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• Viga de ponte rolante industrial;

• Capacidade útil da ponte: 60 kN (6 tf);


• Vão simplesmente apoiado de 15 m;
• Apoios sobre consolos de concreto,
sobre almofada de neoprene e fixação
com chumbadores de aço inox;
• Ações: peso próprio, peso dos trilhos,
carga móvel da ponte (conforme dados
do fabricante). Esforços horizontais
desprezíveis.

1
• Sistema de protensão:
pré-tração em pista e transferência
da força de protensão ao concreto
por aderência inicial

2
• Pista de fabricação de 200 m;
• Fôrmas de aço articuladas;
• Pré-tração com macaco hidráulico
monocordoalha;
• Ancoragem das cordoalhas por meio de
cunhas tripartidas e porta-cunhas;
• Transporte do concreto proveniente da
central por pórtico rolante/caçamba e
lançamento por tremonha;
• Adensamento por vibradores de imersão
e motovibradores auxiliares nas paredes
das fôrmas.

• Cura a vapor à pressão atmosférica


(ciclo admitido, por hipótese)
Temperatura (ºC)

75

23

2 5 13 15 Tempo (horas)
Tempo Aqueci- Patamar de temperatura Resfria-
de mento constante (8horas) mento
espera

3
• Transporte interno à fábrica: por meio de
pórticos e pontes rolantes, alças de
içamento próximas aos apoios;
• Estocagem: empilhamento de no máximo 3
elementos (ou conforme experiência da
fábrica), com calços de madeira próximos
aos apoios definitivos;
• Transporte externo à fábrica: por meio de
guindastes, com auxílio de balancins para
não introduzir forças horizontais. Outros
cuidados (choques, torções, etc.): conforme
experiência da fábrica).

• Montagem e fixação dos elementos

(similar)

4
Concreto (valores admitidos para o dimensionamento)

• Observação geral: neste item a fábrica deverá


estabelecer especificações de qualidade dos
materiais a empregar, assim como os
procedimentos de controle, objetivando alcançar a
resistência e a durabilidade requeridas para o
produto, de preferência como parte de um sistema
mais abrangente de Garantia da Qualidade.

• Aos 28 dias: fck = 35 MPa ; fctk = 2,25 MPa;


Eci = 33.130 MPa;
• Na data de protensão: fcjk = 24 MPa; fctjk = 1,75 MPa
• Controle de resistência: na data de protensão e
aos 28 dias

Aços (valores admitidos para o dimensionamento)

• Observação geral: os mesmos cuidados relativos


ao controle de qualidade deverão ser tomados pela
fábrica, como parte de um sistema de Garantia da
Qualidade.

• Aço de protensão: cordoalhas de 7 fios/CP-190RB


(fptk = 1.900 MPa; fpyk = 1.710 MPa ; Ep = 200 GPa)

• Aço comum: barras e fios/CA-50 e telas soldadas/


CA-50 (fyk = 500 MPa ; Es = 210 GPa)

5
105 190 105
Seção pelos chumbadores:
66,5 77 113 77 66,5
Ac = 2.050 cm2
ycg = y 1 = 44,6 cm
y2 = - 50,4 cm
220 200 Ic = 2.056.764 cm4
W1 = 46.068 cm3
60
W2 = - 40.846 cm3
Medidas
em mm
Seção fora dos chumbadores:
950 70 120 70

Ac = 2.344 cm2
ycg = y 1 = 49,7 cm
y2 = - 45,3 cm
120
Ic = 2.488.560 cm4
W1 = 50.044 cm3
120

W2 = - 54.969 cm3
400

5.1- Carga permanente

a) peso próprio: 0,2344 m2 x 25 = 5,86 kN/m ⇒ g1 = 5,86 kN/m

M g1
Mg1 = 16.481 kN.cm ⇒ σ 1 g1 = = 0 ,358 kN 2
W1 cm
M g1
⇒ σ 2 g1 = = −0 ,403 kN
W2 cm 2

b) Trilho + assentamento dos trilhos


trilho TR-25 = 0,25 kN/m
argamassa assentamento: 0,12 kN/m ⇒ g2 = 0,37 kN/m

M g2
Mg2 = 1.041 kN.cm ⇒ σ1 g 2 = = 0 ,023 kN
W1 cm 2
M g2
⇒σ 2 g 2 = = −0 ,025 kN
W2 cm 2

6
5.2- Carga móvel
a) Trem-tipo (dados do fabricante da ponte)
3,60 m
69 kN 69 kN

Mq
Mq = 39.330 kN.cm ⇒ σ1 q = = 0 ,854 kN
W1 cm 2
Mq
⇒ σ 2 q = W = −0 ,963 kN cm 2
2

5.3- Excentricidade da força de protensão

ep = y1 – d1 =
44,6 – 4,1 = 40,5 cm
8
8 41 mm
25

6.1- Estimativa da força de protensão


Grau de protensão adotado ⇒ PROTENSÃO LIMITADA

a) Combinação quase-permanente de ações


0,5 f ck

BS σ 2g1 σ2g2 σ2q σ 2p∞ σ 2s


- - - +
-
y2
+ + C2 + =
ep y1
+ + + -
σ 1g1 σ1g2 σ1q σ 1p∞ σ 1s
BI

0
Na borda inferior:
σ1g1 + σ1g2 + C2 σ1q + σ1p∞ = 0

Adotando-se C 2 = 0,4 ⇒ 0,358 + 0,023 + 0,4 x 0,854 +σ1p∞ = 0

⇒ σ1p∞ = - 0,723 kN/cm


2

P∞ ,est P ∞,est .e p P :,est = - 528,9 kN (VALOR A)


σ1 p ∞ = +
Ac W1

7
b) Combinação freqüente de ações 0,5 fck

BS σ2g1 σ2g2 σ2q σ2p∞ σ2s


- - - +
-
y2
+ + C1 + =
ep y1
+ + + -
σ1g1 σ1g2 σ1q σ1p∞ σ1s
BI

1,5 ftk
Na borda inferior:
ou
1,2 ftk
σ1g1 + σ1g2 + C1 σ1q +σ 1p∞ = 1,2 ftk

Adotando-se C1 = 0,6 ⇒ 0,358 + 0,023 + 0,6 x 0,854 +σ1p∞ =


1,2 x 0,225 = 0,270

⇒ σ1p∞ = - 0,623 kN/cm2


P ∞,est P ∞,est .e p P:,est= - 455,8 kN (VALOR B)
σ 1 p∞ = +
Ac W1

Portanto: P:,est= - 528,9 kN (maior valor absoluto entre A e B)

6.2- Cálculo da seção transversal da armadura ativa

Admitindo perda total de DP∞(Pi→ P∞) = 25%:

P∞ , est 528 ,9
Pi, est = = = 705 ,2 kN
1 − ∆ P∞ 1 − 0,25

Limitação de tensões na armadura ativa (aço CP-190RB):

0,77 fptk = 0,77 x 1.900 = 1.463 MPa = 146,3 kN/cm2


σpi ≤
0,85 fpyk = 0,85 x 1.710 = 1.453 MPa = 145,3 kN/cm2

Pi,est 705,2
A p,est = = = 4,85 cm 2 = 485 mm2
s pi,lim 145,3

Pela tabela de aço, escolhendo cordoalha de 7 fios/Φ 12,7 mm:

Ap = Ap,ef = 5 cordoalhas X 98,7 mm2 = 493,5 mm2

8
6.3- Valores representativos da força de protensão

6.3.1- Força inicial Pi


Adotando a tensão máxima na armadura: σp i = 145,3 kN/cm2
Pi = Ap . σpi = 4,935 x 145,3 = 717,0 kN

6.3.2- Força ancorada Pa

a) perda por acomodação da ancoragem


σ pi = 1.453 MPa ⇒ εp i = 1.453 / 200.000 = 7,27 ‰
Comprimento da pista = 200 m = 200.000 mm
Alongamento aproximado: 0,0727 x 200.000 mm = 1.453 mm

6mm
? Panc ≅ = 0,41%
1.453mm

b) perda por retração inicial do concreto


Desprezada tendo em vista a elevada umidade mantida dura nte a cura.

c) perda por relaxação inicial do aço de protensão

s pi 145,3
= = 0,765 ⇒ ? 1000 = 3,15%
fptk 190

Na falta de dados sobre o comportamento da relaxação do aço sob


altas temperaturas, admitiremos um “tempo fictício” proporcional
à temperatura.
(Obs.: este não é um procedimento consagrado, nem tem base
científica)

0,15
75 o C ? =?  48,8  = 2,00 %
t fic = 13h = 48,8h ⇒ cura 1000 1000 
20o C  

d) perda total P i → Pa

DP (Pi→ Pa ) = 0,41 + 2,00 = 2,41 %


⇒ Pa = 0,976 x 717,0 = 699,7 kN

9
6.3.3- Força antes das perdas progressivas P0
Ep 200
ap = = = 6,06
Ec 33
Tomando os dados da seção homogeneizada = seção bruta:
P P .e 2 − 699,7 − 699,7× 40,52
s cp = a + a p = + = −0,899 kN/cm2
Ah Ih 2.050 2.056.764

P0 = Pa + αp Ap σcp = -[699,7 + 6,06 . 4,935 . (-0,899)] = -672,8 kN


⇒ P0 = -672,8 kN

6.3.4- Força após as perdas progressivas P ∞


a) Hipóteses para o cálculo dos coeficientes de retração e de
fluência
Hipóteses assumidas:
• Umidade relativa do ambiente média: 60%
• Tipo de cimento: CP-V/ARI (Alta Resistência Inicial)
• Slump = 5-9 cm (consistência plástica)
• t0 = 7 dias (para cálculo da retração)
• t0 = 21 dias (para cálculo da fluência)

b) Cálculo da retração final εcs∞


εcs,∞ = ε1s . ε2s
2
 U U 
e1s = − 6,16 − +  × 10 = −0,402× 10
−4 −3

 484 1590

γ = 1 + e (-7,8 + 0,1 U) = 1,165

uar = 3,02 m

2 ⋅ Ac 2 × 0,2050
h fic = γ ⋅ = 1,165 × = 0,158 m
u ar 3,02

ε2s = 0,33 + 2 ⋅ h fic =


0,33 + 2 × 0,158
= 0,944
0,21+ 3 ⋅ h fic 0,21+ 3 × 0,158

εcs,∞ = -0,402 x 10-3 x 0,944 = -0,379 x 10 -3

10
c) Cálculo do coeficiente de fluência φ∞

φ∞ = φa + φf∞ + φd∞

 f (t ) 
φ a = 0,8 ⋅ 1 − c 0 
 f c (t∞ ) 

fc (t0 )
⇒ conforme NBR − 6118/2003
fc (t∞ )
fck, j  
s ⋅1− 28 t 
ß1 = =e  
f ck
s = 0,20 (cimento ARI)
t = t0 = 21 dias ⇒ β1 = 0,970
t=∞ ⇒ β1 = 1,221
fc (t0 ) 0,970
= = 0,794
f c (t∞ ) 1,221

φ a = 0,8 ⋅ [1 − 0,794 ] = 0,165

φf∞ = φ1c . φ2c

φ1c = 4,45 – 0,035 U = 2,35


0,42 + h fic 0,42 + 0,158
φ2 c = = = 1,615
0,20 + h fic 0,20 + 0,158

φf∞ = 2,35 x 1,615 = 3,795

φd∞ = 0,4

φ∞ = φ(∞, t0) = φa + φf∞ + φd∞ = 0,165 + 3,795 + 0,4 = 4,36

d) Comparação do coef . de fluência φ∞ com a retração final εcs∞

[-8.10 -5. φ∞] = - 0,349 x 10-3


εcs∞ = |-0,379 x 10-3| < 1,25 | x 0,349 x 10-3|

Portanto, o cálculo simplificado das perdas pode ser efetuado.

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e) Cálculo simplificado das perdas progressivas
Para o caso de aço tipo RB:

∆ σ
p, c +s +r
.100 = 7,4 +
α ⋅ φ(∞, t
p
)1,07 ⋅ (3 − σ )
σ p0 18,7
0 c, p0g

P0 P0 ⋅ e p − 672,8 − 672,8 × 40,5 2


2
σ c, p0 =
Ac
+
Ic
=
2.050
+
2.056.764
= −0,865 kN/cm 2 = −8,65 MPa

M g1 ⋅ e p 16.481 × 40,5
σ c,g1 =
Ic
=
2.056.764
= 0,325 kN/cm 2 = 3,25 MPa

σ c,p0g = -8,65 + 3,25 = -5,40 MPa

∆ σ
p, c +s +r
⋅ 100 = 7,4 +
6,06
× 4,361,07 × (3 + 5,40)= 20,6%
σ p0 18,7

∆P(P0 →P∞) = 0,206 . P 0 = 0,206 x (-672,8) = -138,6 kN

P∞ = -672,8 +138,6 = -534,2 kN (lembrando que P∞,est = -528,9 kN ⇒ OK)

∆P(Pi →P∞) = 25,5%

f) Cálculo das perdas progressivas pelo método completo da NBR-6118/2003

• Relaxação do aço em t ∞
σ pi / fptk = 0,765 ⇒ ψ 1000 = 3,15 %
ψ ∞ = 2,5 ψ1000 = 2,5 x 3,15 = 7,87

• Coeficiente de fluência do aço em t∞


χ∞ = -ln [1 - ψ ∞] = 0,082

• Outros coeficientes
ε cs ∞ = -0,379 x 10-3 φ∞ = 4,36

E p = 200.000 M Pa αp = 6,06

P0 672,8
σ c,p0g = 5,40 Mpa s p0 = = = 136,3 kN/cm 2 = 1.363 MPa
A p 4,935

χp = 1 + χ ∞ = 1 + 0,082 = 1,082

χc = 1 + 0,5 . φ∞ = 1 + 0,5 x 4,36 = 3,18

e 2p .Ac 40,52 × 2050 A p 4,935


? = 1+ = 1+ = 2,635 ?p = = = 0,00241
Ic 2.056.764 A c 2.050

12
• Cálculo das perdas progressivas para t=∞

− ecs,∞ ⋅ E p − a p ⋅ s c, p0g ⋅ f ∞ + s p0 ⋅ χ ∞
? s p (∞ , t0 ) = = 274,2 MPa
χp + χc ⋅ α p ⋅ η ⋅ρp

∆P(P 0→P∞) = 27,42 kN/cm 2 x 4,935 cm2 = 135,3 kN (aproximado = 138,6 kN)

P∞ = 537,5 kN (ainda superior a P∞ ,est = -528,9 kN)

g) Resumo dos valores representativos

Pi = 717,0 kN
∆P = 2,41%
Pa = 699,7 kN
∆P = 3,75% ∆P total = 25,0%
P0 = 672,8 kN
∆P = 18,87%
P∞ = 537,5 kN

Considerando o cálculo completo


das perdas progressivas

7.1- Combinação 1: 0,8g1 + P0


(Combinação especial de transporte, sob supervisão)

σc,lim = -0,7 f = -0,7 x 24 = -16,8 MPa = -1,68 kN/cm


cjk
2

σt,lim = 1,2 f = 1,2 x 1,75 = 2,1 MPa = 0,21 kN/cm


tjk
2

1,2 f tjk
BS -0,403 +0,339 +0,017

- +

0,8 X + = 0,7 f cjk


ep

+ - -
BI 0,358 - 0,920 - 0,634

(0,8g 1) (P 0) (transp .)

7.2- Combinação 2: g1 + P0
(Combinação especial de estocagem ou repouso, sob supervisão)
Não apresenta problema, tendo em vista a combinação anterior.

13
7.3- Combinação 3: g 1 + g2 + P0
(Combinação de estado em vazio→ações permanentes)
Este caso ficará entre a combinação anterior e a seguinte.

7.4- Combinação 4: g 1 + g2 + P∞
(Combinação de estado em vazio→ações permanentes)
σc,lim = -0,5 fck= -0,5 x 35 = -17,5 MPa = -1,75 kN/cm2
σt,lim = 0 0

BS -0,403 -0,025 +0,271 -0,157


- - +

+ + =
ep -
+ + - 0,5 fck

BI 0,358 0,023 -0,735 -0,354

(g1) (g2) (P ∞) (vazio)

7.5- Combinação 5: g1 + g2 + 0,4q + P∞


(Combinação quase-permanente)

σc,lim = -0,5 fck= -0,5 x 35 = -17,5 MPa = -1,75 kN/cm2


σt,lim = 0 0,5 fck

BS -0,403 -0,025 -0,963 +0,271 -0,542


- - - +
-
+ + C2 + =
ep

+ + + -

BI 0,358 0,023 0,854 -0,735 -0,012


0
(g 1) (g2) (0,4q) (P ∞) (quase-permanente)

14
7.6- Combinação 6: g1 + g 2 + 0,6q + P∞
(Combinação freqüente)

σc,lim = -0,5 fck= -0,5 x 35 = -17,5 MPa = -1,75 kN/cm2


σt,lim =1,2 ftk= 1,2 x 2,25 = 2,7 MPa = 0,27 kN/cm2 0,5 fck

BS -0,403 -0,025 -0,963 +0,271 -0,735


- - - +
-
+ + C1 + =
ep

+ + + -
+
BI 0,358 0,023 0,854 -0,735 +0,158
(g1) (g2) (0,6q) (P∞ ) (freqüente )
1,2 f tk

7.7- Combinação 7: g 1 + g 2 + q + P∞
(Combinação rara)

σ c,lim = -0,5 fck= -0,5 x 35 = -17,5 MPa = -1,75 kN/cm2


σ t,lim =1,2 ftk= 1,2 x 2,25 = 2,7 MPa = 0,27 kN/cm2 0,5 fck

BS -0,403 -0,025 -0,963 +0,271 -1,120


- - - +
-
+ + + =
ep

+ + + -
+
BI 0,358 0,023 0,854 -0,735 +0,500
(rara)
(g1) (g2) (q) (P∞)

limitação de abertura
de fissuras

15
7.8- Armadura para absorver os esforços de tração e combater fissuração

5,3

12
29,3 cm

12 +

40

Calculando a resultante do concreto tracionado: R ct y 254 kN

γ f ⋅ R ct 1,4 × 254
Armadura para resistir à resultante: A s = fyd
=
50
= 8,18 cm 2
1,15

Armadura passiva: 7 Φ12,7 mm, na parte central da viga.

7.9- Alternativa: considerar a própria armadura ativa


(para absorver os esforços de tração e combater fissuração)

Rct = 254 kN

∆σp = Rct / A p = 254 / 4,935 = 51,5 kN/cm2 (valor muito alto!!!)

Basta observar que: σ ∞ = P∞ / A


p p = 108,9 kN/cm2

σ p∞ + ∆ σp = 108,9 + 51,5 = 160,4 kN/cm2 > fpyd = 171 / 1,15 = 148,7 kN/cm2

Ou seja, a fissuração do concreto


poderia levar a armadura ativa
ao escoamento !!!

Portanto, é necessária a armadura passiva, o que traz alguns inconvenientes


ao processo de produção.

A seguir, vejamos uma proposta de redimensionamento.

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Tendo em vista os problemas demonstrados anteriormente, opta-se pelo
aumento da força de protensão e disposição de cordoalhas construtivas junto
à mesa superior.

A p2 = 2 φ9.5 (CP-190RB) → 1,096 cm2


ep2 = -46,4 cm

ep1 = 40,5 cm
A p1 = 6 φ15.2 (CP-190RB) → 8,40 cm2

Adotando os mesmos dados já calculados:

Força inicial
P1,i = 8,40 x 145,3 = 1.220,5 kN
P2,i = 1,096 x 145,3 = 159,2 kN

Força ancorada
P1,a = 0,976 P1,i = 1.191,2 kN
P2,a = 0,976 P2,a = 155,5 kN

Força antes das perdas progressivas


Como temos agora cordoalhas em fibras distintas, temos que considerar o
efeito mútuo entre elas:

σp1,0 = σ p1,a – (α11σ p1,a + α12σp2,a)


 
α α A⋅ A p pk
 e ⋅e 
σp2,0 = σ p2,a – (α21σ p1,a + α22σp2,a) onde: j k= 1 + pj pk 
h  Ih 
 Ah 
Fazendo os cálculos:
α 11 = 0,0654 α12 = -0,0028
α 21 = -0,0217 α22 = 0,0102

Aplicando as expressões resulta:


σp1,0 = 132,93 kN/cm2 ⇒ P 1,0 = 1.116,6 kN
σp2,0 = 143,51 kN/cm2 ⇒ P 2,0 = 157,3 kN

Força após as perdas progressivas


Aplicando a formulação completa da NBR -6118/2003:
∆σp1,c+s+r = 356,6 MPa ⇒ ∆P1 = 26,8% ⇒ P 1, ∞ = 817,1 kN
∆σp2,c+s+r = 206,1 MPa ⇒ ∆P2 = 14,4% ⇒ P 2, ∞ = 134,7 kN

17
Verificação da situação de transporte: 0,8g1 + P 0
1,2 ftjk
BS -0,403 +0,562 - 0,255 -0,015
- +
-
0,8 X + + = 0,7 fc j k
ep
+ - -
BI 0,358 - 1,526 +0,082 -1,158
(0,8g1 ) ( P1 , 0) (P 2,0) (transp.)

Verificação da combinação rara: g 1 + g2 + q + P ∞


0,5 fck

BS -0,403 -0,025 -0,963 +0,412 -0,219 -1,198


- - - + - -
+ + + +
ep y1
+ + + -
+
BI 0,358 0,023 0,854 - 1,117 +0,070 +0,188
(g1 ) (g2 ) (q) (P 1,∞) (P 2,∞) (rara)

1,2 ft k

As condições de protensão completa foram atingidas


Como se vê, pelo redimensionamento, chegou -se a respeitar inclusive o grau de
protensão completa, pois na combinação rara respeita-se o estado limite de
formação de fissuras.

Acréscimo de tensões na armadura ativa


Calculando a resultante do concreto tracionado: Rct ≅ 48 kN

∆σp = Rct / Ap = 48 / 8,40 = 5,7 kN/cm 2

σ p∞ + ∆ σp = 97,3 + 5,7 = 103,0 kN/cm2 < fpyd = 171/1,15 = 148,7 kN/cm2

Não há perigo da fissuração do concreto


levar a armadura ativa ao escoamento

Em princípio, pela presente não é necessária a armadura passiva, mas é ainda


preciso verificar o estado limite último.

18
9. Verificação das tensões ao longo do vão
Processo das curvas limites
9.1. Situações a verificar
Estado em vazio - situação de transporte: 0,8 g1 + P1,0 + P2,0
1,2 ftjk
P2,0
_ + _ +

+ + =
_ _
P1,0 +

0,8 g1 P1,0 P2,0 0,7 fcjk

Estado em serviço - combinação rara: g1 + g2 + q + P1,∞ + P2,∞


0,5 f ck
P2, ∞
_ _ + _ _

+ + + + =
_
P1, ∞ + +
+
g1 g2 q P1, ∞ P2,∞ 1,2 f tk

9.2. Determinação das curvas limites


σ1v,lim − 0,8σ1g1 − σ1p 20 σ 2v ,lim − 0,8σ 2g1 − σ 2p 20
C1v = C 2v =
σ1p10 ,m σ 2p10 ,m
σ1s,lim − σ1g1 − σ1g2 − σ1q − σ1p 2 ∞ σ2 s,lim − σ2 g1 − σ 2g 2 − σ2 q − σ2 p2 ∞
C1s = C 2s =
σ1p1∞ ,m σ 2p1∞,m

σ1v,lim = −0,7 f cjk = −0,7 × 24 = −16,8 MPa = −1, 68 kN / cm2


σ 2v,lim = 1,2 f tjk = 1, 2 × 1,75 = 2,1 MPa = 0,21 kN / cm2

σ1s,lim = 1,2 f tk = 1,2 × 2,25 = 2,7 MPa = 0,27 kN / cm2


σ 2s,lim = −0,5 f ck = −0,5 × 35 = −17,5 MPa = −1,75 kN / cm2

1
− 1 .116 ,6 − 1.116,6 × 40,5
σ1p 10,m = + = −1,526 kN / cm 2
2.050 46 .068
− 1.116,6 − 1.116 ,6 × 40,5
σ 2p10 ,m = + = 0,562 kN / cm2
2.050 − 40.846
− 817,1 − 817,1 × 40,5
σ1p 1∞ ,m = + = −1,117 kN / cm2
2.050 46 .068
− 817,1 − 817 ,1× 40,5
σ 2p1∞,m = + = 0,412 kN / cm2
2.050 − 40 .846

− 157,3 − 157,3 × ( −46,4 )


σ1p 20 = + = 0,082 kN / cm 2
2 .050 46 .068
− 157,3 − 157 ,3 × ( − 46,4 )
σ 2p 20 = + = −0,255 kN / cm2
2.050 − 40 .846
− 134 ,7 − 134 ,7 × ( −46,4 )
σ1p 2 ∞ = + = 0,070 kN / cm 2
2.050 46 .068
− 134,7 − 134,7 × ( −46,4)
σ 2p 2∞ = + = − 0,219 kN / cm 2
2 .050 − 40 .846

Seção Mg1 Mg Mq σ1g1 σ2g1 σ1g σ2g σ1q σ2 q


0 16.481 17.522 39.330 0,358 -0,403 0,380 -0,429 0,854 -0,963
1 15.822 16.821 39.744 0,343 -0,387 0,365 -0,412 0,863 -0,973
2 13.844 14.718 36.018 0,301 -0,339 0,319 -0,360 0,782 -0,882
3 10.548 11.214 28.152 0,229 -0,258 0,243 -0,275 0,611 -0,689
4 5.933 6.308 16.146 0,129 -0,145 0,137 -0,154 0,350 -0,395
5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

C1v C2v C1s C2s Seção


1,342 1,402 0,926 -0,338 0
1,335 1,379 0,920 -0,355 1
1,312 1,310 0,807 -0,701 2
1,275 1,195 0,586 -1,377 3
1,222 1,034 0,257 -2,382 4
1,155 0,827 -0,179 -3,716 5

2
-2

-1
C1v
C2v
Tensões relativas

C1s
C2s

Interromper 2 (ou pelo menos 1) cabos a partir da seção 4

2
0 1 2 3 4 5
Seções

10. Verificação do ELU - Solicitações normais


P1,∞ = -817,1 kN P2,∞ = -134,7 kN
ep1 = 40,5 cm ep2 = -46,4 cm
Ap1 = 8,40 cm2 Ap2 = 1,096 cm2

10.1. Cálculo do pré-alongamento

P2,∞ _
+ +
e p2
+ =
_ _
ep1
P1,∞ σcp,1 σcp,2 σcp

P1,∞ P2,∞ P1,∞ + P2,∞

3
P1,∞ P1,∞ ⋅ ep1
2
− 817,1 − 817,1× 40,52
σ cp1 = + = + = −1,050kN cm2
Ac Ic 2050 2.056. 764
P ⋅ e ⋅e − 134,7 − 134,7 × (− 46,4) × 40,5
σ cp 2
P
= 2,∞ + 2,∞ p2 p1 = + = 0,057 kN cm2
Ac Ic 2050 2. 056.764

σ cp = σ cp1 + σcp2 = − 1,050 + 0,057 = −1,107kN cm2

Pn = P1,∞ + α p ⋅ A p ⋅ σ cp = 817,1+ 6,06 × 8,40 × 1,107 = 817,1 + 56,3 = 873,4 kN

Pnd = γ p ⋅ Pn = 0,9 × 873,4 = 786,1 kN

ε =
Pnd
=
786,1
= 0,00468 = 4,68 000
A p ⋅ Ep 8,40 × 20. 000
pnd

10.2. Cálculo de MRd por tentativas


P 2,∞
M+P 2,∞.ep2
ep2 M
P2,∞

ep1
=
ep1
P1,∞ P1,∞

a) Supondo domínio 3 ou 4 e σpd,arb = fpyd = 1.487 MPa


σcd εcd
M+P2,∞.ep2 y x
Rcc
P2,∞ d
z
ep1
P1,∞ σpd Rpt εp1d

4
σcd = 0,85 x fcd = 0,85 x 35 / 1,4 = 21,25 MPa e ε cd = 3,5 ‰

b) Equação de equilíbrio
P2d = Rcc - Rpt P2d= 1,2 x P2,∞ = 1,2 x 134,7 = 161,64 kN
Rcc= Acc. σcd = Acc x 2,125
Rpt = Ap1. σpd,arb = 8,40 x 148,7 = 1.249,08 kN
161,64 = Acc x 2,125 - 1.249,08 ⇒ Acc = 663,87cm2

Acc= 40.y
y= 663,87 / 40 = 16,60 < 22cm y
22
⇒ expressão de Acc correta

x = y / 0,8 = 16,60 / 0,8 = 20,75 cm

c) Equação de compatibilidade
ε p1d = ε cd.(d - x) / x = 3,5 x (90,9 -20,75) / 20,75 = 11,84‰ > 10‰
Hipótese de domínio 3 não está correta

d) Nova tentativa considerando agora domínio 2


ε p1d = 10‰ ⇒ ε pd = εp1d + ε pnd = 10 + 4,68 = 14,68‰
σ
ε pd = 14,68‰
p
f ptd = 1.652
σ
⇒ σpd = 1.530 MPa
pd = 1.530

f pyd = 1.487

Ep
ε p

ε pyd = 7,435 ε
pd = 14,68 35% o

ε cd < 3,5‰ e σcd ≤ 0,85 fcd = 2,125 kN/cm2

5
e) Equação de equilíbrio
Supondo σcd, arb = 0,85 fcd = 2,125 kN/cm2 ⇒ Rcc = Acc x 2,125
Rpt = Ap1. σpd = 8,40 x 153,0 = 1.285,2 kN

P2d = Rcc – Rpt ⇒ 161,64 = Acc x 2,125 - 1.285,2


⇒ Acc = 680,87cm2
Acc= 40.y ⇒ y= 680,87 / 40 = 17,02 cm < 22 cm
x = y / 0,8 = 17,02 / 0,8 = 21,28 cm

f) Equação de compatibilidade
ε cd = ε p1d . x / (d - x) = 10 x 21,28 / (90,9 – 21,28) = 3,06‰
g) Tensão no concreto
ε cd = 3,06‰ ⇒ σcd,calc = 0,85 fcd = 2,125 kN/cm2 = σcd, arb

h) Momento resistente
σcd = 2,125 kN/cm2 Acc = 680,87 cm2 Rcc = σcd.Acc = 1.446,8 kN
σpd = 153,0 kN/cm2 Ap1= 8,40 cm2 Rpt = σpd.Ap1 = 1.285,2 kN
P2d = 161,6 kN
y = 17,02 cm z ≅ d – y / 2 = 90,9 – 17,02 / 2 = 82,39 cm
MRd= Rcc .(z - 40,5) + Rpt . 40,5 = 112.657 kN.cm
ou MRd= Rcc .z - P2d. 40,5 = 112.657 kN.cm

10.3. Verificação da segurança


MSd + P2d.ep2 ≤ MRd = 112.657 kN.cm
MSd = 1,4.(Mg1 + Mg2 + Mq) = 1,4.(16.481 + 1.041 + 39.330) =
= 79.593 kN
P2d.ep2 = 161,6 x 46,4 = 7.498 kN.cm
MSd + P2d.ep2 = 79.593 + 7.498 = 87.091 kN.cm < MRd

Portanto a segurança está verificada.

6
11. Verificação do ELU – Força cortante

11.1- Cálculo da força cortante máxima

Vg = (5,86 + 0,37) . 15 / 2 = 46,73 kN

Vq = 69,0 . (1,00 + 0,76) = 121,44 kN


(pela linha de influência da força cortante no apoio)

VSd = 1,4 . (46,73 + 121,44) = 235,44 kN

11.2- Verificação da compressão diagonal do concreto

VRd2 = 0,27. α v2 . fcd . bw . d

αv2 = (1 – fck / 250) = (1 – 35 / 250) = 0,86


fcd = 35 / 1,4 = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
bw = 12 cm
d = 90,9 cm

VRd2 = 0,27 x 0,86 x 2,5 x 12 x 90,9 = 633 kN

VSd < VRd2 verificação satisfeita

7
11.3- Cálculo da armadura transversal (estribos)

VSd ≤ Vc + Vsw ⇒ Vsw = VSd – Vc

Vc = Vc0 . (1 + M0 / MSd,máx.) ≤ 2 . Vc0

Vc0 = 0,6 . fctd . bw . d

fctd = 2,25 / 1,4 = 1,61 MPa = 0,161 kN / cm2

Vc0 = 0,6 x 0,161 x 12 x 90,9 = 105,37 kN

Cálculo de M0 :
_
+
P2d _
ep2 M0 _

_
+ + =
ep1 P1d +

σ1p1 σ1p2 σ1M0 =0


σ1p1 + σ 1p2 + σ1M0 = 0
 1 e p1   1 e p2  M0
σ 1p1 = P1d ⋅  +  σ1p2 = P2 d ⋅  +  σ1M0 =
 A c W1   A c W1  W1

 1 e p1   e  M W  W 
P1d ⋅  +  + P2d ⋅  1 + p2  + 0 = 0 ⇒ M0 = −P1d ⋅  1 + ep1  − P2 d ⋅  1 + e p2 
 c
A W 1  c W1  W1
A  c
A   c
A 

P1d = 0,9 × P1,∞ = 0,9 × (− 781,7) = − 703,53 kN P2 d = 0,9 × P2,∞ = 0,9 × (− 129,5) = − 116,55 kN

 46.068   46.068 
M0 = 703,53 ⋅  + 40,5  + 116,55 ⋅  − 46,4 = 44. 303 − 2.789 = 41.514 kN.cm
 2. 050   2.050 

8
MSd,máx. = 1,4 (Mg1 + Mg2 + Mq) = 79.593 kN.cm

Vc = Vc0 . (1 + M0 / MSd,máx.) =
= 105,37 x (1 + 41.514 / 79.593) = 160,33 kN (< 2.V c0)

Vsw = VSd – Vc = 235,44 – 160,33 = 75,11 kN


Vsw = (Asw / s). 0,9 . d . fy w d ⇒ s = Asw . 0,9 . d . fy w d / Vsw

Estribos de φ 6,3 mm e 2 ramos ⇒ Asw = 0,64 cm2


Aço CA-50 ⇒ fy w d = 435 MPa = 43,5 kN / cm2

s = 0,64 x 0,9 x 90,9 x 43,5 / 75,11 = 30 cm

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