Você está na página 1de 14
4625 BOLETIM TECNICO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURR DE LAVRAS CRIACAO DA TILAPIA HIBRIDA, ALIMENTADA COM RESIDUOS DE SUINOS Lulz Car NUMERO 6 — 1984 | sreuioreca cewrRas, - UFLA | BIBLIOTECA CENTRAL - UFLA | BOLETIM TEGNICO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS ——_—___——_ cRiagAo Da TILAPIA faniDa, ALIMENTADA COM RESIDUOS OE SUINOS Luis Carlos Guilherme NOMEROG ~ 1984 MINISTERIO DA EDUCAgAO = CULTURA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTJRA DE LAVRAS unistRA pireron vice o1RETOR Esther de Figuoiedo Femsz Lutz Augusto de Pauls Lina _—_Juventno Flo ds Souza ‘CONSELHO EDITORIAL, Jos da Cruz Machado (resent) ‘Doral Bataho Santos ros Gomi de Alareng. ‘ion Bereta de Carao CONSULTORIA TECNICA José Rodrigues do Souza — EY casts Frederico Hermoto Bueno ~ ESAL REVISAO [BIBLIOGRAFIA Portucuts ‘Ads Serrino iio Pereira Curtaxo NOMENCLATURA CIENTIFICA REVISAO FINAL Silt Costa Persia Antonio Rasst SECRETARIA E MONTAGEM FOTOGRAFIA IMPRESSAO ‘Ana Améia Santos Tesi Miro iernget DaTILoGRAFiA DESENHO Celeste Ada Mach Yers Lica Botetno Sazado Seine Erangtisa Haddad Feet cincutagéo Bibteea Cental Coordenadoi Se Extensio © “Boletin Téznico da Bsola Superior do Agsoutus e Lavas(ESALY" tem 0 propio epublica infomnes tfenicos de intros agropeendi. ENDEREGO PARA CORRESPONDENCIA: CCONSELHO EDITORIAL CRIAGAO DA TILAPIA HIBRIDA, ALIMENTADA COM RESIDUOS DE SUINOS Luiz Carlos Guilherme? INTRODUGAO teriormente. fe criacSo, pode-se aplicar CConsiderand #9 0s abyinos mechos como unidaces d > Indice e meneja zoot6enico para obterse uma produgo racional de peixe. ‘dover. levar em consideraeo as caracteristcas do apidamonto possvel © da participseio nos programas de engorda fa pode ser eriada com vérios alimentos, tas como raptes e resi tre cs quais © esterco de aves, és vezes, do bovinos. Atualmente, uma boa manera de se la oriagdo de su 1 Zootecnista da SUDEPE e Professor de Piscicultura do Departamento de Zootec- nia da ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS ~ LAVRAS-MG. 03 Neste programa procure-e orientar o aprcultor para o aproveitamento dos re- siduos oriundas das criagSes de suinos para a produrio de carne de peixe, CARACTERISTICAS DA TILAPIA HIBRIDA um peixe do 4qua top) ando bem a temperatu ‘mento Gtimo corre quando a temperatura da dua permanoce entre 20-30°C (HUET, 1970)", CONSIDERAQOES ECOLOGICAS PARA UM TANQUE DE PISCICULTURA FERTILIZADO COM RESIDUOS DE SUINOS 0 oxiginio & um elemento de vital importincis para os seres vivos, seam eles ue sore um pro: da gua diminuin- 0 conjunto dos elementos nfo vives, como 0 vento, 0 solo do fundo do tanque, temperatura, BH, ____ Para ter suoesso ns criapdo de pelxes 0 preduter deve compreender 2 intrela- fo existente entre os faoresbibticoe abiotic, 04 Agua Dente os elementos abiticos, a 4gue assume uma importincia vital efimita sma eriaglo de peixes por dois aspectos a saber: 1 0 produtor deve ter disponivel um maior volume de Sava, igbes do seje necessrio utilizar todo o volume. E vantage ia8gua em um momento oportuno. Luz nt, eosideese oplingfon dviido em Fitoplincton vepetal ¢ Zo0- imal), (MARTINS, 1976) '. iture encontramos a predomindncia das algs micros incton @ os protozoirios, ‘do 20oplncton, Outros sores tambibm fazem par- ‘do plancton, mas apresentam menor importancia em piscicultura. [A producio de plincton é diretamente influenciada pola dispontbilidade da luz ica nos tanques. disponsivel 8 realizagéo da fotossintese pe lo ftopténeton Segundo BRANCO 11974)4, em Sguas bem iluminadas¢ rcas em fitopléncton, 4 lberaeto de oxigénio no final das raagbes de fotossintese chega a elevar o teor de satura om oxigénio até 400%. SILVA (1973}"® eensiderou como res{duos da criacio de suinos: as fezes, a u- wu que os res ieee o ar ee Ne ae ea ape we : Oy FIGURA 1 ~ Corte oniatina ort longutnal de um tana depkicltura mostra nea ‘elo biolégica entre o fitoplancton, zooplancton decomposit ia ‘duos comresponsientas a um animal de 100 de oxigénio, por dia para sua decors Em um tangue de erioeo de pelos peixes,diminuindo 0 problem tam, Buu 8 vores, rasmrgns os tne, dep fem cao o ago crassipes), permite 2 melhor ke de peso vivo, consamem cares de 1805 A iia hibrida areenta aaptogesantrhios sexo meno ao pncton pra esi alinantaeo, rate ede ose Ssomeioeree As dus riser plncton 3 com fe econ so mais prods do pont de vista pis ribuindo signifi amente na produeso do peixe. i ae 06 “Temperatura iagbce de temperatura exercam efeitos diferentes sobre os organismos a {UET (197010, nas atvidades vita dos peixes — como rodueio, O aumento da temperatura favorece i mos aqui nismos equiticos, ‘te. O problema so aorava quando se fazem desca ‘Spoces estas em que a atividade mezabs- inufda, ocasionando um ecdmulo de re- too do Brasil, onde as tomperaturas sJo sempre ele jutadas abtidos nas estapSes de pisciculeura nor- ‘estnas ds condi locaisda sua criaeo. Devemos considerar ‘ambém que durante a noite nfo hi fotossintese © 0 fito- pldncton que produ oxigenio durante o dia o consome durante a noite. E comum, fo amanhecer, encontrarmos os peixes concantrados no local de entrada o'équa ou Doquejando na superficie o que indica um baixo toor les, Em goral 2a 3 horas ops clarear cosa esto comportamento voltando os peires CContinuando 0 efeito por mais tempo recomendase baixar um pouco 0 ua no tanque, mais ou menos er qua reconstituindo o nivel anterior, razdo pola qual devemos ter a gua co ralizade em excesto para a piscigrania, mesmo que na maior parte do tempo ela soja esnecessiria. Quanto malt rapidamente pudermos realizar 8 renovagSo da équa do io as chances de se selvar a criaed0. Tal me: fm 20 comportamento normal 2p6sclarsar izado por eles ndo deve sar confundido (© dia, O bloquejamento dosr atmos! ‘Com o habito de nadar em cardume na superficie d'égua do tanque, o que & normal Permanecando 0 problema, o erlador dave entrar em contato urgente com um técni (0 produtor deve corsierar 05 indices zootéenicos do pelxe para iniciar acre fo, Quadro 1 or SUGESTOES PARA A ENGORDA DA TILAPIA HIBRIDA, COM A UTILIZAGAO DOs RESIDUOS SOLIDUS UMIDOS* DAS ‘GRIAGOES DE SUINOS, NO SUL DE MINAS GERAIS QUADRO 1 ~ a) Ihdices zootécnicos da tilépia hvbride Crescimentofengorda = 270 cias™* Limpeza do torque e comerializagio = 30 das Perfodo de ocupaedo total de cada tanque = (270 + 30) ~ 300 dias Ganino de poto mélio/sia = 1,7 gr*** Peso meio de abate = 0,450 ka*** Densidad nos tongues (m2) = 3-5 peixes Disponibilidade de resduos = 10% peso vivo Mortalidade esperada = 10% 0BS.: * Entende-se por resfduos slides Gmidos 0 conjunto formado por fazes sobras de alimentos raspados dat alas des euinos, Na regido considerada, os meses de maio, junho e julho earecterizamse or uma temperstura da gua nos tenques abaixo do limier de alimentar ‘odo peixe {< 20°C), 0 que no permite um tom desenvolvimento nes- 2 perfodo. Podem-e caracterizar poriocos de erescimento/engorde dfe- ‘entes para as estagdas do ano; no entanto, o manejo =e tornara df bbem como a elaboraedo de um plano de utilizargo controled das ép0eas de coletae repovoamento dos tanques. Neste exauema os 3 meses de fio ‘stf0 incluidos no programe independentes da ép0ea do inicio da cria ‘fo. O leitor poderdverificar, no Quadro 2, que qualquer més em que for feito © povoamento os peixes enfrentarS0 0 perfodo frio no inicio, no ‘melo ou no final da criaeSo, sem contudo interfere ha produeso progra: mada de peixe, janho de peso meédio (450gr, + 270 diss = 1,7 grit) serve ne eloboracdo deste prograrna. Na prtica obiéme diferen- janho de peso diétio influenciado principalmente pelo tamanho, 3 do alevino e pelas variagies de temperatura, 08 QUADRO 2 — Susestio pars as époces de povoamento @ pesca/doscanso dos viveros, com ciclo de vendas igual a 30 tas e perfado de ocupacso de 300 dios. VIVEIROS sou cot okt Sor dul Now. Fow. se Poscafdescanso Mer. san. Dez, Set Out Ago. sun, ‘go. Set. Out, Nov. Dez, dan, Fev, Mar, Abr, dun, Ago. ul Povoarnento| Pesca/descanso san, Nov. Dez out, Set ul. Maio ‘Abr. Wu Age. noe saces quando a duracéo do by) Preparo dos Tanques: snques constitu ume fase importante da criaglo. O produtor ie pradugdo de alimento natural (aléneton), abundante para os ale fidos, Para tanto torna-se necesirio adubsr 0 tanque ebm antece ‘ncia de pelo menos 15 diss 1a vez que o tanque recabe alavinos, devese colocar cerca de 200 ‘caletice expalhado, a lango, sobre a superficie do tanque de 'A seguir adicionarnse, por m2, carea de 500g de esterco de galinha curtido ou 1.0003 de murtida "+ 160g de estrco de aves, complemantando-se ‘com 10.4 189 de superfosfato simples. Esta adubaclo favorece 0 desenvolviment de plancton, provendo os aevinos com alimentagio farts @ nutritive. listributda, virias vezes 20 ieee ‘© controle de consumo dos ee ee imentos, Incialment, coloce-se sir 0 ponto de equilforia. O piscicultor deve lembrar-se ye lembrarse de que & 0 peike que dosarda ‘quantidade do préprio apatite. Cabe ao piscicul rend do pron peti. Cab ao paeutor nfo dear fla nem sb a- como pat pra dows-e a quantace em i de din, O mero odie colorado no cosh por da sé eta pric, n0 Fal, comorti mg de reso, pore medi eid luo fornecido aos pei 1 coluna apro- a crieedo. 2 SOgETUSTSH i oo x SORvOW SSKISERT a” ity sonaiss “yam sonia 30 sovaNeNO owns 30 sondjsan noo swaviNaWny valugh way 30 OyondoW 30 IDHINCO VAs WHOLE 3 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BARD, J. Esquema para a taenoloaia da piscicultura no Estado de Minas In: CENTRETECHNIQUE FORESTIER TROPICAL. Notes et docu ‘em la peche et la pisiculture. Nogent-Sur-Marne, France, 1981, p.57-71, (Nouvelle Sore, 22), BARKER, J.M.B. Tanques para plscicultura. In; COMISSAO INTERESTA- DUAL DA BACIA PARANA-URUGUAI. Poluiggo piscicultura, Sio Pau. lo, Instinsto da Potoa/e PRN, 1976, p.181-83. 4. BRANCO, S.M. Carscterizapdo hidrobiol6gica da poluigéo — organisms indice 6 a ddores. In: CENTRO TECNOLOGICO DE SANEAMENTO BASICO, Agus; Padres de potabilidadee poluicdo. Sao Paulo, 1974, .143-60, slterapdes na composi fisiea, quimicae biolégiea do COMISSAO INTERESTADUAL DA BACIA PARANA. URUGUAL. Poluigdo e piscicultura. Sio Paulo, Instituto da Pesca/e PRN, 1976. p.37-44, CASTAGNOLLI, N. Fundamentos de nutrieS0 de pebies. Sto Paulo, Ed. Livra res, 1979. 9.108, Piscicultura agricola X adminisracion de la pesca continental en la economia rura. Roma, Ed. Castadi, 1958, 65p. CAVALCANTE, S, Produsio de 320. 1981, ns. 2, ed, Bolo Horizonte, Ed, Rabelo, p. 8. GALLI, LF. IntrodtoSo a pisciculture. Campinas, Fundseo Carl, 1981. 7p. 10. HUET, M. Tr de piscicultura. 4. ed. Bruxeles, Editions CH de Wyngsert Tiep. 11. LOPES, L.NLG. Peims de équa doce; (Levantamento bidliogréfico), HIhéus, BA; GEPLACICEPECIDIBID, 1981. 1569. 23 J. MARTINS, MA.B. Pldncton — Genealdades @ sua importincia n aimenteno vie peixes In: _COMISSAO INTERESTADUAL DA BACIA PARANA.L- AUGUAL, Poluiglo e piscioultun, S80 Paulo, Instituto da Pesca/ © PRN, 1976. p.195206. 13 SADAHARU, M. Criagfo de carpe (CyB forme Agropecuirio, Belo Horizon SILVA, A.M, da Mieroposto de piscisultura acoptado a biodigestor. aM, Bra- DF, PRODEGOR, F-F.AP, 1381. 9.113. 16 SILVA, PR. da, _Lagoas de extailizao para tratamento de residuos de aufnos ‘S¥0 Paulo, USP, 1973. 76p. 2

Você também pode gostar