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FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO
Janeiro / 2009
Estas Notas de Aula apresentam apenas uma orientação para estudo dos
temas discutidos em aula. O aluno deve estudar a matéria pelas referências
bibliográficas indicadas para a disciplina.
III ORGANIZAÇÃO......................................................................................10
IV PLANEJAMENTO ...................................................................................32
V DIREÇÃO..................................................................................................37
VI CONTROLE..............................................................................................47
Empresas são cada vez mais submetidas a uma versão análoga do Princípio de
Acumulação de Desenho. Com o tempo, vão reunindo um conjunto de regras e postulados que
atestam sua evolução para benchmarks competitivos e melhores práticas no negócio.
Convencionou-se denominar cultura os hábitos, costumes, rotinas e atitudes estabelecidas
entre os funcionários de uma companhia. Quando a empresa apresenta bons resultados de
forma consistente, diz-se que sua cultura é vencedora.
1
Texto extraído do artigo “Se Darwin fosse um analista de empresas”, Carta Dynamo, 2o trimestre de 1998.
Dynamo Administração de Recursos Ltda. Rio de Janeiro.
Não podemos imaginar a existência de uma empresa, ou outros tipos de organização (órgãos
governamentais, forças armadas, igrejas, entidades sem fins lucrativos, etc) sem o concurso da
administração. È certo que não podemos alcançar um fim sem usar os meios, e uma das vias que
conduzem ao objetivo das empresas ou entidades é a administração.
Concluímos, pois, que a técnica administrativa nas empresas é de vital importância para o seu
sucesso.
AS ESCOLAS DE ADMNISTRAÇÃO:
Escola de Comportamento Humano (também conhecida por escola das "relações humanas"
ou "behaviorista"): A administração é o estudo das relações humanas. Esta escola se
baseia no princípio de que as pessoas trabalham juntas, em grupos então, umas devem
entender as outras.
Escola da teoria das decisões: A administração não é outra coisa senão a tomada de decisões.
Tudo que não existe numa empresa é englobado no processo de decisões, ou seja, a
escolha que se deve fazer em face das várias alternativas que oferecem um curso de
ação. Considera-se decisão um curso de ação escolhido por aquele que decide. Sobre a
tomada de decisões, como finalidade de informatização de empresas através do serviço
de computação eletrônica.
HAROLD KOONTZ inicia o seu conceito dizendo que a Administração é uma arte de realizar
coisas. Para ele, a arte administrativa compreende a aplicação de diversas técnicas práticas, as
quais, por sua vez, estão baseadas em conhecimentos de várias ciências (Psicologia, Sociologia,
Economia, Matemática e outras ciências).
Nesse raciocínio, o administrador, no desempenho de suas funções, aplica (com base nos seus
estudos ou na sua experiência) os princípios de Psicologia, Sociologia, Economia, Matemática
e de outras áreas do conhecimento humano.
Uma administração de empresas lida com pessoas que excutam os trabalhos ou serviços para os
quais contratados. Ao coordenador o trabalho dessas pessoas o administrador desempenha
suas através de quatro grandes grupos de processos administrativos:
• CONTROLE - Verifica se tudo está sendo feito de acordo com o que planejado e as
ordens dadas, fornecendo feedback para o planejamento e para a direção da empresa.
Direção
Planejamento Organização
Controle
9 Orçamento e Finanças
9 Controladoria e Contabilidade
9 Marketing e Vendas
9 Tecnolgia
9 Informação
9 Produção e Materiais
9 Logística
Cada uma dessas representa, por si só, uma disciplina de estudos aprofundados que são aplicados
na administração de empresas e, ampliando o conceito, organizações de modo geral. Essas
disciplinas utilizam conhecimentos de base, de outras áreas do conhecimento, como por exemplo:
Matemática e Estatística
As diversas atividades realizadas nas empresas podem ser agrupadas, em sua essência, em três
grandes grupos:
9 OPERAÇÕES
9 PRODUTOS / SERVIÇOS
9 PROJETOS
Direção
Planejamento Organização
Controle
Nos anos recentes as fronteiras que delimitam o ambiente e estão cada vez mais “difusas”,
surgindo as chamadas empresas “virtuais”. Nessa tendência, o espaço e a localização física
começam a perder importância. Crescem de importância o conhecimento e resultados
alcançados.
A empresa, como todas as organizações, interage com o seu meio ambiente. Tem “vida”: age
e reage em relação ao ambiente externo. Pode-se observar essas relacionamentos através de
duas visões:
A visão orgânica, onde a empresa é vista como um organismo vivo, e tem uma série
de ‘reações’. Diferentemente de um conjunto mecânico de processos operativos, a
empresa tem reações de um organismo: pensa, reage, aprende (tem uma curva de
aprendizado), apresenta padrão de comportamento, tem cultura uma organizacional,
apresenta sintomas de ‘stress’, ‘prostração’, ‘alegria’ ‘euforia’, ...
Fatores
Capital
Trabalho
Saídas (outputs)
Insumos (inputs)
Produtos
Matéria prima
Serviços
Componentes
Energia/água/... Resíduos
Informação Ambiente Externo
$ Vendas Consumidores / mercado
$ Investimentos Concorrência: local e internacional
$ Financiamentos Ambiente social
..... Conjuntura política e econômica, local
e internacional
Ecologia
Governo / legislação
Grupos de interesses
...
Sensores
− Causam distúrbios na
transmissão da informação
− “Vícios” no fluxo da informação
Fatores
Capital
Trabalho
Saídas (outputs)
Insumos (inputs)
Produtos
Matéria prima
Serviços
Componentes
Energia/água/... Resíduos
Informação Ambiente Externo
$ Vendas Consumidores / mercado
$ Investimentos Concorrência: local e internacional
$ Financiamentos Ambiente social
..... Conjuntura política e econômica, local
e internacional
Ecologia
Governo / legislação
Grupos de interesses
...
Organismo:
Conjunto de células com funções
integradas.
Agora vamos estudar com mais detalhes o processo administrativo de organizar uma empresa, ou
seja, a sua estrutura organizacional.
Considerando a empresa como sendo uma estrutura com objetivos econômicos, a estrutura
organizacional compreende o arranjo ou agrupamento de todos os seus órgãos
(departamentos, divisões e seções) formando um todo ou conjunto, de acordo com os modelos
ou tipos de estrutura descritos no próximo item.
A estrutura organizacional determina quais os cargos ou postos que devem ser ocupados pelas
pessoas, bem como as funções (ou serviços) a serem desempenhadas por elas. Ao definir quem deve
ocupar os cargos ou postos e as funções (ou serviços) de cada pessoa, a estrutura
organizacional estará estabelecendo a linha de autoridade e respectivas responsabilidades
dentro da empresa.
Quando a empresa é organizada segundo o que acabamos de expor, podemos dizer que estamos
diante daquilo que se chama "Estrutura de Organização Formal".
Acontece que nas empresas nem sempre são respeitados os cargos, a autoridade, a
responsabilidade as rotinas de trabalho etc. Por interesse ou conveniência de certas pessoas ou
grupos de pessoas, a forma pela qual a empresa se acha estruturada costuma ser alterada. Outras
relações entre as pessoas são estabelecidas. Essa outra forma de organização é conhecida por
esta denominação: "Estrutura de Organização Informal".
Para uma visão mais formalizada vamos considerar os aspectos vistos no item anterior onde as
empresas apresentar características de organização de duas formas:
Primeiramente deve ser destacado que não existe uma melhor estrutura organizacional. A
melhor forma organizacional é a que permite à empresa:
A estrutura organizacional de uma empresa pode ser representada graficamente. Este gráfico é
conhecido pelo nome de organograma, existem muitos modelos organogramas. Estudaremos o
modelo tradicional ou clássico, reconhecidamente o mais usado. O organograma clássico,
também conhecido por organograma de caixa e linha, o mais empregado entre todos os gráficos
de organização.
Neste tipo de gráfico, os órgãos de direção, assessores, administrativos e de execução devem ser
indicados por meio de retângulos ou caixas (interiormente devem receber, em sentido
horizontal, os nomes dos órgãos), enquanto que as relações de autoridade e responsabilidade são
representadas por meio de linhas.
Presta
Cuida consultoria e
Atuação da execução assistência
Recomendação
Comando
Tipo de Atividade Alternativas
Ação
Trabalho de gabinete
Trabalho de campo
Gerente de
Exemplo Gerente de
Departamento
Staff
Staff
Linha
Planejamento
Organização
Funções
Direção
Administrativas
Controle
A partir dos anos 1970/80, com diversas mudanças econômicas, políticas, sociais ocorridas a
nível mundial, as empresas sofreram um “choque”. Fatos como os movimentos estudantis em
1968, as crises do petróleo no início dos anos 70 (crise com grande impacto nos custos de
energia e nos custos de produção), ocasionaram a necessidade de uma série de mudanças nos
processos produtivos, nos produtos, nas estruturas organizacionais, e nos processos
decisórios.
O impacto nas estruturas organizacionais pode ser visto nos quadros a seguir, que mostra
esquematicamente as transformações ocorridas (e ainda ocorrendo em muitos casos). Um
aspecto muito importante desse “enxugamento” nas empresas foi a redução da distância entre
a decisão e a ação.
Atividades
Parte da feitas com
organização parcerias
deslocada para estratégicas
uma nova de negócios
organização
DECISÃO
AÇÃO
Com a redução da distancia entre decisão e ação a empresa fica mais ágil, mais
focada em seu negócio (“core business”).
A decorrência dessas transformações é que as áreas chave para o sucesso das organizações
podem ser apontadas em três grupos de fatores:
- Pessoas
- Processos de negócios
- Tecnologia da informação
Este tipo de organização também atende aos princípios de unidade de comando e direção
porque, embora haja vários departamentos com o mesmo nível de autoridade, dentro de cada
departamento a estrutura é linear e não há interferência entre departamentos, setores ou seções do
mesmo nível. Os departamentos do mesmo nível de autoridade estão também sob uma única
autoridade direcional.
Existem vários critérios para a criação de departamentos numa estrutura organizacional (tanto
para o agrupamento de funções quando da reorganização de empresas), porém, os mais comuns
são aqueles que levam em conta:
• Os clientes da empresa;
AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE:
Como já vimos, as empresas reúnem certo número de pessoas que trabalham para determinado
fim. Estas pessoas são admitidas e preenchem ou ocupam os diversos cargos, definindo-se,
então, suas atividades ou funções. Ao mesmo tempo, delega-se a autoridade e fixam-se as
responsabilidades de todo pessoal. Dessa forma, a organização da empresa deve levar em
conta três questões:
Autoridade;
Responsabilidade;
Divisão do Trabalho.
No que diz respeito à autoridade podemos dizer que ela é delegada de cima para baixo na
tinha hierárquica da empresa. Por exemplo: numa sociedade anônima, essa delegação de
autoridade parte da assembléia geral dos acionistas, que elege a diretoria, atribuindo-lhe a
competente autoridade; esta, por sua vez, delega a autoridade aos gerentes, chefes e
encarregados de serviços, até alcançar o nível inferior da empresa.
Concluímos então que este item declarando que, na organização ou "estrutura formal" de uma
empresa, alinha de autoridade vai de cima para baixo, enquanto que linha de responsabilidade de
"baixo para cima".
Poder de referência Æ poder pessoal, pertence ao indivíduo, não depende de cargos e não
pode ser retirado
∗ O profissional com conhecimento aumenta o seu poder
∗ Os cargos funcionais (gerente, chefe, ...) perdem poder
A estrutura de organização informal não é visível nas empresas, mas ninguém pode negar sua
existência. Como dissemos linhas atrás, por conveniência ou por interesse de uma pessoa ou
grupo de pessoas, a forma pela qual a empresa está estruturada costuma ser modificada ou
alterada, não sendo respeitados os cargos, o grau de autoridade, bem como as rotinas de
trabalho. Existem muitas razões para justificar as mais variadas alterações ou desvios daquilo
que foi planejado e organizado, este fenômeno é comum em toda organização humana, pois sempre
aparece alguém procurando modificar ou alterar o que existe, o que, às vezes, é um bem, desde
que beneficie a todos os interessados na organização. Isso no bom, sentido, porque, quando se
trata de levar vantagem com prejuízo para alguém, então a prática é condenável.
¾ Organização das atividades para alcançar clientes de forma melhor e mais rápida
¾ Como decorrência, qualquer processo ou atividade que efetivamente não agregue valor
ap negócio deve ser eliminada.
¾ Porém, as atividades que não agregam valor a uma organização podem agregar a
outra organização
¾ O ambiente dos negócios está testando as empresas, de modo cada vez mais rápido e
somente as mais capazes sobrevivem.
BOTTON
Performance /
resultados
Tempo
GRUPOS FUNCIONAIS
NÍVEIS
FUNCIONAIS
- Pontos importantes:
∗ Agilidade no tratamento eficiente das informações
∗ Agilidade nos processos de tomada de decisão: fecisões eficazes e
implementadas
∗ Equilíbrio na distribuição do poder dentro da organização
NÍVEIS DE Pirâmide
FUNÇÕES Reflexo
social e
cultural
“MUNDOS DA PALAVRAS-CHAVE
ORGANIZAÇÃO”
Político Poder
Poder:
- Equilíbrio nas funções internas e nos fluxos de informação e nos processos de
decisão
- Ser competitivo frente ao ambiente externo
Direção
Planejamento Organização
Controle
É o processo administrativo que traça objetivos de longo prazo, metas e planos de ação,
analisando o ambiente em que a empresa atua, avaliando cenários futuros.
O planejamento significa decidir adiantadamente o que deve ser feito para alcançar
determinado objetivo ou meta. Em uma linguagem simples, planejar é “pensar antes de fazer”.
O planejamento é um fato muito comum. Todos nós vivemos planejando alguma coisa. Orando
pretendemos ir ao centro da cidade com nosso automóvel, planejamos o caminho a ser
percorrido. As donas de casa planejam as refeições da família. Uma festa de formatura é
planejada pêlos diplomados de uma escola. Nota-se, então, que o planejamento é um
comportamento humano muito natural. O mesmo acontece com os administradores de
empresas. Eles estão sempre planejando algo para suas empresas. Convém dizer que, além de
planejar, os administradores organizam. dirigem e controlam as atividades do pessoal que
trabalha sob sua orientação e coordenação.
9 Planejamento específico é aquele que tem um prazo definido para ser alcançado e, atingindo
(ou não) suas metas, é refeito para um novo período. Tem um horizonte de tempo de curto /
médio prazo (em geral 1 ano). É o Planejamento Tático, também denominado
Planejamento Operacional.
Objetivos da empresa
Como vimos anteriormente, as diversas atividades realizadas nas empresas podem ser
agrupadas, em sua essência, em três grandes grupos:
9 OPERAÇÕES
9 PRODUTOS / SERVIÇOS
9 PROJETOS
A palavra "projeto" significa plano, propósito, empreendimento. O projeto visa realizar algo
que ainda não foi feito – algo “novo” – para a empresa.
Por se tratar de um plano para realizar alguma coisa, o Projeto é uma “visão de futuro”.
novos processos;
novas tecnologias;
novas instalações;
b) Aprovação formal;
d) Desenvolvimento / implementação;
g) Funcionamento operacional.
As empresas, de modo generalizado, lidam com um número muito grande de projeto, sejam
comerciais, industriais, agrícolas, pecuários, financeiros, transportes, comunicações e de
serviços de consumo.
Para análise de projetos são utilizadas diversas técnicas, que são estudadas no conjunto de
conhecimento denominado Elaboração e Análise de Viabilidade de Projetos.
Como a própria denominação da técnica esclarece, estamos diante de dois aspectos diferentes,
porém intimamente relacionados:
Elaboração de Projetos;
O segundo aspecto – análise de viabilidade – é tarefa mais complexa, porque muitas previsões
falham devido as variações de toda ordem. Isto não quer dizer que tudo acontece ao contrário das
previsões, ou que os resultados são sempre negativos. Outras vezes, a coisa falha totalmente, mas
nem por isso devemos desacreditar das ciências que contribuíram para a elaboração dos
projetos. Os critérios de avaliação de projetos têm sido os mais diversos. Não é tarefa fácil
descobrir um critério 100% positivos para avaliação de projetos ou planos de qualquer
natureza.
Direção
Planejamento Organização
Controle
Antes de apresentar o conceito de direção temos que lembrar que estamos diante do terceiro
processo administrativo. Nunca poderíamos imaginar que uma empresa, como qualquer
organização, pudesse alcançar seus afins sem uma ordenação diretiva para as mais diversas
atividades e tarefas que devem ser executadas.
A direção significa o meio pelo qual o administrador conduz e coordena o trabalho do pessoal.
Um conceito mais amplo de direção, pode ser enunciado como:
Como se vê, dirigir uma empresa significa conseguir que os funcionários executem as tarefas ou
serviços pelas quais respondem.
Por sua vez, o administrador ou dirigente deve saber orientar e coordenar o trabalho de seus
subordinados, indicando-lhes o que deve ser feito e também como fazê-lo. Isto é o que um
subordinado espera de seu superior.
Talvez deva ser este o motivo pelo qual o capítulo menos desenvolvido dos livros de
Administração é justamente o da direção, mesmo enriquecido com os conhecimentos dos
sociólogos e dos psicólogos.
Quem desempenha o papel de dirigir uma empresa (ou qualquer subdivisão da empresa) deve dar
ordens ou instruções aos subordinados, assunto este que será objeto do próximo item.
As relações entre os que dirigem e os que executam as tarefas (ou serviço), envolvem outros
meios de direção, tais como: as ordens ou instruções, a motivação, comunicação, a coordenação
e a liderança.
ORDENS OU INSTRUÇÕES:
As ordens ou instruções são meios importantes na direção dos funcionários de uma empresa.
Via de regra, as ordens ou instruções são dadas ou emitidas pelos encarregados da direção,
enquanto que ao empregado cumpre executar o que lhe foi determinado.
Podemos dizer que uma ordem ou instrução serve para iniciar, modificar ou cessar uma tarefa ou
serviço.
Dois aspectos principais devem ser mencionados a respeito das ordens de serviços.
QUANTO A AMPLITUDE
Competência de um ou de um
Ordens Específicas determinado grupo de funcionários
QUANTO A FORMA
• QUANTO À AMPLITUDE:
1) Ordens Gerais: São aquelas que envolvem todos os funcionários de uma empresa. Como
exemplo podemos mencionar as novas ordens para entrada e saída da empresa, com a
marcação do ponto em determinadas horas, em virtudes da celebração de acordo de
compensação de horário de trabalho.
• QUANTO À FORMA:
1) Ordens Orais (ou Verbais): Nas empresas pequenas e médias, por uma questão de
simplicidade usam-se, às vezes, tais tipos de ordens. Contudo, podem ser apontadas
estas desvantagens: são passageiras, mal compreendidas e facilmente esquecidas. O
importante, nas ordens transmitidas oralmente ou verbalmente, é a sua cobrança. Isto é, o
dirigente deve, constantemente, indagar do cumprimento da obrigação. Em caso
contrário, à medida que o tempo vai passando, a obrigação deixa de ser feita e a ordem
cai no esquecimento (naturalmente dos dois: do dirigente e do subordinado). Muitas vezes a
ordem continua sendo cumprida, porém sofre alterações.
Em algumas empresas existem formulários próprios para emissão de ordens escritas tomando-se
rotina comum o preenchimento de tal comprovante. No mercado de documentos padronizados
também podemos encontrar estes formulários, bastando comprá-los nas papelarias
especializadas e usá-las à medida que as ordens vão sendo transmitidas aos executores de
serviços.
Encerrando este item, devemos dizer que usamos as palavras ordens e instruções como geralmente
são empregadas na prática; isto é, quando damos uma ordem já incluímos a maneira de fazer a
coisa (instrução); quando expedimos uma instrução determinamos que ela deve ser obedecida
MOTIVAÇÃO:
Para bem dirigir seus subordinados um administrador deve motivar, comunicar, coordenar e
liderar. Estes quatro comportamentos do administrador são importantes no desempenho do pessoal
que está suas ordens.
A motivação humana tem sido objeto especial interesse da psicologia moderna, existindo, por
conseguinte, muitos livros que tratam do assunto, procurando todos eles mostrar arrazoes do
nosso comportamento.
O administrador ou dirigente não pode ignorar a existência desse problema na ação de sue
subordinados, pois é certo que a pessoa que trabalha numa empresa deve ter seus motivos para
assim proceder.
Pelas definições dadas é fácil perceber a complexidade do assunto. Pêlos mesmos motivos as
pessoas reagem diferentemente. O que serve de motivação para uma pessoa não tem a menor
importância para outra. E quanto ao número de motivos? São Poucos? São muitos?
De fato não podemos dizer quantos motivos existem que levam os homens a praticar determinados
atos ou ações. A melhor maneira de abordar o assunto é fazer um resumo ou classificação dos
motivos em quatro categorias:
Concluímos o raciocínio dizendo que a série interminável (diariamente surgem novos motivos)
de motivos que influem na conduta humana são canalizados para os quatro grupos que acabamos
de mencionar.
Passando para o estudo do motivo, do ponto de vista do administrador, podemos afirmar que
ela compreende a criação e condições que proporcionem satisfação ao pessoal que trabalha sob suas
ordens.
Mas não é tarefa simples estabelecer estas condições ou princípios motivadores, justamente
porque o comportamento humano é complexo e nem sempre conseguimos entender a
personalidade do subordinado que, além dos seus problemas pessoais, tem, dentro de si, os motivos
particulares (problemas familiares) e sociais (problemas de suas relações no meio em que vive
quando não está em andamento).
Contudo, existem alguns fatores que influem nas pessoas, fazendo com que elas procedam
favoravelmente aos interesses da empresa. Esses fatores são verdadeiras motivações de trabalho.
Destacamos, a seguir, cinco motivações do trabalho das dez apontadas por um professor norte-
americano:
• Oportunidade de progredir
• Trabalho interessante
• Tratamento humano.
Assim sendo, passemos aos comentários, obedecendo à mesma ordem de apresentação das
cinco motivações.
Melhor Remuneração (bons salários): de um modo geral (porque particularmente nem sempre
isto acontece), podemos dizer que o pagamento de bons ou altos salários constitui boa
motivação para o trabalhador, pois é com o dinheiro financeiro, o qual pode ser aplicado de
duas maneiras:
Projeto e Prestígio Social: Todos nós gostamos de ser "alguém" no meio de pessoas que nos
cercam. Por isso procuramos alcançar certa projeção no meio em que vivemos. Nestas
condições adquirimos, também, prestígio social.
São várias as maneiras peias quais as pessoas conseguem projeção e prestigio dentro de uma
empresa. Às vezes, é um funcionário altamente competente que se projeta na organização e
passa a gozar de grande prestígio, não só na empresa como também fora dela. Outras vezes, a
dedicação, o trabalho honesto, aliado à personalidade do funcionário permite projetá-lo no quadro
de funcionários, passando a ter, depois de certo tempo, grande prestígio entre todos os
integrantes da empresa.
Pode acontecer, também, que uma pessoa trabalhe numa empresa de grande importância e ocupe
um cargo de destaque, percebendo alto salário. Somando-se estas duas circunstâncias, o resultado
é este: prestígio social. Esse prestígio verifica-se principalmente em relação a seus amigos,
conhecidos e vizinhos. Enfim o prestígio social alcançado confere o que se costuma chamar de
bom "status" social.
Trabalho Interessante: Ninguém gosta de fazer o que não lhe agrada. Se for obrigado,
provavelmente o fará mal. O trabalho interessante é um motivo bastante forte para o bom
desempenho do trabalhador. Só assim ele terá prazer em executá-lo, principalmente quando for
um profissional especializado. É inegável que certas tarefas são interessantes de executar que
elas proporcionam verdadeira satisfação aos executantes. Cabe, pois, ao administrador o papel
de tornar agradáveis e interessantes as tarefas de seus subordinados, o que exige,
evidentemente, boa dose de competência.
Tratamento Humano: Hoje é ponto pacífico que o empregado não deve ser confundido com os
equipamentos de produção de uma empresa. Ele é um ser confundido com os equipamentos de
produção de uma. Ele é um ser humano e deve ser tratado com tal. Sua vida não se resume no
que faz na empresa. Tem ele outros interesses que não devem ser ignorados pêlos
administradores. Cuidar desses interesses é, sem dúvida, criar motivações para o trabalhador
desempenhar a contento suas obrigações.
É verdade que eles variam, de pessoa para pessoa, competindo ao administrador verificar caso por
caso. Contudo, citemos alguns exemplos: as relações familiares e sociais, as condições de vida e
de saúde, passatempos favoritos, vida religiosa, aspirações e assim por diante.
Muitas empresas reconhecem esta situação e oferecem aos seus funcionários e seus familiares
assistência médica particular, empréstimos para casos de emergência, financiamentos para
aquisição de casa própria; casas para moradias (com aluguéis reduzidos e descontados em folhas
de pagamentos), jogos e divertimentos etc, tudo isso com a felicidade de mante-los motivados a
continuar desempenhando satisfatoriamente o seu trabalho.
Chamamos a atenção para os anúncios publicados nos jornais oferecendo emprego aos
trabalhadores. Muitos anúncios fazem menção às motivações expostas, com a finalidade de
atrair os candidatos.
COMUNICAÇÃO:
Dois exemplos ajudam a entender de maneira bem simples o que acabamos de dizer:
• Quando um motorista (emissor) liga o pisca - pisca do lado direito de seu automóvel, os
outros automobilistas que estão próximos (receptores) recebem a informação de que ele vai
fazer uma curva à direita. O sinal intermitente á e pisca-pisca é o código utilizado pelo emissor e
decodificador pêlos receptores.
• Quando o Diretor de uma empresa (emissor) transmite uma ordem por escrito a um
subordinado (receptor), este tem a obrigação de cumpri-la. As palavras (e outros dados da
Assim, quando duas pessoas, digamos o dirigente "A" e o funcionário "B", trocam informações,
dizemos que existir dois canais internos (vertical e horizontal). Além das comunicações
internas devemos considerar as comunicações externas (canal extra organizacional) com as:
repartições públicas, bancos, clientes, fornecedores e o público em geral.
Direção
Planejamento Organização
Controle
Ao afirmarmos que, pelo controle, o administrador completa o seu trabalho, evidentemente não
pretendemos dizer que sua função controladora somente aparece no fim de sua atuação. Isto é
válido para fins didáticos (ou teóricos). Na realidade, conforme veremos mais adiante, o controle se
faz sentir durante todo o desempenho do administrador, isto é, durante o planejamento, por
ocasião da organização e muito mais quando dirige o pessoal,
O processo administrativo que consiste em verificar se tudo está sendo feito de acordo com o
que foi planejado e com as ordens dadas, bem como assinalar as faltas e os erros, a fim de
repará-los e evitar sua repetição".
Em face do que acabamos de expor no item anterior, logo se nos deparam algumas características
essenciais de todo processo de controle administrativo.
Além das características de um controle eficiente, conforme quadro acima, não podemos ignorar
algumas classificações do controle, principalmente as mais importantes. Vejamos algumas
delas:
A primeira diz respeito as fase do controle de um serviço administrativo e ela pode ser assim
apresentada:
• Quando do planejamento.
• Quando da execução.
Outra classificação é quanto à duração do controle. A este respeito importa saber que às vezes ele
é contínuo, alcançando todo o tempo, enquanto que às vezes é exercida em datas marcadas ou de
improviso, daí a seguinte classificação:
Por fim temos a classificação do controle quanto ao processo, isto é, quanto à forma de exercê-
lo. São três as etapas, de acordo com a classificação seguinte:
Nem sempre é fácil proceder-se à verificação dos resultados do desempenho com o padrão
estabelecido. Citemos um exemplo: o trabalho de um promotor de vendas (não vendedor) em
seus contatos de relações públicas. Pode-se estabelecer um padrão de trabalho para ele, o qual
será executado fora da empresa. Por mais que mantenha um controle de seu trabalho externo,
torna-se fácil perceber quanto é difícil avaliar totalmente o seu desempenho em face do padrão
estabelecido.
Assim como acontece com um promotor de vendas, o mesmo se verifica com outros serviços
administrativos e com as pessoas encarregadas de sua execução. Nem sempre podemos
estabelecer padrões c também temos dificuldades em avaliar o desempenho dos executantes.
Todavia, sempre que possível, devemos fazer tentativas de um controle eficiente (ou razoável)
para garantia de uma boa administração.
No tocante ao terceiro processo do controle, a correção dos desvios tem por fim modificar os
planos (ou padrões) ou serviços, alterar os objetivos, ou então, se for o caso, designar novos
funcionários para a execução, selecionar ou treinar outros trabalhadores, ou, ainda, em última
instância, contratar novos empregados em substituição aos antigos, que se revelaram incapazes
de satisfazer os padrões de trabalho que foram estabelecimentos.
O número de padrões varia muito de empresa para empresa. Ainda mais, à medida que o tempo
vai passando, com o progresso em todos os setores, novos tipos de padrões vão surgindo. Novos
meios de controle também são estabelecidos.
A fim de citar alguns tipos de padrões, vamos recorrer à classificação de dois autores que apontam
cinco os tipos de padrão frequentemente usados nas práticas:
1. Padrões físicos:
2. Padrões de custo;
3. Padrões de capital;
4. Padrões de receita;
5. Padrões imponderáveis.
Os padrões físicos não são expressos em termos monetários (ou dinheiro). Eles estão ligados à
produção das empresas, e podem ser quantitativos (homens-hora por unidade de produção,
unidades de produção por máquinas-hora, etc.) ou qualitativos (firmeza de cor em tecidos,
sabor em certos produtos ou mercadorias, durabilidade de determinados artigos de consumo,
etc).
Os padrões de custo são expressos em termos monetários (ou dinheiro) e estão diretamente
ligados à produção. Trata-se, em última análise, do custo de produção, principalmente da
matéria-prima e da mão-de-obra empregada no processo de produção. Os padrões de custo
podem ser estabelecidos antecipadamente (calculando-se quanto vai custar o consumo de
matéria-prima e de mão-de-obra) para se alcançar determinada produção de mercadorias (o total
produzido).Usa-se, em Contabilidade, o chamado custo "Standard" (ou custo-padrão), que é um
Como se sabe, o balanço geral de uma empresa revela os resultados alcançados pelo
desempenho do administrador e aí podemos ter (no balanço) um padrão que mostra o retorno do
capital investido no negócio. Uma análise desse padrão (ou do balanço) pode fornecer inúmeras
informações necessárias ao trabalho do administrador. Essa análise deve ser feita,
preferencialmente, reunindo os dados de vários balanços, digamos de três ou cinco anos, para
que se posa fazer uma fiel interpretação de seus dados e avaliar o que foi conseguido pela
atuação dos administradores.
ECONOMIA DO CONHECIMENTO
Exemplos:
∗ O acesso à informação é livre (Internet)
∗ Lata de refrigerante (20% metal + 80% tecnologia)
∗ Produção de banana (Brasil) – 1 hectare produz mais 75% do que há 25
anos)
∗ Nível de emprego:
Agricultura Indústria Serviços
1920 26,3% 35,5% 38,2%
1990 2,8% 25,3% 71,9%
TENDÊNCIAS
Detalhando características das organizações na Sociedade do Conhecimento, os métodos
“tradicionais” de administração estão em xeque:
1. KNOWLEDGE BUSINESS:
Inteligência Empresarial
http://www.kanitz.com
Volta às Aulas
Stephen Kanitz
Jamais esquecerei o meu primeiro dia de aula na Harvard Business School. No dia
anterior recebemos 90 páginas descrevendo três problemas administrativos que haviam
ocorrido anos atrás em empresas verdadeiras. Tínhamos 24 horas para tomar uma série
de decisões, utilizando as mesmas informações disponíveis da diretoria da época. Era um
problema por matéria, 3 matérias por dia.
O primeiro caso do dia tratava-se de uma empresa controlada por dois irmãos, bem
sucedida por trinta anos, até o dia em que um deles se desquitou e casou com uma moça
vinte anos mais jovem. Esse pequeno fato desencadeou uma série de problemas que
afetava o desempenho da empresa. Nós éramos os consultores que teriam de sugerir
uma saída.
Esse sistema é conhecido por ensino centrado no aluno e não no professor. Tanto é que,
minha grande frustração foi ter os melhores professores de administração do mundo,
mas que ficavam na maioria das aulas, simplesmente calados. Curiosamente, falar em
aula era uma obrigação, e não o que em geral acontece em muitas escolas secundárias
brasileiras, em que essa atitude é passível de punição.
Outra descoberta chocante foi constatar, que a maioria dos famosos livros de
administração de nada serviam para resolver aquele caso. Nenhum capítulo de Michael
Porter trata especificamente de 'problemas de desquites em empresas familiares', um
fato mais comum nas empresas do que se imagina.
A maioria das decisões na vida é de problemas que ninguém teve que enfrentar antes, e
sem literatura pré-estabelecida. Estamos sozinhos no mundo com nossos problemas
pessoais e empresariais. Quão mais fácil foi a minha vida de estudante no Brasil, quando
a obrigação acadêmica era decorar as teorias do passado de Keynes, Adam Smith e Peter
Drucker, como se fossem livros de auto-ajuda para os problemas do futuro.
Estavam ensinando por meio de uma metodologia inédita na época (1972), o que poucas
escolas e faculdades fazem até hoje: ensinar a pensar.
Em nada adianta ficar ensinando como outros grandes cérebros do passado pensavam.
Em nada adianta copiar soluções do passado e achar que elas se aplicam ao presente.
Num mundo cada vez mais mutável, onde as inter-relações nunca são as mesmas,
ensinar fatos e teorias será de pouca utilidade para o administrador ou economista de
hoje.
Ensinar a pensar também não é tão fácil assim. Não é um curso de lógica, nem uma
questão de formar uma visão critica do mundo achando que isto resolve a questão. Sair
criticando o mundo, contestando as teorias do passado forma uma geração de
contestadores que nada constrói, que nada sugere.
Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-
graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele
ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em
Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.
Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O
estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o
professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia
de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram
que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início
das aulas.
O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa
gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia
comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso
terminava com uma análise do presidente sobre a situação.
O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo
que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma
pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado
de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo
"Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de
marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas
do tipo "Quem descobriu o Brasil?".
Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que
precisam ser respondidas ao longo da vida.
Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de
São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em
minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.
Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão
muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto
como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por
comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.
Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as
questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser
apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.
Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos
em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não
os que repetem suas melhores aulas.
Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais
perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos
solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode
cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados.
Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez
definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a
ser encontrada.
Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair
arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não
são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.
Editora Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18
A Austrália que foi colônia penal do império britânico, não possui índices de corrupção
superiores aos de outras nações, pelo contrário. Nós brasileiros não somos nem mais
nem menos corruptos que os
japoneses, que a cada par de anos têm um ministro que renuncia diante de denúncias de
corrupção.
Somos, sim, um país onde a corrupção, pública e privada, é detectada somente quando
chega a milhões de dólares e porque um irmão, um genro, um jornalista ou alguém
botou a boca no trombone, não por um processo sistemático de auditoria. As nações com
menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais
formados e treinados. A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000
habitantes. Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro
ou quando ainda é pequena. O Brasil, país com um dos mais elevados índices de
corrupção, segundo o World Economic Forum, tem somente oito auditores por 100.000
habitantes, 12.800 auditores no total. Se quisermos os mesmos níveis de lisura da
Dinamarca e da Holanda precisaremos formar e treinar 160.000 auditores.
Bons salários e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar,
mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e
nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Nos últimos nove anos, os salários de
nossos auditores públicos e fiscais têm sido congelados e seus quadros, reduzidos - uma
das razões do crescimento da corrupção. Como o custo da auditoria é muito grande para
O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem
impede o outro de ganhar roubando. Há quem diga que não é papel do Estado produzir
petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao
álcool. Não serão intervenções cirúrgicas (leia-se CPIs), nem remédios potentes (leia-se
códigos de ética), que irão resolver o problema da corrupção no Brasil. Precisamos da
vigilância de um poderoso sistema imunológico que combata a infecção no nascedouro,
como acontece nos países considerados honestos e auditados. Portanto, o Brasil não é
um país corrupto. É apenas um país pouco auditado.
Publicado na Revista Veja, edição 1600, ano 32, nº 22, de 2 de junho de 1999, página 21
Uma das frases mais infelizes proferidas por Peter Drucker, o badalado guru internacional
de administração, é: "Marketing é tudo aquilo que se faz numa empresa para tornar
vendas desnecessárias". Provavelmente, Drucker se referia ao esforço de pré-venda, mas
levaram sua idéia ao extremo.
Ninguém acha mais necessário vender à moda antiga, mostrando os detalhes do produto,
suas funções e qualidades, ou respondendo às perguntas dos clientes. Para quê?
Segundo a lógica vigente, com um bom diretor de marketing a empresa contratará uma
brilhante agência de propaganda, que elaborará uma fantástica campanha de televisão,
que por sua vez fará a cabeça dos consumidores, que arrombarão as portas dos
supermercados, pegarão o produto direto da prateleira e o levarão sem questionamento
ao caixa para o devido pagamento. Não há mais necessidade de vendedor. E a próxima
etapa da estratégia já está em curso: eliminar até o supermercado ou o "ponto-de-
venda" e passar a "vender" tudo pela internet. Nem o contato com o cliente será mais
necessário.
Noventa e nove por cento dos sites de comércio eletrônico nem foto de seus produtos
oferece – no máximo uma 3 por 4, feita de um lado só. Eles não têm telefone para tirar
dúvidas antes da compra. É de propósito, pois não querem lhe vender nada, só querem
que você compre tudo. Quando existe o telefone, não existe a telefonista. Em seu lugar,
computadores, que mandam você apertar 1, 2, 3, 4 ou 5 para falar com ninguém.
Mesmo as lojas especializadas, que vendem todos os produtos de um segmento
específico, simplesmente disponibilizam uma enorme variedade de alternativas
concorrentes, mas a maioria dos vendedores não tem a menor idéia das diferenças entre
elas. Eles torcem para que "vendas sejam desnecessárias" e para que você não faça
nenhuma pergunta complicada.
Talvez essa seja a razão da queda da publicidade na maioria dos jornais e na televisão.
Nem nossos comerciais sabem mais vender o produto, só sabem criar emoções,
sensações positivas, marcas "amigas" ou "socialmente responsáveis". Vender o produto é
hoje considerado démodé. A impressão que o consumidor tem é a de que todo produto é
exatamente igual, o que muda são as "emoções" escondidas nos anúncios. Vende-se um
estilo de viver, uma atitude perante a vida, mas o produto em si, nem pensar. Eu já ouvi,
de um famoso publicitário, que empresas não deveriam mais vender o seu produto, mas
sim a sua responsabilidade social. "Tem muito mais emoção", disse ele. A que ponto
chegamos!
Por isso tem tanto consumidor confuso por aí, por isso há tanta gente postergando
consumo, sem saber que produto comprar, como decidir entre as dezenas de
alternativas, sem a informação necessária para avaliar.
Sempre recomendo aos filhos dos meus amigos que façam um curso de técnicas de
vendas, qualquer que seja a profissão que pretendam seguir. Aqueles cursos bem pé-no-
Se a sua empresa não está crescendo, talvez o problema não seja a política econômica
do ministro Palocci, a taxa de juros ou o câmbio. Provavelmente você é mais um
daqueles que se esqueceram de que vendas é tudo aquilo que é preciso fazer para que
uma venda seja concretizada.
Editora Abril, Revista Veja, edição 1902, ano 38, nº 17, 27 de abril de 2005, página 18
Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas
idéias.
Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.
Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa
e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar
os burocratas.
* Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não
se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.
* Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para
colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos
economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma
promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
* Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o
detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-
a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a
maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.
Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa
de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes
idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e
intelectuais, professores - entre os quais me incluo - morrem pobres.
Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas próprias idéias teria parado no
Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros - dizem as
más línguas que até copiou algumas.
Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para
devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive
mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica,
mesmo que seja menos rentável.
Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração
ou tenha como sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no
fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um
pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de
modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das
iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa,
só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.
Editora Abril, Revista Veja, edição 1572, ano 31, nº 45, 11 de novembro de 1998, página
22
Raul Candeloro
Se fizermos uma lista das características dos empresários, executivos ou pessoas vencedoras
em geral, acabaremos com uma lista que se parece muito com a descrição de um super-herói.
Para vencer com o ambiente que nos rodeia, só um super-herói mesmo.
Acontece que estamos acostumados a super-heróis com super-poderes, roupinhas justas em
corpos musculosos, capas coloridas esvoaçantes e botinhas de gosto duvidoso. Então ninguém
acha que é um super-herói nós não voamos, não subimos em paredes nem temos visão raio-x.
Super-heróis são sempre os outros uma coisa distante que vemos em revistas ou na televisão.
Mas o heroísmo é uma coisa muito comum: acontece todos os dias, do nosso lado, e não
reparamos. Aliás, muitas vezes nem valorizamos. Pais que criam seus filhos de maneira
equilibrada, mesmo com todo o desequilíbrio à nossa volta: são heróis. Alguém que tem um
problema grave de saúde, luta pelasua recuperação e continua tendo uma vida produtiva: é
uma heroína. Alguém que perde tudo, começa novamente, tropeça e finalmente consegue
vencer: é mais um herói.
Heroísmo não tem nada a ver com capas, poderes ou músculos. Minha definição de herói
moderno é o McGyver. O McGyver entra numa sala e todas as portas se trancam. A sala
começa a se encher de água e ele obviamente vai morrer afogado. Enquanto a maioria das
pessoas começaria a se lamentar, reclamando da vida e de como a água está fria, o McGyver
procura um clipe, um chiclete e um barbante. E foge.
É uma questão simples de foco. Heroísmo é ter o foco na solução, não no problema. É usar
todos os recursos disponíveis para resolver esse problema. É procurar o clipe (e tem sempre
um clipe) enquanto todos reclamam da água fria subindo.
Se você perguntar para qualquer líder qual é o bem mais valioso da sua empresa, ele
provavelmente vai responder que é sua equipe de funcionários, e que a cultura organizacional
desenvolvida pela empresa é uma forma de vantagem competitiva. Algo como o jeito que
fazemos as coisas aqui. Todo mundo acha que seu jeito é o certo e raramente querem mudar a
não ser que se comece a perder dinheiro. Aí é um deus nos acuda, onde não existem mais
regras tudo pode mudar.
Mas é interessante notar que mesmo dentro da própria empresa existem vários graus de
motivação e comprometimento. Na verdade, existem muitas vezes pessoas ou departamentos
inteiros que, de tão desmotivados, são uma força subversiva a favor da concorrência.
Logo, podemos concluir que não existe apenas uma cultura dentro de uma empresa existem
várias. Algumas trabalham a favor, outras contra, outras não ajudam nem atrapalham.
Se todo mundo concorda que o capital humano ou intelectual é o principal diferencial
competitivo dos próximos anos, então qualquer líder que se preze teria que, naturalmente,
Um dos méritos desta “lei de Metcalfe” foi se contrapor a uma visão linear do mundo, muito
comum na nossa cultura. Se temos uma pequena fazenda e vendemos queijo, nossa
expectativa de crescimento é linear: um aumento de 10% na nossa base de clientes nos gera
uma expectativa de crescer 10% em nossas vendas. No mundo em que fomos educados a
viver é assim que as coisas funcionam. Será?
Identificar este ponto de inflexão, a partir do qual a rede ganha “momentum” e passa a ter um
crescimento exponencial é matéria para muitos estudos. Dois economistas americanos (Art De
Vany e David Walls) realizaram um interessante estudo sobre a imprevisibilidade do show
business americano. Eles acompanharam a venda de ingressos de 9 filmes novos e
descobriram que a única variável significativa para se prever o sucesso de um filme é a sua
performance na semana anterior. Nada mais parece ser significativo: gênero de filme, atores,
orçamento,... Quanto
mais vender ingressos na semana anterior mais ele vende na semana seguinte! É a lógica do
boca-a-boca.
Por que “todo mundo” usa Windows, Word e PowerPoint? Resposta: porque todo mundo usa
Windows, Word e PowerPoint... Ninguém quer ficar fora do padrão, até porque isto seria anti-
econômico. O curioso é que a própria Microsoft está agora provando deste remédio. Cada vez
mais pessoas estão migrando para o Linux e produtos com arquitetura aberta (o OpenOffice é
totalmente compatível com arquivos Microsoft, é cada vez mais confiável, é de graça, e está
tomando o mercado!).
O caso dos sistemas de videocassete Betamax e VHS também ilustra este fenômeno. A Sony
desenvolveu a tecnologia Betamax, considerada muito melhor que o sistema VHS: grava com
melhor qualidade, em menos espaço. A Sony resolveu adotar uma estratégia tradicional, típica
da sociedade industrial: só ela fabricava videocassete Betamax. Sua concorrente adotou uma
outra estratégia. Resolveu criar uma rede de fabricantes espalhados em todo o mundo. Fez
mais: procurou os produtores de Holywood e fechou um contrato cedendo gratuitamente a
tecnologia VHS para fazerem vídeos com os grandes filmes de Holywood, como O vento
levou, Jornada nas estrelas, etc.
O resultado das duas estratégias é bem conhecido. A tecnologia VHS venceu! Hoje, todos os
videocassetes residenciais são VHS e a própria Sony fabrica videocassete VHS, pagando
royalties para a concorrente.
Que conclusões e estratégias de atuação podemos sugerir a partir desta segunda “lei”?
- Preocupe-se com as externalidades da rede. Que valores você está criando para os membros
da rede? Não apenas os valores internos, intrínsecos à rede. Ao perceber que as pessoas não
querem "videocassetes" mas "assistir aos filmes", a concorrente da Sony procurou quem fazia
filmes e permitiu que eles ganhassem mais dinheiro vendendo fitas de vídeo. Trouxeram os
produtores de filmes para a SUA rede de valor, aumentando o valor da rede e se tornando o
único fabricante de videocassete;
Na década de 30, Ford dizia que todos podiam ter o carro da cor que quisesse, desde que fosse
preto. Naquela época, o consumidor tinha que se adaptar ao que a indústria era capaz de
produzir. Hoje, a regra mudou.
3ª “lei”: Personalização em massa: Todo mundo pode ter o carro da cor que quiser.
Ponto!
Para mostrar que estão antenadas com seu tempo e que não estamos mais na era da produção
fordista, quase todas as empresas têm hoje uma linha de produtos para diferentes públicos. Os
bancos, as empresas telecom, e as TVs possuem, normalmente, 2 ou 3 pacotes, um para cada
“segmento de mercado”: especial, exclusivo, VIP, etc.
A pergunta que faço é por quê SÓ 3 ou 4 pacotes????? Por quê não tratar CADA CLIENTE
como um “segmento de mercado”? A Net deveria ter 4.345.456 “pacotes” diferentes, um para
cada Cliente! As empresas de telefonia, ao invés de venderem assinatura, deveriam vender
serviços personalizados. Não apenas 2 ou 3 tipos mas uma infinidade deles! É o que estão
fazendo,
aliás, estas empresas no Japão. Hoje é a indústria que tem que se adaptar ao que o consumidor
deseja. A regra é: todo mundo pode ter (ou deveria ter) o produto que quiser. E ponto final!
Um dos fatores que contribuíram para o sucesso da Dell foi a possibilidade dos seus clientes
comprarem um computador configurado de acordo com suas necessidades. A partir de
algumas perguntas no site sobre o uso planejado da máquina, o cliente configurava (com
ajuda de um sistema) a máquina de seus sonhos e não a configuração mais cara. Se ele ia
digitar textos
porque ter um vídeo de alta resolução? O cliente fazia o trabalho de configurar e comprar seu
micro. A Dell recolhia esta informação, vendia e entregava a máquina procurando sempre
atualizar o cliente, sugerindo melhorias personalizadas de tempos em tempos.
Da mesma forma, quase todos os bancos permitem você configurar a sua página na Internet
para acessar os serviços que você mais usa. (Um parênteses: No internet banking você faz o
papel do caixa, usa o seu computador, a sua impressora, paga o acesso à Internet, o banco
economiza
funcionários, equipamentos, espaço físico e ainda quer cobrar por este “serviço”! Um
absurdo!!!! Outro dia voltamos a falar disso...).
Se no caso da Dell ainda existe uma limitação física para as diferentes combinações possíveis,
na economia digital este limite praticamente deixa de existir. Não está longe o dia em que
poderemos assistir ao filme que quisermos, na hora que quisermos. Perderá todo o sentido
recebermos uma
Com a música já está acontecendo isso! Minha filha e o filho da minha mulher escolhem as
músicas que querem ouvir, baixam da Internet e gravam seu próprio CD. Eles constroem seus
produtos.
Perde quem insistir em fechar os olhos para ela. As gravadoras de disco (ou de CD?) perderão
se continuarem a achar que vão impedir o fim de seus negócios colocando um guarda na porta
de cada casa de adolescente ou contratando advogados. Claro que a pirataria deve ser
combatida. É uma questão ética e de respeito ao direito autoral. Mas o foco não pode ser
policialesco. Deveriam focar suas energias na busca de alternativas, de novos modelos de
negócio.
Além disso, a “velha” economia continuará a conviver com a nova por algum tempo. Embora
os restaurantes indianos na Inglaterra empreguem mais gente que as minas de carvão e a
indústria naval combinadas, em todo o mundo (The Times, 18 de maio de 2000), as indústrias
tradicionais sobreviverão ainda algum tempo. A questão é: quanto tempo?
Quem vai ganhar serão, provavelmente as empresas que estiverem atentas às "leis" da nova
economia, que criarem espaço para seus clientes atuarem como parceiros e co-autores de seus
próprios produtos e serviços. A idéia central é que só existe um produto ou serviço na
interseção entre as necessidades e desejos dos clientes e na capacidade de produção de uma
empresa. Conmo a distinção entre estas duas funções (produtor e consumidor) está ficando
cada vez mais fluida, terá sucesso quem conseguir promover este encontro da melhor forma
possível.
É um caminho novo, que está sendo construído durante a caminhada, mas que me parece
irreversível. Para os descrentes e céticos, lembro que em junho de 2000, logo após o estouro
da bolha das empresas pontocom, a conceituada empresa Lehman Brothers publicou um
relatório sugerindo que a Amazon.com estava há menos de um ano do seu fim... Foi a deixa
para que diversas pessoas anunciassem o fim do e-commerce!
Hoje ninguém mais duvida que ou uma empresa compreende a nova lógica e embarca na
economia digital ou não será uma empresa em 2010...
Conceitos
Dados
Dados são uma seqüência de símbolos (letras ou números). Um texto (Paris), números (17),
fotos, figuras, sons, são exemplos de dados. Dados podem ser descritos, armazenados e
manipulados por computadores.
Informação
Informação são dados contextualizados. Por exemplo, a frase "O inverno em Paris começa em
dezembro" é um exemplo de informação (um conjunto de caracteres dentro de um
determinado contexto). As informações também podem ser armazenadas e manipuladas por
computadores.
Uma diferença fundamental entre dado e informação é que o primeiro é puramente simbólico
enquanto que o segundo tem significado.
Conhecimento
Dados e informações podem ser armazenados, manipulados e processados pelos
computadores. Com o conhecimento isto não acontece. O conhecimento é algo pessoal,
vivenciado por alguém. Não pode ser armazenado nem processado por computadores. Só
pelas pessoas.
O conhecimento é usado pelas pessoas para se tomar uma decisão ou praticar uma ação.
Assim, é absolutamente errado falar de um "portal do conhecimento" em um computador. Em
computadores só temos base de dados ou de informações. Se a informação está, como já
dissemos, associada à semântica (ou ao significado), o conhecimento está associado à prática,
à ação.
Conhecimento explícito
O conhecimento explícito é o que conseguimos transmitir em linguagem formal e sistemática.
É o conhecimento que pode ser documentado em livros, manuais ou portais ou transmitido
Conhecimento tácito
O conhecimento tácito, ao contrário, é o que temos, mas do qual não temos consciência. É
pessoal, adquirido através da prática, da experiência, dos erros e dos sucessos, difícil de ser
formulado e transmitido de maneira formal.
Uma mesma receita de quindim (conhecimento explícito), por exemplo, pode gerar resultados
bem diferentes, dependendo da experiência e sensibilidade de quem a executa. Isto acontece
porque a realização do quindim envolve também um conhecimento tácito, pessoal.
Conhecimento implícito
O conhecimento implícito é um conceito mais recente e que serve para descrever um
conhecimento que, embora ainda não tenha sido documentado, é passível de o ser. É
conhecimento que possuímos e somos capazes de transmitir de forma mais ou menos
assistida. Na verdade, é conhecimento que pode ser explicitado mas ainda não foi.
Exemplo: O caminho entre o local de trabalho e moradia não está registrado em nenhum
lugar. Mas você pode desenhar um mapa e/ou explicar à sua amiga como chegar lá. Este
conhecimento está implícito: não está documentado mas pode ser, caso você se disponha a
fazê-lo.
Gestão do Conhecimento
Segundo Karl Sveiby, a gestão do conhecimento é a arte de criar valor a partir dos ativos
intangíveis da organização. Já para o Gartner Group, ela é "uma disciplina que promove,
com visão integrada, o gerenciamento e o compartilhamento de todo o ativo de informação
possuído pela empresa. Esta infromação pode estar em um banco de dados, documentos,
procedimentos, bem coimo em pessoas, através de suas experiências e habilidades".
Inteligência Empresarial
O conhecimento é o principal componente no processo de criação de riqueza. Sua gestão é
uma necessidade para que as organizações obtenham sucesso nesta nova sociedade. Mas a
gestão do conhecimento, embora necessária, não é suficiente. Sem capacidade de inovar -
criar novos produtos e serviços, novos mercados, exportar e empreender negócios, nenhuma
empresa se tornará líder em seu setor ou mesmo conseguirá sobreviver.
Marketing Social
É a gestão estratégica do processo de introdução de inovações sociais, a partir da adoção de
novas atitudes, comportamentos e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos
éticos, fundamentadas nos direitos humanos e na eqüidade social. O marketing social é,
atualmente, uma das ferramentas mais aplicadas na gestão de projetos e programas sociais.
Mercado
É o grupo de compradores reais e potenciais de um produto ou serviço (KOTLER, P. et. al.).
Pode ser segmentado em razão do produto ou serviço (mercado de grãos, de automóveis, de
assistência médica, etc.), da natureza do consumidor (mulheres, jovens, usuários de serviços
bancários) e da localização (praças do Rio de Janeiro, São Paulo, etc.)
ONG
Organização Não-Governamental. É definida como uma entidade privada, sem fins
lucrativos, de interesse público, e que não está vinculada a nenhum órgão do governo. Essa
denominação foi utilizada pela primeira vez pelo Ecosoc (Conselho Econômico e Social das
Nações Unidas), em 1950.
Primeiro Setor
É composto pelas organizações que representam o governo, tanto no âmbito municipal,
estadual como no federal.
Segundo Setor
De acordo com definição da ANDI, é o setor ocupado pelas empresas privadas, que são
organizações de direito privado e que atuam com fins lucrativos.
Terceiro Setor
Constituem o Terceiro Setor as organizações de direito privado e sem finalidades lucrativas
que geram bens e serviços de caráter público e desenvolvem atividades com eventual impacto
político, social, econômico e cultural.
Nas Empresas
Basta comparar a lista das 50 maiores empresas mundiais em 2003 com a mesma
lista em 1950 para se constatar que um verdadeiro furacão vem transformando radicalmente o
mundo dos negócios. Processos produtivos baseados em terra, capital, mão-de-obra, energia e
matéria prima vêm perdendo espaço para novos modelos de produção intensivos em
informação e conhecimento. A produtividade do conhecimento é a principal preocupação dos
gestores do século XXI. Pioneiro na introduçao da gestão do conhecimento no Brasil, o Crie
pretende contribuir para o sucesso das empresas brasileiras nesta nova sociedade.
Na Área Pública
Num mundo onde, pela primeira vez, o conhecimento se tornou o principal fator de produção,
as empresas precisam se transformar radicalmente para ter sucesso nesta nova realidade. Se
isto é verdade para as empresas, o que dizer dos governos e instituições públicas? Estas, em
geral, não produzem bens físicos mas informação e serviços. São verdadeiras organizações do
conhecimento, embora continuem a ser administradas com métodos e processos da era
industrial. A gestão do conhecimento no setor público é uma das áreas prioritárias de atuação
do Crie.