(1824−1860) era antes de tudo um ladrão. Depois, um escravista. Também um ditador. Por fim, um herói nacional norte-americano. Ele e sua quadrilha de assassinos intitulada “Falange Americana dos Imortais”, com apoio do governo e a serviço dos banqueiros Morgan e Garrison, em 1853 invadiu a América Central para roubar, matar, incendiar e se autoproclamar “presidente”.
Toda essa “carreira” bem-sucedida para os padrões das aves de rapina
trajadas de seres humanos começou com a oferta de ajuda de seus mercenários ao México para combater os apaches, esses sórdidos desrespeitadores de fronteiras, “Desde então”, escreveu Eduardo Galeano em Veias Abertas da América Latina, “sucederam-se as invasões, as intervenções, os bombardeios, os empréstimos obrigatórios e os tratados firmados ao pé do canhão”. Um típico predecessor da família Bush e similares. Temos sido os trouxas dessa gente, Mr. Harry Potter! Em 1912, o presidente William H. Taft, o Big Bill, afirmava: “Não está longe o dia em que três bandeiras de listras e estrelas marcarão em três lugares equidistantes a extensão de nosso território: uma no Pólo Norte, outra no canal do Panamá e a terceira no Pólo Sul. Todo o hemisfério será nosso, de fato, como, em virtude de nossa superioridade racial, já é nosso moralmente” (Gregorio Selser, Diplomacia, garrote y dólares en América Latina). O projeto de Taft vai completar um século no ano que vem, quando Obama vai continuar suas enrolações ou pôr a perder de vez os EUA, entregando a rapadura ao “Partido do Chá”, o fascismo cuspido e escarrado, esculpido e encarnado. Pelas bases na Colômbia e pelos governos de vários países dóceis ao charme de Mrs. Hillary Clinton, pode-se notar que o projeto ainda está em andamento: a bandeira estadunidense tremular de polo a polo, dominando o Sul a partir da ocupação da América Central, iniciada pelo flibusteiro Walker e seu bando.
O fuzilamento de Walker, por um pelotão caribenho
A nova jogada, na década de 90, foi fazer a dita bandeira tremular no
mundo inteiro, via neoliberalismo, e tudo pareceu dar certo com a capitulação da Rússia, erodida por Bin Laden a serviço da CIA. O lance fracassou com a crise de 2008, mas deixa estar que 2012 ainda não chegou e os BRICs estão aí mesmo para servir de campo de batalha para a nova pirataria. Enquanto durar, o filão consumista nos BRICs será uma tomada de fôlego até que os grandes estrategistas do viver sem trabalhar inventem um novo jeito de garantir seu almoço grátis à custa dos que trabalham, produzem e arrancam os cabelos para pagar impostos, juros e as rebarbas da especulação. Há tanta avidez pelo consumo entre os pobres, envenenados pela propaganda, que, ao cair nas garras dos bancos e sem saber fazer contas, proporcionarão aos espertos donos do dinheiro lucros ainda mais fantásticos. Não é por acaso que metade dos brasileiros emplacou 2011 devendo mais do que ganha. Agora, enquanto esperam que o sistema de exploração dê a volta por cima, preparam uma nova guerra: tem sido com elas que salvam o pescoço na hora da agonia. Desta vez, a guerra cibernética, em tese um conflito sem derramamento de sangue. Um dos esquemas bolados pelos senhores da guerra é controlar progressivamente a Internet e até desligá-la se o “líder” mundial decidir que os interesses da bandeira estrelada estiverem em jogo. De polo a polo, como já queria o rechonchudo Taft.