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Dois são os processos que explicam a retenção da água num solo não-
saturado. No primeiro deles, a retenção ocorre nos chamados poros capilares do
solo e pode ser ilustrada, por isso, pelo fenômeno da capilaridade, o qual está
sempre associado a uma interface curva água-ar. No segundo processo, a retenção
ocorre nas superfícies dos sólidos do solo como filmes presos a ela, pelo fenômeno
da adsorção.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 3
Água no Solo
4 |Paulo Leonel Libardi
Água no Solo
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esfera de ação
r molecular
interface líquido-gás M4
r
camada
ativa { r
M2
M3
F2 = 0
F4 F3
M1
F1 = 0
Água no Solo
6 |Paulo Leonel Libardi
Esse fato mostra que a superfície de qualquer líquido está num estado
de constante tensão pelo que, se traçarmos uma linha arbitrária de comprimento L
sobre a superfície de um líquido, a superfície de cada lado da linha puxa a
superfície do lado oposto com uma força igual a F perpendicular à linha e paralela
à superfície (Figura 2). A razão F/L é definida como tensão superficial (σ) do
líquido, isto é:
F
σ= (1)
L
L
F F
Linha arbitrária
de comprimento L
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 7
* Qualquer superfície curva pequena é caracterizada por dois raios principais de curvatura.
Água no Solo
8 |Paulo Leonel Libardi
N
N
N
AR B AR
σdl1
AR
σdl1 σdl2 σdl2 σdl2
H I σdl1 H G E G
dF2 dF1
LÍQUIDO σdl2 σdl2
σdl1 σdl1 O LÍQUIDO
A C
E I R1
dF
R2 LÍQUIDO
σdl2 R1 σdl1
D
R2 O1
O1
O2
O2
(a) (b)
AB=DC=EG=dl1
AD=BC=HI=dl2
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...
...
...
P' - p
P' + p
Figura 4 - Pressão interna numa superfície: plana (a), convexa (b) e côncava (c).
na qual, R1 < R2 e, portanto, dF1 > dF2 e o sentido da força dF1 é o inverso do
sentido da força dF2. Esta superfície é conhecida pelo nome de superfície
Água no Solo
10 |Paulo Leonel Libardi
anticlástica e nela p pode atuar tanto contra como a favor de P' ou mesmo até ser
nula dependendo das magnitudes de dF1 e dF2.
AR
R2
dF2
dF1
LÍQUIDO
R1
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 11
vidro limpo, nota-se que próximo da sua parede a superfície da água se encurva
para cima. No caso de colocar-se mercúrio no copo observa-se que a curvatura da
superfície é voltada para baixo. Observa-se também que, no caso da água, a
superfície se adere ao vidro ao passo que no caso do mercúrio existe uma
tendência para sua superfície se afastar do vidro. Estes fatos mostram que quando
se tem um líquido adjacente a uma parede sólida, não somente as forças
moleculares de London-van der Waals de atração coesiva entre as moléculas do
líquido são importantes, senão também as forças moleculares de London-van der
Waals de atração adesiva entre as moléculas do sólido e as do líquido.
Evidentemente, no caso da água em vidro as forças adesivas são dominantes
enquanto que no caso de mercúrio em vidro dominam as forças de coesão do
líquido.
Água no Solo
12 |Paulo Leonel Libardi
P0
...
P'-p
P0 P0 P0 P0 P0
...
z P'-p z
...
...
P' P'
...
A B A B
(a) (b)
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 13
Po + P'+ ρ a gz = Po + ( P'− p) + ρ a gh + ρ a gz
ou
p = ρ a gh , (5)
donde
p
h= , (6)
ρa g
Água no Solo
14 |Paulo Leonel Libardi
2σ cos α
h= . (9)
ρ a gr
R
α
P
α
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 15
e, portanto,
V = Vs + Va + Var . (12)
Água no Solo
16 |Paulo Leonel Libardi
m = ms + ma + mar . (13)
É importante esclarecer que, pelo fato de U não ser uma fração (parte
de uma unidade), não deveria ser expressa em porcentagem, muito embora isso
seja muito comum! Observe-se, também, que não há necessidade de qualquer
informação adicional quando se utiliza U para quantificar a água de solos
expansíveis.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 17
Assim, dividindo a equação (17) pela equação (15) verifica-se facilmente que
ρ
θ= U . (20)
ρa
Água no Solo
18 |Paulo Leonel Libardi
verifica-se que a quantidade Vp/V é uma fração que mostra quanto do volume da
amostra de solo é volume de poros, sendo, por isso, denominada porosidade do
solo α:
Vp
α=
V
[
→ m 3 m −3 ] (22)
e que a quantidade Var/V é uma fração que mostra quanto do volume da amostra de
solo é volume de ar, num dado instante, sendo denominada, por esse motivo,
porosidade de aeração αar:
Var
α ar =
V
[
→ m 3 m −3 . ] (23)
A substituição das equações (17), (22) e (23) na equação (21) mostra que
α = θ + α ar . (24)
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Paulo Leonel Libardi| 19
Sendo
ms
ρs =
Vs
[
→ kg m −3 , ] (26)
Água no Solo
20 |Paulo Leonel Libardi
θi*
zo = 0 θ(m3 m-3)
A z1*
z1
z2*
L ∆ zi
zi-1
zi*
(Z i
*
, θ i* )
zi
zn = L
Z(m)
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 21
n
Área exata = lim
n →∞
∑θ (Z )∆Z
*
i i (29)
( ∆Z i ) m →0 i =1
Água no Solo
22 |Paulo Leonel Libardi
θ (Z 1* ) + θ (Z 2* ) + ... + θ (Z n* )
θ ≅ . (32)
n
θ ≅
( ) ( )
[θ Z 1* + θ Z 2* + .... + θ Z n* ]∆Z( )
. (33)
n∆Z
∫ θ (Z )dZ
0
θ = (34)
L
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Paulo Leonel Libardi| 23
∆hL = (θ f − θi ) L (36)
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24 |Paulo Leonel Libardi
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 25
φ t ( A) = ε A − ε o
φt (B ) = ε B − ε o
então,
φt ( A) − φt (B ) = (ε A − ε o ) − (ε B − ε o ) = ε A − ε B .
Ou seja, como a energia potencial total específica da água padrão deve ser a
mesma para os dois pontos, medindo-se o potencial total nesses dois pontos
obtém-se o valor da diferença εA - εB por meio da diferença φt (A) - φt (B), sem a
Água no Solo
26 |Paulo Leonel Libardi
ε A > ε B e se φt (B) > φt (A), de B para A porque ε B > ε A . Quando φt (A) = φt (B),
tem-se, evidentemente, uma condição em que não há movimento entre A e B,
porque εA = εB (equilíbrio).
J Nm N
3
= 3 = 2 = Pa (Pascal).
m m m
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Paulo Leonel Libardi| 27
Água no Solo
28 |Paulo Leonel Libardi
Pa = ρ a gh ,
φ g = ρ a g(r1 − r0 ) ≡ ρ a g(h1 − h0 )
ou
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 29
Água no Solo
30 |Paulo Leonel Libardi
Po
Po
P’
h
A BB RG
P’
Águacom
Água comenergia
energiapotencial
potencial
total
ε específica ε no
total (ponto considerado ponto
A,
considerado
sob a pressão Po+P’+ Aρa gh.)
Água
Á padrão
Água padrãocom comenergia
energiapotencial
potencial total
total
total
espec
ífica
ε ε
específica
(ponto
específica o (ponto
o
εB) (ponto B) Po+P’).
B, sob a pressão
o
Água no Solo
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Água no Solo
32 |Paulo Leonel Libardi
piezômetro
superfície do solo
lençol freático
ponto em
questão
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 33
Água no Solo
34 |Paulo Leonel Libardi
total definido pela equação (37) torna-se apenas o potencial mátrico φm, o qual
pode ser interpretado como uma medida do trabalho realizado por um agente
externo para tornar livre a unidade de volume de água retida num solo não
saturado, isto é, ε + W/Va = εo ou
W
φm = ε − ε o = − . (46)
Va
Po Po
W
A BB RG
V
a
P’
Água com energia potencial total Água padrão com energia
específica ε (ponto considerado A potencial total específica εo (ponto B)
do solo não saturado).
saturado.
Pela equação (46), percebe-se que, a não ser no caso particular de uma
interface água-ar plana como num lençol freático na qual ε = εo e então φm = 0, o
potencial mátrico é sempre uma quantidade negativa (ε < εo), sendo, por isso,
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 35
3 CURVA DE RETENÇÃO
Água no Solo
36 |Paulo Leonel Libardi
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 37
como no tubo C, consiste em utilizar uma placa porosa (de cerâmica, por exemplo)
conforme o tubo D da figura. Evidentemente, no caso da placa porosa, os
diâmetros dos seus capilares não são todos iguais e nem uniformes como no tubo
C, mas sendo pequena a espessura da placa (da ordem de 5 mm) e considerando
que o valor de h deve ser sempre menor do que o valor máximo calculado pela
equação (47) a seguir, pode-se dizer que os meniscos nos capilares da placa se
localizam, praticamente, na sua superfície para qualquer valor de h (Figura 12).
Placa porosa
h h
h' H
A B C D
Água no Solo
38 |Paulo Leonel Libardi
Por ser um funil munido de uma placa porosa na parte inferior do seu
corpo, recebe a denominação de funil de placa porosa.
Po Po Po
placa porosa
funil de
placa
porosa
Po h
tubo
flexível
dispositivo para
manter o nível de
(a) (b) água constante
Figura 13 - Funil de placa porosa adaptado com uma haste flexível: (a) placa
porosa com a superfície dos meniscos nos seus poros, plana e (b)
placa porosa com a superfície dos meniscos nos seus poros, côncava,
com p = ρagh.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 39
“puxadas” para baixo. Isto, entretanto, acontece até o limite máximo quando o raio
de curvatura do menisco no maior poro da placa se torna igual ao raio r’ deste
poro. Nessa situação limite, a equação de Kelvin se torna, portanto,
2σ
hmax = . (47)
ρgr '
Água no Solo
40 |Paulo Leonel Libardi
φ m = ε − ε o = − p → [energia/volume] (48)
Po Po
RG
B A
...
(a) (b)
...
P'-p
P'
Água padrão com energia Água com energia
potencial total específica εo potencial total específica ε
(ponto B) no ponto considerado A.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 41
ou ainda
2σ
r= (51)
ρ a gh
são esvaziados, o que pode ser observado pelo gotejamento de água através da
pequena saída do dispositivo que mantém o nível de água constante na
extremidade do tubo flexível. Note-se que a equação (51) é a equação (9) com o r
explicitado, para α=0. Atingido o equilíbrio, isto é, assim que o gotejamento parar,
a situação da Figura 15 é idêntica à da Figura 13, com a diferença de que se tem
uma amostra de solo (ponto considerado A) em perfeito contato com a placa
porosa. Logo, as mesmas equações (48, 49 e 50) se aplicam, ou seja, a altura de
água h (agora a distância do centro da amostra de solo ao nível de água mantido
constante na extremidade da haste do funil), com o sinal trocado, representa o
potencial mátrico da água no solo após o equilíbrio.
Água no Solo
42 |Paulo Leonel Libardi
Po Po Po
A
amostra de solo
amostra de solo com uma tensão h
saturado
h
Po
RG
C
(a) (b)
Figura 15 - Procedimento para medida de φm com o funil de placa porosa:
(a) saturação do solo, (b) aplicação da tensão h, com consequente
dessaturação da amostra de solo.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 43
φm = ε − ε o = − P . (52)
Água no Solo
44 |Paulo Leonel Libardi
medidor de
pressão
câmara de pressão de ar P
Po + P
Po + P
amostra compressor
Po de solo de ar
A RG
B
placa porosa
P’ P’- p água
tubo de saída
de água
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 45
φ t ( A) = φ m + P
φt (B ) = 0
φm = − P → [energia/volume] (53)
2σ cos α
r= (54)
P
2σ
r= (55)
P
Água no Solo
46 |Paulo Leonel Libardi
são esvaziados. Note-se aqui também que a equação (55) é a equação (54), para
α=0. Comparando as equações (51) e (55), pode-se verificar que são idênticas na
forma, visto que P = p = ρ a gh ; o que muda é a maneira de retirar a água do solo.
Como no caso do funil para a aplicação de h, o que limita o valor de P a ser
aplicado é a porosidade da placa. Placas com poros pequenos, evidentemente,
suportam uma pressão maior P sem rompimento do menisco nos seus poros
capilares. O valor máximo de pressão que a placa suporta é denominada de pressão
de borbulhamento da placa porosa e o valor do raio correspondente a esta pressão
pode ser calculado pela equção (55).
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 47
transversal circular de raio r sob uma tensão de água h (equação 9), no caso dos
funis de placa porosa, ou P (equação 54), no caso das câmaras de pressão. O solo,
como sabemos, não é um simples tubo capilar, mas uma composição irregular de
poros e canais formados por seus sólidos. Conseqüentemente, é claro que as
interfaces não são iguais em todos os pontos do solo mas, como vimos, as
curvaturas estão todas com o mesmo valor de tensão h ou P, no equilíbrio. Isso nos
leva a concluir que o valor de r que se obtém pelas equações da capilaridade só
pode ser considerado com um “raio equivalente” sem qualquer tentativa de
quantificação do raio real do poro. De qualquer maneira, o cálculo do raio r por
meio das equações (51) e (55) para as diversas tensões, depois de determinada a
curva de retenção de um solo (Figura 17), não deixa de ser uma maneira válida
para avaliar o tamanho dos poros do solo e sua distribuição, como mostraremos a
seguir. Outra maneira válida para isso, mas que exige a visualização do poro é a)
pelo raio da maior esfera inscrita no poro, se o tamanho dos tres eixos principais
deste poro for comparável ou b) pelo raio do círculo inscrito, se a forma do poro
for tubular (Kutílek e Nielsen, 1994).
Água no Solo
48 |Paulo Leonel Libardi
r (µm)
1000 100 50 15 10 1 0,1
θ/α
θ (m3 m-3)
r1 r2
0,55 1,00
Macroporosidade (0,043 m3 m-3)
θ1= 0,507 0,92
0,50
0,75
0,40
θ2 = 0,383 0,70
0,35
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 49
θ/α
1,0
Macroporos (8%)
θ1/α = 0,92 dτ
θ
0,9 d
α
dτ Mesoporos (22%)
0,8
θ
θ2/α = 0,7 d
α
dτ
Microporos (70%)
0,6
τ1 τ2
0,300,360,5 1,0 1,5 2,0 τ (m)
r1 = 50 µm r2 = 15 µm
41 µm
0,4
- dθ/αdτ (m-1)
0,3
0,2
τ2
− ∫τ 1
f (τ )dτ = 0,22
0,1
τ*
τ1τmax τ2
− ∫τ 2
f (τ )dτ = 0,7
Água no Solo
50 |Paulo Leonel Libardi
dF (τ )
f (τ ) = ,
dτ
então
τ2 F (τ 2 )
∫
τ1
f (τ ) dτ = ∫ dF (τ ) = F (τ
F (τ 1 )
2 ) − F (τ 1 ).
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 51
θ1 θ 2 θ1 − θ 2 ∆Va δVP
− = = ≡ (57)
α α α VP VP
de água θ2, portanto, igual ao volume de água liberado da amostra quando o seu
raio menor do que r1 e maior do que r2 que são esvaziados quando se aumenta a
tensão de τ1 para τ2, visto que, pelo modelo em estudo, quando se aumenta a
Água no Solo
52 |Paulo Leonel Libardi
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 53
Observe-se ainda que, como para a tensão de 0,36 m água (ou o raio de
41 µm) o valor de dθ/αdτ é máximo neste solo (Figura 19), então para um dado
valor de dτ, o valor de dθ/α também é máximo à tensão de 0,36 m água (Figura
18). Consequentemente, os poros em maior porcentagem neste solo são aqueles
cujos raios estão em torno do valor de 41 µm.
Água no Solo
54 |Paulo Leonel Libardi
3.3 O tensiômetro
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Paulo Leonel Libardi| 55
Superfície do solo
A
C
h cápsula
porosa
água
Água no Solo
56 |Paulo Leonel Libardi
∆PA = Po − (ρ Hg gH + ρ a gh2 − PP )
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 57
h2
P’
H’
Pm'
Po H
Rolha de h1
borracha
hc
Pm'
Mercúrio Superfície do solo
Z
Parede da
cápsula Água
Po P’ - p
Po
P’
Água no Solo
58 |Paulo Leonel Libardi
p = ρ Hg gH − ρ a g (h1 − h2 ) .
ρ a h = ρ Hg H − ρ a H − ρ a (hc + Z ) .
ρ Hg − ρ a
h = H − hc − Z . (59)
ρa
Assumindo que ρHg = 13600 kg m-3 e ρa = 1000 kg m-3 e lembrando que φm = -h,
tem-se que
φ m = −12,6 H + hc + Z → [m água] (60)
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 59
P = (P + PC ) − ρ a gh1 . (61)
{P 1o44 42444 3
∆PA ∆PB
faz com que ∆PA = PP =P′ na interface água-mercúrio no tubo de leitura, tornando-
se maior do que ∆PB, tente puxar para cima a água no tubo de leitura e nesse
Água no Solo
60 |Paulo Leonel Libardi
h = H o − h1 → [m água]. (63)
h = H o − ( H '+ hc + Z ) (64)
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 61
Água no Solo
62 |Paulo Leonel Libardi
componente água do ponto com maior ψ t para o ponto com menor ψ t , desde que
haja uma parede permeável somente ao componente água separando os dois
pontos. Tal parede recebe o nome de membrana semipermeável. É fácil perceber
que, na ausência de tal membrana, o movimento é da solução porque os solutos
dissolvidos estão presos às moléculas de água e movem-se sempre com elas.
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 63
pura em direção ao volume à direita (com solução) do recipiente, até que oψt
(solução) se iguale ao ψt (água pura). A esse fenômeno dá-se o nome de osmose.
no solo, mudando apenas a referência que é feita com relação ao componente água
Água no Solo
64 |Paulo Leonel Libardi
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 65
1a. A vazão Q, isto é, o volume de água que atravessa a coluna por unidade de
tempo é proporcional a A, isto é, em símbolos:
Qα A . (65)
Água no Solo
66 |Paulo Leonel Libardi
1
Qα . (67)
L
φt (C ) − φt (B )
Q = Ko A . (69)
L
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 67
Q φ (C ) − φt (B )
qo = = Ko t , (70)
A L
sendo qo, de valor igual a Q/A, denominado densidade de fluxo de água no solo
saturado.
Água no Solo
68 |Paulo Leonel Libardi
z Piezômetro
φp(C)
tela
zC
C
φt(C) φp(B)
zB φg(C)
B
tela
φt(B)
φg(B) recipiente
graduado
para medir
a vazão Q
RG
y
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 69
φt (C ) − φt ( B)
qo = − K o . (71)
zC − z B
sendo φt (D), o potencial total no ponto da direita da coluna (daí a letra D) e φt (E),
o potencial total no ponto da esquerda da coluna (daí a letra E). Dessa maneira,
quando qo > 0, o fluxo é na direção positiva de x (para a direita, de xE para xD) e
quando qo < 0, o fluxo é para a esquerda (de xD para xE).
φt (C ) − φt ( B)
qo = − K o , (73)
sC − s B
Água no Solo
70 |Paulo Leonel Libardi
Nessa forma, pode-se ainda dar um tratamento vetorial à lei de Darcy, visto que qo
possui direção e sentido, o mesmo ocorrendo com o termo dφt/ds que, sendo a
variação de um escalar com a distância ao longo de uma direção entre duas
superfícies equipotenciais do escalar, é o que em Análise Vetorial define-se como
vetor gradiente de um escalar, no caso, vetor gradiente de potencial total, cujo
módulo é dφt/ds, cuja direção é a da reta s, perpendicular às superfícies
equipotenciais, e cujo sentido é o dos φt crescentes. Na notação vetorial, portanto,
a equação (74) é reescrita como
r dφ
q o = − K o t sˆ , (75)
ds
sendo ŝ o vetor unitário na direção-s. Pela equação (75) está-se assumindo que Ko
é uma propriedade isotrópica, ou seja, seu valor não depende da direção dentro do
r
meio, é um escalar, pelo que se pode dizer que q o possui o mesmo módulo, a
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 71
r ∂φ
qox = − K o t iˆ , (76)
∂x
r ∂φ
q oy = − K o t ˆj (77)
∂y
e
r ∂φ
q oz = − K o t kˆ , (78)
∂z
r dφ ∂φ ∂φ ∂φ
q o = − K o t sˆ = − K o t iˆ + t ˆj + t kˆ . (79)
ds ∂x ∂y ∂z
A equação (79) que, como visto, se aplica para o fluxo da água em solo
saturado foi generalizada mais tarde, principalmente por Buckingham (1907) e
Richards (1928), para o fluxo da água em solo não saturado, como:
Água no Solo
72 |Paulo Leonel Libardi
r dφ
q = − K (θ ) t sˆ , (80)
ds
na direção-x,
r ∂φ
q y = − K (θ ) t ˆj , (82)
∂y
na direção-y, e
r ∂φ
q z = − K (θ ) t kˆ , (83)
∂z
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 73
φt (C ) − φt ( B)
q = − K (θ ) , (85)
zC − z B
Água no Solo
74 |Paulo Leonel Libardi
z
coluna de solo
perfurada
placa porosa
tensiômetro com
manômetro de água
zC
C
−φm(C)
cápsula porosa
zB
φg(C) −φm(B)
B
y RG
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 75
[φt (C ) − φt ( B)] /( z C − z B )] ,
Água no Solo
76 |Paulo Leonel Libardi
C G
z
F
B
dz
^
qy j q'y ^j
H
D
dx
E
A
dy
y
y
x
x
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 77
∂Va ,entra , y
= q y dxdz . (86)
∂t
∂Va , sai , y
= q 'y dxdz (87)
∂t
ou
∂Va, sai, y ∂q y
= q y + dy dxdz . (88)
∂t ∂y
Água no Solo
78 |Paulo Leonel Libardi
∂Va,entra, y ∂Va,sai, y ∂q y
− =− dV . (90)
∂t ∂t ∂y
Utilizou-se o símbolo ∂ nas equações (86) a (90) para indicar que se trata apenas
da direção-y.
∂V a ,entra , z ∂V a , sai , z ∂q z
− =− dV . (92)
∂t ∂t ∂z
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 79
em que, portanto, dVa ,entra = ∂Va ,entra , x + ∂Va ,entra , y + ∂Va ,entra , z e
∂θ dq
=− (95)
∂t ds
Água no Solo
80 |Paulo Leonel Libardi
δθ qi − qi −1
=−
∆t si − si −1 , (96)
δθ qi −1 − qi
= (97)
∆t ∆si
ou ainda
δθ∆s i
= q i −1 − q i . (98)
∆t
sendo
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 81
qi-1 = densidade de fluxo de água que entra na fatia i durante o intervalo de tempo
∆t
∆h s 1 n n
∆t
= ∑ i ∑
∆t i =1
δh =
i =1
(qi −1 − qi ) , (100)
Como
n
∑ (q
i =1
i −1 − qi ) = qo − q n , (101)
então,
∆hs
= qo − q n , (102)
∆t
Água no Solo
82 |Paulo Leonel Libardi
s
n=n
... qn
n=i
...
qi ∆sn
qi - 1
n=2
∆si
n=1
S si
q1
si - 1 ∆si = si – si -1
∆s2
qo ∆s1
Água no Solo
Paulo Leonel Libardi| 83
outra extremidade, num um certo intervalo de tempo, pode ser determinada pela
variação da armazenagem de água neste comprimento de solo, no intervalo de
tempo considerado”.
∂θ ∂ ∂φ
= [ K (θ ) m ] (103)
∂t ∂x ∂x
b) na direção-z (vertical):
∂θ ∂ ∂φ
= [ K (θ ) t ] (104)
∂t ∂z ∂z
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ET
P I E+T
Re
Z=0 Rs
R´e
R´s
sistema
radicular hL
AC
Z=L
D
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∆h = P + I + AC + D + ET . (107)
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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