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DESENVOLVIMENTO MOTOR E AQUISICAO DA COMPETENCIA MOTORA NA EDUCACAO DE INFANCIA David L. Gallahue UNIVERSIDADE DE INDIANA O movimento é ele préprio o centro da vida activa das criancas. E uma faceta importante de todos os aspectos do seu desenvolvimento, seja no dominio motor, cognitive ou afectivo do comportamento humano. Negar as criangas a oportunidade de colher os muitos beneficios de uma actividade fisica vigorosa e regular é negar-lhes a oportunidade de experimentarem a alegria do movimento eficiente, os efeitos saudaveis do movimento e uma vida inteira como seres méveis competentes e confiantes. O desenvolvimento motor e perceptual das criancas nao deve ser deixado ao acaso. As criangas seguem uma progressdo desenvolvimental na aquisicao das suas competéncias motoras que nao é muito diferente das progressdes desenvolvimentais encontradas no seu desenvolvimento cognitivo e afectivo. Se as criangas nao forem capazes de desenvolver e aperfeicoar competéncias motoras fundamentais 0 resultado mais frequente ser a frustra- ao e o fracasso nos jogos, desportos e actividades recreativas, por exemplo, a incapacidade de desenvolver padrdes amadurecidos de langar, agarrar e bater a bola, torna muito dificil para a crianca experimentar o sucesso e a alegria mesmo no mais simples dos jogos. Seja qual for a actividade, a crianga nao pode participar nela com sucesso se as competéncias motoras fundamentais, e essenciais, contidas nessa actividade nao tiverem sido devida- mente aprendidas. Isto ndo quer dizer que as competéncias motoras fundamentais no aprendidas na infancia néo possam vir a ser aprendidas mais tarde. Porém, nessa altura o individuo ja ultrapassou, a maior parte das vezes, 0 periodo critico durante o qual Ihe é mais facil domi- 49 nar essas competéncias; dai resulta que as competéncias nunca chegam a ser aprendidas. Varios factores contribuem para esta situacio. Um é a acumulagao de maus habitos devido a uma aprendizagem deficiente. E sempre dificil eliminar comportamentos assimilados, sejam eles correctos ou incorrectos. E muito mais dificil «desaprender» padrdes de movimento defeituosos do que aprendé-los correctamente da primeira vez. Os complexos e a vergonha sao 0 segundo factor. «Tenho 0 pé pesadon, «Sou uma desastrada» ou «Mas que grande azelha» sao todas elas frases auto-recriminatérias usadas frequentemente para descrever falta de destreza. Um terceiro factor responsavel por muitas competéncias motoras ficarem por aprender é o medo. O medo de se magoar eo medo da troga e da rejeicdo dos seus pares so ansiedades bem reais que contri- buem fortemente para dificultar a aprendizagem de competéncias motoras depois da infancia. As criancas mais pequenas tém um potencial para o desenvolvimento de competén- clas amadurecidas nas mais fundamentais competéncias motoras. O presente capitulo aborda os temas do desenvolvimento motor e perceptual na infancia do ponto de vista do seu impacto na aquisicao das competéncia motoras fundamentais. Saber mais acerca destes processos inter-relacionados permite aos eclucadores desenhar e implementar curriculos ndo apenas adequados a idade, mas também adequados a cada individuo e orientados para © nivel de desenvolvimento daqueles a quem se destinam. O MOVIMENTO E A CRIANCA A medida que as criangas se aproximam do seu segundo aniversario, pode observar- se uma mudanga radical no modo como se relacionam com o ambiente que as rodeia. A maior parte ja domina as tarefas motoras rudimentares da primeira infancia. Estes mar- cos motores sao universais na ordem por que aparecem, mas 0 grau de aquisicao varia de crianga para crianga, Marcos, tais como aprender a alcancar, agarrar e largar objectos; sen- tar-se sem ajuda; pér-se de pé; e conseguir andar com uma postura erecta e independente, esto entre as principais tarefas motoras rudimentares da primeira infancia. Os movimen- tos rudimentares constituem a base sobre a qual as criangas desenvolvem e aperfeigoam os padrdes dos movimentos fundamentais dos primeiros anos e as competéncias motoras especializadas da infancia tardia e para lé dela. A Figura 3-1 representa as fases e estadios do desenvolvimento motor associados ao mundo sempre em expansao da crianga. Na fase motora fundamental do desenvolvimento as criangas j4 ndo precisam de manter uma luta sem tréguas contra a forga da gravidade, adquirindo, pelo contrario, cada vez maior con- trolo da sua musculatura em oposigao a ela (estabilidade). As criangas j4 néo permanecem imobilizadas por uma incapacidade basica para se moverem livremente. Agora sao capazes de explorar o potencial motor dos seus corpos a0 moverem-se no espaco (locomogio). As criangas ja nao tém de se contentar com o modo imperfeito e ineficaz de alcancar, agarrar e largar dos objectos caracteristico da primeira infancia. Agora elas desenvolvem rapida- mente a capacidade de estabelecer um contacto controlado e preciso com os objectos que as rodeiam (manipulagéo dos objectos). As criangas estéo envolvidas no proceso de desenvolver e aperfeicoar as competéncias motoras fundamentais numa ampla variedade de movimentos de estabilizagao, locomogio e manipulagao. Como tal, precisam de se envolver numa série de experiéncias de movimento, coordenadas e adequadas ao seu desenvolvimento, destinadas a enriquecer estas capacidades motoras basicas. PER{ODOS ETARIOS DE DESENVOLVIMENTO APROXIMADOS ESTADIOS DO DPSENVOLYIMENSTO MOTOR artic dos Hf anc Estadio de utiliengio vitaiia tha i3 ano lio de opitagao KSE DO MOVIMENTO NAS stieio de transigio ba? Estadio maduro 4250 ASE DO MOVIMEN Eslidio elementar 2adan DAMEN’ Estadio inidial 1a2anos FASE DO MOVIMENTC \ Sstiio de pre Sontrola Nascimento a1 ano / DIMENTAK Estidio de inibigio reflexa -- tem Estadio de descoditicagso meses 1ano FASE DO MOVIMENTO. de informagio REFLEXO, Estidio da codificagio de informagao Figura 3-1. ‘Ao contrario da fase rudimentar, a maturagao é insuficiente para justificar a aquisi- cao da competéncia motora amadurecida na fase motora fundamental do desenvolvimento. Uma variedade de factores ambientais desempenha papéis essenciais no desenvolvimento pleno destas importantes competéncias motoras basicas. A aquisicao das competéncias motoras fundamentais no tem tanto a ver com o desenvolvimento de graus elevados de competéncia num mimero limitado de situagdes de movimento como com o desenvol- vimento da devida mecdnica corporal numa ampla variedade de tarefas basicas de movi- mento, tais como correr, saltar, langar e agarrar. A mecanica corporal dos movimentos fundamentais ¢ essencialmente a mesma para todas as criangas, a menos que haja alguma limitagéo particular ou deficiéncia desenvolvimental. Cumulativamente, um movimento fundamental envolve apenas os elementos basicos desse movimento particular € nao inclui factores tais como o estilo pessoal individual ou peculiaridades de execusio. ‘As competéncias motoras fundamentais comecam por ser aprendidas como competéncias discretas relativamente isoladas umas das outras. Sé & medida que a crianga as vai dominando elas podem ser ligadas com sucesso a outras para formarem as competéncias, motoras especializadas, t4o intimamente associadas pratica do desporto, tais como o langamento, no basquetebol, ou uma defesa, no futebol. Os movimentos locomotores fundamentais de correr, saltar e pular, ou os movimentos manipulatérios de langar, agarrar e bater so exemplos de movimentos fundamentais que devem ser aprendidos antes de serem combinados com outras competéncias para se tornarem competéncias motoras especializadas O desenvolvimento de competéncias motoras fundamentais amadurecidas & basico para 0 desenvolvimento motor e a educagao motora das criangas. Uma ampla variedade de experiéncias motoras fornece as criangas grande riqueza de informagdo em que podem basear a percep¢ao que tém de si préprias e do mundo que as rodeia. DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS Com 0 interesse renovado pelo estudo do desenvolvimento motor surgido nos anos 60, apareceram varias escalas que ilustravam uma relagio entre a idade ¢ o desempenho motor. Usando uma grande amostragem de rapazes e raparigas entre 0 1’ e 0 6° ano de escolaridade, Johnson (1962) constatou que os fracos resultados numa variedade le exemplos de desempenhos motores mostrava a existéncia de uma tendéncia definitiva para subir até ao S° ano. Cratty e Martin ( 9 as ebirias de 8) apresentaramy sequénc aquisicao para uma série de capacidades locomotoras, manipulatérias e perceptuais de 365 criangas entre os 4 e os 12 anos. O resumo feito por Williams (1970) das capaci- dades motoras de criancas entre os 3 e os 6 anos revelou formas mais avangadas de movimento a medida que a idade aumentava. Sinclair (1973) estudou o desenvolvi- mento motor de criangas entre os 2 e os 6 anos. Os resultados da sua anilise longitu- dinal de 25 tarefas motoras com intervalos de 6 meses vieram consolidar 0 pressuposto inicial de que a aquisicao das competéncias motoras 6 um processo de desenvolvi- mento que se prolonga pelos primeiros anos da infancia. As tabelas 3-1 a 3-3 constituem uma referéncia visual para que se possa apreciar a sequéncia do desenvolvimento de movimentos fundamentais seleccionados de locomocao, manipulacao e estabilidade, res- pectivamente: TABELA 3-1 Sequéncia da Emergéncia de Capacidades Locomotoras Seleccionadas colocar um pé em. frente do outro sem perder o contacto com a superficie de Andar para o lado ‘Andar para tras Subir escadas com ajuda Subir escadas sozinho - 1 pé atras do outro dade Apres Padrio do Movimento Capacidades Seleccionadas mada do Inicio ‘Andar Andar envolve Andar rudimentar erecto sem ajuda, 13 meses 17 mes 20 meses 24 meses apoio Descer escadas sozinho - 1 pé atrés do outro | 25 muses Corer ‘Corer envolve um ‘Andar apressado (mantendo o contacto) 18 meses breve periodo sem Primeira corrida (fase de recusa de apoio) 2-3 anos contacto com a Corrida eficiente e aperfeignada 4-5anos superficie de apoio A velocidade aumenta, corrida amadurecida*_| 5 anos Saltar _ | Saltar assume te So de objects Baixo" B mess formas: (1) saliar em com- de objectos com um pé a fre 2 an primento, (2) saltar em | Saltar no ar com os dois pés 28 mest altura, ¢ (3) saltar para baixo, | Saltar em comprimento (cerca de 90 em 5 ane Envolve uma elevagao cum | Saltar em altura (cerca de 30 cm 5 anos Ju rs doi: ‘om | Padrio amadurecido de salt 6 anos speao sobre os d Pular envoive uma Pular até vezes no pé preferido Banos elevagio num pé Pular entre 4 e 6 vezes no mesmo pé 4 anos com recepgio sobre Pular entre $e 10 vezes no mesmo pé Banos wo mesmo pe Pular numa distancia de 15 mem 5 anos cerca de 11 segundos Pular com destreza ¢ alteragao de ritmo, 6 anos | Padrfio amadurecido* _ | O gal combina andar "| Galope basico, mas ineficiente anos com o mesmo pé Galope correcto, padrao amadurecido* 6 anos |_sempre a frente Saltitar combina um Saltitar num 36 pé anos | passo e um pulo com Saltitar com destreza (cerca de 20%) 5 anos [Laiteragao ritmica Salticar com destreza pats a iaivr partet 6 autos * A crianga tem «potencial» de desenvolvimento para estar no estidio amadurecido. O estar ou nio estar nesse ustidio depende de factores ambientais. De David L. Gallahue, Motor Development: Infants, Children, Adolescents (0 Desenvolvimento Motor: Bebés, Criangas, Adolescentes], 2* edigio, 1989, Benchmark Press, Inc. Reimpresso com autorizacio de Wim. C, Brown ‘Communications, Inc, Dubuque, Towa, Reservados todos os direitos. 53 TABELA 3-2. Sequéncia da Emergéncia de Capacidades Manipulatérias Seleccionadas Taade Apron Padrao do Movimento Capacidades Seleccionadas ‘mada do Inicio “Aleangar, Agarrar, Largar ‘Alcangar, agarrar e largar Primeiras tentativas para alcangar 2-4 meses envolve estabelecer con- Aprisionamento de objectos 2-4 meses tacto com um objecto, ‘Agarrar coma palma da mao 3.5 meses mantendo-o agarrado € Aganar com os dedos 8-10 meses largando-o voluntaria- ayartar de forma controlade | 12-14 meses mente Largar de forma controlada 15-18 meses. Langer Langar envolve ( diante doalvo, pés mantém-s Janos imprimir forga a um bola langada apena objecto na direcgao 40 do antebra: geral pretendida Idéntico ao anterior, mas com rotaca 5 anos do corp Passos em frente com a perna do lac 1-5 anos do brago que langa 5 rapazes mostram um pace soi sos amadurecide do que as rapa Padrio amadurecido* anos Apanhar envolve Perseguir a bola; nfo reagir a bola que 2anos receber a impacto de vem pelo ar tum objecto com as Reagir a bolas pelo ar com atraso no 23.anos ios, progredindo das ‘movimento do brago bolas grandes para as ‘Tem de ser ensinado a colocar os bracos mais pequenas Reaceaa de medo (desviar a cabeca) an Recepgio de «basquete» usando 0 corpo | 3anos Apanhar com as mios (s6 com bola pequesia an Padrio amadurecido* an Pontapear Pontapear envolve Empurrar a bola em vez de a pontapear TS mese | imprimir forga a um Pontapear com a perna hirta e pouco | 23an jobjecto com 0 pé movimento do corpo (pantapé # bola) | Flectir a perna com levantamento para tri 4.ani Maior amplitude de oscilagio para tris & para a frente com opasigao de braco Padrio amadurecido (pontapé atrat ¢ |S Bater | Batcr envelve De fronts para o abjecto com io . contacto suibito com num plano vertical objectos através de um Oscilagio num plano horizontal 4-5 arios golpe com a mao de posicionamento ao lado do objector | cima para baixo, de lado, Rotagdo do tronco e das aneas e trans: San cou de baixo para cima feréncia do peso do corpo para a trente Padrio amadurecido horizontal com a 67 anos bola estacionéria * A crianga tem 0 «potencial» de desenvolvimento necessitio para estar no estadio amadurecido. O estar ou nao estar nesse estidio depende de factores ambientais, De David L. Gallahue, Motor Development: Infants, Children, Adolescents {O Desenvolvimento Motor: Bebés, Criangas, Adolescentes], 2* edigio, 1989, Benchmark Press, Inc. Reimpresso com autorizagio de Wm. C, Brown Communications, Inc. Dubuque, Iowa. Reservados todos os direitos. TABELA 3-3. Sequéncia da Emergéncia de Capacidades de Estabilidade Seleccionadas Padrao do Movimento Capacidades Seleccionadas mada do Inicio Equilibrio Dindmico O equilibrio dinamico Andar sobre uma linha recta com 2,5 cm 3 anos envolve manter 0 equi- Andar sobre uma linha circular com 2,5 cm 4 anos brio A medida que Manter-se de pé numa trave baixa 2anos centro de gravidade muda | Andar sobre uma trave com 10 cm numa 3 anos disténcia curta Andar na mesma trave, alternando os pés 3-4 anos Andar sobre traves de 5 e 7,5 cm 4 anos Executar rolamentos bisicos para a frente 3-4 anos Executar padrao amadurecido de rolamento _| 6-7 anos Ejuilitrio Estatico Qequilibrio estitico envolve — | Por-se de pé 10 meses montero equilibrio enquan- | Manter-se de pé sem se agarrar com as maos | 11 meses too centro de gravidade Manter-se de pé sozinho 12 meses se mantém estacionario Equilibrar-se num pé durante 3-5 segundos | 5 anos Equilibrar 0 corpo em posigdes basicas in- 6 anos vertidas com 3 pontos de apoio Movimeutos Axiais (Os movimentos axiais si0. ‘AS capacidades motoras axiais comegam a meses posturas que envolvem, desenvolver-se muito cedo e vao sendo 6 anos dobrar, esticar, torcer, progressivamente aperfeigoadas até serem virar, e outros padroes incluidas nos padrdes manipulatérios emer- gentes de langar, apanhar, pontapear, bater, prender, e outros * A crianga tem o «potencial» de desenvolvimento necessirio para estar no estédio amadurecido, O estar ou nao nese estadio depende de factores ambientais, De David L. Gallahue, Motor Develupment: Infants, Children, Adolescents [O Desenvolvimento Motor: Bebés, Criangas, Adolescentes}, 2* edigio, 1989, Benchmark Press, Inc. Reimpresso com autorizagao de Wm. C, Brown Communications, inc. Dubuque. Iowa, Reservados todos os direitos. Estes estudos normativos fornecem informacao quantitativa suficiente acerca do movimento na medida em que respondem a perguntas sobre «até onde?», «com que velo- cidade?» e «quantos?» Nao fornecem, contudo, informagées importantes sobre as mudan- as qualitativas que véo ocorrendo a medida que as criancas progridem para formas mais amadurecidas de movimento. O estudo da mudanca qualitativa no movimento das criangas ocupa-se das mudan- cas operadas na mecanica ou processo do movimento propriamente dito. Um certo nimero de investigadores, todos eles usando filmes e técnicas de computador, analisaram os aspectos das intracompeténcias de um conjunto variado de padrdes de movimento funda- 55 mentais. Este trabalho resultou no actual conceito de estadio na aquisicao das competéncias motoras na infancia (Halverson, 1966; Seefeldt, 1972; McClenaghan & Gallahue, 1978a; Roberton, 1982; Roberton & Halverson, 1984; Haubenstricker & Seefeldt, 1986). Estes investigadores realizaram importantes trabalhos de investigag3o sobre as sequéncias de intracompeténcias de uma variedade de tarefas motoras fundamentais. Destas linhas de investigacao sairam 4 métodos muito conhecidos de esquematizar a classificagao em esta- dios de criangas observadas em contextos reais Os sistemas propostos por Roberton (1978), Seefeldt e Haubenstricker (1976), ¢ McClenaghan e Gallahue (1978b), e mais tarde expandidos por Gallahue (1989, 1993) e Ulrich (1985), foram usados com éxito na avaliagéo observacional de criangas. O método Roberton estende a teoria dos estddios a uma andlise das componentes separadas do movimento dentro de um determinado padrao, e é geralmente designado por abordagemn de anélise segmental, O método Seefeldt propde uma classificagao global em 5 estédios (de 1 a 5), e 6 designado por abordagem da configuracao corporal total. 0 método McClenaghan- Gallahue permite optar por uma andlise segmental ou uma avaliagao corporal total, con- te método reconhece as forme as necessidades, interesses e capacidades do observador taxas diferenciais de desenvolvimento dentro dos padrdes dos movimentos funda-mentais, respondenclo simultaneamente & necessidade de se dispor de uma ferramenta de facil apli- cagio nas tarefas educativas quotidianas. O método Ulrich ¢ tinico, na medida em que per- mite fazer uma avaliagdo ao mesmo tempo qualitativa e quantitativa de 10 competéncias motoras fundamentais. McClenaghan e Gallahue (1978a) identificaram 3 estadios caracteristicos dentro da fase motora fundamental do desenvolvimento (Tabela 3-4). Designados por estadios inicial, elementar e amadurecido, cada um deles descrevia padrées observaveis de comportamento motor para 5 tarefas motoras fundamentais. Desde entdo esta abordagem foi alargada e inclui agora mais de 20 competéncias motoras fundamentais (Gallahue, 1989, 1993) TABELA 3-4. Os Trds Estadios da Fase Motora Fundamental Estiio Inicial Caracterizaclo pelas primeiras tentativas observavels na crianga de um padrio de movimento, Esto uitas das componentes de um padrio aperfeiconda, tais como a acca preparatoria e a finalizacio, ausentes, Estadio Elementar: Estadio de transigdo no desenvolvimento motor da crianga, Melhoram a coordenacio ¢ a execucio, ea crianga ganha maior controlo dos seus movimentos. Sao integradas no movimento mais componentes do padrao amadurecido, embora sejam executadas de forma incorrecta Estidio Amadurecido: agdo de todos os movimentos componentes num acto bem 20 padrao motor de um adulto eficiente [em t sca aquem em (ermos de exceusav quarido avaliuce yuaniiauvamente”) Jenado © com um objective, nos de contralo e mec&nica, mas “Aditamento do Autor. De: McClenaghan ¢ Gallahue, 19788, p. 78. Utilizado com autorizagao. 56 Nem todos os padrées de movimento se encaixam com preciséo numa progressio arbitrdria de 3 estédios. Os aspectos desenvolvimentais de alguns movimentos podem ser descritos de forma mais completa através de uma sequéncia de 4-5 estédios, consoante 0 padrao motor especifico e 0 nivel de sofisticagio do observador. A abordagem em 3 estédios é aqui defendida por se encaixar com rigor e adequagdo na sequéncia desenvolvimental da maior parte dos padrées dos movimentos fundamentais, a0 mesmo tempo que fornece a base para um instrumento de avaliacao observacional fiével e facil de usar. As Tabelas 3-5 a 3-14 e as Figuras 3-2 a 3-11 fornecem descrigdes verbais e visuais de TABELA 3-5. Sequéncia do Desenvolvimento do Andar 1 Andar A. Estadio inical 1, Dificuldade em manter uma postura erecta 2 Porda de equilibrio imprevisivel. 3. Elevagio rigida da perna, 4. Passos curtos. 5, Contacto com todo 0 pe. 6, Dedes dos pés virados para fora 7, Ampla base de apoio. 8. Joulho flectido no contacto, seguido de extensio da perna como um pontapé B. Estidio elementar. 1, Suavizagio gradual do movimento. 2. Aumento do comprimento do passo. 3, Contacto calcanhar-dedos dos pés, 4. Bragos pendentes de lado com oscilagao limitada. 5. Base de apoio dentro das dimensdes laterais do tronco 6. A projeccdo dos dedos dos pés para fora é reduzida ou eliminada. 7. Balango pélvico mais acentuiado. 8. Elevacio vertical visivel. C. Estadio amadurecido, I. Balango retlexo do braco. 2, Base de apoio reduzida Passo descontraido e alongado, 4. Elevagso vertical minima, 5, Contacto caleanhar-dedos dos pés bem definido. 1, Problem: A. Balango inibido ou exagerado do brago. B. Os bracos ultrapassam a linha média do corpo. C. Ma colocago dos pes 1D. Inclinagio exagerada do tronco para a frente, E. Bracos a adejar ou esticados em busca de equilibrio. E. Torgio do tronco. G. Acgio ritmica deficiente. H.O péassenta todo no chao, 1. Virar o pé ou a perna para dentro ou para fora, As Tabelas 3-5 ¢ 3-11 foram tiradas de David L. Gallahue, Motor Development: Infants, Children, Adolescents (O Desenvolvimento Motor: Bebés, Criangas, Adolescentes|, 2* edigdo, 1989, Benchmark Press, Inc, Reimpresso com autorizagio de Wm, C, Brown Communications, Ine. Dubuque, Iowa. Reservados todos os direitos. 37 10 movimentos fundamentais comuns as criancas durante os primeiros anos da infancia. Esto também inclufdas para cada tarefa motora 2s dificuldades desenvolvimentais mais comuns que as criangas tém de enfrentar 4 medida que progridem para o estédio ama- durecido, INIAL FLEMENTAR AMADURECIDO Figure 3-2. Estédios do Movimento de Andar 58 TABELA 3-6. Sequéncia do Desenvolvimento da Corrida 1. Corrida: A, Estadio inicial, 1. Balango curtoe limitado da perna. 2. Passada rigida e irregular. 3. Fase de voo no observavel. 4, Extensdo incompleta da perna de apoio. 5. Balango rigido e curto dos bragos com varios graus de flexao do cotovelo. 6. Os bragos tendem a balangar para fora horizontalmente, 7. A pema que balanga roda para fora a partir da anca. 8. Dedos do pé que balanga para fora. 9. Ampla base de apoio. B, Estadio elementar, 1. Aumento da passada, da amplitude do balango do brago e da velocidade. 2. Fase de voo limitada, mas observvel. 3. Extensio mais completa da perna de apoio no arranque, 4, Obalango do brago aumenta 5. Balango horizontal do brago reduizido no movimento para tris. 6. O pé que balanga ultrapassa a linha média para tras. C. Estadio amadurecido. 1. Comprimento méximo da passada. Passadas rpidas. 2, Fase de voo bem definida, 3. Extenséo completa da perna de apoio. 4, Coxa de recepgao paralela ao chao. 5. Os bragos balangam vertical mente em oposigdo as pernas. 6. Bragos dobrados em angulo recto. 7. Accio rotativa minima da pera e do pé de recepgao. {. Problemas comuns: A. Balango do brago inibido ou limitado, B. Gs bragos ultrapassam a linha média do corpo. C. MA colocagao dos pés. D. Inclinagao exagerada do tronco para a frente. E. Bragos a adejar ou esticados em busca de equilibrio. E, Torgio do tronco. G. Acglo ritmica deficiente. H. péassenta todo no chao. L._Virar o pé ou a pea para dentro ou para fora. 59 INICIAL ELEMENTAR if bs» v WN fee tp | KO AMADURECIDO Pine FIGURA 3-3. Estédios do Movimento de Corrida 60 1 TABELA 3-7. Sequéncia do Desenvolvimento do Salto Horizontal Salto Horizontal: A, Estddio inicial. 1. Balango limitado; 0s bragos nao iniciam a acco de saltar. 2. Durante 0 voo os bracos mover-se para o lado e para baixo ou para tras e para cima para manter 0 equilibrio. 3. 0 tronco move-se na direccio vertical; pouca énfase no comprimento do salto. 4. Agachamento preparatério inconsistente em termos de flexdo da perna. 5. Dificuldade em usar ambos os 6. Extensio limitada dos tornozelos, joelhos e ancas no arranque. 7.0 peso do corpo cai para tras na recep¢ao. B. Estidio elementar. 1. Os bragos iniciam a acgao de saltar. 2. Os bragos ficam a frente do corpo durante o agachamento preparatério. 3. Os bragos movem-se para fora e para o lado para manter 0 equilibria durante 0 voo. 4. Agachamento preparatério mais profundo e consistente. 5. Extensio do joelho e da anca mais completa no arranque. 6. Ancas flectidas durante 0 voo; Coxas mantidas em posigao flectida, C. Estadio amadurecido. Os bragos movem-se para o alto e para tras durante o agachamento preparatério, Durante o arranque os bragos balangam para a frente com forca e sobem alto. Os bragos so mantidos ao alto durante a accao de saltar. O tronco é propulsionado num angulo de aproximadamente 45 graus. Toda a énfase é posta na distancia horizontal. Agachamento preparatério profundo e consistente. Extensdo completa dos tornozelos, joethos e ancas no arranque. As coxas so mantidas paralelas ao solo durante 0 voo; a parte de baixo da perna fica pendente na vertical 9. O peso do corpo ver para a frente na tecepgio, Problem $s comuns: A. Uso impréprio dos bragos (isto 6 nao usar 0 braco oposto & perna que da o impulso num balango para brixo-para cima-para baixo ao mesmo tempo que a perma flecte, se estende e volta a flectit. B. Torgdo ou arremesso do corpo. C. Incapacidade para executar um arranque quer com um pé quer com os dois pés. D. Agachamento preliminar deficiente. E. Movimentos restritos dos bragos ou das pernas. F, Mau angulo de arranque. G. Inexisténcia de extensao completa no arranque. H. Inexisténcia de extensdo das pernas na recep¢io. 1_Cair para tras na recepgio. 61 INICIAL z SPF Be AMADURECIDO FIGURA 3-4. Estédios do Movimento do Salto Horizontal 62 TABELA 3-8. Sequéncia do Desenvolvimento do Salto de um Ponto Elevado, Sottar de cima para baixo: A, Estadio inicial. 1. Um péa frente no arranque. 2. Fase de voo inexistente. 3. O pé da frente entra em contacto com a superficie inferior antes de o pé de tras deixar a superficie superior. 4. Uso exagerado dos bragos para manter 0 equilibrio. B. Estadio elementar, Arranque com os dois pés com um pé a frente. Fase de vo, mas sem controlo. Uso ineficaz dos bragos para manter o equilibrio. . Recepgao com um pé seguida imediatamente do pé que vem atras. Flexao inibica ou exagerada dos joelhos e ancas na recepgao, C. Estadio amadurecido. Arrangue com os dois pés. Fase de voo, controlada. Uso eficaz de ambos os bragos, estendendo-os para fora e para as lados para controlar o equilibrio conforme as necessidades. (Os pés entram simultaneamente em contacto com a superficie inferior com os dedos dos pés em primeiro lugar. Os pés aterram afastados a largura dos ombros. Flexo dos joelhos e ancas congruente com a altura do salto, Problemas comuns: Nao iniciar o salto com os dois pés. ‘Torcer 0 corpo para um dos lados no arranque. Inclinagio inibida ou exagerada do corpo. Nao coordenar o uso dos dois bragos no ar. Ficar com um brago colado ao corpo enquanto usa 0 outro. Nao aterrar simultaneamente nos dois pés. Recepgio com todo 0 pé. Nio flectir o8 joothos o suficiente para absorver o impacto na recepcio. Recepgio descontrolada, rrom™mone> 63 INICIAL, PRA P74 fle FIGURA 3-5, Estidios do Movimento de Saltar de um Ponto Elevado 64 TABELA 3-9. Sequéncia do Desenvolvimento do Saltitar 1, Saltitar: A, Estadio inicial 1. Perna livee flectida 90 graus ou menos. 2. Anca livre mais ou menos paralela & superficie de contacto, 3. Corpo direito, 4, Bragos dobrados pelos cotovelos e ligeiramente afastados para o lado. 5. Pouca altura ou distancia conseguida num tinico salto. 6, Perda facil do equilibrio. 7. Limitado a um ou dois saltos. B. Estadio elementar, L. Perna livre flectida, 2. Coxa livre a formar um Angulo de 45 graus com a superficie de contacto. 3. Leve inclinagao para a frente, com o tronco flectido pela anea. 4. Coxa livre flectida e estendida & altura da anca para fazer mais forga. 5. A forga 6 absorvida na recepgao pela flexao da anca e pelo joelho de apoio. 6. Os bragos movern-se para cima e para baixo vigorosamente e bilateralmente 7. Falta de controlo do equilibrio. 8. Geralmente limitado no niimero de saltos consecutivos executados. C. Estidio amadurecido. 1. Perna livre flectida 90 graus ou menos. 2. A coxa livre eleva-se com um impulso vertical do pé de apoio, 3. Maior inclinago do corpo. 4. Acgao ritmica da perna live (movimento de péndulo ajuda a gerar a forga necessaria, 5. Os bragos movem-se em conjunto ritmicamente, elevando-se quando 0 pé de apoio perde contacto com a superficie 6. Os bragos nao sao precisos para manter o equilibrio, mas sim para fazer mais forga. il, Problemas comuns: A. Saltitar com apoio de todo o pé. B. Movimento exagerado dos bragos. C. Movimento exagerado da perna livre. D. Inclinagéo exagerada paraa frente, E. Incapacidade para manter o equilibrio quer no pé esquerdo quer no pé direito. H. Incapacidade para alternar os pés no saltitar de forma suave e continua. L__Ficar com um brago preso a um dos lados do corpo. rS a INICIAL, eye ELEMENTAR pay AMADURECIDO FIGURA 3-6. Estidios do Movimento de Saltitar 66 TABELA 3-10. Sequéncia do Desenvolvimento do Langamento por Alto 1 Langar A Estédio Inicial. . A.acgio parte sobretudo do cotovelo. . © cotovelo do brago que langa fica a frente do corpo. Dedos afastados no momento de largar. A trajectéria é para a frente e para baixo. CO tronco mantém-se perpendicular ao alvo. Pequena acgao rotativa durante o langamento. © peso do corpo ¢ transferido ligeiramente para tras para manter 0 equilibrio. 8. Os pés mantém-se estacionarios. PeNe Extidio elementar. 1. Na preparagao o brago & balangado para cima, para o lado e para tras para uma posigio de Hexao do cotoveto. A bola é mantida atras da cabega. brago ¢ balangado para a frente, por alto e por cima do ombro. tronco roda para o lado que langa durante a accao preparatéria. Os ombros rodam para o lado que langa. O tranco flecte para a frente com movimento do brago para a frente. Transferéncia do peso do corpo para a frente bem definida. Passos em frente com a perna do lado do brago que langa. Estadio amadurecido. 1. O brago é balangado para tras na preparagao. cotovelo oposto é levantado para manter 0 equilibrio como acgio preparatéria no brago que langa, © cotovelo que langa move-se para a frente horizontalmente ao mesmo tempo que se estende. 4. O antebrago roda e o polegar aponta para fora. © tronco roda visivelmente para o lado que lanca durante a acco preparatéria. © ombro que langa baixa ligeiramente. Rotagiio bem definida das ancas, pernas, coluna e ombros durante o langamento. peso esta no lado de tras durante a acgdo preparatéria 9. Quando o peso ¢ transferido, é dado um passo em frente com o pé oposto. HL. Problemas comuns: TOmmonS> Movimento para a frente do pé do mesmo lado do brago que langa. Balango para tras inibido. Nao rodar as ancas quando 0 braco que langa ¢ trazido para a frente. Nao se apoiar na perna oposta ao braco que langa. Ma coordenagao ritmica do movimento do brago com o movimento do corpo. Incapacidade para largar a bola na trajectéria desejada. Perda do equilibrio durante o langamento. Rotagdo do brago para cima 67 INICIAL age ERRE AMADURECIDO RAL FIGURA 3-7. Estadios do Movimento de Langar por Alto TABELA 3-11, Sequéncia do Desenvolvimento do Apanhar L UL Apanhar: A. Estadio inicial. 1. Ha muitas vezes uma reaceSo de fuga, desviando a cara ou protegendo a cara com os bragos (a reacgao de fuga ¢ aprendida e, portanto, pode nao estar presente). 2. Os bracos sio estendidos e mantidos a frente do corpo. 3. O movimento do corpo é limitado até ao contacto. 4. Apanhar assemelha-se a uma accao de abarcar. 3. Uso do corpo para prender a bola. 6. As palmas das maos sio mantidas para cima 7. Os dedos sao esticados e mantidos tensos. 8. As mos nao sio utilizadas na acgio de apanhar B, Estadio elementar. 1. A reacgao de fuga resume-se ao fechar dos olhos no momento do contacto com a bola. 2. Os cotovelos so mantidos junto ao lado dobrados a cerca de 90 graus. 3. Uma vez que a primeira tentativa de contacto com as maos da crianga é muitas vezes mal sucedida, os bragos prendem a bola. 4. As maos so mantidas em oposigio uma a outra; os polegares so. mantidos para cima. 5, Ao contacto, as méos tentam apertar a bola num movimento desatempado e irregular. C. Estadio amadurecido. Nao ha reacgao de fuga. Qolhos acompanham a bola até as maos, Os bragos so mantidos relaxados aos lados e 0s antebragos so mantidos em frente do corpo. 4, Os bragos ceclem no momento do contacto para absorverem o impacto da bola. 5. Os bragos ajustam-se a trajectoria da bola. 6, Os polegares sao mantidos em oposigao um ao outro. ‘As maos agarram a bola num movimento atempado e simultaneo. 8. Os dedos agarram com mais eficiéneia Problemas comuns Nao manter 0 controlo do objecto. Nao «ceder» ao contacto com a bola. Manter os dedos rigidos e esticados na direccao do objecto. Nao ajustar a posicao da mao & altura e trajectéria do objecto. Incapacidade para variar o padrao do movimento para abjectos com pesos e forcas diferentes. Desviar os olhos do objecto. Fechar os olhos Incapacidade para focar ou seguir a bola. Postura incorrecta, provocando perda do equilibrio quando 0 objecto se move a grande velocidade. Fechar as maos demasiado cedo ou demasiado tarde, io manter 0 corpo em linha com a bola. -mammone> ee 69 INICIAL ELEMENTAR ° i , ‘AMADURECIDO FIGURA 3-8. Estadios do Movimento de Apanhar (uma bola) 1 i TABELA 3-12. Sequéncia do Desenvolvimento do Pontapear Pontapear: A, Estdio inicial. Os movimentos sao restritos durante a acgdo de pontapear. O tronco mantém-se erecto. Os bragos sdo utilizados para manter 0 equilibrio. Balango limitado para tras da perna que pontapeia. © balango para a frente é curto, com pouco impulso. 6. A ctianga da um pontapé & bola, e nao um pontapé na bola. 7. Predomina uma acgdo de empurtar mais do que de bater, gpeNe B. Estadio elementar. 1. © balango para tras preparatério esta centrado no joelho. 2. A perna que pontapeia tende a manter-se dobrada durante o pontapé, 3. O impulso é limitado a0 movimento do joelho para a frente. 4, Sio dados um ou mais pasos deliberados em direcgao a bola. C. Estadio amadurecido. Os bragos balangam em oposicao um ao outro durante a accéo de pontapear. © tronco dobra pela cintura durante 0 impulso. O movimento da perna que pontapeia é iniciado na anca, A pena de apoio dobra-se ligeiramente no momento do contacto, ‘A amplitude do balango da perna aumenta. O impulso ¢ alto; o pé de apoio eleva-se na ponta dos dedos ou perde inteiramente contacto com a superficie 7. A aproximagao da bola é feita em corrida ou com um salto. ay ene Problemas comuns: A. Balango para trés restrito ou inexistente. B. Nao dar um passo em frente com o pé que nao pontapeia. C. Tendéncia para perder o equilibrio D. Incapacidade para pontapear com qualquer dos pés E. Incspacidade para alterar a velocidade da bola pontapeada F, Bater na bola sem impulso. G. Oposigao deficiente dos bragos e das pernas. H. Nao congregar um conjunto de forgas para contribuir para a forca do pontapé. I. Nao atingir a bola em cheio ou falhar a bola (os olhos nao esto focados na bola). J._Nao tomar a distancia necesséria (falta de impulso e de for¢a). 71 INICIAL, it r a8 FIGURA 3.9. Estédios do Movimento de Pontapear ELEMENTAR AMADURECIDO O° 72 TABELA 3-13. Sequéncia do Desenvolvimento do Bater Bater: A, Estadio inicial. 1. Movimento de tras para a frente 2. Os pés ficam estacionarios. 3, O tronco vira-se na direcgao da bola arremessada. 4. Cotovelo(s) completamente flectids. 5, Nenhuma rotagao do tronco. 6. A forca provém da extensio das articulagées flectidas num plano descendente. B. Estadio elementar. 1, Tronco virado para o lado em antecipagio da bola arremessada. 2. O peso é transferido para o pé da frente antes do contacto com a bola. 3. Rotacao combinada do tronco e das ancas. 4. Cotovelo(s) Flectido(s) num Angulo menos agudo. 5. A forca vem da extensao das articulacdes flectidas. A rotacao do tronco e © movimento para a frente processam-se num plano oblique. C. Estadio amadurecido. 1. O tronco vira-se para o lado em antecipagio da bola arremessada. 2. O peso é transferido para o pé de tras. 3. A anca roda. 4, A transferéncia do peso assume um padrao contralateral, 5, A transferéncia do peso para o pé da frente da-se enquanto 0 objecto ainda vai a mover-se para tras. 6. O batimento ocorre em forma de arco pleno e alongado e num movimento horizontal. 7.0 peso é transferido para o pé da frente no momento do contacto. Problemas comuns: A, Nao focar a bola e nao acompanhar o movimento da bola. B. O taco esté mal agarrado. C. Nao virar a parte lateral do corpo na direcgéo da trajectéria pretendida. D. Incapaeidade para executar a sequéneit de movimentos numa sucess4o répida e de forma coordenada. E, Balanco para tris deficiente. F. Balanco «golpeado» 74 INICIAL Hee ELEMENTAR AMADURECIDO HARA FIGURA 3-10, Esidios do Movimento de Bater (uma bola) TABELA 3-14, Sequéncia do Desenvolvimento para Manter 0 Equilibrio com Um Pé 1, Equilibrio com um pé: A. Estadio inicial, 1. Elevagio de varios centimetros da perna livre para que a coxa fique quase paralela a superficie de contacto. (Ou mantém o equilibrio ou ndo mantém (nao ha meio termo), Compensagao exagerada (movimento dos bragos em «moinho») Preferéncia inconsistente por uma das pernas. Equilibra-se com apoio externo. Equilibrio apenas momentaneo sem apoio. Olas focados nos pés. B, Estadio elementar. 1. Pode levantar a perna livre para uma posigio fixa contra a perna de apoio. 2. Nao consegue equilibrar-se com os olhos fechados. 3, Usa os bragos para se equilibrar, mas pode ficar com um dos bragos colado a0 corpo, §, Executa melhor o movimento sobre a perna dominante, C. Estadio amadurecido. 1, Pode equilibrar-se com os olhos fechados. 2. Usa og bragos ¢ 0 tronco 0 necessario para manter 0 equilibrio. 3. Levanta a perna livre. 4, Foca o olhar num objecto exterior enquanto mantém o equilibrio. 5, Muda para a perna nao-dominante sem perda de equilibrio. I, Problemas comuns: Ficar com um brago colado ae corpo. Inexisténcia de movimentos de compensagao. Compensagao deficiente dos bragos. Incapacidade para usar qualquer das pernas. Incapacidade para variar a posigao do corpo sem perder o controlo. Incapacidade para manter 0 equilibrio enquanto segura objectos. G. Vigilincia constante da perna de apoio. H, Excesso de dependéncia de apoio externo. 75 76 INICIAL ELEMENTAR AMADURECIDO FIGURA 3-11. Estidios do Equilibrio com Um Pé CONDICOES QUE AFECTAM A AQUISICAO DAS COMPETENCIAS MOTORAS FUNDAMENTAIS A fase de desenvolvimento dos movimentos fundamentais tem sido largamente estudada nos tiltimos anos. A maior parte concorda que esta fase segue uma progressao sequencial que pode ser subdividida em estidios. A ctianca, cognitivae fisicamente intacta, progride sequencialmente e de um modo segmental de um estidio para outro através da interaccdo entre a maturacio, a experiéncia e o objectivo da propria tarefa. As criancas nao pocem confiar apenas na sua maturagdo para atingirem o estidio amadurecido das suas capacidades motoras fundamentais. As condigdes ambientais, que incluem factores como as oportunidades para praticarem, 0 encorajamento e o ensino, sio cruciais para o desen- volvimento de padrdes amadurecidos dos movimentos fundamentais. Miller (1978) investigou a estimulagéo da aprendizagem das competéncias funda- mentais em criancas dos 3 aos 5 anos, ¢ constatou que os modelos didacticos podem esti- mular o desenvolvimento das competéncias motoras fundamentais para lé do nivel atin- sido apenas através da maturagao. Constatow também que um programa de ensino para desenvolvimento de competéncias era mais eficaz do que um programa de actividades livres, e que os pais que trabalham sob a orientagéo de um especialista podem ser tao efica- zes quanto 0s professores de educacio fisica no desenvolvimento das competéncias moto- ras fundamentais dos filhos. Luedke (1980) obteve resultados semelhantes com rapazes e raparigas usando dois métodos didacticos diferentes concebidos para os levarem a aleancar © estidio de amadurecimento do langamento. Ambos os grupos de instrugao eram mais proficientes em termos de forma (movimento qualitativo) e execuco (movimento quanti- tativo) do que um grupo de controlo nao instruido. A interaccao dos executantes com as condicdes ambientais ¢ 0 objectivo da tarefa em causa podem ter um impacto dramatico na maturidade desenvolvimental observada de uma tarefa motora fundamental, Condigdes ambientais naturais, tais como a temperatura, a luz, a area da superficie ea gravidade podem ter influéncia nos aspectos quer quantitativos quer qualitativos da tarefa motora (Keogh & Sugden, 1985). Da mesma maneira, condigdes attificiais, tais como 0 tamanho, a forma, a cor e a textura dos objectos podem influenciar dramaticamente a execucio (Payne & Isaacs, 1991). Além disso, a adesao excessiva ou falta de adesao das criancas presentes a tarefa em causa afecta a ecologia do ambiente e a matu- ridade desenvolvimental exibida de determinada tarefa motora (Heston, 1989). O objecto da tarefa propriamente dita é um terceiro factor importante de influéncia no estatuto desenvolvimental observado de determinada tarefa motora fundamental. Se, por exemplo, num langamento 0 enfoque esté colocado na preciso — como no jogo dos dardos — entéo é razodvel esperar que o padrao do movimento seja diferente do que seria se 0 objecto fosse alcangar grande distancia. Com este propésito, Langendorfer (1988) observou 2 grupos de sujeitos (criancas e adultos) a executarem um padrao de langamento por alto com 2 objectivos diferentes (forca e precisdo). Os resultados desta investigacao indicam que 0s padrées motores fundamentais nao resistem a todas as condicdes 77 ambientais. Alguns executantes podem adaptar os seus movimentos a restrigdes ambientais varidveis, mas outros tém dificuldade em fazé-lo. Por outras palavras, 0 grau em que um executante é capaz de fazer ajustamentos a uma alteracao de objectivo é influenciado pelos varios factores inerentes ao executante, bem como pelo grau de mudanga das exigéncias da tarefa. Por exemplo, um individuo com capacidade limitada para aumentar a velocidade de uma bola langada (quer devido a uma mecdnica corporal deficiente quer a falta de forca) 4 limitado nos ajustamentos que pode fazer quando mudar de um langamento com precisao para um lancamento a distancia. A ligagao entre o executante, as condigdes ambientais e as exigéncias da tarefa propriamente dita nao foi ainda inteiramente compreendida. Contudo, ¢ interessante notar que muitas das descrigdes do desenvolvimento das capacidades motoras fundamentais so feitas em laboratério. Isto 6, so sequéncias motoras hipotéticas, produto de investigacao em laboratério — um contexto muito diferente do mundo real em que as criangas se movem. Pouco se sabe por enquanto acerca das mudangas ambientais e da sua influéncia no estatuto desenvolvimental do movimento das criangas observado. A medida que comecarmos a optar por métodos de analise do movimento das criangas em contextos mais naturais, poderemos vir a descobrir que estes estédios hipotéticos do desenvolvimento sao algo diferentes dos estadios reais Esta questao é levantada igualmente por Roberton (1988), que diz que os investiga- dores esto geralmente to preocupados em descrever as mudangas operadas nas caracte- risticas motoras dos seus sujeitos que se esquecem de tomar em considerago a tremenda influéncia das condigdes em que o movimento é executado (isto 6, as condigdes ambientais ver-se © 0 objectivo da tarefa) no estatuto desenvolvimental do padrao motor fundamental resul- tante observado. DIFERENCAS DESENVOLVIMENTAIS NOS MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS ‘Ao observar e analisar as capacidades motoras fundamentais das criangas, torna-se evidente que ha varios estadios de desenvolvimento para cada padrao de movimento. Deveria ser igualmente ébvia a existéncia de diferengas de capacidade entre as criancas, entre os padrées e dentro de cada padrao. Diferencas entre criangas As diferengas entre as criangas deveriam fazer-nos pensar no principio da indivi- dualidade presente em toda a aprendizagem. A sequéncia de progressio através dos esta- dios inicial, elementar e amadurecido ¢ a mesma para a maior parte das criancas. No entanto, a taxa tende a variar em fungao de factores quer ambientais quer hereditérios. 78 A A possibilidade de uma crianga atingit ou nao o estddio amadurecido depende em pri- tneiro lugar de factores ambientais, ecolégicos e factores inerentes a prOpria tarefa. Diferencas entre padroes Encontram-se em todas as criancas diferencas entre os padrées. Uma crianca pode estar no estadio inicial em alguns padrdes, no elementar em outros e no amadurecido nos restantes, As criangas ndo apresentam uma taxa de progresso constante no desenvolvi- mento das suas capacidades motoras fundamentais. O desenvolvimento deveria, portanto, ser visto como um processo descontinuo com variagées quer entre os padrdes quer dentro de cada padrao. Diferencas dentro do proprio padrao |As diferencas dentro do proprio padrao sao um fenémeno interessante e muitas vezes curios. Dentro de um determinado padrao, uma crianga pode exibir uma combina- Gao de elementos iniciais, elementares e amadurecidos. No langamento, por exemplo. ceao do braco pode estar no estidio elementar, a accao da pena no amadurecido e a accio do tronco no inicial. As diferengas desenvolvimentais dentro dos padrdes s’o comuns e resultam geralmente de uma das seguintes causas: (1) imitacdo incompleta do movimento dos outros; (2) sucesso inicial com a acco ertada; (3) incapacidade para fazer um verda- deiro esforco; (4) oportunidades de aprendizagem pouco adequadas ou restritas; ou (5) integracdo sensdrio-motora incompleta. As criangas que exibem diferencas dentro de um padrio devem ser avaliadas através de uma andlise segmental, Isto permite ao observacor determinar com rigor o estédio de desenvolvimento de cada segmento do corpo. Com este conhecimento é possivel delinear estratégias de intervencao adequadas Um ensino criativo e diagnéstico pode ajudar muito a crianga a desenvolver de forma equilibrada as suas capacidades motoras fundamentais. A avaliagao observacional do movimento fundamental das criangas torna possivel a planificacio de experiéncias motoras e estratégias de ensino que ajudem a crianga a alcangar padrées amadurecidos de movimento. Uma vez estabelecido 0 controlo motor, estes padrdes jé amadurecidos podem ser apurados posterior mente em termos de forga de produgao e rigor na fase de desenvol- vimento do movimento especializado. A incapacidade para desenvolver com sucesso uma vasta gama de competéncias motoras fundamentais constitui um obstaculo ao desenvolvi- mento de competéncias motoras especializadas susceptiveis de sere aplicadas as activi- dades ltidicas, desportivas e de danga caracteristicas da nossa cultura. ci) PERCEPCAO VISUAL DURANTE A INFANCIA Na altura em que as criancas atingem os 2 anos de idade 0 aparelho ocular jé est amadurecido. O globo ocular tem quase 0 mesmo tamanho e peso que o de um adulto. Todos os aspectos anatémicos e fisiolégicos do olho estdo completos, mas as capacidades perceptuais das criancas ainda estao incompletas. Embora a crianca seja capaz de fixar os abjectos, de os seguir e de fazer julgamentos precisos quanto a sua forma e ao seu tamanho, ha ainda muitos pormenores que podem ser aperfeicoados. As criangas mais pequenas s40 incapazes de interceptar uma bola arremessada com uma ac¢ao minimamente controlada (Payne, 1981; Isaacs, 1984). A sua percepgao dos objectos em movimento esta pouco desen- volvida (Williams, 1983; Payne & Isaacs, 1991), tal como também o esto as suas capacida- des para fazer distingdes em termos de figura-fundo (Gallahue, 1968; Williams, 1983) e a sua percepgio da profundidade (Williams, 1983; Sage, 1984; Payne & Isaacs, 1991). Sobre a dimensao do papel desempenhado pelo movimento no desenvolvimento da percepcao visual sé hd respostas especulativas, mas ninguém pode negar a influéncia da percepcao visual no movimento. Tarefas motoras fundamentais, tais como apanhar, bater, pontapear e prender uma bola requerem, todas elas, uma percepsao visual considervel. Esta percep- cao deve ser suficientemente rigorosa para permitir a execugao bem sucedida da tarefa motora. Por conseguinte, é importante que nos familiarizemos com as capacidades per- ceptuais em desenvolvimento e com 0 impacto vital da percepcao visual na aquisicio das competéncias motoras. A acuidade visual, a percepgio da figura e do fundo, a percepgio da profundidade e a coordenacao visual e motora séo qualidades importantes desen- volvimentalmente fundamentadas e com influéncia significativa na execugao do movi- mento, A Tabela 3-15 fornece uma sintese dos resultados obtidos para cada uma destas capacidades. IMPLICAGOES PARA O MODELO DE DESENVOLVIMENTO MOTOR A aquisigao das competéncias motoras fundamentais depende em grande medida de factores ambientais, tais como a oportunidade de praticar, 0 encorajamento e 0 ensino, ¢ ainda dos objectives da prépria tarefa, O conhecimento deste facto tem implicagoes vitais, para a educagao motora das criangas. Para a grande maioria das criangas é essencial um ensino personalizado e desenvolvimentalmente adequado, se se pretende que atinjam niveis amadurecidos de competéncia numa variedade de tarefas motoras fundamentai ‘Além disso, este ensino deve ser dado a par de tempo de pratica suficiente para a aprend zagem das competéncias motoras e do uso de técnicas de reforgo positivas que encorajem continuamente o aprendente. proceso de desenvolvimento das competéncias motoras esta relacionado com a idade, mas nao depende dela. A aquisicao das competéncias motoras é altamente indivi- 80 qualizada devido a factores hereditérios e & experiéncia anterior de cada crianca. Por conseguinte, ndo é correcto classificar as actividades motoras apenas pela idade ou nivel de soevtmidade das criangas. E preciso ter 0 cuidado de seleccionar experiéncias motoras baseadas nos niveis de capacidade das criangas «reais» que estdo a ser educadas, e nao nas criancas «padrdo» miticas dos manuais. TABELA 3-15. Aspectos Seleccionados do Desenvolvimento da Percepgao Visual das Criangas Qualidade Visual Capacidades Seleccionadas Idade Aproximada Acuidade visual ‘Aperfeigoamento rapido 57 Capacidade de distinguir Plataforma 78 detalhes em contextos est- Aperfeigoamento rapido 9-10 ticos e dindmicos Amadurecida (estatica) 10-11 Plataforma (estatica) 10-11 Maturidade (dinamica) 12 Percepgao da figura-fundo Aperfeigoamento lento 34 Capacidade de separar Aperfeicoamento rapido 46 um objecto daquilo que Ligeiro esforco 78 o rodeia Maturidade 8-12 Percepgio da profundidade Erros frequentes de calcul 34 Capacidade para calcular Raros erros de calculo 56 a distancia em relagdo a Aperfeigoamento rapido 7A si proprio Maturidade 2 Coordenagao visual-motora Aperfeigoamento rapido 37 Capacidade para integrar Aperfeigoamento lento € 79 © uso dos olhos e das ligeiro mos para seguir e inter- Maturidade 1012 ceptar 0 objecto De David L. Gallahue, Motor Development: Infants, Chittren, Adolescents [O Desenvolvimento Motor: Bebés, Criangas, Adolescentes), 2 edigio, 1989, Benchmark Press, Inc. Reimpresso com autorizasfo de War. C: Brown, Communications, Inc. Dubuque, Iowa. Reservados todos os direitos. Os modelos de desenvolvimento motor so aqueles que privilegiam a aquisica0 sequencial das competncias motoras e de uma competéncia fisica acrescida com base no nivel de desenvolvimento do individuo. Os modelos de desenvolvimento motor encorajam a singularidade do individuo, e baseiam-se na proposigao fundamental de que as decisoes do educador devem estar centradas em torno do conceito de adequacao individual, e 36 secundariamente no conceito de adequagio & idade @ ao grupo (Bredekamp, 1987; Gallahue, 1993). 81 A adequacao individual é a pedra angular de uma educacao adequada ao desenvol- vimento, estd baseada na proposigao central de que cada crianga tem o seu tempo e padrao proprio de desenvolvimento. Como tal, as actividades motoras que as criangas sao chamadas a executar estdo orientadas para o seu nivel individual de desenvolvimento motor e perceptual. A adequacao a idade e ao grupo tem apenas uma importdncia secun- daria num modelo motor de base desenvolvimental. Embora 0 modelo desenvolvimental nao esteja baseado na idade ou nivel de escolaridade, sofre inevitavelmente a influéncia destes factores. O processo de desenvolvimento é universalmente aceite como hierrquico e previsivel, numa progressdo do simples para o complexo e do geral para o especifico na demanda universal de uma competéncia motora acrescida. O resultado ¢ a emergéncia de padrées de comportamento que podem ser usados na criagdo de uma estrutura que oriente a seleccao das experiéncias motoras tipicamente adequadas a grupos etérios especificos © modelo educativo de desenvolvimento motor deveria fazer parte das experiéncias quotidianas de todas as criangas e, para atingir a maxima eficdcia, deveria ter uma base desenvolvimental. $6 depois de entendermos os processos de desenvolvimento motor perceptual estamos equipados para tomar decisées curriculares que sirvam os melhores interesses das criangas para quem trabalhamos. Bibliografia Bredekamp, §, (Ed.). (1987). Developmentally appropriate practice in enrly childhood programs serving children from birth through age 8. Washington, DC: National Association for the Education of Young Children. . ratty, B. J., & Martin, M. (1969), Perceptual-mator efficiency in children. Filadélfia: Lea and Febiger. Gallahue, D. L, (1968). The relationship between perceptual and motor abilities. Research Quarterly, 39, 948-9) Gallahue, D. L, (1989). Understanding motor development: Infants, children, adolescents. Dubuque, 1A: Wm, C, Brown and Benchmark. Gallahue, D. L. (1993). Developmental physical eduention for today's children. Dubuque, IA: Wm. C. Brown and Benchmark. Halverson, L, (1966). Development of motor patterns in young children. Quest, 6, 44-50, Haubenstricker, J., & Seefeldt, V. (1986). Acquisition of motor skills during childhood. In V. Seefeldt (Ed.), Physical activity and well-being (pp. 41-92). Reston, VA: American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance. Heston, M. L. (1989). Influence of inhabiting level and skill proficiency on satisfaction, and affective expression in eight-, nine-, and ten-year-old boys on a sport game setting. Tese de doutoramento nao publicada, Indiana University. Isaacs, L. D. (1984). Players’ success in T-baseball. Perceptual and Motor Skills, 59, 852-854, 82 Jonson, R. (1962). 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