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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

1 - LICENÇA: LICENCIAMENTO ADMINISTRATIVO X LICENCIAMENTO AMBIENTAL

 LICENCIAMENTO ADMINISTRATIVO: é o ato administrativo unilateral e vinculado,


pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de
uma atividade. (Di Pietro. P. 213)

 LICENCIAMENTO AMBIENTAL: complexo de etapas que compõe o procedimento


administrativo, o qual objetiva a concessão de licença ambiental (Fiorillo. P. 81)

2 – CONCEITO LEGAL:

 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

RESOLUÇÃO CONAMA N. 237/97 – ART. 1º, I

“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,


instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares
e as normas técnicas aplicáveis no caso.”

 LICENÇA AMBIENTAL

RESOLUÇÃO CONAMA N. 237/97 – ART. 1º, II

“ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições
e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.”

3 – NATUREZA JURÍDICA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

 INSTRUMENTO DE CARÁTER PREVENTIVO (art. 9º, IV da Lei 6.938 – Lei da Política


Nacional do Meio Ambiente)
 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
 DISCRICIONÁRIO “sui generis” (como regra)

4 – A DISCRICIONARIEDADE DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A discricionariedade do licenciamento ambiental decorre do fato do EIA (estudo de impacto


ambiental) não oferecer uma resposta objetiva e simples sobre os prejuízos ambientais que uma
determinada obra ou atividade pode causar, de sorte que mesmo diante de um EIA desfavorável,
será possível a outorga de licença ambiental, haja vista a Constituição Federal (art. 170, V e 225)
prever o desenvolvimento sustentável (equilíbrio entre proteção ao meio ambiente e a livre
concorrência).

Em suma, mister que se faça uma confrontação entre o meio ambiente ecologicamente equilibrado
e o desenvolvimento econômico ao analisar o EIA (se esse for desfavorável) com o fim de se
conceder (ou não) a licença ambiental, sempre pautando-se nos critérios decorrentes dos
princípios inscritos no artigo 37, “caput” da Constituição da República 1.

EIA/RIMA
1
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (grifamos) 
 EIA – estudo prévio de impacto ambiental
 RIMA – relatório de impacto ambiental

- nem sempre são obrigatórios2

é necessário somente para as atividades potencialmente causadoras de significativa degradação


ambiental (art. 225, §1º, IV, CF)

EXCEÇÃO: OBRIGATORIEDADE (VINCULATIVIDADE) DA LICENÇA AMBIENTAL

A existência de um EIA/RIMA favorável condiciona a autoridade à outorga da licença ambiental,


pois, não existindo risco de dano ambiental, não há motivo para se limitar a livre iniciativa do
empreendedor, vide que o princípio constitucional da livre iniciativa estará em consonância com a
defesa do meio ambiente (art. 170, VI, CF3).

SIMPLIFICANDO:

EIA/RIMA FAVORÁVEL = LICENÇA AMBIENTAL

EIA/RIMA DESFAVORÁVEL = DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM CONCEDER


A LICENÇA AMBIENTAL

5 – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Art. 5º, LIV, CF – “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal”;

11 aspectos principais – procedimento de licenciamento ambiental

2
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

“omissis”

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; (grifamos e sublinhamos)

3
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:

“omissis”

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental
dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (grifamos)
1) Órgão neutro
2) Notificação adequada da ação proposta e de sua classe
3) Oportunidade para a apresentação de objeções ao licenciamento
4) Direito de produzir e apresentar provas (ex: testemunhas)
5) Direito de conhecer a prova contrária
6) Direito de contraditar testemunha
7) Decisão baseada somente nos elementos constantes da prova produzida
8) Direito de se fazer representar
9) Direito à elaboração de autos escritos para o procedimento
10) Direito de receber do Estado auxílio técnico e financeiro
11) Direito a uma decisão escrita motivada

6 – ETAPAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL (3):

A) LICENÇA PRÉVIA (LP)


B) LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)
C) LICENÇA DE FUNCIONAMENTO (LF)

Entre uma etapa e outra podem fazer-se necessários o EIA/RIMA e audiência pública.

A) LICENÇA PRÉVIA (LP)

Prevista no art. 8º, I, da Resolução Conama n. 237/97.

Concedida na fase preliminar do planejamento da atividade ou empreendimento,


aprovando a sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas
fases de implementação.

Validade: até 5 anos (art. 18, I da Resolução Conama 237/97)

B) LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)

Prevista no art. 8º, II, da Resolução Conama n. 237/97.

Obrigatoriamente precedida pela licença prévia, “autoriza a instalação do empreendimento ou


atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual
constituem motivo determinante” (conforme o dispositivo legal citado)

Validade: até 6 anos (art. 18, II da Resolução Conama 237/97)

C) LICENÇA DE FUNCIONAMENTO/OPERAÇÃO (LF)

Prevista no art. 8º, III, da Resolução Conama n. 237/97.

Ocorre após a instalação. Finalidade: “operação da atividade ou empreendimento, após a


verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.” (consoante o inciso III do
artigo 8º da Res. Conama 237/97).

7 – ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA)


Trata-se de instrumento originário no direito americano, de essência preventiva, constituindo-
se num dos mais importantes instrumentos de proteção do meio ambiente, podendo compor
umas das etapas do licenciamento ambiental.

Foi erigido ao patamar constitucional com a Carta de 1988, existindo instrumento similar na Lei
de Zoneamento Urbano (Lei 6803/80), que, no entanto, era bem distinto do atual instrumento
constitucional de prevenção do meio ambiente (aquele não previa a participação pública, bem
como tratava de zonas estritamente industriais, não integrando um procedimento de
licenciamento ambiental).

Em 1981, com o advento da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, passou à categoria de
instrumento dessa política (art. 9º, III da Lei 6938).

A Resolução Conama n. 1/86 tratou das hipóteses em que o EIA se fazia necessário, tornando-
o obrigatório nos casos previstos no artigo 2º, significativamente impactantes ao meio
ambiente.

1. Lei 4701/92

2.

DECRETO Nº 2401-R, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2009 - trata da


regulamentação do licenciamento ambiental de barragens para fins
agropecuários no Estado do Espírito Santo

3.

Lei Nº 5.377
20/12/1997

LEI Nº 5.377, de 20 de janeiro de 1997

Regulamenta o artigo 187, § 3º, da Constituição Estadual, dispondo sobre a apreciação de licenciamentos que
envolvam a análise de relatórios de impacto ambiental pela comissão permanente específica da Assembléia
Legislativa.

4.

Lei Nº 5.080
Publicada em 20/07/1995 Dispõe sobre a obrigatoriedade de licenciamento para os acampamentos em praias,
margens dos rios e balneários.

5. Lei Nº 4.428
Publicada em 03/08/1990 "Dispõe sobre o referendo popular para decidir sobre a instalação e operação de
obras ou atividades potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental, previsto no Artigo 187, § 5º,
da Constituição Estadual".

6.
Lei Nº 4.427
Publicada em 03/08/1990 Dispõe sobre a participação da Comunidade na discussão do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA), prevista no "caput" do Art. 187 da Constituição Estadual, será garantida na forma desta lei.

7.

10/10/200
7
 
•   Decreto Nº 1936-R
Regulamenta o Licenciamento Ambiental de Barragens para Fins Agropecuários no Estado do
Espírito Santo
8.

 
  08/01/2007  
•  Decreto N° 1777-R
Dispõe sobre o Sistema de Licenciamento e Controle das Atividades Poluidoras ou Degradadoras do Meio
Ambiente denominado SILCAP.

Licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento


ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de
suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da
realização de Audiências Públicas como parte do processo.

Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo Ibama, como
partes integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). O Ibama atua,
principalmente, no licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolvam impactos
em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental.

As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei


6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além dessas, o Ministério do Meio
Ambiente emitiu recentemente o Parecer nº 312, que discorre sobre a competência estadual e
federal para o licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto.

A Diretoria de Licenciamento Ambiental é o órgão do Ibama responsável pela execução do


licenciamento em nível federal. A Diretoria vem realizando esforços na qualificação e na
reorganização do setor de licenciamento, e disponibiliza aos empreendedores módulos de:
abertura de processo, atualização de dados técnicos do empreendimento, solicitação de licença,
envio de documentos e boletos de pagamento de taxas do licenciamento em formato on line.

Pretende-se que o sistema informatizado agilize os trabalhos e as comunicações inerentes ao


processo de licenciamento e permita maior visibilidade e transparência para os processos de
licenciamento em tramitação no Ibama.

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