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Introdução
O primeiro embrião histórico que temos sobre as sociedades encontram-se
na Roma Antiga, vestígios do contrato de sociedade podem ser identificados na
divisão, entre os herdeiros, do patrimônio constitutivo da herança, para o efeito de
uma administração comum – sociedade familiar. Posteriormente ocorreriam as
sociedades de publicanos [instituto romano], as quais tinham por escopo explorar
atividades ligadas ao Poder Público, inclusive o recolhimento de rendas do Estado
(BORBA; 2008, 02). Outros doutrinadores, por sua vez, apontam como embrião das
sociedades anônimas as Companhias das índias, patrocinadas pelos Estados
Nacionais no início da Idade Moderna, podendo-se citar como exemplo a Cia. das
Índias Ocidentais holandesa, responsável pelas invasões do litoral brasileiro (Recife,
Olinda e Salvador) em meados dos anos 1600.
Seja qual for a origem das sociedades anônimas, o que se pode perceber é
que desde sempre essas sociedades se dedicaram a grandiosos empreendimentos,
marca que as acompanha até os dias atuais.
As sociedades correspondem à forma jurídico-societária mais apropriada aos
grandes empreendimentos econômicos (COELHO, 2009; 63).
Isto é tão visível que sua criação se deu principalmente para auxiliar na
estruturação das grandes navegações intercontinentais do passado.
Decorrendo do fato de estar presente nas necessidades estatais a Sociedade
Anônima passou a sofrer grandes intervenções da Máquina Estatal, que tinha, dentre
outros objetivos, proteger o interesse público.
As sociedades por ações dedicaram-se desde a origem, à exploração de
empreendimentos de expressiva importância para a economia e o Estado. A relativa
segurança de retorno do investimento realizado pelos acionistas dependia, por isso,
de monopólio sobre o comércio de determinadas zonas ou colônias. Por essas razões,
as sociedades anônimas constituíam-se, no início, por um ato de ‘outorga’ do poder
estatal. (COELHO; 2009, 64).
São estruturas que possuem dentre as suas características a limitação da
responsabilidade dos sócios e a negociabilidade da participação societária, mesmo
porque os investidores deste tipo de empresa não estão procurando conhecer seus
sócios ou conhecer bem o objeto social de sua empresa, procuram, sim, a melhor
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alternativa de ganho que possam encontrar para o seu dinheiro, assim, o que buscam
é a segurança e liquidez de uma empresa.
A doutrina divide a trajetória histórica das sociedades anônimas em três
períodos: outorga, autorização e regulamentação. No primeiro, a personalização e a
limitação da responsabilidade dos acionistas eram privilégios concedidos pelo
monarca e, em geral, ligavam-se a monopólios colonialistas. No segundo período, elas
decorriam de autorização governamental. No último, bastavam o registro, no órgão
próprio, e a observância do regime legal específico (COELHO; 2009, 66).
No Brasil, começamos o período colonial com a necessidade de outorga do
rei para a constituição da empresa, mas com o advento do capitalismo, passou-se a
exigir o ato autorizatório do governo apenas para poucos casos, como por exemplo:
sociedades estrangeiras, seguradoras e bancos.
Em 1976 foi criada a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que influiu na
instituição das sociedades anônimas. A partir de então, a constituição de sociedade
anônima através de apelo aos investidores em geral – tecnicamente: por meio de
subscrição pública – passou a depender de autorização do governo. Se o fundador,
por qualquer razão, não a quer solicitar, tem a alternativa de constituir a mesma
sociedade anônima, mas sem aquele apelo, isto é, por meio de subscrição particular.
Caracteriza o direito societário brasileiro da atualidade, portanto, a dualidade de
sistemas: o de regulamentação para as companhias fechadas e o de autorização para
as abertas (COELHO; 2009 p. 67).
Teoria da empresa
A diferença entre esta teoria e a anterior, é que esta, diferentemente da dos
Atos de Comércio, se baseia na existência ou não de uma estrutura empresarial, para
assim classificar as sociedades em sociedades empresárias e sociedades simples. A
Sociedade empresária, semelhantemente ao empresário individual, é titular de uma
empresa. (BORBA; 2008, 14).
O que se busca aqui é a estrutura empresarial e não os atos do próprio
proprietário da empresa.
Conceito de Sociedade
A sociedade é uma entidade dotada de personalidade jurídica, com
patrimônio próprio, atividade negocial e fim lucrativo (BORBA; 2008 p.27).
Para melhor compreender a abrangência deste conceito se faz necessária o
entendimento do que seja valor mobiliário, capital social e preço de emissão.
O Valor Mobiliário pode ser entendido como um instituto jurídico (...) que
documenta um vínculo jurídico de natureza creditícia, e esse traço aproxima-o, nessas
vezes, dos títulos de crédito (COELHO; 2009 p.68), só que esses valores são mais
amplos e por vezes diversos dos apresentados pelo direito cambiário.
Em outras linhas podemos dizer que os valores mobiliários são: instrumentos
de captação de recursos, para o financiamento da empresa, explorada pela sociedade
anônima que os emite, e representam, para quem os subscreve ou adquire, uma
alternativa de investimento. A lei lista os principais tipos de valores mobiliário, que são
a ação, as partes beneficiárias, as debêntures, os bônus de subscrição, e os
respectivos cupões e certificados de depósito (LCVM, art. 2º) (COELHO; 2009 p.140).
Representa um instrumento de captação de recursos.
O capital social da sociedade anônima é fracionado em ações; ele é
representado, assim, pelo conjunto desses valores mobiliários emitidos pela
companhia (COELHO; 2009, 68).
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Por fim, o conceito de sociedade anônima ainda se decompõe em preço da
ação ou valor da ação. O valor será aquele correspondente ao quanto foi
desembolsado pelo subscritor (adquirente) em favor da companhia que a emitiu, para
que possa receber o documento que o inscreva junto à empresa.
O preço de emissão da ação é o máximo que o acionista pode vir a perder,
caso a empresa explorada pela sociedade anônima não se revele frutífera, e tenha a
falência decretada (COELHO; 2009 p.69).
Agora podemos nos manifestar e entender melhor o conceito de sociedade
anônima:
A sociedade anônima, também referida pela expressão “companhia”, é a
sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécie de valor
mobiliário, na qual os sócios, chamados ‘acionistas’ respondem pelas obrigações
sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem (COELHO; 2009
p.67).
Bibliografia utilizada:
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito societário. 11.ed. ver. Aum. E atual.
Renovar, Rio de Janeiro, 2008.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1, direito de empresa.
13ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Direito Comercial : empresário, sociedades, título de
crédito, contratos, recuperações, falências. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008 (série
fundamentos jurídicos, v. 12).
MAZZAFERA, Luiz Braz. Curso básico de direito empresarial. 2ª Ed., ver., ampl.,
atual., 2007.
MICHAELIS : moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia
melhoramentos, 1998 (Dicionário Michaelis).
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de direito empresarial : o novo regime
jurídico-empresarial brasileiro. 3ª Ed., Editora Juspodium, 2009.
Sites consultados
http://www.enfin.com.br/bolsa/main.php acessado em 01/03/2010 às 05:07h.