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AUTORES
13286 - Natércia Oliveira
13310 - Mário Mineiro
Junho 2010
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES
INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
Balanced Scorecard
Gestão de Desempenho da
Escola Superior de Tecnologia de Abrantes
AUTORES
13286 - Natércia Oliveira 13310 - Mário Mineiro
natercialuzia@hotmail.com mineiro.mario@gmail.com
DOCENTES
Cláudia Sofia – ESTA/IPT
SUMÁRIO
A gestão de desempenho de qualquer organização e no caso particular de um estabelecimento
de ensino público, é por si só um grande desafio. O Balanced Scorecard surge como a
ferramenta adequada enquanto os modelos tradicionais de gestão e os sistemas de
informação para a gestão não permitem responder a esse desafio, dado que apresentam
várias limitações e insuficiências.
Junho 2010
Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
RESUMO
Ao longo das últimas décadas, técnicas de gestão têm evoluído para atender às
necessidades emergentes de accionistas, executivos e da comunidade. Actualmente as
organizações enfrentam desafios e obstáculos globais, consequência da crescente
concorrência em todos os sectores da economia mundial. O sector do ensino superior público
não escapa aos mesmos desafios e torna-se necessário a utilização de estratégias, para que
cada estabelecimento de ensino possa oferecer alguma vantagem competitiva frente aos seus
concorrentes.
A gestão de desempenho de qualquer organização e no caso particular de um
estabelecimento de ensino público, é por si só um grande desafio. Os modelos tradicionais de
gestão e os sistemas de informação para a gestão não permitem responder a esse desafio,
dado que apresentam várias limitações e insuficiências.
O Balanced Scorecard pode então ser um instrumento de gestão estratégica
imprescindível. A formulação dos objectivos, das iniciativas estratégicas, das metas e dos
indicadores, pelas quatro perspectivas e considerando as relações causa-efeito entre elas,
permite uma gestão mais adequada à nova realidade.
A utilização do Balanced Scorecard é já uma realidade em várias organizações da
administração pública de todo o mundo. Algumas, consideram que este instrumento permite
melhorar o planeamento estratégico e consequentemente cumprir a missão.
O sector de ensino superior publico e suas instituições de ensino, que regra geral
possuem uma fraca cultura de gestão estratégica, têm da mesma forma que as organizações
privadas, a possibilidade de, através da utilização do Balanced Scorecard, melhorar o seu
desempenho. Desta forma, e considerando que, nestas instituições não é normal a sua
utilização, verifica-se a necessidade de desenvolver um modelo, com as necessárias
adaptações, que permita a comunicação, clarificação e gestão da estratégia.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
ÍNDICE
Lista de Ilustrações .......................................................................................................................... 5
Lista de Siglas e Abreviaturas ...................................................................................................... 5
Introdução .......................................................................................................................................... 6
Conclusões ....................................................................................................................................... 27
Bibliografia ...................................................................................................................................... 28
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
INTRODUÇÃO
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
BALANCED SCORECARD
DEFINIÇÃO
Robert S. Kaplan2 (1990) define o Balanced Scorecard como “um modelo conceitual que
traduz a visão de uma organização num conjunto de indicadores de desempenho distribuídos
em quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos e da aprendizagem e
crescimento”. Dito de outra forma, “é uma ferramenta que tem a capacidade de comunicar a
visão e a estratégia por meio de indicadores de desempenho originários de objectivos
estratégicos previamente definidos” (Silva, 2010)
A abordagem do Balanced Scorecard foi proposta por Kaplan e David Norton3, através de
um artigo publicado na Harvard Business Review em 1992. Apesar de recente, o método tem
vindo a ser utilizado por grandes organizações por todo o mundo e já desperta interesse nas
organizações de menor porte. O sucesso da abordagem deve-se, entre outros factores, à sua
simplicidade e forte capacidade de estabelecer a correlação entre a visão da organização e as
acções do dia-a-dia, que invariavelmente tem um grande impacto nessa visão e que, uma vez
geridas e “medidas”, podem somar os resultados necessários para a realização da visão.
Segundo Kaplan, as medidas financeiras do desempenho passado são complementadas
com as medidas dos vectores que impulsionam o desempenho futuro. Os objetivos e medidas
do Balanced Scorecard derivam da visão e estratégia da empresa e focam-se no desempenho
organizacional sob quatro perspectivas, as quais formam a sua estrutura: financeira; do
cliente; dos processos internos; de aprendizagem e crescimento. Assim, os gestores passam a
ter um instrumento para avaliar até que ponto as suas unidades de negócios geram valor para
os clientes actuais e futuros e como devem aperfeiçoar as capacidades internas e os
investimentos necessários em pessoal, sistemas e procedimentos com vista a melhorar o
desempenho futuro.
Durante o processo de planeamento, as organizações estabelecem objectivos
estratégicos que não são de natureza meramente financeira, como satisfação de clientes, ciclo
de desenvolvimento de produtos, grau de inovação, etc. Esse é um dos factos que justifica a
necessidade de se adoptar modelos de avaliação que contemplem os aspectos “não-
financeiros”. Mesmo assim, não se podem estabelecer mecanismos que indiquem apenas o
que está a acontecer, quando, como, quais os impactos sob o ponto de vista económico-
financeiro e da imagem da organização... É preciso identificar e compreender as causas da
ocorrência dos factos. Isoladamente, as medidas financeiras são inadequadas para orientar e
avaliar a trajectória organizacional em ambientes competitivos. Na economia da informação
os activos intangíveis tais como a lealdade dos clientes são igualmente ou talvez até mais
importantes do que os recursos tangíveis.
No caso particular do ensino e da ESTA, temos duas divisões de gestão, muitas vezes
divergentes: a gestão administrativa que se foca principalmente em medidas financeiras
agregadas, e que naturalmente presta menos atenção a medidas “não financeiras”; e a gestão
pedagógica que utiliza exclusivamente medidas não financeiras e raramente recebe
informações sobre as consequências financeiras das suas atitudes.
2 http://www.people.hbs.edu/rkaplan/
3 http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_S._Kaplan
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
ESTRATÉGIA
Não se podem apenas mudar as bases da mensuração do desempenho dos indicadores
financeiros de hoje para algo mais completo (Eccles & Kzurus, 2010). O tema em questão é
uma nova filosofia de avaliação do desempenho que aborda a tarefa como um processo em
constante evolução. Da maneira como o desencadeamento da revolução exigirá esforços
especiais, o mesmo se aplica à preservação do ímpeto inicial para o usufruto das recompensas
nos anos seguintes.
Os gestores determinam fronteiras estratégicas que vão além das metas estabelecidas
no planeamento estratégico da organização, portanto, não basta apenas que os funcionários
alcancem a missão, devem também superá-la. Em algumas organizações os gestores recorrem
a uma lista de verificação detalhada, que identifica as oportunidades de negócios proibidas,
abrangendo toda a base estratégica: finanças, crescimento, posição competitiva, produtos, e
posição de mercado sustentável.
Segundo Robert G. Eccles4, a maioria dos gestores compreendem a necessidade de impor
códigos de conduta aos funcionários, a fim de prevenir potenciais perdas de activos ou o
comprometimento da reputação da empresa. Entretanto, poucos gestores compreendem a
importância de delimitar fronteiras estratégicas para proteger os funcionários contra o
desperdício do activo mais valioso da organização: a energia e o foco imprescindíveis à
implementação da estratégia.
A conexão da estratégia aos indicadores de desempenho é uma ideia poderosa, mas o
verdadeiro desafio para os gestores é assegurar-se que os funcionários sejam avaliados pelos
factores de desempenho que efectivamente importam para a estratégia. A fim de não ofender
qualquer departamento ou parte interessada dentro da organização, compilam longas listas
de variáveis críticas para o
desempenho, como a Missão
produtividade no Valores
processamento da informação, Principios
satisfação dos funcionários e guia
Visão
crescimento da receita, mas Imagem do futuro
não diferenciam o meramente ideal
conveniente do efectivamente Estratégia
crucial para o sucesso da O plano para o sucesso
Mapa da Estratégia
organização.
Apresentação gráfica dos objectivos
chave
O Balanced Scorecard traduz a Balaced Scorecard
Missão, os Valores, a Visão e a Medidas de Desempenho, alvos e iniciativas
Estratégia como um todo. Medidas Escaláveis
Medidas de performance para todos os sectores da estrutura da
ESTA/Objectivos individuais em alinhamento com os gerais
Sistema de Gestão Estratégica (SMS)
Ligação do Balanced Scorecard aos processos
4 http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=bio&facEmId=reccles
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
METAS
As metas representam o valor do indicador no futuro, ou seja, a expectativa de
desempenho esperada para um determinado indicador. No BSC as metas de logo prazo
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
Existem algumas características que são obrigatórias na selecção de KPI’s, são elas:
O valor do KPI deve ser estratégico Quaisquer medições realizadas através
indicadores pontuais, devem estar conectados com os valores identificados no
planeamento estratégico da empresa realizado pela alta administração.
O KPI deve ser sistémico Um KPI nunca pode ser visto isoladamente e sim
integrado ao conjunto de KPI’s da empresa, bem como integrado a outras áreas
da empresa. Da mesma forma, o conjunto de indicadores métricos de um KPI
deve estar convergente com o vector de valor do KPI.
Os valores de desempenho devem ser desdobrados As metas dos valores
desejados pela alta administração da empresa e suas respectivas métricas de
desempenho, deve ser repartido entre as partes intervenientes de cada processo.
Deve Ter um Modelo Robusto Os modelos utilizados em um KPI devem ser
robustos para proporcionar resultados coerentes e verdadeiros. Deve se tomar o
cuidado para que o modelo não seja muito complexo, pois isto dificultaria a sua
aplicação.
O modelo deve ser de fácil assimilação e obtenção O modelo utilizado nos
indicadores de um KPI deve ser simples o suficiente para que todos os
responsáveis pelo seu desempenho possam compreende-lo. Além disso, precisa
ser obtido de forma fácil, preferencialmente através de sistemas computacionais.
O KPI pressupõe responsabilidade, mas também autoridade Os elementos
que são responsabilizados pelo desempenho de KPI’s e as suas várias métricas
indicadoras, devem também possuir autoridade para a gestão das melhorias.
Deve propiciar uma recompensa Os gestores de cada parte responsável por um
indicador métrico devem ser recompensados pelo seu desempenho individual e
também pelo desempenho colectivo (inclusive do KPI).
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
“o fazer acontecer”. Os KPI são importantes para equipas, gestores e empresas pois permitem
avaliar rapidamente o progresso efectuado relativamente a objectivos concretos, conduzindo
assim a uma gestão eficaz e positiva.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
5 http://www.paulniven.com
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
MISSÃO
Cliente
Quem definimos como
nosso cliente?
Como criamos valor para
o nosso cliente?
Aprendizagem e
Crescimento dos
empregados
Como devemos crescer e
mudar, satisfazendo as
necessidades da
instituição e das pessoas
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
Niven (2003) apresenta algumas ideias para superar as dificuldades apresentadas. Neste
sentido, refere que para ultrapassar a dificuldade de medir os resultados finais, o Balanced
Scorecard permite o estabelecimento de relações causa-efeito, o que possibilitará prever o
resultado de longo prazo. Isto é, o Balanced Scorecard terá uma maior importância nas
organizações com perspectivas de longo prazo, como é o caso das instituições públicas, em
que os resultados não são visíveis de forma imediata através de proveitos de curto prazo.
A falta de uma cultura estratégica faz com que muitas instituições públicas tenham
dificuldade em definir a sua missão.
Uma das dificuldades para a implementação do Balanced Scorecard nas organizações do
sector público se relaciona com a definição da estratégia. É difícil encontrar instituições
públicas que tenham uma estratégia relacionada com a liderança dos seus produtos ou
serviços e com o relacionamento com o cliente.
Verifica-se então a necessidade da definição da missão e das estratégias, o que permite
posteriormente definir indicadores que avaliem a actuação da organização.
A vertente política das legislaturas dificulta também a implementação do Balanced
Scorecard, dado que os responsáveis eleitos desconhecem o tempo que vão ficar no cargo.
Niven (2003) assinala que pode também ser politicamente conveniente evitar a clarificação,
permitida pelo Balanced Scorecard. Este facto relaciona-se, por vezes, com a impossibilidade
de cumprimento de algumas promessas eleitorais.
Neste caso, terá de se apostar na educação e formação dos responsáveis, evidenciando
as vantagens da utilização desta ferramenta, quer para a sua legislatura quer para futuras.
Quanto à dificuldade originada pelas limitações técnicas e formação de pessoal, são por
vezes difíceis de ultrapassar, dadas as frequentes restrições orçamentais. No entanto, verifica-
se a necessidade de as instituições públicas investirem nestes recursos, pois a utilização do
Balanced Scorecard irá permitir uma melhoria dos processos internos e a qualificação dos
recursos humanos.
Também, um dos obstáculos para a implementação do Balanced Scorecard relaciona-se
com a existência de objectivos de carácter económico, regra geral mal definidos e
comunicados erradamente aos membros da organização.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
DESCRIÇÃO DA ESTA:
A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) foi inaugurada a 6 de Outubro de
1999, fruto de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a Câmara
Municipal de Abrantes (CMA) e actualmente, oferece os serviços6 de ensino de licenciaturas,
Mestrados, Pós-Graduações e Cursos de Especialização Tecnológica (CET).
A ESTA preocupa-se com o seu desempenho financeiro e pedagógico de maneira
dissociada. Não existe um sistema integrado de informações. No entanto, existem vastas
quantidades de dados, pedagógicos e administrativos, recolhidos de forma sistematizada.
A actividade de educação obtém seus resultados efectivos a longo prazo. Logo o
envolvimento dos professores é visto com suma importância para o sucesso. Esta
preocupação vem ao encontro da teoria de Kaplan, o qual afirma: “É importante que os
executivos entendam que não serão superados pelos concorrentes se mudarem e se
aperfeiçoarem contínua e mais rapidamente do que eles. Mas convém que se dêem conta que a
fonte de crescimento e aprendizagem são os funcionários da empresa – somente graças a ele é
possível continuar a melhorar as operações”.
A ESTA, actualmente, é financeira e economicamente viável. A consciência de crise
encontra-se presente na Direcção e entre os funcionários. Porém, a ESTA possui: tradição e
algum prestígio na sociedade local, funcionários interessados com a sobrevivência da escola,
infra-estrutura e proposta pedagógica actualizadas e consolidadas.
Através da recolha de uma série de dados informais, obtêm-se concordância unânime
quanto à necessidade de aperfeiçoamento do actual sistema de gestão.
A ESTA não possui um sistema completo e integrado de avaliação de desempenhos
implementado e nenhum sistema de custos nem de orçamentos. Não possui ainda estatutos e
regulamento publicados, assim como carece de um plano estratégico como já referido
anteriormente.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
Para a realização dos seus objectivos, a ESTA tem desenvolvido para além dos cursos,
outras actividades de grande importância. Neste sentido e no âmbito do processo
complementar de formação, a ESTA tem disponibilizado alguns cursos de curta duração,
sendo responsável local pela criação de competências e saberes em áreas de reconhecido
interesse sócio-económico, como é exemplo o CLIPT – Centro de Línguas do IPT:
No âmbito das actividades extra-curriculares, a ESTA tem organizado anualmente
sessões plenárias de carácter técnico e científico, acompanhadas por exposições temáticas,
abertas à sociedade civil.
Com o intuito de aproximar a instituição à comunidade, são ainda desenvolvidos vários
projectos.
Para a promoção do desenvolvimento da região em que se insere, a ESTA, para além dos
projectos de cooperação apresentados anteriormente, presta a toda a região, serviços no
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
âmbito das suas áreas de investigação. Assim alguns dos seus laboratórios têm uma actividade
constante com o tecido empresarial da região, especialmente nas áreas de engenharia
mecânica.
No âmbito da investigação científica, os docentes da ESTA participam em projectos de
investigação e desenvolvimento, cooperando com a comunidade.
ESTRUTURA ORGANIZATIVA
A ESTA tem quatro órgãos fundamentais que são a Direcção, o Conselho Científico, o
Conselho Pedagógico e o Conselho Consultivo exercendo, cada um deles, as competências que
lhes estão atribuídas pelos estatutos do IPT. Para a consecução dos objectivos de cada órgão
existem vários serviços.
O fundamental da estrutura organizativa da ESTA assenta numa matriz onde os 5 Cursos
de Licenciatura, utilizam recursos dos departamentos, conforme as suas necessidades
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
1. Qualidade
A qualidade deve traduzir-se no reconhecimento, pelo mercado de trabalho, de
uma série de competências científicas e profissionais dos diplomados. Este
reconhecimento apenas será possível com a implementação de uma cultura de
qualidade quer nos recursos humanos e físicos quer nos processos. Neste sentido, será
fundamental conseguir uma elevada competência dos recursos humanos,
nomeadamente o corpo docente, e dos meios logísticos disponibilizados, sobretudo no
que se refere à realização de trabalhos experimentais.
2. Competitividade
A competitividade de uma instituição de ensino superior deverá ser analisada,
no actual contexto, tendo por base duas variantes: a competitividade a montante do
processo formativo, que expõe a escola na captação de melhor “matéria-prima”, à saída
do ensino secundário, o que certamente dará maiores garantias de sucesso; a
competitividade a jusante do processo formativo, que reclama uma maior interacção
da escola com o tecido empresarial no sentido de aumentar o índice de
empregabilidade dos seus formados. A competitividade a montante é extremamente
importante nos dias de hoje, dada a grande oferta de cursos e a escassez, cada vez
maior, de alunos. No entanto, não existe um controlo directo da qualidade dos alunos
candidatos. A vertente qualidade está intimamente relacionada com a competitividade,
pois se for garantida uma série de competências científicas e profissionais dos
diplomados, mais fácil será a inserção dos mesmos na vida profissional.
3. Utilidade
A utilidade relaciona-se Maior número Maior número
Notoriedade
com a necessidade da existência de mestres de doutores
de um estreito relacionamento
entre a escola e a comunidade
envolvente. No cerne desta Cedência de
conhecimento
vertente estão a prestação de Utilidade e tecnologia
serviços, o desenvolvimento de Prestação de Desenvolvimento
serviços de projectos
projectos, a cedência de
conhecimento e tecnologia. O
elevado grau tecnológico e
Conseguir um
científico, potencia a prestação Competitividade
Cativar alunos
com qualidade
elevado grau de
empregabilidade
de serviços que o mercado por
si só não consegue assegurar.
Assim, será fundamental que a
sociedade, se aperceba, no dia-
Competências cientificas e
a-dia, da importância dos Qualidade profissionais dos
Qualidade dos recursos e
dos processos
serviços e projectos diplomados
desenvolvidos.
Esquema 4 - - Possível visão da ESTA - Relações causa-efeito (adaptado)
4. Notoriedade
A notoriedade confunde-se com a imagem de marca da ESTA e reclama para si a
demonstração da componente científica do corpo docente, que se traduz na obtenção
de graus académicos, nomeadamente mestrados e doutoramentos. A estratégia da
ESTA não foi pensada e desenvolvida tendo por base o Balanced Scorecard, pelo que,
considerando as direcções essenciais em que se fundamenta a missão da ESTA,
apresentam-se na figura seguinte as relações de causa-efeito entre eles.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
MISSÃO
Cliente/Aluno
Como criar valor para o
Aluno?
Financeira e Social
Orçamental Como criar valor para a
Como acrescentar valor Visão e sociedade?
para o aluno e sociedade Estratégia
mesmo controlando os
custos e apresentando
bons resultados
financeiros
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
PERSPECTIVA SOCIAL
Uma das alterações ao modelo original é a introdução da perspectiva Social e
respectivos indicadores. Estes indicadores até pouco tempo atrás eram considerados tabus,
pois tinha-se a ideia que a responsabilidade social nas organizações objectivava apenas o
retorno financeiro que este tipo de investimento traria, e não a geração de uma
consciencialização da sociedade.
Uma dificuldade encontrada nestes indicadores é de que eles não possuem um resultado
de curto e médio prazos, somente se pode observar a consequência do capital investido a
longo prazo. Outro ponto desfavorável é um altíssimo grau de incerteza, já que não se tem
como analisar se os efeitos serão positivos e quais serão os impactos que terão na
comunidade de forma geral.
Numa instituição de ensino superior público, e tendo em consideração a sua missão e os
compromissos sociais, a relação lucro-receita-custo deve ser expressa por reconhecimento-
resultado-esforço. Neste sentido, se uma instituição de ensino superior público atingir os seus
objectivos, será reconhecida pela sociedade. Logicamente que esse reconhecimento depende
dos seus resultados, estando estes directamente relacionados com o esforço e energia
dispendida.
Desta forma, o resultado de uma instituição de ensino superior público deverá ser
entendido como a soma do resultado social com o desempenho financeiro.
O resultado será representado por uma função da estratégia e das acções, que por sua
vez dependem do pessoal, do ambiente de trabalho e aprendizagem, dos processos
sistematizados e dos clientes.
Se uma instituição de ensino superior público apresentar um bom resultado social,
poderá ter mais alunos, mais projectos e maior reconhecimento da comunidade. Estes
factores proporcionarão mais recursos, originados por mais projectos e parcerias e maior
reconhecimento do Estado, o que origina um maior financiamento de projectos, do ensino e de
actividades de extensão.
A diferenciação das instituições de ensino superior, com vista à sobrevivência, pode
passar pelo fortalecimento de relações e parcerias, que permita o reforço de imagem
institucional, através de acções sociais e da sua presença no meio.
Em suma, a inclusão da perspectiva social no Balanced Scorecard justifica-se para as
instituições de ensino superior público, na medida em que estas devem ter como objectivos a
elevação do nível cultural, a contribuição para o desenvolvimento económico e a melhoria da
qualidade de vida da população.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
É importante destacar que, embora estes índices existam, os mesmos não são utilizados
para fins de gestão na ESTA.
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
Aprendizage
crescimento
Financeira
Processos
internos
Clientes
Social
Indicadores Propostos
me
Aprovação □
Transferência
Aprovação por curso □
Inserção no mercado □ □
Acções realizadas
Atendimento O
Reclamações O □
Satisfação interna - alunos
Satisfação interna - funcionários
Sustentações
Receitas por funcionários O
Crescimento da receita
Crescimento do número de alunos O
Receita de novos cursos O O □
Lucro por serviço
Endividamento O
Liquidez corrente
Margem líquida
Taxa de retorno do activo
Taxa de retorno do Património Líquido
Crescimento do nº de alunos com novos cursos O □
Motivação dos funcionários O
Participação no mercado
Duração média do relacionamento com aluno O
Infra-estrutura de informática - pedagógica
Infra-estrutura de informática - administrativa
Permanência de pessoal
Formação Administrativa O
Formação Pedagógica
Projectos de Investigação O O
Relações Externas O O □
Legenda:
forte impacto O médio impacto □ fraco impacto
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
Com vista a obtenção de resultados que ilustrem os indicadores propostos pelo modelo
de BSC para ESTA, partimos da relação de alguns atributos com as variáveis necessárias a
alguns indicadores Por falta de dados não nos é possível ilustrar mais do que os indicadores a
seguir:
Indicadores Propostos Atributos / Variáveis
Transferência (de outras escolas) Desc. Tip. Ingr.
Receita de novos cursos Código de Curso x NºAlunos 1ºMatricula
8 http://www.statsoft.com/
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
CONCLUSÕES
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Balanced Scorecard – Gestão de Desempenho da ESTA
BIBLIOGRAFIA
Eccles, R. G., & Kzurus, M. P. (2010). One Report: Integrated Reporting for a Sustainable
Strategy. New York: John Wiley & Sons.
Silva, C. S. (25 de Março de 2010). Balanced Scorecard - Curso TIC - Ano Lectivo
2009/2010 (ESTA). Abrantes, Santarém, Portugal.
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