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4 i situngo (al como reriéncia 4 (bo de Newton Experimenta com berlindes iguais de vidro, de borracha e de metal Com a ajuda de um cronémetro anota, para cada expe. ‘incia (diferentes inclinagSes @ substéncias), o tempo que 0 berlinde demora a chegar a um ponto de referéncia sobre a 0 que observas? Porque 6 que os berlindes caem, tanto na situag8o (a) ‘como na situago (bI? Existiré alguma forca actuando sobre eles que os faz cair? ‘Seré 0 peso do ar por cima deles que os faz cair? ‘Qual dos dois corpos, um berlinde ou um pedacinho de papel, pensas que atingird primeiro 0 solo, s8 os deixarmos cai da mesma altura? Para responderes as quest5es anteriores, vamos realizar uma experiéncia utilizando um tubo de vidro fechado numa ‘das extremidades por meio duma torneira, de forma que se possa extrair 0 ar do seu interior, com 0 auxilio de uma ‘maquina de fazer vacuo (maquina pneumatica). ‘A este tubo chama-se, geralmente, tubo de Newton, em honra do fisico inglés Isaac Newton. Este tubo tem dentro trés corps diferentes: uma pena, uma moeda e uma pequena bola de papel. Invertamos 0 tubo ¢ verifiquemos como caem os corpos. Em seguida extrai-se o ar, ligando a extremidade do tubo ‘com a torneita a uma maquina de vazio. Invertamos 0 tubo de forma @ que 0s corpos caiam. (© que 6 que se nota na queda dos corpos dentro do tubo com ar @ sem ar? Fig. 2 {al tbo de Newnor: (bt fexqueree da quede det cor: for dentro do tubo de New ‘sae or 8 com a, 6680 ‘vant Forca da gravidade No ar, ou dentro do tubo com ar, a moeda cai mais rapida- mente do que a pena, mas quando se retira 0 ar do tubo, os {és corpos caem, surpreendentemente, 20 mesmo tempo, 6, atingem 0 fundo do tubo no mesmo instante. No hé divida de que o ar tam algo a ver com este dife- rente comportamento dos corpos 8 cair Mas, se, mesmo na auséncia do ar, 05 corpos continuam ‘a cair e cairiam todos ao mesmo tempo, qualquer que fosse © ‘seu peso e tamianho, 6 porque a causa da sua queda nBo foi 0 peso do ar por cima doles. Entiio, 6 porque actuou sobre eles uma forga que os atrai para a Terra. A esta forca chama-se forca da gravidede. Todos sentimos esta forca. £ devido a ela que temos peso © permanecemos & superficie da Terra. E ainda esta forga que faz com que as mags caiam das Srvores, ou a bola caia no solo quando a largamos, fig. 3 ‘ou qualquer outro corpo caia para a Terra, Esta forge faz-se sentir menos intensamente & medida que nos afastamos da Terra. 3 unc doe xpos @ ex rl area Go atraccdo wn Tres #08 compos. Ns ss satus indica 200 4 os corps pormanecem erticve 6a Tema: (b) 0: sctos voltam a Terra rndo aids 90a fel 2 (manténse na a8 Sito sta da Te a #2 edpsulas espaios cn novo a Te, joke ot oxga de grav to votea de 318 000, ‘A forca da gravidade @ responsavel por alguns factos do nosso conhecimento, fig. 4 E comum, hoje em dia, ouvir-se dizer (sobretudo acerca do viagone espacisis) que «a nave salu fora do campo gravitico terrestren. Isto significa que a nave saiu fora da regi8o do ‘espaco & volta da Terra onde se faz sentir a sua acco atrac- tiva. Logo que as cépsulas entram neste campo, comecam & ‘wacelerar» em direccdo & Terra devido a existéncia da forca da gravidads Foi Isaac Newton quem propés, pela primeira vez, a exis- tencia de forges de stracco entre dois corpos quaisquer. Em geral, as forgas de atracco entre dois corpos s80 muito pequenas, mas se pelo menos a massa de um dos cor os for muito grande, 6 0 caso da Terra, essa forga tem um valor apreciével. Forga gravitactonal Nota: 8 variogto ax forca de ‘ravidede rave no tom fade yor com a constiuigbo ‘ou auadncia de etmostere na tue Fig. 5 Na Lua, devido 8 raca ata (Ho, | menor pesso pode {ranatoumarsa em sto A forga atractiva — forga gravitacional ~, viste entre todos 0s corpos do Universo, e depende das suas ..assas @ da dist&ncia entre eles, Na Lua, por exemplo, cuja massa é muito menor do que ¢ da Terra, # forca atractiva que ola exerce sobre os corpos colo ccados préximo da sua superficie 6 também muito menor. (© peso de um corpo na Lua corresponde, aproximada- mente, a 1/6 do seu peso na Terra. ‘Se observares fotografias ou filmes sobre viagens espa- ciais, podes verificar que um astronauta ne Lua tem uma forma diferente de se deslocar; os seus movimentos parecem mais lentos. Na Lua, fig. 5 ., ele pode até mover-se por saltos, visto que a forga da gravidede na Lua 6 menor, por ser menor & massa da Lua. Para compensar este inconveniente, 0 fato do astronauta & muito pesado. Mesmo com este fato «pesado», os records» olimpicos de salto poderiam ser batidos. Quando um corpo c: contiéria & da gravidade No caso da queda dos corpos no tubo de Newton com ar, ou simplesmente ao calrem no ar, a forca que 0 ar exerce sobre ‘eles, de baixo para cima, opbe-se & forga da gravidace, fazendo com que 0s corpos no caiam ao mesmo tempo. ‘Se, por exemplo, deixarmos cair da mesma altura dues. folhas de papel iguais, mas uma delas amachucada em forma de bola, verifica-se que esta atinge 0 solo em primeiro lugar. © ar exerce sobre ele uma forga :periéncta Z deformacio de uma nla em hice 6 hla estioa detrma sao nla se apicums eunio ‘ue hop "ou sponte exer Porque & que, ou como, podemos dizer se urie forga 6 maior ‘ou menor do que a outra? 0 que & que na forga & maior ou menor? Coloca uma mola om hélice suspensa de um suporte, como se indica na fig. 6 (a). Puxa a extremidade livre da mola com @ tua mB O que observas? ‘Amola deforma-se. E deforma-se tanto mais quanto mais 2a esticarmos, isto €, quanto maior for a intensidade da forca ‘que aplicomos gobre a mola, Da mesma maneira, a intensidade da forga que 8 mola | exerce sobre a mao aumenta também (tu sentes na mo esta | fora). | Quando, por exemplo, jogas 20 jogo da corda ou 30 ‘umedires forgas» com um colega, fig. Fe, no final, nin: ‘guém agenha», concluis que tanto tu como o teu colega fize: ram a amesma forga», isto 6, a intensidade das forgas aplica- das 6 a mesma, embora sejam aplicadas em sentidos contra: 1 Fios. | Quando afirmamos que uma forga ¢ maior ou menor do que outra, estamos a comparar as suas intensidades. apex exerce. «main ‘emenots Foren? Ums vez definida a forga, para ela poder ser, de facto, considerade como grandeza fisica, 6 necessér intensidede, E para medi-la temos de comparé-| sidade de outra force tomada como padr8o. ‘Aunidade de intensidade de forca, no Sistema Internacio- nal, chama-se newton (do nome do fisico Newton), @ expri- me-se pelo simbolo N. Na fig. 8 (a) ¢ (b), esté representada uma caixa que pretende materializar esta unidade. © newton (simbolo N) da ualdade SI de forga rg. 8. Cate de madoire usizada matealzar 8 frea 36 Intensidede 1N (a), © ‘esquama respectvo th). ‘Ao puxarmos a argola A, que passa através de uma rol dana B, 0 corpo C, cuja massa é 102, sobe. Se puxarmos a argola de modo que 0 corpo suba com velocidade constante, estamos a aplicar uma forga cuja intensidad igual a 1 new- ton: TN. Ou seja, um corpo de massa 102°y ¢ atraido pela Terra com a forca de intensidade igual a 1 N. Dizemos qua 0 corpo C pesa 1 N. Como sabes, uma grandeza fisica representa-se pelo pro- duto do valor numérico pela unidade respectiva, Assim, escrever Fan significa que estamos a aplicar ums forca cuja intensidade 6 4 vezes maior do que a forca cuja intensidade é igual a 1 N. Na Natureza podemos observar forcas com intensidades muito variadas, quadro A. Os aparethos medidores das intensidades das forcas cha: tora mam-se dinamémetros, dos qusis esto representados dois one tipes, na fig, ‘Qual ¢ © valor da intensidade da forca que o livro exerce sobre a mola do dinamémetro? E qual o valor da intensidade da forca que a maga exerce sobre a mola? BO ey | R \ | 9 Tove ps 44 nou pesa 1 Como sabemos se uma forca tem a intensidade de 1 N ou de 4N?7 Veremos a tesposta a esta questilo na sec¢o seguinte Quadro 1 { ensidades Forga ds universal eto 2x107N @ 4x10 TN a 2 Forga de atracrdo eléct ice: 0.79% 10-7 N Forga de atrace8o 3x 10N Peso de um homer: 500.N © 900.N Force exercida pelo vento (vento forte) em cada m? Quadro .2, Valores de massa 0 do peso dey “ros corpos Fa. 16. Deterrinaclo do peso de corpos com messos dterentes. Podemos ent8o, resumidamente, indicar as caracteristi- ens do vector paso de um corpo: ‘Note: 0 certo de gravidede {de um corpo & 0 ponto onde ‘2 supde aplcade resutante — linha de acglo: » vertical do tugar; — sentido: de cima para beixo; soi forms dao ponto de aplcago: no centro de gravidade do corpo; es ~ intonsidade: 0 velor numérico do peso desse corpo. =» 0 peso de um corpo serd 0 mesmo quelque. seje 0 lugar om que ole se encontre? Experi corpo aurmenta cerca de do Equador pare os Polos 18 muito precisas mostraram que 0 peso de um 5 Fear 0° seu valor quando se visia Hiagao do peso de corpo coma tude 4 ma latte: dterminando Pats um un namo valores indieados na sta vari um achatamento nos polos, devido ao movimento de rotacso em volta de si propria, 0 raio da Terra tem 0 valor de 6378 km no Equador eres Polos, portanto, um corpo no Equador esté mai ig do contro da Tora. Coma tinhamos referido. a forca de atracc8o entre a Terra e outro corpo depende da disténcia entre os dois corpos; ela & tanto maior quanto menor for a distancia entre eles. Por esse motivo, um corpo pesa mais nos Pélos do que no Equad Esta diferenga 6, no entanto, imperceptivel no dia-a: para corpos com as dimenstes com que costumamos traba- Ih Da mesma maneira se pode verificar que 0 peso de um corpo varia com a altitude a que esse corpo se encontra em telago & superficie da Terra. ‘atlacio do peso de ‘A medida que nos elevamos na atmostera, 0 peso de um mm corpo com & Ithude nui de aS 3, por mde core diminui de 5355 40 sou valor, por cada 1000 m d ‘Vastagio do peso de tum corpo fora da Terra Fo. 18 ‘Um corpo com 0 peso de 1 N 2 partcie da Terra tia Um corpo com a massa de 1kg, portanto cd» peso de 9,80 N, quando ao nivel do mer, teré apenas 0 peso de 9,77 N ‘num aviBo que sobrevoe Lisboa & altitude de 10 000m. Esse mesmo corpo, no cimo da serra da Estrela, cuja alti- tude 6 de 2000 m, pesard 9,794 N J ‘A variagdo do peso com a altitude explica-se também pela maior distancia entre 0 corpo e 0 centro da Terr Esta variago com a altitude 6 ainda mais di tar do que a variagdo com a latitude. de detec: © peso de um corpo varia, portante, com o lugar onde este se encontra, Na Terra, o peso varia com a altitude e a fati- tude. Fora da Terra, a variago do peso 6 bastante grande 0 importante 0 seu conhecimento, nomeadamente em Astro- néutica, no envio de satélites para o espago. Conhecendo @ massa dos astros do sistema solar @ # dis- ’ Terra, foi possivel determinar a forea com que um corpo, de massa 1kg, seria atraldo para esses astros, fig. 18 nugyran 8 © peso de um corpo varia porque a ini ‘dade da forca atractiva também varia de local para local dd erra e de astro para astro no Universo. Em dotorminadas zonas do espaco, onde se nBo faca sen- tir qualquer forga atractiva, 0 peso de qualquer corpo ¢ nulo. ‘Sdo as chamadas situapbes de imponderabilidad KK massa como grandeza caracte- ristica de um corpo. A unidade SI de massa Pelo que acabémos de dizer, 0 peso de um corpo no. pode ser considerado como caracteristica de um corpo, visto ‘que varia com 0 local onde © corpo se encontra. Existe, no ontanto, uma outra grandeza fisica invaridvel, caracteristica de um corpo — a massa desse corpo. J4 vimos que os corpos se poem em movimento quando sobre eles actuam forcat No entanto, corpos diferentes sob a acco de forgas com a8 mesmas caracteristicas comportam-se de maneira diferente. ‘Suponhamos que aplicamos for¢as idénticas sobre 0s car- ros representados na fig. ‘Massa de tum corpo Fig. 20 ‘Copia portuguese do_ aul: ‘rama: pactBo, corr on.* 10, {ue existe no Inaituto Nacio ‘al de Ponos 9 Macdas, Ser ‘gos de Marvologa do Minis- teio da Incite + Enero Ao indo vbaa 0 metro‘ ft, Qual dos dois corpos oferece mais uresisténd mentar-se? ual dos corpos se movimenta com mais rapidex, uma vez posto em movimento? em movi E evidente que, se quisermos empurtar 0 «2 cavalos» ou 0 carro grande, para «pegars, temos muito mais dificuldade, isto 6, encontramos uma maior «oposicox 20 movimento, 20 fempurrar 0 carro grande do que o pequeno, fig. 19 De modo semelhante, uma bola de ténis adquire uma velocidade muito maior do que uma bola de futebol, quendo the apticamos forgas idéntic ‘Se & mesma bola aplicarmos uma forca de maior intensi- dade, ela desiocer-se-& com uma rapidez também maior. ‘Armassa de um corpo esté relacionada com 2 «resistén- cia» que esse corpo oferece 30 movimento. Esta aresisténcia ao movimento» @ tanto maior quanto maior a quantidade de matéria do corpo. Para descrever este diferente comportamento dos corpos, 08 fisicos utiizam @ grandeza masse. ‘Se dois compos, sob a acco de forcas idénticas, se com portam de forma diferente, tém massas diferentes. "A massa de um corpo esté relacionade com @ quanti- dede de matéria que o constitu. A medida da massa de um corpo ¢ 0 nimery que ume balenge nos indica 80 comparar a massa desse corpo com & ‘massa do quilograma-padréo. © quilogrema-padro 6 um cilinciro de platina iridiads, com 39 mm de difmetro e 39 mm de altura, que existe no ‘Arquivo internacional de Pesos @ Medidas em Sévres, Franca. A messa deste clindro corresponde 8 massa de 1. dm? de gue pure & temperatura de 4 °C. A esta massa foi atribulda, por conven¢o, @ designaco de quilograma, simbolo kg. b Fig. 24 Peso 8 mass slo requ morte contonddos. ota: uidades nose es- Cram no pura Sobre esta peca desliza uma peca drica, que, con- forme © ponto da escala onde 6 colocaua, equilibrando a balanca, indica ditoctamente o valor da massa do corpo. ‘Também aqui se faz uma comparacdo entre @ massa do corpo e massas conhecidas. Principio semethante preside a0 funcionamento de algu- ‘mas balancas de farmacia (de cursor), da balanca decimal, do pesa-cartas, ete. © principio de funcionamento destas balancas seré expli- cado No balanga de dois pratos, 0 corpo exerce sobre o prato dda esquorda uma forca igual, P, & que as «massas marcadas» ‘exercem sobre o prato da direita, Se transportéssemos qualquer uma das balangas {para Lua, por exemplo, ambas se manteriam em equill- brio, Como explicas este facto? © peso e a massa de um corpo: duas grandezas diferentes E frequente ler nas embalagens comerciais, por exemplo, peso total 930 gn, «peso liquido 1000 go, fig. 24 Porém, tal indicago no 6 correcta. O que deveria estar referido seria a massa total ou, eto, a massa liquide. Algu- mas embalagens ja no trazem este erro. Tal como vulgarmente se utiliza a palavra balanga para designar todo © tipo de aparelhos que servem para «pesar, também a palavra «pesagem» significa qualquer acclo de medir que sirva para avaliar quer a massa de um corpo quer 0 sou peso. Quando nos pesamos, utilizando balangay -itométicas ra farmécia ou em nossas casas, estamos 2 uth.uf balengas- -dinamémetros. Avaliamos desta maneira 0 nosso peso. Esta- mos, pordm, 8 utilizar unidades de massa quando dizemos «9880 50 quilogramasn. Em Fisica, nBo 6 correcto usar esta finguagem! Quando dizemos «esta pasta é muito pesada», queremos significar que ela exerce sobre 0 nosso brago uma forca de ‘grande intensidadt ‘Se colocarmos a pasta ruma balanga 6 determinarmos a sua massa, osta teré certamente um valor elevado. Num mesmo lugar, quanto maior 6 a massa de um corpo maior 6 © seu peso. Por isso 6 frequente utilizar expresses em que se confun- dem uma e outra grandeza: ‘Esta pasta esth muito cheian (massa, quantidade de matérial; Kesté muito pesaden (peso, exerce uma forca ce grande intensidade sobre 0 braco). ‘Mesmo os fisicos utiiaam @ expresso «pesagem com balangan. Em linguagem cientifica correcta, o termo pesagem refere ‘8 operaco por meio da qual se determina o peso de um corpo. 'N3o existe, no entanto, nenhum termo cientifico especi- fico para designar a operago de avaliar a massa de um corpo. Existe uma possivel razBo para a utilizag¥o generalizada do ‘termo «pesagem quando nos referimos, quer & avalia¢8o da ‘massa, quer & avaliago do peso, que é frequente mesmo em livros cientficos. ‘Quando estamos a determinar a massa de um corpo com uma balange, estamos, na realidade, a comparer as forcas que fesse corpo e as «massas marcadas» exercem em cada um cos pratos da balanca quando ela esté em equillrio. No mesmo local da Terra, ou de qualquer outro planeta ou do espago exterior, 0s valores numéricos da massa e do peso de um corpo coincidem, quando expressos, respectivarente, em quilograma e quilograma-forca. ( Assim, por exemplo, se neste mom( 0 teu peso for 58 kgf (ou 568,4 N), 2 tua massa 6 58 kg> Sora ulti! deixar de usar, no dia-a ar. Ao utilizar a frase «eu peso 68 kg», 6 importante que te lembres que, estando a referir 0 valor do tou peso desta ‘maneita, estés @ exprimi-io em unidades SI de massa, o que, evidentemente, se devers evitar na linguagem cientifica. 2 linguagem vul- ‘A massa do teu corpo 6 de 58 kg, mas a forga que a Terra exerce sobre t, isto 6, 0 teu peso 6 $8 kgf ou 568,4 N. Observa a fig. 22 22 Oasvonauta tem pesos deena Tera in epee ¢n La ‘A massa do astronauta é de 75 kg. ‘Admitindo que ele nilo emagrece, 0 seu peso na Terra 6 735 N (75 kgf), no espaco 0 N (0 kgf) e na Lua 122,5 N (12,5, kgf), cerca de 6 vezes menor do que na Terra, quadro. 3 Quadro 3 — Massa e peso de um corpo om diferentes locals Diferengas entre massa e peso de um corpo ‘A massa do astronauta nBo varia, mas 0 $9 7280 varia, porque varia 0 valor da forca da gravidade nos tre. .ocais con- siderados. Nas ragiBes do espago onde os corpos tém um peso igual a zero diz-se que nessas regides no existem forgas graviticas; ‘fo situagBes de imponderabilidade. Jé terds visto, na TV, situagBes destas quando os astro- nautas ou os objectos esto «flutuando» dentro ou fora da nave Poderamos agora estabelecer algumas diferencas simples entre as grandezas fisicas massa @ peso: 1 — Quanto a sua natureza = 0 peso é uma grandeza vectorial, uma forea; ‘+ a massa 6 uma grandeza escalar. Quanto as unidades em que se exprimem *# 0 peso exprime-se em N (SI) ou em kof: ‘© a massa exprime-se em kg. 2 — Quanto ao processo de medi¢so = 0 peso avalia.se com dinamémetros ou balangas- -dinamémetros; a massa avalia-se com balancas. = Quanto aos sous valores relatives. ‘+ 0 peso de um corpo varia com 0 local onde esse corpo se encontr © Awtacsa nde vate 6 3.3.4, Fotencta de uma maquina ‘Sabemos ja que uma transferéncia de energia mecénica se processa através da realiza¢o de trabalho por forgas exercidas sobre 0 sistema receptor. No entanto, essa tranferéncia de energia pode processar- -se em intervalos de tempos diferentes. Pensemos novamente no caso representado na fig. 3. 34, pag. 150. ‘Vamos supor que, um dia, 0 pedreiro, porque esté mais cansado, demora § min a elevar o balde cheio de areia, com 0 peso de 15 kgf, & altura de 15 m. ‘Nos outros dias, em média, demora apenas 2 2 3 min, Na realidade, ele transfere a mesma quantidade de energia (realiza © mesmo trabalho), uma vez que 0 balde pesa sempre 0 mesmo e 0 eleva & mesma altura. No entanto, realiza esse trabalho num intervalo de tempo menor, ou sea, eleva 0 balde mais rapidamente, ou ainda, transfere energia para o sistema balde-Terra mais rapidamente. Dirias, com certeza, que o pedreiro, naquele dia, «estava com mais forcan!_ No entanto jé sabes que esta expresso no 6 correcta sob 0 ponto de vista da Fisica. \Vejamos outro exemplo. ‘Sabes que nos edificios de varios andares de construgo recente & vulgar a instalacia de elevadores. Quando sobes para um andar superior, aumenta a energia potencial gravitica, do sistema teu corpo-Terra. Se 0 tiveres feito deslocando-te no elevador, poderés dizer que esse aumento da energia Potencial gravitica ocorreu devido ao trabalho realizado pela forga que 0 elevador exerceu sobre 0 teu corpo, F, fig. 3. 39, durante 0 deslocamento, ¢ no pelo teu esforco. 3.99, 10 subir, oxerce sobre 0 rapae ume force Flaplemle no rapnt): por sua vor, orapac exeice sobre o cho do levador uma fren igual a0 s6u pes, Poténcta de uma maquina ‘Nowe: Nem sempre a mé ‘uina wanefore energie Com 2 mesma rapider, sto 6, pode ‘ext lo umas vozes mais api amente do que outs. Nes sas casos deveres falar em pottncie médlit, Sb0}0 Prag ‘A pottncia média representa 1 energie que, am mécia, a méauine ‘om cada ‘niece ‘Se connecermos # energie transferide, € pela méquina no intervalo de tempo At a poténcie média sad ealculads travis da rolagto: é Faee = “AT Certamente jé tiveste ocasizo de verificar que hé elevado- ‘es mais répidos» do que outros. Por vez( 3m edificios de ‘muitos andares, até existem dois ou trés elevadores, mas nem todos eles se deslocam com a mesma rapidez. ue terdo eles de diferente? Supe que te deslocas do rés-clo-ch8o até ao 3.° andar em dois elevadores diferentes, que gastam, nesse percurso, tempos diferentes. Se o peso da carga 6 igual, também seré igual a forca que o elevador exerce sobre ela, para a fazer subir. Como os deslocamentos s80 iguais, esses forcas real zarBo, portanto, trabalhos iguais. O elevador que realiza 0 mesmo trabatho num intervaio de tempo menor diz-se que 6 mais potente. ; ‘A mesma designaco 6 usada para qualquer méquina. ‘Quando se escolhe uma maquina é, muitas vezes, impor- tante conhecer a rapidez com que essa maquina realizatraba- Iho, transtere e transforma energia. Para isso utiliza-se uma nova grandeza fisica: a poténcia da maquina, de simbo'o P. Define-se poténcia de uma mAquina como a energia quc a méquina transfere e transforma em cada unidade de ternpo, -~ at P ‘0 0 trabalho que ola realiza em cada unidade de tempo: w. Pm me ‘Nota: Intervalo de tempo: At = thew — frit 3.3.2. Unidades de poténcia e de energiz A grandeze poténcia de uma méquins, P, & também um ‘grandeza fisica derivada, pois 6 definida, como vimos, 8 cust dde duas outras grandezas: a energia e 0 tempo. Como as unidades SI de energia e de tempo séo, respect vamonta, 0 joule © 0 segundo, a unidade S/ de poténcia neré —iow lames Watt (1736-1819), Defintzio de watt > watt, unids poténcla SI de ‘A unidade —i9¥l8. simbolo J/; i dado 0 nome de Segundo _ watt, simbolo W, em homenagem ao fisico escocés James Watt. A partir da equago de defini¢&o da poténcia de uma maquina, podemos escrever twatt = tise gy w= te T segundo Ts O watt seré a poténcia de uma méquina que trensfere constantemente o energia de 1 joule em cada segundo. Para representar poténcias elevadas utilizam-se multiplos do watt, como o kilowatt (kW) @ 0 megawatt (MW): 1kW = 1000W e 1kW = 10 W 1Mw 1 MW = 1.000 000 W 10 W 3. 2 — Potdncia média de alguns sistemas fansformadores de energia ‘Sistema transtormador Poténcla média (em W) tere emer vm |e a a = = an as Automével Porsche ., 50.000 — an wa ans Jé ouviste, certamente, algumas vezes dizer: aquele carro tem um motor de «tantos cavalosn. O que quererd isto signiticar? Sabes que entre dois carros, um com um «motor de 2 avalos» e outro com um «motor de 68 cavalos», 0 segundo fard © mesmo trabalho mais rapidamente. Isto quer dizer que ord ima mfiniiina maie antenta dn ruin 9 nrimaies © cavalo-vapor, ob unldade de pottncia Comm efeito, esta expresséo usada na linguagem do di -dia tem a ver com 0 emprego de outra unide’ Ye poténcia: 0 cavalo-vapor, de simbolo cv. Esta unidade prética de poténcia data do aparecimento das primeiras méquinas 2 vapor inventadas por James Watt. Como até essa altura os trabalhos mais pesados eram feitos or animais, James Watt teve a ideia de comparar o trabalho feito pela maquina com o trabalho fe'to, no mesmo tempo, por tum cavalo. Assim, verificou que um animal bem tratado seria capaz de levantar um fardo de 75 kgt a altura de um metro durante um segundo. ‘A poténcia de uma «méquina» capaz de realizar aquele trabalho, no mesmo intervato de tempo, foi designada por un cavalo-vapor. = ue relapéo existe entre 0 cavalo-vepor @ 0 watt? Relagio entre o cv e 0 watt Calculemos a energia transferida pelo cavalo ao elevar & cor ‘A energia transterida pode ser medida pelo trabalho reali- zado pela forca exterior aplicada sobre a carga. Para elevar uma carga que pesa 75 kgf 6 necessério aplicar uma forca ver: ticel de 75 kgf, ou seja, (75 x 9,8) N. O trabalho realizado por ‘essa forga, para elevar o fardo & altura de 1m, seré W = (75 x 9,8)N x Tm = 7355 Portanto, ey = TEL = sw Se dispuseres de duas mdquinas do mesmo tipo, dF poténcias diferentes, sabes agora que, com a mais potente realizarés 0 mesmo trabalho num intervalo de tempo menor. Pode, no entanto, suceder que, para um determinado fim uma maquina de menor poténcia sirva perteitamente. Ness caso deveremos optar por esta, para que o consumo de ene gia seja também menor. Repara que, se conhecermos a poténcia de uma maquine P, 0 intervalo de tempo, At, em que ela esté a funcions constantemente, poderemos conhecer a quantidade de ene gia, E, que ela transferiu (ou transformou).. ‘Como pet at E=Px At Bastard, pois, multiplicar a poténcia da méquina pe “pheoyog Dun woo 25-spouu odio> un 9p vssmu y “asa, & ORSEIPI we Edno0 odI09 0 anb se$nj 0 woo BURA Ogu ‘osad op oLBNUOD o8 ‘end e ‘uspiuoo odsoo o anb wuuyzeus ap apephuenb e 9 wssew y ‘oaswipumusp win woo 2s-9pau odios wn op osed O “euo, y opdeyer wo odioo op opsisod e woo syusuresto3y ren opepisuaiuy v{no e530} eum 9 osad Q “snSunsIp 19qes vuodun anb soquaraip sezopues8 sunp ops esseur 9 Osog esseur BUSOU © “9 OISt “eny-ELIDIeW! 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