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RAID

Antes de falar de RAID, precisamos nos lembrar que hoje nossos processadores
atingiram a casa dos 4Ghz, 6 núcleos (Phenom X6 Thuban), as memórias também
trabalham e frequencias um dia inimagináveis e com quantidades razoável. “Porque
então comprei um novo computador, Quadcore com 4GB de RAM e ainda não assim
não consigo um desempenho satisfatório?”

Alguma vez você já se perguntou qual é o único componente do computador que não
evoluiu? Qual o único componente ainda mecânico no nosso computador? São os HDs
(Isso não é totalmente verdade. A evolução do HD surgiu há pouco tempo e se chama
SSD, porém ainda não tem um preço atrativo para usuários finais).

Apesar de termos atingido capacidades absurdas (temos discos de 2 TB hoje), o HD


continua trabalhando de forma mecânica e magnética. Suas taxas são muito abaixo das
taxas do processador ou da memória. É aqui sim que o desempenho do nosso PC
afunila.

Veja como exemplo um processador qualquer que trabalhe com o FSB de 800 Mhz,
atinge a taxa máxima de 6400MB/s. As memórias para esse processador trabalhariam
com uma frequência de 400 Mhz e transferem 3200 MB/s no máximo (por isso o uso de
memórias em par para habilitar o Dual Channel e atingir a mesma taxa de transferência
do processador). Já o HD, transfere quanto? 1600MB/s? 800 MB/s? Não! Mesmo
trabalhando com HD SATA 300 que é o HD mais rápido que usamos para desktops
(desconsiderando os Raptors que são caríssimos) atinge “teoricamente” a taxa de
300MB/s (se é que raramente passa de 70MB/s)que é 20 vezes menor que ataxa do
processador. Isso porque estamos falando de um processador que está longe de ser top.

Isso faz com que pensemos: “Como aproveitar melhor o desempenho do meu PC?” “Só
comprando um SSD?”

SEUS PROBLEMAS ACABARAM!

É aqui que entra o RAID. RAID vem de Redundant Array of Independent Disks algo
como Matriz Redundante de Discos Independentes. Essa tecnologia foi herdada de
grandes servidores e fazem parte do dia-a-dia dos desktops desde 2001, porém a
popularização da mesma se fez nos últimos 3 ou 4 anos.

Os desktops contam com vários tipos de RAID, são eles:

RAID 0 ou Stripping (Distribuição) - Consiste na soma de 2 ou mais discos que são


reconhecidos como apenas 1 disco cujo tamanho é a soma total de todos os
outros e onde as informações são distribuidas sincronizadamente, ou seja, quando
gravamos um arquivo no array (matriz de discos), a controladora o divide em blocos
que são gravados sequencialmente nos discos ao mesmo tempo. Tendo 2 discos que
dividem a quantidade do arquivo ao meio para serem gravados ao mesmo tempo em
paralelo, gastariamos em teoria metade do tempo de gravação, pois um arquivo que
hipotéticamente levaria 10 segundos para ser gravado em 1 disco, levará 5 segundo se
for gravado em 2 discos sendo metade do arquivo em cada e o ganho de desempenho
aumentaria a cada disco a mais incluso no array. A única desvantagem do RAID 0 é que
se 1 dos discos for danificado, automaticamente todo o conteúdo da array será perdido
já que parte dos dados necessários para a construção do arquivo se foram com o disco
avariado. Em teoria deveríamos ter o dobro de desempenho, mas na prática ganhamos
de 30 a 40% de desmpenho dependendo da aplicação. Em um PC com uma placa mãe
GA-MA61PME-S2 com 2GB de Ram e processado X2 5000+ a instalação do XP em
modo normal leva cerca de 27 minutos, já com o RAID 0 montado, levou 11 minutos e
28 segundos.

RAID 1 ou Mirroring (Espelhamento) – Consiste no uso de disco aos pares onde


diferentemente do RAID 0, o array fica com a metade do tamanho total dos disco já que
apenas metade do espaço será disponibilizado para alocação, enquanto a outra metade
fica reservado para o espelhamento ou seja, tudo que é gravado em 1 disco é espalhado
para o outro. Todo esse processo é transparente para o usuário e garante a segurança
mesmo que 1 dos discos venha a falhar. Se 1 dos discos do array falhar, mesmo que seja
o disco usado para subir o sistema, o outro é acionado automaticamente de forma
imperceptível, sem delays ou demora e sem a necessidade do reinicio do sistema
operacional. O disco defeituoso pode ser trocado sem a necessidade do reinicio da
máquina, desde que a placa e o disco aceitem essa função (AHCI na placa e Hot Swap
para o disco), e o rebuilding (ou reconstrução) do array é iniciado e pode levar horas ou
até dias dependendo do tamanho dos discos (o rebuilding é feito de forma transparente e
em background para não interfirir no desempenho da máquina). Como todas as
informações gravadas em 1 disco são espelhadas no outro, temos uma ligeira perda de
desenpenho, cerca de 10%, porém é a solução ideal para pequenas empresas que não
tem solução de backup dedicado e não pode perder as informações de forma alguma.
RAID 5 ou Parity (Paridade) – O RAID 5 consegue aliar o desempenho por usar
vários discos e ao mesmo tempo manter uma cópia de segurança para reconstrução caso
algum disco seja danificado.

O RAID 5 utiliza no mínimo 3 discos e os dados são distribuídos paralelamente, o que


faz com que o desempenho beire o de um RAID 0 com o mesmo número de discos,
porém a paridade também é distribuida entre os discos de uma forma que a perda de 1
dos discos não venha paralisar o sistema.

É preciso lembrar porém que o RAID 5 fica com 1/3 do tamanho total do array
reduzido. Tamanho esse que é usado para armazenar a paridade de dados. Veja na
imagem abaixo como funciona o sistema.
Veja que o disco 1 guarda paridades referente ao disco 2 e 3, o disco 2 guarda paridade
referente aos discos 1 e 3 e o disco 3 guarda as paridades dos discos 1 e 2. Veja que se 1
dos discos parar, os 2 outros detém as paridades necessárias para que o array consiga
continuar online.

Lembrando que assim como o RAID 1, quando 1 disco ou mais param (desde que haja
paridade suficiente para manter o array online), o SO continua a trabalhar normalmente,
o array fica com a velocidade degradada, porém continua trabalhando. Se for plugado 1
disco hotswap o array passa a fazer o rebuild em segundo plano.

RAID 0+1 ou 10 ou Stripping + Mirroring (Distribuição + Espelhamento) – Nesse


nível de RAID, podemos usufruir tanto do desempenho do RAID 0 e a segurança do
RAID 1.

Para a construção desse RAID é necessário trabalhar com discos aos pares e com no
mínimo 4 discos.

Apesar do RAID 5 parecer ter maior desempenho (já que distribui dados por vários
discos ao mesmo tempo), em algumas aplicações o RAID 0+1 é muito mais eficaz e seu
desempenho muito superior. Um exemplo dos aplicativos que conseguem extrair o
máximo de velocidade desse tipo de RAID, podemos citar o Exchange e o SQL Server.
JBod ou Spanning (Expandido) – JBod ou Spanning
Spanning não é na verdade um RAID, não
traz ganhos de segurança e nenhum desempenho. O que o JBod faz é apenas segmentar
os discos.

O JBod combina o espaço de todos os discos do array, ou seja, quando um dos seus
discos físicos termina, ele segmenta os arquivo
arquivoss para o próximo disco. Nenhum ganho,
seus discos passam a ser reconhecidos como 1 só e é só isso.
Esses são os níveis de RAID que temos para desktops. Existe uma infinidade de outros
níveis para servidores e que vou comentar em um outro tópico em um outro dia.

Lembre-se no próximo upgrade que for fazer que implementar um RAID pode dar mais
ganho que a troca de processador ou aumento de memória. É claro que cada caso deve
ser analizado e que a troca de um Celeron D por um Core2Duo daria um ganho
surpreendente… mas se voc}e tentou de tudo, já tem uma boa configuração e não vê
como ganhar mais desempenho… tente montar um RAID, você ficará surpreso…

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