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Curso Preparatório para o Exame da

CPA 20 - Certificação ANBID

Índice Geral do Programa de Treinamento (válido a partir junho/05)


Módulo Tema Participação % no
Exame
1 Princípios Básicos de Economia, Finanças e de 6% a 15%
Estatística & Conta Investimento
2 Produtos de Investimentos, Derivativos & Oferta de 17% a 25%
Pública de Títulos e Valores Mobiliários
3 Fundos de Investimento de 15% a 20%

4 Tributação & Órgãos de Regulação, Auto-Regulação, de 10% a 20%


Fiscalização e Participantes do Mercado
5 Compliance, Legal e Ética de 10% a 20%

6 Mensuração e Gestão de Risco e Performance de 17% a 25%

Recursos deste Programa de Treinamento

Caro treinando,
Este é o material de estudo do programa de treinamento que vai preparar você para prestar o
próximo exame de Certificação ANBID – CPA 20.
Eu sou seu professor virtual e vou aparecer muitas vezes ao longo das apostilas para ajudá-lo,
chamando sua atenção para os pontos de maior importância, sugerindo discussões, fazendo
perguntas, enfim, utilizando diversos recursos para atingirmos, juntos, nosso objetivo final:
sua aprovação no próximo exame de certificação ANBID.

Detetive
Fique de olho no seu detetive. Ele indicará pontos que caíram nos exames passados e têm
grande chance de caírem novamente no próximo exame que você esta rá prestando.

R Mini-simulados
Ao término de cada apostila será aplicado um mini-simulado para testar seu conhecimento
sobre o tema específico do programa.

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Princípios Básicos de Economia,
PARTE 1 Finanças e Estatística

A Parte 1 representa
de 6% a 15% do exame

METAS DE APRENDIZADO

MA1 Princípios Básicos de Economia

MA2 Princípios Básicos de Finanças

MA3 Princípios Básicos de Estatística

MA4 Sistemas de Negociação, Liquidação e Custódia

MA5 Conceito de Benchmark e Índices de Referência

Em caso de dúvidas, envie e- mail para:


anbid-bradesco@bankrisk.com.br

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PARTE 1 - Índice

I Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística de 10% a 15%

1. Princípios Básicos de Economia


1.1. Indicadores Econômicos (definição) 5
1.1.1. PIB 6
1.2 Política Monetária 7
1.2.1 Metas de Inflação 7
1.2.2. Instrumentos de Política Monetária: 8
a. Open Market 8
b. Redesconto 8
c. Depósito Compulsório 8
1.2.3 Copom – Comitê de Política Monetária 10
1.2.4. IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo 11
1.2.5 IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado 12
1.2.6 Taxa Selic (Meta e Taxa Over) 13
1.2.7 Taxa DI – Deposito Interbancário 13
1.2.8 TR – Taxa Referencial 14
1.2.9 Relação entre juros e atividade econômica 15
1.3. Política Fiscal: necessidade de financiamento do setor público; implicações 16
sobre a dívida pública
1.4. Política Cambial: dívida pública indexada ao câmbio; cupom cambial; 17
reservas internacionais; regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos
1.5. Contas externas (conceitos): balança comercial, transações correntes, conta 18
de capital.

2. Conceitos Básicos de Finanças


2.1. Taxa de juros nominal e Taxa de juros real: relação entre elas e o conceito 21
de indexador
2.2. Capitalização simples versus capitalização composta: conceito, desconto, 22
equivalência e proporcionalidade
2.5. Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos 23
2.5.1. Valor presente e taxa de desconto 25
2.5.2. Fluxo de Caixa: cupom e amortizações 26
2.5.3. Zero Cupom 26
2.5.4. Prazo médio e Maturity 26
2.5.5. Taxa interna de retorno (TIR) 27
2.6. Custo de Oportunidade. Conceito 29
2.7. Taxa Livre de Risco. Conceito 31
28. Custo médio ponderado de capital 31
2.8.1. Conceito 31
2.8.2. Alavancagem financeira: custos de captação (dívidas e/ou capital) 32

(Continua)

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PARTE 1 - Índice (continuação)

3. Princípios Básicos de Estatística


3.1. Medidas de Posição: média, mediana, moda 32
3.2. Medidas de Dispersão: variância, desvio padrão 33
3.3. Correlação, Covariância e Coeficiente de Determinação (R2 ) 34
3.4. Distribuição normal: relação entre a média e desvio-padrão (1 e 2 desvios- 37
padrão) e a probabilidade de ocorrência dos eventos
3.4.1. Intervalo de confiança (conceito) 38
4. Negociação, Liquidação e Custódia
4.1. SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Conceito e principais 43
títulos custodiados: LFT, LTN, NTN-C e NTN-D
4.2. CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos. Conceito e 45
principais títulos custodiados: CDB, Swap, debêntures e letras hipotecárias
4.3. Câmaras de Liquidação e Custódia: definição de Clearing
4.4 Conta Corrente Investimentos 50
5. Conceito de Benchmark e Índices de Referência
5.1. Renda variável: Ibovespa e IBX 51
5.2. Renda Fixa: DI, SELIC, Câmbio (PTAX) e IGP-M 52

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1. Princípios Básicos de Economia
MA1
1.1. Indicadores Econômicos

1.1.1. PIB - Produto Interno Bruto

O que é?

Produto Interno Bruto, é o conjunto da produção final de bens e serviços


realizada em território nacional independente da nacionalidade dos agentes
econômicos, num determinado período de tempo (por exemplo, 1 ano civil).

Desta forma, a produção realizada pela General Motors (Multinacional


Americana) no Brasil, faz parte do PIB Brasileiro. Por outro lado, toda riqueza
gerada pela Petrobrás, multinacional brasileira, será considerado PIB do país
onde estará sendo gerada esta riqueza.

Guia sobre o PIB:

É a melhor medida do desempenho econômico de uma economia. Em termos


mais precisos, PIB é igual é a renda total de todas as pessoas na economia ou a
despesa total da economia na produção de bens e serviços.

Algumas regras para cálculo do PIB:

O valor dos bens intermediários não é computado no cálculo do PIB, visto que
está incluído dentro do valor dos bens finais.
Com o objetivo de computar o valor dos bens e serviços finais, soma-se o valor
adicionado em cada etapa de produção.

Tome por exemplo a fabricação de um carro: em relação à montadora de


veículos será considerado apenas o que ela adicionou para sua fa bricação, caso
contrário o aço, por exemplo, seria considerado duas vezes para efeito de PIB.

Economia informal: o PIB exclui os valores das mercadorias produzidas e


vendidas nesta economia. Exemplo: emprego doméstico sem carteira, comércio
de drogas, etc.

PIB Nominal: é o valor dos bens e serviços medidos a preços correntes de


mercado.

PIB Real: é o valor dos bens serviços medidos a preços constantes.Faça uma
analogia com seu salário : Seu salário anual nominal será a soma algébrica dos
12 meses do ano. Suponha R$ 1.000,00 x 12 = R$ 12.000,00.
Todavia este valor final de R$ 12.000,00 não é o valor Real de seus
rendimentos se levarmos em conta a inflação.
Imagine agora que a inflação média no ano foi de 5%. Logo seu salário real será
:
R$ 12.000,00 menos 5% = R$ 11.400,00
O mesmo ocorrerá quanto quisermos saber o PIB real. Devemos deflacionar
(descontar a inflação) do período que estará sendo analisado.

Deflator do PIB: É o índice de preços oficial utilizado para se descontar a


inflação do PIB nominal (Exemplo : Dólar, IGP-M, IPCA, etc.)

PIB Produto Interno Bruto

§ Produção total de bens e serviços de um país durante o ano, independente da


nacionalidade dos agentes.
§ Conceito de Valor Agregado.
§ Seu cálculo pode ser feito por três óticas diferentes: produção, renda, e dispêndio.
§ É valorizado a preços de mercado.

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§ Componentes do PIB
Consumo(C )
Componentes Investimento (I )
Despesa do Governo (G)
do PIB
Exportações Líquidas (NX)
§ PIB = C + I + G + NX

§ Consumo: refere-se a todos os bens e serviços comprados pelas famílias e


divide-se em três subcategorias: bens não-duráveis, bens duráveis e serviços.

§ Investimento: consiste nos bens adquiridos para uso futuro. Essa categoria
divide-se em duas subcategorias: investimento fixo das empresas (formação bruta
de capital fixo) e variação de estoques.

§ Despesa do Governo: são os bens ou serviços adquiridos pelos governo federal,


estadual ou municipal.

§ Exportações Líquidas: na verdade é a diferença entre exportações e


importações.

Para que serve o PIB?


A evolução do PIB é a medida que sinaliza o crescimento ou não da economia. Em fase de
crescimento o consumo aumenta; na recessão o consumo diminui.

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1.2 Política Monetá ria

1.2.1 Metas de Inflação

A principal característica desse regime é o compromisso do Banco Central em ter


como objetivo prioritário a manutenção da taxa de inflação em torno de determinado
nível.
O termo “prioritário” é extremamente relevante nesse contexto, pois implica que o
Banco Central não perseguirá outras metas, como manutenção da taxa de câmbio em
determinado nível ou garantir o crescimento econômico.

O Banco Central tem por objetivo manter a inflação em um patamar preestabelecido.


Para tanto é necessário:

a) que exista um mecanismo de transmissão (depósito compulsório bancário, venda


de títulos públicos, etc.) que permita que a política monetária influencie a inflação;
b) que o Banco Central conheça o mecanismo de transmissão, acima descrito, e
disponha de instrumentos necessários.
Índice de Inflação
Todo índice de É claro que o objetivo final de qualquer política econômica num sentido mais amplo é
inflação mostra o melhorar o bem-estar da população que, necessariamente, requer crescimento da
comportamento médio economia. Não há contradição, entretanto, em dizer que o Banco Central não deve
dos pre ços nos vários se comprometer com taxas de crescimento.
setores da economia.
O desafio essencial das políticas de estabilização é evitar o processo inflacionário, ou
seja, essa alta generalizada e persistente de preços que afeta o próprio
funcionamento da economia, pois torna ainda mais incertos os resultados das
atividades produtivas e das operações financeiras.

Particularidades do Regime de Metas de Inflação no Brasil

No Brasil, a meta para a inflação foi definida em termos da variação do Índice de


Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE. O IPCA, como o nome
indica é um índice de preços ao consumidor, em oposição a outros índices, como de
atacado ou gerais.

A escolha de um índice ao consumidor é freqüente na maioria dos regimes de metas


para a inflação e a principal justificativa para a sua escolha é o fato da inflação ao
consumidor ser a mais adequada para, dada uma evolução de salários nominais,
avaliar o poder aquisitivo da população.

Dentre os índices ao consumidor, o IPCA foi escolhido por ser, à época da


implantação do regime de metas, dentre os dois índices com cobertura nacional que
inclui em sua amostra, domicílios com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

No nosso sistema, o Banco Central dispõe de autonomia operacional, isto é, ele tem
liberdade para fixar a taxa SELIC e utilizar outros instrumentos de política monetária
como lhe convier para atingir a meta. A definição da meta, entre tanto, não é decisão
do Banco Central, mas do Conselho Monetário Nacional.

A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera -se que a meta
foi atingida caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de
tolerância previamente estabelecido.
Caso não consiga cumprir a meta, o Presidente do Banco Central deve escrever uma
carta aberta justificando os motivos que levaram a isso, quais a s medidas de política
monetária serão tomadas e em quanto tempo se espera que a inflação retorne à
meta.

Programa de Metas de Inflação


§ A definição das metas inflacionárias é de competência do Conselho Monetário
Nacional;
§ Cabe ao Banco Central do Brasil procurar cumpri-las;
§ O IPCA é o índice escolhido pelo governo para medir a meta oficial de inflação.

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1.2.2 Instrumentos de Política Monetária

A Política Monetária representa a atuação das autoridades monetárias por meio de


instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez
global do sistema econômico.

Os principais instrumentos de Política Monetária utilizados pelo governo são:


§ Open Market
§ Redesconto
§ Depósito Compuls ório

Open Market

O mercado aberto funciona com base numa rede nacional de negociadores de títulos
federais. Semanalmente, o Tesouro Nacional emite títulos, cujo montante, é leiloado
pelo Banco Central do Brasil às instituições financeiras participantes do sistema
financeiro nacional.

O mercado aberto permite ao Banco Central:


a) adequar continuamente o volume dos meios de pagamento às necessidades da
economia, atuando no curto prazo com títulos de efeito quase-moeda;
b) Regular a taxa de juros praticada pelos agentes econômicos.

Redesconto

É uma concessão de assistência financeira do Banco Central do Brasil a instituições


do Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimos de liquidez destinados a
atender eventuais problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de curto prazo.

O mercado interbancário pode realizar opera ções para suprir suas necessidades
normais através do CDI – Certificado de Depósito Bancário. A utilização do
redesconto da autoridade monetária se restringe aos casos mais graves ou a valores
que o sistema não pode auto-financiar.
O redesconto tem um caráter punitivo já que opera com taxa de juros mais altas que
as praticadas pelo mercado.

Os efeitos do redesconto se fazem sentir no médio prazo já que os bancos que estão
utilizando essa assistência financeira procuram reformular suas posições em busca
do equilíbrio na liquidez.

Depósito Compulsório

Trata -se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual


sobre seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo
Banco Central do Brasil.
O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.
A política de reservas compuls órias afeta indistintamente todos os bancos e reflete
diretamente na quantidade de dinheiro que cada banco pode oferta r ao mercado via
opera ções de crédito. É considerado um instrumento de política monetária de longo
prazo.

Efeito no Instrumento Finalidade


mercado
Curto prazo Open Market Controle diário da liquidez do sistema financeiro
Médio prazo Redesconto Empréstimos de liquidez
Longo prazo Reserva Compulsória Conter a expansão do crédito

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O que nós vamos verificar agora é que, dependendo da política adotada pelo governo, o
instrumento pode gerar oferta ou escassez de liquidez na economia.
Vamos então aprender o impacto desses instrumentos no mercado. Acompanhe.

Uma Política Monetária Restritiva

Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade


de moeda e a encarecer os empréstimos bancário, tendo como principais
Instrumentos:

§ Recolhimento compulsório: Esse instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o


nível de reservas bancárias. Quando o governo eleva o percentual exigido de reserva
compulsória ele reduz o efeito multiplicador e, conseqüentemente , a liquidez da
economia.

§ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central empresta dinheiro aos


bancos comerciais sob determinado prazo e taxa de pagamento. Quando
esse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é aumentada, a taxa de juros
da própria economia aumenta, causando uma diminuição na liquidez.

§ Venda de títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele retira
moeda da economia que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma contração dos
meios de pagamento e da liquidez da economia.

Uma política Monetária Expansiva

É formada por medidas que tendem a acelerar a quantidade de moeda e a baratear


os empréstimos (baixar as taxas de juros). Incidirá positivamente sobre a demanda
agregada e tem como principais instrumentos:

§ Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central diminui os valores que


toma em custódia dos bancos comerciais possibilitando um aumento do efeito
multiplicador e da liquidez da economia como um todo.

§ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central, ao emprestar dinheiro aos


bancos comerciais, aumenta o prazo do pagamento e diminui a taxa de juros. Essas
medidas ajudam a diminuir a taxa de juros da economia, e a aumentar a liquidez.

§ Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos há uma
expansão dos meios de pagamento que é a moeda dada em troca dos títulos. Com
isso, ocorre uma redução na taxa de juros e um aumento da liquid ez.

Política Monetária Restritiva Efeito na Taxa


de Juros
Open Market BACEN vende títulos públicos - retira dinheiro -
contração dos meios de pagamento e da liquidez
da economia
Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo
elevada - causa redução na liquidez do sistema.
Compulsório O governo eleva o percentual exigido de reserva
compulsória - reduz o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.
Política Monetária Expansiva Efeito na Taxa
de Juros
Open Market BACEN compra títulos públicos - coloca dinheiro -
expansão dos meios de pagamento e da liquidez
da economia
Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo
reduzida – efeito positivo na liquidez do sistema.
Compulsório O governo reduz o percentual exigido de reserva
compulsória - aumenta o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.

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1.2.3 COPOM Comitê de Política Monetária

O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer


as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

COPOM A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado


Estabelece as diretrizes da ao processo decisório. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias
Política Monetária e define em todo o mundo adota uma prática semelhante, facilitando o processo
a taxa de juros básica da decisório, a transparência e a comunica ção com o público em geral.
economia.
Desde 1996, o Regulamento do COPOM sofreu uma série de altera ções no que
se refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição, e atribuições
e competências de seus integrantes. Essas altera ções visaram não apenas
aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também refletiram
as mudanças de regime monetário.

Formalmente, os objetivos do COPOM são:


§ Estabelecer diretrizes de política monetária,
§ Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés,
§ Analisar o Relatório de Infla ção.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a taxa SELIC (taxa
média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no
Taxa SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período
Uma das funções do entre reuniões ordinárias do Comitê.
COPOM é determinar a
meta da taxa SELIC que Se for o caso, o COPOM também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada
mede a taxa média dos ao Presidente do Banco Central para alterar a meta para a taxa SELIC a
financiamentos diários qualquer momento entre as reuniões ordinárias.
realizados no mercado
interfinanceiro com lastro O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central
em títulos públicos do Brasil:
federais. § o presidente, que tem o voto de qualidade;
e os diretores de:
§ Política Monetária,
§ Política Econômica,
§ Estudos Especiais,
§ Assuntos Internacionais,
§ Normas e Organização do Sistema Financeiro,
§ Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e
§ Administração.
Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de Departamentos do
Banco Central.

COPOM – Comitê de Política Monetária


§ Composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil;
§ Define a meta da taxa SELIC e seu eventual viés;
§ Estabelece as diretrizes da Política Monetária.

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1.2.4 - IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Qual sua finalidade?


O IPCA é um índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento
dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de infla ção, adotado a partir de
julho de 1999, para o balizamento da política monetária.

Público Alvo de Análise


A população-objetivo do IPCA é referente a famílias com rendimento mensais de 1 a
O IPCA é o índice 40 salários mínimos.
utilizado pelo
COPOM para o Abrangência Geográfica
acompanhamento As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife,
dos objetivos São Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia.
estabelecidos no
sistema de metas de Quem calcula?
inflação. É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criado em
1980.
Veremos isto em um
capítulo específico Variáveis investigadas
mais à frente. Os pre ços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à
vista. A Pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de
serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos.

Metodologia
Os índices são calculados para cada região, através do cálculo da média aritmética
simples de pre ços do produto que, comparadas em dois meses consecutivos,
resultam no relativo das médias. A variável de pondera ção do IPCA é o rendimento
total urbano (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/96).

Periodicidade
Mensal, o período de coleta do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês
de referência.

Divulgação
Aproximadamente 8 (oito) dias úteis após o término da coleta.

Composição
A ponderação das despesas das pessoas para se verificar a varia ção dos custos foi
definida do seguinte modo:

Saúde e Artigos de
cuidados residência
pessoais 8%
9% Alimentação
25%
Habitação
11%

Transportes e
Vestuário comunicação
12% Despesas 19%
pessoais
16%

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1.2.5 -IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado

Qual sua finalidade?


É o índice mais utilizado para a correção de contratos de aluguel e como
indexador de algumas tarifas como energia elétrica.

Público Alvo da Análise


Indicador com ampla cobertura que, além de refletir a evolução de pre ços de
atividades produtivas, também representam o movimento das opera ções de
comercialização no atacado, no varejo e na construção civil.

Composição
É composto pela média ponderada do IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%).
(veja ilustra ção no final desta p ágina)

Quem calcula?
Ibre - Instituto Brasileiro de Economia da FGV - Fundação Getulio Vargas

Metodologia
Os pesos convencionados, representam a importância relativa de cada um
desses índices no cômputo da despesa interna bruta.

Periodicidade
Do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.

Divulgação
Divulgado no último dia útil do mês de referência.

INCC
10%
§ O IGP-M corrige a NTN-C Nota Tesouro Nacional série C
§ É benchmark dos Fundos IGP-M e alguns Fundos Multi-índice
IPC
§ Composto por IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%) IPA
30%
§ Calculado e divulgado pela FGV Fundação Getúlio Vargas 60%

IPC – Índice de Preços


ao Consumidor
Medir o movimento
médio de preços,
mensal, de determinado
conjunto de bens e INCC – Índice Nacional
de Custo da Construção
serviços no mercado
varejista, de abrangência Mede o ritmo evolutivo dos
Nacional, com pesquisa preços dos materiais de
de preços realizada nos construção, serviços e mão- IPA - Índice de Preços
principais centros por Atacado
de-obra, relativos a
consumidores do país: construção civil. Sua Mede o movimento médio
Belém, Belo Horizonte, abrangência é Nacional, no atacado de pre ços em
Brasília, Curitiba, com pesquisa de preços todas as capitais
Florianópolis, Fortaleza, realizada em doze capitais: brasileiras.
Goiânia, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte,
Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba,
Salvador e São Paulo, Florianópolis, Fortaleza,
pesquisando famílias com Goiânia, Porto Alegre,
renda de 1 a 33 salários Recife, Rio de Janeiro,
mínimos. Salvador e São Paulo.

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1.2.6 Taxa SELIC

Taxa SELIC – Meta

O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece a meta para a taxa Selic,


tomando como base a previsão de inflação ajustada para o exercício. E tem a
prerrogativa de fixar um viés de taxa de juros (de elevação ou de redução), que
autoriza o presidente do BC a alterar a meta para a Selic na direção do viés,
sempre que alguma mudança significativa na conjuntura econômica for esperada.

Taxa SELIC – Over


Também conhecida como taxa overnight do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (SELIC), expressa na forma anual, base 252 dias úteis, é a taxa média
ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia, lastreadas
em títulos públicos federais e realizadas no sistema SELIC.

§ Taxa Selic Over - Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras, prazo
de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais;
§ COPOM divulga periodicamente a meta da taxa SELIC a ser praticada pelo mercado;
§ Corrige a LFT – Letra Financeira do Tesouro;
§ Calculada e divulgada diariamente pela SELIC – Serviço Especial de Liquidação e Custódia.

1.2.7 Taxa DI – Depósito Interfinanceiro


Taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições financeiras
pelo prazo de um dia, com lastro em emissão do CDI – Certificado de Depósito
Interfinanceiro, que é um título privado.
Antes do SPB essas operações eram liquidadas via sistema de compensação de
títulos e documentos e seu valor operado só afetaria a conta de reserva
bancária em D+1.
Após a implementa ção do SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro, essas
opera ções são liquidadas em reserva através da CETIP, que é o órgão
responsável por apurar e divulgar essa taxa diariamente.
São excluídas da média apurada eventuais opera ções que tenham sido
realizadas entre instituições do mesmo grupo.
A partir de 01/01/1998 a taxa é divulgada em % ao ano, considerando ano base
de 252 dias úteis.

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Taxa CDI CETIP
§ Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras, prazo de 1 dia,
lastro em títulos privados;
§ Utilizada para corrigir operações de taxas pós-fixadas, como CDBs, por exemplo;
§ Benchmark dos Fundos Renda Fixa – DI;
§ Corrige os CDBs de taxa pós-fixada;
§ Calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação.

1.2.8 TR – Taxa Referencial de Juros

Foi criada com a intenção de ser uma taxa básica que daria referência para o
mercado a respeito de quais deveriam ser os juros praticados naquele mês.

O seu cálculo se baseia em uma média mensal ponderada da taxa prefixada dos
CDB de 30 instituições financeiras, excluindo-se sempre as duas de maior e menor
taxa.

Para cada dia do mês - dia de referência, o Banco Central deve calcular e divulgar a
TBF - Taxa Básica Financeira, para o período de um mês, com início no próprio dia
de referência e término no dia correspondente ao dia de referência no mês
seguinte.

Para cada TBF obtida, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplicação de um
redutor "R". A taxa calculada considera o número de dias úteis do período de
referência em rela ção ao ano de 252 úteis. Atualmente, o cálculo da TR tem como
base o seguinte:

TR = 100 X { [ ( 1 + TBF / 100 ) / R ] - 1 }

R = ( a + b X TBF / 100 )

O valor de a é 1,005 e o valor de b é determinado de acordo com uma tabela


específica em função da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos
percentuais ao ano, pelo BC.

Este método de cálculo tem o objetivo de reduzir a instabilidade da TR pela variação


dos dias úteis do mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as flutuações
na remuneração entre a caderneta de poupança e os depósitos a prazo (CDB/RDB).

TR – Taxa Referencial
§ Seu cálculo deriva da TBF – Taxa Básica Financeira, que é a taxa média paga pelos 30
maiores bancos na captação de recursos através de CDBs;
§ É calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil;
§ É utilizada para corrigir os depósitos em Poupança antes do crédito dos juros de 0,5% ao
mês.

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1.2.9 Relação entre juros e atividade econômica

A política monetária objetiva primordialmente a expansão econômica, o pleno


emprego, o controle da inflação e o equilíbrio da balança de pagamentos.

A taxa de juros básica da economia é definida pelo Banco Central do Brasil


através de decisões do Comitê de Política Monetária – COPOM. A partir da
taxa básica é definida a estrutura de juros da economia em termos de prazo e
dos tomadores de crédito – empresas e indivíduos.

Essa taxa de juros básica, portanto, estabelece o custo que irá financiar o
setor produtivo, determinando um maior ou menor desenvolvimento
econômico em função de seu nível.

Taxa de Juros menores desestimulam o investimento especulativo, favorecem


o desenvolvimento econômico, aumentam geração de emprego, incrementa o
poder de compra da população.

Taxa de juros muito elevada, por sua vez, estimula o investimento


especulativo, inibe o desenvolvimento econômico e compromete a oferta de
emprego.

Instrumentos de Metas Metas Metas Finais


Política Operacionais Intermediárias de Política
Recolhimentos Taxa de juros Taxa de Juros de Inflação
Compulsórios de curto prazo longo prazo
Nível de Atividade Econômica
Redesconto de
Liquidez Reservas Agregados Taxa de Desemprego
agregadas monetários
Operações de Estabilidade do Sistema
Mercado Aberto Financeiro

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1.3 - Política Fiscal

Política Fiscal é a administra ção e adequação das receitas (tributos) e dos


gastos do governo para regular a atividade econômica. Ela é usada para
neutralizar as tendências à recessão e à inflação.

Receitas Política Fiscal expansiva


§ Tributos
§ Taxas É usada quando h á uma insuficiência de demanda agregada em relação à
§ Contribuições Sociais produção de pleno - emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário“,
onde estoques excessivos se formariam, levando empresas a reduzir a
Despesas produção e seus quadros de funcionários, aumentando o desemprego. As
§ Pagamento de Pessoal medidas nesse caso seriam:
§ Custeio § Aumento dos gastos públicos;
§ Juros
§ Investimentos § Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e
investimentos;
Déficit é coberto por § Estímulos às exporta ções, elevando a demanda externa dos produtos;
colocação de títulos de
dívida pública. § Tarifas e barreiras às importa ções, beneficiando a produção nacional.

Política Fiscal restritiva

É usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da


economia, no chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e
os pre ços sobem. As medidas seriam:
§ Diminuição dos gastos públicos;
§ Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando
esses gastos;
§ Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras.

Financiamento do Setor Público x Dívida Pública


Quando o governo gasta mais do que arrecada, provocando um déficit, ele
deve lançar títulos da dívida pública, vendê-los no mercado e com o dinheiro
arrecadado fechar a diferença.
Para convencer o público a comprar um título de d ívida, o emissor (o governo)
paga juros e assume a obrigação de devolver o dinheiro emprestado na data
do vencimento. Se nesse momento o governo ainda não tiver um fluxo positivo
de recursos via arrecadação de impostos, por exemplo, terá de apelar outra
vez para a emissão de mais títulos, pois apresentará novamente um déficit em
suas contas.
O nível da taxa de juros exigida pelo mercado e o prazo do vencimento dos
títulos emitidos dependerá da credibilidade do governo junto ao público
investidor:
§ Se o nível de confiança está elevado, a taxa de juros cai e o prazo dos títulos
se alonga;
§ Se o nível de confiança está baixo, a taxa de juros sobe e o prazo dos títulos
ficam mais curtos.
É interessante notar que as despesas dos juros são tão relevantes que as
informações sobre o d éficit público aparecem em dois conceitos:
§ O déficit primário que não inclui as despesas com juros;
§ O déficit operacional ou nominal que considera as despesas com juros.
A conclusão é que a existência de déficits sucessivos leva ao aumento da d ívida
interna. Os juros que ela implica podem ser o fator decisivo para um novo
déficit, uma dívida maior ainda e assim por diante.

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Nosso próximo assunto é Política Cambial.
Numa economia aberta ao exterior, um novo ativo monetário entre em cena no mercado: a
moeda estrangeira. A incorporação das transações com moeda estra ngeira na análise do
mercado monetário altera o seu funcionamento e o impacto na política monetária.

O ponto de partida para examinar a relação entre a moeda doméstica e a estrangeira deve
ser o mercado de câmbio, que é o local onde estes dois ativos são trocados.

As operações ali realizadas refletem a oferta e a demanda de cada uma das moedas. O preço
da mercadoria nele negociada é a taxa de câmbio.

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse mercado. Acompanhe.

1.4 - Política Cambial


1.4.1 – Regime Cambial

Vamos primeiro revisar os três regimes cambiais que tivemos rece ntemente :

Regime de Câmbio Fixo


§ A fixação da taxa de câmbio é responsabilidade das autoridades monetárias - e não do mercado;
§ O Banco Central precisa dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de câmbio e com isso
garantir a manutenção da paridade fixa.
§Ela visa principalmente o controle de preços e inflação, barateando a entrada de produtos importador
para fazer concorrência aos nacionais ou até mesmo suprir demandas eventuais.

Regime de Câmbio Flutuante


§ A taxa de câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de mercado.
§Este regime visa basicamente o equilíbrio das contas externas, onde o mercado, baseado nas necessidade
ou excesso de divisas do país, é quem determina o nível adequado da taxa de câmbio.
§Conhecido por trazer um nível maior de volatilidade à taxa de câmbio utilizada nas transações
internacionais.

Regime de Flutuação “Suja”

No Memorando de Política Econômica enviado ao Fundo Monetário Internacional em 1999 o Banco Centra l
justifica eventuais intervenções no mercado para manter o câmbio próximo a um nível considerado de
equilíbrio.

O estabelecimento, em julho de 1999, da política de metas inflacionárias, juntamente com a avaliação,


pelo Banco Central, de que variações na taxa de câmbio constituem um fator importante na determinação
da inflação esperada, ampliou o leque de justificativas para intervenções no mercado de câmbio, a partir
de determinadas cotações, não explicitadas pelo governo.

Dessa forma, pode-se considerar a política cambial brasileira instaurada em 1999 s ituando-se entre um
Regime de Flutuação “suja” e um Regime de Câmbio Flutuante.

Dívida Pública Indexada ao Câmbio

Como sabemos, o governo utiliza a emissão de títulos federais para captar recursos visando “fechar” seu
orçamento. Dessa forma, ele emite títulos de dívida e vende esses títulos no mercado para captar os
recursos financeiros que necessita.

Para satisfazer a necessidade de hedge cambial demandada pelo mercado, o governo emite títulos de
dívida corrigidas pela variação da taxa de câmbio do real (R$) frente ao dólar norte -americano – a NTN-D
– Nota do Tesouro Nacional série D.

Então, parte da dívida interna do governo, representada por todas as obrigações de dívida em Reais (R$),
é corrigida pela variação cambial. Maior ou menor quantidade desse tipo de operação na composição da
dívida interna reflete o nível de confiança do público no governo, demonstrando maior ou menor busca por
operações de hedge cambial.

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1.4.2 Cupom Cambial
Custo do Como a rentabilidade esperada de um título deve refletir a taxa básica de juros da
Dinheiro economia - que podemos denominar como sendo o custo do dinheiro – haverá um
componente no preço desse título que, em conjunto com o índice de correção
(taxa SELIC) cambial, alcance um fluxo equivalente ao do custo do dinheiro.

= Esse componente adicional ao índice de correção é determinado por uma taxa de


juros e é denominado de CUPOM.

Variação O mercado define essa taxa de juros (cupom cambial) em função da expectativa da
Cambial variação da taxa de câmbio para que, no conjunto, obtenha um retorno esperado
Esperada equivalente ao custo do dinheiro.
Cupom
Cambial
Custo do Dinheiro (Selic)
Cupom =
Variação Cambial Esperada

Taxa de câmbio: relações de causa e efeito

A variação cambial é causa ou efeito da inflação? Quais as relações entre a variação no


valor da moeda estrangeira frente à moeda nacional e a variação nos preços do país?

A taxa de câmbio reflete uma rede de relações de causa e efeito por vezes difícil de
ordenar.

Quando a taxa de câmbio sofre uma desvalorização (ou seja, a moeda estrangeira fica
mais cara), todos os produtos importados ficam mais caros em reais. É uma pressão de
custos que, transferida aos preços dos bens e serviços que usam esses insumos
importados, causa inflação.

Por outro lado, se o objetivo da política econômica é preservar a estabilidade da taxa


real de câmbio, qualquer elevação da inflação pode gerar uma depreciação nominal da
taxa cambial.

Sendo assim, no curto prazo, variações da taxa de câmbio por qualquer razão, tendem
a ser vistas como a causa da inflação. No longo prazo, entretanto, o nível da inflação -
determinada aqui pela qualidade das políticas monetária e fiscal - torna-se o fator
determinante da taxa de câmbio, ou o preço do dólar, uma vez que a taxa de câmbio
real (ou efetiva) costuma apresentar uma tendência à estabilidade ao longo do tempo.

Reservas Internacionais

Quando um país não consegue cobrir o déficit em transações corre ntes do Balanço de
Pagamentos com a entrada de capitais (empréstimos e financiamentos, investimentos
diretos, etc.), ele geralmente recorre às suas reservas para realizar esse equilíbrio.

A pergunta natural é saber de onde vêm tais reservas.


Normalmente, elas têm origem em superávits do Balanço de Pagamentos obtidos em
anos anteriores. Esse saldo positivo é canalizado para um piscinão denominado
“reservas”. É como se uma grande barragem fosse recebendo água para enfrentar um
período de estiagem. Quanto maiores forem as reservas em moeda forte, maiores serão
as garantias para uma economia enfrentar eventuais déficits futuros.

A existência de grandes reservas garante também a estabilidade da taxa de câmbio. Por


quê? A resposta é que, se o déficit em transações correntes não for coberto pela conta
de capital, o governo poderá lançar mão de suas reservas para fazê-lo, sem ter de
desvalorizar o câmbio.

Finalmente, em casos excepcionais o Governo pode lançar mão de linhas de crédito que
detemos junto ao FMI – Fundo Monetário InTernacional ou outros organismos
multilaterais de ajuda financeira.

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1.5. Contas Externas

Além de uma conta em Reais (R$) o governo administra e controla um fluxo de


pagamentos em moeda estrangeira – o dólar norte -americano.

Quando a imprensa noticia um “déficit externo em transações correntes” estão


indicando que o Brasil gastou mais do que arrecadou no comércio, no serviço e nas
transferências unilaterais – são contas que registram as relações econômicas e
financeiras de um país com o exterior.

Um déficit nessas três contas significa que as receitas em dólares foram inferiores às
despesas, embora possa ter havido uma receita maior do que a despesa numa delas
em particular, mas superada pelo déficit registrado nas demais.

Verifique na tabela abaixo o significado de cada uma das três contas que, juntas,
resultam no saldo das “transações correntes” ou “conta corrente”:

Transações Correntes
Balança Comercial Exportações menos Importações
Conta de Serviços Os itens mais significativos dessa conta são as despesas com o
pagamento de juros da dívida externa e as remessas de lucros e
dividendos do capital estrangeiro investidor no país.
Transferências Fluxo de recursos de entrada de remessas de brasileiros que
Unilaterais trabalham no exterior para o Brasil menos fluxo de recursos de
saída de estrangeiros para seus países de origem.

Agregadas ao movimento de capitais, as três contas das “transações correntes”


completam os elementos essenciais do chamado Balanço de Pagamentos.

Verifique na tabela abaixo esses elementos em conjunto:

Balanço de Pagamentos
Transações Correntes § Balança Comercial
§ Conta de Serviços
§ Transferências Unilaterais
Movimento de Capitais Empréstimos, financiamentos, investimento externo direto,
Autônomos amortização de empréstimos obtidos, reinvestimentos e capitais de
curto prazo.
Movimento de Capitais Inclui a conta de caixa do Banco Central, que mede a variação de
Compensatórios reservas internacionais (em moeda estrangeira) do país,
empréstimos de regularização e atrasados comerciais.

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1.6 Taxa de Câmbio - PTAX

A taxa de câmbio é o pre ço da moeda estrangeira expresso em moeda local. Para


comprar ou vender dólares, é preciso gastar um montante em reais. A maior ou
menor escassez de dólares no mercado determina a taxa de câmbio.

No caso de moedas de livre curso internacional, seus pre ços são determinados
em boa medida pela relação entre oferta e procura no mercado global. Assim, o
valor do dólar em relação ao euro ou ao iene reflete movimentos de oferta e
procura em escala internacional e não apenas a procura por ienes ou euros nos
PTAX mercados norte -americanos.
A taxa média ponderada
das negociações da moeda No caso brasileiro o Banco Central divulga a Taxa PTAX como a cotação oficial das
estrangeira no decorrer de moedas estrangeiras em relação ao Real.
um dia.

O PTAX é a informação oficial sobre a cota ção das moedas estrangeiras no Brasil.
No Sisbacen, que é o sistema através do qual todas as instituições financeiras se
comunicam com o Banco Central, é possível consultar o Ptax de todas as moedas.

Como o dólar é a moeda mais negociada no país, quando se fala em PTAX , o


Utilização da Taxa PTAX termo é logo associado à moeda norte -americana. O PTAX é a cota ção oficial da
Ela é utilizada para corrigir moeda e é definido através da média ponderada das negociações do d ólar - no
os títulos federais, caso da moeda norte -americana - no decorrer do dia.
contratos de swap e
futuros. Digamos que, num determinado dia, é fechado um negócio entre duas
instituições no valor de US$ 10 milhões a cota ção de R$ 1,90. Logo depois, é
fechado outro negócio de US$ 20 milhões a R$ 2,00. PTAX e a média ponderada
dos dois negócios, no caso R$ 1,9666. Acompanhe o cálculo:

(US$ 10milhõesxR $1,90) + (US$ 20milhõesxR $2)


Ptax = = R$1,9666
US$10milhões + US$20milhões

Esse cálculo é feito levando em conta as várias operações efetuadas durante o dia.

O Banco Central divulga PTAX parciais, em intervalos de meia hora e, depois,


divulga a PTAX do dia. São levadas em conta as operações com liquidação em
dois dias, que é o prazo padrão do mercado.

O PTAX serve com parâmetro em várias situações. Por exemplo, um título


indexado ao dólar paga a variação do dólar mais uma remunera ção. Essa
variação do d ólar é medida pela variação do Ptax contado a partir do dia da
compra do papel até o PTAX do dia da venda ou sua liquidação.

Importante salientar que o PTAX que serve de parâmetro para liquidar as


opera ções de swap, futuros, papéis do governo que vençam hoje, é a taxa que
reflete as opera ções de câmbio que ocorreram em D-1.

Suponhamos que a taxa PTAX de hoje seja R$ 1,9666 como no nosso exemplo
anterior, mas que ao se iniciar as operações de hoje no mercado spot, o dólar
apresentou forte alta, indicando que a nova PTAX referente às opera ções de hoje
ficará em torno de R$ 2,1557, por exemplo.

Neste caso, ninguém, em sã consciência, venderia um ativo que sabemos vale


R$ 2,1557 por R$ 1,9666 apenas por que o Bacen publica a taxa PTAX baseada
nas operações de D-1. O mercado ajusta no cupom de juros esta distorção.

Taxa PTAX
§ É a informação oficial sobre a cota ção das moedas estrangeiras no Brasil.
§ É utilizada também para corrigir os títulos federais indexados a taxa cambial,como por
exemplo a NTN-D, contratos de swap e futuros.

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Resumo – Princípios Básicos de Economia

R
MA1
§ O PIB Produto Interno Bruto é o total de bens e serviços produzidos num país, em um ano,
independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos que atuam.

§ O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo - é o índice utilizado pelo Banco Central para o
acompanhamento das metas de inflação do governo. Calculado pelo IBGE, reflete a variação dos preços das
cestas de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

§ O IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado – é calculado pela FGV Fundação Getúlio Vargas e é composto
pelo IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%). Corrige a NTN-C Nota do Tesouro Nacional, série C.

§ A Taxa SELIC é a taxa básica da economia brasileira. Calculada e divulgada diariamente pela SELIC - Serviço
Especial de Liquidação e Custódia, reflete a taxa média dos negócios realizados entre instituições financeiras
pelo prazo de 1 (um) dia com lastro em títulos públicos federais.

§ A taxa DI é calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação e reflete a taxa
média dos negócios realizados entre instituições financeiras pelo prazo de 1 (um) dia com lastro em título
privado.

§ A TR – Taxa Referencial é calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil. Deriva da TBF (taxa
Básica Financeira) que é a taxa média paga pelos 30 maiores bancos na captação de recursos através de CDBs
e RDBs. Corrige os depósitos em poupança.

§ A PTAX e a taxa média ponderada das negociações de uma moeda estrangeira no decorrer de um dia. É
calculada pelo Banco Central do Brasil e é utilizada para corrigir os títulos federais (NTN-D), contratos de swap
e futuros.

§ O cupom cambial é o rendimento em dólar, pago ao investidor que assume risco de investir em outra moeda
(no caso brasileiro, o real), bem como a taxa de juro paga nos títulos com correção cambial. A diferença entre
a taxa de juros interna e a desvalorização da taxa de câmbio do país equivale ao juro pago em dólar, ou seja,
cupom cambial.

§ Os instrumentos de política monetária são: reservas compulsórias (recolhimento de determinado percentual


sobre os depósitos feito pelos bancos ao Banco Central); redesco nto bancário (concessão de assistência
financeira para atender eventuais problemas de liquidez de natureza circunstancial e temporária) e operações
do mercado aberto (open market) onde é regulada a liquidez do sistema via compra e venda de títulos
públicos.

§ O COPOM – Comitê de Política Monetária é composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil,
define a meta da taxa SELIC e seu eventual viés e estabelece as diretrizes da Política Monetária.

§ Política Fiscal é a política de receitas e despesas do Governo. Envolve a definição e a aplicação da carga
tributária sobre empresas e pessoas físicas, e a definição dos gastos do Governo com base nos tributos
arrecadados. Exerce um forte impacto na política monetária.

§ Política Monetária é o conjunto de medidas que definem o controle da oferta de moeda e conseqüentemente
das taxas de juros, visando garantir a liquidez ideal para cada momento econômico. O executor dessas políticas
é o Banco Central e os instrumentos clássicos utilizados são o d epósito compulsório, o redesconto e as
operações de open market.

§ Política Cambial é o conjunto de medidas tomadas pelo governo que afetam a formação da taxa de câmbio. É
diferente da política monetária por atuar mais diretamente sobre todas os fatores relacionados às transações
econômicas do país com o exterior.

§ O saldo da balança comercial é a diferença entre o volume de exportações e o volume de importações de


produtos e serviços realizadas pelo país em determinado período. Quando o valor das exportações supera o das
importações, dizemos que há um superávit comercial. No caso contrário, temos um déficit comercial.

§ O Balanço de Pagamentos é o resumo das transações ocorridas entre o país e o resto do mundo. Ele
apresenta duas grandes contas: o saldo em transações correntes, que se refere às transações de bens e
serviços realizadas pelos brasileiros com o exterior; e, o saldo de capitais que reflete o fluxo de moedas entre o
país e o resto do mundo.

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2. Conceitos Básicos de Finanças
MA2

Antes de iniciarmos o módulo de Finanças gostaríamos de fazer alguns comentários


a respeito de seu exame:

§ Não haverá qualquer tipo de cálculo ou necessidade de se levar calculadora.


§ As questões farão referência apenas aos conceitos dos assuntos aqui tratados.
§ Utilizamos exemplos numéricos apenas para facilitar a explicaçã o dos assuntos.

2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa Real de Juros

Taxa Nominal
É a taxa que encontramos nas opera ções correntes, ou seja a taxa que é visível
aos participantes de uma transação. Exemplo: Contratos de empréstimos e
financiamentos, aplicações financeiras, etc.
Normalmente, vem escrita em um documento, como por exemplo, um contrato
ou título de crédito.
Podemos dividir o rendimento que ela proporciona em duas partes:
Taxa Nominal § a primeira será a mera recupera ção do poder de compra do investidor
Podemos também dizer remunerando-o pela inflação;
que, do ponto de vista
econômico, a Taxa § a outra parte refere -se ao ganho acima da inflação que visa remunerar
Nominal de Juros (iN) é a também o risco de investimento. Chamamos esta segunda parte de rendimento
taxa na qual está embutida real.
a recomposição do poder Veja a fórmula:
de compra do dinheiro,
iN = [(1 + iR) × (1 + INFL) − 1] × 100
baseado em um índice de
inflação, acrescido de uma
taxa de remuneração pelo
capital ou taxa real. Em que:iN = Taxa Nominal
iR = Taxa Real
INFL = Índice de Inflação

Exemplo 1: Imagine uma determinada taxa de juros real de 3,80% a o mês e um


índice de inflação de 3,22% ao mês. Baseado na formula acima, procure calcular
a taxa nominal de juros.

iN = [(1 + 0,038) × (1 + 0,0322) − 1] × 100

Logo: a taxa nominal de juros será de 7,14% ao mês

Exemplo 2: Dada uma taxa de juros real de 2,0% ao mês e um índice de


inflação de 0,5% ao mês, calcular a taxa nominal de juros.

iN = [(1 + 0,02) × (1 + 0,005) − 1] × 100


Logo: a taxa nominal de juros será de 2,51% ao mês.

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Taxa Real
É calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se os efeitos
inflacionários. O objetivo é determinar o quanto se ganhou ou perdeu,
Taxa Real desconsiderando a inflação, neste caso medida por qualquer índice disponível
Indica qual foi o ganho que (IGP-M, IPCA, etc.). Observe a fórmula abaixo:
o investidor teve Onde:
efetivamente no seu iR = Taxa Real de Juros
investimento depois de  1 + iN  
iN = Taxa Nominal de Juros
excluído o índice da INFL = Índice de Inflação iR =   − 1 × 100
inflação. 1+ INFL  

Exemplo 1: Considerando que uma taxa nominal de juros é de 7,14% ao


mês e a inflação do período medida pelo IGP-M, por exemplo, foi de 3,22%,
veja o cálculo da taxa real de juros, baseado na fórmula acima:

 1 + 0,0714  
iR =   − 1 × 100 iR = 3,80% ao mês
 1+ 0,0322  

Exemplo 2: Considere a Taxa SELIC de 26% ao ano e um índice de inflação


previsto para o ano de 9%. Calcule a taxa real de juros.

 1 + 0,26  
iR =   − 1 × 100 iR = 15,59% ao ano
 1+ 0,09  

2.2 Capitalização Simples e Composta

Regime de Capitalização No regime de capitalização simples a taxa de juros incide apenas sobre o
Simples. capital inicial, portanto a taxa de juros será aplicada sempre sobre o mesmo
Os juros são gerados e por capital pelos seus diversos períodos.
conseguinte aplicados
exclusivamente pelo Exemplo: Uma aplicação de R$100 feita por 3 meses a uma taxa de 2% ao
capital inicial investido. mês. Qual o rendimento acumulado no final de 3 meses?

0 1 2 3 meses
Juro = 2 Juro = 4 Juro = 6
Capital = 100 Capital = 100 Capital = 100
Montante = 102 Montante = 104 Montante = 106
Regime de
Capitalização Composto
Neste regime de
Já no regime de capitalização composto a taxa incide sobre o capital inicial
capitalização, os juros são
acrescido dos juros do período anterior, ou seja, os juros de cada período são
formados ao final de cada
gerados pela aplicação de sua taxa sobre a soma do capital anterior e seu
intervalo unitário de
respectivo juro.
tempo.
São gerados pelo
Observe o fluxo de caixa do exemplo abaixo:
montante (principal +
juros anterior) existente
no início de cada
intervalo.
0 1 2 3 meses

Juro = 2,00 Juro = 2,04 Juro = 2,08


Capital = 100,00 Capital = 102,00 Capital = 104,04
Montante = 102,00 Montante =104,04 Montante = 106,12

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2.3 Taxa Equivalente versus Taxa Proporcional

Taxa Equivalente
Duas taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o
mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização
Taxa Equivalente composto de juros.
Regime de Capitalização
Composto  quero 
 tenho  iq = taxa que eu quero
 i   it = taxa que eu tenho
i =  1 +  − 1 × 100 q = prazo que eu quero
quero   100  
  t = prazo que eu tenho
 

 1 
Exemplo: Dada a taxa  12 
de 12% ao ano,  12  
i = 1 +  − 1 × 100 = 0 ,95 %
calcular a taxa mensal  100  
mensal.  
 

Taxa Proporcional Neste caso podemos dizer que as taxas de 0,95% ao mês e 12% ao a no são
Regime de Capitalização equivalentes, pois aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período (1
Simples mês) produzirão o mês resultado, no regime de capitalização composto.

Taxa Proporcional
Duas taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo
capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples de
juros.

 i   quero iq = taxa que eu quero


iquero =  ×  × 100 it = taxa que eu tenho
 100  tenho q = prazo que eu quero
t = prazo que eu tenho
Exemplo: dada a taxa de 12% ao ano, calcular a taxa mensal.

 12   1 
im e n s a=l   ×   × 100 = 1,00%
 100  12

Neste caso podemos dizer que a taxas de 1,00 % ao mês e 12% ao ano são
proporcionais, pois quando aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo
período (1 mês) produzirão o mês resultado, no regime de capitalização
simples.

Conheça agora o conceito matemático de taxa nominal e taxa efetiva


Taxa Nominal x Taxa Efetiva de Juros

Taxa Nominal: as taxas são ditas nominais quando são expressas em uma
Taxa Nominal unidade de tempo que não coincide com o período no qual os juros são
taxa expressa em uma capitalizados ou pagos. Exemplo: a taxa de juros nominal da poupança é de 6%
unidade de tempo que não ao ano. Isto porque o período em que os juros da poupança são pagos
coincide com o período de (mensalmente) não coincide com o período em que a taxa foi expressa
capitalização. (anualmente).

Taxa Efetiva: as taxas são ditas efetivas quando são expressas em uma
Taxa Efetiva unidade de tempo que coincide com o período no qual os juros são
Expressa em uma unidade capitalizados ou pagos. Exemplo: a taxa de juros efetiva da poupança é de
de tempo que coincide com 0,5% ao mês. Isto porque período em que os juros da poupança são pagos
o período de capitalização. (mensalmente) coincide com o período em que a taxa foi expressa.

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2.4 Relação entre Preço Unitá rio, Taxa de Desconto e Prazo
O Pre ço Unitário (PU) de um título de taxa prefixada é calculado quando se desconta
seu valor de resgate pela taxa de juros de mercado, pelo prazo a decorrer até o seu
vencimento. Observe a fórmula:
Onde:
PU Preço Unitário
Valor Resgate
É o valor presente de um P.U. = i = taxa de mercado
título calculado a partir n
 i  n = prazo a decorrer
de seu valor de resgate. 1 + 
As variáveis que afetam  100 
seu preço são:
§ Taxa de juros
(desconto) Esta terminologia é muito utilizada nos leilões primários de títulos do Tesouro Nacional
§ Prazo a decorrer onde você deve informar o PU e a quantidade de títulos a que está interessado.
Exemplo: Imagine que você precisa calcular o PU de um título para se candidatar à
sua compra em um leilão do Tesouro Nacional. Você tem os seguintes dados:
Trata -se de uma LTN cujo valor de resgate é de R$ 1.000,00, cujo prazo de
maturidade é de 6 meses. A rentabilidade que você deseja é de 25% ao ano. Pede-se
qual o PU que você deverá entrar neste leilão?

PU Preço Unitário
Normalmente o PU é
expresso com 4 casas 1.000,00
PU = = 894.4272
decimais após a 6
vírgula.  25  12
1 + 
 100 

Vamos entender agora qual a relação entre Taxa de juros


(desconto) e Preço (PU)

Perceba que o cálculo demonstrado acima DESCONTA o valor de resgate pela taxa
PU x Taxa de Juros de juros. Assim, quanto maior a taxa – menor seu PU. A relação é, portanto,
Perceba que a relação inversamente proporcional.
entre taxa de juros e
preço é inversamente Taxa
proporcional. Taxa
juros
juros PU PU
menor
maior menor maior

Vamos entender agora qual é a relação entre Prazo (a decorrer) e o


Preço (PU)

Neste caso, mais uma vez, existe uma relação de proporção inversa. Quanto maior
o prazo a decorrer de um determinado título, menor será seu preço ou PU. Da
mesma forma, quanto menor o prazo a decorrer, maior será o preço ou PU de um
título.

Prazo a PU
Prazo a PU maior
decorrer
decorrer menor menor
maior

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2.5 – Fluxo de Pagamentos
2.5.1 – Valor Presente e Taxa de Desconto
A exemplo do que acontece com o PU de um título, cujo valor move-se para cima ou
para baixo em função da taxa de juros vigente no mercado, o valor presente de um
título e sua taxa de desconto têm comportamento similares, veja porque:

VR VF
P.U. = VP. =
=
n n
 i   i 
1 +  1 + 
 100  100

Perceba que o denominador destas equações funciona como taxa de desconto, sendo
que no caso específico do VP seu valor é produto da divisão do VF (valor futuro) pela
taxa de desconto em forma de fator.
Quanto ao seu comportamento e, a exemplo do PU, o VP move -se inversamente
proporcional a taxa de desconto de um fluxo de caixa futuro. Quanto maior a taxa de
desconto menor será o VP e vice-versa.

2.5.2 – Fluxo de Caixa: Cupom, Amortizações, Prazo Médio e Maturidade de


Títulos de Renda Fixa.
O fluxo de caixa de um título pode se apresentar nas mais diversas formas.
Pode pagar principal e juros por períodos, pode pagar somente juros por períodos e
principal no final, pode não pagar juros ou principal intermediários, mas somente
no final ou no seu resgate, etc.
Vamos abaixo demonstrar graficamente algumas destas situações e suas
implicações para seu prazo médio e sua maturidade.

Cupom de Juros periódico e Principal no final


1
0
5 5 5 5 5 5 5
1
0
0

1 2 3 4
(coluna 2/$135) Prazo Médio
Período Cupons Ponderação Coluna 3 x 1
meses ($)
1 5 0,0370 0,0370
Neste exemplo, um fluxo de 2 5 0,0370 0,0740
caixa de 7 meses apresenta
um prazo médio ponderado 3 5 0,0370 0,1110
de 6,2230 meses. 4 5 0,0370 0,1480
5 5 0,0370 0,1850
6 5 0,0370 0,2220

7 105 0,7780 5,4460


Total 135 1 6,2230 meses

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Cupom de Juros + Amortizações periódicas

30 30 30 30
1
0
0

1 2 3 4
(coluna 2/$120) Prazo Médio
Período Cupons Ponderação Coluna 3 x 1
Meses ($)
1 30 0,25 0,25
Neste exemplo, um fluxo de
2 30 0,25 0,50
caixa de 4 meses apresenta
um prazo médio ponderado 3 30 0,25 0,75
de 2,50 meses.
4 30 0,25 1,0
Total 120 1 2,50 meses

Título “Zero Cupom”

Os títulos “zero cupom” são 1


negociados com deságio e não 0
pagam cupom de juros.
O prazo médio é igual ao
0
prazo de maturidade do título,
que neste caso é de 4 períodos. 70

Você deve ter percebido que cada um destes 3 títulos têm fluxo de caixa diferente,
inclusive com vencimento ou maturidade (maturity) diferentes.

Esta relação entre prazo médio e maturidade é o ponto importante deste item.

Para gestores tanto o prazo médio ponderado como o prazo final do título, ou sua
maturidade, têm muita importância em composição de carteiras.

O prazo médio ditará o fluxo de caixa da carteira enquanto o prazo final trará uma visão
mais analítica de quando estes fluxos de caixa ocorrerão.

Você terá oportunidade de ter contato com estes conceitos em nossos módulos de Renda
Fixa e Gestão de Risco, quando estaremos tratando de conceitos mais complexos destes
títulos.

Até lá, fixe bem estes conceitos.

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2.5.3 Taxa Interna de Retorno

Como já vimos, títulos de renda fixa e até mesmo projetos e outros tipos de
investimentos apresentam fluxos de caixa nas mais diversas formas.

É praticamente impossível olharmos para estes fluxos e dizer qual sua taxa de retorno.
O conceito de TIR ou Taxa Interna de Retorno é um dos mais importantes instrumentos
para esta avaliação.

Conceitualmente podemos definir a TIR como sendo:


a) A taxa de retorno iguala os fluxos de caixa de um título ou investimento a zero. Ou
seja, trazendo todos seus fluxos a Valor Presente, e deduzindo-o de seu Valor Inicial
chegaremos a zero.
b) Quando não conhecemos o Valor Inicial do Fluxo de Caixa, podemos dizer que, dado
determinada TIR conheceremos o seu Valor Presente, sabendo desta forma, qual o
Valor Inicial ou VP daquele fluxo.

Vamos ver estes dois casos nos exemplos abaixo:

+25 +30 +40 100

- 90,20

Utilizando-se uma calculadora, do tipo HP 12C, chegaremos a uma TIR


para este fluxo de 30%.
Vamos agora ao primeiro conceito de que a TIR, que aplicada a cada
parcela deste fluxo fará com que cheguemos a zero, ou seja o valor
presente das parcelas é 90,20 que confrontados aos (– 90,20) iniciais
resultada-se em zero.

Parcelas Valores do Valor


Fluxo de Caixa Presente Cada parcela do Fluxo de caixa foi trazida
a VP pela seguinte fórmula:
1 25 19,23

2 30 17,75

3 40 18,21 Valor das Parcelas


VP = n
4 100 35,01  30 
1 + 
 100 
Total 90,20

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Neste segundo caso, conhecemos as parcelas do fluxo de caixa e q ue ao
aplicarmos determinada TIR chegaremos a um VP que representa o q uanto
podemos pagar por um título ou investimento para obtermos a TIR
desejada, por exemplo de 10%.
Veja como:

+10 +20 +30 100

Parcelas Valores do Fluxo Valor


de Caixa Presente

1 10 9,09
Valor das Parcelas 2 20 16,53
VP =
 10  3 30 22,54
1 + 
 100 
4 100 68,30

Total 116,46

Neste caso também cada parcela foi trazida a valor presente à ta xa de 10%.
Concluímos que para se obter um retorno de 10% neste fluxo caixa , podemos
pagar, no máximo, $ 116,46.

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2.6 Custo de Oportunidade
Para a teoria econômica, o custo de oportunidade ou custo alternativo surge quando se opta,
por exemplo, por determinada alternativa de investimento em detrimento de outras
também viáveis. Sendo assim, representa o benefício que foi desprezado ao seu escolher uma
alternativa em relação a outras.

Então, se você escolhe algo, se você obtém algo, normalmente terá que abandonar algo. E isso
que é “desistido”, sacrificado ou do que se abre mão, refere-se justamente ao custo
de oportunidade.

É interessante notar que quando escolhemos algo, temos a tendência a olhar apenas para
aquilo que foi obtido com a escolha, não atentando para os benefícios que foram sacrificados
pelo fato de não se ter escolhido outras alternativas.

O conceito de custo de oportunidade está sempre presente quando a aceitação de uma


alternativa exclui outras. Assim, “representa o custo de oportunidade ou quanto um investidor,
por exemplo, sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa
alternativa ao invés de outra.”

Exemplificando: Dentre várias alternativas de investimentos, suponhamos que a mais óbvia e


fácil seja aplicar recursos em um Fundo de Investimento DI de curto prazo, mas que em função
de uma melhor remuneração opte -se por um fundo Multi-Mercado.
Neste caso podemos dizer que o Custo de Oportunidade do dinheiro é a taxa de CDI – que foi
preterida em detrimento de um rendimento melhor para o investime nto.

2.7 – Taxa Livre de Risco

Vamos aqui fazer uma diferenciação do que é: Taxa livre de risco de Ativos livre de risco.

A primeira propriedade da taxa livre de risco é que seu retorno deve ser completamente não
correlacionado com o de outros ativos presentes na economia o que, na prática, não se
mostra muito fácil de se conseguir.

Nos EUA aproximações razoáveis para esta situação seriam os retornos das Letras do Tesouro
(Treasury Bills) e outros títulos do Governo Federal Americano de 10 e 30 anos de duração.

Outra questão fundamental ainda para o que se pode chamar de taxa livre de risco está
relacionada ao risco de liquidez de um título e risco de crédito de seu emissor.

Neste ponto focamos nossa discussão para Ativos livres de risco, ou seja papéis com grande
liquidez de mercado e que seu emissor não represente risco de crédito.

Desta forma, para se enquadrar em Ativos livres de risco (mercado, crédito e liquidez) os
mesmos deveriam satisfazer as seguintes condições:

“O investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento, seja
este investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro.”

Como sabemos, tanto no Brasil como em outros mercados emergentes, a participação


governamental nos mercados de juros pode ser muito importante. Muitas vezes, os chamados
ativos livres de risco podem ter comportamento de rentabilidade acima dos chamados ativos de
mercado, o que pode ser considerado estranho para um Ativo Livre de Risco, que normalmente
deveria apresentar rentabilidade histórica menor porem mais constante do que os ativos com
maior risco.

Citamos como exemplo no caso brasileiro, a taxa de CDI (Certificado de Depósito


Interbancário), no período de abrangência do Plano Real, que vai de janeiro de 1995 à
dezembro de 2002, onde, apesar do longo período de análise a taxa livre de risco(CDI) superou
em 45,63 pontos percentuais o retorno do Ibovespa.

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Podemos, para efeito de exercício teórico, dizer que no caso brasileiro as taxas de
CDI, SELIC e da Poupança se aproximam do que poderíamos chamar de taxas livres
de risco e os Ativos cupons zero de emissão do Governo (LFT) como sendo a melhor
aproximação do que seriam os Ativos livres de risco, até porque têm seus
rendimentos atrelados ao rendimento da taxa SELIC.

Normalmente as taxas livre de risco são utilizadas como custo de oportunidade para
investimentos. Lembra -se deste conceito no item anterior?

2.8 - Custo médio ponderado de capital

2.8.1 – Conceito

O custo de capital é um conceito extremamente importante. Atua como o maior elo


de ligação entre as decisões de investimento a longo prazo da co mpanhia e a riqueza
dos acionistas ou proprietários. Na verdade, é o número mágico usado para decidir se
um investimento corporativo proposto vai aumentar ou diminuir o valor da ação da
companhia ou seu valor de mercado.

O Custo de Capital é estimado em um dado momento. Ele reflete o custo médio


futuro dos fundos por um longo prazo, com base nas melhores informações
disponíveis. Esse enfoque é coerente com a utilização do custo de Capital para
decisões de investimentos financeiros a longo prazo.

A fim de entender o inter-relacionamento das fontes de capital, é necessário


examinar seu custo combinado, ao invés do custo de cada fonte específica para
financiar determinado projeto.

Verifique a ilustração abaixo e entenda esta relação:

Ativos Passivos
Aplicação de Recursos Fontes de Recursos

Circulante Circulante
Fornecedores
Aplicações Financeiras Salários
Duplicatas a Receber
Estoques
Longo Prazo Fontes de
Empréstimos Capital
Permanente
Patrimônio Liquido
Máquinas e Equipamentos Ações Preferenciais
Edifícios Ações Ordinárias

Nosso cálculo para fontes de capital estará focado nos empréstimos de longo prazo e
Patrimônio Líquido.
Para este efeito teremos que calcular o custo de cada fonte específica de financiamento.
Vamos iniciar pela mais fácil que são os empréstimos de longo prazo.
Por definição, os juros pagos por esta fonte são dedutíveis do Imposto de Renda, logo
seu custo final deverá levar isto em consideração através da seguinte fórmula:
Custo de Capital = Taxa de Juros x (1 – alíquota de IR)
Assim sendo, um empréstimo que tem sua taxa de juros efetiva anual de 20%,
considerando-se uma alíquota de IR de 30%, deverá ser considerado para efeito de
custo de capital:
Custo de Capital = 0,20 x (1 – 0,30) = 0,14 ou 14% ao ano.

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Já para as ações preferenciais seu custo é definido como sendo o valor dos
dividendos recebidos dividido pelo preço de emissão da ação ou de seu valor de
mercado em cada período de análise deduzidos os custos de emissão, como
comissão para venda a mercado.
Desta forma, imagine uma empresa cujo valor da ação preferencial em bolsa seja de
R$ 50,00 e que se imagine pagar de dividendos mínimo de 15%, com custo inicial
de colocação de R$ 5, terá como custo final o seguinte:

CAP = Custo
= da Ação Preferencial
D = Dividendo
M = Valor de Mercado da Ação
C = Custos de Emissão

Teremos que o custo de emissão da ação preferencial será:

7,50
D CAP. =
15% de 50 CAP . = = 16,66%
CAP. = = = 45
M− C 50- 5

O terceiro e último item de nosso cálculo refere -se ao cálculo do custo da ação
ordinária, que é idêntico ao da ação preferencial visto acima, acrescido de um fator
de crescimento esperado nos dividendos a serem distribuídos.

Em outras palavras imagine agora uma emissão de ações ordinárias cujo


crescimento esperado seja de 10% ao ano, cujo valor da ação de mercado seja de
=
R$ 60,00 com custos de emissão de R$ 6 e dividendos esperados de 12%. Observe
a formula de cálculo, onde:

CAP = Custo da Ação Preferencial


D = Dividendo
M = Valor de Mercado da Ação
C = Custos de Emissão
F = Fator de crescimento de dividendos

D 12% de 60 7,20
CAP. = xF = CAP. = = CAP . = = 0,1333 % x 1,10 = 14,66%
M− C 60- 6 54

Podemos agora calcular o custo médio ponderado de capital baseado nas


premissas anteriores e imaginando uma proporção para as 3 fontes de capital aqui
especificadas. Confira:

Fontes de Proporção % Custo % Custo


Capital do Capital Nominal Ponderado
Total anual

Empréstimos de 50% 14 7
Longo Prazo

Ações 15% 16,66 2,50


Preferenciais

Ações 35% 14,66 5,13


Ordinárias

Custo Anual Médio Ponderado 14,63


de Capital

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2.8.2 – Alavancagem Financeira

Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de


títulos de renda fixa (normalmente empréstimos) na estrutura de capital da
empresa.

As empresas necessitam de capital para expansão, seja de origem própria ou de


terceiros. A maneira pela qual a empresa organiza esta necessidade de capital é
chamada estrutura de capital da empresa, que indica as proporções de
financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo,
visto no item anterior.

Apesar da estrutura de capital ser uma das áreas mais complexas na tomada de
decisões financeiras devido ao seu inter-relacionamento com outras variáveis de
decisões financeiras, uma determinada estrutura de capital pode maximizar os
lucros da empresa e servir como excelente ferramenta de alavanca gem
financeira.

A essência deste sucesso está associada ao que alguns administradores


financeiros chamam de estrutura de ótima de capital. Esta estrutura ótima de
capital resulta do equilíbrio dos custos e o benefícios dos empréstimos, para
minimizar o seu custo médio ponderado. (também visto no item anterior)

Resumindo a estrutura ótima de capital é o equilíbrio entre risco e retorno que


maximiza o preço das ações ou o valor de mercado de uma empresa.

As fontes de recursos de um empresa, ou seu passivo, sempre estã o


estruturados de alguma forma, independentemente desta estrutura ser o reflexo
de um prévio planejamento ou não. Esta estrutura de capital, para que seja
eficiente e sirva como alavanca para o desenvolvimento empresarial, precisa ser
previamente definida de acordo com alguns princípios básicos a saber:

a) O risco do negócio: quanto maior for o risco inerente às operações da


empresa, sua estrutura de capital deverá privilegiar um menor grau de
endividamento.

b) Posição tributária: Uma das principais razões para se utilizar capitais de


terceiros é que juros podem ser deduzidos para fins de imposto de renda, o que
reduz o custo efetivo da dívida. No entanto se a maior parte do lucro da empresa
já está protegido da tributação por algum mecanismo, este efeito de
compensação tenderá a desaparecer

c) Flexibilidade Financeira: Ou capacidade de levantar capitais sob condições


razoáveis em situação adversa. Sabemos que quando há redução de crédito na
economia, ou quando uma empresa está passando por dificuldades o peracionais,
os provedores de capital preferem fornecer fundos a empresas com balanços
patrimoniais fortes.

d) Conservadorismo ou agressividade: Está diretamente relacionado a


cultura operacional da empresa. Algumas são mais agressivas outras mais
conversadoras. A estrutura ótima de capital deverá ter isto em consideração.

Concluindo, o processo de escolha da estrutura de capital ótima e por


conseguinte o nível adequado de alavancagem deve levar em conta tanto
aspectos quantitativos como custo de empréstimos e Imposto de Renda, como
aspectos não mensuráveis como alguns dos acima descritos.

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Resumo – Princípios Básicos de Finanças
MA2
R
§ A Taxa Nominal de Juros é a taxa na qual está embutida a recomposição do poder de compra do dinheiro,
baseado em um índice de inflação, acrescido de uma taxa de remuneração pelo capital ou taxa real.

§ A Taxa Real indica qual foi o ganho que o investidor teve efetivamente no seu investimento depois de
excluído o índice da inflação.

§ No Regime de Capitalização Simples os juros são gerados e, por conseguinte, aplicados exclusivamente
pelo capital inicial investido.

§ No Regime de Capitalização Composto os juros são formados ao final de cada intervalo unitário de tempo.
São gerados pelo montante (principal + juros anterior) existente no início de cada intervalo.

§ A Taxa é dita Equivalente no Regime de Capitalização Composto e a Taxa é dita Proporcional no regime de
capitalização simples.

§ PU - Preço Unitário- é o valor presente de um título calculado a partir de seu valor de resgate. As variáveis
que afetam seu preço são:
§ Taxa de juros (desconto)
§ Prazo a decorrer

§ A relação entre taxa de juros e preço (PU) é inversamente proporcional.

§ Os títulos “zero cupom” são negociados com deságio e não pagam cupom de juros. O prazo médio é igual
ao prazo de maturidade do título.

§ Custo de oportunidade representa quanto um investidor, por exemplo, sacrificou em termos de


remuneração, por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de outra.

§ Taxa livre de risco - o investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento,
seja este investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro. Pressupõe inexistência de risco
de crédito, mercado e liquidez.

§ Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de títulos de renda fixa
(normalmente empréstimos) na estrutura de capital da empresa. A maneira pela qual a empresa organiza
sua necessidade de capital é chamada estrutura de capital da empresa e indica a proporção de
financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo.

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3. Conceitos Básicos de Estatística
MA3

Estaremos agora revisando alguns conceitos básicos de estatística que serão úteis para o
entendimento de vários pontos de nosso programa.
Vamos então encará-lo como sendo uma importante prepara ção, principalmente, para o
ultimo módulo de nosso curso que tratará de Gestão de Risco e Medidas de Performance.
Bom estudo!

3.1 - Medidas de Posição

São medidas que localizam o centro de uma amostra, sendo as três mais populares, a
média, a mediana e a moda.

3.1.1 - Média

A média aritmética ou simplesmente média, é uma medida de localização do centro de


uma amostra. Veja suas características.

Exemplo:
Imagine que você queira determinar o valor médio das casas de uma determinada rua
cujos valores estão abaixo descritos:

Casa 1 -$ 125.000,00
Casa 2 -$ 150.000,00
Casa 3 -$ 135.000,00
Casa 4 -$ 120.000,00
Casa 5 -$ 140.000,00
Casa 6 -$ 110.000,00
Casa 7 -$ 1.000.000,00
Casa 8 -$ 100.000,00
Casa 9 -$ 100.000,00

A média será a soma dos valores destas casas ($ 1.980.000,00) dividido pelo número de
casas (9), que será de $ 220.000,00.

Embora todos os dados, menos um, estejam no intervalo [$100.000,00-$150.000,00],


o valor obtido para a média está "bem afastado" deste intervalo, não é verdade?

O que acontece é que a média, apesar de ter como característica levar em conta todos
elementos da amostra é muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos.
No caso do exemplo foi o valor $ 1.000.000,00 que inflacionou a média.

3.1.2 – Mediana

A mediana é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados definida do


seguinte modo:

Ordenados os elementos da amostra utilizado no tópico anterior, a mediana é o valor


(pertencente ou não à amostra), que a divide ao meio, isto é, em duas partes iguais.

Vamos utilizar o mesmo exemplo anterior, com seus valores em milhares de $:

1) O primeiro passo é colocar a amostra em ordem crescente;

[100], [100], [110], [120], [125], [135], [140], [150] e [1.000]

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2) A mediana será representada pelo seu elemento central, onde metade da
amostra estará de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

casas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 média

valores 100 100 110 120 125 135 140 150 1000 220

mediana

Dividiu-se a amostra ao meio, deixando a mesma quantidade de elementos


para cada lado, neste caso, quatro.

3) Ela é especialmente útil quando trabalhamos com amostras com valores


extremos que distorcem a média aritmética.

4) Como medida de localização do centro da amostra, a mediana é mais robusta do


que a média pois não é tão sensível a valores extremos.

Apenas uma dica: se a amostra total resultar em um número par, a mediana será
a média aritmética dos dois elementos centrais desta amostra.

3.1.3 - Moda

Para um conjunto de dados define-se moda como sendo: o valor que surge com
mais freqüência. É uma medida muito utilizada por sindicatos para se obter o salá rio
representativo de uma categoria.

Continuando no mesmo exemplo:

casas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

valores 100 100 110 120 125 135 140 150 1000

Moda = 100 (valor que surge com maior freqüência)

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3.2 - Medidas de Dispersão

Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto de dados é o da


determinação de sua variabilidade ou dispersão desses dados relativamente à
medida de localização do centro da amostra.

Repare nas três amostras seguintes - representam a idade de 3 grupos diferentes de


pessoas que, embora resultem na mesma idade média, têm uma dispersão bem
diferente. Como a medida de localização mais utilizada é a média , é em relação à ela
que se define a principal medida de dispersão - a variância, apresentada logo a
seguir:

Primeira 5 10 1 2 2 3 35 4 4 50 5 60
Dispersão Amostra 5 0 5 0 0 5 5
Como você percebe,
a idade média destas
três amostras é
comum a todas =
32,5. Segunda 20 30 35 45
Contudo a dispersão Amostra
de seus dados é bem
diferente, concorda?

Terceira 5 1 5 60
Amostra 0 5

Média = 32,5 anos


Nas três amostras a idade média será a soma dos quadradinhos escuros, divido pela sua
quantidade. Faça o teste!

3.2.1 – Variância

Obtem-se a variância da seguinte maneira:

a) Encontrada a média de uma amostra, calculam-se as diferenças de todos os seus


elementos em rela ção à esta média;

b) Eleva-se ao quadrado todas estas diferenças (negativas e positivas);

c) Soma-se todas estas diferenças elevadas ao quadrado e, divide-se pelo número de


elementos desta amostra.

Veja na próxima página.

Eleva-se ao quadrado
Por que elevamos ao quadrado estas diferenças?

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Variância!?! Vamos entender o que realmente esta definição significa.
Retomemos nossas três amostras da página anterior que sabemos têm médias iguais
(32,5 anos ) e vamos ver quais são suas variâncias.

TABELA NÚMERO 1
N X(i) Média (x – média) (x – média)²
idades
Por que elevamos os 1 5 32,5 - 27,5 756,25
resultados as diferenças ao 2 10 32,5 - 22,5 506,25
quadrado?
3 15 32,5 - 17,5 306,25
Respondendo nossa 4 20 32,5 - 12,5 156,25
pergunta da página
anterior: Perceba que, caso 5 25 32,5 - 7,5 56,25
não elevássemos as 6 30 32,5 - 2,5 6,25
diferenças dos dados em
7 35 32,5 + 2,5 6,25
relação à média ao
quadrado, as diferenças 8 40 32,5 +7,5 56,25
positivas seriam anuladas 9 45 32,5 +12,5 156,25
pelas negativas, resultando
em variância Zero. 10 50 32,5 +17,5 306,25
11 55 32,5 +22,5 506,25
12 60 32,5 +27,5 756,25
Total 32,5 Zero 3.575
Variância = 3575/12 = 297,92

TABELA NÚMERO 2
Grupo Eletrônico N X(i) Média (x – ( x – média )²
idades média)
Pontos para observação 1 20 32,5 -12,5 156,25
1) Comente as variâncias 2 30 32,5 -2,5 6,25
encontradas aqui 3 35 32,5 +2,5 6,25
2) Os resultados 4 45 32,5 +12,5 156,25
encontrados são de fácil Total 32,5 Zero 325
interpretação?
Variância = 325/4 = 81,25
3) Quais suas conclusões?

TABELA NÚMERO 3
N X(i) Média (x – média) ( x – média )²
idades
1 5 32,5 -27,5 756,25
2 10 32,5 -22,5 506,25
3 55 32,5 +22,5 506,25
4 60 32,5 +27,5 756,25
Total 32,5 2.525
Variância =2525/4 = 631,25

Vamos conferir as conclusões nas páginas seguintes.

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Bem... vamos aqui, em conjunto, tirarmos algumas conclusões sobre a variância:

1. Amostras de dados com médias iguais podem ter um nível de dispersão muito diferente.

2. O resultado obtido pelas variâncias de nossas três amostras demonstrou isto claramente,
as amostras mais dispersas foram as que tiveram maiores variâncias.

3. Se observarmos com cuidado as três tabelas da página anterior, podemos perceber que
elevamos ao quadrado todas as diferenças de seus elementos em rela ção a sua média. Por
que será?

4. Bem, como salientamos, se não elevássemos ao quadrado estas diferenças, elas se


anulariam (negativas com positivas).

5. O que a variância faz é neutralizar estes números negativos elevando-os ao quadrado.

6. Isto, porém, provoca um efeito na variância que é o que chamamos de forma “não
organizada” de vermos uma dispersão. A unidade de medida da variância não é a
mesma da média.

7. Precisamos então encontrar uma medida mais organizada para observarmos esta
dispersão. Confira o próximo ponto.

3.2.2 – Desvio Padrão


Desvio Padrão Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados de suas dife renças, ela perde
O desvio padrão é um pouco a referência para efeitos de compara ção.
uma medida que só Assim, para obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas unidades
pode assumir dos dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão.
valores positivos e
quanto maior for, - Então quer dizer que o desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da
maior será a variância?
dispersão dos dados. - Isto mesmo, basta você tirar a raiz quadrada da variância que o bteremos o desvio
padrão de nossas três amostras. Vamos conferir:

Primeira Amostra: Variância = 297,92

Desvio padrão = 297,92 = 17,16 anos

Segunda Amostra: Variância = 81,25

Desvio padrão =
81,25 = 9,01anos

Terceira Amostra: Variância = 631,25

Desvio padrão =
631,25 = 25,12 anos

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Vamos interpretar os resultado obtidos com o desvio padrão de nossas três séries.

Em primeiro lugar sabemos que os três grupos de pessoas analisadas têm a mesma idade média ou
seja 32,5 anos.

Sabemos também que a dispersão das idades destas pessoas em relação à média é bem diferente
para os três grupos. Vamos então analisar seus Desvios Padrões.

Desvio Padrão Amostras

Primeira 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
17,16 anos
Amostra

Segunda 20 30 35 45
9,01 anos
Amostra

Terceira 5 10 55 60
25,12 anos Amostra

Em primeiro lugar vamos interpretar os resultados dos desvios padrões obtidos.

a) Na primeira amostra temos que a idade média é de 32,5 anos e seu desvio é de 17,16 anos.
Isto significa que o desvio médio em relação a esta média é de 1 7,16 anos para mais e para
menos em relação aos 32,5 anos. Desta forma, é de se esperar que, na média, a idade desta
primeira amostra fique assim:

Desvio Padrão (-) Média Desvio Padrão (+)


15,34 anos 32,5 anos 49,66 anos

32,5 – 17,16 = 15,34 anos 32,5 + 17,16 = 49,66 anos

Podemos dizer que, na média, os participantes deste grupo têm idade


que varia entre 15,34 e 49,66 anos

b) Para a segunda amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 23,49 anos
(32,5 – 9,01) e 41,51 anos (32,5 + 9,01)

c) Para a terceira amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 7,38 anos
(32,5 – 25,12) e 57,62 anos (32,5 + 25,12)

Percebemos que a mostra número três tem a maior dispersão dentre todas.

Observação Final:
Da mesma forma que a média, o desvio padrão é uma medida pouco resistente, pois é
influenciado por valores muito grandes ou muito pequenos (o que seria de esperar já que seu
cálculo que é derivado da variância é baseado nas diferenças entre os dados e sua média).
Assim, se a distribuição dos dados for bastante enviesada, isto é, com valores extremos
elevados, não é conveniente utilizar a média como medida de localização, nem o desvio padrão
como medida de variabilidade.
Estas medidas só dão informação útil, respectivamente sobre a localização do centro da
distribuição dos dados e sobre a variabilidade, se as distribuições dos dados forem
aproximadamente simétricas, cujo conceito você entenderá a seguir.

O que você achou do desvio padrão como medida de dispersão, não é muito mais de ser
analisado do que a variância?
Pois bem, para o estudo de Gerenciamento de Risco o Desvio Padrã o será uma de nossas
principais medidas estatísticas, por isso vale a pena entendê-la muito bem.

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3.3 - Distribuição Normal

Uma distribuição de dados dita como normal possui uma importante propriedade:
seus dados possuem uma classe média predominante e as outras classes se
distribuem à volta desta de forma aproximadamente simétrica e com freqüência a
decrescer à medida que se afastam da classe média, da seguinte forma:

Aproximadamente 68% de seus elementos estão no intervalo de seu desvio padrão e


ao calcularmos dois desvios padrões cobriremos aproximadamente 95% de seus
elementos.

Observe o exemplo abaixo:

Imagine um grupo de 100 pessoas onde a idade média é de 30 anos, sendo seu
desvio padrão de 10 anos. Desta forma teríamos a seguinte situa ção:

Uma distribuição normal


tem a forma de um sino.
Observe ao lado.

No caso deste grupo de 100 pessoas aproximadamente 68 teriam idade entre 20 e


40 anos, ou seja, dada a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos,
se a distribuição for normal, aproximadamente 68% de seus participantes terá
entre 20 anos (30 anos de média menos 10 de desvio padrão e 40 a nos (30 anos
de média mais 10 anos de desvio padrão).

Simetria
Significa que os dados -
negativos e positivos - estão
distribuídos de forma
igualmente proporcionais
em torno da média.

Continuando ainda no nosso exemplo, outra propriedade de uma distribuição


considerada normal é que ao calcularmos dois desvios padrões estaremos
cobrindo aproximadamente 95% de toda sua população.

Neste caso, dado a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos, se a


distribuição for normal, aproximadamente 95% de seus participantes, neste caso
95 pessoas, terá entre 10 anos (30 anos de média menos 2 desvios padrões de
10 anos e 50 anos (30 anos de média mais 2 desvios padrões de 10 anos).

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Não sei se você percebeu mas, introduzimos também uma nova maneira de ver
dados estatísticos. Trata-se da distribuição de freqüência.

Imagine que você tenha 100 dados que queira organizá-los na chamada
distribuição de freqüência. O eixo vertical determinará a quantidade de vezes que
o dado apareceu e o eixo horizontal mostrará a característica do intervalo da
amostra inclusive com sua média. Observe:

40 Freqüência
Quantidade de vezes
em que o dado apareceu.
30

20

10 Idade das pessoas

21 24 27 30 33 36 39

3.4 - Intervalo de Confiança e Nível de Confiança

Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que


represente a probabilidade de conter um determinado parâmetro estatístico a ser
estimado para um conjunto de dados representados por uma distribuição normal. Os
intervalos de 95% e 99% são os mais utilizados para este fim. Para exemplificar o que
estamos falando tomemos utilizar o exemplo do item anterior.

Imagine que tenhamos 100 pessoas com idade média de 30 anos, com desvio padrão
de 10 anos, cuja amostra resultou em uma distribuição normal.

Desta forma, quando falamos em 95% de intervalo de confiança, estaremos falando


que, aproximadamente 95% desta amostra terá pessoas entre 10 e 50 anos, isto
porque, se a média é 30 anos e 95% de intervalo de confiança, representa 2 desvios
padrões, teremos que adicionar e tirar 20 anos de cada lado desta média para saber
sua amplitude.

Por dedução sabemos que este intervalo de confiança terá 95% de chances de conter
um valor que se desvie da média na proporção de até dois desvios padrões.

Já um nível de confiança é uma probabilidade associada ao intervalo de confiança.

É normalmente expressa em forma percentual. Por exemplo, digamos que o nível de


confiança seja de 95% para a situação abaixo:

Suponha que uma pesquisa de opinião predissesse que, se a eleição ocorresse hoje,
o Partido Político XYZ teria 60% dos votos.
O responsável pela pesquisa associou à mesma um nível de confiança de 95%. Isto
quer dizer que imagina-se que o partido XYZ poderá ter algo em torno de 57% a 63%
dos votos, ou seja 5% de erro dos 60% dos votos que resultam em 3% , devem
adicionados e tirados do percentual esperado de votos.

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3.5. Coeficiente de Correlação

Dado duas séries de dados, existirão várias medidas estatísticas que podem ser
Covariância usadas para analisar como as duas séries se movem através do tempo.
Seu sinal, positivo
ou negativo, indica o As duas mais largamente usadas são: a correlação e a covariância.
tipo de relação entre
duas séries de dados. Para duas séries de dados, X (X1, X2,.) e Y(Y1,Y2,.), a covariância fornece uma
medida não padronizada do grau no qual elas se movem, e é estimada tomando o
produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.

O sinal na covariância indica o tipo de relação que as duas variáveis tem.


Um sinal positivo indica que elas movem na mesma direção e, um negativo, que elas
Coeficiente de se movem em direções opostas.
Correlação Enquanto a covariância cresce com o poder do relacionamento, ainda é relativamente
difícil fazer julgamentos sobre o poder do relacionamento entre as duas variáveis
Seu valor vai ficar observando a covariância, pois ela não é padronizada.
entre menos 1 e mais
1 e será assim que
poderemos observar A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada
a dependência entre com base na covariância.
duas variáveis.
§ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.
§ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a
relação mais forte quanto mais a correlação se aproxima de 1.
§ Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direções
opostas, sendo que a relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela
ficar.

Veja abaixo a hip ótese de pre ços de duas a ções: Sadia (Série A) e Perdigão (série B)

Período Série A Série B


Cotação Cotação
Ações Sadia Ações Perdigão
Mês 1 10 11
Mês 2 15 13
Mês 3 20 19
Mês 4 25 21
Mês 5 30 29
Mês 6 35 27
Covariância 54,16667
Coeficiente de Correlação 0,96

Perceba o coeficiente de correlação destas ações. Vamos discuti-lo na próxima página.

O coeficiente de correlação também constitui-se em importante medida estatística.


Tente se lembrar as várias vezes que você deve ter ouvido falar que existe uma forte
correlação entre dólar e juros, ou entre a bolsa de valores e papéis emitidos no exterior.
Pois bem, através do coeficiente de correla ção, sairemos do campo das suposições e
teremos condições de realmente saber se existem tais correla ções. Veja como.

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O que você notou de importante nestas séries de dados? Vamos tentar identificar os
principais pontos juntos?

1. A Série “A” é uma série da dados que em 100% do tempo está em direção
ascendente, come çando com 10 e terminando com 35, sempre em intervalos de 5.

2. A Série “B” também é uma série de dados que, em praticamente 100% do tempo,
(todos, exceto um), está em direção ascendente.

3. Como podemos observar, o coeficiente de correla ção destas duas séries para um
mesmo período é muito forte, e aliás, não poderia deixar de ser. Elas movimentam-
se de forma bem uniforme, pois todas sobem ao mesmo tempo e em padrões
relativamente parecidos.

Vamos ver se o diagrama abaixo ajuda você a fixar melhor os conceitos aqui explicados.

Correlação Negativa Correlação Positiva

Significa que duas séries Significa que duas séries


movem-se em direção opostas movem-se na mesma direção
e, quanto mais próximo de – 1, e, quanto mais próximo de 1,
mais forte é esta relação. mais forte é esta relação.

-1 - 0,5 0 +0,5 +1

• Perceba que a correlação hipotética das nossas duas ações (Sadia e Perdigão), ficou em
0,96, ou seja, bem próxima a +1.
• Agora imagine se ocorresse o contrário, se elas tivessem correla ção negativa (enquanto
uma sobe de preços a outra cai), que efeito isto teria em uma carteira de ações?
• Voltaremos a este assunto e falaremos de sua aplicação na Apostila de Gestão de Risco.

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Qual a utilidade prática do coeficiente de correlação?
1. Para carteiras de Renda Variável
Ao construir carteiras de renda variável, o coeficiente de corre lação pode nos ajudar a
fazer uma diversificação eficiente, ou seja, escolher papeis com baixa correlação, que
não subam e caiam de preço ao mesmo tempo.

2. Utilização na proteção de carteiras: “hedging”


A proposta de cobertura, ou “hedging”, para determinado fator de risco de um passivo,
por exemplo, nada mais é do que encontrar um ativo com o qual este passivo tenha
forte correlação. Desta forma, todas as variações no passivo serão neutralizadas pelas
mesmas variações no ativo.

3.6. Coeficiente de Determinação ou R2

O quadrado do coeficiente de correlação é chamado de coeficiente de determinação


ou simplesmente R².

Será um número sempre positivo, variando de zero até 1, e demonstra quão forte é a
relação entre duas variáveis, sendo 0 a mais fraca e 1 a mais forte.

É muito utilizada nas operações de proteção, conhecidas como “hedging” para


sabermos qual o grau de proteção que estamos atingindo, ou sua e ficácia.

Exemplo:
1) Suponha que você tem uma posição da ação “A” e queira fazer uma operação de
proteção utilizando o índice Bovespa.

2) Suponha também que o coeficiente de correlação entre esta ação e o Ibovespa seja
0,8, ou seja, em 80% das vezes que o preço da ação sobe ou cai, o mesmo ocorre
com o índice Bovespa.

3) O coeficiente R2 indicará a eficácia dessa proteção respondendo à seguinte


pergunta: quanto da variação do preço da ação tem a ver com a variação do Ibovespa,
através da seguinte fórmula:

Seu R² será : R² = (0,80) ² = 0,64

Assim sendo:

64% da variação dos preços da ação “A” pode ser explicada pela variação do
Ibovespa. Cabe agora ao analista concluir se, com o coeficiente R² de 0,64, a
operação fornece o nível de proteção adequado.

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Resumo – Princípios Básicos de Estatística
MA3
R
§ Medidas de Posição são medidas que localizam o centro de uma amostra sendo as três mais populares, a
média, a mediana e a moda.

§ A média tem como característica levar em conta todos os elementos da amostra e é muito sensível a
valores muito grandes ou muito pequenos.

§ A mediana é representada pelo elemento central de uma série de dados sendo que metade da amostra
estará de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

§ Para um conjunto de dados define-se moda como sendo o valor que surge com mais freqüência.

§ As medidas de dispersão – desvio-padrão e variância - determinam a variabilidade ou dispersão dos


dados da série em relação ao centro da amostra.

§ O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores positivos e quanto maior for, maior será a
dispersão dos dados. Trata -se da raiz quadrada da variância.

§ Uma distribuição normal possui uma importante propriedade: seus dados possuem uma classe média
predominante e as outras classes se distribuem à sua volta de forma aproximadamente simétrica e com
freqüência a decrescer à medida que se afastam da classe média.

§ Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que representa a probabilidade
de conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados representados
por uma distribuição normal.

§ A covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual duas séries de dados se movem, e é
estimada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.

§ A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada com base na
covariância.
§ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.
§ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a relação mais forte
quanto mais a correlação se aproxima de 1.
§ Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direção oposta, sendo que a
relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar.

Dúvidas? Anote -as aqui e agora.


Utilize o grupo eletrônico e/ou traga para discussão na aula pre sencial tira-dúvidas.

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4. Sistemas de Negociação, Liquidação e Custódia
MA4

Vamos aprender como são liquidadas as operações realizadas pelos diversos


agentes econômicos, ou seja, vamos entender como se processa o pagamento e
o recebimento dos recursos financeiros e dos títulos e valores mobiliários
transacionados no mercado.
Vamos falar dos Sistemas de Liquidação e Custódia existentes, responsáveis por
essa função.

4.1 - SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia

Criado em 1979 pela ANDIMA em parceria com o Banco Central, o SELIC é um sistema
eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das opera ções
realizadas com títulos p úblicos, garantindo segurança, agilidade e transparência aos
negócios.
SELIC
Sistema eletrônico
Na década de 70, as opera ções financeiras implicavam o manuseio e a movimenta ção
que custodia e
física desses títulos, com grande risco de fraude e extravio.
liquida as operações
com títulos públicos
A partir do SELIC, títulos e cheques foram substituídos por simples registros
federais.
eletrônicos, gerando enorme ganho de eficiência, já que as opera ções são fechadas no
mesmo dia em que ocorrem.

O objetivo deste sistema é controlar e liquidar financeiramente as opera ções de


compra e venda de títulos públicos federais e manter sua custódia física e
escritural. É o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dentre
eles as LFT, LTN, NTN-C e NTN-D.

Você vai aprender as características dos principais títulos públicos federais liquidados e custodiados
pelo SELIC na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

O que a Taxa SELIC Over tem a ver com esse Sistema de Liquidação e Custódia? Tudo
a ver!

A taxa SELIC Over é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições
financeiras, pelo prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais. Como todas
as operações são liquidadas através deste sistema eletrônico, é ele que apura e
divulga essa taxa diariamente.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária, é a meta


para a taxa SELIC, a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do
Comitê, a cada 5 semanas.

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4.2 - CETIP – Central de Liquidação e Custódia de Títulos

A CETIP - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos é uma das


maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América Latina e se
constitui em um mercado de balcão organizado para registro e negociação de
títulos e valores mobiliários de renda fixa.
Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições financeiras e o
Banco Central, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às
opera ções do mercado financeiro brasileiro.
A Custódia é escritural, feita através do registro eletrônico na conta aberta em
nome do titular, onde são depositados os ativos por ele adquiridos. Isso é uma
garantia de que os ativos existem, estão registrados em nome do legítimo
proprietário e podem ser controlados de forma segregada.
Ao utilizarem os serviços de Custódia da CETIP, as instituições financeiras
podem ter Contas Próprias e Contas de Administra ção de Custódia de Terceiros.
Os ativos e contratos registrados na CETIP representam quase a totalidade dos
títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, além de derivativos, dos
títulos emitidos por estados e municípios e do estoque de papéis utilizados
como moedas de privatização, de emissão do Tesouro Nacional.

Você vai aprender as características dos principais títulos privados liquidados e custodiados pela
CETIP na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

CETIP - Custodia e liquida operações com:

§ Títulos privados de renda fixa,


§ Títulos emitidos por estados e municípios,
§ Estoque de papéis emitidos pelo Tesouro Nacional utilizados como moeda de privatização.

Você deve estar lembrando da Taxa CDI CETIP, não é verdade?

Pois bem, ela é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições financeiras, pelo prazo de 1
dia, com lastro em CDI que, sendo um título privado, tem sua liquidação e custódia processada através
da CETIP. Como todas as operações são liquidadas através deste s istema eletrônico, é ela que apura e
divulga essa taxa diariamente.

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4.3 Clearings – Câmaras de Liquidação e Compensação

As Câmaras de Liquidação e Compensa ção (Clearing Houses) foram


estruturadas para viabilizar o Sistema de Pagamentos Brasileiro -SPB.

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados


financeiro e de capitais é a crença de seus participantes de que seus ganhos
serão recebidos e de que suas opera ções de compra e venda serão liquidadas
nas condições e no prazo estabelecidos.

Isso é proporcionado, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação,


ou Clearings, mediante um sistema de compensação que chama para si a
responsabilidade pela liquidação dos negócios, transformando-se no
comprador para o vendedor e no vendedor para o comprador, com estruturas
adequadas ao gerenciamento de risco de todos os participantes.

Clearings de Pagamentos

COMPE - Serviço de Esta câmara é a responsável pela compensação de diversos


Compensação de documentos, sendo os principais, os cheques, DOCs (documento de
cheques e outros ordem de crédito) e bloquetos de cobrança. Os serviços da COMPE
papéis são regulados pelo Banco Central do Brasil e executados pelo Banco
do Brasil e são oferecidos a todas as instituições financeiras. O Banco
Central espera que na COMPE transitem, fundamentalmente, as
operações de varejo, que envolvam grande volume físico de
documentos mas, baixos valores, cujo somatório, banco a banco, não
Observe os tipos represente ameaça ao sistema, pois os mecanismos criados
de Clearings desestimularam os clientes bancários a emitir cheques ou DOCs de
existentes, seus valores a partir de R$ 5 mil.
conceitos e
aplicações. CIP – Câmara Opcionalmente à tradicional forma de liquidação via COMPE (cheques,
Interbancária de DOCs, etc) ou a novíssima forma de liquidação via STR, encontramos,
Pagamentos no ambiente do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, a liquidação
financeira de pagamentos via CIP - Câmara Interbancária de
Pagamentos. Para que os bancos possam efetuar transferências
através da CIP, deverão, diariamente, destacar uma parte do saldo
de suas contas Reservas Bancárias, depositando-a em favor daquela
câmara, constituindo assim a garantia necessária para a liquidação
das transferências que lhe encaminharão ao longo do dia. É o que o
mercado chama de pré-depósito ou pré-funding.

Tecban – Câmara de É a câmara eletrônica atualmente utilizada para a liquidação dos


Compensação cartões de crédito.

Segurança na Liquidação

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e de capitais
é a crença de seus participantes de que seus ganhos serão recebidos e de que suas operações de
compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecidos.

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4.4 Conta Corrente de Depósito para Investimentos (CCDI) ou simplesmente
CI – Conta Investimento

4.4.1 Conceito e Finalidade


Uma conta destinada a depósitos de investimentos, aberta e utilizada com a finalidade única de troca de
aplicações financeiras de Renda Fixa e/ou Variável, sem a incidência da CPMF, tendo como principais
vantagens para os investidores:
§ Evitar a incidência da CPMF a partir da segunda aplicação financeira.
§ Migrar à vontade para vários tipos de investimentos, dentro da mesma instituição, sem incidência da
CPMF.
§ Transferir investimentos, entre diferentes instituições financeiras, sem incidência da CPMF.

4.4.2 Produtos Integrados a CCI 4.4.3 Produtos não Integrados a CCI


§ Títulos de Renda Fixa públicos e privados § Poupança antiga
§ Fundos de Investimento § Produtos de Previdência Privada: PGBL e VGBL
§ Operações compromissadas § Títulos de capitalização
§ Derivativos § Depósitos judiciais e depósitos em consignação
§ Opções flexíveis e Swap § Mercado Futuro (ajuste diário)
§ Mercado de Ações: ações no mercado à vista e
Índice de Ações (opcional)

4.4.4 Movimentações e Transações


Resgate: estoque versus dinheiro novo
§ Resgates de recursos relativos às aplicações realizadas até 30 de setembro de 2004 obedecerão às
regras antigas, ou seja, deverão ser creditados em conta corrente, gerando, portanto, pagamento de
CPMF quando reinvestidos.
§ Entretanto, com exceção dos depósitos em caderneta de poupança, se os recursos relativos a essas
aplicações permanecerem aplicados até 30 de setembro de 2006, poderão ser resgatados diretamente
em conta investimento, a partir de 1º de outubro de 2006, sem incidência da CPMF.
§ Todo investimento novo, a partir de 1º de outubro de 2004, dos produtos integrados a CCI, deverá,
obrigatoriamente passar por esta conta.

4.4.5 Titularidade e Fluxo de Recursos

O ingresso recursos na CCI poderá ocorrer por:


§ Transferência de Conta Corrente integrada para CCI (no mínimo 1 titular em comum, no caso de
múltipla titularidade).
§ Por cheque cruzado e intransferível de emissão própria.
§ Via TED, de Conta Corrente de depósito à vista para CCI (no mínimo 1 titular em comum, no caso de
múltipla titularidade),
§ Via TED, de CCI para CCI (titularidade idêntica, no máximo 2 titulares)
§ Não serão permitidos depósitos em espécie ou DOC.

A saída de recursos da CCI poderá ocorrer por:


§ Transferência de CCI para Conta Corrente integrada (no mínimo 1 titular em comum, no caso de
múltipla titularidade).
§ Via TED, de CCI para Conta Corrente de depósito à vista (no mínimo 1 titular em comum, no caso de
múltipla titularidade).
§ Via TED, de CCI para CCI (titularidade idêntica, no máximo 2 titulares).

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5. Conceito de Benchmark e Índices de Referência
MA5

Na última parte deste módulo vamos entender o que é um benchmark, conhecer


os mais utilizados pelo mercado de renda fixa e de renda variável e
compreender o benefício da sua aplicação.

5.1 Benchmark

É um parâmetro de comparação útil para o investidor analisar o desempenho de um


ativo ou carteira de investimento.

Alguns indicadores financeiros e econômicos são amplamente utilizados como


benchmark para avaliar a rentabilidade de fundos de investimentos, por exemplo.

Veremos a seguir que os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Fixa:


§ DI,
§ Selic,
§ Câmbio (Ptax) e
§ IGP-M.

e os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Variável:


§ Ibovepa;
§ IBX.

Você conheceu no item 1.1 desta apostila, que se inicia na página 8, os principais
indicadores do mercado de Renda Fixa.
Volte, se necessário, para recordar o conceito de cada uma delas. O comentário
importante que podemos acrescentar é que esses indicadores são utilizados como
benchmark de diversas opera ções no mercado financeiro.

§ A taxa DI, por exemplo, é benchmark dos conhecidos Fundos de Renda Fixa DI;
§ O IGP-M é o benchmark dos Fundos IGP-M e de alguns Fundos Multi-índices;
§ A Taxa PTAX é adotada por muitos Fundos Cambiais para o cálculo do valor da cota.

Vamos conhecer agora os dois principais benchmarks do mercado de Renda Variável:


o IBOVESPA e o IBX.

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5.1.2 – Ibovespa

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cota ções do
mercado de a ções brasileiro.

Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais


papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a
integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua
implementa ção em 1968.

O que é o Índice Bovespa?

É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de a ções constituída em


02/01/1968, a partir de uma aplicação hipotética.

Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então,
considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de
proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e
do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das
ações recebidas em bonificação).

Dessa forma, o índice reflete não apenas as varia ções dos pre ços das a ções, mas
também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que
avalia o retorno total de suas ações componentes.

Finalidade

A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento


do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real
configura ção das negociações à vista (lote -padrão) na BOVESPA.

Representatividade do Ibovespa

• Em termos de liquidez
As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais
de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado
à vista (lote -padrão) da BOVESPA.

• Em termos de capitalização bursátil


As empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do Índice
Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do somatório
da capitalização bursátil de todas as empresas com ações negociáveis na
BOVESPA.

Transparência

Uma metodologia de cálculo simples, com seus dados à disposição do público investidor,
assegura uma grande confiabilidade ao Índice Bovespa. Isto pode ser constatado pela
chancela do mercado, traduzida pelo fato do Ibovespa ser o único dos indicadores de
performance de ações brasileiras a ter um mercado futuro líquido (um dos maiores
mercados de contrato de índice do mundo).

Segurança, Confiabilidade e Independência

A BOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa


responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos
constantes de sua metodologia.

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Critérios de Inclusão de Ações no Índice

A carteira te órica do Ibovespa é composta pelas a ções que atenderam cumulativamente


aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:
§ estar incluída em uma rela ção de a ções cujos índices de negociabilidade somados
representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;
§ apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;
§ ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.

Critérios de Exclusão de Ações no Índice

Uma ação selecionada para compor a carteira s ó deixará de participar quando não
conseguir atender a pelo menos dois dos critérios de inclusão anteriormente indicados.

Deve-se ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva,
processo falimentar, situação especial ou sujeitas a prolongado período de suspensão de
negocia ção não integrarão o Ibovespa.

Vigência da Carteira

Para que a representatividade do Ibovespa mantenha-se ao longo do tempo, sua carteira


é reavaliada ao final de cada quadrimestre, utilizando-se os procedimentos e critérios
integrantes desta metodologia. Nas reavaliações, identificam-se as altera ções na
participação relativa de cada ação no índice, bem como sua permanência ou exclusão, e
a inclusão de novos papéis.

A carteira te órica do Ibovespa tem vigência de quatro meses, vigorando para os períodos
de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.

Ajustes do Índice

De forma a medir o retorno total de sua carteira te órica, o Índice Bovespa será ajustado
para todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das a ções integrantes
de seu portfólio.

O ajuste é efetuado considerando-se que o investidor vendeu as a ções ao último pre ço


de fechamento anterior ao início da negociação "ex-provento" e utilizou os recursos na
compra das mesmas a ções sem o provento distribuído ("ex-provento").

5.1.3 O IBrX – Índice Brasil

Apresentação
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica
composta por 100 a ções selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos
de n úmero de negócios e volume financeiro. Essas a ções são ponderadas na carteira do
índice pelo seu respectivo número de a ções disponíveis à negociação no mercado.

Ações Elegíveis para o Índice


O índice IBrX será composto por 100 papéis escolhidos em uma rela ção de a ções
classificadas em ordem decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de
negociabilidade (medido nos últimos doze meses), observados os demais critérios de
inclusão descritos abaixo.

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Critérios de Inclusão de Ações no Índice
Integrarão a carteira do IBrX - Índice Brasil as 100 a ções que atenderem
cumulativamente aos critérios a seguir:

a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade,


apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses
anteriores à formação da carteira.

Cumpre ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva,
IBrX processo falimentar, situação especial, ou ainda que estiverem sujeitas a prolongado
Mede o retorno de período de suspensão de negociação, não integrarão o IBrX.
uma carteira teórica
de ações composta Critérios de Exclusão
pelas 100 ações Uma ação será excluída do índice, nas reavaliações periódicas, quando deixar de
mais negociadas do atender aos critérios de inclusão.
mercado.
Se, durante a vigência da carteira, a empresa emissora entrar em regime de concordata
preventiva ou falência, as a ções de sua emissão serão excluídas da carteira do índice.

No caso de oferta pública que resultar em retirada de circulação de parcela significativa


de a ções do mercado, suas a ções serão excluídas da carteira. Nessas eventualidades,
serão efetuados os ajustes necessários para garantir a continuidade do índice.

Vigência da Carteira
A carteira te órica do índice terá vigência de quatro meses, vigorando para os períodos
de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.
Ao final de cada quadrimestre a carteira será reavaliada, utilizando-se os procedimentos
e critérios integrantes desta metodologia.

Ajustes no Índice
Quando da distribuição de proventos por empresas emissoras de ações pertencentes ao
índice, efetuar-se-ão os ajustes necessários de modo a assegurar que o índice reflita
não somente as variações das cota ções da a ção, como também o impacto da
distribuição dos proventos.

Em função desta metodologia, o IBrX - Índice Brasil é considerado um índice que avalia
o retorno total ("total return") das ações componentes de sua carteira.

IBrX-50

O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações
selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo
valor de mercado das ações disponíveis à negociação.

Ele foi desenhado para ser um referencial para os investidores e administradores de carteira, e também
para possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções s obre futuro e opções sobre índice).

O IBrX-50 tem as mesmas características do IBrX – Índice Brasil, que é composto por 100 ações, mas
apresenta a vantagem operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado.

Tanto o IBOVESPA quanto o IBrX são muito utilizados como benchmark dos
Fundos de Ações Índice que se caracterizam por fundos passivos com o objetivo
exclusivo de acompanhar a variação da carteira teórica do Índice de referência.

Você mais aprender tudo sobre esses fundos na Parte 3 deste programa de
treinamento. Aguarde.

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a. Documento (Modulo I - Princípios Básicos de Economia e Finanças e Estatística)
b. Válido até: Indeterminado
c. Responsabilidade: 4636-1/Dep.de Treinamento
d. Seção/ramal do responsável : 004/45332
e. Homologado por: Antonia Clarice de Oliveira
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