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na
Terra dos Direitos
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Uma Aventura na Terra dos Direitos
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Uma Aventura na Terra dos Direitos
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como se uma grande caneta
invis’vel fosse andando ˆ frente.
- Mas afinal quem Žs tu?
A Conven•‹o ia saltitando, com
o longo vestido de palavras...
- Chamo-me Conven•‹o dos Direitos da Crian•a, Direitos das Crian•as nas aulas, mas nunca imaginara que
mas podes chamar-me S‹o e nasci h‡ 12 anos. Em fosse divertido conhecer uma lei.
1989 as Na•›es Unidas resolveram aprovar-me - ƒs muito mais gira do que eu pensei...
para defenderem os direitos de todas as pessoas A Conven•‹o sorriu vaidosa. E no espa•o de segundos
com menos de 18 anos... os seus olhos passaram de azuis a orientais.
- Hum... ent‹o Žs uma lei? - Como Ž que fazes isso?
- Exacto! Sou feita de artigos... - Ora, Ž f‡cil... o meu artigo 2¼ diz que as crian•as
- E cada um deles fala de um direito, n‹o Ž? - insistiu ele. t•m todos os direitos independentemente da ra•a,
- Muito bem, sabes disto n‹o h‡ dœvida! do sexo, da l’ngua ou da religi‹o. Por isso consigo
O Jo‹o ficou todo orgulhoso. J‡ ouvira falar dos ser igual a todas as crian•as do mundo e sempre
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fugir e t‹o
depressa estavam
tinham que aprender a escritos em japon•s, como
ler e a escrever... ah, ah, em ‡rabe, ou em portugu•s. AlŽm
ah e tambŽm lhes de queÉ bemÉ era preciso dizer a
perguntam a tabuada... aposto que n‹o verdade, ele ainda n‹o lia muito bem.
sabem... ah, ah, ah... - S‹o, troca l‡ isso por miœdos...
- N‹o te rias... olha que isto Ž sŽrio... n‹o aprendem - Bem, os artigos dizem que um adulto que seja
isso mas precisam de saber outras coisas. Os respons‡vel por uma crian•a deve fazer o que for
direitos das crian•as dependem muito dos pais e, melhor para ela...e isso significa que devem esfor•ar-se
por vezes, dos av—s, dos tios e do resto da fam’lia. para que n‹o lhe falte nada e n‹o podem maltrat‡-la.
- TambŽm tens isso escrito no teu vestido de Jo‹o lembrou-se dos seus pais e suspirouÉ pensou
artigos? que tinha muita sorte.
- Tenho pois, nos artigos 3¼, 18¼, 19¼ e 27¼... - E quando os pais n‹o fazem isso?
O Jo‹o andava volta dela a ver se conseguia ler o que - TambŽm pensei nisso e por isso tenho aqui no bolso
os artigos diziam, mas era dif’cil pois eles pareciam os artigos 20¼ e 21¼, que garantem que as crian•as
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- Iac... que bichos
t‹o feios.
Uma voz baixinha
maior do que qualquer jogo electr—nico. Por fim aterrou ao lado dele explicou:
no meio do p—, depositando o Jo‹o numa espŽcie de - S‹o os Tortos... n‹o gostam que as crian•as
gaiola. tenham direitos.
- Eh! O que Ž isto? N‹o me podem prender assim. Eu Quem falava era um menino, mas na cara muito suja
tenho o direito a defender-me... s— se percebiam dois grandes olhos.
NinguŽm lhe ligou nenhuma. Ë sua volta estendia-se - Quem Žs tu?
uma espŽcie de aldeia feita de ninhos ovais e pelas ruas - Sou o Rui mas chamam-me o "dedo no ar", porque
estreitas passeavam uns feios p‡ssaros, todos estou sempre a pedir a palavra no CCL.
desengon•ados. Eu n‹o me ralo, afinal tenho direito a dizer o que
Nenhum tinha duas asas iguais, os bicos pareciam penso, est‡ no artigo 13¼.
narizes esmurrados e os olhos estr‡bicos saiam das - O que Ž isso do CCL?
—rbitas. - Clube das Crian•as Livres. Foi criado porque a
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destru’ram as drogas e correram em direc•‹o ˆ
Conven•‹o, ao Jo‹o e aos membros do Clube, cantando
de alegria.
- Meus amigos, Ž hora de festejar o meu anivers‡rio - Olha, eu estou a gostar muito mas acho que agora
e exercer o direito que tenho aqui escondido no s‹o horas. Tenho saudades de casa.
meu cinto.... o Direito a Brincar. - Muito bem Jo‹o. Vou fazer a tua vontade... basta
Todos gritaram de alegria e a festa come•ou cheia entrar na Arca dos Desejos.
de cor. - Mas vou ter que escalar?
O Jo‹o correu, comeu e riu como nunca tinha feito, A Conven•‹o riu-se.
experimentando coisas diferentes e conhecendo - N‹o, desta vez poupo-te. Podes ir pelas traseiras,
amigos de todas as idades e todas as ra•as. onde h‡ um elevador.
Ao fim da tarde, afogueado, com o cabelo colado ˆ O Jo‹o despediu-se de todos, deu um grande abra•o
testa e as pernas cansadas, achou que era altura de se ˆ sua amiga e num minuto j‡ estava na sala da sua casa
ir embora e foi ter com a sua amiga Conven•‹o. ao pŽ dos pais e da irm‹ Guida.
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28¼- A
crian•a ¼
-A o E s t a d o t o m a r a s medidas
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hon 7¼- A crian•a tem, desde o re
ra
nascimento, o direito a um
- Ent‹o, conta-nos tudo? Foi um dia em cheio, h‹?
Ele ficou sŽrio e um pouco comovido. Pensou, pensou
nome, o direito de conhecer
e depois disse:
- Foi bom foi, mas n‹o vou dizer nada. Desculpem
os seus pais, cabendo ao
mas Ž um segredo meu, que vou guardar. Afinal Estado promover a realiza•
tenho direito ˆ minha privacidade... artigo... ‹
destes direitos.
- 16¼- disseram os pais em coro... e riram-se.
36¼- Cabe ao
E o Jo‹o pensou, de si para si, que os pais tambŽm
tinham estado na Terra dos Direitos nesse dia. Estado
30 proteger a c
Fim
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