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Absolutismo é uma teoria política que apregoa a centralização dos poderes numa
só pessoa (em geral, um monarca). Entende-se então por absolutismo o processo de
centralização política numa pessoa, que dispõe desta maneira de um poder absoluto.
A centralização política trouxe consequentemente o absolutismo monárquico,
passando o Rei a ser identificado como o próprio Estado e a constituir um dos
elementos de unidade nacional, enquanto a população incluindo a nobreza, assumia a
condição de fiéis súbditos de um monarca.
O Absolutismo monárquico caracteriza-se pela concentração de poderes no Rei.
Ou seja, o que caracterizava o absolutismo monárquico é o totalitarismo monárquico – o
poder sem limite, absoluto do Rei. É resultado da evolução política das Monarquias
Nacionais, que surgiram na Idade Média, fruto da aliança Rei – Burguesia.
O absolutismo monárquico surgiu assim na Europa no final da Idade Média.
Estendeu-se até à Idade Moderna. Na atmosfera política e cultural da Idade Moderna a
palavra do Rei era a palavra final, sem possibilidade de contestação. Um exemplo disso
é a famosa frase “O Estado Sou Eu”, proferida por Luís XIV.
Jean Bodin (1530-1596): Desenvolveu a teoria de que o rei detinha a soberania (isso é, o
poder de criar e revogar as leis) e no exercício dessa soberania, tinha o poder supremo
sobre os súbditos, sem nenhuma limitação.
Sociedade Estamental
Quando se deu a concentração de poderes no Rei, manteve-se como
compensação muitos dos privilégios da nobreza e do clero, além da separação rígida
entre diversos grupos sociais. Dessa forma, a sociedade permaneceu estamental.
Estamentos são grupos sociais definidos por relações de privilégios e de honra.
A nobreza era um estamento baseado em privilégios adquiridos por nascimento. Quem
nascia nobre nunca perdia essa condição. Da mesma forma, o camponês sempre seria
camponês, e jamais poderia ser um nobre. Não havia, portanto, mobilidade social na
sociedade estamental.
Na época da sociedade moderna, os estamentos eram chamados de Estados. O
primeiro Estado era formado pelo clero; o segundo Estado pela nobreza, e o terceiro
Estado era composto pela maioria da população: camponeses, artesãos, comerciantes,
trabalhadores remunerados. O terceiro Estado era desprovido de privilégios e não
tinham poder de decisão na vida pública.
Por mais que os monarcas procurassem aliar-se à burguesia e que a ideologia do
absolutismo os colocasse acima das classes sociais, eles estavam directamente ligados à
nobreza de origem feudal. A essa estrutura feudal absolutista, na qual se entrelaçam
antigas relações feudais e novas relações capitalistas de produção, dá-se o nome de
Ancien Régime.
Luís XIII (1610-1643) - Em seu reinado, deu destaque à actuação de seu primeiro-
ministro o cardeal Richelieu. A política de Richelieu visava dois grandes objectivos: a
consolidação do absolutismo monárquico na França e estabelecer, no plano externo, a
supremacia francesa na Europa. Para conseguir este último objectivo, Richelieu
envolveu a França na guerra dos Trinta Anos (1618/1648), contra os Habsburgos
austríacos e espanhóis.
O Absolutismo na Inglaterra teve início após a Guerra das Duas Rosas. Essa
guerra foi uma luta entre duas famílias nobres – os Lancaster e os York -, apoiadas por
grupos rivais da nobreza. A guerra terminou com a ascensão de Henrique Tudor,
apoiado pela burguesia.
O novo monarca subiu ao trono com o nome de Henrique VII e fundou a dinastia
Tudor. Seu reinado foi de 1485 a 1509. Henrique VIII, segundo rei da dinastia,
governou até 1547 e conseguiu impor sua autoridade aos nobres, com o auxílio da
burguesia. Fundador do anglicanismo, seu rompimento com a Igreja católica permitiu
lhe assumir o controlo das propriedades eclesiásticas na Inglaterra.
A rainha Elizabeth I, que reinou de 1558 a 1603, conseguiu aumentar ainda mais
o poder real. Completou a obra de Henrique VIII, seu pai, consolidando a Igreja
anglicana e perseguindo os adeptos de outras religiões. Foi durante seu reinado que teve
início a colonização inglesa na América do Norte.
Elizabeth morreu sem deixar herdeiros e, por isso, subiu ao trono seu primo
Jaime I, que deu início à dinastia Stuart. Durante seu reinado, que foi de 1603 a 1625,
continuou a perseguição aos adeptos de outras religiões, muitos dos quais acabaram por
emigrar para a América do Norte.
Carlos I, filho e sucessor de Jaime I, subiu ao trono em 1625. Seu reinado, do
mesmo modo que o de seu pai, caracterizou-se pelo absolutismo e pelas perseguições
religiosas. Em 1642, os parlamentares e os burgueses iniciaram uma guerra contra o rei.
Liderados por Oliver Cromwell, derrotaram Carlos I.
Cromwell assumiu o poder com o título de "Lorde Protector "e governou de
1649 a 1658. Em 1651, Cromwell lançou o Acto de Navegação, que limitava a entrada e
saída de mercadorias da Inglaterra aos navios ingleses e aos navios dos países
produtores ou consumidores; com isso, prejudicava o comércio intermediário praticado
pelos holandeses. A partir de então, a Inglaterra passou a ser a grande potência marítima
mundial, posição que manteve até o fim da Primeira Guerra Mundial, já no século XX.
Dois anos após a morte de Cromwell, ocorrida em 1658, o governo voltou às
mãos dos Stuart. Com isso, a Inglaterra teve mais dois soberanos de tendências
absolutistas: Carlos II, que reinou de 1660 a 1685 e Jaime II, de 1685 a 1688.
Além de Ter tendências absolutistas, Jaime II era católico declarado. E seria
substituído no trono pelo filho que tivera com sua segunda esposa, também católica.
Com a primeira esposa, que era protestante, Jaime II só tivera duas filhas. O
Parlamento, temendo a volta ao catolicismo e ao absolutismo, uniu-se e resolveu
"convidar" o príncipe holandês Guilherme d’Orange, casado com Maria Stuart, filha
mais velha de Jaime II, a invadir a Inglaterra e depor o rei, "a fim de restabelecer a
liberdade e proteger a religião protestante ".
Em Novembro de 1668, Guilherme desembarcou na Inglaterra com um exército
de 14.000 homens, marchou sobre Londres e ocupou-a sem disparar um só tiro. Jaime II
fugiu para a França, e Guilherme foi coroado rei com nome de Guilherme II. Essa
revolução, ocorrida sem derramamento de sangue, denominou-se Revolução Gloriosa.
O novo rei, ao ser coroado, teve de jurar a Declaração de Direitos, que
assegurava ao Parlamento o direito de aprovar ou rejeitar impostos, garantia a liberdade
individual e a propriedade privada. A Declaração de Direitos estabelecia também o
princípio da divisão de poderes. Com a revolução gloriosa, a burguesia, tendo o poder
nas mãos, passou a promover o desenvolvimento económico da Inglaterra.