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ROTEIRO DE AULA Nº 09
1. GENERALIDADES:
As ações de divisão e demarcação, disciplinadas pelo Código de Processo Civil (arts. 946 a
981), referem-se exclusivamente aos imóveis particulares. Quanto às terras devolutas,
cabível será a ação discriminatória, disciplinada pela Lei nº 6.383/76.
Segundo ANTONIO CARLOS MARCATO, “caso envolvam terras devolutas, adequada será
a aludida ação discriminatória, ajuizada pelo Poder Público e processada no rito sumário,
com os objetivos de (a) reconhecer o domínio público, ainda incerto, em relação a imóvel
não suficientemente extremado do domínio particular, e (b) demarcar a área discriminada”.
Disposições gerais acerca de ambas as ações: arts. 946 a 949 do CPC.
Normas acerca da ação demarcatória: arts. 950 a 966 do CPC.
Normas acerca da ação divisória: arts. 967 a 981 do CPC.
2. PRETENSÃO DEMARCATÓRIA:
Art. 1297 do Código Civil: “O proprietário tem o direito a cercar, murar, valar ou tapar de
qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a
proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a
renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os
interessados as respectivas despesas”.
O art. 946, inciso I, do CPC, dispõe que é cabível “a ação de demarcação ao proprietário
para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites
entre eles ou aviventando-se os já apagados”.
Por óbvio, tem-se que só será cabível a ação demarcatória se os confinantes não
realizarem a demarcação em comum acordo e extrajudicialmente, repartindo
proporcionalmente entre os interessados as despesas pela fixação dos limites novos ou
pelo aviventar dos rumos apagados.
Para ORLANDO GOMES, a pretensão demarcatória tem por objeto a “sinalização de limites
incontroversos, como acontece quando a linha divisória passa a ser assinalada com
marcos. No caso de controvérsia ou confusão, torna-se necessário determinar os limites, o
que se faz em conformidade com a posse. Visa, pois, a ação de demarcação a fixar ou
restabelecer os marcos da linha divisória de dois prédios confinantes. Seu objeto é a
3. PRETENSÃO DIVISÓRIA:
Para que o réu deduza pretensão demarcatória ou divisória contra o autor, deverá valer-se
da própria contestação, de modo que a rejeição da pretensão autoral será suficiente para
garantir resultado favorável ao réu.
Assim, não se admite reconvenção nas ações demarcatória e divisória para dedução
de tais pretensões, em razão da ausência de interesse processual (interesse-adequação).
Art. 95 do CPC – foro da situação do imóvel (forum rei sitae) – competência absoluta.
Situando-se o imóvel em mais de uma Comarca ou Estado, define-se a competência pela
prevenção, tornando-se prevento o juízo que primeiro efetuar a citação válida (art. 219 do
CPC), estendendo-se a sua competência à totalidade do imóvel (art. 107 do CPC).
Mesma regra de competência aplicável às ações possessórias e à usucapião de imóveis,
bem como à nunciação de obra nova.
Direito Processual Civil V – Procedimentos Especiais. Prof. Anderson Brito. 2
Roteiro de aula 09: Ações de Divisão e Demarcação de Terras Particulares
6. CUMULAÇÃO DE DEMANDAS:
O art. 947 CPC, permite que um condômino pretenda, em um mesmo processo, demarcar o
imóvel objeto do condomínio em relação a seus confinantes e, ao mesmo tempo, extinguir o
condomínio, através da divisão da coisa comum. Todavia, para evitar tumulto processual,
primeiro será processada a pretensão demarcatória e, só depois, a divisória.
Eis a redação do dispositivo legal mencionado acima: “É lícita a cumulação destas ações;
caso em que deverá processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa
comum, citando-se os confinantes e condôminos”.
Para PAULO CEZAR PINHERO CARNEIRO, trata-se, na realidade, de cumulação de
procedimentos em caráter sucessivo num mesmo processo, e não propriamente uma
cumulação de pedidos.
Deverão ser citados os confinantes da linha demarcatória do imóvel em condomínio, em
razão da pretensão demarcatória, assim como os demais condôminos, estes em virtude da
pretensão divisória.
A divisão, em regra, supõe clara e conhecida a linha perimétrica do imóvel dividendo, de
modo a ficarem os confrontantes estranhos ao processo divisório (art. 948 do CPC).
Se, porém, a linha perimétrica do imóvel dividendo não estiver assinalada no terreno, por
meio de rumos certos e incontestes, mas, no todo ou em parte, se achar confusa ou por
falta de anterior constituição de divisas certas, ou por invasão de terrenos, ou por qualquer
outro motivo, deve-se ao processo divisório cumular o demarcatório, a fim de serem
preliminarmente estabelecidas as várias linhas separativas do imóvel em relação aos
imóveis confinantes, por meio de demarcação, na qual intervirão os confrontantes. E,
somente depois de definitivamente constituída a linha perimétrica demarcatória, no todo ou
nas partes duvidosas, é que se procederá à divisão dos quinhões.
AÇÃO DEMARCATÓRIA
2. PETIÇÃO INICIAL:
Além dos requisitos do art. 282 do CPC, a petição inicial da ação demarcatória deve
obedecer às disposições do art. 950 do CPC, devendo conter obrigatoriamente:
Descrição do imóvel pela situação e denominação (por exemplo, Fazenda São José,
Granja Nova Esperança, Solar Natal, etc);
Descrição dos limites (não precisa ser minuciosa, já que a descrição minuciosa é
função da perícia que será necessariamente realizada na ação demarcatória) do imóvel
a demarcar (lembre-se de que nem sempre a demarcação será total);
Inclusão dos confinantes da linha demarcatória (que não necessariamente serão
todos os confinantes do imóvel, pois a pretensão demarcatória pode ser parcial) no pólo
passivo da demanda;
Instruirá a petição inicial a Certidão do Registro Imobiliário (não basta a Escritura
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Roteiro de aula 09: Ações de Divisão e Demarcação de Terras Particulares
Pública de compra e venda) referente ao imóvel cujos limites se pretende demarcar, a
fim de que se constate a condição de proprietário (ou de condômino, o qual também é
proprietário, só que de coisa comum) do autor e, por conseguinte, a sua legitimidade
para propor a ação demarcatória.
O art. 951 do CPC possibilita a pretensão demarcatória com queixa de esbulho ou de
turbação, podendo o autor formular, também, pedido de restituição do imóvel invadido,
além dos rendimentos dele oriundos, ou a indenização dos danos decorrentes da
usurpação verificada.
Para ERNANE FIDÉLIS DOS SANTOS, com quem concordamos, não se trata de
cumulação de pretensões demarcatória e possessória. Até porque a legitimidade ativa
para a ação demarcatória é do proprietário, ao passo que na possessória é do
possuidor e sabemos que proprietário e possuidor nem sempre são a mesma pessoa.
Ademais, a restituição do imóvel buscada pelo autor não se dá com fundamento na
posse, mas sim na propriedade.
Todavia, a doutrina não é uníssona. CLÓVIS DO COUTO E SILVA e HAMILTON DE
MORAIS E BARROS afirmam que se trata de cumulação das pretensões demarcatória
e possessória, seguindo-se o procedimento previsto para a primeira.
Em razão do caráter dúplice da ação demarcatória, poderá o réu apresentar queixa de
esbulho ou turbação na pretensão que venha a deduzir contra o autor na própria
contestação.
Serão citados os confinantes da linha demarcatória (art. 950 do CPC) e, quando a ação for
ajuizada por um condômino, também serão citados os demais condôminos, estes para
integrarem litisconsórcio ativo necessário (art. 952 do CPC).
Art. 953 do CPC: “Os réus que residirem na comarca serão citados pessoalmente; os
demais, por edital”.
Critica-se a redação de tal dispositivo legal, haja vista que a citação por edital somente
deve ser utilizada em relação aos réus em lugar incerto e não sabido. Assim, ainda que
os réus não residam na Comarca, mas tenham endereço certo, a doutrina entende que
devem ser citados por Carta Precatória ou até por mandado (caso a Comarca seja
contígua).
Há dois casos em que a citação inicial é desnecessária, quais sejam: (a) quando, antes de
receber a convocação para o processo, os réus comparecem, espontaneamente, e se
manifestam sobre o pedido do promovente (CPC, art. 214, §1º) e (b) quando todos os
interessados na demarcação formulam o pedido em conjunto, não havendo a quem citar.
No procedimento demarcatório, a citação válida produz os mesmos efeitos do arts. 219 e
264 do CPC.
No Código de Processo Civil não há dispositivo especial a respeito da participação do
conjuge no procedimento em exame. Mas, em se tratando a demarcatória de típica ação
O CPC determina que, havendo contestação, a ação deve prosseguir pelo rito ordinário
(art. 955 do CPC), impondo-se ao juiz, contudo, o dever de nomear agrimensor e
arbitradores para o levantamento da linha demarcanda, antes de proferir a sentença
definitiva.
No caso da demarcatória não contestada, o artigo em exame manda aplicar o art. 330,
inciso II, do CPC, que trata do julgamento antecipado da lide, tornando-se dispensável a
dilação probatória porque a não-contestação do réu importa a presunção de veracidade dos
fatos afirmados pelo autor (CPC, art. 319).
Ocorre que, mesmo no caso de revelia, o processo demarcatório exige conhecimentos
técnicos para que a linha seja levantada com precisão, através de perícia por meio de
agrimensor e dois arbitradores a fim de levantar-se o traçado da linha demarcanda (CPC,
art. 956).
Assim sendo, não pode, o juiz, de plano, julgar procedente o pedido e determinar, desde
logo, o exato traçado da linha. É de se concluir que o efeito da revelia é o de dispensar a
prova dos fatos alegados pelo autor e de todas as circunstâncias arroladas por ele que
possam influir na definição da linha por ele pretendida.
Encerrada a fase da resposta do réu, o juiz ordenará a prova pericial tendente a obter o
traçado da linha demarcanda (CPC, art.956). Trata-se de diligência indispensável, cuja
inobservância acarreta a nulidade da sentença.
A perícia é realizada por um agrimensor e dois arbitradores, nomeados livremente pelo
juiz, oportunizando-se às partes a indicação de assistentes técnicos e formulação de
quesitos, em cinco dias.
A perícia é dividida da seguinte forma: a) aos arbitradores compete os estudos de todos
os elementos materiais e documentais que possam contribuir para a definição do
traçado da linha, cujo resultado constará de um laudo. Pode haver divergência entre os
arbitradores, ficando a cargo do juiz a decisão final. b) ao agrimensor compete a
elaboração da planta da região em que se levantou a linha demarcanda, bem como o
memorial descritivo das operações de campo, onde se descreverá o traçado
investigado. Esses dois documentos devem ser anexados ao laudo pericial.(CPC, art.
957, parágrafo único).
Após a juntada aos autos do laudo pericial, planta e memorial, terão as partes o prazo
comum de 10 dias para apresentar as alegações que julgarem convenientes. A ouvida
das partes é regra geral que deve ser observada tanto nos casos de demarcatória
contestada ou não. Se o juiz entender razoável alguma impugnação mandará ouvir os
peritos antes de decidi-la. Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente (art.
958 do CPC).
Isto, porém, não retira do procedimento demarcatório o caráter executivo lato sensu,
pois embora a sentença final tenha a função predominantemente declarativa, certo
também é que foi precedida de atos materiais que fizeram da primeira sentença uma
realidade fática concreta com notável alteração no mundo exterior com a eliminação da
É uma sentença homologatória porque o seu conteúdo principal não é ditado pelo juiz
no ato de decidir, mas é tomado de empréstimo ao trabalho dos peritos sintetizado no
auto de demarcação.
A apelação é admissível, contudo, sem efeito suspensivo (CPC, art. 520, inciso I). A
modificação será transcrita no Registro de Imóveis (Lei nº 6.015/73).
A sentença do art. 966 faz coisa julgada material a respeito das linhas assinaladas e
homologadas, então pode ser rescindida (CPC, art.485).
AÇÃO DIVISÓRIA
São ativa e passivamente legitimados os co-titulares do direito real sobre a coisa comum,
quer a comunhão se refira a propriedade (comproprietários), quer a qualquer outro direito
real (por exemplo, usufruto e uso, ocasião em que deverá ser citado o proprietário do
imóvel).
A divisão da posse comum entre os compossuidores também é admitida pela doutrina, com
base no art. 1.199 do Código Civil.
O autor, se casado, deverá formar litisconsórcio ativo com o cônjuge ou dele obter outorga
uxória/marital. Da mesma forma, os cônjuges dos réus casados também deverão ser
incluídos no pólo passivo, em litisconsórcio passivo determinado pelo art. 10, § 1º, do CPC.
A eficácia da divisão só ocorre se todos os condôminos participarem do processo ou forem
cientificados regularmente da sua existência, sob pena de nulidade do processo, pois trata-
se, na hipótese, de litisconsórcio passivo necessário previsto no art.47 do CPC.
Embora alguns entendam que o litisconsórcio passivo necessário seja unitário, como pensa
Ernani Fidélis do Santos, entendemos não ser o caso, pois pode haver eficácia diferenciada
para os participantes da lide.
Os terceiros confrontantes: Somente deverão ser citados os terceiros confrontantes se
houver cumulação da ação de divisão com a demarcação (CPC, art.947), pois, caso
contrário, serão estranhos ao procedimento em questão.
2. PETIÇÃO INICIAL:
Além dos requisitos do art. 282 do CPC, a petição inicial da ação divisória deve obedecer
às disposições do art. 967 do CPC, devendo ser instruída com a comprovação do título de
domínio ou de direito real limitado (inexigível na composse) e da condição de condômino do
autor, e conter obrigatoriamente:
Descrição do imóvel pela situação, denominação, limites e características, além da
origem do condomínio;
O procedimento da ação divisória, na primeira fase, obedece às regras prescritas pelo CPC
para a ação demarcatória, inclusive quanto ao procedimento das citações que o art. 968
limita-se a remeter ao art. 953, sobre o qual já rendemos críticas anteriormente.
O prazo para contestar é de 20 (vinte) dias, estabelecido pelo art. 954, com todas as
discussões doutrinárias citadas acima.
Aspecto importante a ser salientado é que o art. 968 CPC recomenda que se aplique à
ação divisória o disposto nos artigos 953, 954 e 955 do CPC, deixando de fora, portanto, a
regra contida no art. 956 (realização de perícia pelos arbitradores e pelo agrimensor antes
da prolação da sentença intermediária) do mesmo diploma legal. Há portanto similitudes
das ações de demarcação e divisão ( primeira fase).
Contudo, as suas sentenças diferenciam-se, pois na demarcatória a sentença deve
determinar o traçado da linha demarcanda tendo em vista o trabalho pericial já realizado. E
a da ação de divisão, os trabalhos de campo somente ocorrerão com o trânsito em julgado
da sentença que encerrar a primeira fase.
O contencioso da divisão, por assim dizer, termina, necessariamente, por sentença que,
não sendo o caso de extinção do processo – por deficiência de pressupostos processuais
ou por falta das condições da ação – terá sempre de solucionar o mérito da causa,
acolhendo ou rejeitando o pedido de divisão.
Diante da aplicabilidade do art. 955, irrelevante a revelia ou falta de resposta do réu, pois a
falta deles só tem o efeito processual de abreviar a solução da primeira fase, eliminando-se
a audiência de instrução e julgamento por não ser o caso de produção de prova oral.
Da sentença de procedência, na qual é reconhecida pretensão divisória, caberá apelação,
nos efeitos devolutivo e suspensivo (art. 520, caput, do CPC).
Pelo parágrafo único do art. 971, em não havendo colidência de interesses entre os
condôminos na escolha de seus quinhões, nem impugnação de algum título, determinará o
juiz que se proceda à imediata divisão geodésica do imóvel. Pode ocorrer, entretanto, que
dois ou mais condôminos manifestem suas preferências por um mesmo quinhão, por
exemplo. Nesses casos, deverá o juiz decidir segundo alguns princípios básicos do
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Roteiro de aula 09: Ações de Divisão e Demarcação de Terras Particulares
processo divisório e que estão contidas no art. 978 CPC.
Havendo litígio quanto aos títulos ou quanto ao modo de serem interpretados, caberá ao
juiz investigar a natureza, origem e qualidade de cada um deles para que possa compará-
los entre si, atribuindo-lhes o valor que lhe parecer justo, agravável.
Tudo obedece às regras contidas nos arts. 960 a 963 do CPC, mas a marcação da linha
divisória não força a demarcatória, justamente porque os vizinhos não são parte no
processo e assim não podem sofrer as conseqüências jurídicas de atos processuais que só
interessam aos condôminos em litígio.
Cumpre lembrar que, no levantamento da linha perimétrica, o agrimensor deverá ater-se ao
que ficou decidido na sentença que encerrou a primeira fase do procedimento divisório.
Levantamentos e benfeitorias: Estão reguladas no CPC as eventuais repercussões
causadas pelo processo divisório sobre as propriedades limítrofes. As disposições visam
evitar o nascimento de uma lide paralela ao processo divisório eventualmente instaurada
pelo possuidor de tais benfeitorias, pois estaria o mesmo legitimado a intervir no processo
de divisão com a ação de embargos de terceiro, medidas cautelares etc.
No CPC, art. 974, diz que o confinante do imóvel dividendo poderá demandar a restituição
dos terrenos que lhes foram usurpados é confirmar a regra geral de proteção ao direito de
propriedade contida no art.1228 do Código Civil.
E se o lindeiro atingido pelo processo divisório não for o proprietário? Diante do preceito do
art.1228 acima comentado, a reivindicação estaria afastada, devendo o confrontante valer-
se dos embargos de terceiros ou dos interditos possessórios se a ofensa viesse a juízo.
Trabalhos técnicos e o plano de divisão: O CPC nos artigos 975 a 978 trata sobre as
regras técnicas a serem observadas pelos peritos, agrimensor e arbitradores. Tudo no
intuito de orientar os técnicos na elaboração de seus laudos.
Já o art. 978 contém matéria importante para determinar a natureza executiva do
procedimento divisório. É que o cálculo correspondente a cada título a que se refere o
artigo, somente deverá ser feito no momento em que os peritos passarem ao estudo do
plano de divisão, após concluídos os trabalhos preliminares. Esse cálculo consiste numa
das operações mais importantes no procedimento de execução do processo divisório. Daí é
que tirará se houve um aumento ou uma redução das áreas correspondentes a cada título.
Manifestação das partes e a partilha: O do CPC ressalta a fase executória da ação de
divisão. Principalmente o art, 979. Depois de ouvidas as partes o juiz pronunciar-se-á sobre
a partilha, nesse momento é que ele vai decidir sobre o destino de certas benfeitorias e
acessões que, em não comportando divisão cômoda, deverão ser adjudicadas a um ou
mais condôminos.
Trata-se de decisão interlocutória, contra a qual caberá recurso de agravo.
Memorial descritivo, auto de divisão, sentença homologatória da divisão e coisa
julgada: Compete ao agrimensor o memorial descritivo (art. 980 do CPC) e ao escrivão a
lavra do auto de divisão, seguido de uma folha de pagamento para cada condômino, que
deverá ser assinado pelo juiz, agrimensor e arbitradores sendo ao final, por sentença,
homologada a divisão, contra a qual caberá apelação, apenas no efeito devolutivo (art. 520,
Direito Processual Civil V – Procedimentos Especiais. Prof. Anderson Brito. 11
Roteiro de aula 09: Ações de Divisão e Demarcação de Terras Particulares
inciso I, do CPC).