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Quero cantar ser alegre

Que a tristeza não faz bem


Inda não vi a tristeza
Dar de comer a ninguém
Os olhos desta menina,
Às vezes gravo na areia:
Parece malacacheta
Em noite de lua cheia
O colo desta menina
É branco como algodão,
Tem a beleza das garças
Voando pelo sertão
Todo o resto de seu corpo
Que beleza deve ter!
Eu, mais ou meno, adivinho
Porém não posso dizer
Quando vejo esta menina,
Logo ao despontar da aurora,
Comparando mal, parece
Que eu vejo Nossa Senhora
Mandei fazer um sobrado
De vinte e cinco janela
Pra botar uma menina
Que ando com o sentido nela
Os meus olhos mais os teus
Grande culpa eles tiveram
Os teus porque me agradaram,
Os meus porque te quiseram
Palavra fora da boca
É pedra fora da mão:
Tu tens me dito palavras
De cortar-me o coração
Se eu tivesse, não pedia
Coisa nenhuma a ninguém;
Mas, como não tenho, peço
Uma filha a quem tem
Os meus olhos mais os teus
São quatro a quererem bem:
Os meus adoram os teus
Mas os teus não sei a quem
Aqui nesta rua, sim!
Aqui nesta rua, é!
Aqui mora meu amor,
Aqui faço finca-pé
Se me vires ser ingrato
Não se admire ninguém
Que uma ingrata me ensinou
A ser ingrato também
Eu com A escrevo amor
Com A escrevo amizade
Com A escrevo teu nome
Causa da minha saudade
Aquele que vem ali,
Parecido com meu bem,
Vai me servir de remédio,
Enquanto meu bem não vem
Quem ama não pensa em nada
Quem quer bem não considera:
Amor é coisa medonha
Querer bem é uma miséra
Manjericão miudinho
Salpicado de a b c,
Meu coração só me pede
Que eu me case com você
Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou:
Ele agora está mais firme
Do que quando começou
Amor com amor se paga,
Que outra paga amor não tem!
Quem com amor não paga!
Não diga que paga bem
Atirei meu lenço branco,
Nos ares se espedaçou
Espedaçado se veja
Quem por outro me deixou!
Tenho paixão, tenho ira
Tenho raiva de matar
De quem dança e não me tira,
De quem come e não me dá
São Gonçalo de Amarante,
Meu santo casamenteiro,
Antes de casar as outras,
Me casai a mim, primeiro
Um beija-flor já me disse
Outro mandou me dizer
Que no fim desta semana
Meu amor vinha me ver
Não quero Santo Antônio grande
Dentro dos meus oratório:
Eu quero é pequenininho
Que faz os meus peditório…
Sendo eu a prata fina,
Fui me misturar com cobre
Grandes castigos merece
Quem se abate, sendo nobre!
Quem tiver raiva de mim
Fale e grite pela rua,
Que eu como na minha casa
Cada qual coma na sua!
Quem tiver a sua casa
Não perca ela de vista,
Não consinta suas filhas
Darem fogo a rabequista
Quem roubou o meu amor
Deve ser meu bom amigo
Comigo deixou a glória,
Levou trabalhos consigo
Jangada

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