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Pequenina estória de Natal

N a madrugada daquela noite


fria, a menina despertou de um
sonho que a incomodara e do
qual não se lembrava mais. Sabia
apenas que logo pela manhã
deveria fazer algo por alguém
que muito precisava dela. Assim,
enquanto a mãe a conduzia, ia
pensando, indagando a si
mesma, a quem faria o que um
sentimento indefinido e
profundo a induzia.
Ao entrar na sala, no meio da algazarra das crianças que se
arrumavam em seus lugares, em vez de se dirigir ao seu, permaneceu por
instantes procurando por algo que não sabia o que fosse. Seus olhos então
se encontraram com os de outra menina que ela não via há alguns dias.
Deixou os livros em seu lugar de costume e se dirigiu à coleguinha,
que permanecia quieta. Tomou as mãozinhas da amiga entre as suas por um
momento e depois a abraçou ternamente, dizendo sem pensar no que
falava, apenas soltando o que vinha do fundo de seu coração: “Minha
querida, não fique triste, de hoje em diante seremos uma só, amigas e
companheiras, nós duas manteremos a lembrança e a saudade de seus
pais”.
Ficaram as elas abraçadas, sentindo os corações que pulsavam em
um só compasso. Então, se separaram e ainda de mãos dadas, fitando-se,
viram no fundo dos olhos, uma da outra, a imagem de uma criança em
berço de palha a sorrir para elas.
Quando a professora bateu palmas e chamou a classe para ensaiar
um cântico do natal da escola, as meninas perceberam que a força que as
atraíra uma pela outra fora a essência do menino cujo nascimento seria
festejado. Então se abraçaram novamente e voltaram a seus lugares, plenas
do sentimento de fraternidade, do amor entre irmãos que deve reinar em
toda a Humanidade e a certeza de que o Natal é sempre um novo Renascer.

Nancy e Sebastião Imbiriba lhes


desejam
Feliz Natal e Próspero Ano Novo
2009 - 2010

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