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A minha primeira aula

Era muito pequenina! Naquela manhã fria, a minha mãe muito docemente foi
acordar-me. Vestiu-me, deu-me o pequeno-almoço… Pegou em mim. Levou-me com
ela, cheia de ternura.
Lá fui.
Ainda um pouco a dormir, ouvi barulhos. Pareciam gritos! Mas não eram.
Apenas crianças, como eu, bem despertas, que juntas faziam aquela enorme feira. Os
pais sorriam!
Ao olhar para tudo isto, comecei a perceber o que me esperava – a escola. Era o
primeiro dia de aulas!
– O que é uma Escola, mãe? – perguntava. – Vou aprender muitas coisas? E
estes meninos todos são meus amigos?
A minha mãe respondia dizendo-me para ser uma menina bonita, que tivesse
calma, que esperasse… que eu iria descobrir tudo em pouco tempo. Às oito e trinta,
chegaram uns senhores que eu não conhecia. Falaram com os nossos pais.
Depois levaram-nos para uma grande sala. Os pais e as mães foram-se embora.
Não gostei nada desta parte. Estava habituada a estar sempre com a minha mãe!
Entrámos para a aula. Muito curiosas, olhávamos para aquelas coisas muito
estranhas. Um daqueles senhores ficou connosco. Disse que era o nosso professor, que
se chamava Fernando… Também nos perguntou o nome. Disse que éramos muito
bonitas! Quis saber onde era a nossa casa, se éramos amigas e outras coisas.
Depois brincámos. Dentro da sala fizemos riscos, vimos muitas figurinhas e
desenhos. Tinha passado muito tempo. No pátio da escola, corremos uns com os outros.
Também jogámos e fizemos muitas brincadeiras. Assim nos fomos entretendo…
Na sala, já éramos amigas. Nas mesas por onde nos sentámos, os papéis e as
tintas começaram a fazer parte da nossa vida. Às vezes a falta de jeito ou a brincadeira
fazia do nosso espaço uma tela encantada. As nossas mãos entravam na bagunça e nem
as roupas escapavam a toda esta algazarra. Sujámos tudo? Não! Pintámos tudo: a cara,
as mãos, a roupa, as mesas… Felizes, chamávamos o senhor professor para ajudar à
nossa confusão.
Assim foi o nosso primeiro dia de aulas. Partimos à descoberta de um mundo
diferente. Até ali o sonho! O mundo dos afetos cedia à nossa organização social e
educativa. Nós havíamos dado o primeiro passo. Novo mundo se nos abria.
Acreditávamos inocentemente na amizade de quem nos rodeava.
Hoje, mais firmes no caminho percorrido, continuamos a desbravá-lo na procura
do homem novo que se foi alicerçando: a amizade, a brincadeira dos bancos da escola
perdura e resiste ao tempo.

in Biblog – Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva, 1.10.2008

Guia do professor
Objetivos de leitura: Ler este texto para procurar informação específica; selecionar informação;
identificar recursos linguísticos que contribuem para a compreensão do texto; explicitar o sentido
global do texto.

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Compreensão de leitura

1. Escolhe, para cada uma das seguintes perguntas, a resposta correta.

1. 1 Quando a menina chegou à escola levada pela mãe, logo se apercebeu


desse novo espaço através de sensações:

a. auditivas;
b. olfativas;
c. visuais;
d. gustativas.

1. 2 Copia, para o teu caderno, os elementos textuais que te permitiram


responder.

2. A menina fez várias perguntas à mãe sobre a escola. Essas perguntas revelam
sentimentos de:

a. tristeza;
b. alegria;
c. curiosidade;
d. amizade.

2.1 Indica em que parágrafo te baseaste para responder.

3. O facto de a mãe se ter ido embora e ter deixado a menina na escola provocou
nela alguma insatisfação, porque:

a. não conhecia ninguém;


b. a mãe era a sua companhia habitual;
c. o novo espaço era novo para ela;
d. não sabia o que era uma escola.

3.1 Copia o segmento textual que te permitiu responder.

4. A principal atividade na primeira aula foi:

a. ouvir o professor;
b. escrever;
c. conversar;
d. pintar.

4.1 Copia dois segmentos textuais que te permitiram responder.

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