagem na qual se
alimenta o bobinado do motor com corrente contínua, no momento em que é interrompida a
alimentação em corrente alternada.
A frenagem por injeção de corrente contínua no bobinado do motor é de construção simples e eficiente,
não querendo motores com dispositivos mecânicos especiais.
Neste sistema de frenagem quando interrompemos a alimentação dos terminais do motor, é aplicada a
esses terminais uma tensão em corrente contínua. Ao fazermos circular uma corrente contínua pelo
bobinado do estator, este funcionará como um eletroímã que atua sobre o rotor, freiando-o até que pare.
A tensão de alimentação deste circuito de frenagem é em geral, em torno de 24v.
Podemos ter no sistema de frenagem três tipos de circuito de força:

 Com retificação monofásica por ponte retificada;


 Com retificação monofásica por dois diodos retificadores;
 Com retificação trifásica por três diodos retificadores.

O circuito de comando dos três sistemas citados anteriormente, basicamente é o mesmo, porém, os
circuitos de força são diferentes.
Os circuitos de força diferenciam-se na parte com relação ao sistema de alimentação de corrente
contínua nos terminais do bobinado do motor. Para alimentar o bobinado do motor em corrente
contínua utiliza- se normalmente um sistema de retificação que, propicie transformar corrente alternada
em corrente contínua. Esta retificação pode ser feita tanto em sistema monofásico como em sistema
trifásico.
Os circuitos mais aplicados no sistema monofásico são as retificações de onda completa. Podendo ser
realizado de duas maneiras: retificação com transformador com derivação central, conforme é mostrado
na figura 1.25 ou uma ponte retificadora, conforme ilustra a figura 1.26.
No que diz respeito ao sistema trifásico pode ser feito essa retificação de meia onda (veja figura 1.27)
ou onda completa, podendo ser realizada com ou sem emprego de transformador trifásico.
Quando se utiliza a retificação sem o emprego do transformador os três diodos retificadores (retificação
de meia onda) ou os seis diodos retificadores (retificação de onda completa) são ligados diretamente as
três fases de alimentação. Este tipo de retificação citado anteriormente apresenta a desvantagem do
circuito não fica isolado da rede elétrica, além de não permitir a variação dos valores da tensão elétrica.
Fazendo-se o uso do transformador trifásico podem-se ligar os diodos nas três fases secundárias do
transformador que deve ter um secundário ligado em estrela, e do ponto comum da estrela do
transformador sairá um condutor neutro, que servirá como pólo negativo da corrente retificada
(retificação de meia onda), ou então empregando seis diodos retificadores ou retificação tipo ponte
(retificadores de onda completa), onde os diodos retificadores devem ser ligados as três fases do
secundário, ligado em estrela ou em triângulo, pois não necessitamos do condutor neutro como pólo
negativo da retificação.
A retificação de onda completa é a que melhor soluciona os problemas de retificação sem o emprego de
artifícios auxiliares, pois é a que mais se aproxima das características de uma corrente contínua pura.

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Fig. 2.33. Circuito de força: retificação de onda completa em ponte


.

Fig. 2.34. Circuito de força: retificação de onda completa com tomada central.

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Fig. 2.35. Circuito de força: retificação trifásica de meia onda

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Fig. 2.36. Circuito de comando.

Seqüência Operacional:

 Ligação: Pulsando-se a botoeira b1, a bobina do contator c1 é energizada, fecha seu contato de
selo e abre um contato auxiliar NF que intertrava o circuito de retificação. O motor é energizado
e parte com partida direta.
 Interrupção e frenagem: Pulsando-se a botoeira b0 (desliga), interrompe-se os circuitos da
bobina do contator c1 e esta desliga o motor trifásico. Como o motor mesmo desligado não pára
instantaneamente seu movimento, por causa da sua inércia, a botoeira b0 ao mesmo tempo liga
o circuito de retificação, alimentando a bobina do contato c2 que por sua vez alimenta o
primário do transformador e através do contato de selo de c2 alimenta a bobina do contato de
c3. Deste modo fará a alimentação da corrente contínua retificada nos terminais do motor que
então será frenado. O motor é desligado inicialmente da rede de corrente alternada e depois de
frenado, pára.
 Segurança por chave: É realizado o intertravamento entre a partida direta e a frenagem.

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2.3.6.1. Chave Magnética com Reversão para Frenagem por Corrente Retificada

Fig. 2.37. Circuito de força

Fig. 2.38. Circuito de comando.

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Seqüência Operacional:

 Ligação (sentido de rotação horário): Pulsando-se a botoeira b1, energiza-se o contator c1.
Seu contato de selo fecha. O motor é ligado e gira no sentido horário.
 Ligação (sentido de rotação anti-horário): Pulsando-se a botoeira b2, energiza-se o contator
c2. Seu contato de selo fecha. O motor é ligado e gira no sentido anti-horário
 Interrupção e frenagem: Considere o motor em funcionamento num sentido ou outro de
rotação. Pulsando-se a botoeira b0 (desliga), interrompe-se os circuitos da bobina dos contatores
c1 ou c2, desligando o motor. Energiza-se as bobinas dos contatores c3 e c4 e conseqüentemente
a alimentação do circuito de retificação. O motor será frenado e pára.
 Segurança por chave: Os contatores c1 e c2 se intertravam, c3 bloqueia c1 e c2.

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3. Referência Bibliográfica

PAPENKORT, Franz. Diagramas elétricos de comando e proteção. Coleção Desenho Técnico EPU
– EDUSP.

ROLDAN, José. Manual de automação por contatores. Ed. Hemus. São Paulo. 1982.

MUÑOS, Nardo Toledo. Cálculo de enrolamentos de máquinas elétricas e sistemas de alarme. 4ª


ed. Ed. Freitas Bastos. Rio de Janeiro. 1987.

NISKIER, Julio et alli. Instalações elétricas. 4ed. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro.2000.

CREDER, Helio. Instalações elétricas. 14 ed. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro.2000.

MAMEDE Filho, João. Instalações elétricas industriais. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 2001.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 4a ed. São Paulo. Prentice Hall. 2003.

LOBOSCO, Orlando Sílvio et alli. Seleção e aplicação de motores elétricos. Ao Paulo. Macgraw Hill.
Siemens S.A.1988

Apostila do SENAI: Eletricista Instalador Industrial.

Manuais de Fabricantes: WEG, Siemens, Telemecanique, etc.

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