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Violéncia virtual 2 | | | ! Na internet e no celular, mense imagens e comentarios depreciat se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais Perverso. Como 0 espaco virtual é ilimitado, 0 poder de agressao se amplia e a vitima se sente acuada mesmo fora da escola. Eo que é€ pior: Muitas vezes, ela nao sabe de quem se defender BEATRIZ SANTOMAURO bsantomauro@ebrilcom.br aro, CASSIA SANTOS VIRGENS, Sonar, 8, S2NSTEL SANTOS, Sua Pas SEJICE MIRANOA, ‘Mc, MARCIA CHRISTIAN REITAS 5 IMA, Rondo MT, RAFAELA RODRIGUES PIMETELSERVILNA, Si aes she Task eo woane-ora.br wntonuisoane 67 ‘odo mundo que convive com criangas e jovens sabe como eles. sio capazes de praticar pequenas «grandes perversGes. Debocham uns dos ‘outros, criam os apelides mais estranhos, reparam nas minimas imperitigdes™ nao perdoam nada. Na escola, sa € bas tante comum. Implicancia,discriminasao ceagressbesverbaise fscas so muito mais frequentes do que 0 desejado. Esse com: portamento nao é novo, mas a maneira ‘como pesquisadores, médicos e professo- res oencaram vem mudando, Ha cerca de 1Samos, esas provocagies passaram a ser vistas como uma forma de violencia eg ‘nharam nome: bullying (palavta do inglés {que pode ser traduzida como “intimidar”™ ‘ou “amedrontar”), Sua principal caracte ristica € que a agresio (fisca, moral ou material) é sempre intencionalerepetida virias vezes sem uma motivario especi- «a. Mais recentemente, a tecnologia det ‘nova cara a0 problema. Emails ameace- ddores, mensagens negativas em sites de relacionamento ¢ torpedos com fotos ¢ textos constrangedores para a vitima fo- ram batizados de cyberbullying. Aqui, no 68 junnouinorne wwwine.ora.br eric) tere) ‘Brasil, vem aumentando rapidamente 0 ‘nimero de casos de violencia desse tipo. ‘Nesta reportagem, voce vai entender os trés motivos que tornam 0 cyberbullying ainda mais ‘cruel que o bullying tradicional. = No espaco virtual, 0s xingamentos eas provocacbes ‘estdo permanentemente atormentando as vitimas. Antes, Co constrangimento ficava restrito -20s momentos de convivio dentro =) ot Rade BABACA dda escola. Agora é 0 tempo todo. '=0s jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de roca dde mensagens via celular ~e muitas vezes se expoem mais do que devem. =A tecnologia permite que,em alguns ‘as0s, seja muito dificil identificar o(3) agressor(es),0.que aumenta a sensaclo de impoténcia. Raisa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gos toseexperiéncias com outras pessoas) em «gue comparam fotos suas com as de mu- leres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo."Eu me senti horrorosa¢ vezei para que meu cabelo crescesse depress Ese exemplo mostra como a tecnolo- ia permite que a agressio se repita inde finidamente (ja as utraies a0 longo da reportage). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para vérias [psoas a0 mesmo tempo ¢ uma foto pur blicada na intemet acaba sendo vista por BABAC. ddezenas ou centenas de pessoas, algumas ddasquais nem conbecem a vtima.“O gru- po de agressores passa a ter muito mais poder com esa amplia¢i do puibico’, destaca Aramis Lopes, especialista em bullying © cyberbullying e presidente do Departamento Cientifico de Seguranca da CCrianga e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatr. Ele chama a aten- ‘Zo paraofato de que ha sempre ts per- sonagens fundamentais ness tipo de vio- lncia: © agresso, a vitima ¢ a plateia ‘Além disso, de acordo com Cléo Fante, ‘especialsta em violéncia escolar, muitos, efeitos sio semethantes para quem ataca © € atacador deficit de atengao, falta de concentragio ¢ desmotivacdo para.os = tudo (ea mais no quadro da pagina 71). Esse tormento permanente que a inter- inet provoxa faz com que a crianga ou 0 adolescente humilhados nio se sintam ‘mais seguros em Tugar algum, em mo- ‘mento algum. Na comparagio com © ‘buliying tradicional bastava sair da escola estar com os amigos de verdade para se sentir seguro, Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamen- tos.¢ ni exist Fim de semana ou férias. “O-espaco do med éilimitado’ diz Maria ‘Tereza Maldonado, psicoterapeuta e auto- rade Face Oculta, que discute as impli- cagbes desse tipo de violéncia. Pesquisa feta este ano pela organizacio nao gover rnamental Plan com 5 mil estudantes bra: sileirosde 1014 anosaponta que 17% jd foram vitimas de cyberbullying no minimo uma vez. Deses, 13% foram insultados pelo celular €08 87% restantes por textos ‘eimagensenviados por e-mail ou via sites, de relacionamento, ‘Aprender a lidar com a propria imagem € 0 primeiro passo Luciene Tognetta da Faculdade de Educs- sao da Universidade Estadual de Campi- ras (Unicamp),explca que por volta dos Wow 12.anosa ciange pasa a buscar, no convivio social referencias diferentes das {que sempre recebeu em case, dando con- tinuidade 20 proceso de eonstrugdo de ‘uaa personalidade. “Essa é 2 época de aprender a lidar com a propria imagem. Seessacrianga se onhece ¢ gosta de como consegue manifestarsentimentose pen samentes de mancira equilibrada. Do contri, pode sentir prazer em menos- prezaro outro para se afirmar!” Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescéncia, ver anecessia de de pertencer a um grupo. Nese mo- ‘mento, basta sair um pouco do padrio (alto, haixo, gordo, agro) paras prow = «ado. Foi o que aconteceu com Aline, 14 anos Ela recebia mensegens de uma cole ‘ga falando que estava gorda. A agresora, que a ameacavae a proibia de contars0- bre essas conversas, mandava também £ detasediria que, caso no perdesse #> wowneorg.br iwnnonunozn0 GO © peso ria apanhar. A professora das duaslemibra:“Ela fez de tudo para agradar a colega e seguiu as indicagdes porque sentia medo. A exolae os pais s6 deson- fiaram que havia algo de errado porque pereeberam uma mudanga repentina no comportamento da vitima’ Algumas escolasjestio cientesde que 6 preciso um acompanhamento perma nente para afastar as agressbes do cot no. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, tacou o pro- blema com atividades que buscam garan- tir o bom relacionamento entre os stu dantes.“Reunies conjuntas com pais € alunos e um olhar atento a0 comporta- mento dos jovens dentro e fora desala de aula precisam entrar no planejamento’, afirma a coordenadora pedagdgica Tania “Maselli Saldana Leite (ea no quadro da gina 72s principaisagies que nda escola pode adota tanto para preven o problema ‘como para combatélo, quando o cas id se tormou pilin ‘Mesmo quando a agressao virtual, o estrago 6 real © cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez maisa tecnologia ~até para conceder entrevista, como fez Ana, 13 anos, que contou sua histria para esta reportagem via MSN (programa de troca de mens gens instantineas). Ela jiiera perseguida na escola e passou a ser acuada, prisio- neira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo ¢ deixou de adicionar 70 junnonuino2sie www.neorg.br “amigos” em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu oaceso a0 MSN, Mesmo asim, 0 tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciati ‘vas, com apelidos maldosos e recados hue milhantes, para amigos comuns. Os qua- liffeativos mais leves sio“nojenta, nerd € lésbica’: Outros texts dizem:Voo® deve ria parar de falar com aquela piranha’ A emo ji mudou sua cabesa, hein? VA pro infemo” Ana, ¢ claro, fica arrasada, “Uso preto, ougo rock ¢ pinto 0 cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos Por isso no me aceitam” A e= «ola ¢ a familia da garota tém se reunido ‘com alunos e pais para tentar resolver a sitwagio— por enquanto,sem sucesso Pesquisa da Fundacio Telefbnica no ‘estado de Si Paulo em 2008 apontou ue 68% dos adolescentes fica online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro levantamento feito pela ComScore este ano, revela que 0s ovens com mais de 15 anos acessam os blogs ¢ ee ERO asredes socias 46,7 vezes ao més a média mundial &de 27 vezes porsemana). Mar= ‘elo Coutinho. especialista no tema e pro- fessor da Fundacio Getulio Vargas(FGV), diz que estes estudantes ndo percebem as aarmadilhas dos relacionamentos digi “Para eles, €tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos ‘somo para comprar, aprender ou combi- nar um passeia” No cinema, esa overdose de tecnolo- sa fi retratada em As Melhores Cosas do Mundo, de Las Bodanzky. A fita conta a historia de dois irmaos que passam por rmudangas no relacionamento com os paise os colegas Boa parte da trama ocor renum colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying & rmostrado de das formas: uma das perso- rnagens mantém tum blog com fofocas ¢ Ind ainda a troca de mensagens compro ‘metedoras pelo celular A foto de uma aluna numa pose sensual comeya a cicu- lar sem sua autorizasio, » Tie) Retetice) Um xinga, 0 outro chora e 0 resto cai na risada, Cuando se trata de bullying € 2s ansosos depress ou violentas, berbulyingfavoreceasua aio. Us30 | yberbllying, comm pensar que Teproduzindo em seus elacionamentos computador sem ser submetido I apenas dois enolvidos 3 wtima socials quel vividos no ambiente 2 julgamento por nao estar exposto 0 apressor Mason especialitas «scolar Alguns também se semen dos demas Normalmente, mantem esse Slertam pare um erceropersonagem __icapazes de evra do cyberbullying. comportamento po longos periods fundamental-oespectador Veja seguir Por serem calados ou sensiveis,tém medo. _, muitas vezes, quando adult, continua | ‘que caracteriza a ac30 de cada umdeles de se manifestar ou nao encontram forca _depreciando outros para chamar nos casos de violencia entre os overs. Sufilene para iso. Outros até concordam a ateng30.°O agressoy, assim como om a agresso, de acordo com Lene via, tem dificuldae desir de evirima Tognetta.Odiscurso dele vai no seguinte Seu pape retomar valores exqueidos Costuma ser timid ou poucosocisvel sentido: "Se sou gorda, porque vu dizer 0 ou formar novos; explica Lucene. | ‘foge do padrdo do restate daturma _conrio Aqueles que conseguem Fg pula apartncia sca raga ature, peso), lternam momentos de ansiedade¢ SESPECTADOR | Pelocomportamento melhor desempenho agressvidade Para mostrar que ioé Nem sempre recanhecido como na escola) ou ainda pla religisa ‘ovarde ou quando percebe que seus __personagem atuante em uma agress3, CGeraiment¢insegura e, quando ‘oressoresfiaram Impunes a vitima pode fundamental para acontinuldade | dreds, fica retaidaesofe,oquea___ scaler outas pessoas mais indefesas do conflta.0 espectador pic € uma torna um alo anda mals fieil-segundo_€ passam provocsia,tornandose alo testemunha dos ftos nao salem detesa | pesquisa da ONG Plan, a maior parte dase agessor 20 mesmo tempo. da vitima nem se junta 20s agressores. Viimas~ 6% delas~tem entre 1214 ‘Quando recebe uma mensager, nao ‘nos Ana Betz Barbosa ivaymediae = AGRESSOR repassa Esa atte pasiva ore por_| autora do ivro Bullying: Mees Perigosas Ainge o colega com repetidas tmedo de também ser alo de ataques ino Escola, citaalgumas das doengas_humhagdes ou depreciacoes porque ou po falta ceinicitiva para tomar ‘emtficadas como oresutado desses quer ser mals popular se sentir poderoso_patdo."Oespectador pode ter senso de relacionamentosconfituosos(eque__eobteruma boa imagem de si mesmo, _justiga, mas nao indignagio sufiiente também aparecem devido atendencias uma pessoa que nioaprended para assumir uma posico daradiz | § ‘essais) como angina tagues de _atransformarsua ala em dislogoe para Lucene Tembem considerados Snsiedade,transtomo do panic, ‘quem osoftimento do outro ndo€ motivo _espectadores,haos que atuam como | depcesso,anocei e bulimia, lém de para ele dear de agit Peo contréio,se uma plate ava ou uma told, {obia escolar e problemas de socalzagaa. Senesauseto coma reagso do agredico, reforgando a agresso, indo ou gizendo | = ‘A situscio pode inclusive, evar 30 ‘upondo ou atecipande quie dolorosa.”_paavras de incentvo. ls retransmitem | 3 ‘uci. Adolescente que foram Serb aqueacrueldade viva pela vitima. Imagens fotos tornandose | 2 agredios correm orisco dese tornar __Oanonimato posibitado pelo conutores ou cortesponsivel wow.neorg.br junnojunoz0 TT Prevencao e solucao nas maos da escola. De acordo com os especiaistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressSes entre 0s alunos. cyberbullying no pode Ser vsto como uma brincadeira de crianga, ‘Abusca pela solugio ou pela prevencio inclu reunir todos -equipe pedaadaica, pals alunos que estao ou nao envolvidos retamente e garantir que tomem conscincia de que existe um problema eno se pode feat omisso. Veja, {2 seguir, acBes 2 sleance das escolas = COMO PREVENIR, Ensinar a olhar para 0 outro relaclonamentos saudave's,em que (0s colegastolerem as diferengasetenham senso de proteczocoletivaelealdade. E preciso desenvobver no grupo 3 capacidade dese preocupar com 0 outro, construindo uma imagem positva de sie de quem ests no entorno. ‘Delxar a turma falar Num ambiente equilibrado,o professor forma vincules esteitos com os estudantes, ue mostram ‘oque os deixa descontentes eso, de ft, reconhecidos quando esto sofrendo - ‘gue € liferente de achar que nao ha ‘motivo para se chatear Dar 0 exemplo Se a equipe da escola ‘age com violénciae autoritarismo 0s Jovens aprender que gritos e indiferenca ‘30 formas normais de enfrentar insatisfagbes. Os professores sempre 30 modelo (para o bem e para o mal. 72. 1wwnojurno2ne www.ne.org.br CABELO ry ‘Mostrar os limites € essencia! estabelecer normase justficar por que ddever ser seguidas. As wezes, por medo de ser rigidos demais,os educadores, deixam os adolescentes solos. Mas eles nem sempre saber o que € melhor fazer e precisam de um norte ‘Alertar para os riscos da tecnologia O aluno deve estar ciente da necessidade de imitar a divulgacao de dados pessoais nos sites de relacionamento, 0 tempo {de uso do computador eos conteidos acessados. Quanto menos exposiclo {3 imtimidade e menor 0 numero de relacbes virtuas, mais seguro ele estard Ficar atento Com um trabalho de ‘onscientiza¢0 constant, 05 €3505 Se resolvem antes de estourar. Reunies com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evtar que o problema se instal. =COMO RESOLVER Reconhecer 0s sinais dentifiar as ‘mudancas no comportamento dos alunos ‘ajuda a identifiear casos de cyberbullying. comum as vtimas se queixarem de ‘ores ede falta de vontade de i 8 escola, Fazer um diagnéstico Uma boa saida realizar uma sondagem,aplicando ‘questionario para verificar como os alunos se relacionam — sem que seam Iidentificados. As informacSes servem de base para discussbes sobre como melhorar bbtt-tt < REUNIAO DE PAIS ‘oquadro. Quando os alunos leem, ‘ompartiham historias e refletem sobre elas fcam mais comprometidos. Falar com 03 envolvidos Identiicados 0s indicios, é hora de conversar ‘coma vitima 0 agressor ‘em particular para que nlo sejam ‘expostos A escola ndo pode leitimar 2 atuagio do agressor nem punto ‘com sangdes ndo relacionadas 20 mal ‘que causou, como proibito de frequentar interval. Se xingou um colega nos sites de relacianamento, precisa retirar 0 que disse no mesmo meio para que a retratacao sejapblica. A vitima precisa estar fortalecida ‘segura de que nao seré mais prejudicada, Ao mesmo tempo, foco deve se vottar para a recuperacio de valores essencais, como 0 respeito. Encaminhar 0s casos a outras Instancias Nas stuacdes mais extremas, € possivel evar o problema a delegacias ‘especializadas em crimes digitais. Para [que os emails com ameacas possam ser tomados como prova, eles deve Ser impressos, mas é essencial que também sejam guardados no computador para que a origem das ‘mensagens sja astreada. Nos sites de relacionamento, existe uma opgi0 de dendincia de conteddosimpréprios em suas paginas e,em certos casos, © comteido agressvo € tirado do ar ® Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vitima de agressdes pelo ce- lular. Ha dois meses, ele eccbe mensa- {gens de meninas, como “Ou vost fica e0- migo ou espalho pra todo mundo que ‘yout gosta de homem: Os amigos o pres sionam para ceder a0 assédio e, como diz acoordenadora pedagseica.além de lidar ‘comas provocagdes das meninas ele tem dese justiticar com os outros garotos. Online, 0 agressor pode agir sem ‘que precise se identificar Ateresra principal marca do cyberbullying € a possbilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil falso no Orkut ou uma conta fictcia de e-mail ou ainda roubar a senha de outra pessoa) [para mandar seus recaios maldosos e de- saforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto Publicada sem autorizasao na intemet durante trés anos (a imagem era uma ‘montagem com seu rosto, uma boca enor me € uma gozasio com um movimento {que fazia com a lingua). Ele nunca conse- j_ suit descobrir quem eram seus algozes. Eu nio confiava mais em nenhum dos £ meus colegas’ embra. Seu desempenho ‘escolar caiu€ ele foi reprovado. Pediu transferéncia, mas, mesmo longe dos _agresores ainda sente os efeitos da situa ‘aa ‘io. Toma medicamentos ¢ tem acom= ‘Fanhamento de um psicélogo. Tudo ind ‘G2 que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trs do peril falso. E essa situasio ¢ totalmente nova na

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