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HIST.

- Reis de Portugal

1ª Dinastia (Afonsina)
Nascimento
Imagem Nome Cognome Factos do reinado
/ Morte

D. Afonso O Conquistador / O Foi o primeiro rei de Portugal e conquistou


1108 - 1185 território até Lisboa e Alentejo.
Henriques Fundador Reinou entre 1143 e 1185.

Conquistou Silves e passou a chamar-se «Rei de


D. Sancho I O Povoador 1154 - 1211 Portugal e dos Algarves».
Reinou entre 1185 e 1211.

Convoca as primeiras cortes portuguesas, em


D. Afonso II O Gordo 1185 - 1223 Coimbra (1211).
Reinou entre 1211 e 1223.

Não teve descendência, pelo que o reino passou


D. Sancho II O Capelo 1209 - 1248 para o irmão.
Reinou entre 1223 e 1248.

Manda efectuar Inquirições Gerais (1258) -


D. Afonso III O Bolonhês 1210 - 1279 reduz abusos do clero e nobreza.
Reinou entre 1248 e 1279.

Incentivou o comércio, a cultura, a agricultura e


D. Dinis O Lavrador 1261 - 1325 mandou plantar o pinhal de Leiria.
Reinou entre 1279 e 1325.

Tomou medidas muito polémicas e chamou toda


D. Afonso IV O Bravo 1290 - 1357 a justiça do reino para as suas mãos.
Reinou entre 1325 e 1357.

O Justiceiro / O Vingou a morte de D. Inês de Castro.


D. Pedro I 1320 - 1367 Reinou entre 1357 e 1367 com uma enorme
Cruel (Cru) prosperidade económica.
Gerou conflitos com Castela que levaram à crise
D. Fernando O Formoso 1345 - 1383 de 1383/1385.
Reinou entre 1367 e 1383.

2ª Dinastia (de Avis)


Nascimento
Imagem Nome Cognome Factos do reinado
/ Morte

O de Boa Aos seus filhos é chamada a «Ínclita Geração» por todos


D. João I 1357 - 1433 serem muito cultos.
Memória Reinou entre 1385 e 1433.

Escreveu vários livros.


Irmão do Infante D. Henrique, é consigo que se inicia o
D. Duarte O Eloquente 1391 - 1438 Período das Descobertas.
Reinou entre 1433 e 1438.

D. Afonso Fez várias expedições em África, iniciando a exploração da


O Africano 1432 - 1481 Costa Ocidental Africana.
V Reinou entre 1438 e 1481.

Assina o Tratado de Tordesilhas que divide o Mundo em


O Príncipe dois (1494).
D. João II 1455 - 1495 Não deixa descendência.
Perfeito
Reinou entre 1481 e 1495.

Primo de D. João II.


É durante o seu reinado que se atinge o auge dos
D. Manuel O Venturoso 1469 - 1521 Desbrimentos.
Reinou entre 1495 e 1521.

Herda do pai um imenso império espalhado pelos quatro


cantos do mundo.
D. João III O Piedoso 1502 - 1557 Todos os seus filhos morreram.
Reinou entre 1521 e 1557.

D. Neto de D. João III (desejava-se o seu nascimento).


O Desejado 1554 - 1578 Desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir.
Sebastião Reinou entre 1557 e 1578.
Filho de D. Manuel.
D. Tio-avô de D. Sebastião.
O Casto 1512 - 1580 Sendo Cardeal e já muito velho, não deixou descendência.
Henrique
Reinou entre 1578 e 1580.

O Prior do Neto de D. Manuel.


D. António 1521 - 1595 Reinou apenas um mês em 1580.
Crato Portugal é invadido por D. Filipe II de Espanha.

3ª Dinastia (Filipina)
Nascimento
Imagem Nome Cognome Factos do reinado
/ Morte

O Compromete-se a manter Portugal independente.


Filipe I 1527 - 1598 Os territórios ultramarinos são deixados ao abandono.
Prudente Reinou entre 1580 e 1598.

É durante o seu reinado que se estabelece o mito de que D. Sebastião


Filipe II O Pio 1578 - 1621 voltaria um dia para reinar em Portugal.
Reinou entre 1598 e 1621.

Filipe Toma várias medidas que causam a Restauração da Independência.


O Grande 1605 - 1665 Reinou entre 1621 e 1640.
III

4ª Dinastia (de Bragança)


Nascimento
Imagem Nome Cognome Factos do reinado
/ Morte

D. João Trineto de D. Manuel I.


O Restaurador 1604 - 1656 Voltou a defender os interesses ultramarinos.
IV Reinou entre 1640 e 1656.

D. Afonso Travaram-se várias lutas contra Espanha para consolidar


O Vitorioso 1643 - 1683 a independência portuguesa.
VI Reinou entre 1656 e 1683.
Assina um tratado de paz com Espanha pondo fim à
D. Pedro Guerra da Restauração.
O Pacífico 1648 - 1706 Assina o Tratado de Methwen com Inglaterra.
II
Reinou entre 1683 e 1706.

São descobertas minas de ouro e pedras preciosas no


Brasil.
D. João V O Magnânimo 1689 - 1750 Manda construir o Aqueduto das Águas Livres e o
Convento de Mafra.
Reinou entre 1706 e 1750.

Indicou como 1º Ministro o Marquês de Pombal,


iniciando uma política de Absolutismo.
D. José O Reformador 1714 - 1777 É abolida a escravatura.
Só teve filhas.
Reinou entre 1750 e 1777.

1ª rainha governante.
A Piedosa (Pia) / A Demite o Marquês de Pombal.
D. Maria I 1734 - 1816 Enlouquece em 1791 depois da morte do marido (D.
Viradeira Pedro III) e do filho mais velho.
Reinou entre 1777 e 1816.

Espanha conquista Olivença.


D. João Tropas de Napoleão invadem Portugal, a corte foge para
O Clemente 1767 - 1826 o Brasil e em 1825 reconhece a sua independência.
VI
Reinou entre 1816 e 1826.

Proclama a Independência do Brasil (1822), tornando-se


D. Pedro seu Imperador.
O Rei Soldado 1798 - 1834 Nomeia o irmão D. Miguel como regente.
IV
Reinou entre 1826 e 1828.

Filho de D. João VI e irmão de D. Pedro IV, consegue ser


rei.
D. Miguel O Absoluto 1802 - 1866 Defende o regime absolutista.
Reinou entre 1828 e 1834.

Teve 11 filhos.
D. Maria A instrução primária torna-se obrigatória e gratuita.
A Educadora 1819 - 1853 O seu marido foi D. Fernando II.
II
Reinou entre 1834 e 1853.

Inaugurou o 1º caminho-de-ferro, entre Lisboa e o


D. Pedro Carregado.
O Esperançoso 1837 - 1861 Introduziu o sistema métrico em Portugal.
V Não deixa descendência.
Reinou entre 1853 e 1861.
Irmão de D. Pedro V.
Participa na delineação do Mapa Cor-de-Rosa em África.
D. Luís O Popular 1838 - 1889 Nascem vários partidos políticos diferentes.
Reinou entre 1861 e 1889.

Durante o seu reinado o Partido Republicano ganha


muita força.
D. Carlos O Diplomata 1863 - 1908 É assassindo ao mesmo tempo que o filho mais velho.
Reinou entre 1889 e 1908.

Tenta manter a estabilidade com o Partido Republicano,


D. Manuel mas não consegue.
O Patriota 1889 - 1932 Dá-se a Implantação da República.
II
Reinou entre 1908 e 1910.

D. Afonso Henriques

• D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal.

• Fundou o reino de Portugal em 1143, quando o tornou


independente dos reinos de Leão e Castela (ainda não
existia a Espanha, na altura), fundando a primeira
dinastia, a de Borgonha, que durou 244 anos.

• Diz-se que D. Afonso Henriques era muito forte e alto, um facto


pouco vulgar na época.

• Sabias que, por se saber que ele era tão forte, até há lendas
que dizem que a sua espada pesava mais de 5 quilos, o que
faria com que, num combate, poucos homens conseguissem
usá-la com sucesso sem um enorme esforço?

• A lenda refere que eram precisos três homens para lhe tomar a
espada, isto é, para o desarmar, tal era a valentia e a destreza
com que D. Afonso a esgrimia.

• O primeiro rei era filho de D. Henrique de Borgonha, que


conquistou muito território aos muçulmanos.

Pela sua bravura, ele tinha sido recompensado com um grande


território: o Condado Portucalense.

• Como governava sozinho o Condado e tinha sido muito importante na reconquista


aos mouros, D. Henrique quis tornar o Condado Portucalense independente.

• Depois da sua morte, a sua mulher começou por seguir as suas ideias, mas
começou a ser influenciada por um nobre castelhano.

• Quem não gostou muito da ideia foi o D. Afonso Henriques, órfão desde muito
novo, mas um grande admirador do pai.

• Esta admiração foi-lhe transmitida pelo seu aio, o célebre Egas Moniz, que ficou
encarregue da sua educação.

• É então que decide lutar contra a mãe e contra os exércitos de


Castela, na Batalha de S. Mamede, para tomar conta do
Condado Portucalense transformá-lo num reino.
E conseguiu!

Sabias que o jovem D. Afonso Henriques se armou a si próprio


cavaleiro em 1122, quando tinha apenas 14 anos de idade?

• A partir da batalha de Ourique, em 1139, a autonomia de


Portugal tornou-se cada vez mais fortalecida e reconhecida por
todos.

• Conta-se que aconteceu um milagre durante esta Batalha, que


levou os portugueses a vencerem um exército muito maior do
que o seu.

• Um documento do Papa (a bula), muitos anos depois, confirmou finalmente


Portugal como reino independente.

• O papa Alexandre III deu-lhe ainda o direito de


conquistar territórios aos mouros para alargar o
território nacional.

• D. Afonso Henriques morreu em 1185, deixando ao


filho, D. Sancho I, um território perfeitamente definido
e independente: não apenas um Condado, mas já um
verdadeiro Reino!

1ª bandeira portuguesa
Vocabulário

• Besteiro (lê-se "bésteiro") - soldado armado de besta (lê-se "bésta"), uma arma antiga
tipo arco horizontal com mecanismo para arremessar setas, virotes, pelouros, etc.
• Bula - Carta do Papa contendo ordens ou recomendações.
• Cerco - Quando um exército cerca uma cidade (ou um castelo) não permitindo a
entrada ou saída de pessoas, alimentos ou qualquer tipo de informação, até que os seus
governantes se rendam.
• Condado - território administrado por um conde.
• Desterro - ser enviado para longe da sua terra como castigo. Nunca mais pode voltar
ao seu país, fica em exílio.
• Ditadura - sistema político onde só uma pessoa manda e tira as liberdades a que as
pessoas têm direito: dizer e pensar o que querem, escolher o que lêem e vêem,
associar-se, deslocar-se, etc.
• Erosão - processo pelo qual pequenas partículas de solo se separam e são depois
levadas pelas chuvas, pelo vento ou por acção das pessoas para outros locais. Não é
bom para a agricultura, porque são as terras mais férteis que mais facilmente são
deslocadas.
• Esperança de vida - idade que uma pessoa atinge, em média, num determinado local
e numa determinada época.
• Feudalismo - sistema político, social e económico presente na Europa durante a Idade
Média, bem como noutros países, mas com características diferentes. A terra era um
sinal de poder e os seus donos (os "senhores", ou "amos") dominavam sobre elas.
Eram também donos das pessoas que moravam nas suas terras (os "servos") e que
portanto lhes deviam obrigações. Em troca, os senhores davam protecção contra
inimigos e ameaças.
• Inquirições - Com o tempo, como havia muito poucos registos escritos, os reis
deixavam de saber que terras e que bens é que a nobreza e o clero possuíam. Estes
aproveitavam-se disso para pagar menos impostos. Por isso D. Dinis decidiu fazer um
inquérito para ter essa informação e receber o dinheiro devido.
• Intermediários - Todos aqueles que vão comprando e vendendo produtos, no trajecto
entre o sítio onde se produzem e o local onde se vendem pela última vez.
• Missões Diplomáticas - Quando uma ou mais pessoas são enviadas para outro país
para defender as relações e interesses da sua nação.
• Monopolista - Que tem monopólio, ou seja, quando uma empresa fabrica ou vende
sem a concorrência de outros. Normalmente acaba por cobrar preços mais elevados.
• Peregrino - aquele que anda em peregrinação, ou seja que está em viajem para lugares
santos.
• Privilégio - Direito dado a alguém e que outras pessoas não têm. A primeira passa
então a ter vantagens sobre elas.
• Vassalagem - quando um vassalo (pessoa nobre) depende da autoridade de outro
nobre, seu superior (senhor ou suzerano), diz-se que lhe presta vassalagem.
• Soneto - poema com duas quadras e dois tercetos, sujeito a regras de rima definidas.
Fundação de Portugal

• Antes de se tornar um país


independente, Portugal era um pequeno
território no norte da Península Ibérica e
pertencia ao reino de Leão. Chamava-se
Condado Portucalense.

• O Condado Portucalense era uma


parcela de terra que ia do rio Minho ao
rio Douro.


• Foi entregue a um nobre francês, de nome
Conde D. Henrique de Borgonha, como
recompensa de ter ajudado o rei de Leão na
"Reconquista Cristã", ou seja, a reconquistar
território aos mouros.

O seu senhor (o conde) tinha alguma


autonomia e liberdade de movimentos apesar
de continuar a prestar vassalagem ao seu rei.
Conde D. Henrique
• O problema é que muitos dos senhores dos
condados queriam ter mais autonomia e, talvez, até
tornarem-se reis.
Assim, o Conde D. Henrique tentou tudo para
conseguir maior autonomia para o seu território,
apoiado por outros nobres.
Mas, em 1112, D. Henrique morreu: será que o seu
esforço de tornar o reino independente morria
consigo?

• Felizmente, o seu filho Afonso Henriques (o futuro


primeiro rei de Portugal) não queria deixar este
sonho morrer e decidiu prosseguir com a política do
pai.

• Apesar de D. Afonso ser muito corajoso, a tarefa de


tornar o condado independente foi muito complicada. Senão repara:

1. Era necessário combater o rei de Leão, a norte, para ficar com


o território independente.
2. Era necessário alargar o condado para sul contra os
muçulmanos - prosseguir a Reconquista.
3. E era preciso arranjar maneira que o futuro reino de Portugal
fosse reconhecido pelos outros reinos, principalmente pelo
Papa.
É que, no século XI, o Papa era mais importante que os reis e
todos respeitavam as suas decisões e opiniões.
Como já viste na página anterior, o nosso País teve um nascimento
complicado...

• D. Afonso Henriques tinha, então, entre outras, três tarefas principais a cumprir
para atingir os seus objectivos. E ele procedeu deste modo:

• 1. Para combater o rei de Leão reuniu em torno de si os nobres portucalenses,


também eles desejosos de independência. D. Afonso travou várias batalhas contra
os exércitos leoneses.
Isso fez com que, finalmente, em 1143, no tratado de Zamora, o rei de Leão
reconhecesse Afonso Henriques como rei de Portugal.
Foi uma importante vitória.

2. Na luta contra os muçulmanos, a sul, as coisas


também não foram fáceis. O avanço era muito lento e
difícil porque o inimigo era muito forte.
Mas, em 1139, conseguiu uma
vitória muito importante na batalha
de Ourique, onde todas as
Batalha de S. Mamede
possibilidades de ganhar estavam
do lado dos mouros.
Sabias que a partir daí D. Afonso Henriques passou a
intitular-se "rei de Portugal"? Entretanto, as suas
conquistas foram prosseguindo e o território foi-se formando e
crescendo.

3. E como se conseguiu o reconhecimento do Papa? Bom, isso foi só em


1179, através de uma bula chamada: Manifestis Probatum.
Era, enfim, o reconhecimento imprescindível para que Portugal passasse a ser
uma nação independente.

• Quando D. Afonso Henriques morreu tinha sido concretizado um sonho.


O reino estava formado (faltava apenas o Algarve), apesar de alguns contra-
ataques muçulmanos; o rei de Leão reconheceu Portugal como reino
independente e o Papa também.

• As conquistas do resto do País e a definição total do


território português prosseguiram com os herdeiros de D.
Afonso Henriques. Mas foi só com D. Afonso III se
conquistou o Algarve, em 1249.

• Como vês, a meio do século XIII, Portugal já tinha


praticamente o mesmo território que actualmente.
• Sabias que, por causa disso, Portugal é a nação com as
fronteiras mais antigas da Europa?

Batalha de Ourique
• Como já deves ter visto na escola, a Batalha de Ourique foi
uma das mais importantes batalhas para a formação de
Portugal como reino.

• Mas será que sabes tudo sobre esta emocionante batalha e


todas as suas curiosidades?

• Pois lê com atenção!

• A Batalha de Ourique deu-se a 25 de Julho de 1139, algures


no Alentejo. A tradição diz que terá sido perto da vila de
Ourique, mas ninguém tem a certeza.

• De certeza que já ouviste falar de todos os heroísmos desta


batalha e também do "Milagre de Ourique", certo?
Mas será que tudo isto foi verdade?

• Conta a tradição que em Maio de 1139, D.


Afonso Henriques sai de Coimbra em direcção
à fronteira do território já conquistado.


Conta-se que não terá encontrado defesas e
que entrou pelo território inimigo adentro para
enfrentar quem aparecesse com um poderoso
comandante.
De cinco reinos mouros haviam chegado
homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos
cristãos.

• Apesar do exército muçulmano (que até


incluía mulheres) ser muito mais poderoso do
que o seu, D. Afonso Henriques enfrentou-o
com bravura e acabou por vencer.

• No fim da batalha, os cinco reis mouros estão


mortos e o que resta das tropas mal tem
tempo para fugir.

• Sabias que se acredita que as cinco quinas da


bandeira portuguesa são uma homenagem aos cinco
reis derrotados nessa batalha?

• Essas cinco quinas foram o primeiro símbolo a


aparecer na bandeira portuguesa!

• Depois da vitória dos exércitos lusitanos na Batalha


de Ourique, D. Afonso
Henriques é aclamado rei
pela nobreza guerreira que
assistiu à luta. Diz-se mesmo
que foi a partir desse momento que passou a intitular-se rei!

• No entanto, não existem relatos da época, nem mesmo


mouros, que registem as vitórias e as derrotas.
• Assim, tudo leva a crer que a maior parte do que é contado sobre a batalha pode
ter sido exagerado para "dar mais glória" ao momento.

• Um bom exemplo disso é o chamado "Milagre de Ourique"...


Conta a lenda que Jesus teria aparecido a D. Afonso Henriques dizendo-lhe que
venceria a batalha e que depois seria rei.

• É claro que também era uma boa desculpa para justificar


as suas lutas pela independência do Condado
Portucalense e conseguir mais facilmente a "autorização"
do papa para ser rei.

• Nos dias que correm, os historiadores acreditam que a


Batalha de Ourique não passou de uma simples luta entre
os cristãos e os muçulmanos, sem a grandeza das
grandes batalhas da Reconquista.

• A sua importância deve-se principalmente ao facto de D.


Afonso Henriques e os seus homens a terem sabido usar
muito bem a seu favor, de modo a fazer nascer Portugal.

A Bandeira ao longo dos séculos


• Mas como era a bandeira antes da
República? Foi sempre igual durante os
séculos ou foi mudando durante os anos?

• A bandeira da monarquia era azul e branca,


dividida em partes diferentes tal como a
nossa.

• Também tinha o brasão, chamado de


"escudo nacional", e a esfera armilar.

• Mas havia outra diferença: a bandeira da monarquia tinha uma a coroa por
cima do brasão. Claro que numa república não há coroas, por isso a
nossa não a tem!

• O azul e o branco tinham sido escolhidos como "cores nacionais" há 200


anos. Mas essas cores já existiam na bandeira há centenas de anos!

• Observa:

Bandeira do Conde D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques, 1º Rei


de Portugal (1139-1143)

Dom Afonso Henriques (1143-1185)

Dom Sancho I (1185-1211)

Dom Afonso III (1248-1279)

Dom João, Mestre de Avis (1385-1433)


Dom João II (1485-1495)

Dom Manuel (1495-1521)


Neste reinado usaram-se já bandeiras rectangulares com um
brasão no centro em vez das bandeiras de armas quadradas.

Dom Sebastião (1578)


Foi usada também durante todo o domínio Filipino, apesar dos
reis espanhóis usarem também a sua bandeira pessoal.

Dom João IV (1640-1656)


A única diferença está na parte de baixo do brasão que passa a
ser arredondada.

Dom Pedro II (1667-1706)


Repara que a coroa tem mais duas hastes a segurá-la. É uma
diferença muito pequenina, mas segue a moda das outras
bandeiras europeias.

Dom João V (1706-1750)

Dom João VI (1816-1826)

Rainha Dona Maria II (1833-1853), El-Rei Dom Pedro V


(1853-1861), El-Rei Dom Luís (1861-1889), El-Rei Dom
Carlos (1889-1908) e El-Rei Dom Manuel II (1908-1910)

Bandeira também usada para representar a nação.


Nota que já é parecida com a nossa, porque não está dividida
exactamente ao meio.

E finalmente a nossa bandeira nacional!


Para leres tudo sobre ela, clica aqui.
D. Pedro e D. Inês de Castro (1ª dinastia)
• D. Pedro I foi o 8º rei de Portugal. Uns chamaram-no de
Justiceiro outros de Cruel. Estas "alcunhas", ou
cognomes, têm a ver com uma triste história de amor
que viveu quando ainda era príncipe. Tens curiosidade?
Então lê a história de D. Pedro e D. Inês de Castro, uma
das mais famosas histórias de amor do mundo!

• D. Pedro nasceu em 1320 e era filho de D. Afonso IV,


que teve muitas dificuldades durante o reinado,
nomeadamente por causa de pestes e maus anos
agrícolas. Viveu também muitas guerras na conquista de África, por isso
queria muito agradar o povo.

• Tudo começou com o casamento de D. Pedro com uma princesa


espanhola, D. Constança. Não existia amor entre os dois, uma vez que o
casamento foi arranjado pelos pais. Foi nessa altura que D. Pedro
conheceu D. Inês de Castro, uma das aias (dama de companhia) de D.
Constança, por quem se apaixonou.

• Esta ligação amorosa não foi nada bem vinda.


Todos tinham medo que D. Inês, filha de um
poderoso nobre espanhol, pudesse ter má influência
sobre o príncipe. Assim, quando D. Constança
morreu, D. Afonso continuou a condenar o namoro
dos dois apaixonados.

• De início, D. Afonso tentou afastá-los, proibindo D.


Inês de viver em Portugal. Mas isto não resultou
porque os dois pombinhos foram morar para a fronteira de Portugal e
Espanha e continuavam a encontrar-se. Diz-se que se casaram nesta
altura, mas ninguém sabe de certeza.

• O rei estava muito preocupado porque via que o povo tinha medo da
influência de D. Inês, além do mais não estava nada contente com as
guerras e a fome que se viviam no
reino. Assim se explica a decisão de D.
Afonso IV de condenar D. Inês de
Castro à morte, influenciado por dois
conselheiros.

• Sabias que o local onde D. Inês foi


morte, em Coimbra, é hoje conhecido
como a Quinta das Lágrimas? É um
lugar onde os namorados se
encontram.

• Depois da execução de D. Inês de Castro, D. Pedro revoltou-se contra o


pai e declarou-lhe guerra. Felizmente, a paz voltou graças à rainha-mãe,
que evitou o encontro militar entre pai e filho.

• Quando D. Pedro subiu ao trono, era muito cuidadoso com o povo, que
gostava bastante dele. Mas uma das primeiras coisas que fez foi vingar a
morte de D. Inês de Castro executando de modo cruel os ex-conselheiros
do pai: mandou arrancar-lhes o coração! Dizia que era assim que se sentia
desde que D. Inês tinha morrido.

• O mais sinistro de toda a história é que D. Pedro elevou D. Inês de Castro


a rainha já depois de morta e obrigou toda a corte a beijar-lhe a mão, ou o
que restava dela (porque D. Inês já tinha morrido há dois anos).

• Apesar de ter perdido o seu grande amor, D. Pedro voltou a casar-se e


teve vários filhos, legítimos e ilegítimos. Dois deles chegaram a reis: D.
• Para aumentar o comércio, D. Dinis promoveu as feiras francas, onde os
comerciantes não pagavam determinados impostos. Por exemplo, não
pagavam portagens, que já na altura eram caras.

• Também ajudou a incentivar o comércio com outros países


e protegeu a exportação para a Europa de produtos
agrícolas, peixe e sal (que tínhamos muito), em troca de
tecidos.

• As ordens religiosas militares passaram a depender do rei, e


foram substituídas pela Ordem de Cristo, que depois seria
muito importante nos Descobrimentos.

• Na cultura também foi um dos reis que se distinguiu mais.


Além de ser poeta, protegia os nossos escritores e fazia
com que se guardassem todos os seus escritos no Estudo
Geral de Lisboa.

• Por outro lado, fundou a Universidade de Coimbra, que foi


durante muitos anos a única em Portugal! Foi a partir do seu
reinado que todos os documentos passaram a ser escritos
em português. Sabias que antes era tudo escrito em latim?

• D. Dinis foi muito inovador. Infelizmente nem todos


concordavam com as suas ideias o que levou a algumas
guerras com o irmão, o rei de Castela, e mesmo com o seu
filho mais velho.

• Quem tentava sempre acabar com estes problemas era a


rainha Santa Isabel, uma mulher muito religiosa e que se
dedicava a ajudar os pobres e os inocentes. Dizia-se que
fazia milagres, dos quais o Milagre das Rosas é o mais
conhecido.
• D. Dinis nasceu em Santarém, em 1261, e
morreu na mesma cidade em 1325. Foi
sepultado no Mosteiro de Odivelas. Era
filho de D. Afonso III e de D. Beatriz.

• Casou com D. Isabel de Aragão (um reino


de Espanha) e teve dois filhos: D.
Constança e D. Afonso, que veio a ser D.
Afonso IV.

A crise de 1383/85
• Como sabes, desde que Portugal foi fundado
por D. Afonso Henriques, o nosso País
sempre esteve envolvido em guerras com
Castela.

• Uma das épocas mais importantes desta


longa guerra foi o episódio da Crise de
1383/85. Sem rei para governar Portugal,
houve um momento complicado que, depois de ultrapassado, deu início à
segunda dinastia de reis portugueses, a dinastia de Avis.

• Mas comecemos do início...

• O rei D. Fernando, estava há vários anos envolvido


em pequenos conflitos com Castela por considerar
que tinha direito ao trono do país vizinho, por ser
neto de Sancho IV de Castela.

• No entanto, a sorte nesta luta nunca esteve do seu


lado, pelo que, após algumas batalhas perdidas
(em 1369 e em 1381), o rei assinou um tratado de
paz, que implicava o casamento de D. João I de
Castela com a sua única filha, D. Beatriz.

• Mas neste tratado, D.


Fernando pôs também por
escrito que este casamento não deveria trazer
problemas de sucessão do trono português. Ele
não queria que Portugal deixasse de ser
independente.

• D. Fernando morreu em 1383, no mesmo ano em


que foi assinado o tratado. Apesar de D. Beatriz
não poder reinar e só um filho seu (homem) com
mais de 14 anos poder ser rei de Portugal, este
facto veio trazer problemas.

• Enquanto o filho de D. Beatriz não subisse ao trono, a


pessoa responsável por reinar em Portugal seria a viúva
de D. Fernando, D. Leonor Teles. Ela seria a regente do
reino.

• A população já andava muito insatisfeita por problemas


agrícolas e por doenças como a peste. Por isso, quando
D. Leonor Teles subiu ao poder, todos ficaram ainda
mais insatisfeitos.

• É que D. Leonor tinha como conselheiro um


galego, o Conde Andeiro, e o povo tinha
medo que ele viesse a favorecer o país
vizinho (na altura, Castela: é que a Espanha
ainda não existia).

• Um grupo de nobres junta-se e decide matar


o Conde Andeiro com a ajuda de D. João,
Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro I
(pai de D. Fernando, o que tornava D. João irmão ilegítimo deste).
• Após a morte do Conde, D. Leonor Teles foi obrigada a sair da cidade de Lisboa,
fugindo para Santarém, e foi depois pedir ajuda aos reis de Castela.

• Temendo uma invasão do exército castelhano, o povo de Lisboa


reconhece o Mestre de Avis como "Regedor e Defensor do Reino" e
a burguesia apoia-o com dinheiro, de modo a pagar as despesas da
guerra.

• É claro que o rei de Castela não aceitou nada bem esta situação,
uma vez que os "seus direitos" sobre Portugal estavam a ser ameaçados. Assim
decide invadir Portugal e ocupa a cidade de Santarém.

• Para lutar contra esta invasão trava-se a Batalha dos


Atoleiros, em Abril de 1384. D. Nuno Álvares Pereira lidera o
exército português e vence os castelhanos usando a famosa
táctica do quadrado que lhe voltou a dar a vitória na Batalha
de Aljubarrota.

• Pouco tempo depois, em Maio, o rei castelhano voltou à


carga e cercou a cidade de Lisboa. No entanto, o povo não
se rendeu e o cerco foi levantado quatro meses depois,
devido à peste.

• Após o regresso dos seus soldados, D. João de Castela


preparou um poderosíssimo exército para uma nova
investida. Ele não iria desistir tão facilmente!

• Perante esta situação, reuniram-se as cortes em Coimbra, onde se escolheu o


Mestre de Avis como novo rei de Portugal.

• Ao tomar conhecimento desta decisão, o rei de Castela invadiu de


novo Portugal.
A 14 de Agosto de 1385, as tropas portuguesas novamente
lideradas por D. Nuno Álvares Pereira, derrotam os castelhanos
na batalha de Aljubarrota.

• Finalmente, o rei de Castela desiste de invadir Portugal e assina-


se um tratado de amizade com a Inglaterra (cujos soldados
ajudaram na Batalha de Aljubarrota) onde os dois países
prometem ajudar-se mutuamente.

• Este acordo foi reforçado com o casamento de D. João I com D. Filipa de


Lencastre (originalmente, Lancaster).
Já ouviste falar da "Ínclita Geração"?
São todos os famosos filhos do casal: D. Duarte, D. Pedro, o Infante D. Henrique,
D. Isabel, D. João, D. Fernando.

Nuno Álvares Pereira

• Nuno Álvares Pereira é um dos cavaleiros portugueses mais


conhecidos da nossa história, não só pela sua bravura, mas
por toda a história da sua vida.
• Filho de uma família fidalga, Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Julho de 1360 e
tinha pouco mais de 20 anos quando se deram as suas grandes aventuras contra
os exércitos castelhanos.

• Com apenas 13 anos entrou para a corte do rei D. Fernando, sendo então
escolhido para ser escudeiro da rainha D. Leonor Teles ao mesmo tempo que
aprendia tudo sobre a guerra e as armas com um tio. Pouco
tempos depois foi logo armado cavaleiro.

• Sabias que se casou com apenas 16 anos? Pois é, nesse


tempo era mesmo assim! Casou-se por conveniência dos
pais em 1376, com D. Leonor de Alvim. Também esta
situação era muito comum na época.

• Durante a crise de 1383, provocada pela morte de D.


Fernando, colocou-se ao lado do Mestre de Avis, que
parecia mais preocupado em defender os interesses de
Portugal do que D. Leonor Teles, a regente do reino.

• D. João, Mestre de Avis, chamou-o para o conselho do


governo e mais tarde, durante as cortes de Coimbra,
nomeou-o Condestável do Reino, um cargo criado pelo rei
D. Fernando.

• Entre 1383 e 1385 liderou o exército português a várias


vitórias, sendo as mais conhecidas as da Batalha de
Aljubarrota e da Batalha dos Atoleiros, onde usou a técnica
do quadrado.

• Esta técnica baseou-se numa estratégia militar usada por


Alexandre Magno em exércitos maiores, e que Nuno Álvares
Pereira tinha descoberto há pouco tempo num livro. Decidiu
adaptá-la e resultou!

• Em 1388 iniciou a edificação da capela de São Jorge de Aljubarrota e, em 1389, a


do convento do Carmo, em Lisboa, onde se instalaram os frades da ordem do
Carmo, no ano de 1397.

• Tornou-se rico e poderoso, mas soube dividir com os seus companheiros de armas
grande parte das terras que lhe foram doadas. No fim da vida, teve o cuidado de
repartir também pelos netos os seus domínios e títulos.

• Sabias que a sua vida de soldado não acabou com a crise de 1383/85?
Ainda participou na conquista de Ceuta, em 1415, onde mostrou novamente o seu
grande valor.

• Nunca perdeu uma batalha que fosse liderada por si. Conta-
se que a sua espada, que tinha o nome de Maria gravado,
lhe dava a devida protecção.

• Nuno Álvares Pereira acabou a sua vida ligado à Igreja.


Depois de ficar viúvo entrou para o Mosteiro do Carmo em
1423, por ele fundado, mudando o nome para frade Nuno de
Santa Maria.

• Por ter dedicado os seus últimos dias à Igreja e a ajudar os


mais pobres, depois da sua morte, em 1431, o povo
começou a chamá-lo de Santo Condestável.
Este título não era verdadeiro, mas ficou perto de o ser com
a sua beatificação em 1918.

• Foi mais tarde canonizado como «São Nuno de Santa


Maria» pelo Papa Bento XVI no dia 26 de Abril de 2009,
tornando-se verdadeiramente no «Santo Condestável».

• Uma das filhas de Nuno Álvares Pereira casou com D.


Afonso, um dos filhos de D. João I, dando início à Casa de
Bragança, uma família que reinou em Portugal e da qual é
descendente D. Duarte de Bragança.

Batalha de Aljubarrota

• A Batalha de Aljubarrota foi uma das


batalhas mais importantes na História de
Portugal.

• Provavelmente já ouviste falar em D.


Nuno Álvares Pereira, em D. João Mestre
de Avis (D. João I de Portugal) e na
Padeira de Aljubarrota, mas não sabes
bem o que é que eles fizeram, não é?

• Nós explicamos!
E para perceberes bem o que aconteceu, vamos contar-te a história desde
o início.

O «antes» O cerco A batalha


A Padeira de Aljubarrota
• A Padeira de Aljubarrota é uma das personagens
mais curiosas ligadas à famosa Batalha de
Aljubarrota (século XIV), onde, mais uma vez, os
portugueses venceram os castelhanos.

• Já ouviste falar nela, na Padeira de Aljubarrota?


Não se pode afirmar com certeza que esta pessoa
tenha existido, nem sequer que a história que se
conta acerca dela seja verdade, mas ela vai estar sempre ligada à
Batalha!

• Uma coisa é certa: existiu alguém, de nome Brites de


Almeida, que foi padeira naquela terra. E parece que
era tão corajosa como a da lenda.
Vamos contar-te o que se sabe dessa mulher.

• Brites de Almeida nasceu em meados do século XIV


em Santa Maria de Faaron (hoje conhecida como
Faro) e os seus pais eram gente muito humilde.

• Conta-se que quando era pequena já era alta, muito


forte e musculada. E como era meio «Maria rapaz»,
gostava de resolver tudo com a ajuda dos punhos.

• Parece que quando tinha 20 anos os pais morreram


e ela usou o pouco dinheiro que eles lhe deixaram
para aprender a usar uma espada (só os homens
nobres é que o faziam!).

• Então, para ganhar dinheiro, começou a usar os


seus conhecimentos em feiras, onde fazia
combates contra homens.
Ora esta história chamou a atenção de um soldado
que a desafiou: se o soldado ganhasse, Brites
casava com ele. Se perdesse, ela matava-o.
O que acabou por acontecer...

• O problema é que matar (um soldado) é crime,


mesmo nessa época. Por isso Brites fugiu. Roubou
um bote com o objectivo de ir para Espanha, mas
um grupo de piratas raptou-a e levou-a para Argel
(na Argélia), onde a vendeu a um árabe rico.

• (Acreditamos que nisto tudo há muita imaginação,


que é o que acontece às histórias de aventuras
contadas através dos tempos, mas... Continua a
ler...)

•No entanto, a «nossa Brites» não era pessoa para


ficar presa. Passado um ano convence outros dois
escravos portugueses a fugir para Portugal.
Disfarçou-se de homem e seguiu para Torres
Vedras, onde comprou dois machos e se
transformou em almocreve (quem aluga e conduz
bestas de carga).

• Mesmo assim, os sarilhos não a largaram e, depois


de se envolver em várias lutas e provocar algumas mortes na zona de
Lisboa, Brites apanhou um barco para Valada, de onde, já vestida de
mulher, acabou por ir parar a Aljubarrota.

• Para sobreviver, já cansada e sem maneira de ganhar


dinheiro, começou a pedir esmola à porta de um forno, o
que chamou a atenção da padeira, já idosa, que reparou
que Brites era uma mulher forte e que a podia ajudar.
Assim, começou a carreira de Brites como padeira.

• Um dia, já depois da velha padeira ter morrido e já sendo


Brites a dona do negócio, deu-se uma grande batalha em
Aljubarrota (aquela que te falámos no início).

• Como a maioria do povo português, ela


também estava do lado de D. João,
Mestre de Avis, e não queria os espanhóis
a governar Portugal.

• Conta a lenda que, depois de Nuno


Álvares Pereira vencer os espanhóis
nessa batalha, Brites chefiou um grupo de
populares que perseguiram os espanhóis
em fuga.

• Nessa noite de 14 de Agosto de 1385, ao


regressar, a padeira chegou a casa e
encontrou sete espanhóis escondidos no
forno onde costumava cozer o pão.

• Sem hesitar, pegou na pá de levar o pão


ao forno e bateu-lhes até os matar, um a
um, à medida que saíam do forno.

Várias versões
desta lenda aumentam o número de castelhanos e
também o número de crueldades que a padeira lhes
fez...
Nós preferimos a versão mais simples em que,
mesmo assim, a Padeira de Aljubarrota faz parte da
História de Portugal, nunca mais sendo esquecida.

• Claro que a sua história não


acaba na época da Batalha.
Parece que quando fez 40 anos
se casou com um lavrador rico que a admirava muito e
chegou a ter filhos.

• Sabias que a procissão de Aljubarrota sai sempre no


dia 14 de Agosto? E a pá que simboliza a vitória da
padeira esteve presente nos andores durante muito
tempo!
Batalha de Aljubarrota - o «antes»
• Quando o rei D. Fernando morreu, em 1383, a sua
sucessora legítima era a sua única filha D. Beatriz.

• O problema é que D. Beatriz era casada com D.


João I, rei de Castela, o que podia pôr em risco a
independência de Portugal em relação a Espanha,
pois o nosso rei passaria a ser castelhano.

• Assim, quando D. Beatriz se tornou rainha, os


portugueses (os que tinham influência) não sabiam
muito bem o que pensar. Uns aceitaram-na, mas
outros não queriam obedecer-lhe.

• D. Leonor Teles, a viúva do rei D. Fernando, aceitava


bem esta situação, até porque era ela a regente do reino
(a pessoa que reina em vez do rei - ou rainha).

• Por seu turno, D. João, Mestre de Avis, meio-irmão de D.


Fernando, era um dos portugueses que não queria D.
Beatriz no trono.

• Para enfraquecer o poder da rainha, D. João Mestre de


Avis matou o Conde Andeiro, um castelhano que era o
maior conselheiro de D. Leonor e que na verdade fazia a regência do
trono por ela...

• Com esta atitude, D. João Mestre de Avis


ganhou o apoio do povo, da burguesia e de
alguns nobres contra D. Beatriz.

• Com medo do poder do Mestre de Avis, D.


Leonor Teles pediu ajuda ao rei de Castela
(ao genro) para impedir que D. Beatriz
perdesse o trono.

Batalha de Aljubarrota - o cerco de Lisboa e a guerra


• O rei de Castela também não gostou de
ver a sua influência em Portugal ser
diminuída, por isso mandou as suas
tropas para Portugal e cercou Lisboa,
onde estava D. João Mestre de Avis.

• O cerco de Lisboa foi um dos mais difíceis


e longos da história de Portugal.
No entanto, as discussões entre o exército
castelhano e a peste fizeram com que os
portugueses não tivessem que se render...

• Esta vitória deu ao Mestre de


Avis uma notoriedade muito
grande entre o povo português
que o nomeou «defensor e
regedor do reino».

• Quem não gostou nada do


novo ocupante do trono foram
os castelhanos... E o rei de
Castela ordenou uma nova
invasão a Portugal.

• O resultado foram várias batalhas entre os dois


exércitos. Uma delas foi a batalha dos Atoleiros em
1384, o primeiro sítio onde se usou a "táctica do
quadrado", que resultou muito bem!

• A táctica do quadrado, que te explicaremos no


próximo texto, era usada em "pequena" escala
contra um exército proporcionalmente maior e foi
inspirada nas tácticas de Alexandre Magno (retirada
de um livro que D. Nuno Álvares Pereira tinha lido
há pouco tempo).

• Depois desta vitória portuguesa, as cortes de


Coimbra decidiram, em Março de 1385, aclamar D.
João Mestre de Avis como o novo rei de Portugal.
Assim terminou a Crise (de sucessão) de 1383-85.

• Mas de todas as batalhas, a mais referida é a de


Aljubarrota, no dia 14 de Agosto de 1385
Batalha de Aljubarrota - a batalha
O grande herói desta batalha foi D. Nuno Álvares Pereira, um
grande apoiante de D. João Mestre de Avis, que decidiu não
esperar em Lisboa pelos castelhanos e encontrar-se com eles a
caminho de Leiria.

• D. Nuno Álvares Pereira organizou um pequeno exército


que combateu os castelhanos com besteiros e arqueiros
a pé que formavam filas para derrubar os inimigos.
Sabias que nesta batalha havia cavaleiros ingleses a
ajudar o exército português?

• D. Nuno aproveitou pequenas elevações do terreno,


onde colocou arqueiros e besteiros. Mandou cavar
fossos (chamados covas-de-lobo) disfarçados com folhas, para que os
cavaleiros castelhanos lá caíssem.

• Depois, dispôs as suas forças em três alas, sendo


que uma delas (maior) ficava de reserva à
retaguarda, comandada por D. João Mestre de Avis.

• À frente uma grande linha de soldados comandada


pelo Condestável (D. Nuno) enfrentava de frente os
castelhanos, dando-lhes a sensação de que estavam
em vantagem.

• A ala esquerda era a célebre ala dos namorados,


que enfrentou bravamente os castelhanos, e a ala
direita era conhecida por ala da madressilva, que,
enquanto a primeira lutava, fazia chover flechas sobre o exército inimigo.

• Quando os cavaleiros exército castelhano viram avançar


os soldados portugueses a pé, recolheram um pouco as
suas lanças, julgando que não seria necessário um
esforço assim tão grande para os derrotar.

• Imagina a sua surpresa quando as várias alas


começaram a avançar e os rodearam!

• Esta táctica militar, que ficou conhecida como a "táctica


do quadrado", foi o segredo para a derrota dos
castelhanos. Apesar da batalha sangrenta, as maiores
perdas foram do exército castelhano que foi cercado de
surpresa pelas tropas portuguesas.

• O resultado foi a vitória dos portugueses frente a um exército muito superior,


tanto em número como em armas!

• Para teres uma ideia, os portugueses tinham 1700


lanças, 800 besteiros e 4000 peões; ao todo 6500
homens.
Por seu turno, os castelhanos tinham 5000 lanças, 2000
cavalos, 8000 besteiros e 15 000 peões, num total de 30
000 homens, com 700 carroças, milhares de animais
carregando mantimentos e munições, 8000 cabeças de
gado e muitos pagens e outra gente de serventia!

• Esta batalha foi um marco muito importante na História


de Portugal porque evitou que o País caísse nas mãos
Hino Nacional

Sabias que antes do nosso hino nacional, conhecido como "A


Portuguesa" existiram outros hinos?

• Por exemplo, o da monarquia era conhecido como o "Hino


da Carta", ou seja: da Carta Constitucional. Mas também
existiu o "Hino Patriótico".

• Sabias que esta moda de ter uma música que


representasse o país só nasceu no século XIX?

• O hino que conhecemos hoje foi oficializado em 1911,


depois da Implantação da República (em 5 de Outubro de
1910).

• Sabias que a música foi escrita por Alfredo Keil e a letra


por Henrique Lopes de Mendonça, ainda antes da revolução?

A Portuguesa

Heróis do mar, nobre Povo.


Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,


Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Refrão: Às armas, às armas


Sobre a terra, sobre o mar,
Às arma, às armas
Pela Pátria lutar,
Contra os canhões marchar, marchar!

• Sabias que a música original tinha mais duas partes que foram retiradas em 1957?
Achava-se que ficava muito comprido e difícil de decorar. De qualquer das formas,
aqui vai o resto:

II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira
Portugal não pereceu.

Beija o solo teu jucundo


O oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
(Refrão)

III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco duma afronta
O sinal de ressurgir.

Raios dessa aurora forte


São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm
Contra as injúrias da sorte.

• Sabes em que ocasiões é que se canta o Hino?

- Em cerimónias nacionais civis e militares onde se faz uma


homenagem à nossa Pátria, à Bandeira Nacional ou ao Presidente
da República.

- Também quando se trata de saudar oficialmente, em território


nacional, um chefe de Estado estrangeiro, depois de ouvido o hino
do seu país.

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