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Introdução
Quinagem é o processo de deformação plástica de chapa que permite o fabrico de superfícies
planificáveis de geometria cilíndrica, cónica ou prismática.
Exemplos de Aplicação:
Balcões frigoríficos, mobiliário metálico, chassis, painéis
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Quinagem
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Quinagem
Classificação dos processos de quinagem
Quinagem é o processo de deformação plástica de chapa que permite o fabrico de superfícies
planificáveis de geometria cilíndrica, cónica ou prismática.
Quinagem
Quinagem no ar
Quinagem em V
Na quinagem em V a chapa é deformada
até encostar às ferramentas, sendo a
folga entre cunho e matriz igual à
espessura da chapa.
A operação é mais precisa que a anterior
e é geralmente utilizada para quinar
chapas com ângulos de 90º ou
ligeiramente inferiores, com espessuras
que podem variar entre os 0.5 e os 25
mm.
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Quinagem
Quinagem em U
Quinagem
Quinagem a fundo
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Quinagem
Quinagem rotativa
Na quinagem rotativa
recorre-se a uma matriz
rotativa para enformar a
chapa.
Não é necessário utilizar
encostador e as forças
requeridas são baixas.
O efeito de mola pode ser
compensado diminuindo
o ângulo de dobragem.
Quinagem
Vantagens da quinagem no ar relativamente à quinagem a fundo
A quinagem pode ser efectuada em máquinas
ferramenta de menor capacidade, pois a força e
energia necessárias são menores
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Quinagem
Quinagem a fundo
Quinagem de flange
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Com cunho de arraste
Quinagem
Noção de fibra neutra
Por acção do cunho a zona em deformação fica solicitada por um momento flector M e uma
força axial F de tracção.
Para chapas finas, pode admitir-se
que as secções rectas se mantém
A B M A
l1
B
M planas durante a deformação e
que convergem no centro de
v
C D C D F
F
curvatura.
l0
Considera-se que as direcções
θ principais das tensões e das
rM ri extensões coincidem com as
l0 = AB direcções radial, tangencial e
segundo a largura.
AB = l1 = (rM + v )θ
l ⎡l ⎛ v ⎞⎤ ⎛ lM ⎞ ⎛ v ⎞
(εθ ) AB = ln 1 = ln ⎢ M ⎜1 +
l0 l r
⎟ ⎥ = ln ⎜⎜ ⎟⎟ + ln ⎜1 + ⎟ lM = rMθ
⎣⎢ 0 ⎝ M ⎠ ⎦⎥ ⎝ l0 ⎠ ⎝ rM ⎠
Fibra neutra é a linha cujo comprimento não varia após a deformação da peça e cuja posição
depende fundamentalmente da espessura da chapa e do tipo de solicitação introduzida pelas
ferramentas.
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Quinagem em V no ar
Cálculo da dimensão da estampa plana
De acordo com a norma DIN 6935, o comprimento da estampa plana será dado por:
Abertura das abas Abertura das abas Abertura das abas entre
entre 0 e 90º entre 90 e 165º 165 e 180º
Cálculo de k:
β ângulo de abertura das abas
h espessura da chapa
ri raio interior de dobragem
k factor de correcção para a linha neutra
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Quinagem
Flexão de peças direitas
Distribuição de tensões numa peça direita de espessura h e largura b, quando solicitada por
um momento puro, Mz.
Simplificações:
h
Mz Mz
planas durante a deformação
z
x σx LM=LN
- Os princípios de Saint Venant e da
sobreposição são válidos
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Quinagem
Flexão de peças direitas
A distribuição de σx pode encontrar-se nos seguintes três casos de solicitação:
σ e b(h − 2d p ) σ e bh2
Me =
σ e bh2 M ep =
6
(
+ σ e bd p h − d p ) Mp =
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Valor máximo do momento dp é a parcela da espessura que se Momento que produz uma
que a chapa suporta, as encontra em domínio plástico distribuição de tensão
fibras exteriores estão na constante em toda a secção
eminência de entrar no A primeira parcela quantifica o transversal e igual à tensão
domínio plástico momento flector da zona elástica e limite de elasticidade.
a segunda parcela o momento
flector da zona plástica
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Quinagem em V no ar
Raio Mínimo de quinagem
• Natureza empírica
A extensão tangencial, eθ, para uma fibra à distância y da linha média com um raio de curvatura
rm e um ângulo de dobragem α é dada por:
O ângulo de dobragem é dado por , então a extensão tangencial para a fibra exterior é
dada por:
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Quinagem em V no ar
Raio Mínimo de quinagem
Considerando válidas as seguintes hipóteses:
• Na flexão em domínio plástico a extensão verdadeira na fibra exterior para a qual a
fractura sobrevém é igual à extensão verdadeira na fractura no ensaio de tracção
uniaxial.
• O material é homogéneo e isotrópico.
• O estado de tensão na flexão é plano, ou seja, a relação entre o comprimento de
dobragem e a espessura, b/h, é pequena.
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Quinagem
Raio Mínimo de quinagem
O facto da chapa possuir anisotropia, devido a ter sido laminada, pode originar defeitos na
quinagem.
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Quinagem
Raio Mínimo de quinagem
Outra forma de determinar o raio mínimo de quinagem pode ser a partir de ábacos,
construídos com base em ensaios experimentais.
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Quinagem em V no ar
Abertura da matriz
Do valor da abertura da matriz dependem a força de quinagem, o raio mínimo de quinagem e
a dimensão mínima da aba.
Considera-se duas operações de quinagem com abertura de matriz diferente (uma dupla da
outra):
v v
=6 = 12
h h Evolução da curvatura desde a zona central de quinagem
até à região de contacto com a matriz para duas aberturas
de matriz diferentes.
A evolução da curvatura indicia que a deformação da chapa para se atingir o mesmo ângulo de abertura
entre abas, depende significativamente da abertura da matriz, sendo superior no caso de matrizes de maior
abertura. Assim, com base em resultados experimentais temos:
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Quinagem em V no ar
Profundidade de quinagem
Uma das vantagens da operação de quinagem no ar reside na possibilidade de se poderem
efectuar quinagens com ângulos diferentes, utilizando o mesmo conjunto cunho/matriz.
Assim, para a preparação das quinagens será necessário relacionar o ângulo de abertura
das abas, β, com a penetração do cunho na matriz.
Considerando que a espessura da chapa se mantém
constante:
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Quinagem
Recuperação elástica ou efeito de mola
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Quinagem
Recuperação elástica ou efeito de mola
bh2 σe b (h − 2 d p )
2
σe b h 2
Mec = Med = σ e
6
Mepc = Mepd = + σe b d p (h − d p ) M pc = M pd =
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Quinagem
Recuperação elástica ou efeito de mola
A soma das tensões de carga com as que surgem na fase de descarga (situação que
corresponde à posição de equilíbrio) permite determinara distribuição das tensões residuais
que permanecem na peça no final do processo de deformação.
σ x res = 0 y ⎛ y⎞
σx res = ±σ e m 3σ e = σ e⎜± 1 m 3 ⎟
h ⎝ h⎠
Analiticamente a distribuição de tensões residuais pode ser determinada a partir do conhecimento das
tensões de carga e de descarga:
σ x res = σ xc + σ xd
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Quinagem
Ângulo de recuperação elástica
A estimativa do ângulo de recuperação elástica é necessária para que as ferramentas possam
ser corrigidas na fase de projecto e a flexão possa ser compensada.
O valor aumenta nos materiais com maior tensão limite de elasticidade ou com maior
propensão ao encruamento.
O trabalho a frio também faz aumentar o seu valor, decrescendo nos materiais com menor
módulo de elasticidade. Também as características geométricas da operação influenciam a
recuperação elástica, como o raio interior de quinagem, a abertura da matriz e a espessura da
chapa.
∆α dl e 2 dl e
tan = =
2 h h h(2 − k )
+ (1 − k )
2 2
Considerando a definição de extensão e
notando que a recuperação se dá em
domínio elástico (válida a lei de Hooke)
∆α le σ θe ∆α
tan = ≈
2 h(2 − k ) E 2
2l e σ θe
∆α =
h(2 − k ) E
A recuperação elástica aumenta com o valor das tensões aplicadas, com a
diminuição do módulo de elasticidade do material, com a diminuição da espessura
e com o aumento do raio de curvatura. 23
Quinagem
Factor de recuperação elástica
Alternativamente existem tabelas com dados empíricos que permitem quantificar a
recuperação elástica da operação. É habitual admitir-se que a recuperação elástica se faz em
torno da linha média, obtendo-se pela constância do seu comprimento:
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Quinagem
Métodos de minimização ou eliminação da recuperação elástica
Correcção ou compensação dos ângulos das ferramentas durante o seu projecto, para
quinagem no ar
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Quinagem
Força e trabalho de quinagem
Para determinar a força necessária à quinagem em V no ar, considere-se a figura seguinte,
que apresenta o sistema de forças que se desenvolve durante a operação.
Todavia esta expressão em termos práticos não é capaz de fornecer estimativas muito correctas para o
valor da força. Atribuindo-se este facto às simplificações introduzidas durante a dedução.
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Quinagem
Força e trabalho de quinagem
Simplificações consideradas:
Assim sendo, a norma DIN 6935 propõe um factor correctivo, K, dado por:
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Quinagem
Defeitos de quinagem - esbeiçamento e efeito de sela
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Quinagem
Defeitos de quinagem - esbeiçamento e efeito de sela
Análise dos modos de deformação de ambas as zonas:
εr εr
εz σz
σθ σθ εr
εθ εθ
σθ εz
εθ
C A C A
D D εr
εr B εr B
εz
εz
σθ σθ σz
εθ σθ εθ
εθ
σr = 0 (por condição de fronteira nas fibras exteriores) Surge deformação na direcção radial e
σθ= ± σe (tensão tangencial atinge o valor limite) longitudinal como consequência da deformação
tangencial
σ r + σθ σe
σz = =±
2 2 dε dε ⎛ 1 ⎞
d εθ = ± σe d ε r = −d ε z = ± σ
σ σ ⎜⎝ 2 e ⎟⎠ 29
Quinagem
Defeitos de quinagem - esbeiçamento e efeito de sela
Ponto A Ponto B
dε ⎛ 3 dε ⎛ 3 ⎞
⎞ σθ = −σ e d εθ = − σ
σθ = σ e dε θ = σ
σ ⎜⎝ 4 e ⎟⎠ σ ⎜⎝ 4 e ⎟⎠
σe σe
σz = dε z = 0 σz = − dε z = 0
2 2
dε ⎛ 3 ⎞
dε ⎛ 3 ⎞ σr = 0 dε r = σ
σr = 0 dε r = − σ
σ ⎜⎝ 4 e ⎟⎠ σ ⎜⎝ 4 e ⎟⎠
Ponto C Ponto D
dε
σθ = σ e d εθ =
σ
(σ e ) σθ = −σ e dε θ = −
dε
(σ e )
σ
dε ⎛ 1 ⎞ dε ⎛ 1 ⎞
σz = 0 dε z = − σ
σ ⎜⎝ 2 e ⎟⎠ σz = 0 dε z = σ
σ ⎜⎝ 2 e ⎟⎠
dε ⎛ 1 ⎞ dε ⎛ 1 ⎞
σr = 0 dε r = σ
σ ⎜⎝ 2 e ⎟⎠ σr = 0 dε r = − σ
σ ⎜⎝ 2 e ⎟⎠
No caso da peça ter uma relação b/h pequena, verifica-se que o efeito de rotação das
extremidades se propaga em toda a largura, não havendo condições para que o estado de
deformação na zona central possa ser considerado plano.
E o facto da extensão radial na zona central ser maior do que a correspondente nas
extremidades, leva a que a linha de dobragem da peça deixe de ser plana, originando o
efeito de sela.
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Quinagem
Elementos de Projecto
Exemplos de preparação do planificado para evitar defeitos nas zonas de concordância:
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Quinagem
Dobragem de abas curvas
Dobragem de abas cujo eixo de dobragem da
peça tem geometria circular.
Aconselha-se a dobrar duas peças juntas e
depois separá-las através de corte por
arrombamento, de modo a equilibrar os cunhos
e matrizes, evitando irregularidades nas peças
fabricadas.
com
Expansão Retracção
Limites de enformação de alguns materiais para a dobragem de
abas curvas
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Quinagem
Posicionamento dos esbarros da quinadora
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Quinagem
Quinagem em U Diferentes fases da dobragem em U
F = 0.5σ R hb
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Quinagem
Quinagem a fundo ou “Quebra do nervo”
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Quinagem
Quinagem de flanges com cunho de arraste
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Quinagem
Quinagem com borracha
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