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201 a 224)
Fontes do Reino de Leão (a autonomização jurídica portuguesa não foi imediata, fontes do
direito do Reino de Leão mantiveram-se em vigor nos primeiros séculos após a independência
do Cordato Portucalense.)
- Código Visigótico – na época constituía o único corpo legislativo capaz de servir de lastro
comum ou ponto de referencia dos povos peninsulares, inclusive para efeitos supletivos. |
Começa a perder sua autoridade a partir do século 13, o que é refletido na escassez de
referências a ele nos documentos portugueses. – provavelmente devido a oposição de
preceitos consuetudinários locais e à medida em que a legislação geral e eficácia do Direito
Romano-Canónico se foram incrementando.)
- Leis dimanadas das cúrias ou concílios – espécies de assembléias, as cúrias dão origem mais
tarde às Cortes. Normas gerais resultantes dessas assembléias tiveram vigência em Portugal.
(CÚRIAS: era um órgão auxiliar do rei que tinha, portanto, um carácter eminentemente
político. / CONCÍLIOS: natureza eclesiástica. Os altos representantes da igreja participavam
também das reuniões da cúria.)
- Forais de terras portuguesas anteriores a independência – forais do século 11 e do começo
do século 12, forais outorgados pelos monarcas leoneses. (Cartas de Privilégio.)
- Costume – nesta época o conceito de costume abrange todos as fontes de direito que não
tenham carácter legislativo. Na época esta é a maior fonte de direito privado.
Fontes posteriores a nacionalização
- Leis dos primeiros monarcas – leis de aplicação dos primeiros monarcas portugueses. A partir
de Afonso III a legislação começa a se incrementar. Esta legislação ainda não é produto directo
da vontade do rei, que a promulga depois de ouvida a cúria.
- Forais – abundantes devido a falta de leis gerais (forais são fontes de direito local), até Afonso
III constituem as mais importantes fontes de direito português. São abundantes devido a
necessidade de conceder cartas de povoação e forais devido a preocupação de conquista e
povoação das terras como uma defesa contra as ameaças de absorção leonesas. (Forais
(meados do séc 13) Costumes ou Foros (período seguinte)). (Cartas de Povoação.)
- Concórdias / Concordatas – acordos entre os reais e as autoridades eclesiásticas –
reconhecem direitos e obrigações relativas ao Estado e a Igreja. Resultavam de respostas aos
agravamentos (queixas) proferidos em cortes pelos representantes do clero, ou de
negociações do rei com autoridades eclesiásticas, apenas nacionais ou intervindo o papa.
(Quando o acordo era com o PAPA, designava-se o acordo por CONCORDATAS).
Contratos agrícolas (período da individualização) – constituíam uma das traves mestras da vida
econômica e social medieva. Antes das influencias romanisticas, configuravam-se como um
conjunto de negócios inominados e sem contornos rigorosos.
Contratos de exploração – institutos que se dirigiam à exploração agrícola ou a indústrias
conexas (moinhos, marinhas de sal). | 1) Enfitense – contrato pelo qual se opera a repartição,
entre os contraentes, daquilo a que a ciência do direito chamaria mais tarde de “domínio
directo” e “domínio útil” de um prédio. O domínio directo pertencia ao senhorio e traduzia-se
essencialmente na faculdade de receber do foreiro ou enfiteuta, a quem cabia o domínio útil,
uma pensão anual (foro ou cânon), em regra constituindo numa parte proporcional dos frutos
que um prédio produzia. 2) complantação – o proprietário de um terreno cedia-o a um
agricultor para que o fertilizasse, em regra, com a plantação de vinhas ou de outras espécies
duradouras, uma vez decorrido o prazo estabelecido, que variava de 4 a 8 anos, procedia-se à
divisão do prédio entre ambos, geralmente em partes iguais.
Contratos de Crédito – institutos que, tendo igualmente terras por objecto, desempenhavam
uma função relevante de crédito ou financeira. 1) compra e venda de rendas – o proprietário
de um prédio, carecido de capitais, cedia a uma pessoa que deles dispusesse, em
compensação de determinada soma para sempre recebidos, o direito a uma prestação
monetária anual imposta como encargo sobre esse prédio (uma forma de investimento
análoga à do empréstimo à juros, sem que fosse abrangido pela proibição da usura em termos
tão radicais). 2) penhor imobiliário – a transmissão do prédio pelo proprietário-devedor ao seu
credor podia ser feita com vários objectivos, desde o de pura função de garantia e de
compensação da cedência do capital, até ao de lhe proporcionar o reembolso progressivo da
divida, que ia amortizando com o desfrute do prédio. (evolui para a hipoteca, nos moldes do
direito romano).
Fontes de Dt da Época:
- Legislação Geral transformada em vontade do monarca.
- Resoluções Régias
Respostas do soberano aos agravamentos (queixas) feitos pelos representantes das 3 classes
sociais na cúria (clero / nobreza / povo)
- Decadencia do Costume como fonte de direito
O sentido de costume foi reduzido, passou a ser uma expressão da vontade do monarca, alem
de uma manifestação do consenso do povo.
- Forais e Foros ou costumes
A partir de Afonso VI, praticamente, deixam de ser outorgados novos forais.
Foros ou costumes = estatutos municipais / compilações medievais concedidas aos municípios
ou simplesmente organizadas por iniciativa deles.
- Concordias e Concordatas
- Dt Subsidiário
Quando não era encontrada solução para um problema no dt pátrio. O problema estava a
critério dos jurisconsultos e dos tribunais. Dt subsidiário: dt canônico, romano ou castelhano.
Reforma dos Forais – D. Manuel I – cria uma lei geral da Adm Local que leva a Reforma dos
Forais – Forais novos (estes após a reforma) e forais velhos (os anteriores a reforma) – A
reforma: limitou-se a actualizar pesos, medidas, moeda.
Velhos: bifrontes – cariz político-adm / cariz de cadernos de tributos locais.
Novos: perderam o cariz político-adm (pois estas matérias subiram para a adm régia –
centralização régia) e passaram a ser apenas fiscalistas.
D. Manuel I torna os forais apenas como disciplinadores de matérias tributarias, por que
centraliza a legislação ao poder régio.
- é um passo importante para o desfilamento dos forais, que acabam no séc. 19 com Mousinho
da Silveira.
Humanismo Jurídico – “humanismo renascentista” / - Escola dos Juristas Cultos, Escola dos
Juriscunsultos Humanistas, Escola Histórico-Crítica, Escola Cujaciana. / - Progresso do
Humanismo Renascentista + Decadência da obra dos Comentadores = eclosão do Humanismo
Jurídico. / - começa-se a encarar o direito romano como uma das várias manifestações da
cultura clássica. / - estudo crítico das fontes romanas / - século 16 / - autonomia interpretativa
do jurista em face das normas legais / - contraposição à Bartolo (pratica), - tendência erudita. /
- lança ideias que o setecentismo iluminista posteriormente fomenta.
Estatutos da Universidade
Três anos após a Lei da Boa Razão, os Estatutos da Universidade, ou Estatutos Novos,
são criados.
Reforma da Universidade:
1- Foi nomeada a Junta de Providência Literária – uma comissão incumbida de emitir um
parecer sobre as causas da decadência do ensino universitário e sobre o critério adequado a
sua reforma.
2- Em 1771, esta comissão apresenta um relatório, com o título de Compêndio Histórico da
Universidade de Coimbra, nele faz-se uma critica dura à organização da Universidade.
3- A Junta elabora os Novos Estatutos da Universidade (Estatutos Pombalinos)
Mudanças:
- inclusão de novas cadeiras: direito natural (direito natural + direito público universal + direito
das gentes); história do direito e das instituições do direito pátrio.
- novo método de ensino: sintético-demonstrativo-compendiário – fornecer aos estudantes
um conspecto geral de cada disciplina (através de definições, sistematização da matéria
seguindo uma linha de progressiva complexidade); passar-se-ia de umas
proposições/conclusões para as outras apenas depois do esclarecimento cientifico das
precedentes e como sua dedução e tudo isto seria acompanhado de manuais adequados,
sujeitos a aprovação oficial. – O método tradicional escolástico ou bartolista foi substituído
pelas directrizes histórico - criticas ou cujacianas.
O Ensino do Direito
Fusão das Faculdades de Leis e de Cânones na moderna Faculdade de Direito.
- período de pertubaçao da vida universitária (causas: invasões francesas, cisão política interna
conseqüente do movimento vintista e que despontou numa guerra civil).
- Reforma dos estudos jurídicos – produzida pelo triunfo do liberalismo – criação da Faculdade
Moderna de Direito, que resultou da fusão das duas faculdades jurídicas tradicionais
(Faculdade de Canones e Faculdade de Leis).
- desde os estatutos de 1772 (os pombalinos) procura-se combater o excessivo predomínio do
direito romano e do direito canônico, através do alargamento dos horizontes do ensino
jurídico (criação de novas disciplinas) e deseja-se o prestigio do direito nacional. – derivou um
núcleo de cadeiras comuns aos legistas e aos canonistas (facilitando a unificação).
- no quadro da política liberal a fusao das universidades veio para desvalorizar o direito
canônico e eclesiastico (unificam os dois cursos em um ao propósito de subalternizar e reduzir
o ensino desse ramo jurídico).
- Fusão: em 1883 surge a ideia da unificação dos cursos; apenas em 1836, durante a ditadura
do setembrista Passos Manuel substitui-se a Faculdade de Canones e a Faculdade de Leis pela
Faculdade de Direito. As faculdades tradicionais foram reduzidas praticamente a uma cadeira
cada uma, o estudo do direito pátrio desdobrou-se nas cadeiras de direito publico, direito civil
(duas cadeiras), direito comercial e direito criminal ao lado das cadeiras de pratica, que já
existia, e da de hermenêutica, que substitui as cadeiras analiticas, inclui-se economia política e
medicina legal.
- Após a unificação das faculdades, segue um período de frutuosa actividade, caracterizado
pelo estabelecimento ou incremento de várias disciplinas, pela introdução de novos métodos
em certas delas e também pela redacção de alguns compêndios de assinalado mérito.
- Sínteses Conceituais –
Código Visigótico – conjunto de manuscritos de épocas muito diversas, que vão desde a última
fase da dominação visigótica até à Reconquista. Trata-se de revisões não oficiais, mas de
origem privada, da autoria de juristas e práticos do direito anônimos. É um produto do
cruzamento de três correntes jurídicas: romana (direito romano vulgar), canônica e germânica.
Foral ou Carta de Foral – diploma concedido pelo rei, ou por um senhorio laico ou eclesiástico,
a determinada terra contendo normas que disciplinam as relações dos povoadores ou
habitantes, entre si, e desses com a entidade outorgante. A matérias eram essencialmente de
direito público, os preceitos de direito privado ocupavam nos forais um plano muito
secundário.
Costume – é o modo de formação e revelação de normas jurídicas que se traduz na pratica
constante e reiterada de uma certa conduta (elemento material) acompanhada da convicção
da sua obrigatoriedade (elemento psicológico).
Estilos da corte: jurisprudência uniforme e constante dos tribunais superiores.
Direito Subsidiário – sistema de normas jurídicas chamado a colmatar as lacunas de outro
sistema.
Direito Natural Jusracionalista: conjunto de normas que traduziam valores imutáveis que se
tornava possível atingir pela razão.
Positivismo Legalista: o direito é uma criação do Estado, enquanto poder legislativo, e esse
direito positivo transforma-se num dado indiscutível.
- O direito identifica-se com a lei e qualquer problema seria resolvido através do formalismo de
uma dedução lógica do sistema para o caso concreto.