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Educação Escolar Indígena

Este texto trata do processo de construção do Projeto Político


Pedagógico (PPP), do curso técnico profissionalizante com ênfase em
agroecologia, do Campus rural de Marabá, para as comunidades
indígenas Atikum, Guarani, Suruí, Aamanayé e Guajajará,
jurisdicionadas nos município de Canaã, Itupiranga, São João, São
Geraldo, Tucuruí, Goianesia e São Geraldo.
Tem como objetivo historicizar a construção do PPP do referido
curso com vistas a buscar atender uma educação escolar indígena
que atenda as demandas dos povos da região trazendo elementos
históricos, educacionais e sócio produtivos dos grupos da região.
Se desenvolve através de levantamento bibliográfico/
etnográficos, com visitas a aldeias apresentado a proposta de curso e
buscando dados que orientem a elaboração da proposta, que se
posiciona dentro do P.P.P. do campus rural de Marabá ao qual
expressa seu compromisso político com a formação d@s povos do
campo, com isso trazendo alguns elementos identitários que darão o
norte para a elaboração de um projeto político pedagógico para uma
educação escolar diferenciada, específica, bilíngüe e pluricultural
seguindo a legislação e os direitos conquistados pelos indígenas.
Assim, também como apresentada e discutida com os povos e
entidades parceiras que constituem um GT de educação escolar
indígena.
A educação escolar indígena está assegurada por lei. E foi a
Constituição Federal que produziu uma grande virada nas relações do
Estado com os povos indígenas. Depois dela, as leis específicas
relacionadas a educação tiveram que ser reelaboradas e o direito
indígena a uma educação escolar diferenciada, específica,
intercultural, bilíngüe é regulamentado através de vários textos
legais.
Em 1991 o decreto presidencial n.26/91 retirou da Fundação
Nacional do índio – Funai, a incumbência exclusiva em conduzir
processos de educação escolar em comunidades indígenas. A
responsabilidade em coordenar as ações de educação escolar
indígena passa a ser do Ministério da Educação e a execução das
políticas nesta área é atribuída os Estados e Municípios.
A escola deixa de ter o caráter integracionista, conforme previa
o Estatuto do Índio/Lei 6.001/73 e passa a ser regida pelo
reconhecimento da multiplicidade cultural e lingüística dos povos
indígenas
A Portaria também previa a criação de Núcleos de Educação
Escolar Indígena - NEIs - nas Secretarias Estaduais de Educação e
determina prioridade na formação de professores indígenas, isonomia
salarial para estes profissionais, independente de sua formação
anterior
No ano de1993 foi elaborado Pelo Ministério da Educação as
Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar Indígena
formuladas a partir de experiências e discussões acumuladas nos
movimentos de professores, em diversos pontos do país, e de
experiências escolares que buscavam produzir práticas
contextualizadas e mediadas pelas culturas indígenas.
Na LDB (Lei nº. 9394/96) - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – os direitos indígenas à educação escolar são
incorporados em dois artigos específicos, que constam no Título VIII,
“Das Disposições Gerais” e, ainda, no § 3º do artigo 32 - que assegura
às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.
No Artigo 78 “O Sistema de Ensino da União, com a
colaboração das agências federais de fomento à cultura e de
assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino
e pesquisa, para a oferta de educação bilíngüe intercultural aos povos
indígenas”. A atribuição de organizar a educação escolar indígena é
da União, assim como a responsabilidade de assegurar proteção e
respeito às culturas e modelos próprios de educação indígena.
Ainda no Artigo 78, são fixados objetivos para a educação
escolar intercultural e bilíngüe para os povos indígenas, na
perspectiva de colaborar para “a recuperação de suas memórias
históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização
de suas línguas e ciências, além de possibilitar o “acesso às
informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade
nacional e demais sociedades indígenas e não-indígenas”.
Aplicam-se também aos povos indígenas, todas as outras
garantias estabelecidas na Lei, como, por exemplo, a participação em
programas de capacitação continuada de professores; acesso aos
níveis mais elevados de ensino; atendimento ao educando através de
programas suplementares de material didático; transporte,
alimentação, assistência à saúde; elaboração de projetos
pedagógicos, regimentos, participação em conselhos e instâncias
representativas, afirmadas no princípio da gestão democrática do
ensino; entre outras.
Na Lei 10.172, o Plano Nacional de Educação tem um capítulo,
com 21 objetivos e metas, à educação escolar indígena. Considerando
que a educação escolar é mais bem atendida através de professores
indígenas, o PNE reconhece a necessidade de uma formação inicial e
contínua dos professores indígenas...
Além disso, o PNE determina, que os sistemas de ensino
implementem a profissionalização e o reconhecimento público do
magistério indígena, com a criação da categoria de professores
indígenas e carreira específica, com concurso de provas e títulos
adequados às particularidades lingüísticas e culturais das sociedades
indígenas, garantindo a esses professores os mesmos direitos
atribuídos aos demais do mesmo sistema de ensino, com níveis de
remuneração correspondentes ao seu nível de qualificação
profissional.
O PNE atribui ao Ministério da Educação a coordenação geral e
o apoio financeiro para a educação escolar indígena e delega aos
Estados a responsabilidade legal por essa modalidade de ensino, a
ser executada diretamente ou em regime de colaboração com os
municípios. Prevendo 10 anos para oferta de ensino fundamental a
todas as aldeias, adequado à realidade e demandas específicas
A lei determina um período não superior a um ano após sua
promulgação para que seja criada, a categoria oficial de "escola
indígena" e de dois anos para que se proceda ao reconhecimento
oficial e regularização legal de todas as escolas indígenas, oferecendo
infra-estrutura adequada, respeitando o uso social e concepções de
espaço daquele povo e, sempre que possível, a partir das técnicas de
edificação próprias. Também é fixado o prazo de cinco anos para
garantir equipamentos didático-pedagógicos para as escolas
indígenas, incluindo bibliotecas, videotecas e outros materiais de
apoio. Os recursos deverão ser destinados pela União e pelos
Estrados, em colaboração.
Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
surge o termo povos indígenas e determina que sejam reconhecidos e
protegidos os valores e práticas sociais, culturais, religiosas e
espirituais próprios dos povos indígenas e que as políticas a eles
destinadas sejam planejadas levando em conta estes diferentes
entendimentos e as formas diversas de resolução dos problemas
enfrentados.
Responsabiliza o governo pela proteção dessas práticas
culturais.
Um aspecto importante, assegurado na Convenção, é o
reconhecimento do direito dos povos indígenas de criarem suas
próprias instituições e meios de educação, resguardando-se apenas o
cumprimento das normas mínimas estabelecidas para o sistema
nacional.

Estou seguindo uma lógica como:


A construção não pode fugir a forma dialógica e coletiva que foi
construída o P.P.P. da escola;
Histórico das principais leis sobre a educação escolar indígena;
Povos indígenas da região;
Situação da educação escolar dos povos;
Situação sócia produtiva
Demandas para o curso;
Projeto de curso.

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