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Ciência Política
Julian Borba
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Inclui bibliografia
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
CENTRO SOCIOECONÔMICO
DIRETOR
Maurício Fernandes Pereira
VICE-DIRETOR
Altair Borguet
O que é política.....................................................................................09
Os recursos políticos e a influência política................................................26
Bibliografia.................................................................................................42
O que é participação......................................................................97
Tipos de participação.................................................................................99
Os graus e os níveis de participação............................................................102
Por que participar.................................................................................105
Condicionantes da participação............................................................111
Os principais espaços de participação.........................................................116
Participação no Brasil...............................................................................118
Participação e informação..........................................................................121
Bibliografia.................................................................................................122
UNIDADE
1
Análisepolítica:
Análise política:estudo
estudodas
das
categorias,dos
categorias, dosconceitos
conceitose e
problemasbásicos
problemas básicosdada
CiênciaPolítica
Ciência Política
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Objetivo
análise política.
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Módulo 1
O que é política
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Após citar esse exemplo, Leo Maar (2004, p.8) afirma que ele
serve para demonstrar que a “política surge junto com a própria
história”, sendo resultado da “atividade dos próprios homens vivendo
em sociedade”. Conclui afirmando que os homens têm todas as
condições de interferir e desafiar o enredo da história, pois “[...] entre
o voto e a força das armas está uma gama variada de formas de ação
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O que é o Estado?
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Os sistemas políticos
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Os recursos políticos e a
influência política
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Essa interpretação é
tributária do modelo Visando a evitar o conflito generalizado entre esses interesses
hobbesiano no campo divergentes, uma escolha racional dos indivíduos é criar uma instituição
da análise política. que busque transformar esses focos potenciais de conflitos em formas
Ver Santos (1998). cooperativas de ação.
Diante disso, surgiu o fenômeno do Estado. Daí vem a necessidade
de ele ser o regulador da vida em sociedade e ter monopólio sobre o uso
da força física e da coerção num determinado território.
O conceito de Estado Para a resolução do conflito social, duas são as formas possíveis
como a instituição que de atuação: a coerção e a política. Segundo Rua (1998, p.231) entre
tem o monopólio da os problemas da coerção “pura e simples” está o fato de que, “quanto
violência física num mais utilizada, mais reduzido se torna seu impacto e mais elevados
determinado território seus custos”.
foi desenvolvido por Resta-nos, então, a política. O que significa a política? Uma
Weber (1992). primeira aproximação ao conceito seria que a política é o processo de
transformar o conflito em cooperação (SCHIMITTER, 1979 apud
RUA, 1998). Segundo Rua (1998), tal definição seria demasiado ampla,
o que leva a autora a defini-la como: “[...] o conjunto de procedimentos
formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à
resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos” (idem, p. 232).
Retornando à análise de Dahl (1970, p. 35), algumas das cir-
cunstâncias suscetíveis de levar o governo do Estado a intervir em
conflitos são:
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Monarquia
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Democracia
“Povo”
Quem é o povo?
Que tipo de participação é permitida a essas pessoas?
Que condições são aceitas como conducentes à
participação?
“Domínio”
“Governo do”
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liberdade de expressão;
liberdade de informação; e
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Sistemas partidários
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Autoritarismo
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Os paradoxos da democracia
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Figura 2: Mapa representativo do avanço dos regimes democráticos
Fonte: Giddens (2005, pp.348-349).
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Módulo 1
BIBLIOGRAFIA
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Sistemapolítico
Sistema políticoclássico
clássicoe e
contemporâneoe esuas
contemporâneo suas
influênciasem
influências empolíticas
políticas
empresariais
empresariais
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Objetivo
organizações.
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Módulo 1
GLOSSÁRIO
A Idade Média e o Renascimento *Renascimento – Foi
“um movimento
intelectual, científico
A Idade Média teve como elemento central de sua organização e artístico que teve
política a associação entre o poder político e a religião (HELD, 1987). sua maior expressão
Nesse contexto, segundo Leo Maar (2004, p. 35), presenciaria uma na Itália, representou
duplicidade do poder, sendo o político “exercido pela nobreza” e o precisamente a
primeira erupção da
civil “exercido pelo clero religioso”.
nova mentalidade
Quando se trata da organização política da Idade Média, não se
racionalista, secular,
pode esquecer do Renascimento* (século XV), e nesse caso é obriga- que busca centrar a
tório destacar a presença do pensador Nicolau Maquiavel (1469-1527). finalidade do conhe-
Em sua famosa obra O Príncipe, esse pensador formula uma série de cimento no homem e
conselhos no sentido de o soberano conquistar e manter seu poder. na vida material,
Numa interpretação do pensamento de Maquiavel, pode-se afirmar que, desvinculando as
para ele, a função da política seria colocar “ordem” no mundo, a qual atividades políticas
de finalidades reli-
poderia ser interpretada como uma luta para “conquistar”, “manter” e
giosas e passando a
“conter” o poder (HELD, 1987). Esse pensador também desenvolveu
considerá-las um
as idéias de virtude e fortuna, que apontavam no sentido de que o conjunto de atividade
bom governo é aquele portador da virtude, ou seja, o conhecimento e com objetivos essen-
a dedicação à coisa pública e à fortuna, que estava associada à dimen- cialmente mundanos”
são do acaso, da sorte que todo governante precisa ter para se manter ( M AG A L H Ã E S ,
no poder. Por fim, temos em Maquiavel um conceito de governo re- 2001, p.41).
publicano, que seria formado, segundo Magalhães (2001, p.46), por:
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Saiba mais...
Sobre as diferenciações entre liberalismo político e liberalismo
econômico, ver : BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia.
3. ed. Brasília: Ed. UNB, 1990.
Para maiores esclarecimentos sobre o contratualismo e os conceitos
de república, monarquia, constitucionalismo, absolutismo, ver:
BOBBIO, N. et al. Dicionário de política. Brasília: Ed. UNB, 1992.
2 vol.
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Módulo 1
capitalista. Ele afirmava que somente a classe operária, pelo seu papel
O Manifesto do Partido
chave no capitalismo, tinhas as forças e as condições para a revolução Comunista foi elabora-
que derrubaria a burguesia e começaria uma nova etapa da humanida- do por Marx e Engels
de: a sociedade comunista”. como programa da
Esse processo em que o proletariado se torna uma classe revolu- Liga dos Comunistas
cionária estaria marcado por sua organização política por meio, pri- por decisão do seu II
meiro, dos sindicatos e, depois, na forma de um partido político. Congresso, realizado
O livro O manifesto do partido comunista foi escrito por Marx (1847) em Londres, na Ingla-
com o propósito de pensar um programa político para o proletariado. terra, entre 29 de
Nessa obra, que inicia com a famosa frase “Proletários do mundo, novembro e 8 de
uni-vos!”, identificam-se também algumas considerações sobre o que dezembro de 1847.
seria uma sociedade comunista. Apesar de Marx ter escrito muito pou- Disponível em: <http://
co sobre isso, dois elementos são essenciais ao pensar o comunismo www.pcp.pt/publica/
edicoes/25501144/
(SELL, 2001, p.178):
notas.html>
a abolição das classes sociais;
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GLOSSÁRIO Nesse contexto, a teoria que propiciou uma saída para a crise
*Laissez-faire – Ex- vivenciada foi a formulada por John Maynard Keynes. Já em 1926,
pressão em língua Lord Keynes postulou a ruptura com as bases do capitalismo laissez-
francesa que significa
faire*. Nas palavras desse economista: “Não constitui uma dedução
“deixai fazer”.
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A globalização
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Uma típica análise A visão globalista rejeita a afirmação de que o conceito de glo-
“globalista” encontra- balização seja simplesmente um construto puramente ideológico. Em-
se em Giddens (1996). bora reconheçam que o discurso da globalização possa ser utilizado
para esse fim, afirmam que tal conceito descreve mudanças estruturais
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Céticos Globalistas
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Os sistemas políticos e
as políticas empresariais
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BIBLIOGRAFIA
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UNIDADE
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Planejamentoe e
Planejamento
tomadadededecisões
tomada decisões
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crise/catástrofes;
oportunidade política.
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crivo dos atores políticos públicos e privados. O processo decisório Dentre os principais
pode assumir diversas formas, dependendo do tipo de política em ques- atores políticos “públi-
tão e dos atores que estão envolvidos no processo. Dentre os modelos cos”, podemos citar os
de processo decisório, destacam-se o incremental e o racional-com- políticos e a burocra-
preensivo. No primeiro, parte-se do pressuposto de que a decisão pú- cia do Estado. Dentre
blica deve ser gradual, sem produzir grandes modificações e sem pro- os atores políticos
vocar rupturas. Já o modelo racional-compreensivo parte do princípio “privados”, destacam-
de que é possível conhecer o problema, de tal forma que se possam -se empresários,
tomar decisões de grande impacto, ou seja, nesse modelo, “os decisores movimentos sociais,
estabelecem quais os valores a serem maximizados e as alternativas trabalhadores (movi-
que melhor poderão levar a isso” (RUA, 1998, p.246). mento sindical),
Os dois modelos de processo decisório oferecem apenas uma agências internacio-
gama de possibilidades que estão abertas ao gestor público no mo- nais e a mídia.
mento de decidir sobre o curso de ação que deverá adotar para imple-
mentar uma determinada política. Não constituem, porém, nenhuma
garantia de que tal política será executada, pois, como observa
Rua (1998, pp.250-251):
A implementação do programa
Essa fase diz respeito aos meios necessários para que as fases
anteriores saiam do papel e tenham reflexos sobre a realidade (mudar
o “estado de coisas”). Estudos têm demonstrado que três variáveis são
fundamentais para o sucesso de programas e projetos governamentais:
compromisso governamental;
desenho institucional; e
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Conclusão do programa
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Decisões políticas e
alternativas decisórias
Como vimos, cada ator tem recursos de poder, bem como prefe-
rências próprias, que se formam em torno de questões. Assim, a for-
mulação de alternativas decisórias envolve, segundo Rua (1998):
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Participaçãoe einformação
Participação informação
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O que é participação?
fazer parte;
tomar parte; e
ter parte.
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niões, ou fazer parte da população de um país, sem tomar parte nas
grandes decisões, ou, enfim, fazer parte de uma empresa sem ter parte
alguma na sociedade (BORDENAVE, 1994, p. 22).
Isso tudo indica, segundo Bordenave, que é possível fazer parte
sem tomar parte e que “a segunda expressão representa um nível mais
intenso de participação” (idem). Disso deriva a diferenciação entre
participação ativa e participação passiva:
Maneiras de participar
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Vale aqui incluir uma citação de Dallari (2004) para melhor es-
clarecer essa questão:
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Condicionantes da participação
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Participação no Brasil
Participação política
N – População total.
Fonte: Pesquisa de opinião Pública. IBOPE, 19 a 28 de fevereiro
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de 1990 apud Ferreira (1999). Tabulação realizada pelo autor.
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1988 1996
N – População total.
*Ponderado pelo peso do indivíduo na amostra.
**Em conseqüência da utilização de pesos fracionários, os totais podem
apresentar um valor distinto de 100%.
Fonte: PNAD – 1988 e PME, abril de 1996 apud Ferreira (1999).
Processamento realizado pelo autor.
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1988 1996
N – População total.
*Ponderado pelo peso do indivíduo na amostra.
**Em conseqüência da utilização de pesos fracionários, os totais podem
apresentar um valor distinto de 100%.
Fonte: PNDA-1988 e PME, abril de 1996 apud Ferreira (1999).
Processamento realizado pelo autor.
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Participação e informação
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BIBLIOGRAFIA
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