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Soldagem e Corte

Soldagem
de
Tubulações
ÍNDICE

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
FABRICAÇÃO DE DUTOS TERRESTRES ....................................................... 3
FABRICAÇÃO DE DUTOS SUBMARINOS ...................................................... 13
TUBOS API 5L ...................................................................................... 26
QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM................................. 33
SOLDAGEM ........................................................................................... 55
®
ELETRODOS CELULÓSICOS OK PIPEWELD ............................................ 65
ELETRODOS BÁSICOS OK...................................................................... 80
TÉCNICAS DE SOLDAGEM E PRÁTICAS OPERACIONAIS .............................. 88
DEFEITOS: CAUSAS E SOLUÇÕES ......................................................... 134
SOLDAGEM AUTOMÁTICA DE TUBULAÇÕES ............................................ 142
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 158

Elaborado, traduzido (parte) e adaptado por


Cleber Fortes – Eng. Metalúrgico, MSc. – Assistência Técnica Consumíveis
José Roberto Domingues – Eng. Metalurgista – Gerência Técnica
Consumíveis – ESAB – BR

Última revisão em 31 de agosto de 2004


SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Introdução

Diariamente, incontáveis quilômetros de tubulações de aço são


construídos no mundo para os mais variados usos industriais e civis.
As tubulações formam verdadeiras redes, comparáveis a siste-
mas de rodovias que, embora não tão óbvio, são definitivamente mui-
to mais intrincadas e transportam fluidos que se tornaram essenciais
para nós.
Para atender às especificações técnicas e satisfazer aos requisi-
tos de segurança necessários, foram desenvolvidos nos últimos anos
materiais e processos de soldagem especiais que evoluíram com o
segmento.
O principal processo de soldagem utilizado na instalação de tubu-
lações é a soldagem manual com eletrodo revestido que, graças a
sua facilidade e versatilidade, é ainda o mais usado.
Contudo, para reduzir custos e aumentar a produtividade, particu-
larmente em longos percursos, várias empreiteiras adotaram proces-
sos de soldagem semi-automáticos ou totalmente automáticos
com arames tubulares com alma metálica ou não metálica e ara-
mes sólidos. Os arames tubulares podem ser com proteção gasosa
ou autoprotegidos.
Esse trabalho descreve ambos os métodos. Foi dedicado, em
particular, um amplo espaço para a soldagem manual, com referência
especial às práticas operacionais e à avaliação da qualidade, devido
ao seu considerável uso ainda hoje, porém sem desprezar os méto-
dos mais modernos e produtivos que serão cada vez mais utilizados
no futuro.
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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

A premissa deste trabalho é satisfazer às necessidades da maio-


ria dos profissionais que trabalham na área de soldagem, mas, parti-
cularmente, fornecer aos usuários informações úteis e uma sólida ba-
se operacional, relativamente aos processos, materiais de adição e
equipamentos de soldagem.
No intuito de um maior esclarecimento quanto à instalação de du-
tos, discute-se sua montagem, apresentam-se os tipos de tubos, as
normas utilizadas e em especial os processos de soldagem emprega-
dos, dando-se ênfase à soldagem de dutos para transporte de óleo e
gás e considerando-se também a soldagem de tubulações de elevada
resistência (API 5L X-80).

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 1

Fabricação de dutos terrestres

No processo de instalação de dutos terrestres são várias as eta-


pas envolvidas, destacando-se as seguintes:

Faixa de domínio

Corresponde ao local de abertura da vala e implantação da tubu-


lação. A abertura desta faixa deve levar em consideração o menor
impacto possível ao meio ambiente, devendo a diretriz da vala locali-
zar-se em uma de suas laterais, de forma a possibilitar espaços para
futuras instalações. Normalmente a faixa apresenta uma largura de
20 m, podendo ser de 15 m em áreas de reserva ambiental. Cursos
d’água devem ser mantidos e canalizados, caso necessário.

Traçado da diretriz da vala

A diretriz definida pelo projeto deve ser marcada ao longo da fai-


xa de domínio, que deve ser devidamente identificada.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Abertura da vala

A largura da vala deve ser compatível com o diâmetro do duto, de


modo que o abaixamento não cause danos ao revestimento, sendo
normalmente empregada uma folga de meio diâmetro da tubulação. A
profundidade da vala varia conforme a classe de locação e tipo de ter-
reno, devendo a terra escavada ser lançada sempre de um mesmo
lado, próximo à vala, e do lado oposto de onde os tubos serão desfi-
lados. É importante salientar que, no fundo da vala, não pode haver
material duro que cause danos ao revestimento das tubulações (veja
a Figura 1).

Figura 1 - Abertura da vala

Transporte e distribuição dos tubos

Durante o processo de montagem, os tubos são transportados,


com material macio entre eles (sacos de areia ou palha de arroz) e
distribuídos ao longo da faixa de domínio, sendo movimentados com
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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

cintas próprias, de modo a não danificar o revestimento (veja a Figura


2). A distribuição dos tubos é feita ao longo da vala, do lado oposto ao
solo escavado, sendo os tubos apoiados sobre sacos de solo selecio-
nado ou de palha de arroz (veja a Figura 3). Tubos e curvas concre-
tadas devem ser identificados com a localização dos pontos onde se-
rão instalados.

Figura 2 - Transporte dos tubos

Figura 3 - Distribuição dos tubos (desfile)

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Curvamento

De forma a atender à demanda da geografia do local onde será


instalada a tubulação, os tubos são curvados, em uma máquina pró-
pria, denominada curvadeira (veja a Figura 4 e a Figura 5). Para tal
deve-se inicialmente qualificar um procedimento de curvamento.

Figura 4 - Curvamento de tubos

Figura 5 - Curvadeira

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Concretagem de tubos e curvas

Nos cruzamentos, travessias de rios, brejos e áreas sujeitas a a-


lagamento, os tubos e curvas são concretados de forma a dar-lhes
maior proteção e peso (veja a Figura 6). A espessura do concreto é
calculada pelo pessoal de projeto em função do diâmetro do tubo, e
normalmente varia entre 25 mm e 75 mm. Antes de ser concretado, o
revestimento deve ser inspecionado e reparado, se for necessário.

Figura 6 - Concretagem de tubos

Montagem

Montagem e soldagem de dutos são termos que se confundem,


já que andam juntos, sendo a soldagem uma atividade posterior à
montagem. A montagem se caracteriza normalmente pelo acoplamen-
to entre um tubo e uma coluna e a soldagem do primeiro passe, seja
totalmente (no caso de acopladores internos), ou metade da junta (pa-
ra o caso de acopladores externos) — veja a Figura 7. Antes da mon-
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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

tagem, é necessário re-inspecionar o estado dos biséis e da superfí-


cie descoberta, de modo a se detectar e eliminar defeitos que possam
existir.

Figura 7 - Montagem de dutos

Soldagem

A soldagem das juntas segue um procedimento de soldagem


previamente aprovado e é realizada por soldadores qualificados (veja
a Figura 8). Este tema será tratado com maiores detalhes num item
específico.

Inspeção das soldas

Após a soldagem, as juntas são inspecionadas quanto à presen-


ça de descontinuidades, tendo com critério de aprovação requisitos
de normas definidos em projeto.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 8 - Soldagem de dutos

Revestimento de juntas de campo

Todas as juntas de campo, depois de soldadas, inspecionadas e


aprovadas, devem ser protegidas pelo revestimento com uma manta
de polietileno.

Inspeção do revestimento dos tubos

Antes do abaixamento da coluna, o revestimento dos tubos e


curvas não concretados deve ser totalmente inspecionado no campo.
Os defeitos detectados devem ser reparados.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Abaixamento da coluna

A coluna, uma vez aprovada, deve ser abaixada à vala o mais


rapidamente possível, de modo a se evitar novos danos no revesti-
mento (veja a Figura 9). Antes do abaixamento, deve haver uma ins-
peção das condições laterais e de fundo da vala, que não deve conter
pontas de pedra que possam danificar o revestimento. A coluna deve
ficar totalmente acomodada no fundo da vala, e os espaços vazios
devem ser preenchidos por solo selecionado ou areia.

Cruzamentos e travessias

Cruzamento corresponde a trechos em que os dutos cruzam ro-


dovias, ferrovias ou outros trechos secos. Eventualmente, pode ser
aéreo.
Travessia refere-se ao cruzamento de trechos alagados, como ri-
os, lagos, mangues e brejos (veja a Figura 10). Eventualmente pode
ser aérea.

Tie–ins

Tie-ins são pontos de ligação entre dois conjuntos previamente


lançados, podendo ser entre duas colunas ou entre uma coluna e um
cruzamento ou travessia. A soldagem de tie-ins é sempre executada
dentro da vala e entre dois pontos fixos, sendo, por isso, uma solda-
gem de maior complicação devido à restrição da junta.
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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 9 - Abaixamento da coluna

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 10 - Travessia

Outras etapas

Proteção e restauração da faixa


Limpeza da linha e passagem de placa calibradora (pig)
Teste hidrostático
Identificação de pontos na faixa
Proteção catódica
Revisão do projeto as built
Condicionamento

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 2

Fabricação de dutos submarinos

Os tubos empregados na fabricação de dutos submarinos são


revestidos com polietileno ou polipropileno para isolar a água do mar
da superfície da tubulação. Existem também dutos totalmente fabri-
cados em polipropileno ou material similar.

Figura 11 - Rede de dutos submarinos

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

O pré-aquecimento e a preparação das extremidades dos tubos


para a soldagem ocorre no final dos racks de alimentação, adjacentes
à linha de produção. As extremidades dos tubos são pré-aquecidas,
se necessário, ou então é removida a umidade da região próxima à
solda (veja a Figura 12).
O primeiro tubo é rolado ao longo dos racks de alimentação até a
linha de produção e movido até que sua extremidade coincida com a
primeira estação de soldagem. O segundo tubo é rolado até a linha
de produção, sendo utilizado um dispositivo de alinhamento (acopla-
dor interno ou externo) para ajustar a junta conforme os requisitos da
EPS aplicável.

Figura 12 - Preparação

Quando o passe de raiz e o passe quente forem depositados —


veja a Figura 13 —, o duto será puxado por um cabo acoplado à ex-
tremidade do primeiro tubo, até que a solda se alinhe com a segunda
estação de soldagem, onde se iniciam os passes de enchimento, ao
mesmo tempo em que o terceiro tubo nos racks é rolado para a linha

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

de produção, recomeçando a atividade de acoplamento.

Figura 13 - Passe de raiz e passe quente

Esse processo continua até que a primeira solda esteja na esta-


ção de acabamento, onde é realizada a inspeção visual. Todas as es-
tações intermediárias de enchimento são monitoradas quanto à con-
formidade com os requisitos da EPS aplicável. O intervalo de tempo
entre as atividades de puxar o duto é controlado pelo tempo levado
para completar o número requerido de passes de solda na primeira e
na última estação de soldagem. O número de estações intermediárias
de enchimento é determinado pelo número de passes de solda reque-
ridos para aprontar a junta para o acabamento (veja a Figura 14).
Após a inspeção visual da junta soldada, o duto será puxado até
o bunker de radiografia (pode ser também por ultra-som), onde a sol-
da é radiografada e imediatamente avaliada em conformidade com os
critérios de aceitação aplicáveis. Eventualmente, podem ser realiza-
dos reparos nas estações de soldagem.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 14 - Estações de soldagem

O duto é então puxado para a estação de revestimento de juntas,


onde são executados a preparação de superfície e o revestimento
das juntas. Qualquer solda assinalada como carente de reparo passa
pelas estações de revestimento sem sofrer qualquer atividade (veja a
Figura 15).
Para a realização do revestimento das juntas, a superfície não
revestida do duto é aquecida até 100°C utilizando um maçarico a gás.
A tinta de fundo é misturada até se atingir uma consistência suave,
sendo aplicada numa camada fina e uniforme até a borda do revesti-
mento de fábrica. As áreas de sobreposição do revestimento de fábri-
ca são então aquecidas para remover a umidade. A junta é envolvida
com a manta termo-contrátil, garantindo um posicionamento no es-
quadro e eqüidistante e uma folga suficiente na parte inferior para
permitir correta contração. A manta é aquecida em toda a circunferên-
cia para se contrair, começando pelo centro e trabalhando primeiro
uma extremidade e depois a outra. Um ou dois operadores são utili-
zados para esta atividade, dependendo do diâmetro do tubo (veja a

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 16).

Figura 15 - Revestimento

Figura 16 - Manta termo-contrátil

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Quando o duto sai do galpão, é acoplado um dispositivo que fica


preso a um trator que o puxa à medida que as soldas são executa-
das. O duto, nesta fase denominado stalk, é rolado nos racks exter-
nos após a última solda, assim permanecendo até a chegada do na-
vio (veja a Figura 17).

Figura 17 - Stalks nos racks externos

Quando o stalk estiver completo e sobre os roletes, é movimen-


tado para seu local de estocagem nos racks de estocagem utilizando
pelo menos dois guindastes (veja a Figura 18).
Todos os reparos pendentes de soldagem e/ou de revestimento
são encerrados nos racks de estocagem (veja a Figura 19).

18
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 18 - Movimentação de stalks

Figura 19 - Reparos

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Quando o navio atracar, o primeiro stalk a ser bobinado é coloca-


do nos roletes centrais do rack de estocagem e então puxado ao lon-
go da linha até a estação de tie-in e em seguida até a popa do navio
(veja a Figura 20). A partir daí, o navio (veja a Figura 21 e a Figura
22) assume a operação de suspender o tubo pela rampa, indo até o
carretel, onde o tubo é acoplado por soldagem ou por cabo. O navio
começa então a bobinar o duto no carretel (veja a Figura 23, a Figura
24, a Figura 25 e a Figura 26), continuando até que a extremidade do
stalk esteja localizada na estação do tie-in, quando é interrompido o
bobinamento. O segundo stalk a ser bobinado é içado até os roletes
centrais dos racks de estocagem e movido até que sua extremidade
esteja na estação do tie-in. A junta é acoplada e são executados a
soldagem, os ensaios não destrutivos e o revestimento. O bobina-
mento recomeça e continua conforme já descrito acima até que seja
bobinado o número necessário de stalks no navio.
O navio então zarpa da base para lançar o duto submarino no lo-
cal designado.
Durante o lançamento do duto no mar, o endireitador / posiciona-
dor fica na posição vertical (veja a Figura 27). Nas extremidades de
cada duto são soldados flanges que, por sua vez, são acoplados ao
PLET (pipeline end terminator) — veja a Figura 28).

20
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 20 - Estação de tie-in

Figura 21 - Navio lançador

21
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 22 - Navio lançador

Figura 23 - Bobinamento

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 24 - Bobinamento

Figura 25 - Bobinamento

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 26 - Duto bobinado no carretel

Figura 27 - Endireitador / posicionador

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 28 - PLET

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 3

Tubos API 5L

De uma maneira geral, a norma API 5L especifica a composição


química, as propriedades mecânicas e o processo de fabricação dos
tubos empregados na montagem de dutos. Em termos de processo
de fabricação, os tubos podem ser classificados como soldados e
sem costura.
Os tubos soldados apresentam as seguintes variações quanto ao
processo de fabricação:
soldagem por arco submerso - SAW - solda longitudinal
soldagem por arco submerso - SAW - espiral
soldagem por resistência elétrica - ERW
A Figura 29, a Figura 30 e a Figura 31 apresentam de forma es-
quemática os procedimentos de soldagem mencionados acima.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 29 - Dutos soldados - SAW longitudinal

27
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 30 - Dutos soldados - SAW espiral

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 31 - Dutos soldados - ERW

29
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

A composição química e as propriedades mecânicas dos tubos


são apresentadas na Tabela I. As dimensões dos tubos são mostra-
das na Tabela II.

Composição
Propriedades Mecânicas
2 Química
Especificação (N/mm ) Ceq
Grau (%)
API (máx.)
Limite de Limite de C Mn
escoamento resistência (máx.) (máx.)
5L A 25 170 310 0,31
5 L - 5 LS A 210 330 0,21 0,90 0,37
5 LX B 240 410 0,27 1,15 0,46
5 LX X 42 290 410 0,28 1,25 0,50
5 LX X 46 320 430 0,28 1,25 0,53
5 LX X 52 360 500 0,28 1,25 0,53
1,35 e/o
5 LX X 56 390 520 0,26 0,48
(Nb/V/Ti)
1,35 e/o
5 LX X 60 410 540 0,26 0,48
(Nb/V/Ti)
1,40 e/o
5 LX X 65 450 550 0,26 0,49
(Nb/V/Ti)
5 LX X 70 480 560 0,23 1,60 0,49

Tabela I - Composição química e propriedades mecânicas de tubos API 5L

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ESPESSURA DA PAREDE (mm)
Diâmetro
nominal Diâmetro
Sch Sch Sch Sch Sch Sch Sch Sch Sch Sch Sch
(") externo Std XS XXS
5 10 20 30 40 60 80 100 120 140 160
(mm)
1/8 10,3 - 1,2 - - 1,7 1,7 - 2,4 2,4 - - - - -
1/4 13,7 - 1,6 - - 2,2 2,2 - 3,0 3,0 - - - - -
3/8 17,1 - 1,6 - - 2,3 2,3 - 3,2 3,2 - - - - -
1/2 21,3 - 2,1 - - 2,8 2,8 - 3,7 3,7 - - - 4,8 7,5
3/4 26,7 1,6 2,1 - - 2,9 2,9 - 3,9 3,9 - - - 5,5 7,8
1 33,4 1,6 2,8 - - 3,4 3,4 - 4,5 4,5 - - - 6,4 9,1
1¼ 42,1 1,6 2,8 - - 3,6 3,6 - 4,8 4,8 - - - 6,4 9,7
1½ 48,3 1,6 2,8 - - 3,7 3,7 - 5,1 5,1 - - - 7,1 10,2
2 60,3 1,6 2,8 - - 3,9 3,9 - 5,5 5,5 - - - 8,7 11,0
2½ 73,0 2,1 3,0 - - 5,2 5,2 - 7,0 7,0 - - - 9,5 14,0
3 88,9 2,1 3,0 - 5,5 5,5 - 7,6 7,6 - - - 11,1 15,2
3½ 101,6 2,1 3,0 - - 5,7 5,7 - 8,0 8,0 - - - - -
4 114,3 2,1 3,0 - - 6,0 6,0 - 8,6 8,6 - 11,1 - 13,5 17,1
5 141,3 2,8 3,4 - - 6,6 6,6 - 9,5 9,5 - 12,7 - 15,9 19,0
6 168,3 2,8 3,4 - - 7,1 7,1 - 11,0 11,0 - 14,3 - 18,2 22,0
8 219,1 2,8 3,8 6,4 7,0 8,2 8,2 10,3 12,7 12,7 15,0 18,2 20,6 23,0 22,2
10 273,0 3,4 4,2 6,4 7,8 9,3 9,3 12,7 12,7 15,0 18,2 21,4 25,4 28,6 -
12 323,8 4,0 4,6 6,4 8,4 9,5 10,3 14,3 12,7 17,4 21,4 25,4 28,6 33,3 -
14 355,6 - 6,4 7,9 9,5 9,5 11,1 15,0 12,7 19,0 23,8 27,8 31,8 35,7 -
16 406,4 - 6,4 7,9 9,5 9,5 12,7 16,7 12,7 21,4 26,2 31,0 36,5 40,5 -
18 457,2 - 6,4 7,9 11,1 9,5 14,3 19,0 12,7 23,8 29,4 35,0 39,7 45,2 -

Tabela II - Dimensões dos tubos API 5L


20 508,0 - 6,4 9,5 12,7 9,5 15,0 20,6 12,7 26,2 32,5 38,0 44,5 50,0 -
22 558,8 - 6,4 - - 9,5 - - 12,7 - - - - - -
24 609,6 - 6,4 9,5 14,3 9,5 17,4 24,6 12,7 31,0 38,9 46,0 52,4 59,5 -
26 660,4 - - - - 9,5 - - 12,7 - - - - - -
30 762,0 - 7,9 12,7 15,9 9,5 - - 12,7 - - - - - -
34 863,6 - - - - 9,5 - - 12,7 - - - - - -
36 914,4 - - - - 9,5 - - 12,7 - - - - - -
42 1067 - - - - 9,5 - - 12,7 - - - - - -
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Diâme- Espessura (mm)


tro
externo
2,3 2,6 2,9 3,2 3,6 4,0 4,4 5,0 5,6 6,3 7,1 8,0 8,8 10,0 11,0 12,5 14,2 16,0 17,5 20,0 22,2 25,5 28,0 30,0 32,0 36,0 40,0
(mm)

33,7

42,4

48,3

60,3

88,9

114,3

168,3

219,1

273,0

323,9

355,6

406,4

457

508

559

610

660

711

762

813

864

914

1016

1067

1118

1168

1219

1321

1422

1524

1626

Tabela III - Diâmetros externos e espessuras preferenciais (indicadas na re-


gião emoldurada da tabela, incluindo a moldura)

32
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 4

Qualificação de procedimentos
de soldagem

Para a soldagem de tubulações são necessárias especificações


de procedimentos de soldagem (EPS) aprovadas e soldadores
qualificados. A norma usualmente empregada neste sentido é a
API 1104, que tem como escopo os seguintes pontos:
soldagem ao arco elétrico e a gás de soldas de topo e filete de
tubos de aço carbono ou baixa liga;
aplicação: compressão, bombeamento e transmissão de petróleo
cru, produtos petrolíferos, gases combustíveis, dióxido de carbo-
no e nitrogênio.
Uma EPS determina, além da definição dos requisitos e variáveis
necessários para sua geração, critérios de aceitação quanto às pro-
priedades mecânicas da junta soldada e à presença de descontinui-
dades. Em termos de ensaios não destrutivos para avaliação das jun-
tas soldadas, a API 1104 especifica os métodos:
radiografia
partículas magnéticas
líquido penetrante
ultra-som
É através de uma boa elaboração e uso da EPS que se garantem
as propriedades mecânicas e a reprodutibilidade desejada para a jun-
ta soldada durante a execução de todas as soldas necessárias. As
informações necessárias à elaboração de uma EPS conforme a
API 1104 resumem-se às seguintes variáveis:

33
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

processo de soldagem;
classificação dos tubos e consumíveis de soldagem;
diâmetro e espessura da parede dos tubos;
geometria da junta;
dimensão, classificação do consumível de soldagem, número e
seqüência de cordões;
características elétricas;
característica da chama (quando for necessário);
posição da soldagem (tubo fixo ou girando);
progressão da soldagem;
tempo entre passes;
tipo e remoção do acoplador
limpeza e esmerilhamento;
gás de proteção e vazão;
velocidade de soldagem;
temperatura de pré-aquecimento;
tratamento térmico pós-soldagem.
No caso de haver alterações de variáveis consideradas essenci-
ais por essa norma, torna-se necessária a elaboração de uma nova
EPS. As variáveis consideradas essenciais pela API 1104 são as se-
guintes:
processo de soldagem;
classificação dos tubos e consumíveis de soldagem;
geometria da junta;
posição e progressão de soldagem;
características elétricas;
tempo entre passes;
gás de proteção e vazão;
velocidade de soldagem;
temperatura de pré-aquecimento;
tratamento térmico pós-soldagem.

34
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Nomenclatura

Ângulo de posicionamento do eletrodo

Neste manual, é aplicado o padrão oficial da AWS para definir os


ângulos de posicionamento dos eletrodos (acrescenta-se também a
nomenclatura da EN).
Dois ângulos são indicados: o do sentido de soldagem e o ângulo
de ataque.
O sentido de soldagem é designado empurrando quando o ele-
trodo aponta para a trajetória seguida.
O sentido de soldagem é designado puxando quando o eletrodo
aponta na direção oposta à trajetória seguida.
O ângulo de ataque é dado em relação ao plano de referência ou
plano de ataque.
A Figura 32, a Figura 33, a Figura 34 e a Figura 35 ilustram o pa-
drão de definição dos ângulos. Tomando um relógio como referência,
um minuto corresponde a 6°.

Figura 32 - Ângulos de posicionamento do eletrodo - junta de topo

35
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 33 - Ângulos de posicionamento do eletrodo - junta em ângulo

Figura 34 - Ângulos de posicionamento do eletrodo - tubo

Figura 35 - Ângulos de posicionamento do eletrodo

36
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Detalhes da junta

Figura 36 - Junta de topo

1. Abertura da raiz: separação entre as faces a serem soldadas na


raiz da junta
2. Nariz: superfície de preparação da junta perpendicular à superfí-
cie da peça
3. Superfície do bisel: superfície oblíqua à preparação da junta
4. Ângulo do bisel: ângulo entre a superfície biselada e um plano
perpendicular à peça
5. Ângulo do chanfro: ângulo total entre as duas superfícies bisela-
das
6. Largura da junta: largura efetiva da junta (distância entre os biséis
acrescida da sobreposição com o metal de base)
7. Espessura da peça

37
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 37 - Junta em ângulo

1. Espessura da garganta: distância entre o cordão da raiz e a su-


perfície medida na bissetriz do ângulo
2. Perna: distância entre o cordão da raiz e o vértice da junta
3. Raiz da junta: ponto no qual a base do cordão intercepta a super-
fície do metal de base
4. Face da junta: ponto de junção entre a superfície do cordão e a
superfície do metal de base
5. Superfície da junta: superfície externa do cordão
6. Profundidade de penetração: profundidade atingida pela poça de
fusão a partir da superfície do metal de base
7. Largura da junta: distância entre as faces da junta

38
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipos de junta

Muitas outras variações são possíveis

Figura 38 - Tipos de junta

Posições ASME / EN

Figura 39 - Posições de soldagem - junta de topo

39
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 40 - Posições de soldagem - junta em ângulo

Figura 41 - Posições de soldagem - tubo

Preparação e ponteamento na progressão


descendente

O escopo desse item é sugerir um procedimento de preparação e


ponteamento para a fabricação de uma junta padrão em seções de
tubos de aço carbono, para o desenvolvimento de procedimentos de
soldagem ou treinamento de soldadores. É importante observar que
algumas normas de qualificação de procedimentos de soldagem exi-
40
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

gem que os testes sejam feitos em juntas soldadas entre tubos com
seu comprimento original, a menos que seja acordado de outra ma-
neira entre as partes interessadas.
Veja na Figura 42 a nomenclatura e as dimensões do chanfro
padrão para a soldagem de juntas de topo em tubulações na progres-
são descendente.

Eliminar os resíduos causados pela operação de lixamento

Figura 42 - Chanfro padrão para juntas de topo na progressão descendente

41
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Parâmetros de soldagem para ponteamento


Eletrodo OK 22.45P ∅ 2,5 mm, corrente 70 - 100 A; ou
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, corrente 100 - 120 A
Atividades
Ponha uma das seções de tubo no piso com a parte biselada vi-
rada para cima (veja a Figura 43).

Figura 43 - Posicionamento dos tubos para o ponteamento

Coloque um arame espaçador de diâmetro 1,6 mm na face bise-


lada e ponha a segunda seção de tubo sobre o arame espaçador com
a face biselada virada para baixo. Alinhe as duas peças para obter o
alinhamento desejado.
Em conformidade com a norma API, o desalinhamento não deve
exceder 1,6 mm (veja a Figura 44).
Nessa etapa, inicie o ponteamento, depositando cordões de
comprimento 12 a 22 mm (veja a Figura 45).
O ponto de solda deve penetrar na raiz cerca de 1,6 mm, fundin-
do o nariz em ambas as peças.
Reposicione o arame espaçador e deposite o segundo ponto de
solda (veja a Figura 46).

42
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 44 - Padrão de alinhamento

Figura 45 - Ponteamento - primeiro ponto

43
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 46 - Ponteamento - segundo ponto

Remova o arame espaçador. Se a abertura da raiz for irregular,


faça um terceiro ponto de solda onde a abertura for maior, de tal mo-
do que a contração de solda diminua a abertura. Se a abertura da raiz
for muito grande e não permitir o terceiro ponto de solda, comprima o
conjunto do lado mais aberto para corrigir a abertura (veja a Figura
47).
Esmerilhe a superfície externa dos pontos de tal modo que a sua
espessura fique aproximadamente com 1,6 mm, para facilitar o início
do primeiro cordão (veja Figura 48).
Para obter uma solda de qualidade, é necessária uma prepara-
ção correta da junta e um ponteamento de precisão. Pontos defeituo-
sos causarão defeitos na soldagem.

44
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 47 - Correção da abertura e ponteamento - terceiro e quarto pontos

45
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 48 - Adoçamento dos pontos

Juntas na 5G / PG

Esse tipo de junta e posição é comumente empregada para sol-


dar tubulações de aço de diâmetros médios ou grandes, de 8"
(219,1 mm) e maiores.
Parâmetros de soldagem
Eletrodo OK 22.45P ∅ 4,0 mm, CC-, corrente 120 - 160 A (raiz)
Eletrodo OK 22.46P* ∅ 4,0 mm, CC+, corrente 150 - 160 A (pas-
se quente)
Eletrodo OK 22.46P* ∅ 5,0 mm, CC+, corrente 120 - 160 A (en-
chimento e acabamento)
Esses eletrodos podem ser substituídos pelo OK 22.85P,

46
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

OK 22.47P ou outro eletrodo mais resistente, dependendo do tipo


de metal de base a ser soldado.
É importante que o gerador tenha uma tensão de circuito aberto
mínima de 70 V.
Após ter executado a preparação e o ponteamento conforme
descrito no item anterior, use dispositivos de fixação para prender a
peça na posição horizontal com os pontos localizados nas posições 3,
6, 9 e 12 horas. É recomendado colocar o ponto com a menor abertu-
ra de raiz na posição 12 horas para a soldagem na progressão des-
cendente (veja a Figura 49).

Figura 49 - Fixação do tubo no dispositivo

As técnicas de soldagem subseqüentes estão descritas no item


Soldagem de dutos na progressão descendente com eletrodos celu-
®
lósicos OK Pipeweld do Capítulo 8 na página 89.

Preparação e ponteamento na progressão ascendente


com a técnica mista eletrodos celulósicos / básicos

O escopo deste item é informar os procedimentos de preparação


e ponteamento corretos para uma junta padrão em seções de tubo
com diâmetro 8” (219,1 mm). A junta é preparada fazendo-se um bisel
como indicado na Figura 50.

47
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Remova os resíduos causados pela atividade de lixamento.

Figura 50 - Chanfro padrão para juntas de topo na progressão ascendente

Parâmetros de soldagem para o ponteamento


Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, CC-, Corrente 85 - 110 A
Se a fonte não possuir indicador de corrente, esta pode ser ajus-
tada empiricamente procedendo-se da seguinte maneira: coloque
uma tira de aço carbono de 6 mm de espessura na posição horizon-
tal, abra o arco e deposite um cordão retilíneo, simétrico, com ondula-
ção regular e espessura de 1,6 mm. Se o cordão for desnivelado e
fortemente convexo, a corrente deve ser aumentada. Se o cordão for
48
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

achatado e apresentar respingo excessivo, a corrente deve ser redu-


zida (veja a Figura 51).

Figura 51 - Ajuste da corrente pelo aspecto do cordão de solda

Atividades
Faça a montagem conforme ilustrado na Figura 52. Coloque um
arame espaçador de diâmetro 3,2 mm.

49
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 52 - Posicionamento dos tubos para o ponteamento

Alinhe as duas seções de forma a conseguir a preparação dese-


jada da junta. Em conformidade com o Código ASME, o desalinha-
mento não deve exceder 1,6 mm (veja a Figura 53).

Figura 53 - Padrão de alinhamento

Nessa etapa se inicia a atividade de ponteamento, depositando-


se um cordão de comprimento de 12 mm a 20 mm (veja a Figura 54).
O ponto deve penetrar na raiz de tal modo a formar um cordão
com reforço de 1,6 mm no lado interno do tubo, sendo que o nariz de-
ve ser fundido em ambas as peças. Então reposicione o arame espa-
çador e deposite o segundo ponto (veja a Figura 55).

50
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 54 - Ponteamento - primeiro ponto

Remova o arame espaçador. Se a abertura da raiz ficar maior em


um dos lados, solde um terceiro ponto onde a abertura da raiz for
maior, de tal modo que a contração de solda compense a diferença.
Porém, se a abertura da raiz neste ponto for tão grande que não per-
mita a soldagem do terceiro ponto, primeiro corrija a abertura da raiz
comprimindo o lado mais aberto. Faça o terceiro e o quarto pontos
espaçados de 90° em relação ao primeiro e segundo pontos (veja a
Figura 56).

51
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 55 - Ponteamento - segundo ponto

Para obter uma solda de boa qualidade, é necessária uma prepa-


ração correta da junta e também pontos de solda aplicados com pre-
cisão. Pontos defeituosos causarão defeitos na solda final.

Juntas na 5G / PF

Esses tipos de junta e posição são utilizados na soldagem de


curvas, flanges e peças forjadas em todos os diâmetros. O seguinte
exemplo contempla a soldagem de tubos de diâmetro 8” (219,1 mm).
Parâmetros de soldagem (*)
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, CC-, corrente 85 - 110 A, passe
de raiz.
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm / 3,2 mm, CC+, corrente
85 - 110 A, enchimento.
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 3,2 mm, CC+, corrente
110 - 140 A, acabamento.
A fonte deve ter uma tensão de circuito aberto de 70 V.
(*) Para o processo com a técnica mista eletrodo celulósico / bá-
sico.
52
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 56 - Correção da abertura e ponteamento - terceiro e quarto pontos

Atividades
Após ter executado a preparação e o ponteamento conforme
descrito anteriormente, use dispositivos de fixação para prender a pe-
ça na posição horizontal com os pontos nas posições 2, 5, 8 e
11 horas. O ponto com a menor abertura da raiz deve estar na posi-
ção 5 horas (veja a Figura 57).

53
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 57 - Fixação do tubo no dispositivo

As técnicas de soldagem subseqüentes estão descritas no item


Soldagem de dutos na progressão ascendente com a técnica mista
eletrodos celulósicos/básicos do Capítulo 8 na página 106.

54
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 5

Soldagem

São vários os processos de soldagem e consumíveis desenvolvi-


dos de forma a possibilitar a soldagem de tubulações. Entre os pro-
cessos de soldagem mais empregados, destacam-se os seguintes:
Eletrodos Revestidos (SMAW)
Arames sólidos e arames tubulares com alma metálica (GMAW /
PGMAW - semi-automático / automático pulsado)
Arames tubulares com alma não metálica com gás de proteção e
autoprotegidos (FCAW - semi-automático)
Arco submerso (SAW)
TIG (GTAW)
A garantia do êxito de uma tubulação, principalmente em termos
de segurança, independentemente do processo de soldagem empre-
gado, começa pelo projeto da junta, que é guiado por códigos e nor-
mas nacionais ou internacionais. Dentre as entidades normalizadoras
mais atuantes no segmento de tubulações podem-se mencionar a
British Standard, ASME, PETROBRAS, DNV, e API (American
Petroleum Institute). Destas as mais largamente empregadas são a
API 5L (Specification for Line Pipe) e API 1104 (Welding of Pipelines
and Related Facilities).

55
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

O processo manual por eletrodo


revestido

Figura 58 - O processo manual por eletrodo revestido

56
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

O principal processo de soldagem usado na soldagem de tubula-


ções é a soldagem manual com eletrodos revestidos. Existem muitas
razões para esta escolha. A primeira é bem óbvia: o eletrodo revesti-
do foi o primeiro consumível inventado para a soldagem ao arco elé-
trico.
Contudo, ainda nos dias atuais, quando materiais mais sofistica-
dos e técnicas mais produtivas e mais econômicas estão à disposição
dos usuários, a soldagem manual com eletrodos revestidos permane-
ce como um processo favorável para a soldagem de tubulações. Sua
facilidade de uso, capacidade de atingir posições de difícil acesso, a
simplicidade dos geradores necessários (ou o fato de poderem ser
aplicados com moto-geradores; redes elétricas nem sempre estão
disponíveis nos locais das obras), o fato de que os gases de prote-
ção, necessários à soldagem com arames tubulares ou arames sóli-
dos, não são requeridos, todos esses e ainda outros são motivos para
a escolha dos eletrodos revestidos.
Alguns tipos de eletrodos celulósicos e básicos foram desenvol-
vidos especialmente para atender aos requisitos do grau do aço usa-
do na fabricação da tubulação e às especificações de segurança es-
tabelecidas pelas normas de tubulações, mas também para prover
aos usuários, isto é, os soldadores, produtos versáteis criados para
uma aplicação específica.

Eletrodos celulósicos

A primeira tubulação soldada por arco elétrico foi fabricada com


eletrodo celulósico desenvolvido em 1929. O grande avanço em velo-
cidade de produção ocorreu em 1933 com a introdução da técnica
stove pipe, na qual os eletrodos são soldados na progressão descen-
dente para todos os passes, inclusive o de raiz. Com apenas peque-
nas mudanças, esta técnica ainda é aplicada atualmente para uma
larga faixa de tubulações. Várias são as características dos eletrodos

57
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

celulósicos que os tornam ideais para este propósito. O elevado teor


de celulose nos eletrodos gera íons de hidrogênio no plasma do arco
elétrico, proporcionando boa penetração em todas as posições. O re-
vestimento é formulado de modo que a escória se caracterize por
pouco volume e uma rápida velocidade de solidificação, permitindo a
soldagem em todas as posições. O seu fino revestimento, combinado
com o arco penetrante, possibilita a soldagem com menores abertu-
ras de raiz, requerendo menor quantidade de metal de solda a ser
depositado.
Normalmente, para tubos com espessura na faixa de 5 - 25 mm,
emprega-se a técnica descendente. Para espessuras maiores, existe
um risco maior de fissuração a frio, devido à rápida solidificação da
poça de fusão, que dificulta a difusão de hidrogênio do metal de sol-
da. Nesses casos, e em aplicações onde é necessário garantir eleva-
da integridade dos tubos sujeitos a altas tensões estáticas e dinâmi-
cas, a técnica ascendente ou o uso de eletrodo celulósico combinado
com eletrodos básicos especialmente desenvolvidos para soldagem
na progressão descendente é a preferida.
Para tubos de aços de alta resistência, são maiores os requisitos
de resistência à fissuração por hidrogênio e tenacidade do metal de
solda. Para tubos da classe API 5L X-80, empregam-se em todos os
passes eletrodos celulósicos para a soldagem de tubos com espessu-
ras menores que 9 mm. Para tubos mais espessos, ou API 5L X-100,
os eletrodos celulósicos são empregados apenas no passe de raiz, e
eletrodos básicos na progressão descendente para os demais pas-
ses.
Os eletrodos celulósicos, apesar de serem consumíveis de fácil
uso, requerem treinamento e conscientização dos soldadores quanto
à técnica de soldagem. A maioria dos defeitos associados a esses
consumíveis encontra-se relacionada à seleção dos parâmetros de
soldagem e à preparação da junta. A montagem mostra-se também
determinante quanto à qualidade da junta soldada. Deve-se evitar que
os tubos se movam durante a soldagem do passe de raiz, de forma a
58
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

impedir a geração de fissuras.

Eletrodos básicos

Quando o aço da tubulação tem uma resistência maior que X70,


a necessidade de pré-aquecimento e de pós-aquecimento torna-se
mais rigorosa e a escolha de eletrodos básicos passa a trazer vanta-
gens. A razão é, evidentemente, a alta quantidade de hidrogênio no
metal de solda de eletrodos celulósicos. O hidrogênio traz um risco
maior de fissuração a frio em aços de alta resistência por causa da
maior sensibilidade ao encruamento desses aços.
As propriedades dos eletrodos básicos também significam pro-
priedades de impacto muito melhores a baixas temperaturas.
A desvantagem dos eletrodos básicos soldados na progressão
ascendente é a baixa corrente que tem que ser aplicada, resultando
em baixa produtividade.
Isso pode ser evitado utilizando eletrodos básicos desenvolvidos
especialmente para a soldagem de tubulações na progressão des-
cendente. Esses eletrodos contêm pó de ferro no revestimento e, por-
tanto, têm uma produtividade maior que os eletrodos celulósicos, já
que eles podem ser soldados com correntes mais altas que as aplica-
das aos eletrodos celulósicos.
A produtividade nesse caso chega a ser 25 - 30% maior que para
eletrodos celulósicos e 40 - 50% maior que para eletrodos básicos pa-
ra soldagem na progressão ascendente.
No passe de raiz, a penetração e a força do arco de um eletrodo
celulósico tornam-no, no entanto, o consumível mais produtivo, já que
com esse eletrodo é possível fechar uma raiz de pequena abertura
com uma alta corrente, resultando em uma progressão rápida. Um e-
letrodo básico pode ser utilizado também na raiz, mas os requisitos
de alinhamento terão que ser mais rigorosos por causa da menor for-

59
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

ça do arco.
O melhor procedimento para a soldagem de tubulações de alta
resistência é, portanto, usar eletrodos celulósicos para o passe de ra-
iz e eletrodos básicos para progressão descendente para os passes
de enchimento e de acabamento. A maior qualidade do metal de sol-
da do eletrodo básico é vantajosa quando uma tubulação é submetida
a tensões.
Quando, em seu caminho, uma tubulação enterrada (grandes e
médios diâmetros) atravessa rodovias e ferrovias, quando existem
maiores tensões estáticas e dinâmicas devido a causas externas, ou
quando os tubos de médios e pequenos diâmetros são submetidos a
altas temperaturas, altas pressões e a vibrações (plantas de aqueci-
mento, refinarias, etc), é normalmente preferido executar o primeiro
®
passe com um eletrodo celulósico OK Pipeweld e o enchimento com
um eletrodo básico OK.
Com isso, é obtida a penetração completa que somente os ele-
®
trodos revestidos OK Pipeweld podem assegurar e a tenacidade
máxima da junta graças aos eletrodos básicos.
Algumas características mecânicas, particularmente a tenacidade
e a resistência, foram melhoradas.
O eletrodo revestido básico OK 55.00 pode ser classificado como
AWS E7018-1, que significa valores de impacto acima de 27 J a
-46°C, graças à pureza de seus componentes e a uma fórmula aper-
feiçoada.
Esse eletrodo pode ser usado para soldar aços com altos valores
de carbono equivalente e/ou altos limites elásticos graças ao revesti-
mento, que garante valores de hidrogênio difusível abaixo de
5 ml/100 g e conseqüentemente torna praticamente inexistente o risco
de trincas a frio, permitindo também uma redução da temperatura de
pré-aquecimento requerida para os eletrodos básicos. Adicionalmente
a esses aspectos metalúrgicos e de produtividade, que são importan-
tes para os fabricantes, existe uma capacidade melhorada de solda-

60
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

gem. O excelente desempenho no início e reinício dos cordões, a fu-


são constante e regular e o aspecto fino do cordão de solda em todas
as posições de soldagem são características de fundamental impor-
tância para o soldador e asseguram uma alta produtividade.
A utilização de eletrodos básicos para a soldagem de gasodutos
é mais difundida entre os países europeus, existindo variações no
processo em função da disponibilidade de soldadores treinados e da
realidade econômica de cada país.

Soldagem semi-automática

Na constante busca por redução de custo e maior produtividade,


vários construtores têm optado pelos seguintes processos de solda-
gem semi-automáticos:
Arames sólidos (GMAW / PGMAW - semi-automático)
Arames tubulares com alma metálica (GMAW / PGMAW - semi-
automático)
Arames tubulares com alma não metálica (FCAW - semi-
automático)

Arames sólidos

Com o desenvolvimento da soldagem com utilização de CO2 co-


mo gás de proteção na antiga União Soviética em 1950, abriu-se o
caminho para a soldagem semi-automática de tubulações. O primeiro
gasoduto de longa distância soldado por este processo foi nos Esta-
dos Unidos em 1961.
O principal motivo pelo qual o processo de soldagem semi-
automático com arame sólido não substituiu totalmente o processo

61
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

com eletrodo revestido está relacionado à maior probabilidade de o-


corrência de falta de fusão e colagem nas juntas.
Para o passe de raiz com arame sólido, pode ser necessária a u-
tilização de acopladores internos com cobre-juntas de cobre. A reali-
zação do passe de raiz por este processo — com acopladores sem
cobre-juntas de cobre — é possível, porém o grau de habilidade e a
necessidade de treinamento dos soldadores são maiores. Outra op-
ção encontrada no mercado é a realização do passe de raiz e do pas-
se quente com eletrodos celulósicos e o enchimento e o acabamento
com arame sólido pelo processo semi-automático.
O gás de proteção inicialmente utilizado era apenas 100% CO2,
mas as melhorias recentes da qualidade das cabines de proteção re-
sultaram na possibilidade de soldagem com misturas de argônio — de
menor densidade que o CO2 — e dióxido de carbono, sem risco de
perda de proteção gasosa.

Arames tubulares

Apesar das vantagens dos arames tubulares, como elevada taxa


de deposição (20% maiores que as obtidas com arames sólidos, po-
dendo ser obtidos valores maiores, dependendo dos parâmetros de
soldagem empregados) e menor susceptibilidade à falta de fusão, a
porcentagem de participação deste processo é pequena no segmento
de tubulações em relação aos demais. No entanto, apesar desta pos-
tura conservadora, ao longo dos últimos anos o uso desse processo
tem apresentado significativa evolução.
Como mencionado no item anterior, o processo de soldagem se-
mi-automático por arame sólido não substituiu o eletrodo revestido
devido, principalmente, ao receio dos construtores quanto à possibili-
dade de ocorrência de defeitos como a falta de fusão e colagem. Sob
o ponto de vista da soldagem com arames tubulares, uma das carac-
terísticas marcantes refere-se ao perfil do cordão de solda obtido com
62
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

este processo. Como ilustrado na Figura 59, em função de o arame


tubular trabalhar com uma transferência de metal em finas gotas, dis-
tribuídas em uma área maior, resultando numa melhor distribuição de
calor e fusão homogênea do metal de base, obtém-se um cordão de
solda com um perfil mais circular, o que minimiza a ocorrência da falta
de fusão ou colagem. Ao contrário, o arame sólido trabalha com uma
transferência centralizada em uma pequena área, resultando em uma
concentração de calor num ponto localizado, o que leva a um cordão
com boa penetração, mas com um perfil estreito, na forma de um de-
do (finger). À medida que se aumenta a intensidade de corrente, mai-
or é a tendência à formação de cordões de solda com esta forma, po-
dendo resultar em uma maior susceptibilidade à ocorrência de falta de
fusão. Como resultado, obtém-se na soldagem de tubulações com a-
rames tubulares uma redução no índice de defeitos comparativamen-
te à soldagem realizada com arames sólidos.

Figura 59 - Comparação entre os modos de transferência do arame sólido e


do arame tubular

Os arames tubulares se classificam em rutílicos, básicos, metáli-


63
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

cos, autoprotegidos e tubulares para arco submerso.


Os arames tubulares rutílicos, em função da sua elevada produti-
vidade e excelente soldabilidade, vêm sendo empregados combina-
dos com eletrodos revestidos celulósicos, principalmente em reparos
e soldagem de tie-ins. Neste último, a raiz e o passe quente são reali-
zados com eletrodos celulósicos na progressão descendente e o a-
rame tubular na progressão ascendente.
A mesma técnica de combinar arames tubulares e eletrodos celu-
lósicos é empregada para os básicos, metálicos e autoprotegidos.
Graças as suas características, é possível empregar arames tubula-
res metálicos na progressão descendente com utilização de corrente
contínua pulsada, polaridade negativa, resultando em uma elevada
produtividade.
Em locais de difícil acesso, onde a utilização de gás de proteção
não se apresenta viável, a utilização de arames tubulares autoprote-
gidos em combinação com eletrodos celulósicos vem se mostrando
como uma boa opção. No entanto, este arame, comparativamente
aos arames tubulares com proteção gasosa, apresenta uma menor
taxa de deposição e, conseqüentemente, menor produtividade.
Os arames tubulares básicos, por apresentarem uma escória
mais fluida e um maior índice de respingos em relação aos demais
arames tubulares, têm sua aplicação limitada à posição plana, res-
tringindo-se, portanto, à soldagem com o tubo girando.
É possível também a redução do ângulo do chanfro em juntas
soldadas com arames tubulares. Nesse caso, para a realização do
passe de raiz, torna-se necessária a utilização de acopladores inter-
nos com cobre-juntas de cobre. Para o processo de soldagem combi-
nado com eletrodos revestidos celulósicos, utiliza-se normalmente o
chanfro com ângulo 30° + 30°.

64
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 6

Eletrodos celulósicos
OK Pipeweld®

®
Os eletrodos OK Pipeweld sempre foram uma solução produtiva
e segura na soldagem de tubulações (veja a Figura 60 e a Figura 61).

®
Figura 60 - Soldagem com eletrodos celulósicos OK Pipeweld

65
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

®
Figura 61 - Soldagem com eletrodos celulósicos OK Pipeweld

Características

O alto teor de celulose no eletrodo proporciona um arco intenso e


uma boa penetração em todas as posições.
O alto teor de celulose produz uma escória fina cobrindo o cor-
dão; embora a escória seja facilmente refundida, é recomendável
removê-la antes de soldar o próximo cordão.
O fino revestimento combinado com o arco penetrante possibilita
que seja usada uma abertura menor na raiz, requerendo-se, por-

66
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

tanto, menos material de adição para soldar a junta.


A alta velocidade de solidificação do metal de solda permite re-
almente soldagem em todas as posições.
A Tabela IV apresenta os parâmetros de soldagem mais adequa-
®
dos para a soldagem de eletrodos celulósicos OK Pipeweld nas pro-
gressões ascendente e descendente.

Posição Progressão Progressão



plana ascendente descendente
(mm)
(A) (A) (A)
2,5 40 - 70 40 - 60 50 - 90
3,2 70 - 110 60 - 90 70 - 120
4,0 90 - 130 70 - 110 90 - 160
5,0 110 - 160 90 - 130 110 - 190

Tabela IV - Faixas de corrente recomendadas para as diferentes progres-


sões de soldagem

Equipamentos de soldagem

Os equipamentos de solda que podem ser utilizados com os ele-


®
trodos OK Pipeweld necessitam ter uma alta tensão de circuito aber-
to (CA > 65 V) e boas características dinâmicas. Isso evita a interrup-
ção do arco durante a operação de soldagem. A Figura 62 exibe um
modelo de equipamento de solda especial para a soldagem de tubu-
lações com eletrodos revestidos. Dentre outras funções, a fonte for-
nece energia em corrente contínua (CC) para a soldagem com eletro-
dos revestidos, principalmente com eletrodos celulósicos. A função
ArcForce permite escolher a melhor característica dinâmica do arco
elétrico. Esse equipamento possui também a função eletrodo anti-

67
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

stick, que evita que o eletrodo cole no chanfro. Adicionalmente, é for-


necida uma compensação automática para flutuações da tensão de
alimentação em torno de ±10%.

Figura 62 - Equipamento para a soldagem de tubulações com eletrodos re-


vestidos

68
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Cuidados e estocagem de eletrodos


celulósicos

Eletrodos celulósicos necessitam de uma certa quantidade de


umidade, normalmente entre 3% e 7%, para proporcionar um desem-
penho satisfatório. Ressecar este tipo de eletrodo levará à queima da
celulose, que é um material orgânico. Isso pode resultar em desem-
penho insatisfatório, perda da tensão do arco e porosidade do metal
de solda. Eletrodos celulósicos não devem ser ressecados.

Usar embalagens em latas fechadas para transporte em ambientes agressivos

®
Figura 63 - Estocagem de eletrodos celulósicos OK Pipeweld

69
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Eletrodos celulósicos OK Pipeweld®


para tubulações

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.1 E6010
Classificações
AWS A 5.1 E6010
Eficiência de
80%
deposição
L.R. = 470 - 500 MPa
Propriedades
A = 28 - 33%
mecânicas
Ch V @ -29°C 40 - 60 J
Composição química C = 0,09
típica do metal de Si = 0,10
solda depositado (%) Mn = 0,30
Uso geral em aços comuns; desempenho incompa-
rável na soldagem de oleodutos, gasodutos, mine-
rodutos e outros tipos de tubulações; indicado pra
Aplicações
trabalhos fora da posição plana, tais como imple-
mentos agrícolas, tanques de veículos, etc.
GRANDE PENETRAÇÃO
Corrente de
CC+
soldagem
22 - 28 V
∅ 2,5 mm - 60 - 80 A
Parâmetros
∅ 3,2 mm - 80 - 140 A
de soldagem
∅ 4,0 mm - 100 - 180 A
∅ 5,0 mm - 120 - 250 A

Tabela V - Características do eletrodo celulósico OK 22.45P

70
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.1 E6011
Classificações
AWS A 5.1 E6011
Eficiência de
80%
deposição
L.R. = 480 - 510 MPa
Propriedades
A = 28 - 33%
mecânicas
Ch V @ -29°C 35 - 65 J
Composição química C = 0,09
típica do metal de Si = 0,15
solda depositado (%) Mn = 0,35
Soldagem em CA de aços doces comuns utilizados
em estruturas metálicas, tanques, vasos de pres-
Aplicações
são, veículos, implementos agrícolas, tubulações
em geral. GRANDE PENETRAÇÃO
Corrente de
CC+, CA
soldagem
23 - 35 V
∅ 2,5 mm - 40 - 75 A
Parâmetros
∅ 3,2 mm - 60 - 125 A
de soldagem
∅ 4,0 mm - 80 - 180 A
∅ 5,0 mm - 120 - 230 A

Tabela VI - Características do eletrodo celulósico OK 22.65P

71
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E7010-G
Classificações
AWS A 5.5 E7010-G
Eficiência de
80%
deposição
Propriedades L.R. = 520 - 590 MPa
mecânicas A = 23 - 26%
C = 0,10
Composição química Si = 0,10
típica do metal de Mn = 0,40
solda depositado (%) Ni = 0,40
Mo = 0,30
Soldagem de grande penetração e alta resistência,
em todas as posições, especialmente na progres-
Aplicações são descendente; recomendado para soldagem de
oleodutos, gasodutos, minerodutos e tubulações
API 5L X52 e X56. GRANDE PENETRAÇÃO
Corrente de
CC+
soldagem
25 - 30 V
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 60 - 115 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 90 - 170 A
∅ 5,0 mm - 125 - 230 A

Tabela VII - Características do eletrodo celulósico OK 22.46P

72
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E8010-G
Classificações
AWS A 5.5 E8010-G
Eficiência de
80%
deposição
Propriedades L.R. = 610 - 650 MPa
mecânicas A = 22 - 25%
C = 0,10
Composição química Si = 0,10
típica do metal de Mn = 0,50
solda depositado (%) Ni = 0,30
Mo = 0,45
Soldagem de grande penetração e altíssima resis-
tência, em todas as posições, especialmente na
progressão descendente; recomendado para sol-
Aplicações
dagem de oleodutos, gasodutos, minerodutos e
tubulações API 5L X60 a X70. GRANDE
PENETRAÇÃO
Corrente de
CC+
soldagem
25 - 30 V
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 65 - 115 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 95 - 165 A
∅ 5,0 mm - 120 - 225 A

Tabela VIII - Características do eletrodo celulósico OK 22.47P

73
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E9010-G
Classificações
AWS A 5.5 E9010-G
Eficiência de
80%
deposição
Propriedades L.R. = 680 - 720 MPa
mecânicas A = 20 - 24%
C = 0,10
Composição química Si = 0,20
típica do metal de Mn = 0,90
solda depositado (%) Ni = 0,80
Mo = 0,50
Eletrodo com revestimento tipo celulósico para
soldagem em corrente contínua em todas as posi-
ções, especialmente na progressão descendente.
Aplicações Soldagem de grande penetração e altíssima resis-
tência, recomendado para soldagem de oleodutos,
gasodutos, minerodutos e tubulações API 5L X70 a
X80.
Corrente de
CC+
soldagem
25 - 30 V
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 65 - 115 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 95 - 165 A
∅ 5,0 mm - 120 - 225 A

Tabela IX - Características do eletrodo celulósico OK 22.48P

74
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E7010-A1
Classificações
AWS A 5.5 E7010-A1
Eficiência de
80%
deposição
Propriedades L.R. = 510 - 560 MPa
mecânicas A = 23 - 25%
C = 0,07
Composição química
Si = 0,10
típica do metal de
Mn = 0,25
solda depositado (%)
Mo = 0,50
Soldagem de grande penetração e alta resistência,
em todas as posições, especialmente na progres-
Aplicações são descendente; recomendado para soldagem de
oleodutos, gasodutos, minerodutos e tubulações
API 5L X52 e X56. GRANDE PENETRAÇÃO
Corrente de
CC+
soldagem
25 - 30 V
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 60 - 120 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 85 - 175 A
∅ 5,0 mm - 120 - 220 A

Tabela X - Características do eletrodo celulósico OK 22.85P

75
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

A gama de consumíveis da ESAB para a soldagem de tubulações


foi desenvolvida para combinar com a qualidade dos aços e atender à
demanda dos fabricantes de tubulações por consumíveis confiáveis,
fáceis de usar e produtivos. Nossos esforços em pesquisa e desen-
volvimento no mundo tornaram possíveis não só o atendimento da
demanda dos dias atuais como também antever as necessidades do
amanhã. Os eletrodos celulósicos da ESAB são aplicados em passes
de raiz, enchimento e acabamento em uma gama de aços utilizados
na indústria de tubulações e na produção de tubos com costura, como
pode ser observado na Tabela XI e na Figura 64.

Escolha do eletrodo ESAB para cada passe


Aço e grau do tubo Raiz Passe quente Enchimento Acabamento
5L A25 • • • •
5L, 5LS, A • • • •
5L, 5LS, B • • • •
5LS, 5LX42 • • • •
5LS, 5LX46 • • • •
5LS, 5LX52 • •
5LX56 • •
5LX60 • •
5LX65 • •
5LX70 • •
5LX80 ∇ ∇ ∇
• = OK 22.45P = OK 22.46P = OK 22.47P ∇ = OK 22.48P

®
Tabela XI - Eletrodos celulósicos OK Pipeweld recomendados para cada
passe por grau de tubo API

76
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 64 - Configurações de chanfro e aplicações de eletrodos celulósicos


®
OK Pipeweld na soldagem de tubulações

®
Figura 65 - Soldagem com eletrodos celulósicos OK Pipeweld

77
78
Diâmetro Espessura da parede
do
tubo 6,3 mm (1/4") 9,5 mm (3/8") 12,5 mm (1/2") 16,0 mm (5/8") 19,0 mm (3/4")

Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo
pol mm
1o 2o Ench. Kg/ 1o 2o Ench. Kg/ 1o 2o Ench. Kg/ 1o 2o Ench. Kg/ 1o 2o Ench. Kg/
4 mm 4 mm 5 mm junta 4 mm 4 mm 5 mm junta 4 mm 4 mm 5 mm junta 4 mm 4 mm 5 mm junta 4 mm 4 mm 5 mm junta
6 152 0,11 0,13 - 0,24 0,11 0,08 0,29 0,48 - - - - - - - - - - - -

8 203 0,15 0,14 - 0,29 0,15 0,11 0,37 0,63 - - - - - - - - - - - -

cendente
10 254 0,20 0,14 0,06 0,39 0,19 0,14 0,47 0,80 - - - - - - - - - - - -

12 305 0,24 0,17 0,08 0,49 0,23 0,16 0,58 0,97 0,23 0,16 1,31 1,70 - - - - - - - -

14 356 0,28 0,19 0,11 0,58 0,27 0,19 0,68 1,14 0,27 0,19 1,54 2,00 0,26 0,18 2,62 3,06 - - - -

16 406 0,32 0,22 0,12 0,66 0,31 0,22 0,77 1,30 0,31 0,22 1,75 2,28 0,31 0,21 2,99 3,51 - - - -

18 457 0,36 0,25 0,13 0,74 0,36 0,25 0,85 1,46 0,35 0,25 1,97 2,57 0,35 0,24 3,37 3,96 0,35 0,24 5,02 5,61

20 508 0,41 0,28 0,14 0,83 0,40 0,28 0,95 1,63 0,40 0,27 2,19 2,86 0,39 0,27 3,74 4,40 0,39 0,27 5,58 6,24

24 610 0,49 0,34 0,16 0,99 0,48 0,34 1,14 1,96 0,48 0,33 2,62 3,43 0,47 0,33 4,51 5,31 0,47 0,33 6,68 7,48

28 711 0,57 0,40 0,18 1,15 0,57 0,39 1,32 2,28 0,56 0,39 3,06 4,01 0,56 0,38 5,19 6,13 0,56 0,38 7,79 8,73

30 762 0,61 0,43 0,20 1,24 0,61 0,42 1,41 2,44 0,60 0,42 3,29 4,31 0,60 0,41 5,64 6,65 0,60 0,41 8,34 9,35

32 813 - - - - 0,65 0,45 1,51 2,61 0,64 0,45 3,51 4,60 0,64 0,44 6,01 7,09 0,64 0,44 8,90 9,98

36 914 - - - - 0,73 0,51 1,70 2,94 0,73 0,51 3,93 5,17 0,72 0,50 6,78 8,00 0,72 0,50 10,01 11,23

40 1016 - - - - 0,81 0,57 1,89 3,27 0,81 0,56 4,38 5,75 0,80 0,56 7,53 8,89 0,80 0,56 11,11 12,47

42 1067 - - - - 0,86 0,60 1,97 3,35 0,85 0,59 4,60 6,04 0,85 0,59 7,90 9,34 0,85 0,59 11,65 13,09

48 1219 - - - - 0,98 0,68 2,26 3,92 0,97 0,67 5,25 6,89 0,97 0,67 9,02 10,66 0,97 0,67 13,32 14,96

60 1524 - - - - 1,23 0,86 2,83 4,92 1,21 0,84 6,56 8,61 1,21 0,84 11,28 13,33 1,21 0,84 16,66 18,71
Número
típico 3 5 7 10 16
de cordões

Tabela XII - Consumo de eletrodos em tubulações (kg) na progressão des-


SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES
Diâmetro Espessura da parede
do
tubo 9,5 mm (3/8") 12,5 mm (1/2") 16,0 mm (5/8") 19,0 mm (3/4") 25,4 mm (1")

Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo Passe e ∅ do eletrodo
pol mm
1o Ench. Kg/ 1o Ench. Kg/ 1o Ench. Kg/ 1o Ench. Kg/ 1o Ench. Kg/
3,2 mm 4 mm junta 3,2 mm 4 mm junta 3,2 mm 4 mm junta 3,2 mm 4 mm junta 3,2 mm 4 mm junta

6 152 0,23 0,61 0,84 0,23 1,05 1,28 - - - - - - - - -

cendente
8 203 0,32 0,81 1,13 0,32 1,41 1,73 0,32 2,13 2,45 - - - - - -

12 305 0,45 1,22 1,67 0,45 2,13 2,58 0,45 3,22 3,67 0,45 4,50 4,95 0,45 7,57 8,02

16 406 0,63 1,63 2,26 0,63 2,77 3,40 0,63 4,44 5,07 0,63 5,94 6,57 0,63 10,02 10,65

20 508 0,77 2,04 2,81 0,77 3,49 4,26 0,77 5,31 6,08 0,77 7,44 8,21 0,77 12,52 13,29

24 610 0,90 2,45 3,35 0,90 4,22 5,12 0,90 6,44 7,34 0,90 8,98 9,88 0,90 15,15 16,05

28 711 1,09 2,81 3,90 1,09 4,90 5,99 1,09 7,48 8,57 1,09 10,43 11,52 1,09 17,60 18,69

32 813 1,22 3,27 4,49 1,22 5,62 6,84 1,22 8,62 9,84 1,22 12,02 13,24 1,22 20,18 21,40

36 914 1,41 3,63 5,04 1,41 6,30 7,71 1,41 9,80 11,21 1,41 13,43 14,84 1,41 22,63 24,04

40 1016 1,54 4,04 5,58 1,54 6,98 8,52 1,54 10,66 12,20 1,54 14,88 16,42 1,54 25,08 26,62

48 1219 1,86 4,90 6,76 1,86 8,39 10,25 1,86 12,84 14,70 1,86 17,92 19,78 1,86 30,21 32,07

60 1524 - - - 2,31 10,52 12,83 2,31 20,59 22,90 2,31 22,41 24,72 2,31 37,74 40,05

Nota: para tubos de diâmetro menor que 152 mm (6"), com espessura de parede até 6,4 mm pode ser utilizado o eletrodo Pipeweld 6010 OK 22.45P
∅ 2,5 mm para o primeiro passe.

Peso aproximado dos eletrodos OK para tubulações:


∅ 3,2 mm 28 g
∅ 4,0 mm 40 g
∅ 5,0 mm 62 g

Tabela XIII - Consumo de eletrodos em tubulações (kg) na progressão as-


SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

79
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 7

Eletrodos básicos OK

Eletrodo Enchimento
Especificação
Grau sugerido progressão
API o
1 passe ascendente
5L A25 OK 22.45P OK 55.00
5L - 5LS A OK 22.45P OK 55.00
5L - 5LS B OK 22.45P OK 55.00
5LX X42 OK 22.45P OK 55.00
5LX X46 OK 22.45P OK 55.00
5LX X52 OK 22.45P OK 55.00
5LX X56 OK 22.45P OK 55.00
5LX X60 OK 22.45P OK 55.00
5LX X65 OK 22.45P OK 73.45
5LX X70 OK 22.45P OK 73.45

Tabela XIV - Eletrodos OK recomendados para a soldagem mista

80
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 66 - Soldagem com eletrodos básicos OK

81
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Eletrodos básicos OK para aços de


média e alta resistência

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.1 E7018
Classificações
AWS A 5.1 E7018
Eficiência de
115%
deposição
L.R. = 530 - 590 MPa
Propriedades
A = 27 - 32%
mecânicas
Ch V @ -29°C 90 - 120 J
Composição química C = 0,07
típica do metal de Si = 0,50
solda depositado (%) Mn = 1,30
Uso geral em soldas de grande responsabilidade,
depositando metal de altíssima qualidade; todos os
tipos de juntas; alta velocidade e boa economia de
Aplicações
trabalho; indicado para estruturas rígidas, vasos de
pressão, construções navais, aços fundidos, aços
não ligados de composição desconhecida, etc.
Corrente de
CC+
soldagem
20 - 30 V
∅ 2,0 mm - 50 - 90 A
∅ 2,5 mm - 65 - 105 A
Parâmetros
∅ 3,2 mm - 110 - 150 A
de soldagem
∅ 4,0 mm - 140 - 195 A
∅ 5,0 mm - 185 - 270 A
∅ 6,0 mm - 225 - 355 A

Tabela XV - Características do eletrodo básico OK 48.04


82
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.1 E7018-1
Classificações
AWS A 5.1 E7018-1
Eficiência de
115%
deposição
L.R. = 560 - 600 MPa
Propriedades
A = 29 - 31%
mecânicas
Ch V @ -46°C 70 - 90 J
Composição química C = 0,06
típica do metal de Si = 0,50
solda depositado (%) Mn = 1,45
Eletrodo adequado para soldagem em todas as
posições de aço carbono de médio e alto limite de
escoamento. O baixo teor de hidrogênio difusível
no metal depositado minimiza o risco de trincas.
Aplicações
Excelente qualidade radiográfica. Para construção
naval, fabricação estrutural, caldeiras, etc. Exce-
lente aspecto do cordão também na progressão
ascendente.
Corrente de
CC+
soldagem
21 - 32 V
∅ 2,5 mm - 85 - 105 A
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 100 - 150 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 130 - 200 A
∅ 5,0 mm - 195 - 265 A
∅ 6,0 mm - 220 - 310 A

Tabela XVI - Características do eletrodo básico OK 55.00

83
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E8018-G
Classificações
AWS A 5.5 E8018-G
Eficiência de
115%
deposição
L.R. = 550 - 610 MPa
Propriedades
A = 26 - 30%
mecânicas
Ch V @ -46°C XX - XX J
C = 0,06
Composição química
Si = 0,40
típica do metal de
Mn = 1,10
solda depositado (%)
Ni = 1,65
Soldagem de responsabilidade em aços
ASTM A 516 Gr. 70, bem como aços de alta resis-
tência e aços ligados ao Ni para baixas temperatu-
Aplicações ras. Alta qualidade do metal depositado. Reco-
mendado para soldagem de plataformas de grande
espessura e para aços de alta resistência e baixa
liga do tipo API 5L X60, X65 e X70.
Corrente de
CC+
soldagem
20 - 27 V
∅ 2,5 mm - 90 - 110 A
Parâmetros
∅ 3,2 mm - 120 - 145 A
de soldagem
∅ 4,0 mm - 145 - 190 A
∅ 5,0 mm - 185 - 245 A

Tabela XVII - Características do eletrodo básico OK 73.45

84
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Eletrodos básicos OK para progressão


descendente 1

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E8018-G
Classificações AWS A 5.5 E8018-G
EN 499: E46 5 B 41 H5
Eficiência de
120%
deposição
L.R. > 550 MPa
Propriedades
L.E. > 460 MPa
mecânicas
A ≥ 25%
Composição química C = 0,06 - 0,09
típica do metal de Si = 0,30 - 0,70
solda depositado (%) Mn = 1,0 - 1,4
Filarc 27P é especialmente desenvolvido para sol-
dagem na progressão descendente de juntas cir-
Aplicações
cunferenciais em tubulações. Adequado para aços
API 5L X52 - X70.
Corrente de
CC+
soldagem
∅ 2,5 mm - 80 - 100 A
Parâmetros ∅ 3,2 mm - 110 - 150 A
de soldagem ∅ 4,0 mm - 180 - 220 A
∅ 5,0 mm - 230 - 270 A

Tabela XVIII - Características do eletrodo básico Filarc 27P

1
Eletrodos importados - necessária consulta prévia
85
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E9018-G
Classificações AWS A 5.5 E9018-G
EN 499: E55 5 1NiMo B 41 H5
Eficiência de
120%
deposição
L.R. > 620 MPa
Propriedades
L.E. > 550 MPa
mecânicas
A ≥ 24%
C = 0,06 - 0,09
Composição química Si = 0,30 - 0,70
típica do metal de Mn = 1,0 - 1,4
solda depositado (%) Ni = 0,6 - 1,0
Mo = 0,3 - 0,6
Adequado para soldagem de tubulações de aço de
alta resistência como API 5L X75.
Aplicações
Desempenho e produtividade similares ao
Filarc 27P.
Corrente de
CC+
soldagem
∅ 3,2 mm - 110 - 150 A
Parâmetros
∅ 4,0 mm - 180 - 220 A
de soldagem
∅ 5,0 mm - 230 - 270 A

Tabela XIX - Características do eletrodo básico Filarc 37P

86
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Tipo do eletrodo
ASME SFA 5.5 E10018-G
Classificações AWS A 5.5 E10018-G
EN 757: E55 4 Z B 41 H5
Eficiência de
120%
deposição
L.R. > 690 MPa
Propriedades
L.E. > 620 MPa
mecânicas
A ≥ 22%
C = 0,06 - 0,09
Composição química
Si = 0,30 - 0,70
típica do metal de
Mn = 1,6 - 2,0
solda depositado (%)
Ni = 1,30 - 1,60
Adequado à soldagem de tubulações de aço de
alta resistência como API 5L X80.
Aplicações
Desempenho e produtividade similares ao
Filarc 27P.
Corrente de
CC+
soldagem
∅ 3,2 mm - 110 - 150 A
Parâmetros
∅ 4,0 mm - 180 - 220 A
de soldagem
∅ 5,0 mm - 230 - 270 A

Tabela XX - Características do eletrodo básico Filarc 108MP

87
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 8

Técnicas de soldagem e
práticas operacionais

Figura 67 - Soldagem de tubulações com eletrodos revestidos OK

88
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Eletrodos celulósicos, adequados para uso nas progressões as-


cendente e descendente são normalmente escolhidos para soldar tu-
bos. O mais rápido e, portanto, o mais produtivo método é soldar na
progressão descendente com eletrodos celulósicos. Contudo, quando
é necessário garantir, em particular, a alta integridade de tubos sub-
metidos a altas tensões estáticas ou dinâmicas (por exemplo, tubos
enterrados de médio ou grande diâmetro no cruzamento de rodovias
ou ferrovias ou tubos de pequeno ou médio diâmetro sujeitos a vibra-
ções, temperatura, pressão), a técnica de processos combinados,
como eletrodos celulósicos e básicos na progressão ascendente, é
algumas vezes a preferida. Os itens seguintes ilustram as mais fre-
qüentes práticas operacionais aplicadas na soldagem manual de tu-
bos e as diferentes técnicas adotadas, começando pela preparação e
terminando com uma análise completa de defeitos potenciais, suas
causas e soluções.

Soldagem de dutos na progressão


descendente com eletrodos celulósicos
OK Pipeweld®

Juntas na posição 5G

Vá ao item Preparação e ponteamento na progressão descen-


dente do Capítulo 4 na página 40 para informações sobre as ativida-
des anteriores ao passe de raiz.
Solde o cordão de raiz filetado com um eletrodo de ∅ 4,0 mm. A
corrente deve ser ajustada para 120 - 160 A.
Inicie com o eletrodo na posição 12 horas, com um ângulo de a-

89
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

taque puxando de 10 - 15° e o eletrodo no plano da junta (veja a


Figura 68).

Figura 68 - Ângulo de ataque para o passe de raiz

Abra o arco na raiz da junta (nunca na extremidade do ponto em


direção à superfície externa do tubo), empurre o eletrodo na junta e
avance de modo regular (veja a Figura 69).
Para enxergar melhor a poça de fusão, pode ser necessário vari-
ar o ângulo de ataque puxando de 10 - 15° para 0 - 30°. Use a técnica
de arrastar, mantendo sempre o eletrodo na base da junta. Forma-se,
então, um entalhe no formato de um buraco de fechadura, que acom-
panha a extremidade do eletrodo em seu movimento (veja a Figura
70).

90
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

®
Figura 69 - Passe de raiz com eletrodo celulósico OK Pipeweld na progres-
são descendente

Figura 70 - Entalhe buraco de fechadura

91
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Se furar a raiz, oscilar levemente o eletrodo de um lado para o


outro, como é mostrado na Figura 71.

Figura 71 - Oscilação do eletrodo

Se for necessário interromper o arco antes que o passe seja ter-


minado, a ponta do eletrodo deve ser rapidamente movida para baixo
(veja a Figura 72).

Figura 72 - Interrupção do arco

92
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Isso evita a inclusão de escória na poça de fusão. Remova a es-


cória da cratera e dos últimos 50 mm do cordão de solda. O reinício
deve ser feito começando no metal de solda a aproximadamente
12 mm antes da cratera e movendo-se em direção a ela com um com-
primento de arco ligeiramente acima do normal. Então empurre o
eletrodo para a raiz da junta para encher a cratera e continue a sol-
dagem da maneira normal (veja a Figura 73).

Figura 73 - Procedimento de reinício

O cordão completo deve formar um reforço de solda na raiz de


espessura 1,6 mm (veja a Figura 74).

Figura 74 - Penetração na raiz

93
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Quando a primeira metade da raiz estiver completa, remova a


escória e então repita o processo para a segunda metade da junta.
Para o passe quente, empregue os eletrodos celulósicos
OK 22.46P, OK 22.47P ou OK 22.48P de diâmetro 4,0 mm, depen-
dendo da classe do aço a ser soldado.
Comece com o eletrodo na posição 12 horas, mantendo os
mesmos ângulos indicados para o passe de raiz, em direção à posi-
ção 6 horas. Movimente levemente o eletrodo para cima e para baixo
para enxergar a poça de fusão. Mova a ponta do eletrodo para frente
em um comprimento igual ao diâmetro do eletrodo para permitir que a
poça de fusão se solidifique ligeiramente e então mova a ponta de
volta em um comprimento igual à metade do diâmetro do eletrodo. A
essa altura, espere até que a cratera esteja cheia antes de ir adiante
(veja a Figura 75 e a Figura 76).

Figura 75 - Passe quente

94
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 76 - Oscilação no passe quente

Mantenha um comprimento de arco igual ao diâmetro do eletro-


do. Não aumente o comprimento do arco durante o movimento. Se o
arco for interrompido antes que o cordão esteja concluído, remova a
escória da cratera, reinicie o arco começando sobre o cordão de raiz,
aproximadamente 12 mm à frente do segundo cordão e mova o ele-
trodo de volta à cratera (veja a Figura 77).
Certifique-se de que você encheu a cratera e então recomece a
soldagem conforme descrito anteriormente. Execute a segunda meta-
de do passe com o mesmo procedimento.
Deve ser observado que a técnica empurrando com a qual é de-
positado o passe de raiz causa fusão incompleta e inclusão de escó-
ria nas bordas da junta.
Devido à maior corrente aplicada, o segundo passe — ou passe
quente — não transfere muito metal à junta, porém seu maior aporte
térmico libera a escória e completa a fusão entre as bordas do metal
de solda e o metal de base.

95
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 77 - Reinício do passe quente

Para executar o passe de enchimento (terceiro passe), a posi-


ção de início e os ângulos de ataque puxando do eletrodo são os
mesmos que os indicados para o passe de raiz e para o passe quen-
te, mas devem ser empregados eletrodos de 5,0 mm de diâmetro com
a corrente ajustada para 150 - 180 A. Aplique um movimento com os-
cilação, mantendo um comprimento de arco igual ao diâmetro do ele-
trodo. Pare com a ponta do eletrodo na borda do cordão anterior. Mo-
va o eletrodo na direção da borda oposta descendo aproximadamente
a metade do diâmetro do eletrodo (veja a Figura 78).
Se for necessário reiniciar o arco, empregue o mesmo procedi-
mento indicado para o segundo passe. Após ter soldado a segunda
metade da junta, remova totalmente a escória.
Para encher a junta até 0,8 mm abaixo da superfície externa
do tubo pode ser necessário depositar passes adicionais em toda a
circunferência da junta (veja a Figura 79).

96
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 78 - Passes de enchimento

Figura 79 - Passes adicionais antes do acabamento

Esses cordões de solda geralmente adicionam camadas de es-


pessura 1,6 mm. Empregue as mesmas técnicas indicadas nos pas-
ses anteriores. Freqüentemente, após todas essas camadas terem
sido depositadas, a junta fica mais espessa nas regiões superior e in-
ferior que nas regiões laterais do tubo (costelas), tornando necessário
encher uniformemente toda a junta antes do passe de acabamento.
Nesse caso, são depositados cordões de nivelamento com as
mesmas técnicas ilustradas anteriormente (veja a Figura 80).

97
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 80 - Cordões de nivelamento

A técnica aplicada no passe de acabamento é a mesma já indi-


cada para o penúltimo passe, porém o movimento de oscilação deve
ser mais largo. Pare com a ponta do eletrodo nas bordas do cordão
anterior (veja a Figura 81).

Figura 81 - Passe de acabamento

Empregue uma oscilação retilínea ou em meia-lua com compri-

98
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

mento de arco, velocidade de soldagem e inclinação do eletrodo ade-


quados (veja a Figura 82).

Figura 82 - Oscilações do passe de acabamento

Avance a uma velocidade que torne possível obter um reforço


com altura entre 0,8 e 1,6 mm e uma sobreposição de aproximada-
mente 1,6 mm nas bordas (veja a Figura 83).

99
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 83 - Sobreposição do cordão de solda de acabamento no metal de


base

As normas API requerem inspeção visual e uma criteriosa avali-


ação da qualidade da soldagem. Após ter executado a preparação e
o ponteamento, a peça é identificada e então soldada na posição 5G
conforme indicado anteriormente. É então executada uma inspeção
visual da solda.

Figura 84 - Inspeção visual do cordão de acabamento

100
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Os critérios de aceitação são os seguintes:


Trincas: a solda não deve apresentar trincas.
Penetração: a raiz da junta deve apresentar penetração comple-
ta.
Fusão: a fusão entre o metal de solda e o metal de base deve
ser total.
Inclusão de escória: o vazio na zona fundida contendo a inclu-
são não deve exceder 3,2 mm para cada 152 mm de solda.
Poros: a seção afetada pela porosidade não pode ser mais longa
que 1,6 mm; e o total não deve exceder o comprimento de
2
3,2 mm para cada 6,5 cm de superfície de solda.
Mordeduras: não devem exceder a largura de 0,8 mm nem a
profundidade de 0,8 mm; e seu comprimento total não deve ex-
ceder 50,8 mm para cada 152 mm de solda ou 5% da espessura
da parede, se a solda for mais curta.
Metal de solda: os reforços da superfície e da raiz não devem
exceder as dimensões indicadas, devem ter uma transição suave
com as superfícies do metal de base e suas bordas devem estar
livres de mordeduras.

Juntas na posição 6G / H-L045

Aplicação: soldagem de todos os tubos de aço carbono de diâmetro


8” (219,1 mm) e espessura de parede de 8,2 mm.
Parâmetros de soldagem
Eletrodo OK 22.45P ∅ 2,5 mm, corrente 70 - 100 A
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, corrente 100 - 120 A
O equipamento de solda deve ter uma tensão de circuito aberto
de 70 V
Atividades
Após ter executado a atividade de preparação e ponteamento
conforme descrita no Capítulo 4, fixe a peça usando dispositivos com
101
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

seu eixo a 45° do plano horizontal — veja a Figura 85 — e com os


pontos localizados nas posições 3, 6, 9 e 12 horas. Coloque o ponto
onde a abertura da raiz for menor na posição 12 horas, quando for
possível.

Figura 85 - Soldagem na posição 6G

Execute o passe de raiz com a mesma técnica aplicada no


Capítulo 8.
Mantenha o eletrodo paralelo ao plano da junta e aplique um ân-
gulo de ataque puxando de 10 - 15° (veja a Figura 86). Se o revesti-
mento do eletrodo fundir de uma maneira irregular, mova ligeiramente
a ponta do eletrodo de uma borda para a outra. Solde ambas as me-
tades da junta com a mesma técnica. O passe de raiz não deve pene-
trar mais que 1,6 mm.

102
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 86 - Soldagem do passe de raiz

103
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Para o passe quente, empregue eletrodos OK 22.45P de diâme-


tro 3,2 mm. Abra o arco na posição 12 horas com os mesmos ângulos
de eletrodo aplicados no passe de raiz.
Aplique um movimento similar àquele descrito para o segundo
cordão no Capítulo 8.
Para os passes de enchimento, comece na posição 12 horas
com um ângulo de trabalho de 80 - 90° com o eixo do tubo (veja a
Figura 87).

Figura 87 - Passes de enchimento

Avance da posição 12 horas até a posição 6 horas usando um


movimento de oscilação alongada e então, se necessário, execute
cordões de nivelamento (veja a Figura 88).

104
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 88 - Oscilação dos passes de enchimento

Execute o passe de acabamento aplicando os mesmos ângulos


de eletrodo e a mesma técnica dos passes de enchimento. Os cor-
dões externos devem compor um reforço de 1,6 mm e sobrepor o bi-
sel em 1,6 mm (veja a Figura 89). Solde ambas as metades da junta e
então remova a escória.
Para ser aprovado no teste de qualificação em um procedimen-
to de soldagem na posição 6G — que cobre todas as outras — alguns
ensaios mecânicos devem ser realizados numa amostra. Para isso,
prepare e ponteie uma peça conforme descrito no Capítulo 4.
Execute a soldagem conforme descrito nesse capítulo. Tenha cui-
dado em remover as maiores irregularidades usando uma lixadeira
com um disco de granulação fina antes de depositar o segundo pas-
se. Faça um ensaio visual conforme indicado na página 101.

105
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 89 - Passe de acabamento

Soldagem de dutos na progressão


ascendente com a técnica mista
eletrodos celulósicos/básicos

As técnicas descritas nesse item aplicam-se a tubos de diâmetro


a partir de 8" (219,1 mm). Os parâmetros de soldagem para o ponte-
amento podem ser encontrados no Capítulo 4.
Se a fonte não possuir indicador de corrente, esta pode ser ajus-
tada empiricamente procedendo-se da seguinte maneira: coloque
uma tira de aço carbono de 6 mm de espessura na posição horizon-
tal, abra o arco e deposite um cordão retilíneo, simétrico, com ondula-
ção regular e espessura de 1,6 mm. Se o cordão for desnivelado e

106
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

fortemente convexo, a corrente deve ser aumentada. Se o cordão for


achatado e apresentar respingo excessivo, a corrente deve ser redu-
zida (veja a Figura 90).

Figura 90 - Ajuste da corrente

Juntas na posição 5G / PF

Esse tipo de junta / posição é utilizado na soldagem de curvas,


flanges e peças forjadas em todos os diâmetros. O seguinte exemplo
contempla a soldagem de tubos de diâmetro 8” (219,1 mm).
Parâmetros de soldagem2
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, CC-, corrente 85 - 110 A, passe
de raiz
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm / 3,2 mm, CC+, corrente

2
Para o processo com a técnica mista eletrodo celulósico / básico.
107
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

85 - 110 A, enchimento
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 3,2 mm, CC+, corrente
110 - 140 A, acabamento
A fonte deve ter uma tensão de circuito aberto de 70 V.
Passe de raiz
Para executar o passe de raiz, inicie com o eletrodo na posição
6:30, perpendicular ao eixo e à superfície do tubo. Abra o arco na raiz
da junta (nunca na extremidade do ponto ou na superfície externa do
tubo). Mantenha um comprimento de arco com o dobro do diâmetro
do eletrodo e oscile de uma borda para a outra, para frente e para
trás, para pré-aquecer o nariz do bisel (veja a Figura 91).
Após dois ou três movimentos, reduza o comprimento do arco
para uma vez o diâmetro do eletrodo e forme a cratera buraco de fe-
chadura, então mantenha o arco no nariz do bisel e avance. Use um
leve movimento oscilante para cima e para baixo. Para manter uma
cratera de dimensões apropriadas, os movimentos devem ser rápidos
e precisos (veja a Figura 92).
Quando se aproximar de um ponto de solda, reduza a velocidade
de soldagem e aumente ligeiramente o comprimento do arco. Se a
cratera tender a se fechar, aplique um ângulo de ataque puxando de
5 - 10° e/ou reduza a velocidade de alimentação. Se, por outro lado, a
cratera tender a se abrir, aplique um ângulo de ataque empurrando de
5 - 10° e/ou aumente a velocidade de alimentação (veja a Figura 93).
Se necessário, interrompa o arco antes que o cordão esteja con-
cluído, forme uma cratera buraco de fechadura de diâmetro aproxi-
madamente 5 mm empurrando rapidamente a ponta do eletrodo em
direção à junta por aproximadamente 12 mm, e então retire comple-
tamente o eletrodo. Dessa forma, é assegurada uma penetração com-
pleta na reabertura do arco (veja a Figura 94).

108
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 91 - Passe de raiz

109
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 92 - Oscilação do passe de raiz

Figura 93 - Ângulos de ataque

Remova a escória da cratera e dos últimos 25 mm do cordão de


solda. A reabertura do arco deve ser executada iniciando no cordão
de solda a aproximadamente 20 mm antes da cratera, movendo o ele-
trodo em direção à cratera com um comprimento de arco ligeiramente
maior que o comprimento normal. Mova para frente e para trás na
cratera para pré-aquecer as bordas e então volte ao comprimento de
arco normal (veja a Figura 95).
110
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 94 - Interrupção do arco

Figura 95 - Procedimento de reabertura do arco

111
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Quando a primeira metade do passe estiver concluída, remova a


escória e então repita a operação na segunda metade da junta.
O passe de raiz deve apresentar uma superfície ligeiramente
convexa e ter uma altura de reforço de 1,6 mm (veja a Figura 96).

Figura 96 - Passe de raiz

Nessa etapa, os passes de enchimento e acabamento podem ser


executados continuando com eletrodos celulósicos ou usando a téc-
nica mista eletrodo celulósico / básico.
Cordões de enchimento e acabamento com eletrodos básicos
Se, após o primeiro cordão, se desejar utilizar eletrodos revesti-
dos básicos, proceda da seguinte maneira:
Para o segundo cordão, utilize eletrodos OK 48.04 / OK 55.00
∅ 2,5 / 3,2 mm. Abra o arco na posição 6:30 e estabilize-o na posição
6 horas mantendo preferencialmente um arco de pequeno compri-
mento a ângulos conforme mostrado na Figura 97.
Aplique um movimento de oscilação retilíneo, parando com o ele-
trodo nas bordas da junta (veja a Figura 98 e a Figura 99). A veloci-
dade de oscilação e os tempos de parada determinarão o resultado.
Uma velocidade muito baixa ou uma oscilação excessiva causarão
uma poça muito grande e dificultarão o controle, enquanto uma velo-
cidade muito alta ou pouca oscilação causarão falta de fusão no cor-

112
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

dão anterior, com um cordão muito convexo e mordeduras (veja a


Figura 100).

Figura 97 - Ângulos de ataque

Um enchimento correto da junta atinge aproximadamente até


1,6 mm da superfície do tubo. Se o penúltimo cordão não atingir es-
se nível, deposite outro cordão com OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm
(ou 3,2 mm) empregando o mesmo procedimento. Se o arco for inter-
rompido antes que o passe esteja completo, remova a escória da cra-
tera, reabra o arco iniciando o último cordão aproximadamente a
12 mm à frente da cratera e então retorne até que a cratera seja pre-
enchida, continuando a partir daí com a velocidade de soldagem nor-
mal. Finalmente, remova a escória da extremidade do cordão e exe-
cute a segunda metade da junta.

113
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 98 - Oscilação dos passes de enchimento

Figura 99 - Oscilação dos passes de enchimento

114
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 100 - Efeitos da velocidade de soldagem e da oscilação

Para o passe de acabamento, empregue eletrodos OK 48.04 /


OK 55.00 ∅ 3,2 mm, aplicando a mesma técnica dos passes de en-
chimento, porém com um movimento de oscilação mais largo, paran-
do nas bordas da junta. A sobreposição nas bordas da junta deve
medir aproximadamente 1,6 mm, e o reforço da solda deve ficar entre
0,8 e 1,6 mm (veja a Figura 101).
O Código ASME requer uma inspeção visual e uma criteriosa a-
valiação da qualidade da solda numa amostra. Após ter executado a
preparação e o ponteamento, a peça é identificada e então soldada
na posição 5G conforme indicado previamente. É então executada
uma inspeção visual da solda.

115
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 101 - Sobreposição do passe de acabamento

Os critérios de aceitação são os seguintes:


Trincas: a solda não deve apresentar trincas.
Penetração: a raiz da junta deve apresentar penetração comple-

116
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

ta.
Fusão: a fusão entre o metal de base e o metal de adição deve
ser completa.
Inclusão de escória: as cavidades na zona fundida contendo a
escória não devem exceder 3,2 mm para cada 152 mm de solda.
Inclusões gasosas: uma seção afetada por porosidade não pode
exceder o comprimento de 1,6 mm; e seu comprimento total não
2
deve exceder 3,2 mm para cada 6,5 cm de superfície de solda.
Mordeduras: não devem exceder uma largura de 0,8 mm e uma
profundidade de 0,8 mm; e seu comprimento não deve exceder
50,8 mm para cada 152 mm de solda ou 5% da espessura de pa-
rede, se a solda for mais curta.
Metal de solda: os reforços da face e da raiz não devem exceder
as dimensões indicadas, devem apresentar uma transição suave
com as superfícies do metal de base e suas bordas devem estar
livres de mordeduras.
Cordões de acabamento com eletrodos celulósicos
Depois de executado o passe de raiz com o eletrodo OK 22.45P,
os passes subseqüentes de enchimento e acabamento podem ser
®
executados empregando-se eletrodos celulósicos OK Pipeweld .
Continue novamente com a progressão ascendente, utilizando
®
eletrodos OK Pipeweld ∅ 3,2 mm e 4,0 mm se o chanfro e o diâme-
tro do tubo forem adequados.
A corrente de soldagem deve ser menor que a aplicada no passe
de raiz, sendo determinada pelo tamanho do tubo.
Os valores de corrente normalmente aplicados são os seguintes:
∅ 3,2 mm - 60 A - 100 A
∅ 4,0 mm - 80 A - 120 A
Dependendo da largura do chanfro, a soldagem é executada em
movimentos de oscilação retilíneos ou em meia-lua, parando com o
eletrodo nas bordas da junta.

117
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Juntas na posição 2G / PC

Esse tipo de junta / posição é empregado em tubos e em peque-


nos vasos. O seguinte exemplo descreve a soldagem de um tubo com
diâmetro 8” (219,1 mm).
Parâmetros de soldagem (*)
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, CC-, corrente 85 - 110 A, passe
de raiz
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm, CC+, corrente
85 - 110 A, passes de enchimento
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 3,2 mm, CC+, corrente
110 - 140 A, passes de acabamento
A fonte deve ter uma tensão de circuito aberto de pelo menos
70 V.
(*) Para processos com a técnica mista eletrodo celulósico / bási-
co
Atividades
Após ter executado a preparação e o ponteamento, fixe a peça
na posição 2G (eixo vertical) — veja a Figura 102.
Então faça o passe de raiz com eletrodos OK 22.45P de diâme-
tro 3,2 mm (veja a Figura 103 e a Figura 104).
O eletrodo deve ser mantido na horizontal com um ângulo de a-
taque puxando de 5 - 10°. Inicie o cordão a 50 mm do ponto, forme a
cratera buraco de fechadura e avance com um movimento de oscila-
ção similar ao empregado na posição 5G. Mantenha o eletrodo nas
bordas do nariz (veja a Figura 105 e a Figura 106).
Se a cratera tender a alargar-se, aumente o ângulo de ataque
puxando de 5° para 10° (veja a Figura 107). Se a ponta do eletrodo
for empurrada muito para dentro da junta, formar-se-ão mordeduras
ao longo da raiz e ocorrerão defeitos e penetração excessiva (veja a
Figura 108). Se o eletrodo não for empurrado suficientemente na jun-

118
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

ta, serão obtidas penetração incompleta e mordeduras nas superfí-


cies biseladas.

Figura 102 - Fixação na posição 2G

Figura 103 - Ângulos de ataque

119
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 104 - Seqüência de soldagem

Figura 105 - Oscilação do passe de raiz

Se o arco for interrompido antes que o cordão esteja completo,


limpe a cratera e reinicie conforme descrito no parágrafo anterior, sem
esquecer de encher a cratera (veja a Figura 109).

120
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 106 - Cratera buraco de fechadura

Figura 107 - Correção do ângulo de ataque

121
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 108 - Causa de mordeduras

Figura 109 - Enchimento da cratera

O segundo passe ou passe de enchimento deve ser executado

122
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

com um eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm.


O eletrodo deve ser mantido na horizontal com um ângulo de a-
taque puxando de 5 - 10° (veja a Figura 110).
Empregue um movimento perpendicular em W, com paradas nos
pontos indicados na figura para encher corretamente a cratera de sol-
da (veja a Figura 111). Mantenha o arco o mais curto possível. O cor-
dão deve ser chato ou ligeiramente convexo com boa fusão nas bor-
das.

Figura 110 - Passe de enchimento

Os passes de acabamento devem ser feitos com eletrodos


OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 3,2 mm. O ângulo de ataque varia, com res-
peito ao plano horizontal, de 5° acima para o terceiro cordão, para 5°
abaixo para o quinto (veja a Figura 112).

123
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 111 - Oscilação em W

Um ângulo de ataque correto assegura boa fusão nas bordas da


junta. Os cordões devem se sobrepor até à metade do cordão anteri-
or. Empregue o mesmo movimento de oscilação descrito para o se-
gundo cordão. A junta acabada deve ter uma tolerância de projeto de
1,6 mm para usinagem e a superfície levemente convexa não deve
apresentar mordeduras.
O Código ASME (*) requer uma inspeção visual e uma criteriosa
avaliação da qualidade da solda em uma amostra. Depois de ter exe-
cutado a preparação e o ponteamento, a peça é identificada e então
soldada na posição 2G conforme previamente indicado. É então exe-
cutada uma inspeção visual da solda.
Os critérios de aceitação são os seguintes:
Trincas: a solda não deve apresentar trincas.
Penetração: a raiz da junta deve apresentar penetração comple-
ta.
Fusão: a fusão entre o metal de base e o metal de adição deve
ser completa.
Inclusão de escória: as cavidades na zona fundida contendo a
escória não devem exceder 3,2 mm para cada 152 mm de solda.
Inclusões gasosas: uma seção afetada por porosidade não pode

124
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

exceder o comprimento de 1,6 mm; e seu comprimento total não


2
deve exceder 3,2 mm para cada 6,5 cm de superfície de solda.
Mordeduras: não devem exceder uma largura de 0,8 mm e uma
profundidade de 0,8 mm; e seu comprimento não deve exceder
50,8 mm para cada 152 mm de solda ou 5% da espessura de pa-
rede, se a solda for mais curta.

Figura 112 - Passe de acabamento

125
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Metal de solda: os reforços da face e da raiz não devem exceder


as dimensões indicadas; devem apresentar uma transição suave
com as superfícies do metal de base e suas bordas devem estar
livres de mordeduras.

Juntas na 6G / H-L045

Esse tipo de junta / posição é usado para soldar curvas, flanges,


tês, etc. O seguinte exemplo mostra a soldagem de tubos de diâmetro
8” (219,1 mm). A posição de soldagem 6G qualifica todas as outras.
Parâmetros de soldagem (*)
Eletrodo OK 22.45P ∅ 3,2 mm, CC-, corrente 85 - 110 A, passe
de raiz
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 2,5 mm, CC+, corrente
85 - 110 A, passes de enchimento
Eletrodo OK 48.04 / OK 55.00 ∅ 3,2 mm, CC+, corrente
110 - 140 A, passes de acabamento
A fonte deve ter uma tensão de circuito aberto de pelo menos
70 V
(*) Para processos mistos com a técnica eletrodo celulósico / bá-
sico
Atividades
Depois de ter executado a preparação e o ponteamento, fixe a
peça na posição 6G (eixo a 45° com o plano horizontal) — veja a
Figura 113. Os pontos devem ser aplicados nas posições 2, 5, 8 e
11 horas, quando possível.
Então execute o passe de raiz com eletrodos OK 22.45P de di-
âmetro 3,2 mm. Comece com o eletrodo na posição 6:30, no plano da
junta e perpendicular à direção de soldagem (veja a Figura 114).
Empregue um leve movimento de oscilação. A ponta do eletrodo
deve ser mantida nas bordas do nariz, porém sem exercer pressão

126
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

sobre ele. Se a cratera tender a fechar, aplique um leve ângulo de a-


taque puxando e/ou reduza a velocidade de soldagem. Se a cratera
tender a abrir, aplique um leve ângulo de ataque empurrando e/ou
aumente a velocidade de soldagem (veja a Figura 115).

Figura 113 - Montagem na posição 6G

Os procedimentos de interrupção e reabertura do arco são simila-


res àqueles descritos no Capítulo 8.
Faça ambas as metades do passe e remova a escória antes de
depositar o segundo passe (veja a Figura 116).
O passe de enchimento deve ser executado abrindo o arco na
posição 6:30 e estabilizando-o na posição 6 horas em uma largura
bastante reduzida. Observe os ângulos da figura. Aplique eletrodos
OK 48.04 / OK 55.00 de diâmetro 2,5 mm. O passe de enchimento
deve ficar a aproximadamente 1,6 mm da superfície externa do tubo
(veja a Figura 117).

127
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 114 - Ângulo de ataque e ângulo de trabalho

Então execute os passes de acabamento com eletrodos


OK 48.04 / OK 55.00 de diâmetro 3,2 mm, aplicando uma corrente de
110 - 140 A (veja a Figura 118).
Os ângulos do eletrodo para os passes de acabamento são os
mesmos que aqueles empregados para os passes de enchimento
(veja a Figura 119).
Tome nota do número de cordões de cada camada (veja a Figura
120).

128
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 115 - Passe de raiz

129
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 116 - Geometria do passe de raiz

Figura 117 - Passes de enchimento


130
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 118 - Passe de acabamento

Figura 119 - Ângulos de ataque dos passes de acabamento

131
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 120 - Seqüência de passes

132
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Exemplo de EPS

PROPOSTA DE ESPECIFICAÇÃO DE
PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM
Projeto: Especificação Projeto API 1104 Ed set/99
Processo Soldagem SMAW Tipo: Manual
JUNTAS METAIS DE BASE CROQUIS DA JUNTA
Tipo de Bisel: Simples V Espec. Material: API 5L x API 5L 60-70°
Mata-Juntas: N/A Tipo ou Grau: X-70 x X-70
Mat. Mata-Juntas: N/A Faixa Diâmetro.: > 323,9 mm
Outros: N/A Faixa Espessura: 4,8 mm – 19,1 mm 1,0-2,0 mm
Fabricante:
METAIS DE ADIÇÃO
Passe N.º: Raiz 2o Passe Enchimento Acabamento 1,5-2,0 mm

Dimensões: 4,0 mm 4,0 mm 5,0 mm 5,0 mm SEQÜÊNCIA DE PASSES


Especific. AWS: A 5.1-91 A 5.5-96 A 5.5-96 A 5.5-96
Classific. AWS: E 6010 E 8010-G E 8010-G E 8010-G 12 11
10 9
Fabricante: 8 7
6 5
Marca Comercial: OK 22.45 P OK 22.47 P OK 22.47 P OK 22.47 P 4
3
N.º Corrida: 2
1
Local Fabricação: Brasil Brasil Brasil Brasil
POSIÇÃO 5G PROGRESSÃO Descendente
GASES PRÉ AQUECIMENTO TTPS
Gas(es) Mist % Comp. Vazão Temp. Pré aq.: Remover umidade Temp.: N/A
Raiz/2o Passe: N/A N/A N/A Temp. Entrep.: 250 °C máx. Tempo: N/A
Enchimento: N/A N/A N/A Método. Pré aq.: Gás propano Outros: N/A
Acabamento: N/A N/A N/A Controle Temp.: Lápis Térmico
TIPO E REMOÇÃO DA ACOPLADEIRA TEMPO ENTRE PASSES
Interna: Sim Remover Após: 50 % da raiz Tempo Máximo entre Raiz e 2o Passe: 60 min
Externa: N/A Remover Após: N/A Tempo Máximo entre 2o Passe e demais: 60 min
TÉCNICA
Filetado ou Trançado filetado Oscilação: N/A Tamanho Bocal: N/A
Limpeza / Ferramentas
Esmerilhamento / escovamento Máquinas Lixadeira, Maquita Escova, lima
Esmerilhamento Manuais
Distância de Contato à Peça: N/A Corrente Elétrica: Corrente contínua
Polaridade: Raiz (-); 2o Passe (+); Enchimento/Acabamento (+) Outros:
Diâmetro Largura / Faixa Faixa Faixa Veloc. Faixa Aporte
Passe Progressão VAA (m/min) Metal Freqüência Corrente Voltagem Soldagem de Calor
Adição Oscilação (A) (V) (mm/s) (kJ/mm)
Raiz Descendente N/A 4,0 N/A 120 – 140 30 – 35 5,0 0,7 – 1,0
2o Passe Descendente N/A 4,0 N/A 150 – 160 35 – 40 6,8 0,8 – 0,9
Enchimento Descendente N/A 5,0 N/A 200 – 220 35 – 40 4,2 1,7 – 2,1
Acabamento Descendente N/A 5,0 N/A 150 – 160 30 – 35 3,4 1,3 – 1,6

NOTAS
Após soldagem, executar 100 % de Ensaio Visual e Ensaio Radiográfico.

133
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 9

Defeitos: causas e soluções

Figura 121 - Inspeção de tubulações

134
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Para encontrar e possivelmente evitar defeitos de soldagem, o


operador deve adquirir familiaridade com a forma e a dimensão da
poça de fusão e sua relação com a forma e a aparência do cordão de
solda acabado.
O metal de adição é gerado pelo eletrodo que, através do arco,
começa a misturar-se com o metal de base fundido. Na soldagem na
progressão descendente, a força do arco tende a fazer o metal fun-
dido fluir na direção da parte de trás da cratera para formar o cordão
de solda, enquanto que a força da gravidade tende a contrabalançar a
do arco, fazendo a poça de fusão fluir na direção de soldagem.
Ao contrário, na soldagem na progressão ascendente, as forças
do arco e da gravidade empurram o metal fundido para a parte de trás
da cratera para formar o cordão de solda.
O movimento do metal fundido em direção à parte de trás da cra-
tera e sua forma proporciona ao operador um meio de controle contí-
nuo da qualidade, sem interromper o arco. As variáveis essenciais,
pelas quais o operador controla a poça de fusão e sobre as quais ele
deve intervir para evitar os defeitos de soldagem, são: diâmetro do
eletrodo, corrente, comprimento do arco, velocidade de solda-
gem e ângulos de posicionamento.
Um dos mais importantes fatores é a penetração. Existe pene-
tração correta quando a solda atravessa completamente a espessura
da junta, deixando um pequeno reforço de penetração contínua e
bem fundida atrás. Um dos defeitos mais comuns em tubulações é a
penetração insuficiente, que consiste em descontinuidade entre os
dois narizes dos biséis devido ao fato que o metal de adição não pe-
netrou completamente a junta (veja a Figura 122). Isso ocorre quan-
do, durante a soldagem, a abertura da raiz começa a fechar, o cordão
torna-se estreito e a poça de fusão fica estagnada. Para evitar esse
problema, uma possível solução é diminuir a velocidade de soldagem
ou reduzir o ângulo de ataque do eletrodo para aumentar a tempera-
tura da poça de fusão e, portanto, aumentar a penetração. Se isso

135
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

não for suficiente, interrompa a soldagem e aumente a corrente ou


empregue a maquita para reduzir o nariz.

Figura 122 - Penetração insuficiente

O defeito oposto é o excesso de penetração, que é destacado


por um reforço excessivo na raiz da junta, maior que o requerido (veja
a Figura 123).

Figura 123 - Excesso de penetração

Nesse caso, durante a soldagem, a abertura da raiz torna-se mui-


to larga e a poça de fusão fica difícil de se controlar devido ao seu
tamanho e fluidez. Para reduzir a penetração e eliminar esse proble-

136
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

ma, a velocidade de soldagem deve ser aumentada, possivelmente


aumentando também o ângulo de ataque do eletrodo. Se isso não for
suficiente, interrompa a soldagem e reduza a corrente.
Um aporte térmico excessivo pode causar rechupe. Isso faz com
que a superfície interna da junta fique côncava. É um defeito comum
quando se solda na sobrecabeça: a força da gravidade faz com que a
superfície interna do cordão de solda se torne côncava e a superfície
externa se torne convexa (veja a Figura 124).

Figura 124 - Rechupe

Em ambos os casos, é necessário reduzir o aporte térmico ao


metal fundido, sendo os métodos os mesmos que aqueles já descritos
no caso anterior (veja a Figura 125).
Na progressão ascendente, o alto aporte térmico pode furar a ra-
iz, com conseqüente queda de metal fundido.
Outra causa de defeitos é freqüentemente associada com uma
reabertura imperfeita do arco, geralmente devido a uma corrente
muito baixa ou pré-aquecimento insuficiente; o início do cordão adja-
cente é muito largo e a extremidade tem um contorno decrescente em
direção à cratera (veja a Figura 126).

137
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 125 - Rechupe

Figura 126 - Reabertura imperfeita do arco

Para evitar esse tipo de defeito, o eletrodo deve ser movido em


direção ao final da cratera, mantendo o arco ligeiramente longo para
pré-aquecer. Ao final, reduza o comprimento do arco para fundir a fina
ponte de metal, esperando até que o cordão de solda esteja com um
comprimento igual ao já existente, e então reinicie a soldagem nor-
mal. Quando o arco for corretamente aberto, o eletrodo deve ser vira-
do em direção ao final da cratera.
Além disso, no caso de progressão ascendente, reinicie com ele-
trodos de baixa liga e/ou com baixo carbono (básico), devendo o

138
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

arco ser reaberto acima (à frente) da cratera; então mova o eletrodo


em direção à outra extremidade, devendo o arco ser mantido ligeira-
mente mais comprido que o normal. Para reiniciar cordões de enchi-
mento ou externos, com eletrodos celulósicos ou básicos, abra o arco
a aproximadamente 13 mm à frente da cratera e então retorne até
que esta seja preenchida. Dessa forma, o cordão anterior é correta-
mente pré-aquecido.
Outro defeito típico de soldagem consiste nas mordeduras. São
reentrâncias que aparecem nas bordas do cordão na transição com a
superfície do metal de base. Mordeduras reduzem a espessura e
causam furos na raiz. Esse defeito é devido ao comprimento excessi-
vo do arco. Quanto maior o cone do arco, mais largas serão as reen-
trâncias, sendo o metal de adição depositado em gotas, havendo res-
pingos excessivos com conseqüente perda de material de adição.
Adicionalmente, a raiz na progressão descendente freqüente-
mente causa pequenas mordeduras nas bordas da superfície externa
do cordão, mas isso é principalmente devido a uma velocidade de
soldagem muito alta. O segundo passe usualmente preenche as mor-
deduras nas bordas e evita falta de fusão e inclusão de escória.
As mordeduras na raiz do lado interno da tubulação são causa-
das por um comprimento de arco muito curto. A ponta do eletrodo é
empurrada em demasia na junta e o material de adição que é empur-
rado através da junta é depositado na raiz.
Finalmente, devemos dirigir a atenção para uma série de defeitos
de soldagem causados por uma preparação incorreta da junta (veja
a Figura 127). A abertura da raiz, o nariz e a limpeza da junta são to-
dos fatores diretamente relacionados à futura qualidade da junta aca-
bada.
Uma abertura muito grande da raiz ou muito pequena pode cau-
sar penetração excessiva, rechupe, trincas ou mordeduras. Aberturas
muito grandes na raiz tornam necessário aumentar a velocidade de
soldagem sob pena de haver um aporte térmico excessivo, com ex-

139
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

cesso de penetração ou furo da raiz. Da mesma forma, se o nariz é


muito fino, o calor do arco o funde e leva à situação anterior de aber-
tura excessiva na raiz.

Figura 127 - Preparação incorreta da junta

Ao contrário, uma abertura muito pequena da raiz ou um nariz


muito grosso podem causar penetração insuficiente, falta de fusão e
convexidade da superfície do cordão de solda com possível inclusão
de escória. Se o nariz for muito grosso, o arco não pode fundi-lo para
formar o buraco de fechadura, sendo o metal de solda depositado en-
tre os narizes com penetração insuficiente.
Uma limpeza insuficiente ou inadequada da junta e do material
de base antes da soldagem pode causar defeitos posteriores, geral-
mente inclusões gasosas (porosidade, se ≤ 1 mm, cavidades se
≥ 1 mm). A presença de óleo ou sujeira nas superfícies a serem sol-
dadas causa porosidade esférica. Outras causas de porosidade po-
dem ser a presença de umidade no metal de base, velocidade de sol-
dagem excessiva ou oscilação excessiva do eletrodo.
Finalmente, é importante mencionar o efeito do ângulo do ele-
trodo como um meio de controle de temperatura. Os ângulos de ata-
que, empurrando ou puxando, influenciam o aporte térmico, a força
do arco e a quantidade de material depositado. Já que a força do arco
é sempre exercida na mesma direção do eletrodo, se este não for
centrado na junta, o arco causa mordeduras ao longo das bordas. Na
soldagem em progressão ascendente, a gravidade move o metal fun-

140
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

dido em direção ao ponto mais baixo da cratera, onde grandes mor-


deduras não foram preenchidas. Mordeduras, que podem ser causa-
das por um comprimento de arco excessivamente longo podem tam-
bém ocorrer ao longo das bordas da raiz da junta.
Para finalizar, a qualidade da solda depende da habilidade do
operador, de seu conhecimento das técnicas apropriadas e de sua
capacidade de controlar as cinco variáveis essenciais mencionadas
no início. A preparação da junta e sua limpeza antes da soldagem de-
vem ser bem feitas.

141
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Capítulo 10

Soldagem automática de
tubulações

Figura 128 - Biseladora

142
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Por décadas, as maiores empreiteiras especializadas na constru-


ção de tubulações no âmbito mundial adotaram sistemas automáticos
de soldagem, tendo sido sua opção imediatamente recompensada.
As principais razões para a mudança são:
Aumento de produtividade
Menores custos da soldagem
Melhor aproveitamento da mão de obra
Treinamento de operadores (soldadores) em poucas semanas
Menor percentual de reparos’
Reprodutibilidade perfeita de uma junta de teste
Podem ser escolhidas diferentes alternativas quando a mudança
tem que ocorrer:
Soldagem unilateral com acopladores internos empregando co-
bre-juntas de cobre
Execução de um passe interno de raiz com um acoplador / equi-
pamento para soldagem interna
Ambos proporcionam boa produtividade e baixo índice de repa-
ros, mas suas vantagens respectivas são:

Soldagem unilateral

Baixo custo do equipamento


Maior velocidade no passe de raiz (o primeiro passe controla a
velocidade de produção na fase de soldagem na linha principal)

Passe interno

Pode ser empregado quando não forem permitidos cobre-juntas


de cobre
Podem assegurar melhor penetração em condições de desali-
nhamento

143
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Consumíveis de soldagem

Arames sólidos

®
OK Autrod 12.51
Classificação
ASME SFA/AWS A5.18-93 ER70S-6
®
OK Autrod 12.51 é um arame sólido cobreado com baixo teor de impure-
zas para soldagem MIG/MAG circunferencial na progressão descendente
de tubulações de qualidade tais como API 5L X52 até X70. Esse arame
permite soldagem com altas correntes (transferência por aerossol) e tam-
bém com transferência por curto-circuito em todas as posições. Gás de pro-
teção: misturas Ar/CO2.
Composição química típica do metal de solda (%)
C = 0,07
Si = 0,80
Mn = 1,40
Propriedades mecânicas típicas do metal de solda
L.E. = 535 MPa
L.R. = 600 MPa
AL. = 26%
Charpy V = 100 J @ -20°C

®
Tabela XXI - Características do arame sólido cobreado OK Autrod 12.51

144
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 129 - Tubulação para soldagem automática

Arames tubulares

Mesmo para as aplicações mais extremas, onde produtividade,


qualidade e características mecânicas devam ser garantidas, a ESAB,
graças a sua preferência por um relacionamento de parceria com as
grandes empreiteiras do setor offshore, desenvolveu uma série de a-
®
rames tubulares OK Tubrod que permitem um considerável aumento
na produtividade.

145
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

®
OK TUBROD 70 MC
Classificação
ASME SFA/AWS A5.18 E70C-6M
Arame tubular com alma metálica. Possibilita elevada eficiência e taxa de
deposição. Devido ao baixo nível de componentes formadores de escória, a
única escória formada por este arame tubular são pequenas ilhas de sílica.
Soldagem em passe único ou multipasse de aços de baixo e médio teor de
carbono. As principais aplicações compreendem juntas de topo multipasses
e juntas em ângulo na progressão descendente e na posição horizontal.
Passes de raiz sem cobre-juntas são soldados no modo de transferência
por curto-circuito. A soldagem MIG pulsada é aplicada para otimizar o en-
chimento de juntas fora de posição, empregando misturas Ar/CO2 como gás
de proteção. Apropriado para soldagem semi-automática e para uso com
equipamentos orbitais automáticos.
Composição química típica do metal de solda (%)
C = 0,04
Si = 0,55
Mn = 1,30
Propriedades mecânicas típicas do metal de solda
L.E. = 500 MPa
L.R. = 580 MPa
AL. = 28%
Charpy V = 50 J @ -29°C

®
Tabela XXII - Características do arame tubular metálico OK Tubrod 70 MC

146
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

®
OK TUBROD 90 MC
Classificação
ASME SFA/AWS A5.28 E90C-G
Arame tubular com alma metálica, de baixa emissão de fumos. Apresenta
alta eficiência (90 - 95%) bem como elevada taxa de deposição, resultando
em um cordão de excelente aspecto, com pequenas ilhas de escória, mini-
mizando a limpeza entre os passes. Contém Ni e Mo, sendo designado pa-
ra soldagem de aços de média e alta resistência e de aços temperados com
tensão limite de escoamento mínimo de 550 MPa. Também designado para
aplicações onde se requerem propriedades de impacto até -40°C. A solda-
gem MIG/MAG pulsada é aplicada para otimizar o enchimento de juntas fo-
ra de posição, empregando misturas Ar/CO2 como gás de proteção.
Composição química típica do metal de solda (%)
C = 0,03
Si = 0,50
Mn = 1,40
Ni = 1,60
Mo = 0,30
Propriedades mecânicas típicas do metal de solda
L.E. = 620 MPa
L.R. = 700 MPa
AL. = 23%
Charpy V = 40 J @ -40°C

®
Tabela XXIII - Características do arame tubular metálico OK Tubrod 90 MC

147
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

®
Figura 130 - Arame tubular OK Tubrod

Técnicas de soldagem e práticas


operacionais para a soldagem orbital
automática

Soldagem com a técnica mista

A soldagem eletrodo-arame pode ser considerada a primeira eta-


pa em direção ao processo de soldagem completamente automático;
embora as grandes empreiteiras tenham adotado essa solução no i-
nício dos anos 80 para limitar os investimentos na primeira fase.

148
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Poderia funcionar em um chanfro padrão API (30°+30°) sem utili-


zar a máquina biseladora (dispositivo muito caro), executando os
passes de raiz e quente com eletrodos celulósicos e o enchimento e o
acabamento com arames tubulares ou sólidos. É muito comum o uso
de arames tubulares autoprotegidos em regiões onde o gás de prote-
ção não é tão fácil de se encontrar.

Soldagem com arames

A soldagem com arames, com bisel reduzido e emprego de aco-


pladores internos com suportes de cobre é definitivamente a mais e-
conômica, mais segura e mais produtiva solução a ser adotada e tem
sido usada por anos na construção de dutos submarinos e terrestres
por várias empreiteiras do setor.

Como funciona o equipamento automático

A tocha de soldagem move-se na descendente a uma velocidade


programada por uma chave seletora. A velocidade é determinada em
cada passe, na meia circunferência. Ao final de cada passe, a tocha
move-se de volta à posição inicial e reinicia a deposição, após os pa-
râmetros de soldagem terem sido regulados ou automaticamente a-
justados. A operação é executada simultaneamente por meio de dois
dispositivos no mesmo passe, para aumentar a produtividade.

Vantagens

Os operadores, mesmo se recrutados entre soldadores sem mui-


ta experiência, podem ser treinados em cinco semanas.
O número de profissionais envolvidos com as atividades de sol-
dagem pode ser reduzido em 30% (não é necessário lixar e escovar
149
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

as juntas — a soldagem com arames tubulares com alma metálica ou


com arames sólidos não gera escória).
O ciclo de trabalho é bem maior. Os tempos mortos são reduzi-
dos a um mínimo.

Figura 131 - Comparação entre taxas de deposição

Figura 132 - Comparação entre eficiências de deposição

150
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Figura 133 - Comparação entre ciclos de trabalho

Figura 134 - Biseladoras

151
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Exemplo de EPS

PROPOSTA DE ESPECIFICAÇÃO DE
PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM
Projeto: Especificação Projeto API 1104 Ed set/99
Processo Soldagem SMAW - PGMAW Tipo: Manual, Semi-automático
JUNTAS METAIS DE BASE CROQUIS DA JUNTA
Tipo de Bisel: Simples V Espec. Material: API 5L x API 5L 60-70°
Mata-Juntas: N/A Tipo ou Grau: X-70 x X-70
Mat. Mata-Juntas: N/A Faixa Diâmetro.: > 323,9 mm
Outros: N/A Faixa Espessura: 4,8 mm – 19,1 mm 1,0-2,0 mm
Fabricante:
METAIS DE ADIÇÃO
Passe No: Raiz 2o Passe Enchimento Acabamento 1,5-2,0 mm

Dimensões: 4,0 mm 4,0 mm 1,2 mm 1,2 mm SEQÜÊNCIA DE PASSES


Especific. AWS: A 5.1-91 A 5.5-96 A 5.28-96 A 5.28-96
Classific. AWS: E 6010 E 8010-G E90C-G E90C-G 4

Fabricante: 3
Marca Comercial: OK 22.45 P OK 22.47 P OK Tubrod90MC OK Tubrod90MC 2
N.º Corrida: 1
Local Fabricação: Brasil Brasil Brasil Brasil
POSIÇÃO 5G PROGRESSÃO Descendente
GASES PRÉ AQUECIMENTO TTPS
Gas(es) Mist % Comp. Vazão Temp. Pré aq.: Remover umidade Temp.: N/A
Raiz/2o Passe N/A N/A N/A Temp. Entrep.: 250 °C Tempo: N/A
Enchimento: Argônio / CO2 80 % / 20 % 18 – 22 L/min Método. Pré aq.: Gás propano Outros: N/A
Acabamento: Argônio / CO2 80 % / 20 % 18 – 22 L/min Controle Temp.: Lápis Térmico
TIPO E REMOÇÃO DA ACOPLADEIRA TEMPO ENTRE PASSES
Interna: Sim Remover Após: 50 % da raiz Tempo Máximo entre Raiz e Reforço: 60 min
Externa: N/A Remover Após: N/A Tempo Máximo entre Passe de Reforço e demais: 60 min
TÉCNICA
Filetado ou Trançado ER filetado / AT trançado Oscilação: máx. 2,5 ∅ arame Tamanho Bocal: 20 mm
Limpeza / Ferramentas
Esmerilhamento / escovamento Máquinas Lixadeira, Maquita Escova, lima
Esmerilhamento Manuais
Extensão do Eletrodo: 10 – 25 mm Corrente Elétrica: Corrente contínua
Polarid.: Raiz (-); 2o Passe (+); Enchimento/Acabamento (-) Outros: Bocal cônico
Diâmetro Largura / Faixa Faixa Faixa Veloc. Faixa Aporte
Passe Progressão VAA (m/min) Metal Freqüência Corrente Voltagem Soldagem de Calor
Adição Oscilação (A) (V) (mm/s) (kJ/mm)
Raiz Descendente N/A 4,0 N/A 120 – 130 30 – 38 7,0 0,5 – 0,7
2o Passe Descendente N/A 4,0 N/A 140 – 150 28 – 35 6,2 0,6 – 0,8
Enchimento Descendente 7,0 – 8,0 1,2 máx. 2,5 ∅ 172 – 176 28 – 28,4 4,0 1,20 – 1,25
Acabamento Descendente 7,0 – 8,0 1,2 máx. 2,5 ∅ 160 – 168 28,8 – 29,2 3,3 1,40 – 1,49

NOTAS
Após soldagem, executar 100 % de Ensaio Visual e Ensaio Radiográfico.
PGMAW – processo de soldagem pulsada empregando arame tubular com alma metálica com proteção gasosa.

152
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Comparação entre os três processos de


soldagem

Tubo ∅ 36", espessura 14 mm


Arame + cobre-juntas de
Eletrodo Eletrodo + arame
cobre

Tipo de bisel

Bisel = redução de
volume

Especificação
de Procedimento
de Soldagem A solda acabada
o
1 passe OK 22.45P ∅ 4,0 mm OK 22.45P ∅ 4,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm
o
2 passe OK 22.46P/22.47P ∅ 4,0 mm OK 22.46P/22.47P ∅ 4,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm
Enchimento OK 22.46P/22.47P ∅ 5,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm
Acabamento OK 22.46P/22.47P ∅ 5,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm OK Autrod 12.51 ∅ 1,0 mm

Tempos
Arco Aberto 64 minutos 41 minutos 25 minutos
Eficiência 35% 35% + 80% 80%
Tempo total 182 minutos 68 minutos 31 minutos

Custos (somente um exemplo)


Mão de obra: 34 Euro/hora
Eletrodos: 5 Euro/kg
Arame: 3 Euro/kg + 0,5 Euro/kg gás
Custo da mão de
102 Euro 38 Euro 17 Euro
obra
Peso da junta 2 kg 1,6 kg 1,2 kg
Custo dos
11 Euro 6 Euro 4 Euro
consumíveis
Custo total da
113 Euro 44 Euro 21 Euro
solda

153
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Defeitos e soluções

Passe oco

A radiografia pode mostrar como um canal oco dentro do primeiro


passe pode ser causado pela presença de sujeira no interior do tubo,
devido a um lixamento mal feito da parede interna do tubo próxima ao
bisel, por más condições do tempo que possibilitam que a água ou o
vapor d’água atinja a solda enquanto o primeiro passe está sendo e-
xecutado ou por parâmetros de soldagem incorretos (corrente muito
alta e/ou vazão excessiva de gás, por exemplo).

Solução

Verifique a limpeza interna do tubo em toda sua circunferência,


por meio de lixamento manual (escovamento não é suficiente) a uma
distância de pelo menos 20 mm do bisel.
Sob más condições de tempo, a limpeza manual com trapos da
superfície interna de ambos os tubos a serem soldados imediatamen-
te antes do primeiro passe e antes da posição sobrecabeça (6:00) é a
melhor prática para afastar a água ou o vapor d’água.
Verifique periodicamente os parâmetros de soldagem.

Falta de penetração

Apresenta-se como uma interrupção, talvez de comprimento con-


siderável ou em seções da parte interna do passe de raiz, que deveria
ser uniforme após o primeiro cordão de solda. Em tubos com diâme-
tro suficientemente grande para permitir acesso interno, é visível a

154
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

olho nu e, em alguns casos, pode-se ver o bisel intacto (é recomen-


dável um procedimento de soldagem para reparo imediato do defeito
pelo lado interno). Pode ser causado por geometria incorreta do bisel,
por parâmetros de soldagem incorretos, por acoplamento mal feito
(desalinhamentos excessivos) ou por falta de habilidade do operador.

Solução

Verifique o bisel, os parâmetros de soldagem, a rotação do tubo


(sempre compatível com a posição das soldas longitudinais, que de-
vem ser espaçadas de um certo comprimento) ou pelo emprego de
calços nos expansores do acoplador interno para reduzir os desali-
nhamentos.
Normalmente, os operadores mais habilidosos são designados
para executar o primeiro passe, pois um atraso na execução inter-
rompe o processo de soldagem como um todo.

Falta de fusão

O principal defeito de processos de soldagem com arames. Na


radiografia aparece como uma linha contínua ou tracejada curta em
um ou em ambos os lados da junta; avaliando sua posição relativa-
mente ao primeiro passe (o passe mais claro no centro do filme), po-
de-se estimar sua profundidade.
As principais causas são: dimensões incorretas do bisel, parâme-
tros de soldagem incorretos, ou falha do operador.

Solução

Verificar constantemente todos os parâmetros funcionais e geo-


métricos do processo e manter os operadores informados.
155
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Existe um segundo caso: menos comum que a falta de fusão


chamada entrepasses, causada pela queda de metal fundido na cos-
tela do tubo (2:00-5:00) devido a parâmetros de soldagem incorretos;
aparece na radiografia como um veio mais escuro entre dois passes
sucessivos.

Porosidade

No processo por eletrodos revestidos, a poça de fusão é protegi-


da da oxidação externa pela queima do revestimento, mas no proces-
so por arames é protegida pelo gás de proteção, introduzido na zona
do arco pela tocha; a ausência de gás causa porosidade.

Solução

Verifique o estado de manutenção de cabines para proteção con-


tra o vento, de mangueiras, conexões, manômetros e, mais como
uma recomendação que uma solução, substitua a garrafa de gás an-
tes que ela esvazie completamente.

Inclusão de escória

Defeito encontrado somente na técnica mista (eletrodo revesti-


do + arame), apresenta-se na forma alongada, com uma certa espes-
sura, normalmente posicionada em um lado do bisel. É causada por
uma limpeza mal feita no segundo passe, onde a escória permanece
presa e não funde no passe consecutivo com o arame.
Em casos esporádicos, mencionados apenas para melhor com-
preensão, a inclusão de escória é causada pelo seu aprisionamento
na transição de geometria desfavorável criada entre o segundo passe
e a parede do bisel se este, com um ângulo de 30°, não foi comple-
156
SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

tamente preenchido. Para ser mais claro, se soldagem com o arame


se iniciar antes do enchimento, com o eletrodo, da seção do bisel a
30°, isso pode causar defeitos (até mesmo falta de fusão).

Solução

Limpeza completa do segundo passe.

Defeitos externos (mordeduras, excesso de


penetração e reforço excessivo)

Esses não podem ser considerados defeitos reais de soldagem


que causam problemas de selagem na junta, mas são defeitos a se-
rem reparados devido à possibilidade de se iniciarem falhas de corro-
são ou por fadiga ou facilitar operações subseqüentes de revestimen-
to e instalação, no caso de excesso de penetração ou reforço exces-
sivo.

Solução

Boa preparação da junta antes de executar o passe de acaba-


mento: os últimos passes de enchimento devem ser uniformes, perfei-
tamente limpos e devem estar 1 mm abaixo da superfície do tubo pa-
ra permitir à poça de fusão do último passe espalhar-se suavemente
e criar um cordão de altura 1,0-1,5 mm na parte mais larga da junta.
Ao final da soldagem da junta, é aconselhável tomar as providên-
cias necessárias para executar pequenos reparos manuais nos pas-
ses de acabamento.

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SOLDAGEM DE TUBULAÇÕES

Bibliografia

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tion - 2002
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Bortoni, Oscar, Soldadura de Gasoducto - Boletín Técnico Co-
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