Você está na página 1de 81

IMPORTANTE:

As páginas a seguir são seleções feitas em sites de


internet, documentos enviados por email através de
amigos ou conhecidos ou obtidos através do Orkut.
Nenhum texto contém direitos autorais, ou pelo
menos eu não achei, por tanto, use, copie, divulgue!
Mande para seus amigos.

Nas páginas a seguir:

52 histórias infantis

Muito mais conteúdo em:


Http://wata-eh-legal.blogspot.com
Tudo isso e muito mais em:
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
ÍNDICE

Página
01 - A Boa Idéia de Suzana............................................................................................................ 04
02 – A Exposição de Flores de Guilherme..................................................................................... 05
03 - A História de Duque................................................................................................................ 05
04 - A História de Estela................................................................................................................. 07
05 - A Honestidade de Henrique..................................................................................................... 08
06 - A Menina que Falou a Verdade............................................................................................... 11
07 - A Menina que se Tornou Grande............................................................................................. 11
08 - A Promessa de Paula............................................................................................................... 13
09 - A Resposta de Deus................................................................................................................. 15
10 - A Vingança do Indígena.......................................................................................................... 17
11 - Amor Suficiente Para Todos.................................................................................................... 19
12 – Arteiro..................................................................................................................................... 20
13 - As Estrelas São Para Nos Guiar.............................................................................................. 21
14 - As Mãos de Minha Mãe........................................................................................................... 23
15 - Carlinhos Muda de Opinião..................................................................................................... 24
16 - Davi e as Panelas Novas.......................................................................................................... 26
17 - Fidelidade Recompensada....................................................................................................... 28
18 - Filho de Alguém...................................................................................................................... 29
19 - Gelo, Neve e anjos................................................................................................................... 30
20 - História de Um Chinês............................................................................................................. 31
21 - Inundação na Floresta.............................................................................................................. 32
22 - Joãozinho e os Fósforos........................................................................................................... 34
23 - Mãe de Verdade....................................................................................................................... 36
24 - Mãos Através do Campo de Trigo........................................................................................... 37
25 - Meia Hora de Vida................................................................................................................... 39
26 - Nancy e as Flores..................................................................................................................... 41
27 - O Barco Quebrado................................................................................................................... 42
28 - O Custo de Uma Desobediência.............................................................................................. 43
29 - O Fiel Tupí............................................................................................................................... 44
30 - O Lema de Judite..................................................................................................................... 45
31 - O Melhor Caminho.................................................................................................................. 47
32 - O Nome Gravado no Braço de Ramon.................................................................................... 48
33 - O Prato de Comida para Pássaros............................................................................................ 49
34 - O Que Merece Ser Feito.......................................................................................................... 49
35 - O Sacrifício Supremo.............................................................................................................. 51
36 - Oito Minutos............................................................................................................................ 52
37 - Os Caminhos do Senhor.......................................................................................................... 53
38 – Perdão..................................................................................................................................... 55
39 – Perdidos................................................................................................................................... 56
40 - Perseguido Por um Leopardo................................................................................................... 57
41 - Posso Fazer Qualquer Coisa.................................................................................................... 58
42 - Preparado Para a Volta de Jesus.............................................................................................. 59
43 - Sabes Mandar.......................................................................................................................... 60
44 - Sementes de Abóbora Revelam um Segredo........................................................................... 62
45 – Silky........................................................................................................................................ 63
46 - Sundar e a Roda de Oração...................................................................................................... 65
47 - Um Bom Amigo...................................................................................................................... 67

Tudo isso e muito mais em: 2


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
48 - Um Estranho na Janela............................................................................................................ 68
49 - Um Jovem de Fibra.................................................................................................................. 70
50 - Uma Estrada Com Pagamento de Pedágio.............................................................................. 71
51 - Uma Voz Desconhecida.......................................................................................................... 73
52 - Valeu a Pena Obedecer............................................................................................................ 74

1 - A BOA IDÉIA DE SUZANA

A história que segue mostra como Suzana escolheu fazer o que agrada a Jesus.
Suzana olhou alegremente ao seu redor e para os pequenos convidados. – Faço sete anos hoje!
Disse ela. Dentro de um ou dois minutos abrirei meus presentes de aniversário. Então encontrarei
o relógio de pulso que o papai e a mamãe prometeram dar-me, quando eu fizesse meu sétimo
aniversário!
Suzana desatou fitas azuis, fitas amarelas, fitas cor-de-rosa – um verdadeiro arco-íris de fitas.
Quão interessante era ter uma festa de aniversário!
- Trouxe-te um jogo para limpeza de casa de verdade! E Leti sorriu para Suzana, enquanto os
negros cachos lhe dançavam pela face. – Olha, Sue! Leti ajudou Suzana a desembrulhar o
pequenino esfregão para a limpeza do pó, o vidrinho com óleo para a limpeza de móveis, e foi
Leti quem colocou em Suzana o lindo aventalzinho estampado de flores alegres. Até havia um
pequeno espanador, e uma vassoura!
- Você agora pode arrumar seu próprio quarto, Suzana, disse-lhe a mãe, sorrindo.
Suzana acenou com a cabeça.
Ajudar a mamãe agora seria coisa realmente bem interessante.
Tinha somente mais um presente a desembrulhar e esse devia ser o relógio de pulso. Havia
numa caixa cor-de-rosa e prateada. Havia realmente um relógio! E aí Suzana viu Nete, com seu
engraçado narizinho chato, espreitando pelos vãos da cerca. Neti parecia estar fazendo o possível
para não chorar! Não vou convidar Neti Almeida, vai se desfazer em pranto e molhar todos os
meus presentes, e portar-se mal, dissera Suzana a sua companheira predileta Leti. Esta
concordara com ela...
Suzana voltou as costas para a cerca, e fez de conta que Neti fora embora. Começou a brincar
de “lenço-atrás” com as outras crianças, mas, por mais que fizesse, não podia achar graça no
brinquedo. Não, não havia graça alguma. Até Leti não demonstrava vontade de brincar, e olhava
triste para Neti.
Durante toda a manhã Suzana excluíra Neti da mente. No dia anterior, quando sua mãe lhe
dissera bondosamente: - Querida Suzana, não gostaria você que Neti tomasse parte, amanhã, na
sua festinha de aniversário? Suzana batera o pé e dissera: “Não!”.
A mãe estivera muito ocupada, fazendo os bolos para a festinha, e arranjando os brinquedos e
outras coisas, mas parara para dizer: - Temo que você magoe Neti, Suzana. Bem sei que lhe
prometi que poderia escolher os companheiros que desejava que viessem no seu aniversário, mas
não seria melhor que qualquer hora, hoje, você desse um pulo e convidasse Neti? Ela,
certamente, não assiste a muitas festas de aniversário, e haveria de gostar bastante se a
convidasse. Não espere que lhe traga um presente, querida, porque seus pais são muito pobres.
Tão ocupada estava a mãe de Suzana com os planos da festinha, que se esqueceu de Neti,
justamente como Suzana esperava que acontecesse.
- Convidou Neti? Perguntou-lhe a mãe. (Suzana pendeu a cabeça e corou de vergonha, pois ela
e Leti haviam rasgado o lindo cartão cor-de-rosa do convite reservado para Neti.) Confiei na

Tudo isso e muito mais em: 3


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
minha pequena, senão eu mesma tê-la-ia convidado, disse gravemente a mãe de Suzana,
demonstrando estar bem triste.
Suzana sentiu-se muito mal. Ali estava ela, com os presentes empilhados ao seu redor e o belo
relógio de pulso no braço a fazer tique-taque, mas não tinha nem um pouco de alegria. Nem um
pouco! Suzana sentiu como se fosse a menina mais infeliz do mundo, pois repentinamente vira
quão egoísta tinha sido, quão falta de bondade para com Neti. Todos podiam ver Neti
choramingar agachada atrás da cerca, procurando ver a mesa de aniversário!
Foi nesse momento que Suzana teve a boa idéia.

Tudo isso e muito mais em: 4


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Girou velozmente, e correu o mais depressa possível até o passeio e ao redor da cerca, até
encontrar Neti. – Venha para a festa! Suzana tomou na sua à mão de Neti, apertando-a com
satisfação. Quão bem se sentia agora!
- Vou dar-te o meu aventalzinho branco. Neti quero dizer que será seu mesmo... Já fiz sete anos
hoje; sete, realmente! E Suzana meditava, enquanto cortava um pedaço do bolo de aniversário
para Neti. “Não posso continuar a ser mesquinha para ninguém, porque estou quase moça!”.

02 - A EXPOSIÇÃO DE FLORES DE GUILHERME

Guilherme, um dia, foi com sua escola visitar uma exposição de flores. Era muito divertido sair
com os professores e com as outras crianças. Guilherme deu a mão para seu melhor amigo e para
algumas outras mamães, e os professores também estavam ali junto com eles.
Quando voltou para casa, Guilherme contou para a mãe tudo o que tinha visto na exposição de
flores. Ele contou que tinha visto flores azuis, flores cor-de-rosa, e flores amarelas. Havia muitas
flores, tipos diferentes, eram tantas que Guilherme não pôde ver tudo.
Guilherme estava tão excitado que quase não podia parar de falar.
A mamãe ficou feliz em ver que Guilherme gostava de flores. E ela disse:
- Guilherme, estou contente porque você gosta das flores, porque algum dia nós vamos a um
lugar onde existem flores muito mais bonitas do que as que você viu hoje.
- Onde, mãe? Onde? Eu quero ir – disse Guilherme feliz, pulando, pronto para ir ali.
- Não é agora, Guilherme – disse a mamãe. – Logo Jesus vai voltar para nos levar a um lugar
maravilhoso, chamado Céu. Lembra que estudamos sobre o Céu na lição da Escola Dominical. Lá
vamos ver lindas flores como as que você viu hoje, e além disto, haverá outras coisas bonitas. Lá
vai haver bonitos pássaros que cantam, e animais com os quais poderemos brincar. Além disso,
todos vamos ter uma coroa brilhante para usar. Vai ser maravilhoso ir para o Céu. E Jesus vai
estar conosco lá. Ele vai nos dizer o nome de todas as flores, também vai fazer com que elas
cresçam. Eu quero ir para o Céu, você também quer?
- Sim, mamãe, eu quero ir para o Céu. Quero ver as flores, quero usar uma coroa, e
principalmente, quero ver a Jesus – disse Guilherme para sua mãe.
Eu também quero ir, e vocês?

Que coisas Jesus criou que vocês gostam hoje? Vocês acham que elas serão ainda melhores
quando estivermos lá no Céu? De que maneira?

03 - A HISTÓRIA DE DUQUE

- Vocês gostariam de ouvir o meu cavalo falar? – perguntou o Sr. Oliveira, por cima da cerca
dos fundos, para os três meninos que tinham se mudado recentemente para aquela vizinhança e
estavam brincando num terreno vazio ali perto.
- Oh, sim – respondeu Tony, e todos os três vieram correndo.

Tudo isso e muito mais em: 5


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
O Sr. Oliveira abriu o portão e deixou que eles entrassem na estrebaria. O Sr. Oliveira era um
dos bons policiais da cidade. Ele gostava muito de meninos e também gostava muito de cavalos.
Os meninos tinham visto seu bonito cavalo branco bem na frente de um desfile. Eles gostavam de
ver o Sr. Oliveira escovar o Duque, e pentear o seu rabo e sua crina. Ele trazia uns dois ou três
baldes de água morna e lavava Duque por inteiro. O cavalo ficava parado em pé, olhando ao
redor de vez em quando. Se fosse um desfile muito especial, o Sr. Oliveira também dava
polimento nos cascos de Duque. Depois pegava uma sela muito limpa e brilhante que com todo
cuidado colocava em cima do cavalo, e gentilmente, mas com firmeza amarrava o cinturão.
O Sr. Oliveira sempre usava sua roupa de montaria – camisa amarela e calça marrom. Também
usava um chapéu marrom. O chapéu era tão grande que parecia um sombreiro mexicano. Ele
também tinha espora brilhante, mas muito raramente as usava.
Nas grandes paradas, a melhor banda normalmente estava bem atrás de Duque e do Sr.
Oliveira. Duque havia sido treinado para saber o que fazer quando o Sr. Oliveira batesse no seu
lado ou puxasse as rédeas. Ele podia marchar e marcar o tempo da música. Algumas vezes ele
parava prestando atenção por uns minutos. Ele podia se sustentar em suas patas traseiras e
levantar as patas dianteiras como se fosse um cachorrinho ensinado.
Muitas vezes ele balançava a cabeça com impaciência, e andava de um lado para o outro,
ansioso para mostrar o que realmente sabia fazer. Quando a banda começava a tocar uma marcha
alegre, ele podia marchar e mover a cabeça no compasso da música, no tempo perfeito.
Neste dia especial, o Sr. Oliveira queria mostrar para os meninos que seu cavalo podia fazer
alguma coisa mais do que marchar no tempo da música, como fazem os soldados.
- Vocês sabiam que o meu Duque pode falar? – começou a perguntar logo que fechou o portão.
Os meninos arregalaram os olhos e prestaram atenção.
- Eu nunca ouvi um cavalo falar – disse Frederico
- Bem, o Duque fala – disse o Sr. Oliveira. – Você não será capaz de ouvir, mas poderá ver
como me responde.
- Como é isto? – todos perguntaram de uma só vez.
- Ele pode escrever? – perguntou Daniel, porque uma vez tinha visto um cavalo pegar um lápis
com seus dentes e fazer números.
- Vou fazer umas perguntas para ele – disse o Sr. Oliveira. – Duque, você já tinha visto estes
meninos antes? – ele começou. O cavalo começou a mover sua cabeça para cima e para baixo, de
maneira a dizer “Sim”.
- Algum deles jogou pedras em sua estrebaria?
Novamente Duque moveu a cabeça para cima e para baixo.
Os meninos se lembraram de que haviam jogado pedacinhos de madeira, cascas e também
pedras, através da cerca para ver Duque correr, e ficaram felizes porque o Sr. Oliveira não olhou
para suas caras de culpados.
- Você gosta disto, Duque? – perguntou o Sr. Oliveira. O cavalo balançou fortemente a cabeça
de um lado para o outro.
- Eu sei que vocês gostam de Duque tanto quanto eu. Vocês não quiseram machucá-lo. Se ele
tivesse ficado assustado por causa da pedra, poderia ter se jogado contra a cerca e quebrado a
perna, ou ter furado um olho, poderia ter rompido a cerca e corrido para fora – disse o Sr.
Oliveira.
- Nós não jogaremos mais nada contra ele novamente – disse Daniel. – Não pensamos que
poderíamos machucar o Duque, somente pensamos que seria divertido ver como ele pulava e
corria.

Tudo isso e muito mais em: 6


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Não haveria nenhum outro cavalo que liderasse a parada se ele tivesse fugido – acrescentou
Frederico pensativamente.
Tony estava pensando em uma coisa muito dura.
- O senhor teria que dar um tiro nele se por acaso tivesse quebrado uma perna, teria que matá-
lo, não teria, Sr. Oliveira?
O Sr. Oliveira baixou a cabeça, enquanto trazia uma forte caixa de madeira que colocou na
frente de Duque. O cavalo colocou suas patas em cima da caixa. Então ele levantou a pata direita
e dava a mão a cada menino quando lhe davam um pequeno torrão de açúcar.
Tony, Daniel e Frederico vão à estrebaria de Duque cada dia. Mas vocês podem estar certos de
que não jogam mais pedra. Mas eles ainda estão admirados de como Duque sabia responder Sim
ou Não às perguntas do Sr. Oliveira.

Por que vocês acham que os meninos jogavam pedras em Duque? Vocês acham que eles
sabiam que era errado? Por quê? A que mandamento ou regra estavam desobedecendo quando
eram maldosos para com o cavalo? Será que eles imaginavam o que poderia acontecer ao cavalo
quando jogavam pedras nele? O que vocês imaginam que os meninos estavam pensando quando
apertavam a mão (pata) de Duque?

04 - A HISTÓRIA DE ESTELA

Tessa era uma idosa senhora que vivia num dos mais pobres bairros de Roma. Pobre, sem
amigos, fiava para ganhar a escassa subsistência.
Convertida à religião cristã, Tessa muitas vezes se dirigia de noite às catacumbas, onde pequeno
grupo de consagrados cristãos se reunia secretamente para o culto.
O imperador Nero olhava com amargo ódio a todos os cristãos, e seus soldados sempre
estavam de vigia para prendê-los. Era plano desse monstro, para exterminar a nova religião,
mandar todos os cristãos serem espedaçados por feras, para divertimento do povo romano.
Sendo muito pobre e inteiramente desconhecida, Tessa nunca era molestada pelos soldados e
vivia em paz fiando, fiando o dia todo.
Certa noite bateram à porta. Embora fosse tarde e ela nunca recebesse visitas, não temeu
levantar-se e abri-la. Que tinha a recear quem era tão pobre? Entrou um homem, conduzindo pela
mão uma meninazinha.
- Lúcio exclamou Tessa, admirada. A esta hora! Que grave acontecimento levou você,
professor cristão, a expor-se aos perigos destas escuras e perversas ruas?
- Silêncio! Disse ele, levando o dedo aos lábios. Não posso demorar-me. Foram presas hoje
centenas de verdadeiros crentes. Amanhã ou depois, serão lançados aos leões.
- Ah! Que crime cometeram? Suspirou Tessa.
Lúcio apenas meneou a cabeça e murmurou “ai”!
- Esta menininha, continuou, trazendo para frente à criança, chama-se Estela. Os pais foram
levados e condenados à morte. Salvei-a e trouxe-a aqui. Sei que a senhora é pobre. É lhe possível
cuidar dela?
- Sim, certamente, respondeu Tessa. Sempre foi meu sonho ter uma frágil criaturinha, como
essa para amar e proteger. Agora Deus me concedeu esse desejo. Louvado seja Seu nome!
Tudo isso e muito mais em: 7
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Trabalharei para duas, isso é tudo.
- Deus a recompensará também por isso. E agora preciso ir. Adeus, Estelinha. Que o céu as
abençoe e as livre da mão dos ímpios!
- Amém! Disse Tessa. Aonde vai a esta hora?
- Unir-me no cárcere a meus infelizes irmãos. Cumpre-me levar-lhes, em seus últimos
momentos, o conforto da oração e da palavra de Deus, e depois morrer com eles.
- Quão nobre e bom é você! volveu Tessa, inclinando-se.
Estela era uma criança doce e terna, e sua presença foi um raio de sol na pobre habitação de
Tessa. Nada sabia da terrível sorte dos pais e, pequenina como era, logo se habituou ao novo lar.
Começou a chamar a Tessa “mãe” e interessou-se profundamente na fiação.
Passaram-se assim longos anos e a criança tornou-se encantadora moça. Nada veio empanar o
brilho da quieta casinha, e Tessa começou a nutrir esperanças de ter o imperador encontrado
algum outro divertimento que não o de matar cristãos.
Ah! Em breve deveria ser-lhe desfeita a ilusão. Circulou em Roma a notícia de que a estátua de
Nero fora danificada por pequeno grupo de cristãos e, sem verificar se isso era ou não verdade, o
imperador começou a castigá-los mais que antes.
Dessa vez Tessa e sua amiguinha não escaparam. Foram levadas por soldados e postas em
celas separadas, entre outros infelizes prisioneiros, todos condenados à morte.
Chegou a manhã do fatal dia em que todos deveriam ser lançados às feras. As celas em que
estavam encerrados os crentes eram prisões ao redor da grande arena, ou circo, e a ela davam
acesso, separadas por barras de ferro. Através dessas barras, os infelizes prisioneiros que ainda
esperavam sua vez, viam os companheiros sendo mandados à morte.
Os assentos ao redor do vasto circo elevavam-se fileira sobre fileira e estavam tomados por
pessoas que se compraziam em assistir a esses terríveis espetáculos. Ninguém os apreciava mais
que o próprio Nero. Lá estava ele no camarote imperial, numa espécie de embriagado torpor,
contemplando a tortura dos cristãos.
As últimas a serem mandadas para a arena foram Estela e a velhinha. Ao ver Tessa, a menina
exclamou: “Oh, Mamãe!”. Correu para ela pondo-lhe os braços em volta do pescoço. Estela não
viu os leões, nem o imperador, nem o vasto auditório que a contemplava, mas unicamente a
amiga, a quem estreitou nos braços.
De repente Tessa soltou um grito penetrante. “Olhe”! Disse ela apontando para frente, com
mão trêmula. Estela voltou-se. Enorme leão africano para elas se dirigia com passo lento e
majestoso.
Tessa ajoelhou-se e começou a orar. Estela, encarando o leão, postou-se firmemente em frente
da senhora, como para protegê-la. Nessa posição, olhava resolutamente ao animal, enquanto de
todos os lados se levantavam murmúrios de admiração. Até o imperador, surpreso ante a estranha
cena, inclinou-se para frente.
O leão avançava. Estela estendeu os braços para fechar o caminho entre a fera e sua mãe
adotiva. Os romanos nunca tinham visto tanta coragem, e estrepitosos aplausos encheram o ar.
Ao ver o que aconteceu caminhou-se para o terrível animal, ajoelhou-se e, pondo-lhe os braços
em volta do pescoço, acariciou-o suavemente. Ele deteve-se por um momento, entre os braços da
jovem, e depois, vagarosa e calmamente, voltou-se e foi-se embora.
Nero riu-se. Agradou-lhe a romântica cena. Essa pequena fez alguma coisa nova, disse ele. Não
vemos todos os dias tal coragem. Que ela e a mãe sejam postas em liberdade.
Minutos depois, ambas se dirigiam para casa, louvando a Deus pelo milagre que operara para
salvá-las.

Tudo isso e muito mais em: 8


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
05 - A HONESTIDADE DE HENRIQUE

Uma carteira de senhora no banco do bonde! Foi a descoberta que Henrique fez no momento em
que o bonde arrancava, depois de uma parada. Henrique vira à senhora que acabava de descer.
Tinha-a visto no bonde e lembra-se de que essa era a carteira que ela levava.
Imediatamente tocou a campainha. Desceria na primeira esquina. Era o que de melhor poderia
fazer. Precisava encontrar a dona da carteira. Voltou depressa à esquina onde a senhora havia
descido e encaminhou-se para o lado onde ele a vira seguir. Correu vários quarteirões, olhando à
direita e à esquerda, em cada esquina que chegava, para ver se a via. De repente percebeu que
assim nada faria. Parou um pouco para pensar e nesse momento encontrou um de seus amigos,
um jovem mais ou menos de sua idade.
- Parece que você andou correndo – disse Jaime. – Está muito agitado. Que aconteceu?
Henrique contou rapidamente a história da carteira e explicou que não sabia como entregá-la à
dona.
- Suponho que pertence a alguma senhora rica – disse Jaime rindo – e você espera receber uma
gratificação. Bem poderia ficar com a carteira. Você não receberá mais do que ela vale e contém.
E isso de querer encontrar uma pessoa de quem não sabe o nome, é como procurar agulha em
palheiro.
- Não me parece que a dona seja rica, disse Henrique, e, portanto não faço isso visando uma
recompensa. Ela vestia-se bem, porém suas roupas não pareciam ser de muito preço. Quanto a
encontrá-la, creio que você tem razão. Mas, quem sabe, se eu olhasse dentro da carteira
encontraria o nome e o endereço.
- Como me haveria de rir se nela estivessem apenas alguns níqueis! Isso sim seria uma boa
peça, depois de tanta correria...
- Oh! Isso não teria importância alguma, replicou Henrique. Não é a quantia de dinheiro que
haja dentro o que me preocupa, mas sim a sua devolução. Você sabe que, segundo dizem, os
grandes ladrões começaram com pequenas desonestidades. Tenho certeza de que todos os que
acabam roubando automóveis ou grande soma de dinheiro, começaram roubando apenas alguns
níqueis.
- Nunca pensei nisso – disse Jaime. Mas acho que você tem razão. Muitos começam até por
uma fruta ou umas balas. Já tenho visto tanta gente fazer isso e não dar a mínima importância ao
caso! Essas coisas, porém, não lhes pertencem e mais tarde, como você já o disse, farão roubos
mais vultuosos.
- Voltando ao assunto da carteira, vejamos o que ela contém.
Henrique abriu a carteira e exclamou:
- Oh! Aqui está um cartão!
Diz: “Sra. H. Lemos, ao cuidado do Dr. D. Lemos. É uma pessoa de muita influência. Tinha uma
expressão muito agradável, mas não era diferente de qualquer outra senhora”.
- Talvez, no final você acabe recebendo mesmo uma gratificação – disse rindo Jaime.
- Talvez..., Respondeu Henrique; mas eu não estava pensando nisso.
- Já sei – replicou Jaime. – Já sei. Sei que é honrado. Sei que você não pensava na recompensa,
mas dava o primeiro lugar às coisas que vêm em primeiro lugar. Antes de tudo você quis
devolver a carteira.

Tudo isso e muito mais em: 9


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Ao olharem um pouco mais, viram que havia alguns cheques de banco. Não os contaram.
Fecharam depressa a carteira, depois de descobrirem o endereço da Sra. Lemos.
- Devo ir bem depressa à casa do Dr. Lemos a fim de encontrar sua mãe e entregar-lhe a
carteira. Já passei pela casa dela, mas não a vi porque mora na terceira casa depois da esquina e já
havia entrado quando lá cheguei. Quer vir comigo, Jaime?
- Não. Preciso voltar para casa. Foi você quem achou a carteira. Não tenho parte nesse assunto.
Sinto-me orgulhoso em ser seu amigo. Creio que amanhã a notícia sairá nos jornais.
Henrique não demorou muito para chegar à casa do Dr. Lemos. Que diria? Não teve, porém, de
esperar muito. Perguntou simplesmente se a Sra. Lemos morava ali. Fizeram-no passar por uma
sala onde a mãe do doutor estava sentada junto ao telefone.
Já havia mandado, pelo telefone, um anúncio para o diário e telefonara para a companhia de
bondes para que revistassem o carro em que viajara, quando chegasse ao extremo da linha.
- Acho que tudo será em vão, pensou ela. O mais provável é que alguém a encontrou e quem
quer que seja que a tenha achado poderá aproveitar bem a quantia de dinheiro que continha.
Nem sequer ergueu a cabeça para ver quem estava entrando. Henrique se deteve e disse:
- A senhora conhece esta carteira?
Sua tristeza tornou-se alegria. Henrique nunca soubera quanto prazer podia infundir num
momento.
- Oh! Minha carteira! Sim, conheço-a, mas até me parece mentira. Pensei que jamais a tornaria
a ver. E aqui estão também os meus cheques. Nunca poderei recompensá-lo bastante por isso.
Dar-lhe-ei dinheiro, mas quero que saiba que aprecio muito um rapaz honrado. São muito poucos.
Sente-se. Quero conversar com você antes que se retire. Quero saber seu nome e seu endereço.
Ah! Seu nome é Henrique Martins e mora na Rua do Comércio, 496! Muito bem! Quero que me
conte como encontrou minha carteira, e porque correu tanto para me encontrar quando podia ter
ficado com ela, como faria a maior parte dos meninos de sua idade. Ah! Sim. Seus pais o
ensinaram a não guardar qualquer coisa que não fosse sua, não é?
O rapaz anuiu com a cabeça.
- Sim. Lembro-me de quando era bem pequeno, uma vez brincara com um menino vizinho de
casa, e levara para casa umas lindas bolinhas que lhe pertenciam. Ele possuía muitas e nem
sequer daria pela falta daquelas. Ao chegar a casa, mamãe me perguntou onde as conseguira.
Quando lhe disse que Benjamim tinha muitas e que aquelas não lhe fariam falta, falou-me do mal
que eu acabara de fazer. Que pensa a senhora que minha mãe disse? Lembro-me de suas palavras,
como se ela as houvesse dito hoje:
“- Filho, essas bolinhas não são tuas e não podes guardá-las. Eu irei contigo à casa de
Benjamim e lhe devolveremos as bolinhas, dizendo que nunca mais tomarás alguma coisa que
não te pertence”.
“Muito me custava fazer isso, mas minha mãe insistiu em que eu os fizesse. Quando disse a
Benjamim e a sua mãe quanto lamentava ter feito isso, sua mãe me olhou sorrindo e isso me
animou. Disse ela a minha mãe que poderia ficar com as bolinhas, pois Benjamim possuía muitas.
Minha mãe, porém, insistiu em não aceitá-las por eu as ter levado sem permissão. Não ouvi muito
mais o que minha mãe e a de Benjamim falaram, porque comecei a brincar com meu
companheiro, mas escutei esta frase de mamãe:
“- Quero que meu filho seja sempre honrado e nunca tome alguma coisa que não lhe pertença”.
- Agora compreendo esse seu gesto, disse a Sra. Lemos. Um jovem cuja mãe proporciona tais
lições, nunca verá o cárcere. Muito bem, meu filho. Viva sempre de acordo com esses ensinos e
nunca se perderá.

Tudo isso e muito mais em: 10


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Depois de curto silêncio, Henrique disse que sua mãe o esperava. Acrescentou ainda que seu
pai fora sempre muito escrupuloso em todos os negócios.
- Aqui estão duzentos cruzeiros pelo trabalho que teve em me procurar. Quero que venha
sempre me visitar depois de sair da escola. Você trabalha?
- Faço trabalhinhos aqui e ali, quando os consigo, porque são tantos os meninos da vizinhança
que procuram trabalho que não quero ser egoísta, pois muitos deles necessitam trabalhar tanto
quanto eu. Seria uma felicidade arranjar um trabalho fixo durante as férias. Mas preciso ir. Quero
agradecer muito por este dinheiro. Nunca tive tanto!
Nesse dia, quando o Dr. Lemos voltou para casa, sua esposa e sua mãe lhe contaram do
jovenzinho que havia devolvido a carteira. O doutor guardou silêncio por um instante, dizendo
depois:
- Estão precisando de um rapaz de confiança na farmácia que fica em baixo do meu
consultório. Terá uma oportunidade para subir, e poderá também trabalhar durante à tarde quando
começarem as aulas.
Tomou o telefone para falar com o farmacêutico. Depois de explicar porque se interessava por
aquele rapaz em particular, o farmacêutico respondeu:
- Diga-lhe que se apresente para o trabalho amanhã de manhã.
Os anos que se seguiram demonstraram que Henrique e a farmácia eram inseparáveis, porque
Henrique era fiel nas mínimas coisas. Podia-se ter nele toda confiança e seu patrão mostrava tê-la.

06 - A MENINA QUE FALOU A VERDADE

Uma vez, há muito tempo, uma linda menina brincava com tranqüilidade que tão bem
caracteriza o espírito infantil. Sua mãe, da janela onde tecia um tapete, vigiava com indizível
ternura seu rico tesouro ao qual dedicava tanto amor! De repente, ao longe, nuvens de poeira
levantavam-se como que anunciando a chegada de apressados visitantes. O olhar calmo e meigo,
da mãe bondosa, tornou-se aflito quando divisou tropas de estrangeiros dominadores de sua raça.
- Ó filha, esconde-te – diz a mãe. Avisarei teu pai que os soldados estrangeiros se aproximam.
Que desejarão eles, agora? E, tomada de aflição e medo, entrou à procura do marido.
Enquanto isto, a pequenina de olhos pretos, bem pretos e brilhantes, hesitava entre o desejo de
esconder-se e a curiosidade de ver de perto soldados uniformizados e tão estranhos. A curiosidade
venceu-a e ali se quedou, sozinha, com olhar inquirido. Foi então que o mais importante dentre os
soldados viu-a ali e, achegando-se a ela, disse:
- Não me temes, pequena?
- Não, meu senhor. O meu Deus sempre cuida de mim.
- O teu Deus, menina? Confias, então, muito, n’Ele?
- Oh, muito, meu senhor. Ele nunca deixou de atender-me.
A esta altura, a mãe pressurosa corre à porta e depara a filha entre os soldados. Bruscamente
agarra-a, tentando levá-la consigo. – Mulher, diz-lhe o chefe dos exércitos estrangeiros, és nossa
escrava, tu e toda a tua raça. Permitirás que eu leve tua gentil e corajosa filha para companheira
de minha esposa?
A pobre mãe, aturdida com a pergunta, afasta-se com lentidão, estampando na face grande
amargura. Não tinha dúvidas que não lhe seria permitido negar sua filha, uma escravazinha, para
o serviço de uma nobre e ilustre dama estrangeira. Preparou a roupa da pequena e os três,
ajoelhados na humildade daquela casa pobre, mostraram a riqueza que possuíam – a fé em um

Tudo isso e muito mais em: 11


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Deus verdadeiro que os ouvia e consolava. Levantaram-se tranqüilos, embora tristes pela
separação, e ajudaram a pequenina a partir em um dos carros daquele exército.
Agora, numa casa rica, andava a menina, ora a varrer todos os cantinhos daquelas salas
esplendorosas, não deixando nem o cisco ficar sob os fofos tapetes; ora a procurar belas flores
para adornar o lar de seus bondosos senhores. Ela soubera fazer-se querida pela maneira franca de
falar só a verdade, pelo modo cuidadoso com que realizava suas tarefas.
Um dia seus senhores estavam muito tristes. Não havia médico que proporcionasse a cura de
seu senhor que era um grande general em sua terra. A menina amava-o e respeitava-o. Lembrou-
se então de enviá-lo a um grande homem que poderia curá-lo. O general não hesitou em atender à
sugestão da escravazinha. Procurou, com incontida ansiedade, esse grande homem do qual ela
lhe falara. Foi realmente curado de uma moléstia julgada por todos incurável! Voltou com o
coração a transbordar de alegria por conhecer também uma pequena que sempre falava a verdade,
só à verdade!

07 - A MENINA QUE SE TORNOU GRANDE

- Clara! Clara!
A voz de David era trêmula e fraca, pois estava muito doente. Ele amava muito ao pai e à
mãe, que lhe eram muito caros, mas na doença não queria perto de si outra pessoa senão
Clara. Quando a menina saía do quarto, ele começava a gemer, a chorar e a chamar por ela. O
doutor deu-lhe diferentes remédios, mas nenhum lhe parecia fazer bem algum.
Finalmente todos desanimaram, dizendo que nada mais podiam fazer por ele. Diziam todos
que David não viveria por muito tempo mais – todos, menos Clara. Ela ficou sempre ao seu
lado, refrescando-lhe, freqüentemente, a fronte escaldada pela febre ou dando-lhe bebidas
nutritivas. Orava para que Deus o poupasse. Não o abandonava.
Clara faltou às aulas para cuidar de David. Ele ardeu em febre durante muito tempo, mas
finalmente esta cedeu, deixando-o muito fraco. Contudo, não melhorava como devia. Afinal,
passado um ano, o pai de David ouviu falar num doutor que tratava de modo diferente. O
doutor veio e levou David para o seu sanatório, a fim de o tratar. E o menino começou a
melhorar rapidamente. Quão contente ficou a família, e como se alegrou Clara de ter
perseverado e feito tudo ao seu alcance por David, quando os outros pensavam já ser tarde.
Clara costumava fazer bem tudo o que empreendia. Em criança foi boa aluna, vindo mais
tarde a ser professora. Era ainda nova quando começou a lecionar, muito mais nova do que a
maioria dos professores, mas fez esplendidamente o trabalho. Tinha uma escola que ninguém
conseguira dirigir, pois havia quatro rapazes bem grandes que estavam determinados a
dominar a situação e expulsar qualquer professor, fosse homem ou mulher, que os viesse
ensinar.
Clara tinha um modo especial de tratá-los, que os outros não tinham. Brincava com eles e
lhes perguntava bondosamente se não lhe queriam prestar favores. Era tão paciente com eles
que os conseguiu ganhar, levando-os a se tornarem alunos muito quietos e obedientes.
Clara ouviu dizer que havia em uma cidade próxima meninos e meninas que não tinham
escolas em que pudessem aprender a ler, escrever e fazer contas. Isso certamente faz muitos
anos. Havia umas poucas escolas, mas estas eram somente para pessoas que tinham bastante
dinheiro para pagar os estudos. Clara achava que devia haver escolas gratuitas para os
Tudo isso e muito mais em: 12
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
meninos e meninas pobres, tanto como para os filhos dos ricos. Mas todos diziam que ela
nunca poderia fazer alguma coisa neste sentido; ela, porém, o fez. Suas escolas tiveram
tamanho sucesso que muitos ricos tiraram os filhos das escolas que estavam freqüentando,
para pô-los nas escolas de Clara.
Veio a guerra – a terrível guerra. Clara era agora um pouco mais velha, e embora fosse
ainda pequena e delicada, tinha bastante determinação. Não podia consentir em ver homens
sofrerem e morrerem nos campos de batalha sem os devidos cuidados. Era o tempo da Guerra
Civil nos Estados Unidos. Rogou que lhe permitissem fazer alguma coisa, mas seus pedidos
não foram atendidos, visto ser mulher.
Ela, porém, persistiu, sendo-lhe, finalmente, concedida a oportunidade de ir ajudar os
feridos. Muitas vezes esteve sua vida em perigo. Certa vez, quando estava dando algo a beber
a um homem ferido, foi-lhe o copo arrebatado da mão por uma bala. Doutra vez, uma bala
rasgou-lhe a manga do vestido. Ela, porém, continuou lidando com os feridos, dando água
fria aos sedentos e confortando os moribundos.
Foi a fundadora da Cruz Vermelha Americana, que tanto tem ajudado aos que sofrem, em
suas necessidades. Nunca há um terremoto, maremoto, enchente, guerra, ou qualquer outra
terrível calamidade que as enfermeiras da Cruz Vermelha ali não estejam para fazer o
possível em favor do povo.
Clara Barton propôs em seu coração, quando ainda menina, fazer quanto lhe fosse possível
para ajudar aos que sofrem. Pôs bem alto o alvo, e seu nome é exaltado como de uma mulher
digna de toda estima.

08 - A PROMESSA DE PAULA

“Clara”, chamou Paula da frente de sua casa, “espere um minuto! Quero lhe contar uma coisa”.
E Paula correu bem depressa para o portão onde Clara estava esperando.
“O que tem de tão importante?”, perguntou Clara, “parece que você encontrou um milhão de
dólares ou coisa semelhante”.
“Não”, disse Paula, “eu não achei um milhão de dólares nem coisa semelhante. Eu tenho um
trabalho para esta noite. Eu estava esperando conseguir um trabalho para poder ajudar a comprar
meu uniforme escolar, e agora encontrei. Vou cuidar dos gêmeos da Sra. Mendes. Ela precisa sair
por algumas horas para cuidar de sua mãe que está doente”.
“Ah, isto, disse Clara”, eu poderia dizer que é mais do que um trabalho. Eu cuidei dos gêmeos
da Sra. Mendes, uma vez quando eram bebezinhos, mas a Sra. Mendes era tão crítica e maldosa,
que preferi nunca mais trabalhar para ela”.
Clara começou, bem devagar a caminhar para longe do portão. “Bem, divirta-se”, ela disse,
“talvez você goste da maneira como a Sra. Mendes dá ordens, mais do que eu”.
Paula voltou a sentar-se na beira da varanda. Ela se sentia preocupada, será que Clara estava
com inveja? Ou será que é tão difícil trabalhar para a Sra. Mendes? Paula viu quando Clara

Tudo isso e muito mais em: 13


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
dobrou a esquina em direção da casa de Maria. Era muito bom e divertido ser amiga de Clara e
Maria. As duas eram muito populares, e Paula também se sentia popular quando estava com elas.
A Sra. Mendes estava pronta para sair quando Paula chegou. “Estou muito feliz porque você
chegou na hora”, disse ela, convidando Paula para entrar em casa. “Este é um momento muito
difícil para mim, me sentiria muito melhor se pudesse encontrar alguém em quem confiar. Eu
gostaria de lhe dizer exatamente o que espero que você faça, para que possamos nos entender
desde o começo. Eu quero que você me prometa que nunca deixará a casa, sejam quais forem às
circunstâncias. Se alguma coisa errada acontecer com os gêmeos, quero que me chame
imediatamente. Você pode me prometer isto?”
“Sim, certamente”, disse Paula, “a senhora não precisa ficar preocupada”.
“Estou sentindo que posso confiar em você”, disse a Sra. Mendes confiantemente, “mas eu tive
uma experiência muito ruim com uma menina que veio cuidar dos gêmeos, e vivo apavorada
desde então. Não quero parecer mal-humorada, ou rabugenta, mas nossas crianças são muito
queridas e muito especiais para nós, e não quero correr nenhum risco”.
“Eu sei”, disse Paula, “meus pais são muito exigentes sobre a maneira como devo cuidar de
nosso bebê. A mamãe sempre diz que a segurança dele deve sempre vir primeiro porque é muito
pequeno e indefeso. Se a senhora me der o número do telefone onde posso encontrá-la, vou
colocar bem à vista, aqui na mesa, junto com os meus livros”.
Logo que a Sra. Mendes saiu, Paula olhou ao redor para ver se havia alguma coisa que deveria
fazer antes de começar seus deveres de casa. Os gêmeos ainda estavam dormindo tranqüilamente.
Na cozinha havia louça que precisa ser lavada. Ela encheu a pia com água quente e colocou o
sabão. Levaria somente alguns minutos, e tudo estaria em ordem quando a Sra. Mendes voltasse
para casa.
Mas antes que começasse a lavar a louça, ouviu alguém batendo à porta. Ela ligou a luz e olhou
para fora. Clara e Maria estavam paradas no pórtico.
“Vimos quando a Sra. Mendes saiu”, disse Clara, “e pensamos que você, talvez, gostaria de dar
uma escapadinha por alguns minutos e ir conosco tomar um refrigerante na lanchonete. Você não
ficará fora mais de meia hora”.
“Eu não posso ir”, disse Paula, “prometi para a Sra. Mendes que não deixaria a casa. Pode
acontecer alguma coisa com os gêmeos”.
“Não seja boba”, disse Clara, “não pode acontecer nada. Chaveie a porta, pegue seu casaco, e
venha conosco”.
“Paula”, disse Maria, com tom impaciente, “você vem ou não? Talvez você não queira mais ser
nossa amiga”.
Paula pensou por um instante, e então pegou seu casaco, que estava na cadeira, abriu a porta e
começou a sair, mas ficou em dúvida.
“Não”, disse ela, “eu não posso fazer isto, eu prometi”. E voltando para dentro da casa, disse:
“Quero continuar sendo amiga de vocês, mas não posso quebrar minha promessa”.
“Você tem certeza que quer continuar sendo nossa amiga?”, caçoou Maria, enquanto ela e
Clara corriam pela rua escura.
Paula sabia que era o fim de sua amizade, mas não podia fazer mais nada. Lentamente fechou
e chaveou a porta, e voltou para a cozinha.
A janela, em cima da pia, estava um pouquinho aberta, e sentia o ar fresco, gostoso, soprando
em seu rosto. Parece que a noite estava ficando bem fria, e o vento estava começando a soprar
mais forte.
Paula jogou longe o pano de secar pratos quando sentiu o cheiro de fumaça. Voltou para a pia e
procurou cheirar o ar que entrava pela janela aberta. Realmente sentiu o cheiro de fumaça – como

Tudo isso e muito mais em: 14


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
se fosse borracha queimando. Então teve a certeza de que alguma coisa estava queimando, em
algum lugar muito perto.
Ela correu de quarto em quarto. Estava tudo em ordem, mas o cheiro de fumaça estava
aumentando. Ela abriu a porta dos fundos e olhou para fora. A princípio não pôde ver nada,
somente luzes na rua vizinha, mas logo que seus olhos ficaram acostumados com a escuridão, ela
viu uma grossa nuvem de fumaça preta que subia para o céu. Não sabia exatamente a que
distância estava, mas não deveria ser mais do que meia quadra.
Fechou a porta com toda a força. Seu coração batia muito acelerado. Parou no meio da cozinha
tentando pensar. Será que deveria chamar a Sra. Mendes? Será que deveria acordar os gêmeos,
caso tivesse que levá-los para fora de casa?
O som de sirenes quebrou o silêncio. Os bombeiros estavam vindo! Seu coração batia ainda
mais depressa, e com mais força, enquanto os carros dos bombeiros, com suas luzes vermelhas
girando, tocavam a sirene pela rua. Eles diminuíram a velocidade e pararam em frente da casa que
estava duas portas mais para frente. As pessoas saíram rápido de suas casas e corriam de um lado
para outro da rua gritando e chamando aos outros. Paula teve vontade de se juntar a eles e ver o
que estava acontecendo, mas devia permanecer junto dos gêmeos.
E assim Paula ficou parada na frente da porta tentando ver o que estava acontecendo. A fumaça
fazia como um redemoinho por entre as casas. Algumas vezes ela tinha uma visão das chamas
furiosas. De repente ela viu a Sra. Mendes subir correndo as escadas, seu rosto estava muito
pálido.
“Você ainda está aqui?”, perguntou a Sra. Mendes, com voz muito estranha.
“Naturalmente que estou”, disse Paula, orgulhosamente, “eu prometi que não me afastaria da
casa”.
A Sra. Mendes se deixou cair sobre uma cadeira e escondeu seu rosto entre as mãos. “Acho
que estou agindo como uma boba, mais fiquei muito apavorada da outra vez. Quando meus
gêmeos eram ainda muito pequenos, tive que sair por umas poucas horas. Eu pedi a uma menina
para cuidar dos bebês para mim; mas logo que cheguei na cidade, notei que tinha levado a bolsa
errada, e assim tive que voltar. A porta estava chaveada, e Clara tinha saído. Eu não podia entrar
em casa, porque minhas chaves estavam na outra bolsa. Tive que subir em uma janela para poder
entrar em casa. Felizmente não tinha acontecido nada com os bebês, mas isto ainda me deixa
assustada, por pensar em todas as coisas que poderiam ter acontecido”.
“A senhora disse que o nome da menina era Clara?”, perguntou Paula.
“Sim”, respondeu a Sra. Mendes, “o nome era Clara. Eu acho que deve ser sua amiga. E isto é
uma coisa que me apavora”.
“Eu pensei que Clara fosse minha amiga”, disse Paula, “mas, na realidade, ela não é. Ela e
Maria queriam que eu fosse com elas até uma lanchonete, mas eu disse que tinha prometido não
abandonar a casa”.
A Sra. Mendes começou a sorrir. “Quando Clara voltou naquele dia e viu que eu estava em
casa, ela se virou e fugiu, e desde então nunca mais chegou perto de mim”.
Enquanto Paula andava de volta para casa pela movimentada rua, estava muito agradecida
porque não tinha permitido que Clara e Maria a persuadissem a quebrar sua promessa. O fogo já
tinha sido apagado, e o ar estava limpo e fresco. As estrelas estavam brilhando e o coração de
Paula estava cantando.

Tudo isso e muito mais em: 15


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
09 - A RESPOSTA DE DEUS

Durante a guerra, grandes aviões com sua carga mortal sobrevoaram a Áustria. Milhares de casas
foram destruídas, fábricas incendiadas e a Capital passou por grande aflição. Inúmeras famílias
foram deixadas sem lar, como só acontece quando há guerra. Gene e Maria chamemo-los assim,
voltaram um dia da escola para casa apenas para descobrir que não somente a casa tinha sido
destruída pelas bombas, mas tanto o pai como a mãe haviam sido mortos. Os vizinhos os levaram,
com muitas outras crianças sem lar, para o grande orfanato da cidade. Bem podemos imaginar a
tristeza e a amargura daquelas pobres crianças. Contudo, não esqueceram os ensinamentos dos
pais e muitas vezes ao encontrarem-se no vestíbulo do orfanato, cruzavam as mãozinhas e oravam
ao Pai celeste. Não sabiam o que o futuro lhes reservaria.
Um dia foi anunciado que um país vizinho se oferecia para arranjar lares para muitas daquelas
crianças. Todos estavam excitados e felizes no dia da partida. Gene e Maria saíram felizes com
seus poucos pertences debaixo do braço e entraram no ônibus que os havia de levar até a estação,
onde tomariam o longo trem sibilante. Seria sua primeira viagem de trem. Centenas de crianças
seriam levadas da pátria para um país estranho, onde deveriam encontrar novos lares – novos
papais e novas mamães.
Quando soou o apito, o trem começou a movimentar-se, ganhando velocidade. Logo cortava os
campos com rapidez enquanto ansiosos olhinhos perscrutavam cenários que nunca seriam
esquecidos. Gene e Maria, contudo, não estavam demasiado ocupados para poderem cruzar de
vez em quando as mãozinhas e curvar as cabecinhas para uma oração: “Querido Jesus, Tu sabes
que perdemos nosso papai e nossa mamãe: dá-nos, por favor, um novo lar. Não permitas que
sejamos separados e envia-nos para o lar conveniente”.
Logo o trem diminuiu a velocidade e parou numa estação. Crianças e mais crianças emergiram
dos superlotados carros e fizeram filas na plataforma. Muita gente da cidade ali estava, a fim de
escolher uma criança e adotá-la. Aqui e ali uma era escolhida por ansiosos casais que fitavam
aqueles orfãozinhos de um país estranho. Aqueles rostinhos tristes se voltavam para cima para
verem seus novos pais. Os que sobravam voltavam para o trem e viajavam para a próxima cidade.
O dia inteiro repetiu-se a cena, enquanto o grande trem, hora após hora carregava aqueles
pedacinhos da humanidade para novas aventuras. De quando em quando Gene e Maria repetiam a
oração para que de qualquer maneira Deus encontrasse para eles o devido lar.
Estava quase escuro quando o trem parou outra vez numa grande estação. Gene e Maria
separavam-se ao descerem do trem para a fila, onde, conforme pensavam seriam passados por
alto, como tantas vezes já havia acontecido antes.
Essa manhã, em certa cidade, um casal adventista do sétimo dia estava fazendo o culto quando
uma batida na porta anunciou a chegada do jornal matutino. Depois de terminado o culto
passaram os olhos pelo jornal para lerem as manchetes: “Trem de crianças austríacas chega esta
noite”, foi o que lhes atraiu a atenção. A bondosa senhora olhou para o marido e disse: “Querido,
esta é a nossa oportunidade de conseguirmos o menino que há tanto tempo você deseja”.
O marido respondeu com um sorriso: “Não, querida, você sempre desejou uma menina e não
quero ser egoísta. Enquanto vou trabalhar, você vai à estação e, quando o trem chegar, escolha
uma linda menina de cabelos crespos, para nós”.
Por algum tempo estiveram considerando se devia ser menino ou menina. De uma coisa
estavam convictos: que só poderiam cuidar de uma criança. Existia no coração de ambos uma
simpatia especial pelos austríacos, pois ambos tinham parentes na Áustria. Finalmente chegaram

Tudo isso e muito mais em: 16


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
á conclusão de que adotariam um menininho que tivesse cabelos crespos, ombros largos e se
parecesse com o pai adotivo.
Quando o trem parou em sua cidade aquela noitinha e as centenas de crianças fizeram fila para
procurar novos pais, a Sra. Bergman estava lá. Andou avidamente de um lado para o outro,
contemplando os rostinhos magros e tristes das pequenas vítimas da guerra. Podia ler a história de
desapontamento, desolação e fome em muitas faces. Afinal notou um rapazinho que parecia ter as
feições procuradas, ombros largos, cabelos crespos e ar tranqüilo e calmo. Havia algo nele que
atraiu a atenção. Parecia-se com alguém que ele já tinha visto antes. Aproximou-se dele com um
sorriso:
Você quer vir para a nossa casa? Temos um balanço no quintal e nenhuma criança para brincar
nele. Eu gosto de homenzinho como você. Você vem comigo?
Gene continuou ereto e impassível. Afinal respondeu com sua vozinha fina:
- Sim, eu gostaria de ir com a senhora e brincar no balanço, mas tenho uma irmãzinha e
queremos ficar juntos.
Sua vozinha tremeu um pouco na última palavra e lágrimas brilharam nos olhos.
- Oh, mas sua irmãzinha terá acolhida em outra parte! Nós só podemos ficar com um, rogou a
Sra. Bergman.
- Mas nós pedimos a Jesus que nos mandasse para a mesma casa e temos certeza de que Ele
terá um lugar onde poderemos ficar juntos, pois perdemos nosso pai e nossa mãe, disse o
pequeno, num soluço.
O coração da senhora ficou tocado. Ali estava um menino que cria em Deus e cria que Ele
havia de responder à sua oração. Respondeu rapidamente: - Onde está sua irmãzinha? Vá buscá-
la, para eu vê-la.
O pequeno correu, procurando-a na fila, e voltou em seguida com ela pela mão. Ambos
pararam, fitando a bondosa senhora com olhar súplice.
- Aqui está ela, disse Gene com um sorriso.
Lágrimas assomaram aos olhos da senhora enquanto sentia um nó na garganta. Que injustiça
estaria praticando ao separar aqueles irmãozinhos, únicos sobreviventes daquela família destruída
pelo bombardeio! Convenceu-se de que devia aceitar os dois. Olhando-os intensamente, disse: -
Bem, queridos amigos, não sei o que meu marido dirá, mas vou levar vocês dois. Venham
comigo e logo chegaremos em casa.
Com exclamações de alegria eles disseram adeus aos companheiros e logo se perderam no
meio da multidão, seguindo sua nova mãe até o auto lá embaixo, na estação. Poucos depois
estavam sentados na sala de uma boa e ampla casa, esperando algo para comer.
A Sra. Bergman estava na cozinha preparando alguma coisa para os famintos aditamentos de
sua família. Com os olhos bem abertos, os pequenos olhavam tudo o que havia na casa.
Realmente estavam contentes de estar nesse novo lar, mas ainda um pouco receosos do futuro. De
repente Gene apontou o dedo magro para o retrato de uma mulher que estava sobre o piano.
- Veja, disse ele à Maria, parece...
- Não pôde continuar, um soluço embargou-lhe a voz e ambos começaram a chorar. Não
podiam controlar as emoções.
Quando a Sra. Bergman ouviu os soluços, veio correndo para ver o que havia. – Que é que
vocês têm? Que aconteceu? Vocês não estão satisfeitos aqui? Exclamou ela.
- Sim, disse a menina por entre lágrimas, estamos contentes.
- Então por que estão chorando tanto? Perguntou ela.

Tudo isso e muito mais em: 17


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Logo que se acalmaram um pouco, olharam para a face maternal da Sra. Bergman e apontaram
para o quadro sobre o piano. A senhora, fitando o retrato, disse: - Sim, é minha irmã. Porque
vocês choram ao ver essa fotografia?
A menininha soluçou: - Essa é minha mãe!
Então a Sra. Bergman concluiu que sua irmã, que fazia anos havia ido para a Áustria e dela não
tinha notícias já havia quatro ou cinco anos, teria sido morta no bombardeio. Depois de
considerável interrogatório, ficou convicta de que estes eram realmente os filhos de sua irmã.
Oh, que alegria houve naquele lar e que gratidão por Deus ter ouvido as orações daquelas
crianças deixadas sem lar! Compreenderam que há um Deus que ouve e responde de modo
maravilhoso às orações.

10 - A VINGANÇA DO INDÍGENA

Era um fim de verão, faz muitos, muitos anos, na América do Norte. Fazia meses que não
chovia, e o sol castigava a terra sem piedade, de maneira a secar os córregos e riachos, ficando só
os rios de maior volume d’água.
Um jovem alto, esbelto, chamado Daniel Wilson, trabalhava perto de seu rancho, localizado
numa curva em que os campos se encontravam com a imensa floresta. Era o único homem
branco, muitas e muitas léguas separado dos demais, e a esposa dele era a única mulher branca
naquele lugar.
Por um trilho que vinha da floresta para o campo, apareceu um indígena de estatura elevada e
de aspecto nobre. Porém andava como que cansado, movimentando-se irregularmente, e em seu
rosto se observavam traços de doença e de quem estava muito sedento. Ao se aproximar do
rancho, hesitou, por um momento, e depois se aproximou do homem branco.
“Estou muito sedento; pode fazer o favor de me dar água para beber”, disse ele.
“Vá embora”, foi a áspera resposta. “Não dou coisa alguma a indígenas”.
A descortês e violenta atitude do homem branco feriu profundamente o orgulho do selvícola,
mas, como estava para morrer de sede, mesmo em desespero, suplicou de novo: “Não posso mais
andar. Tenha a bondade de me arranjar água para beber!”.
“Desapareça daqui! Não quero conversa com bugres”, foi à resposta, ainda mais violenta do
que a primeira.
O indígena, o exausto pele vermelha, pouco a pouco se foi virando, para partir, mas seus olhos
demonstravam o desejo intenso de vingança. Vagarosamente seguiu pela estrada do campo, até
penetrar na mata densa, em direção de sua aldeia.
A jovem esposa do homem branco tinha ouvido a súplica insistente do homem das selvas,
assim como a cruel recusa do marido. Ficara comovida e confusa. Quando o índio se retirava
lentamente, sem poder andar direito, ela foi observá-lo da janela. Quando o trilho por que andava
descia, para se encobrir mato adentro, a mulher viu o caboclo parar, trêmulo, cambaleante, e cair
estendido no chão.
De repente apanhou um vaso d’água, um bule de leite e um bom pedaço de pão e, como o
marido estivesse do lado oposto, saiu sem ser vista para acudir aquele pobre índio. Temia que
estivesse morto. Chegando lá, porém, ao local, verificou que ele havia desfalecido em
conseqüência da exaustão e da sede. Com a água fresca que levara e com palavras de simpatia,
conseguiu fazê-lo voltar a si. Deu-lhe de beber e alimentou-o. Pediu, então, que não levasse em

Tudo isso e muito mais em: 18


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
conta as palavras grosseiras do marido. Refeito, dentro de pouco tempo estava ele em condição de
continuar a viagem. Antes, porém, de partir, tirou uma das penas brancas que trazia na cabeça e
entregou-a, dizendo:
“Minha bondosa senhora, receba esta pena. Quando seu marido estiver caçando, peça-lhe para
usá-la, para que possa escapar com vida. Eu havia planejado voltar e matá-lo. Por sua causa, no
entanto, não farei isto. Se ele cair nas mãos de outros de minha tribo, só escapará se estiver com
esta pena”.
Ao concluir estas palavras, com um porte elegante seguiu pelo restinho do trilho e desapareceu
na vastidão da floresta.
Passaram-se três anos. Outros colonos se estabeleceram naquele mesmo distrito. Perto do fim
do inverno, quando a alimentação estava ficando bastante escassa, os homens se organizaram e
saíram num grupo para caçar. Antes de saírem, a esposa do homem que havia sido muito, muito
grosseiro para com a pele vermelha, três anos atrás, pediu-lhe que usasse a pena branca do índio
na lapela de seu paletó, repetindo-lhe as palavras do selvícola quando o fora socorrer. O marido
riu-se, zombando da preocupação e do medo da esposa, e não queria usar a pena. Por fim, dada a
insistência da mulher e para satisfazê-la, pregou-a no paletó e saiu.
As caças estavam raríssimas. Não aparecia o que matar. Andaram e andaram, mato adentro,
mais longe do que haviam imaginado. O sol descambava no poente. Todos estavam procurando
matar um lindo veado, tomando posição aqui e ali, correndo para mais adiante, sem se darem
conta do tempo que corria também. Daniel Wilson ficara atrás dos companheiros, procurando
endireitar os sapatos que o estavam maltratando bastante.
Quando ficou pronto, já estava escurecendo a noite. Apressou-se, correndo e buscando ver que
direção haviam tomado os outros. As trevas, mo meio da floresta, não permitiam mais que visse
as saídas. Era difícil andar. Estava perdido. Pensou que poderia ouvir os companheiros: assobiou,
gritou, e nada. Pelejou e pelejou, até se convencer de que não havia outra coisa a fazer, a não ser
permanecer a noite inteira na floresta e aguardar o amanhecer do dia.
Nisto, percebeu como que vultos erguerem-se ao seu redor. Poucos momentos, e estava ele nas
mãos de um grupo de índios que pareciam selvagens. Amarraram-lhe as mãos e fizeram com que
ele andasse á sua frente. Cansado, mas obrigado a caminhar mais e mais, horas e horas. Depois,
todos de novo a caminho.
No dia seguinte chegaram à aldeia, na floresta, perto de um lago. Cabanas altas e de topo
pontiagudo, mulheres e crianças, fumaça de fogo de cozinha, tudo indicava ser de grande
importância àquela taba.
O aflito homem branco foi levado a uma cabana desocupada, ficando lá sob a guarda de dois
bravos jovens. Era já tarde. O sol descia no ocaso. Ouvem-se rumores entre os selvícolas. Chega
outro grupo de guerreiros, com o chefe à frente, um homem alto, de boa aparência, trazendo suas
penas e com as pinturas que usam na guerra.
Contaram-lhe da captura do homem branco e ele foi vê-lo. Logo que viu a pena branca,
reconheceu o cativo, o homem que, anos atrás, se havia negado de socorrê-lo, mal-tratando-o sem
piedade.
“É muito feliz em estar usando a pena”, disse o chefe indígena. “Se não fosse isto, você seria
morto esta noite. Por causa de sua esposa, que me tratou com bondade, prometi poupá-lo quando
caísse em meu poder. Por que os homens brancos não são bondosos para com os irmãos de pele
-vermelha? Os pele-vermelha só matam os brancos quando se vingam de qualquer crueldade de
que foram vítimas.
“Agora irei levá-lo de volta a sua casa. Eu mesmo vou acompanhá-lo. Primeiro, porém, você
precisa comer e descansar”.

Tudo isso e muito mais em: 19


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Ao se retirar o chefe, dois jovens trouxeram-lhe comida e uma pele sobre que se deitar, para
passar bem o resto da noite. E, cumprindo a promessa, de manhã, bem cedinho, aquele valoroso
chefe indígena veio e saiu com o homem branco. Caminharam léguas e léguas, através da
floresta, até chegarem ao ponto em que a mata termina e começa o campo. Nesta longa viagem,
Daniel Wilson aprendeu a respeitar e a admirar o homem cuja honra salvou o inimigo cativo, em
seu poder.

11 - AMOR SUFICIENTE PARA TODOS

Ricardo podia ouvir o vento frio soprando lá fora e se sentiu muito alegre por ter uma casa
confortável e quentinha. Ele estava observando sua mãe descascando maçãs para fazer um doce,
enquanto alisava seu cachorrinho de estimação que já estava quase dormindo.
A mamãe, com todo cuidado tirava a fina casca das maçãs. A casca se enrolava, enquanto sua
faca dava voltas ao redor da maçã. Sua irmã, Sandra, estava bem perto da mamãe, pegando as
cascas antes que tocassem na panela.
- Eu também quero fazer isto – disse Ricardo, enquanto chegava mais perto da mamãe. – A
próxima casca é minha, não é, mãe?
- Há cascas suficientes para os dois – disse a mãe – e acho que ainda vai sobrar. – E ela sorriu
para Ricardo.
O sorriso da mamãe fez com que Ricardo ficasse muito satisfeito. Ele olhou para ela e sorriu
também, e notou que a mamãe estava sorrindo para Sandra.
Neste momento uma casca de maçã caiu no chão, e Muchinga, a gatinha, pulou em cima dela.
- Ó, Muchinga, você é muito malandra! Disse Ricardo se divertindo, vendo como ela jogava a
casca. – Você quer brincar, não é? Está bem, então venha aqui que eu vou brincar com você.
Ricardo foi até a sala e encontrou o brinquedo especial e preferido da gatinha, uma longa fita
com uma pequena bola vermelha amarrada na ponta. Ele corria ao redor da sala puxando fita,
enquanto Muchinga procurava caçar a bolinha.
- Grrr! – resmungou Tuty, o cachorrinho, correndo e tentando agarrar a bola. Ele havia acabado
de acordar e queria entrar na brincadeira. Mas, Muchinga não gostou da história, levantou suas
costas e seu pêlo, e... arranhou o Tuty. Este por sua vez, latiu, latiu e deu uma patada em
Muchinga.
- Que aconteceu. Venham aqui vocês dois – disse Ricardo, sentando entre eles e gentilmente
agradando cada um. – Não se preocupem. Nós podemos brincar todos juntos. Eu gosto de cada
um da mesma maneira.
Pouco tempo depois tanto o cachorrinho quanto à gatinha, estavam dormindo, e Ricardo voltou
para a cozinha. Sandra continuava ajudando a mãe a colocar as maçãs numa panela grande.
- Eu quero fazer isso – disse Ricardo, tentando alcançar a panela.
- Há lugar suficiente para os dois, e muitas maçãs também – disse a mãe. E desta maneira
Ricardo e Sandra se revezavam ajudando até que a panela estava bem cheia.
Quando as maçãs estavam fervendo em cima do fogo, Ricardo olhou para a mamãe e
perguntou:
- De quem você gosta mais, mãe, de Sandra ou de mim?

Tudo isso e muito mais em: 20


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Ele esperou ansioso pela resposta. Sandra ouviu o que Ricardo tinha perguntado, e veio para
perto para ouvir o que a mamãe iria responder.
Ricardo ficou muito surpreso pelo que a mãe fez então. Ela sorriu, sentou-se, e colocou um
braço ao redor de Ricardo e o outro braço ao redor de Sandra.
- Ricardo – ela disse – eu vi você brincando com seu gatinho e com o seu cachorrinho.
De qual dos dois você gosta mais?
- Oh, gato e cachorro são diferentes – respondeu Ricardo. – A gatinha é branca e macia, tem
lindos olhos azuis. Tuty é todo crespinho e preto, e tem um nariz comprido e bonito. Eu não gosto
mais de um do que do outro.
- Bem – disse a mãe – Sandra é uma menina, com longos cabelos e olhos escuros. Você é um
menino, tem cabelos curtos e olhos azuis. Vocês são ambos meus filhos, e eu amo a cada um da
mesma maneira. Tenho amor suficiente para os dois, e ainda tem mais amor sobrando.
Ricardo se sentiu muito bem ao ouvir isto. Sandra também estava sorrindo.
- E sabem – acrescentou a mamãe – Deus nos ama da mesma maneira também. Ele tem muito
amor por cada pessoa neste mundo.
- Assim como maçãs – riu Ricardo. – Suficiente para todos, e algumas de sobra.

Deus nos ama muito mesmo – ama a cada um de nós. Vamos lhe dizer “Muito Obrigado” por
nos amar tanto e por ter feito um mundo tão maravilhoso onde podemos viver.

12 - ARTEIRO

Arteiro era um gatinho preto, que apareceu no quintal, e as crianças trouxeram para
dentro de casa.
Célia deu-lhe o nome de Arteiro, porque a primeira arte que fez foi enfiar as patinhas na cesta
de costura da mamãe enroscá-las na linha, desenrolar o carretel, puxá-lo para fora e embrulhar-se
todo na linha já embaraçada.
Um dia, ele pulou e puxou a ponta da toalha da mesa e subiu por ela, pondo-se todo contente
bem no centro da mesa! Era tão pretinho e engraçado sobre a toalha alva, que até a mamãe não
pode deixar de rir ao tirá-lo de lá, dizendo que ali não era lugar para gatinhos!
“Ele precisa tomar umas lições de boas maneiras”, disse Rosália; “mas como ele aprenderá, se
não entende o que dizemos?”.
Papai gostava do Arteiro também. Quando estava em casa à tarde, deixava que o gatinho lhe
subisse pelas pernas, e se aninhasse no alto dos seus ombros. Depois o levava consigo até à
biblioteca, e o ajeitava na mesa, onde ele tirava um bom sono. Mas quando não queria dormir, o
Arteiro fazia artes: Mexia nos papéis... Um dia ele pulou na escrivaninha e passou um tempo
delicioso espalhando penas e lápis pela sala toda; mas quando entornou o tinteiro, mamãe disse:
“Não há jeito; precisamos ensinar boas maneiras ao Sr. Arteiro, ou então conservar a escrivaninha
sempre fechada”.
“O melhor é fechar a escrivaninha”, disse Rosália que achava que o Arteiro era muito pequeno
para aprender boas maneiras.
Um dia, papai estava muito ocupado e chegou tarde para o almoço. As crianças almoçaram e
estavam prontas para ir à escola.
Tudo isso e muito mais em: 21
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
“Antes de almoçar, preciso ver o jornal”, disse o papai, “não tive tempo de correr os olhos
pelas notícias esta manhã!”.
Ele abriu o jornal e começou a ler, quando...
“Papai, olhe! Gritou Rosália”, Olhe, papai!”.
Papai afastou o jornal, sobre a mesa, saboreando placidamente seu prato!
“Será possível!” Exclamou a mamãe! “Este gatinho tem que aprender bons modos!”Ela retirou
o gatinho de lá, levou-o para o “hall”, fechou a porta e trocou o prato do papai”.
Papai simplesmente riu. “Ele aprenderá quando for mais velho”, disse.
Mamãe esqueceu-se do Arteiro enquanto tirava a mesa. De repente, lembrou-se. “Ora!
Esqueci-me do gatinho lá no hall!”.
Ela foi procurá-lo. Nem sinal de gatinho no “hall”! Ela chamou, chamou, mas o Arteiro não
apareceu. Procurou-o pela casa toda, e nada do Arteiro!
Quando as meninas voltaram da escola, a mamãe disse-lhes:
“Coitado do Arteiro! Sumiu-se! Procurem-no pelo quintal; não quero que ele passe a noite fora,
sozinho!”.
As crianças procuraram e procuraram... Perguntaram aos vizinhos, e nada. Ninguém vira o
Arteiro.
“Papai ficará triste quando souber do desaparecimento do Arteiro”, disse Rosália.
“Vou tentar mais uma vez. Vou olhar por toda parte”, disse Célia. Mas não foi encontrado. As
crianças estavam tristes quando papai chegou para jantar.
“Papai, Arteiro sumiu-se”, disseram elas.
Papai riu gostoso
“Olhem aqui!” Disse ele. Enfiou a mão no bolso do sobretudo e retirou de lá... O gatinho preto!
“O Arteiro!” Gritaram as crianças, correndo ambas para pegá-lo.
Onde você o encontrou; perguntou mamãe.
Papai contou que já estava na metade do caminho para a cidade, quando, ao tirar, o lenço do
bolso, deu com o gatinho que dormia sossegadamente no seu bolso. Quando mamãe levou-o para
o “hall”, ele subiu no, sobretudo do papai e acomodou-se num dos bolsos.
“Que fez com ele, papai?” Perguntou Célia.
“Levei-o para o escritório, naturalmente”, disse ele; “não havia tempo para voltar em casa. No
escritório, ele se comportou muito bem; brincou com todos e dormiu no cesto de papel. E ainda se
fala em ensinar-lhe boas maneiras! Vamos tratá-lo como a um cavalheiro, e mais tarde verão que
ele será o melhor e mais ajuizado gato do mundo!”.

13 - AS ESTRELAS SÃO PARA NOS GUIAR

Bruce queria acompanhar seu pai nas planícies do grande Deserto de Gobi. O Gobi se estende
por muitos e muitos quilômetros, mas com muito poucas marcas ou sinais que indiquem a
direção. Existem somente quilômetros de planícies onduladas – sem estradas, sem árvores, sem
cidades e sem vilas.
O pai de Bruce ia com freqüência ali, porque, bem distante, além daquelas planícies, estava
uma importante sede da missão. Mas era uma viagem longa, muito cansativa, e a pessoa tinha que
levar tudo o que precisava, colchonete para dormir, coisas para comer e roupa suficiente para
Tudo isso e muito mais em: 22
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
todo o tipo de temperatura. E se estivesse na época das chuvas, qualquer tipo de viagem seria
muito difícil.
O papai estava se preparando para a viagem, e Bruce tinha esperança que poderia ir junto.
Depois de muitas considerações sobre o assunto, e tendo de fazer uma preparação adicional, o
papai decidiu que Bruce poderia ir junto desta vez. O pai carregou o carro na noite anterior, e
tudo estava preparado para a partida na manhã seguinte.
“Vamos”, disse o pai, “está na hora de acordar, já é tempo de tomarmos nosso caminho”.
Bruce esfregou os olhos, se espreguiçou um pouco, e somente meio acordado, lembrou que
naquela manhã iria acompanhar o pai na longa viagem. E assim, rapidamente, saiu da cama, se
vestiu, e bem depressa estava sentado à mesa, tomando seu desjejum na madrugada. O papai
estava colocando as últimas coisas no carro, esquentando o motor e esperando pela hora de partir.
Com um alegre “viva”, e um último carinho em Rom-rom, Bruce e seu pai saíram do portão
para a estrada, e logo começaram a subir a estrada adicional que os levaria à parte alta da planície
do Deserto de Gobi. Em menos de uma hora, estavam mais próximas e mais brilhantes.
O carro seguia pela escuridão, e o dirigir requeria muito pouca atenção. Bruce sentado no
banco da frente com seu pai adormeceu um pouco, e o ronco contínuo do motor parece que estava
embalando o pai em uma sonolência, também; mas não foram muito longe porque o carro caiu
em um declive que levava a um desfiladeiro profundo. O caminho defeituoso e a sacudidura
acordaram o pai, que olhando ao redor logo viu que tinham saído da estrada. Ao invés de
viajarem para o sudoeste, estavam indo direto para o Este, e naturalmente logo estariam em áreas
desconhecidas.
“Bem”, disse o pai, “acho que cochilei um pouco e não sabia para onde estava guiando. Eu
nunca tinha visto esse desfiladeiro antes”.
“Como você sabe?”, perguntou Bruce, “existem tantos desfiladeiros, como você pode saber
qual que já viu e qual não viram?”.
“Você precisa ter certeza”, respondeu o pai, “estou acostumado com os que já vi, e nunca
estive neste desfiladeiro antes”.
“Você sabe em que direção está o norte, pai?”.
“Não, mas sei uma maneira que podemos descobrir”.
“Mas você não tem uma bússola”, disse Bruce.
“Não”, replicou o pai, “vamos nos guiar pelas estrelas”.
“Pelas estrelas!”, exclamou Bruce, “como, se todas estão no céu! Como pode se guiar por
estrelas?”.
“Certamente podemos, filho; os marinheiros nos grandes navios que atravessam os oceanos
calculam sua localização corretamente, olhando para o céu e localizando certas estrelas. Embora
não estejamos no mar, estas grandes planícies são exatamente como um oceano, e nós também
podemos calcular nossa localização, e encontrar o caminho certo pelas estrelas. Primeiro precisa
encontrar a Estrela Polar, a Estrela do Norte, e seguir a linha até onde estão agora. Depois
identificando outras constelações, e encontrando a relação com outras estrelas, podemos ter uma
direção geral e saber como devemos proceder para encontrar um certo ponto no mapa”, explicou
o pai.
“Isto é muito interessante”, disse Bruce. “Eu lembro que o primeiro capítulo de Gênesis nos
fala que quando Deus criou o céu e a Terra, Ele mandou que aparecessem os luminares no céu, e
a Bíblia nos diz que eles deveriam servir de sinal para as estações, para os dias e para os anos;
mas eu não sabia que também poderiam nos ajudar a encontrar o caminho quando estamos
perdidos”.

Tudo isso e muito mais em: 23


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
“Sim, Bruce, você não se lembra da história na Bíblia, quando os magos foram guiados por
uma estrela, através do deserto até Belém, para encontrar o Menino Jesus?”.
“Ah, sim, eu me lembro desta bonita história; e sabe, pai, acho que você é igual aos magos, vai
encontrar nosso caminho neste deserto através de uma estrela”.
Muitas vezes a Bíblia nos fala sobre as estrelas. Você mencionou Gênesis, onde está escrito
que os luminares do céu deveriam servir de sinal. Quando Jesus esteve aqui na Terra, Ele falou
sobre os sinais no céu. Um dia Seus discípulos perguntaram quando Ele voltaria a Terra, e Ele
disse que haveria sinais no Sol, na Lua e nas estrelas para mostrar que Sua volta estaria perto.
“Pai, isso já aconteceu?”.
“Sim, filho, o último destes sinais aconteceu há 100 anos atrás quando houve uma chuva de
estrelas cadentes. Parecia como se do céu estivessem chovendo estrelas. Por aquele e por outros
sinais, podemos saber que Jesus voltará muito em breve. E assim, as estrelas não somente nos
ajudam a encontrar nosso caminho aqui neste deserto, mas também sinalizam a volta de Jesus”.
E assim, guiados pelas estrelas, papai e Bruce logo encontraram a estrada correta novamente,
contente por Deus ter colocado as estrelas no céu para orienta-los no caminho certo.

14 - AS MÃOS DE MINHA MÃE

Faz anos, quando minha irmã mais velha tinha meses de idade, aconteceu adormecer no quarto
da frente. Mamãe estivera ocupada com o serviço da casa e, ao aproximar-se da hora do almoço,
encheu o fogão de querosene, preparando-se para cozinhar o almoço.
Cheio o fogão, mamãe riscou um fósforo para acender. Seguiu-se terrível explosão, e em breve
a pequenina casa se achava em chamas. Na explosão minha mãe ficou seriamente ferida. O braço
esquerdo e o ombro ficaram em carne viva. Os vizinhos acorreram à cena e ajudaram-na a pôr-se
em segurança.
O corpo de bombeiros da pequenina cidade; com seu primitivo aparelhamento daqueles
tempos, apareceu dentro de alguns minutos. Por essa altura toda a casa era uma verdadeira
fornalha.
Naturalmente, a primeira coisa de que mamãe se lembrou ao recuperar-se do choque, foi a
criancinha adormecida em meio àquelas chamas. Os bombeiros e os espectadores disseram não
haver esperança de penetrar nos aposentos cheios de fumaça e dos caibros a cair. Desprendendo-
se, porém, dos que a procuravam conter, mamãe precipitou-se para a incendiada casa, abrindo
caminho por entre o fumo e as chamas, em direção do quarto em que se achava sua filhinha –
ainda adormecida.
Agarrando-a com aqueles braços já horrivelmente queimados pela explosão, mamãe carregou o
precioso fardo para fora, a salvo. Apenas uma cicatriz produzida por um botão quente assinalou
minha irmã mais velha, mas mamãe levou ao túmulo os vestígios de seu ato de heroísmo.
Por mais de um ano esteve ela em tratamento, enquanto a pele enxertada ia aos poucos
cobrindo as feridas. Aqueles repuxados tendões desfiguraram-lhe a bela mão, e feias cicatrizes
marcaram o braço que transportou a pequenina para lugar seguro. Aqueles dentre nós, porém, que
conheciam a história que se achava por trás daquelas cruéis cicatrizes, amávamos aquela mãe, que
a constrange a não poupar a própria vida para salvar seu filho!
Como esse amor tem inspirado e moldado à vida dos grandes homens deste mundo! Podemos
seguir, através dos séculos, a influência do amor e da educação de uma mãe.
Aí está José, o jovem escravo que se tornou poderoso governador do Egito – o segundo Faraó.
Em meio de adversidade e popularidade José não se desviou da senda da retidão. Por que?
Tudo isso e muito mais em: 24
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Porque, como menino aos joelhos de Raquel, absorvera de sua piedosa mãe aqueles princípios de
verdade e justiça que o mantiveram fiel ao ser combatido pelas ondas da tentação.
Jorge Washington foi, em sua infância, moldado pelo caráter e o amor de uma piedosa mãe.
Abraão Lincoln disse uma vez: “Tudo quanto eu sou ou tudo quanto ainda espero ser, devo a
minha angélica mãe!”.
“O trabalho da mãe muitas vezes se afigura, aos seus próprios olhos, sem importância. Raras
vezes é apreciado. Pouco sabem os outros de seus muitos cuidados e encargos. Seus dias são
ocupados com uma série de pequeninos deveres, exigindo todos paciente esforço, domínio de si
mesma, tato, sabedoria e abnegado amor; todavia ela se não pode vangloriar do que fez como de
algum importante feito. Fez apenas com que tudo corresse suavemente no lar; muitas vezes
fatigada e perplexa, esforçou-se por falar bondosamente às crianças, mantê-las ocupadas e
satisfeitas, guiar os pequeninos pés no caminho reto. Sente que nada fez. Assim não é, entretanto.
Anjos do céu observam a mãe, fatigada de cuidados, notando suas responsabilidades dia a dia.
Seu nome pode não ser ouvido no mundo; achava-se, porém, escrito no livro da vida do
Cordeiro.
“Existe um Deus no céu, e a luz e glória do Seu trono repousam sobre a fiel mãe enquanto ela
se esforça por educar os filhos para resistirem à influência do mal. Nenhuma outra obra se pode
comparar a sua em importância. Ela não tem, como o artista, de pintar na tela uma bela forma,
nem, como o escultor, de cinzelá-la no mármore. Não tem, como o escritor, de expressar um
nobre pensamento em eloqüentes palavras, nem, como o músico, de exprimir em melodia um
belo sentimento. Cumpre-lhe, com o auxílio divino, gravar na alma humana a imagem de Deus”.
Quão adequado, neste Dia das Mães, que nos detenhamos um pouco e prestemos um tributo a
quem tantas vezes tem enchido plenamente a medida da dedicação por aqueles a quem ama! Por
intermédio de sua ilimitada afeição, quanto filho ou filha coxeante não tem sido conduzido à luz
do supremo amor celeste! Que alegre dia de reunião será aquele em que as piedosas mães de
todos os séculos se encontrarem com os seus ao redor do grande trono branco!
“Pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que se não compadeça dele, do filho
de seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Eis que
nas palmas das Minhas mãos te tenho gravado: os teus muros estão continuamente perante Mim”.
Isaías 49:15 e 16.
Não quereis vós, neste Dia das Mães – enquanto o coração se acha enternecido ao pensamento
do lar e da mãe – pensar também naquele incomparável amor de Cristo e entrar com Ele em mais
íntimas relações – com Ele que vos amou e Se entregou a Si mesmo por vós?

15 - CARLINHOS MUDA DE OPINIÃO

- Não emprestarei para ninguém! Exclamou Carlinhos ao ver, na manhã de seu aniversário, a
bela caixa de ferramentas, enviada pelo tio, acompanhada de um bonito cartão de felicitações. E
para maior segurança, acrescentou ele, para que ninguém me venha pedir nada emprestado,
manterei a caixa fechada e guardarei a chave comigo, no bolso.
- Não se esqueça, Carlinhos, disse o pai, que você por mais de um ano tem usado livremente as
ferramentas de José. É justo que você seja reconhecido!

Tudo isso e muito mais em: 25


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Carlinhos ouviu as palavras mais não claramente, pois já se adiantava quando o pai começara a
falar. Não que ele não estivesse bem com José, não, eles se davam muito bem. É que no dia
anterior, quando vinham da escola, José havia falado numa carteira escolar que estava fazendo
para a irmãzinha brincar em casa. Ele não podia acabar porque lhe faltava um trado a fim de
fazer alguns buracos nas pernas da carteira.
José estaria esperando pedir emprestado as ferramentas novas - e, pensou Carlinhos, se eu
deixar a caixa aberta, José sentir-se-á livre para utilizar-se delas. O mais acertado será eu trazer a
caixa sempre fechada e guardar a chave sempre comigo, no “bolso”.
À tardinha daquele mesmo dia, entretanto, José veio brincar e Carlinhos observou como ele
examinava demoradamente a caixa, apreciando quão belas e finas eram as brilhantes ferramentas
novinhas.
- Que lindo presente, Carlinhos, disse José tomado de grande entusiasmo. Se fossem minhas
não permitiria que ninguém tocasse.
- É isso mesmo que vou fazer. Não emprestarei a ninguém, mas se você quiser fazer algum
serviço, eu estarei disposto a faze-lo para você, respondeu Carlinhos.
- Você tem a chave da caixa, não tem? Perguntou José.
- Certamente, veja, e mostrou a José uma chavezinha de metal branco, brilhante.
Branco e brilhante.
- Muito bem, isto é suficiente para guardar bem as suas ferramentas, disse José, ao mesmo
tempo em que seu pai o chamava.
- Vamos passear até o sítio, convidou o papai. Como uma flecha José correu para o portão,
onde estava o pai.
- Você poderá vir também, disse o pai de José para Carlinhos.
- Não, obrigado, respondeu Carlinhos. Preciso fazer umas voltas para mamãe.
- Tudo, porém o que segurava Carlinhos era a linda caixa de ferramentas. Ele saiu para fazer
algumas compras para a mãe, mas voltou imediatamente. Nunca fizera uma volta tão depressa.
Grande era a animação pelo presente do tio – a linda caixa de ferramentas brilhantes.
Mas, quando ele voltou e acabou de fazer alguns outros trabalhos extraordinários naquela
noite, não dispôs de tempo para dar mais uma olhada ao lindo presente. Demais, ele havia
fechado a caixa e a chave estava consigo. Entretanto, para se cientificar correu a mão ao bolso e
para espanto seu a chave não estava. Estacou, meditando.
“Bem me lembro agora, disse ele em voz baixa”. José estava com a chave quando seu pai o
chamou. Será que ele me entregou a chave? Não! E Carlinhos convenceu-se de que José não lhe
havia devolvido a chave.
“Malvado de José!” Murmurou, “mas eu hei de apanhá-lo. Não direi nada a ele que a minha
chave desapareceu até que ele venha e me peça alguma ferramenta emprestada; então direi que a
chave se perdeu”.
Carlinhos foi dormir aborrecido e na manhã seguinte acordou-se ainda amuado, mas não deu a
menor impressão de que estava aborrecido. Queria demonstrar estar tudo muito bem.
Quando se dirigia para a escola viu a José que o esperava no mesmo lugar de sempre,
saudando-o alegremente. Carlinhos nem tirou as mãos do bolso para corresponder à saudação de
José. Este não notou que Carlinhos não lhe correspondeu o aceno de mão; nem tocou no assunto
da caixa de ferramentas que Carlinhos havia recebido. No período de lanche da escola é que falou
a um grupo de companheiros do lindo presente que Carlinhos ganhara. Nesta hora, Carlinhos se
conteve para não desmascarar a José de ter ficado com a chave da caixa.

Tudo isso e muito mais em: 26


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
O dia de aulas se passou e Carlinhos não olhou nem uma vez para o lado onde se sentava José.
Quando se acabaram as aulas, Carlinhos adiantou-se para casa, e naquele dia pela primeira vez
não teve palavras de carinho que o veio encontrar como sempre.
Quando chegou em casa o pai o estava esperando na porta e, tomando a pasta de livros, pediu-
lhe que voltasse ao armazém e trouxesse meio quilo de pregos.
Carlinhos voltou e no meio do caminho encontrou-se com José, que vinha. Seu primeiro
pensamento foi passar de largo e nem olhar para o amiguinho.
- Vou ao armazém, quer ir comigo? Foi o que respondeu ao amiguinho que havia perguntou
aonde ia ele.
- Não, respondeu José, mas vou esperá-lo aqui e iremos depois juntos para sua casa.
Carlinhos bem desejaria demorar um pouco mais, até que José desistisse de esperá-lo e então
fosse sozinho para casa. Mas José o esperou.
- Venha e olhe isto aqui, disse José ao se aproximar Carlinhos, já de volta, e ambos pararam ao
lado de uma grande construção, observando a estrutura fundamental da mesma.
- Eu olhei isto ontem à tarde, respondeu Carlinhos, parando para observar.
Num dado momento o pé de Carlinhos resvalou e o menino caiu, saltando-lhe da mão o pacote
de pregos que espalharam em todas as direções.
- Que farei, agora? Mais da metade dos pregos caíram pela grade, dentro do bueiro!
Neste momento a face de José brilhou de satisfação. Parecia estranho José estar satisfeito neste
transe...
- Você tem aí um cordão?
- Sim, tenho um barbante, mas que adianta?
- Certamente que o barbante só não adianta nada, retrucou José, mas olhe aqui, e desembrulhou
alguma coisa.
- Um ímã! Esplêndido! Onde adquiriu você este ímã?
José sorriu satisfeito. – Eu o comprei, disse alegremente, para sua caixa de ferramentas, pois
notei que não havia nenhum.
Carlinhos estava quase para dizer que José estava querendo amenizar a situação de ter ficado
com a chave, mas lembrando-se do propósito que fizera quanto a manter segredo a respeito da
chave, nada falou.
- Pronto, disse José, depois de haver amarrado o ímã na ponta do barbante. Estou certo de que
reaveremos todos os pregos.
Em poucos minutos todos os pregos que haviam caído no bueiro estavam em mãos. Na última
vez que ele ergueu o ímã do bueiro, notou que a face de Carlinhos ruboresceu de satisfação. É que
unida ao ímã veio uma chavezinha – a chave da caixa de Carlinhos.
- Parece a chave de sua caixa de ferramentas!
- Sim, é a minha chave mesmo, disse Carlinhos, sem tirar os olhos do amiguinho e
relembrando-se de que na tardinha anterior, ao passar por ali, ouvira um determinado som
metálico, mas não podia imaginar que fosse a chave, e demais estava com muita pressa para
voltar para casa com as compras que fora fazer para a mãe. Agora ele compreendia que o som era
o de sua chave, quando caíra.
E cheio de emoção falou:
- Ótima coisa você ter esse ímã neste momento!
- É verdade, é uma ótima coisa, mas se você não houvesse ganhado a caixa de ferramentas eu
não o compraria, pois o comprei especialmente para a sua caixa de ferramentas.
- Muito obrigado, José, disse a Carlinhos emocionado e cheio de gratidão. E acrescentou: -
Quando você desejar algumas de minhas ferramentas, disponha. A caixa estará sempre aberta!

Tudo isso e muito mais em: 27


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
16 - DAVI E AS PANELAS NOVAS

Pela quarta vez naquela manhã, Davi correu para casa e perguntou: “Que horas são,
mamãe?”.
“Agora são nove e vinte e cinco. Você precisa esperar mais trinta e cinco minutos”, respondeu
a mãe dando uma olhada para Davi.
“Está bem!”, ele concordou, “mas eu queria que o vendedor se apressasse. Quero ver as
panelas novas que ele está trazendo. Você tem certeza que elas podem cozinhar batatas e
cenouras sem água e assim mesmo não queimar?”.
“Sim, Davi!”, riu a mamãe. “Você vai poder ver com os seus próprios olhos hoje mesmo. Logo
que o vendedor chegar irá fazer o almoço, para que nós possamos aprender como usar as novas
panelas e assim não deixar queimar a comida”.
“É difícil de acreditar que essas panelas possam ser tão boas”. O tom de voz de Davi
demonstrava que ele não podia acreditar no que sua mãe estava dizendo. “Vou ficar bem perto
para poder ver com meus próprios olhos”.E saiu rapidamente mais uma vez, saiu para esperar
pelo vendedor de panelas que cozinhavam sem água.
O tempo parecia se arrastar. Será que aquele homem nunca chegaria? Davi se sentou nos
degraus da escada e dava um pulo a cada vez que um carro entrava na rua onde ele morava.
Finalmente chegou o vendedor. “Ele chegou! Ele Chegou!” Rápido Davi abriu a porta da frente
e chamou sua mãe.
A mamãe convidou o vendedor para entrar, e Davi ajudou a carregar algumas das caixas onde
estavam as panelas.
O vendedor desempacotou as brilhantes panelas. “Muito bem, vamos examinar bem cada
panela para ver se estão perfeitas”, ele disse. “Depois teremos de lavar cada uma antes de
começar a fazer o almoço”.
“Por que lavar? Perguntou Davi muito surpreso”, elas nunca foram usadas".
“Não”, disse o vendedor, “elas nunca foram usadas, mas também não foram lavadas depois do
último polimento dado na fábrica. Nós não vamos querer cozinhar alguma coisa nelas sem ter a
certeza de que estejam muito bem lavadas. Isto não será bom para você e nem para as panelas”.
“Ah, sim”, respondeu Davi. E ficou observando como o vendedor colocava detergente em uma
esponja e esfregava, com todo o cuidado, as panelas e as tampas. Depois enxaguou bastante e
enxugou cada panela.
“Como estão lindas e brilhantes!”, exclamou a mamãe, “espero que continuem sempre assim”.
“Elas ficarão”, prometeu o vendedor, “quer dizer, se a senhora não usar palha de aço, e nem
outra coisa afiada e áspera para limpar. Lembre-se sempre disto, pois é muito importante”.
Logo as panelas estavam lavadas e o vendedor pronto para demonstrar como usar. Pedaços
tenros e brilhantes de cenoura foram colocados dentro de uma panela, ervilhas em outra e as
batatas dentro de outra panela ainda. Colocaram as tampas, mas não colocaram água. As panelas
foram colocadas sobre o fogo e acenderam o gás, mas colocaram fogo bem baixo.
A mamãe e Davi se sentaram para conversar com seu novo amigo, o vendedor, enquanto os
vegetais estavam cozinhando. Uma pequena válvula, do tamanho da metade de um dedal,

Tudo isso e muito mais em: 28


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
começou a subir e descer, fazendo um barulho divertido. O vendedor colocou o fogo ainda mais
baixo, até que a válvula ficou em silêncio novamente.
“Esta válvula é o seu guarda da cozinha”, ele disse, “ela está avisando que o fogo está muito
alto e o alimento poderá queimar se a senhora não abaixar o fogo”.
A mamãe arrumou a mesa, e logo os vegetais foram servidos. Como estavam gostosos, cozidos
sem água nas panelas novas! E também não estavam queimados.
Depois do almoço, Davi perguntou: “Posso lavar a louça? Eu gostaria de lavar as panelas
novas”.
“Claro que sim, Davi. Mas, por favor, tome cuidado com elas”, disse a mamãe.
“Está bem”, prometeu Davi, preparando-se para o trabalho. Cuidadosamente limpou cada
panela. Ele estava imitando o vendedor na casa de um freguês. Pegou o detergente e espalhou
sobre cada tampa das panelas. Então, por um momento, esqueceu o aviso do vendedor de somente
usar alguma coisa macia, como uma toalha de papel ou uma esponja, com detergente. Davi pegou
a esponja de aço da mamãe e esfregou e raspou uma mancha imaginária.
Então, como uma flecha, lembrou-se das palavras do vendedor. “Nunca use palha de aço”.
Davi parecia ter ficado paralisado. “Oh, não!”, disse para si mesmo, enquanto abria a torneira
para tirar o sabão. Ali, claro como o dia, estava uma mancha, um arranhão profundo sem
possibilidade nenhuma de conserto!
“Que vou fazer? Que vou dizer? Por que não pensei antes?” Se perguntava Davi
silenciosamente, enquanto secava a tampa. E por mais forte que tentasse, não conseguia fazer
desaparecer a mancha. O coração de Davi estava pesado.
Ele terminou de lavar a louça e guardou tudo em seus lugares. Mas deixou as panelas e as
tampas novas em cima da mesa, porque não sabia onde a mamãe iria guardar.
Quando a mamãe veio para guardar as panelas, imediatamente notou a tampa arranhada. “Oh,
veja o que o vendedor fez quando lavou as panelas”. A voz da mamãe estava cheia de tristeza,
quando pegou a tampa arranhada e olhava cuidadosamente.
“Não, mamãe”, falou Davi, “ele não fez isto, fui eu quem fiz”.
A mamãe olhou muito surpresa para seu filho. Depois de um breve momento ela sorriu. “Oh,
como estou feliz porque você me contou. Está tudo bem”. E não disse mais nada.
Davi agora está bem crescido. Mas o coração de sua mãe fica emocionado, cada vez que lava a
tampa arranhada. É a tampa que ela guardará com todo o carinho e cuidado pelo resto de sua vida,
porque aquele arranhado é uma lembrança de que seu filho não teve medo de dizer a verdade,
mesmo quando teria sido muito mais fácil para ele ficar em silêncio. E porque ele não teve medo
de dizer a verdade, também conservou bem puro e limpo seu registro lá no Céu.

17 - FIDELIDADE RECOMPENSADA

Nos distantes dias de minha infância, sempre me parecia que o sábado era um impedimento
para se ter êxito na vida e empreender uma obra de valor. Meus companheiros ambicionavam
posições de destaque em que ganhassem muito dinheiro. A mim não me parecia que essas
aspirações se adaptassem ao programa de um menino adventista do sétimo dia.
Quarenta anos mais tarde, quando visitei a velha cidadezinha onde eu nascera, e comecei a
indagar acerca daqueles meus antigos companheiros, ninguém me soube dar informações.
Quando, naquele dia, visitei o cemitério, notei que a maioria deles se achava debaixo da terra. Um
daqueles amigos da infância construíra na cidade um lindo palacete. Agora, fazia pouco fora
Tudo isso e muito mais em: 29
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
sepultado – morrera bêbado! Quando deixei o cemitério, não pude conter as lágrimas. Deus me
estava a dizer, muito claramente: “Meu filho, coloquei a cerca dos Meus Dez Mandamentos em
torno de você, nos dias de sua infância, para que tivesse uma vida mais abundante”.
Existem também muitas histórias acerca de como a obediência à lei de Deus trouxe bom êxito.
Todos vocês, meus pequenos leitores, sabem o que a Bíblia diz acerca de Daniel e seus
companheiros, e acerca de José, de Ester, Rute e muitos outros. Mas há também muitas histórias
acerca de meninos e meninas dos nossos dias, a quem Deus honrou assinaladamente porque
guardavam a Sua lei.
Uma das melhores histórias que conheço fala de um rapaz que trabalhava numa fábrica de
alimentos enlatados. Quando o menino apresentou o seu pedido para o dispensarem do trabalho
aos sábados, disseram-lhe, em poucas palavras, que a companhia não tinha lugar para alguém que
não trabalhasse aos sábados, ou em outro qualquer dia em que a companhia precisasse de seus
serviços. Devia comparecer no escritório na sexta-feira para receber a conta, e o seu caso estaria
encerrado.
Mas aconteceu que, antes que chegasse o sábado, o Senhor enviou uma chuva. Foi uma dessas
chuvas pesadas, que vem inesperadamente e mesmo fora de tempo. Deus mandou essa chuva para
ajudar um de Seus filhos que estava resolvido a honrar o Seu sábado.
Certa ocasião essa companhia de conservas tinha cerca de vinte mil latas de frutas em
conserva, todas rotuladas e prontas para o despacho. Mas estavam fora, ao ar livre, e poderia vir
chuva para estragá-las. Nosso menino, observador do sábado, estava quase certo de que iria
chover. E sabia que aquelas latas não podiam apanhar umidade. Nem era de sua responsabilidade
Dar-lhes qualquer atenção. Tinha já terminado o trabalho do dia, e o cuidado das latas não lhe
cabia. Entretanto, arrumou mais algumas pessoas e com elas pôs todas aquelas latas debaixo de
coberta. Apenas terminaram o trabalho, quando desabou pesado aguaceiro.
O gerente da companhia estava de volta de uma cidade distante, e enquanto se dirigia para
casa, pensava: “Todas aquelas latas se molharam. Tem de ser muito bem enxutas, para não
enferrujarem; todos os rótulos tem de ser tirados, e colocados outros. Isto significa alguns
milhares de cruzeiros de despesas extraordinárias, em trabalho e material...”.
Como ele ficou contente quando viu todas aquelas latas abrigadas da chuva! Naturalmente, foi
logo perguntando:
- Quem fez isso?
- Aquele menino adventista foi à resposta.
E o menino adventista, depois disso, teve liberdade para guardar todos os sábados que quisesse. E
é claro que queria guardar todos.
Nenhum menino ou jovem adventista ficará num beco sem saída, por causa do sábado. Ainda que
às vezes seja provado por algum tempo, Deus lhe providenciará um livramento glorioso!

18 - QUERO SER O FILHO DE ALGUÉM

Em certa localidade veio um menininho alegrar o lar humilde de um pobre casal. Chamaram-
no Joãozinho.
Sendo Joãozinho ainda pequenino, penetrou a enfermidade em sua pequena família. Não havia
médicos por ali perto, que fossem ajudar a seu pai enfermo, e assim não tardou a que ele
Tudo isso e muito mais em: 30
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
morresse. Pouco mais tarde sua mãe também veio a falecer, ficando Joãozinho completamente só.
Embora seu tio tomasse conta dele, o pequeno se sentia muito triste e solitário sem o papai e a
mamãe. Tinha as roupas sujas e rotas.
Não tardou a que Joãozinho sentisse que não era de ninguém. Começou a vagar em companhia
de alguns meninos maus, e ele próprio se tornou mau. Às vezes um menino órfão aprende muitas
coisas más de outras crianças na rua. Nós, que temos um bom papai e uma boa mamãe, devemos
cada dia dar graças a Jesus por isso.
Depois de algum tempo seu tio se mudou para a povoação, ficando vizinho de um de nossos
missionários. Também aí Joãozinho fez amizade com meninos maus. Uns homens ruins ouviram
falar nele, e uma vez resolveram servir-se dele para maus fins. Eram ladrões que tiravam aos
outros o que lhes pertencia.
Um dia muito frio esses maus homens quiseram roubar na casa do missionário. Falaram com
Joãozinho a esse respeito. Disseram-lhe que ele devia rondar a casa, e ver onde guardavam as
chaves, de modo que ele pudesse roubar uma. Devia também ver quando os missionários saíam
de casa. Prometeram dar-lhe uma boa parte do que roubassem. Joãozinho concordou em fazer
esse feio papel.
À noite estava fria, e Joãozinho estava pobremente vestido enquanto se dirigia para a casa do
missionário. Tremendo de frio, parou debaixo da janela, olhando para dentro, a ver o que a
família estava fazendo. Ao ver o missionário dirigir-se para a porta da frente, procurou esconder-
se; mas ele o viu. Falando-lhe amavelmente, disse: “Pequenino, deves estar com frio. Entra
comigo e aquece-te”. O menino entrou em casa, pensando que agora tinha melhor ensejo que
nunca de conhecer o arranjo de tudo por dentro, e saber onde se guardavam as coisas de valor.
A esposa do missionário sentiu compaixão pelo pequeno sujo e esfarrapado. Preparou-lhe um
banho quente e deu-lhe roupa limpa e trouxe-lhe também uma ceia quentinha. Joãozinho não
podia compreender essa bondade tão grande. Ao terminar a refeição, a família missionária reuniu-
se na sala para o culto vespertino. O dono da casa disse:
- Agora repitamos juntos S. João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
Seu Filho unigênito, para que todo aquele que N’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Joãozinho escutava. Seu coração se enternecia enquanto repetia as belas palavras de S. João 3:16
uma e mais vezes, mas não podia recordar todas as palavras. Depois do culto, o missionário
perguntou a Joãozinho se queria fazer um recado para eles. Ele respondeu: Sim, senhor.
- E deitou a correr pela rua em que os homens maus o estavam esperando. Agora eles viram
um menino limpo e bem vestidinho. Estava todo mudado. Os ladrões pediram-lhe informações
acerca da casa do missionário, mas o menino negou-se a falar. Foi ameaçado, e depois açoitado
até que o deixaram quase morto.
Ao ser encontrado na rua, Joãozinho estava inconsciente. Tinha as roupas sujas, e as feridas a
sangrar. Vocês se lembram da história do bom samaritano, que encontrou no caminho o pobre
homem espancado pelos ladrões. Pessoas de bom coração recolheram o menino inconsciente e
ensangüentado, e levaram-no ao hospital. Durante toda a longa noite ele delirava e dizia:
- Deixem-me em paz; já não sou aquele menino mau. Sou João 3:16. Repetidamente o ouviam
as enfermeiras dizer: “Sou João 3:16”. Elas não podiam entender o que ele queria dizer com isso.
Mais tarde, quando Joãozinho começou a melhorar, explicou como pensara em ajudar os
ladrões; como havia parado, sujo, faminto e friorento, sob a janela do missionário. Como este o
levara para sua cômoda morada, lhe dera um banho quente, roupas limpas e uma boa ceia quente,
e João 3:16. Então, o menino disse: “Se João 3:16 pôde fazer tudo isto por mim, mostrando-me
tanto amor e bondade, então também eu quero ser um João 3:16. Quero ser o filho de alguém”.

Tudo isso e muito mais em: 31


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Esta noite, querido amiguinho leitor, quando te ajoelhares para orar a Jesus, pense nos
menininhos que não tem papai nem mamãe que os amem, nem um lar em que viver. Diz-Lhe:
“Jesus: Bendize aos órfãozinhos e ajuda-os a encontrar bons lares. Dou-te graças por meus pais e
tudo quanto tenho e por Ti, querido Jesus. Amém”.

19 - GELO, NEVE E ANJOS

Três rostos se viraram ansiosamente da janela para sua mãe que estava costurando ali perto,
sentada em uma cadeira de balanço.
- Oh! Mãezinha, o papai vai mesmo chegar esta noite? – perguntou Carla.
Largando um pouco a agulha, a mamãe sorrindo disse:
- Sim, Carla, o papai disse que estaria aqui hoje à noite.
- Mas, mãe, as estradas estão horríveis, muito perigosas agora – disse Tadeu com uma voz
assustada.
E novamente os olhos voltaram a olhar pela janela. Duas horas antes tinha começado uma
chuva gelada, o gelo estava pendurado nas árvores e arbustos, fazendo com que parecessem de
prata. Agora estava caindo neve, cobrindo todo o chão. O gelo nas estradas foi rapidamente
escondido e coberto pela camada de neve. A mamãe levantou de sua cadeira e juntou as crianças
ao redor dela. Jaime, que tinha três anos, passou os braços ao redor da mãe e perguntou:
- O papai está bem?
Arrumando seus cabelos, a mamãe sorriu novamente e perguntou:
- Crianças, vocês lembram quem está cuidando de nós todo o tempo?
Todos os três mexeram a cabeça para cima e para baixo.
- Jesus – disse Carla.
- E quem manda para estar com cada um o tempo todo?
- Nosso anjo da guarda! – disse Tadeu sorrindo.
- Um anjo está cuidando do papai? Perguntou Jaime.
- Sim, ele está ao lado do papai, Jaime – disse a mamãe. – Sabe de uma coisa, vamos todos
ajoelhar e fazer uma oração especial pedindo que Jesus traga o papai logo, logo para casa e em
segurança.
Todos ajoelharam em cima do tapete no meio da sala quentinha e deram as mãos. Cada um
orou – mamãe, depois Jaime, Carla e por último Tadeu.
“Querido Jesus”, orou Tadeu, você sabe onde está o papai. Por favor, mande o anjo da guarda
proteger o papai na estrada gelada e fazer com que ele chegue logo em casa. Obrigado. Amém”.
Logo que levantaram da oração, de repente a sala ficou escura. O peso do gelo e neve tinha
arrebentado o fio da linha elétrica em algum lugar. A mamãe foi acender uma vela e observou o
relógio – eram 7:30 horas. Depois a mamãe acertou o seu relógio de pulso e sentou com as
crianças no sofá.
- Vamos cantar algumas canções de Natal! – disse Carla.
- É isto mesmo, vamos cantar! – disse Tadeu.
E começaram a cantar “Num Berço de Palhas”, “Sinos de Natal” (escolha outros hinos). Até
mesmo o Jaiminho estava cantando, mesmo não conseguindo dizer muito bem as palavras por ser
muito pequeno.

Tudo isso e muito mais em: 32


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Quando começaram a cantar “Noite Feliz”, eles ouviram o barulho de pneu ao lado da casa
como se um carro tivesse entrado. Pulando em direção da janela, todos olharam para ver se era
realmente o papai.
Houve gritos de alegria quando o papai entrou na sala. Abraços e beijos foram trocados, e neste
mesmo momento a luz voltou.
Depois que o papai pendurou o seu casaco, ele veio sentar-se junto com sua família no sofá.
Jaiminho sentou no seu colo e Carla e Tadeu sentaram em cada lado, bem pertinho.
- Sabem, quase não pude chegar em casa esta noite. Não estava muito ruim logo que comecei a
voltar. Estava começando a chover. Mas quando a estrada começou a ficar gelada, fiquei muito
preocupado e com medo. Eu não tinha dinheiro suficiente para parar em nenhum lugar, e assim
continuei a viagem. Eu vi carros caídos em buracos ao meu redor. Mas conservei meus olhos na
estrada prestando atenção para não cair em buracos de gelo. – A esta altura o papai parou,
abraçou Carla e Tadeu e deu um beijo na cabeça de Jaime.
- Eu não podia dirigir depressa, acho que nunca dirigi tão devagar. Mas quando cheguei perto
da ponte que atravessa (cite um nome), começou o problema. Eu estava ouvindo as notícias de
como estava o tempo e as estradas. Eles tinham acabado de anunciar que eram 7:30 horas quando
o carro começou a derrapar. Havia um forte vento atravessando a ponte, e a estrada era um
espelho de gelo. Eu podia ver a água – preta e fria. O carro estava derrapando depressa e fora do
meu controle. Eu estava esperando a batida contra a mureta e...
O papai respirou fundo e deixou escapar um longo suspiro.
-... Mas de repente o carro parou de deslizar e foi direto para frente. Eu não tive mais
problemas no resto do caminho para casa.
- Seu anjo da guarda! Exclamaram as três vozes juntas.
- Você disse que isto aconteceu exatamente as 7:30 horas? – perguntou a mamãe.
- Posso dizer que Jesus respondeu as orações de vocês. Vamos ajoelhar e agradecer pelo
cuidado que Ele teve para comigo – disse o papai.

O que você pode fazer quando está com medo?


Por que vocês acham que acontecem experiências como a que acabamos de contar?

20 - HISTÓRIA DE UM CHINÊS

Numa pequena choça, no alto de uma colina de onde se avista o verde mar, vivia um jovem
pescador chinês. A choça era deveras pequena. Consistia apenas num quarto, atrás do qual ficava
um alpendre que servia de cozinha. As paredes e o soalho eram de barro batido e encarnadas
telhas formavam o teto. A cama, ou melhor, algumas tábuas sobre dois bancos, duas tripeças e
uma pequena mesa constituíam a singela mobília. Do outro lado oposto à porta, achava-se uma
mesa alta e estreita, onde se encontrava o ídolo de barro pintado, dos pescadores. Ladeavam
encarnadas velas em candelabros de metal branco e a sua frente ficava a pesada taça de bronze,
cheia de cinzas provindas das barras de incenso.
Toda manhã, antes de sair à pesca, o jovem chinês Khiok-ah apanhava duas novas barras de
incenso, segurava-as diante do ídolo, agitava-as no ar, e colocava-as na taça, rogando dessa

Tudo isso e muito mais em: 33


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
maneira as bênçãos do ídolo para sua pesca. Assim fazia toda manhã, com fé singela no poder
que deveria ajudá-lo.
Isso aconteceu por muito tempo. Certa ocasião nosso amigo chinês precisou ir a uma aldeia
distante e não podia estar de volta no mesmo dia. Não havia ninguém para queimar incenso ao
ídolo, no tempo designado. No entanto, para a fé sincera de Khiok-ah, isto não apresentava
dificuldade. À hora de sair, tirou do pacote vermelho duas barras de incenso, e colocou-as diante
do ídolo com uma caixa de fósforos. Em seguida, inclinando-se reverentemente, disse: “Ó
espírito, hoje devo ir a negócios a um lugar distante e não poderei estar de volta em tempo de
queimar-te incenso. Diariamente, sem faltar, tenho feito isto; mas somente desta vez, queima-o tu
mesmo. Repara, aqui estão diante de ti, as barras de incenso e os fósforos. Somente desta vez,
acende tu mesmo, por favor”. E retirou-se logo.
Ao regressar, para sua surpresa, não viu as espirais de fumo que deveriam ascender da taça de
incenso. Aproximando-se e investigando melhor, deparou com as barras de incenso e os fósforos
justamente como os havia deixado. Então, cheio de ira, volveu-se para o ídolo e disse: “Por muito
tempo tenho queimado incenso diante de ti e nunca o deixei de fazer. Somente dessa vez pedi que
o queimasse por mim e não o fizeste. Será que não podes? Bem, um deus que não tem poder para
ascender sua própria barra de incenso, certamente não tem poder para ajudar-me. Por isso não
adorarei mais a nenhum deles, até encontrar um capaz de ascender sua própria luz”.
Passaram-se alguns anos. Khio-ah abandonou sua choça de pescador e teve oportunidade de
freqüentar uma escola. Um de seus colegas era cristão e veio, a saber, o voto que ele fizera. De
modo que certo dia, o cristão lhe disse:
- Amigo, queres amanhã de madrugada, subir comigo ao cume de uma colina? Tenho alguma
coisa para mostrar-te.
Khiok-ah aceitou ao convite e na manhã seguinte, antes do nascer do sol, saíram juntos os dois
amigos. A todas as perguntas do chinês, o nosso bom cristão respondia: “Espera e verás”.
Chegaram afinal ao cume da colina, quando os primeiros clarões tingiam de púrpura o céu
oriental. Enquanto observavam o maravilhoso alvorecer de mais um dia, viram o sol surgindo em
toda sua glória e esplendor.
- Repara, disse o amigo cristão, o Deus que eu adoro é Todo-poderoso. Toda manhã Ele
acende Sua luz e espalha claridade, alegria e vida em todo o mundo.
Desde esse dia, Khiok-ah dedicou a vida ao Deus que tinha poder para acender Sua própria luz.
Tornou-se mais tarde um pregador, mostrando a outros o caminho para o verdadeiro Deus. Mas
jamais esqueceu o amigo que por uma ilustração simples, o guiou à verdadeira Luz.

21 - INUNDAÇÃO NA FLORESTA

Estourando de excitação, Leandro e Davi correram atravessando o quintal em direção à trilha,


ignorando as pilhas de restos de artilharia e trincheiras individuais, lembranças ruins da Segunda
Guerra Mundial.
“Tchau, mãe”, disseram e acenaram pela última vez, antes de desaparecerem dentro da mata.
A mamãe confiou que Zai Kom, o zelador do acampamento da missão, iria cuidar de seus
filhos, enquanto sussurrava uma oração: “Cuida deles, querido Deus”.

Tudo isso e muito mais em: 34


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
O pai de Leandro e Davi tinha saido em uma viagem missionária, para uma parte isolada e
solitária da Birmânia. Os meninos estavam indo para encontrar-se com ele na pequena vila de Lai
Twi aquela noite.
Os meninos e o zelador fizeram seu caminho ao longo de atalhos estreitos e cheios de
precipícios, caminhos que pareciam uma cobra se retorcendo por entre grandes árvores e
pequenos arbustos. A luz do sol, filtrada pelas árvores, fazia desenhos de luz que dançavam sobre
os cabelos louros dos meninos. Em muitos lugares os meninos apontavam para árvores com
delicadas orquídeas crescendo em seu tronco – algumas amarelas e violeta, entre muitas brancas
como a neve.
“Estamos perto do rio”, disse Leandro, depois de algum tempo.
“Que bom. O velho Manipur não é muito fundo, podemos atravessar sem dificuldade”, disse
Davi. Os três atravessaram facilmente o rio e depois pararam um pouco do outro lado para
descansar, antes de começar a subida que levava a Lai Twin.
O coração de Leandro palpitava forte na subida, e ele começou a ficar para trás. “Estamos
quase chegando?”, perguntou ansiosamente.
“Logo depois da próxima curva”, respondeu Zai Kom, “mais uns minutos e estaremos lá”.
“Até que enfim!” Gritou Leandro, subindo rapidamente pelo caminho e esquecendo que suas
pernas estavam cansadas. Podia ouvir ruídos do vento soprando através das árvores. Agora
Leandro estava bem na frente de Davi e Zai Kom. Já podia sentir o cheiro peculiar de uma vila
birmanesa, e em poucos minutos chegou à vila.
Enquanto esperava que os outros chegassem, ficou observando os sinais comuns de uma vila
pagã. Sempre ficava com medo quando via as ofertas que faziam aos espíritos nos postes do lado
de fora das casas. Ali estava a cabeça de um cachorro, sua boca curiosamente aberta com palitos e
depois enchida com comida. Como estava feliz por ser cristão, e também porque a sede da missão
ficava em uma vila cristã.
Além do poste, a casa tinha o telhado feito de palha, e muitas casas tinham inkas (varanda,
pórtico) com tutpas. Um tutpa é um banquinho baixo, geralmente enfeitado com pele de tigre. As
casas eram construídas contra a montanha e do outro lado sustentadas por pilares. Embaixo das
casas os porcos grunhiam.
“Ugh! Olhe que sacrifício horrível naquele poste”, disse Leandro torcendo seu nariz, logo que
Davi chegou perto dele.
“Realmente é horrível”, Davi concordou, franzindo seu nariz, “mas venha, temos de chegar na
casa dak, passaremos a noite ali. O papai deve chegar logo”.
Uma curta distância à frente, eles encontraram o “hotel” mantido pelo governo e que era
conhecido por dak. Era um pouco melhor do que uma choupana, mas tinha paredes quebradas,
colunas que balançavam e um inka (entrada) sujo.
Bem depressa os meninos se ocuparam fazendo fogo, e cozinhando arroz para o jantar.
Leandro e Davi não deram atenção aos moradores da vila que vieram para observá-los. Mas
quando as pessoas começaram a apontar, falar e rir excitadamente, os meninos sabiam que
alguém estava chegando.
“Deve ser o papai”, exclamou Davi, e começou a ir para a entrada.
“É o papai! É o papai”, ele gritou enquanto corria para os braços do pai. Leandro seguiu bem
de perto.
“Como estão vocês?”, perguntou o pai em voz profunda, enquanto abraçava Davi e Leandro.
Depois, mais depressa que puderam passaram pelas pessoas e entraram na choupana para comer o
seu jantar.

Tudo isso e muito mais em: 35


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Não tiveram tempo de conversar depois do jantar, porque os moradores da vila se amontoaram
ao redor, trazendo seus doentes. O pai deu medicamento, tratou e ajudou em tudo que pôde.
Depois começou a falar para as pessoas sobre Jesus, que os amava.
Finalmente as pessoas voltaram para suas casas, e o papai, deitou para descansar.
Durante a noite caiu uma chuva muito forte. Choveu durante toda à noite. De manhã, a trilha
tinha sido lavada e apagada em muitos lugares, e o caminho estava muito escorregadio.
O pai conversou com os carregadores sobre a situação. Com uma chuva tão forte e pesada, o
Rio Manipur deveria estar transbordando. Será que deveriam seguir aquele caminho, ou deveriam
tomar um caminho mais longo, que demorava mais de um dia para encontrar a ponte? Ao final,
todos concordaram que deveriam descer a montanha e enfrentar o rio.
Escorregando aqui e ali, desceram a trilha até o rio. Quando alcançaram o rio, ficaram todos
atolados.
“O rio cresceu mais depressa do que uma massa de pão em uma cozinha quentinha”, disse Zai
Kom. A água fazia redemoinhos e muita espuma na borda.
“O rio deve estar com mais de 160 metros de largura”, observou o papai. “Vamos precisar
muito da ajuda de Deus para poder atravessar o velho Manipur hoje”. E virando para Zai Kom,
disse: “Corte uma vara bem comprida de bambu. Todos devemos nos segurar nesta vara para
cruzar o rio, se alguém cair, poderemos ajudá-lo a levantar-se”. O papai olhou ao redor para Zai
Kom, Leandro e Davi, e para os carregadores. Leandro e Davi estavam tão excitados que não
tinham tempo para sentir medo.
Logo que a vara estava pronta, o papai pediu que todos curvassem a cabeça para uma oração:
“Pai Nosso que estás no Céu, cuida de nós enquanto atravessamos o rio, ajuda-nos a ter pés
firmes, e que possamos chegar salvos até a outra margem. Pedimos em nome de Jesus. Amém”.
Zai Kom foi o primeiro a entrar na água agitada, depois Leandro, o Papai, Davi e os
carregadores seguiram, segurando na vara de bambu.
Leandro andou alguns passos e logo começou a escorregar. “As pedras estão muito lisas!
Quase não posso ficar em pé!”, ele gritou.
“Segure bem firme”, acrescentou o pai, mas o barulho da correnteza impossibilitou que os
outros ouvissem.
A água agitada empurrava e retorcia seus corpos. E começou a ficar mais fundo, e mais fundo
– a água chegou primeiro até os joelhos, depois na cintura e até o peito. Os carregadores lutavam
para manter o equilíbrio, com os pacotes sobre suas cabeças.
Leandro já estava sentindo a água em sua boca e nariz. Quando seu pé pisou em uma pedra
grande, ele deu um impulso e por um momento conseguiu tirar sua cabeça e seu peito de dentro
da água para respirar, mas em seguida seu corpo desapareceu na água funda novamente. Ele
esticava as pernas, tentando pisar no fundo, quando uma de suas mãos escapou da vara. A
turbulência do rio o sacudiu com tanta força, que conseguiu fazer com que sua outra mão se
soltasse da vara de bambu, e por isto submergiu completamente e começou a ser arrastado rio
abaixo. Mas seu pai que viu o que estava acontecendo, mergulhou na revoltosa água e conseguiu
encontrar Leandro. O menino sentiu os fortes braços do pai puxando-o de volta. Novamente
conseguiu se segurar na vara e depois sentiu as mãos de seu pai cobrindo suas mãos, enquanto
segurava firme na vara de bambu. Depois desse acontecimento, que pareceu uma eternidade para
Leandro, a pequena comitiva conseguiu alcançar o outro lado do rio.
Leandro olhou para o rosto de seu pai e disse: “Estou muito feliz porque os anjos cuidaram de
nós, papai, e também estou feliz por você ter segurado a minha mão”. Viu quando o rosto de seu
pai se transformou em sorriso. Leandro agora sabia um pouco mais sobre o amor de seu Pai
Celestial e também sobre Sua proteção.

Tudo isso e muito mais em: 36


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
22 - JOÃOZINHO E OS FÓSFOROS

Não se pode negar que eu era um rapaz levado, que causava muitos aborrecimentos à mãe.
Meu pai, que era pianista, naquele tempo pouco se podia dedicar à educação dos filhos. Eu tinha
um prazer especial em brincar com fogo. Quando encontrava uma caixa de fósforos esquecida,
logo acendia um pauzinho. Com alegria, contemplava a pequena chama e em seguida lançava
fora o fósforo, sem cuidar se ele ainda ardia. Isto eu fiz durante muito tempo, até que uma vez
minha mãe chegou a observar e deu um fim repentino ao meu divertimento.
- Espero que você nunca mais pegue numa caixa de fósforos sem licença, disse ela, e ameaçou-
me com um severo castigo.
Prometi, todo amor e bondade, e pretendia também cumprir a promessa.
Certa manhã, porém, minha mãe teve de ir à feira. Deixou a nós dois, a mim, Joãozinho, e a
irmãzinha que era dois anos mais nova, aos cuidados da empregada recém-chegada ao serviço.
- Joãozinho – ela aconselhou, ainda, ao partir – lembre-se de que Deus pode vê-lo também,
quando eu não estou aqui.
Eu prometi ser bonzinho. Mas logo que me senti livre dos olhos vigilantes de mamãe, a velha
insolência tomou conta de mim, porque, com a empregada tão nova e quieta, eu não me
importava. Nós começamos a correr por todos os compartimentos da casa, eu na frente, e minha
irmãzinha, que ainda estava um pouco fraca, atrás de mim.
Em nossa correria doida chegamos ao quarto de nossos pais. Ali, sobre a estufa, uma caixa de
fósforos me tentava. Logo tive o desejo de acender um pauzinho. Ao mesmo tempo veio-me à
lembrança a severa proibição de mamãe. Eu procurava desviar-me dali. Mas a caixa com a linda
etiqueta vermelha parecia estar em todos os cantos do quarto e tentava-me irresistivelmente.
Apenas vou ver se há fósforos dentro, eu pensei.
Uma cadeira foi carregada para perto da estufa, pois eu era muito pequeno para alcançar a
caixa. Subi na cadeira, enquanto minha irmã olhava admirada. Logo peguei a caixa almejada,
com muito gosto. Estava bem cheia de fósforos de cabecinha vermelha. Será que eles também
queimavam? Somente um, apenas um, eu queria experimentar. Que bela chama! Era tão linda!
Mais uma vez, mais outra. De um fósforo aceso, tornaram-se dois, três, quatro!
- Eu também, eu também, Joãozinho, pedia à pequena que achava bonitos os fósforos
inflamados.
Dei um fósforo à irmãzinha; depois lhe estendi a caixa para riscar, sem pensar que estava
ensinando a desobediência a ela. Minha irmãzinha não sabia bem riscá-los.
- Dá-me, aqui, tolinha – disse eu, sentindo-me muito superior a ela, e tomei-lhe os fósforos da
mão, dando a caixa em troca.
Enquanto eu me esforçava a dar, à criança assustada, o pauzinho aceso, não notei que o meu
próprio fósforo chegava debaixo da manga de seu vestidinho vermelho, de lã. Eu ainda não sabia
o que acontecera, até que vi a fumaça subir e o fogo aparecer.
Atônito, eu estava ali, olhando como minha irmã corria de um lado ao outro, gritando, e com os
braços erguidos. Pelo movimento a chama ficava maior e maior. A pequena gritava quanto podia,
de susto e de dor. A empregada veio correndo. Em vez de ajudar, ela ficou parada em nossa
frente, sem saber o que fazer. Pôs o avental na frente dos olhos e começou a soluçar.

Tudo isso e muito mais em: 37


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Neste momento crítico, mamãe apareceu na porta. Na frente da casa ela já tinha ouvido os
nossos gritos e, pressentindo o perigo, subiu as escadas quase voando. Pálida, muito pálida
mesmo, ela olhava ao redor de si. Mas, num segundo, e ela já sabia qual a situação. Lançou a
sacola de verduras a um lado e enrolou a criança chamejante em sua larga saia. Foi num abrir e
fechar de olhos. Mamãe apertou a criança contra seu corpo e deste modo conseguiu apagar o
fogo.
A irmãzinha estava salva da morte. Mas em que estado ela se achava, eu depois iria saber.
Enquanto a mãe cuidava da criança, eu saí, devagarzinho. Na sala de música estava o grande
piano de cauda de papai. Em baixo deste eu me escondi, como fazia sempre que alguém estivesse
zangado comigo. No cantinho mais escuro fiquei para esperar a tormenta passar.
Depois de algum tempo ouvi os passos de mamãe e logo sua voz chamando: - Joãozinho, onde
você está?
Agora não adiantava mais me esconder. Eu tinha de sair e sabia que seria castigado. Olhava
com medo para o grande espelho atrás do qual era guardada a vara. Oh, se mamãe a tivesse tirado
e dado o castigo merecido! Até as piores varadas eu teria esquecido logo. Mas o que aconteceu
então nunca mais esquecerei.
Venha comigo – disse mamãe com uma voz triste, e levou-me ao lado da caminha da irmã.

23 - MÃE DE VERDADE

A história que passo a contar é verídica.


O bonito subúrbio londrino perdera a sua paz. A população toda estava calma, mas o perigo era
eminente!
A guerra mostrando-lhe seu horror, ameaçava destruí-la.
- Preciso mesmo partir, mãezinha?
O coração da pobre mãe apertou-se ainda mais ao ouvir estas palavras e ao olhar para
Guilherme, o filhinho de seis anos, cuja pele era tão negra como a de seus pais.
Os cinco anos que passara na Inglaterra pacífica, longe do calor dos trópicos, não conseguiram
tornar branca aquela epiderme macia. O pequenino se considerava diferente e inferior às demais
crianças, quem sabe se porque estas, sem coração, lhe houvessem feito sentir a diferença de cor.
Havia chegado o momento em que as crianças tinham de ser enviadas para longe de seus pais,
deixando a cidade ameaçada, para que suas vidas, fossem salvas.
Guilherme devia partir para talvez nunca mais se reunir à mamãe e ao papai, para os quais era
tudo!
- Mamãe! Sou preto! Ninguém me há de querer! Deixa-me ficar aqui!
A infeliz mãe tomou-o em seus joelhos e disse carinhosamente:
- Filhinho! Tens de partir! Teu pai é agora soldado e eu sou enfermeira! Tua vida tem de ser
guardada para que também um dia possas ser útil... O nosso Deus vai achar para Guilherme um
outro lar e uma nova mãe! –
Sua voz não tremia diante do sacrifício!... Seu filho ia ter uma nova mãe!... Ela própria iria
substituir outras mães nos hospitais de sangue! O filho que tanto amava ia deixá-la... Não mais
escutaria a sua vozinha meiga, não mais receberia os seus beijos... Mas, que importava o seu
sofrimento, a saudade que sentiria, desde que a vida do filho amado fosse salva!
- Filhinho, não te esqueças de Jesus!

Tudo isso e muito mais em: 38


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Ora diariamente e pede a Ele que te guarde!
- Devo então partir mesmo e sozinho... Ninguém quererá receber um pretinho... O que devo
fazer?
A resposta foi dada pelo pai de Guilherme que entrou na sala com um envelope na mão.
- Vou colocar este envelope no forro do teu paletozinho, meu filho. Não dirás a ninguém que
está ali. Quando chegares ao teu destino verás que muitas pessoas irão receber as crianças e levá-
las para as suas casas.
Espera que uma senhora sorria ao olhar para o teu rosto, sem recuar por ver que és um
pretinho. Se ela disser que te vai levar consigo, pergunta-lhe: “A senhora tem certeza de que me
quer?”.
Poderás ler a resposta em seus olhos e, se neles vires amor e carinho, segue-a e seja para ela
um bom filho!
O menino seguiu, pois, com centenas de outras crianças, para um futuro desconhecido!
A notícia da chegada dos pequenos fugitivos se espalhara e a estação se enchera de senhoras
que se prontificavam a adotá-los.
Em uma casa pequenina daquela cidade, uma senhora, vestida de luto, terminava o arranjo do
modesto interior.
“Irei buscar um menino, dizia. Sou agora muito pobre! Meu marido e meus filhos dei-os à
Pátria e entreguei-os a Deus! Estou só, mas com o meu trabalho sustentarei o novo filho que Deus
me proporcionar”.
“Amá-lo-ei e seremos ainda felizes”.
O coração desta mãe havia também sofrido.
Seu marido e seus dois filhos fizeram-se aviadores e haviam morrido.
O seu amor materno, entretanto, não morrera: porque havia amado seus filhos amaria agora o
menino – afastado de sua mãe – que iria trazer para casa.
A bondosa senhora começou a sua escolha, difícil, pois todos os rostinhos tristes e assustados
que lhe via causavam piedade e tocavam as suas fibras maternais.
Parou afinal junto do pretinho gordo e bem tratado, que a olhava com meiguice e receio.
Os olhares de ambos se encontraram e Guilherme viu a ternura que procurava. Quando a
senhora estendeu-lhe a mão, a criança perguntou:
- Minha senhora, está bem certa de que me quer? Sou pretinho!
Havia naquela vozinha um misto de meiguice, de pavor, de ansiedade e de desejo intenso de
amor! Como aquelas palavras ecoaram e caíram bem no coração daquela mãe sem filho!
- Sim, meu filho, bem certa! A tua alma é tão branca como a de meus filhos! Vem! Educar-te-
ei e amar-te-ei como se fosses meu!
À noite, depois de haver deitado o novo filho em sua própria cama e de haver orado com ele
pelos pais que haviam ficado tão longe, a boa senhora foi dobrar as roupinhas que lhe despira.
Com surpresa sentiu que havia alguma coisa no forro do paletó.
Retirando o envelope achou nele algumas notas de cem cruzeiros e o seguinte bilhete:
“Que Deus a recompense, minha senhora, e permita que no nosso Guilherme encontre um filho
obediente, dócil e amoroso. Enviamos isto para as despesas do nosso querido, que entregamos nas
mãos de Jesus”.
Logo enviaremos mais.
Muito gratos por sua hospitalidade e pelo carinho que der ao pequenino!
Minha esposa esquece seu sofrimento e a dor de ver partir o filho, a quem ama acima de tudo
neste mundo, quando pensa que o seu sacrifício significa a salvação de uma vida que mais tarde
poderá ser útil a Deus e aos homens.

Tudo isso e muito mais em: 39


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Partirá amanhã para ser a mãe carinhosa de muitos que, em seus leitos de dor, estarão privados
do amor materno.
Lágrimas quentes rolaram por suas faces tornadas pálidas e magras pelo sofrimento e, mesmo
de longe, os dois corações maternos se entrelaçaram e se irmanaram no sentimento de amor, de
dedicação e de esquecimento do seu eu.
Quando vocês se prepararem para festejar o “Dia das Mães” tenham em mente que não é
apenas nesse dia especial que podem e devem lembrar-se do amor de que são cercados.
É preciso que em cada dia do ano os filhos honrem, amem e mostrem que amam as suas
mamães e que se lembrem igualmente que seus papais merecem o mesmo carinho!
“Honrarás a teu pai e a tua mãe”, eis a ordem do Senhor nosso Deus.

24 - MÃOS ATRAVÉS DO CAMPO DE TRIGO

Carlos gostava de olhar o dourado campo de trigo, e ver como se dobravam e balançavam com
o vento. “Ele faz ondas assim como no mar!” Ele disse.
O pai de Carlos sorriu: “Sim, filho, é isto mesmo. E amanhã os combinados vão começar a
rolar”.
Carlos sabia o que eram combinados. Eram máquinas grandes que iam de um lado ao outro do
campo. Elas colhiam os grãos que estavam na haste do trigo, amontoavam dentro dos caminhões
que levavam os grãos para os mercados da cidade,
Por isto, Carlos ficou um pouco triste, ao pensar que não teria mais muito tempo para ficar
vendo o trigo balançando com o vento. Se os combinados começassem a trabalhar de manhã
cedo, provavelmente de tarde todo o campo de trigo já teria sido colhido.
“Vou ficar com saudades do trigo, papai”, disse Carlos com tristeza.
O papai sorriu e colocou sua mão no ombro de Carlos. “Eu acho que também vou ficar com
saudades. Mas é tempo de colheita. Você sabe que a Bíblia nos diz que existe tempo para plantar
e tempo para colher. Nós plantamos o trigo no tempo certo, ele cresceu verde e forte. Depois de
muitos meses, o vento, a chuva e o sol, fizeram com que ele amadurecesse. Agora está no ponto
de ser colhido. Se ficar mais um pouco, o talo do trigo começará a ficar muito fraco e poderá cair.
Se isto acontecer, as espigas do trigo cairão no chão e ficaria muito baixo para que os combinados
pegassem, e desta maneira perderíamos os grãos”.
Bem calado, Carlos ficou prestando atenção no que o pai dizia. E depois começou a sorrir
também. Ele sabia que seus pais precisavam do dinheiro que conseguiriam com a venda do trigo
para pagar a fazenda. Lentamente, Carlos alcançou a mãos de seu pai. “Estou contente por que é
tempo de colheita”, ele disse.
O pai apertou, fortemente, a mão de Carlos entre as suas, dizendo: “Eu também estou feliz”.
Bem cedo na outra manhã, Carlos e sua irmãzinha, Lisa, foram para fora ver se os grandes
combinados já estavam vindo da cidade. O céu estava claro e limpo, e o sol brilhava cada vez
mais. Um longo tempo passou mas, os combinados não chegavam.
Lisa se cansou de esperar. “Vamos fazer qualquer outra coisa”, suplicou, “estou cansada de
esperar pelas máquinas”.
Carlos riu. “Está bem. Por que não vamos caçar borboletas para variar? Eu acabei de ver uma
borboleta no campo de trigo”.
“Agora sim”, gritou Lisa. “Eu também acabei de ver uma borboleta!”.
Tudo isso e muito mais em: 40
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
E saiu correndo para casa, tão depressa quanto permitia suas pequenas pernas. Por alguns
minutos Carlos ficou olhando para ela, mas logo viu uma enorme borboleta, de asas muito
bonitas, e começou sozinho a caçar.
Quanto tempo Carlos ficou caçando borboletas, ele não se lembrava. Logo perdeu de vista
aquela grande borboleta, mas viu outras de cores variadas e de diversos tamanhos para caçar. Ele
se esqueceu completamente de Lisa. Também se esqueceu dos combinados, até que ouviu o
barulho deles vindo pela estrada.
“Lisa!”, ele chamou, voltando para casa, “os combinados estão chegando!”.
Mas Lisa não respondeu. A mamãe ouviu Carlos chamando e gritando, e veio até o pátio.
“Lisa não está comigo”, disse a mãe, “pensei que estivesse com você esperando as máquinas”.
“Ela estava”, explicou Carlos, “mas começamos a caçar borboletas, e notei quando ela correu
em direção de casa para pegar uma borboleta que tinha visto”.
Carlos viu o pai que estava saindo do celeiro e correu para encontrá-lo, “Pai, a Lisa está no
celeiro?” Perguntou.
“Não, por quê?”, perguntou o pai muito surpreso, “pensei que ela estivesse com você!”.
Carlos teve vontade de chorar. “Ela estava comigo, começamos a caçar borboletas, e agora não
sei onde ela está”.
O pai olhou preocupado, bateu levemente no ombro de Carlos e disse, tentando acalmar: “Nós
vamos encontrá-la. Vou avisar os homens para não começarem a trabalhar com os combinados.
Lisa pode estar na plantação”.
Carlos passou os olhos pelos hectares e hectares de ondulante trigo. Como poderiam encontrar
Lisa dentro de tão grande plantação?
Mas o papai tinha um plano. Ele, os homens das máquinas, junto com a mamãe e Carlos,
deveriam se dar às mãos e andar através do campo. “Vamos andando e chamando até
alcançarmos o outro lado”, explicou o pai. “Depois vamos voltar e caminhar novamente. Desta
maneira não vamos perder nenhum pedacinho. Lisa pode ter sentado para descansar em algum
lugar e talvez tenha pegado no sono. E assim não poderá ouvir o nosso chamado. Se não nos
dermos às mãos, poderemos perdê-la, neste trigo tão alto”.
Os homens concordaram que era um plano muito bom. Todos se deram as mãos, e o papai fez
uma oração pedindo a proteção de Jesus, e também o Seu auxílio.
Quando a oração terminou, Carlos segurou na mão do papai e estendeu sua outra mão,
procurando a mão de outra pessoa. Olhou em volta muito surpreso. Ele era o último daquela fila.
O papai olhou para ele e disse baixinho. Segure na mão de Jesus, meu filho. Ele vai nos ajudar
a encontrar Lisa”.
Conforme iam se movendo através do campo, Carlos quase podia sentir Jesus segurando a sua
mão. O trigo estava muito alto, em muitos lugares passava acima de sua cabeça, mas por alguma
razão não era difícil andar através dele.
De um lado e de outro da linha, Carlos podia ouvir os homens chamando o nome de Lisa. A
mamãe e o papai também chamavam, mas Carlos não chamava. Tinha que se manter junto com o
pai, e os passos dele eram muito grandes.
De repente, Carlos soltou a mão de seu pai e começou a correr pelo campo de trigo. Quando
estava um pouco na frente, parou e se ajoelhou em oração. Logo que terminou de orar, levantou e
correu um pouco para frente, em outra direção.
E parou subitamente. Bem na sua frente estava Lisa. Ela estava dormindo num pequeno monte
de trigo.
“Pai!”, Carlos gritou, “pai, Lisa está aqui”.

Tudo isso e muito mais em: 41


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Quando o papai chegou, Lisa acordou, esfregou os olhos e disse: “Eu estava perdida”, ela
soluçou, “eu chamei, mas ninguém me respondeu, ninguém sabia onde eu estava”.
Carlos pegou em sua mão e disse: “Jesus sabia, e Ele me ajudou a encontrá-la. O papai me
disse para eu segurar na mão de Jesus quando todos saímos para procurá-la. Jesus me disse para
onde devia ir”.
Há esse tempo, todos os outros que estavam procurando por Lisa, chegaram e puderam ouvir o
que Carlos estava dizendo. Um dos homens sorriu para Carlos e disse: “Filho, eu acho que,
realmente, Jesus segurou a sua mão”.
Carlos sorriu para o homem. Ele tinha certeza que Jesus tinha estendido Sua mão por todo o
campo de trigo.

25 - MEIA HORA DE VIDA

Numa prisão, na Áustria, em frente de uma cela em que se encontravam dois jovens
condenados, incriminados do assassínio de um policial, dois visitantes conversavam:
- Parece-me que vai perder o seu tempo, dizia um deles, sacerdote; estes jovens são católicos.
Envidei todos os esforços no sentido de os converter, mas tudo foi inútil, pois estão
completamente endurecidos. Todavia quando já me propunha a sair pediram que os deixasse falar
com um pastor evangélico.
Eram 17:30h e às 18:00 horas ambos seriam executados.
O homem a quem havia sido dirigido a palavra do padre, um pastor evangélico, entrou na cela,
orando fervorosamente no espírito. Os jovens Sobot e Kosil, de 17 anos, levantaram-se,
cumprimentando-o e Sobot disse, simplesmente:
- Esperávamos que o senhor viesse...
Colocando sobre a mesa a Bíblia, o pastor respondeu:
- Sinto-me muito contente por estar aqui.
- Que livro é aquele? Perguntou Kosil.
- A Bíblia.
- Será esse o livro que diz que Deus fez o mundo?
- Exatamente, tornou o pastor; mas diz muito mais ainda. Não relata apenas que Deus criou o
mundo, mas diz, também, que Ele o amou. Escutai isto: “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”.
E o pastor sentou-se num banco, fazendo sentar ao seu lado os dois condenados; e continuou:
- Deus amou o mundo! Isto é verdade e algo aconteceu que o prova, e ao mesmo tempo em que
Ele ainda o ama.
Os jovens escutavam atentamente e o pastor falou-lhes de Cristo, o Filho de Deus, que pelo
sacrifício de Si próprio veio tirar o pecado, reconciliando o mundo com Deus. Em dada altura
leu-lhes as seguintes palavras: “E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali O
crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem”.
- Mas é verdade que Ele disse isso por aqueles dois criminosos? Interrompeu Kosil.
- Certamente eles estavam incluídos nesta frase, foi a resposta.

Tudo isso e muito mais em: 42


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Pastor, julga realmente que há alguma coisa além da morte? Sempre supus que na morte tudo
findaria...
- Não, amigo, a morte não é o fim; há algo mais depois dela.
- Se isso é verdade, será uma coisa péssima o que nos espera, exclamou Kosil amargamente.
Mas, com alegria, o pastor atalhou:
- Não, necessariamente; pode acontecer uma coisa maravilhosa. Escutai.
E leu-lhes a história do ladrão que, moribundo, disse a Jesus pendurado na cruz ao seu lado:
“Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino”. E a resposta de Jesus: “Em verdade
te digo hoje, que serás comigo no Paraíso”.
Sobot e Kosil quedaram pensativos.
- Meus amigos – disse o pastor, tomando-lhes as mãos – nunca em minha vida aconselhei
alguém a seguir o exemplo de um criminoso, agora, porém, peço-vos: imitai este ladrão que
morreu ao lado de Jesus, confessando os seus pecados, naquelas palavras: “E nós, na verdade,
com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez”. Este
homem voltou-se para Deus e confiou em Jesus para o perdão dos seus pecados, e quando Deus
nos perdoa, os nossos crimes são apagados. Jesus respondeu à fé daquele homem com as
palavras: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso”.
Depois desta conversação, quando o pastor apareceu à porta da cela, o padre perguntou-lhe:
- Então que conseguiu?
O pastor apenas lhe respondeu: - Entre, senhor capelão.
E os dois permaneceram na cela durante dez minutos apenas. Foram, todavia, momentos
santificados, pelo arrependimento dos jovens, pela sua fé em Cristo, crucificado e vivo.
Depois, foram palavras de agradecimento, saudação e o adeus...
O padre e o pastor evangélico ficaram olhando à porta até que de todo se perderam as figuras
daqueles que não mais voltariam e, num movimento espontâneo, apertaram-se às mãos. Ambos
haviam visto que o Evangelho de Cristo é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crê”.

26 - NANCY E AS FLORES

A vovó de Nancy tinha uma loja de flores. Atrás de sua casa havia um viveiro, onde se podia
encontrar qualquer variedade de planta que você possa imaginar.
E atrás do viveiro havia um jardim. E o jardim transbordava de flores de verão. Haviam flores
rosadas, flores azuis, alaranjadas, douradas e flores amarelas. E atrás, num pequeno cercado,
estavam plantas cheias de rosas vermelhas, brancas, rosadas e amarelas. Quando Nancy ia visitar
a vovó, sempre ajudava a molhar as flores, e também ajudava a capinar, tirando o mato. Algumas
vezes, a vovó lhe dava uma tesoura, e deixava que ela cortasse algumas flores para fazer um
buquê. Ela precisava de tesoura, especialmente para apanhar rosas. Sempre que podava as flores,
Nancy pensava como devia ter sido lindo no Jardim do Éden, onde não havia espinhos nas rosas,
não havia erva daninha e nem mato para arrancar. Como devia ter sido lindo antes que o pecado

Tudo isso e muito mais em: 43


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
entrasse em nosso mundo para estragar tantas coisas bonitas! Mas os espinhos eram superados
pela deliciosa fragrância das rosas, e por isto ela era muito agradecida.
Uma manhã a mamãe perguntou: “Nancy, você gostaria de ir passar o dia com a vovó?”
“Ó, mãe, como eu gostaria de ir. Eu gosto muito de ir à casa da vovó!” E Nancy batia palmas
de felicidade. “Vai ser muito divertido na casa da vovó”.
Quando a mamãe e Nancy chegaram na entrada da casa, a vovó já estava esperando por elas.
Tinha um grande sorriso em seu rosto, e deu um beijo em Nancy. “Você é exatamente a ajudante
que eu precisava hoje. Vou estar muito ocupada arrumando flores para um casamento. Não tenho
ninguém para capinar e molhar minhas flores. Você gostaria de fazer isto para mim?”
“Lógico que sim”, disse Nancy, se sentindo muito importante e correndo com a vovó para o
jardim.
A vovó mostrou quais as flores que precisavam de atenção, e depois voltou para a loja, para
trabalhar nas flores para o casamento.
Enquanto Nancy trabalhava, lembrava que sua avó tinha dito, muitas vezes, que ela deveria
lembrar de nunca arrancar uma flor, mas sempre cortar com uma tesoura. A vovó também sempre
avisava para não entrar no cercado onde estavam plantadas as rosas.
“Rosas têm espinhos muito perigosos”, sua vovó tinha dito, “eles podem machucar uma
menina pequena. Eu conheço uma menininha a quem não quero ver toda arranhada pelos
espinhos”.
Nancy lembrava destas regras enquanto arrancava o mato e molhava as flores. “Acho que estas
regras foram feitas quando eu era ainda muito pequena para saber como me cuidar” pensou ela,
“agora estou bem crescida, tenho certeza”.
Depois que terminou de capinar o mato, olhou em volta. As flores estavam muito bonitas. Mas
Nancy gostava muito mais das rosas, e decidiu esquecer a regra antiga e chegou bem perto do
cercado para ver as rosas.
“Ah, como eu gostaria de ter uma rosa” , disse alto. E viu uma rosa por cima da cerca.
Uma vozinha dentro dela parecia dizer: “Por que você não pega essa linda rosa que está em
cima da cerca? Você pode alcançar muito fácil, e a vovó nunca vai saber”.
Mas, no mesmo instante, outra voz, a voz da consciência, parecia dizer: “Não! Lembre-se da
ordem da vovó. Ela não quer que você arranque as flores. Você poderá se machucar com os
espinhos se tentar pegar aquela rosa”.
Mas Nancy desprezou a voz da consciência e subiu na cerca. Esticou a mão e segurou o talo da
rosa, virou de um lado para o outro, torceu, mas não conseguia arrancar. Usou então as duas
mãos, e de repente perdeu o equilíbrio e caiu diretamente em cima da roseira.
“Ai! Ai! Ai!” Nancy começou a gritar de dor. Os espinhos que estavam nos ramos da roseira
iam arranhando seu rosto conforme ela caia. Também suas pernas e seus braços estavam
arranhados, e, além disso, seu vestido estava rasgado.
Cada vez que Nancy se mexia, tentando levantar-se, os espinhos a arranhavam ainda mais.
Então chamou pela vovó com toda a força de seus pulmões. Esqueceu que tinha desobedecido,
esqueceu que a vovó poderia ficar muito zangada com ela, e somente sabia que queria se ver
livre daqueles espinhos horríveis.
A vovó ouviu seus gritos e veio correndo. Com muito cuidado tirou
Nancy do meio da roseira, e carinhosamente a carregou para dentro de casa.
Gentilmente lavou seus ferimentos e arranhões com uma loção desinfetante. Logo Nancy se
sentiu bem melhor.
“Estou muito triste porque desobedeci à senhora e quebrei a roseira”, disse arrependida.

Tudo isso e muito mais em: 44


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
A vovó a abraçou com todo o cuidado: “Agora não devemos ficar preocupadas com roseiras
quebradas, mas sim dar graças que os ferimentos”.
De minha netinha não foram mais graves”, disse a vovó carinhosamente. “Você sabe, as tentações
de Satanás são exatamente como aquelas lindas rosas. Ele as torna tão atrativas que não vemos os
espinhos até que seja tarde demais. Mas então podemos chamar por Jesus. Ele sempre vai nos
ouvir. Ele vai nos tirar do meio dos espinhos e nos perdoar com todo o amor, assim como a vovó
lhe perdoou, querida Nancy ““.
Então, Nancy sorriu. Como era bom ser perdoada!

27 - O BARCO QUEBRADO

Quem não ficaria orgulhoso do lindo modelo de veleiro que Jaime tinha feito?
Ele o havia colocado sobre a toalha da lareira para que todos os que entrassem na sala pudessem
ver.
Um dia seus tios e seu primo favorito, chamado Marcos, vieram fazer uma visita. Jaime franziu
o rosto quanto notou que Marcos se levantou na ponta dos pés e pegou o lindo veleiro que estava
sobre a lareira. Mas Jaime não disse nada, porque gostava muito de Marcos.
“Jaime trabalhou, fazendo este veleiro, por mais de três semanas”, disse o papai, colocando
orgulhosamente as mãos sobre os ombros de Jaime.
“Olhe! Cuidado!” Disse a mãe de Jaime, quando Marcos tropeçou na ponta do tapete. Mas era
muito tarde, e Marcos caiu! O belo modelo de veleiro voou de suas mãos e se espatifou no chão.
Jaime apertou os lábios, enquanto a passos largos atravessou a sala para juntar seu barco. O
mastro principal tinha sido arrancado, e o mastro menor estava quebrado. Seu modelo de barco
tão lindo estava completamente arruinado!
Marcos olhou para Jaime, seu rosto estava pálido, e havia lágrimas em seus olhos castanhos.
“Eu... eu... sinto muito!” Seus lábios tremiam e então começou a chorar.
Jaime sentiu muita vontade de xingar e brigar com ele, mas por um minuto não disse nada –
somente olhou para o barco quebrado que estava em suas mãos. Marcos não tinha nada de ter
pegado o barco de cima da lareira. O barco não pertencia a ele. Agora as três semanas gastas para
construir o barco estavam perdidas. Mas Jaime somente sorriu e disse: “Foi um acidente,
Marcos”, e se abaixou para ajudar o pequeno menino a se levantar, “e, além disso, eu posso
consertar o veleiro. Ele ficará tão bom quanto se fosse novo. Por favor, pare de chorar”.
Marcos mal podia enxergar através de suas lágrimas. “Nam...nam...não, você não vai poder
consertá-lo”, disse duvidando.
“Sim, eu tenho certeza que poderei consertar”.
“Ma... ma..., mas o veleiro está todo quebrado”, disse Marcos, tentando enxugar as lágrimas.
“Ele ficará tão perfeito, como se fosse novo, depois que eu construir um novo mastro”, disse
Jaime.
“Sentimos muito pelo que aconteceu, Jaime”, disse seu tio, enquanto procurava sua carteira. E
tirando algum dinheiro disse: “Isto é para você. Quero que você construa um novo modelo”.
Jaime sorriu para seu tio. “Muito obrigado, tio, mas eu já tenho outro modelo para construir.
Papai trouxe um para casa ontem. De qualquer maneira, muito obrigado por seu oferecimento.
Mas não foi causado dano ao barco que não possa ser consertado”.
Quando Marcos e seus pais finalmente se despediram, Jaime estava na porta com a sua mãe e
seu pai e acenou para eles quando o carro passou na rua.

Tudo isso e muito mais em: 45


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
“Sabem de uma coisa! Já descobri o que posso dar a Marcos em seu aniversário, no próximo
mês”, disse Jaime enquanto entravam em casa. “Ele gosta de veleiros, e assim vou consertar este
que está quebrado e dar a ele de presente”.
A mamãe e o papai sorriram. “Estamos orgulhosos pela maneira que você se comportou
quando Marcos derrubou o seu barco”, disse seu pai, mexendo no cabelo negro de seu filho.
“Com certeza estamos orgulhosos”, concordou a mamãe, “e acho que o seu amigo mais
querido também está muito orgulhoso de você”.
Jaime sorriu para seus pais. Ele estava lembrando o quanto seu querido Amigo Jesus o amava.
Lembrou como Jesus o tinha ajudado a gostar de Marcos, mesmo quando este tinha quebrado seu
lindo veleiro. Estava muito contente por não ter xingado e nem ter dito palavras feias para
Marcos. “Amizade e amor valem muito mais do que um veleiro” pensou, dizendo para si mesmo.
“Veleiros podem ser consertados mais facilmente do que amizades rompidas”.

28 - O CUSTO DE UMA DESOBEDIÊNCIA

Era uma vez dois meninos muito bons amigos. Chamavam-se João e Santiago, e como estavam
sempre juntos, assistiam ambos a uma escola situada no cume de uma colina.
Próximo dos terrenos para brinquedos da escola havia um extenso terreno baldio onde tinham
sido realizadas escavações para certas minas. Foram descobertos minérios valiosos a uma grande
profundidade, e tiradas muitas pedras para a superfície para passá-las pelas máquinas que
separavam o minério das escórias.
Os mineiros trabalharam nisto durante muito tempo, até que finalmente não havia mais minério
e o trabalho terminou. Foram tiradas todas as ferramentas dos poços e das galerias subterrâneas, e
a maquinaria foi levada para onde havia novas minas. A água começou a encher os túneis, uma
vez que foram tiradas as bombas. As chuvas também contribuíram para encher os poços, até que a
água quase chegou à superfície.
Uma ordem muito severa da escola era que nenhum menino devia pisar nesses terrenos.
Numa tarde, depois que terminaram as aulas, ocorreu a Santiago uma idéia que lhe pareceu
brilhante. Para a maioria das crianças, há prazer na variação de suas atividades, de modo que
Santiago disse a seu amigo:
- Joãozinho, vamos tomar um caminho de atalho para nossa casa.
Joãozinho pensou que isso seria interessante, e o acompanhou. O caminho do atalho passava
pelo terreno onde haviam trabalhado os mineiros, porém os meninos esqueceram-se do
regulamento da escola.
Foi muito divertido ir para casa por um caminho diferente. Santiago escondeu-se atrás de um
montão de pedras, e Joãozinho tratou de procurá-lo. Logo pararam para examinar o que havia ao
redor de um velho poço. Jogaram pedras ao seu interior para ouvir como golpeavam contra a
água.
Mais adiante viram um despenhadeiro e um lugar bastante bom para nadar, porém fazia frio.
Fizeram esforço para subir a um grande montão de escórias de cujo cume podia ser vista grande
parte da cidade e até os campos de muito longe.
Outra tarde os meninos detiveram-se para brincar ao redor de um poço. Santiago correu até
muito perto da boca, tropeçou e caiu de cabeça nas águas turvas. Quando voltou à superfície
procurou agarrar-se a madeiras podres que flutuavam no pólo. João não podia alcançar o seu
Tudo isso e muito mais em: 46
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
amigo com a mão e não tinha corda para jogar-lhe. Gritou-lhe que ia, em busca de auxílio, e saiu
correndo.
Alguém chamou pelo telefone o corpo de bombeiros. Imediatamente chegaram os caminhões
com suas sirenas; veio também o grande caminhão com escadas. Joãozinho indicou aos homens
onde tinha caído Santiago, porém agora não podia ser visto. Os homens começaram a usar cordas
e ganchos para tirar o menino.
Logo se espalhou pelo povoado a notícia de que havia acontecido um acidente, e vieram
mineiros de todas as partes para ajudarem a procurar. Chegou a noite, mas os homens, com o
auxílio de algumas pequenas luzes, continuaram trabalhando, ainda que sem resultado.
No dia seguinte outros homens estenderam cabos para as luzes elétricas e a força do motor.
Foram instaladas duas grandes bombas, que imediatamente começaram a funcionar, tirando
milhares de litros de água que lançavam em um ribeiro ao pé da colina.
Lentamente foi baixando a água do poço. No interior deste foi construído um andaime para que
os homens pudessem trabalhar melhor. Passaram-se vários dias. As grandes bombas continuavam
funcionando, e os homens lutavam dia e noite.
Bem no fundo do poço foi encontrado o corpo do menino. Tiraram-no imediatamente, levaram-
no para uma ambulância que esperava, porém era demasiado tarde. Este caso triste mostra-nos
que os meninos devem atender ao conselho de seus pais e professores e obedecer-lhes sempre.

29 - O FIEL TUPÍ

Tupí era apenas um cãozinho sem lar, sem ninguém que dele cuidasse. Passava maus bocados,
e recebia muitos pontapés e pancadas de meninos maus que se compraziam em maltratá-lo.
Encontrou certo dia um menininho que se mostrou bondoso para com ele, e acompanhou à casa o
pequeno Roberto. Pediu com tanta insistência que o deixassem entrar, que a mãe do menino
disse: “Sim, Roberto, dê-lhe um bom jantar”.
Tupí portou-se tão bem, e Roberto estava tão ansioso por tê-lo em casa, que lhe foi permitido
ficar. A família toda o apreciava; mas Mimosa, a gatinha, não queria acamaradar-se com ele, a
princípio. Arranhava-o e cuspia-lhe cada vez que dela se aproximava. Mas, no decorrer do tempo,
Mimosa começou também a gostar dele, e tornaram-se bons amigos.
Tupí tornara-se útil de várias maneiras. Guardava a casa, afastava do jardim os pintinhos,
levava a cesta à venda e trazia as coisas de que sua dona necessitava. Fez-se muito amigo de
Roberto, acompanhava-o e brincava com ele.
Uma noite incendiou-se a casa e, si não fosse a ação imediata de Tupí, teria sido destruída e os
habitantes devorados pelas chamas. Tupí correu para a cama de Roberto, agarrou a colcha, latiu e
fez tanto barulho, que Roberto acordou a tempo de chamar o pai antes que o fogo tivesse causado
muito dano. Embora somente um cachorro, Tupí era fiel e fazia o que podia para demonstrar sua
gratidão para com o bom lar que o acolhera.
Os cães têm grande amor a seus donos, e geralmente os servem com a maior fidelidade. Há
muitas espécies de cães: dogue, buldogue, Terra-Nova, São Bernardo, mastim, cão dágua e
outros. Alguns são ferozes e cruéis, e outros amáveis e nobres. Os cães de São Bernardo têm ido a
montanhas cobertas de neve, à procura de viajantes que se extraviaram. Têm salvo a muitos,
conduzindo-os ao lar dos que os enviaram em sua missão de misericórdia.

Tudo isso e muito mais em: 47


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Como vêem, queridas crianças, até os mudos animais se sentem gratos pela bondade com que
são tratados. Alguns cães são muito fiéis como guardas de ovelhas. Vigiam-nas para não se
desgarrarem do rebanho.
Pode-se ensinar muitas coisas aos cães. Atendem ao que se lhes diz muito melhor que alguns
meninos e meninas. Espero que todos os meus leitores obedeçam prontamente aos pais. Algumas
crianças dizem: “Sim, mamãe, já vou”, mas, a não ser que sejam mandadas outra vez, esquecem-
se do que lhes foi dito. Isso não é direito. Façam sempre o que lhes for mandado, o mais depressa
que puderem. Aprendam a obedecer imediatamente.

30 - O LEMA DE JUDITE

A porta da loja de balas se abriu e cinco meninas pequenas entraram correndo. Ansiosamente
elas olhavam para as muitas espécies de balas que estavam nos potes.
- Escolham o que desejarem, meninas, porque eu tenho um monte de dinheiro comigo – disse
Judite.
- Obrigada, obrigada, Judite – exclamaram todas elas ao mesmo tempo.
- Eu quero algumas destas, e destas – disse Sílvia apontando para os potes de balas.
- Por favor, me dê algumas balas de leite – disse Maria para o Sr. Mason, que estava
atendendo.
Finalmente cada menina havia sido atendida, Judite abriu sua bolsa vermelha e tirou o dinheiro
(diga uma quantia).
- Aqui está o seu dinheiro, Sr. Mason – disse Judite, entregando o dinheiro para ele.
- Muito bem, Judite, você deve ter feito aniversário para ter tanto dinheiro assim.
Esta já é a terceira vez esta semana que você compra balas para suas colegas – comentou o Sr.
Mason.
Judite não disse nada. Ao sair da loja, as colegas novamente rodearam Judite.
- Muito, muito obrigada pelas balas, Judite. Você é um docinho – disseram todas.
Judite sorriu.
- Está bem, tudo bem. – E Judite andava orgulhosa ao lado delas.
A lição da escola no dia seguinte era sobre Benjamim Franklin.
- Aqui está uma folha de papel para cada um de vocês – disse a professora Célia. – Cada um
vai escrever alguma coisa sobre Benjamim Franklin. Quando eu chamar, por favor, levante e leia
o que escreveu em sua folha de papel.
A professora passava de uma fila para outra, chamando cada aluno. Chegou a vez de Judite ler
alto, e ela leu o que havia escrito:
- Uma das frases mais famosas de Benjamim Franklin foi: ”Honestidade é a melhor política”.
A professora continuou chamando os alunos, mas Judite quase não ouviu o resto dos trabalhos.
Estava pensando profundamente. Finalmente a aula terminou.
- Você vai agora à loja de balas, Judite? – perguntaram suas colegas, enquanto saíam pela
porta.
- Não, eu não posso ir lá hoje – respondeu Judite – mas podemos andar juntas por algumas
quadras.
- Não, nós não podemos – disse uma delas – o seu caminho é outro e realmente não podemos
acompanhá-la. – E elas saíram andando em outra direção.
Tudo isso e muito mais em: 48
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Judite continuou seu caminho sozinha, bem devagar. Ela atravessou a rua em frente à casa do
Sr. Mendes. De repente escorregou em cima de alguma coisa e caiu. Ela olhou para ver o que
tinha feito com que caísse. Você pode achar estranho, mas ao lado de Judite estava um quadro,
com a moldura quebrada, e neste quadro tinha uma frase. Ela olhou com atenção para ver o que
estava escrito, e leu em voz alta. “A honestidade é a melhor política” – Benjamim Franklin. O
velho lema havia caído de uma caixa estragada que o Sr. Mendes tinha jogado fora, depois que
comprou um quadro novo.
Judite se levantou bem devagar, mas, de repente começou a correr, correr, correr, o mais rápido
que podia, entrou correndo no jardim de sua casa. Abriu a porta e chamou:
- Mamãe, mamãe, onde está você? Eu preciso muito falar com a senhora.
- Por que, Judite, o que aconteceu? Perguntou sua mãe, logo que ela entrou na sala.
- Oh! Mamãe – Judite passou os braços ao redor do pescoço de sua mãe, e apertou bastante –
eu fiz uma coisa horrível. Acho que você não vai me amar mais, eu sei. E lágrimas começaram a
correr pelo rosto de Judite.
- Conte-me, filhinha, o que está perturbando você – disse a mãe.
- Eu ando pegando dinheiro da caixa que está na cozinha – disse Judite.
- Oh! Judite estou muito triste – a mamãe olhou preocupada. – Aquela é minha caixa
missionária, onde eu coloco dinheiro para dar para Jesus. E esse dinheiro será usado em algum
lugar onde tenham uma necessidade especial, no campo missionário.
Judite começou a chorar.
- Eu peguei o dinheiro para comprar balas para minhas colegas na escola. Agora ninguém mais
vai gostar de mim.
- Minha filhinha, Judite – disse a mãe olhando em seus olhos – eu sempre amarei você, não
importa o que você tenha feito. E Jesus também ainda ama muito você. Vamos nos ajoelhar e
dizer a Jesus que você está muito arrependida. Depois vamos estudar uma maneira de você
devolver o dinheiro.
Judite e sua mãe ajoelharam juntas e Judite falou para Jesus como estava arrependida por ter
roubado o dinheiro da caixa missionária de sua mãe. Quando levantaram da oração, Judite estava
sorrindo feliz:
- Como é bom a gente se sentir perdoada.
- Sim, filhinha, eu sei – sorriu a mamãe. – Agora me diga onde estão as meninas com quem
você gastou o dinheiro?
- Elas foram para suas casas. Eu não tinha dinheiro para gastar com elas hoje, então não
quiseram me acompanhar até minha casa.
- Você não pode comprar amiga com dinheiro, Judite. Mas, vamos imaginar que você convide
algumas meninas para vir aqui em casa amanhã depois da escola.
- Mas, mamãe, que poderemos fazer aqui? – Judite queria saber.
- Elas podem ajudar você a assar biscoitos para vender e devolver o dinheiro para a caixa
missionária. – A mãe puxou Judite para bem perto dela. Tenho certeza de que elas poderiam vir.
- Que bom! Exclamou Judite – será muito divertido! Tenho certeza de que elas também vão
gostar muito!
- Depois Judite deu um abraço bem apertado na mamãe e disse:
- Benjamim Franklin estava certo quando disse: “A honestidade é a melhor política”.

O que vocês acham:


Quais eram os sentimentos de Judite, enquanto estava roubando dinheiro para comprar balas
para as meninas, lá na loja de doces?

Tudo isso e muito mais em: 49


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
A que mandamento ela estava desobedecendo?
Será que Jesus deixou de amar Judite quando ela começou a roubar?
Por que ou por que não?
Será que Jesus deixou de amar Judite quando ela começou a roubar?
Por que ou por que não?
Será que foi somente um acidente, aquele quadro com o lema estar caído na calçada para que
Judite caísse em cima?
O que trouxe felicidade para Judite?

31 - O MELHOR CAMINHO

Joel, Maria Assunção e sua irmãzinha brincavam no quintal quando Breno, João e o pequenino
Guilí Almeida passaram pela alta cerca que separava os quintais, para brincar com eles.
Durante horas seguidas as crianças se divertiram jogando bola e peteca, ou balançando-se no
grande balanço de cordas, e escorregando no plano inclinado que o pai de Joel para eles fizera.
Repentinamente, porém, todos pareceram perder por completo o interesse no que estavam
fazendo.
- Já sei porque, disse Joel, todos nós estamos com fome.
- Decerto que estamos, disse Maria; e embora mamãe tenha visitas esta tarde, correrei para casa
a fim de ver alguma coisa para comer.
- Querida, disse-lhe a mãe, quando Maria lhe contou a que viera, fiz, esta tarde, sanduíches
tanto para as visitas, como para os de casa.Você encontrará uma boa porção deles no guarda-
comida. Mas tenha cuidado, não os leve para o quintal no prato de porcelana.
Maria prometeu-lhe mudá-los de prato, e apressou-se em sair. Mas ao olhar para dentro do
guarda-comida e ver os sanduíches bem arrumadinhos no lindo prato azul e cor-de-rosa, achou
desnecessária a advertência da mãe.
- Estão tão bem neste prato! Resmungou ela. Carregá-lo-ei com todo o cuidado, e farei de conta
que me esqueci de trocá-lo.
Então, levantando cuidadosamente o prato, volveu pelo mesmo caminho, rumo do quintal.
Que momentos agradáveis se seguiram à sua chegada! Tanto os de casa como os de fora,
amontoaram-se ao redor do grande prato, e comeram até que o último farelo lhes havia descido
pela goela.
- Bem, disse Maria, nada mais resta agora senão levar novamente o prato para a cozinha e
reiniciar a brincadeira; e dispôs-se a voltar. Mas, oh, infelicidade! Mal havia dado uma passada e
deu uma topada e lá se foi o prato contra uma pedra, fazendo-se em pedaços.
Por alguns momentos as crianças ficaram a olhar umas para as outras, depois Joel fez sinal de
silêncio. – Nós podemos pôr a culpa na pequenina, Maria, disse ele baixinho, pois ela não sabe
falar.
Esse seria um meio de sair da enrascada – pôr a culpa em Bessi; mas seria isso direito?
Novamente se agruparam as crianças. De repente Maria sorriu e levantou a mão direita.
- Não, Joel, disse ela calmamente, não é direito fazer uma coisa e depois pôr a culpa em outra
pessoa; direi a verdade à mamãe e sofrerei o castigo.

Tudo isso e muito mais em: 50


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Todos ficaram silenciosos por um minuto; depois João aproximou-se de Maria dizendo-lhe
meigamente: - Não seria bom fazer sua mãe pensar que foi a pequerrucha quem quebrou o prato,
mas seria muito mais fácil se todos nós a acompanhássemos quando você fosse falar com sua
mãe.
Certamente, pareceu mais fácil a Maria contar à mãe o ocorrido tendo ao lado os amiguinhos,
do que fazê-lo sozinha.

32 - O NOME GRAVADO NO BRAÇO DE RAMON

Ramon era um menino hindu que morava com os pais, lá na Índia. Com oito anos de idade,
nunca havia freqüentado escola alguma. Ele tinha intensa vontade de estudar, mas o pai o enviava
para cuidar das cabras.
Toda pmanhã saía, para apascentar o rebanho, levando-o aos lugares em que houvesse folhas
em abundância, e à noite voltava com ele para o cercado.
Quando chegava, à noitinha, comia os alimentos que a mãe lhe preparara e se assentava ao lado
do pai. Era costume os homens comerem primeiro e só depois é que as mulheres se serviam.
Antes de irem dormir em suas esteiras, Ramon, orava, mas não da maneira que orais. Ele
ficava de pé, com as mãos postas, e repetia muitas e muitas vezes, o nome do deus por que era ele
chamado: “Rama, Rama, Rama,...” dizia ele, esperando que aquele deus o ouvisse e o amparasse
durante a noite e o dia seguinte.
Mas Ramon fez mais do que rezar. Foi á procura de um homem que soubesse, pela tatuagem,
gravar em seu braço o nome de Rama. Ele cria que o deus visse seu nome lá inscrito e cuidasse
dele de modo especial.
Um dia, enquanto vigiava as cabras, viu algumas crianças que conduziam ardósias ou pedras de
escrever, e livros. Perguntou aos meninos para onde se dirigiam, e eles lhe responderam que iam
à nova escola da missão, bem distante ainda.
Como Ramon desejava freqüentar a escola, também! Embora tivesse as cabras de que cuidar,
resolveu ir, para saber como era a instituição. Foi, pois, em direção da escola, levando também
seu rebanho de cabras. Ao chegar lá, procurou escutar tudo quanto o professor disse, enquanto os
animais pastavam. Não tardou muito, e o professor o convidou a entrar. Procurou um lugar de
onde pudesse ver o rebanho, para estar certo de que nenhum perigo houvesse com os animais.
Houve uma coisa que Ramon aprendeu muito depressa: a querida história de Jesus. Dentro de
pouco Ramon disse ao professor que queria tornar-se cristão. E agora, que fazer com o nome
gravado em seu braço? Tinha tanta vergonha disso, que sempre e sempre escondia a tatuagem,
para que ninguém a visse.
- Senhor professor, pode fazer o obséquio de cortar meu braço? – gaguejou ele, ao erguer a
mão.
- Que é que há com seu braço, para querer que eu o corte? – disse, surpreendido, o professor.
- Senhor – disse Ramon – desejo ser um menino de Jesus, isto não pode ser enquanto eu tiver
o nome de meu antigo deus gravado em meu braço. Veja bem as letras onde estão.
O missionário foi tão bondoso, que logo Ramon criou coragem e disse: - Quero tanto ser um
menino de Jesus, que estou pronto para dar, com alegria, o meu braço.
Não foi difícil o professor missionário explicar ao pequeno Ramon que Jesus tinha muito
prazer em vê-lo disposto a sacrificar até mesmo o braço, e declarou-lhe que Jesus estava pronto a
Tudo isso e muito mais em: 51
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
aceitá-lo, embora com aquele nome do deus pagão em seu braço. Então, veio-lhe à mente uma
nova idéia:
- Senhor, se eu pedir ao homem para gravar o nome de Jesus por cima do de Rama, de maneira
que só se veja o de Jesus, não será bom?
- Jesus o aceitará, mesmo com o nome de Rama em seu braço, mas creio que Ele Se alegrará
em ver que agora o nome Dele está em cima do nome de Rama.
Foi desta maneira que Ramon se tornou cristão e pôde demonstrar seu amor para com Jesus.

33 - O PRATO DE COMIDA PARA PÁSSAROS

Observar as coisas através da janela da cozinha era muito divertido. Jéssica fazia isto, cada
manhã antes do café. Primeiro ela puxava um banquinho para perto da pia da cozinha, e depois
subia para ver que tipo de passarinho estava comendo no prato preparado para eles naquele dia.
Mas uma manhã, quando Jéssica subiu no banquinho e olhou para fora, ela viu que uma
criatura muito diferente estava comendo a comida do prato. Tinha um rabo comprido, fofo e
brilhante, e seus olhos também eram brilhantes; e comia, comia, comia e comia.
Jéssica, assustada, chamou o Tio Bruce.
- Há alguma coisa lá fora, no prato de comida, que não é um passarinho!
O Tio Bruce veio, parou ao lado de Jéssica, e disse:
- Sr. Conversador, o esquilo vermelho, é melhor sair de nosso prato para passarinhos. Então o
Tio Bruce pegou a vassoura, que estava ao lado da porta dos fundos, e na ponta dos pés, bem
silencioso, abriu a porta e saiu. Ele foi devagar até ficar atrás do prato e... “Vapt!” Bateu com a
vassoura em cima do prato, que Jéssica se assustou e deu o maior grito. O esquilo saiu correndo
através do quintal, passou pela cerca e foi para longe, correu para cima de uma árvore de nozes. O
Tio Bruce riu até não poder mais, por causa da velocidade do esquilo.
Mas Jéssica estava muito preocupada.
- Os esquilos também não ficam com fome, tio Bruce?
- Sim – disse o tio Bruce – mas eles juntam nozes durante o outono, antes que caia neve, e
assim eles têm o que comer quando têm fome durante o inverno. Para os passarinhos é muito
difícil encontrar depois que a neve cobre todas as sementes que caíram durante o verão. Mas este
esquilo preguiçoso prefere comer as sementes que colocamos no prato para os passarinhos, do
que se esforçar em lembrar onde escondeu suas próprias nozes!
Jéssica ficou parada em cima do banquinho, observando até que os passarinhos começaram a
vir para o seu café matinal. Só depois ela chamou a mamãe e pediu:
- Você pode me preparar o meu café agora? Estou contente porque Jesus providencia comida
tanto para os passarinhos e para os esquilos, como também para todas as crianças.

Quem fez os pássaros? Quem fez os esquilos? Quem ensinou os esquilos a esconder nozes para
ter o que comer no inverno?
________ você tem algum animalzinho? O que você pode fazer hoje para ser bondoso para com
seu bichinho?

Tudo isso e muito mais em: 52


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
34 - O QUE MERECE SER FEITO

A mãe de Alice tomou um dos pratos e o colocou de lado. Dele caíram algumas gotas de água
que rolaram sobre a mesa.
- Secaste estes pratos Alice? Perguntou ela.
- Oh, mamãe, exclamou Alice descontente, porque sempre encontra à senhora defeito no que
eu faço?
- O que merece ser feito, merece ser bem feito, respondeu a mãe com voz serena.
- Eu não gosto de enxugar pratos, resmungou de mau humor a pequena.
- Oh, suspirou a mãe, quanto gostaria de encontrar maneira de fazer-te compreender a
importância de fazer as coisas corretamente! Algum dia alguma coisa muito importante irá
depender de quão bem hajas feito teu trabalho... .
- Oh, não se aflija mamãe, interrompeu Alice, tudo sairá bem!
E acrescentou:
- Posso usar agora a máquina de costura?
A mãe pensou: “Se Alice ao menos fosse tão conscienciosa a respeito de outras coisas quanto
o é sobre suas costuras”.
Alice gostava de costurar. Fazia pontos nítidos e iguais. Gostava especialmente de casear. As
casas que fazia eram bem feitas e fortes.
- Quando eu crescer irei ser costureira! Dizia a menina com orgulho.
Alguns dias mais tarde, Alice estava na escola fazendo os exercícios de aritmética, quando de
repente a campainha grande da parede começou a tocar. Ouviu-se três toques curtos, um
momento de silêncio e em seguida outros três toques curtos.
Isto significava incêndio! Com presteza e serenidade, a professora conduziu a classe para a
janela onde ficava a saída para os casos de incêndio.
- Talvez não seja mais que outro exercício pensou Alice. Oxalá deixem de fazer tantos
exercícios! Não me agradam nada.
Porém de repente sua atenção foi despertada pelo silvo agudo de uma sirena. Eram os
bombeiros que chegavam! O coração de Alice começou a bater rápido. Era realmente um
incêndio! Os meninos iam saindo para o campo de recreio.
Algumas das meninas menores começaram a chorar, porém não Alice. Ela pensava:
- De que vale chorar? Temos tido tantos exercícios para os casos de incêndio que todos já
devem estar fora do edifício.
Olhou para cima e se admirou de que já houvesse uma cadeira ardendo na plataforma do
segundo andar. Dir-se-ia que, nos momentos de agitação, alguém havia posto aquela cadeira,
agora ardendo, sobre a plataforma da via de escape.
De repente se ouviu um grito, e ao levantar os olhos, Alice viu na parte superior da escada de
escape sua própria irmãzinha Júlia. Como havia a pequena ficada para trás? Talvez tivesse saído
ao corredor para tomar água, pois Júlia estava sempre querendo tomar água. Talvez houvesse
outro motivo, porém, tudo o que Alice podia pensar nesse momento era que sua irmãzinha estava
só na parte de cima da escada de emergência, e na plataforma que ela devia atravessar, havia uma
cadeira em chamas. Que iria a pequena fazer? Como poderia passar?
- Espera! Gritaram a Júlia os bombeiros. Fica aí quietinha que te vamos buscar.

Tudo isso e muito mais em: 53


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Júlia, porém, estava muito assustada para ficar quietinha e para escutar o que lhe diziam. Ficou
um momento olhando a multidão em baixo, e logo começou a trepar pela sacada de ferro, em cuja
parte superior havia várias pontas.
- Não! Não faças isso! Gritaram todos de uma vez. Não faças isso Júlia, espera que te vamos
buscar!
Mas Júlia continuou subindo pelo gradil. Isso lhe era difícil, por causa das pontas de ferro que
ficavam a pouca distância umas das outras. Conquanto fossem providenciadas em seguida
escadas por onde os bombeiros subiam até próximo de Júlia, esta trepava demasiado depressa
para que a alcançassem. Passou por cima das pontas de ferro e, de repente, escorregou.
Alice fechou os olhos e dela se apoderou um medo espantoso que nem lhe permitia gritar.
Fechou os olhos e elevou uma curta oração a Deus: “Oh, Senhor, salva Júlia!” De repente a
multidão deixou escapar um grito, e Alice abriu os olhos. Viu um homem bombeiro na parte
superior da escada, e ali estava Júlia também. Estava presa ao gradil, pois seu vestido se
enroscava numa das pontas e o bombeiro a estava tirando dessa posição perigosa.
Quando o bombeiro chegou em baixo, meia dezena de mãos se ergueu para ajudá-lo. Júlia
chorava, mas estava sã e salva! O bombeiro dizia:
- A salvação foi às casas bem feitas do vestido desta menina. Uma das casas se enganchou
numa ponta, e se não fosse forte... .
Uma casa forte! Alice havia caseado o vestido de Júlia, e o fizera de maneira sólida e forte,
pois lhe agradava fazer qualquer espécie de costura.
Mas, que teria acontecido se ela não gostasse de coser? Admitamos que ao fazer as casas, fosse
essa uma das coisas que lhe desagradasse fazer? A menina estremeceu ao pensar nisso. Tivesse
ela feito as casas descuidadamente e Júlia não estaria com vida agora.
Essa noite Alice enxugou os pratos para a mamãe. Secou-os com muito cuidado e reflexão.
Lembrava-se de todas as outras coisas que havia feito com negligência, pouco se lhe dando que
saíssem bem ou não. Decidira que não mais seria negligente. Havia aprendido que algumas vezes
uma vida depende de haver uma pessoa sido cuidadosa ou não.

35 - O SACRIFÍCIO SUPREMO

A triste e breve mensagem: “S. O. S”, “S. O. S”, era despachada a intervalos regulares pelo
rádio-telegrafista de certo navio que, açoitado por furiosa tempestade, estava em iminente perigo
de afundar-se entre as ondas do Atlântico, depois de haver enfrentado por longas horas um
temporal violentíssimo.
O casco do navio se achava ainda intacto, conquanto seus lúgubres e prolongados estalidos
indicassem que em breve se produziria uma brecha capaz de fazê-lo soçobrar dentro de alguns
minutos. Tal era o temor do capitão, e daí seus pedidos de socorro.
- Todos aos botes! Prover-se de salva-vidas! Não há tempo a perder! Gritou de repente o
primeiro piloto, subindo da casa das máquinas. Haviam-se realizado o temor do comandante da
nave, e esta começava a adernar ligeiramente para bombordo, ante o peso da água que entrava
em torrentes por uma larga abertura.
As ordens imperiosas do piloto deram lugar, na coberta, a um estado de confusão que parecia ir
assumir proporções de tragédia. Os passageiros lutavam braço a braço com a tripulação, para

Tudo isso e muito mais em: 54


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
serem os primeiros a chegar aos botes, que começavam a ser desamarrados para estar prontos à
primeira ordem de deitá-los na água.
O capitão, provido de poderosa buzina, e secundado pelos dois pilotos, superou com sua voz os
rugidos do mar e os estridentes sibilos do vento em desencadeada fúria:
- Não façam confusão! Há lugar para todos! Passem calmamente a ocupar seu lugar!
De repente, uma gigantesca onda, como a desmentir o marinheiro, arrebatou dois dos botes
salva-vidas que, meio desamarrados, não puderam resistir ao furioso embate do oceano
embravecido, e se perderam em face da consternação de todos.
Era simplesmente impossível que o total dos passageiros e tripulantes coubessem nos quatro
que restavam! A perda era irreparável!
- As mulheres e as crianças primeiro! Exclamou a voz forte do capitão.
A ordem cumpriu-se imediatamente, e estas e aquelas, assim como alguns anciãos, começaram
a ocupar as pequenas embarcações em que se encontrava sua derradeira esperança. Vários
vigorosos marinheiros, escolhidos pelos pilotos, tomaram os remos dos botes, que eram arreados
um a um, repletos até ao máximo de sua capacidade com os atemorizados viajantes.
A manobra realizava-se na maior ordem. Faziam-se despedidas desoladoras entre os que
ficavam a bordo, condenados a uma morte inevitável, e os que lutariam com a tormenta nos
frágeis botezinhos. Algumas senhoras desmaiavam e eram carregadas em braços até os ditos
botes. Os homens proviam-se de salva-vidas, si bem que de pouco lhes pudesse servir, dada a
violência da agitação do mar. Restava apenas um bote por arrear.
- Um momento o bote número seis! Um momento!
A ordem do segundo piloto fez com que se detivesse a manobra, e o último barquinho
permaneceu por uns instantes em seu lugar.
- Duas mulheres mais! Há lugar para elas? Continuou o marinheiro.
Após uma pausa, ouviu-se a voz do encarregado da embarcação salva-vidas:
- Há lugar apenas para uma!
Venha depressa!
E então foi testemunha uma cena que se desenrolou em menos tempo do que é necessário para
contá-la. Uma senhora de seus quarenta anos, pálida e trêmula, mas com decisão inquebrantável e
com a suprema força emprestada pelo desespero, colocou no bote uma jovenzinha que, incapaz de
articular palavra, e meio desfalecida, caiu nos braços dos passageiros, ficando o mesmo cheio a
mais não poder.
- Tu, minha filha! Salva-te tu, minha filha! Foi a única despedida que a pobre mãe pôde
articular.
E antes que a mocinha houvesse reagido o suficiente para responder a sua mãe, a ligeira
navezinha se achava em meio da espuma do oceano que rugia em redor, como reclamando as
presas que lhe escapavam... Uns segundos mais, e já se havia alongado do casco do navio, que
cada vez mais se inclinava para bombordo, afundando rapidamente.
Poucos minutos depois, um enorme redemoinho assinalava o lugar da nave engolida pelo mar.
Consumara-se o sacrifício supremo de uma mãe!
O nome do navio e data do acontecimento baniram-se-me da memória; mas oxalá permaneça
na tua, prezado leitor, este exemplo do que é capaz de fazer uma mãe, movida pelo puríssimo
amor que o Eterno lhe gravou no coração.
Recorda também a ordem celestial: “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento
com promessa”.

Tudo isso e muito mais em: 55


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
36 - OITO MINUTOS

Daniel se apoiou sobre o rastelo, e ficou olhando para o montão de folhas secas que havia
sobre a grama.
“Junte tudo, depois tire as folhas da grama e ponha fogo nelas”, havia mandado o pai àquela
manhã.
Tirar o lixo era muito trabalho. Por que não podia queimar as folhas ali mesmo? “A grama está
bem verde aqui, e não tem vento”, pensou Daniel, “deve ser perfeitamente seguro queimar as
folhas aqui”. Além disso, havia uma caixa de fósforos no bolso de sua jaqueta, que ele tinha
deixado ali depois de acampar com os Desbravadores.
Ele riscou um fósforo e colocou dentro do monte de folhas, mas não aconteceu nada. Acendeu
um outro palito de fósforo e cuidadosamente protegeu a chama com sua mão, enquanto se
inclinava para pegar um punhado de grama seca. Novamente o fósforo se apagou.
Então, Daniel se lembrou da lata de combustível que estava no barracão. Lembrou que muitas
vezes o pai o usava para começar um fogo. Por alguma razão, ele não achava ser muito correto
pegar o óleo. Pensou que seu pai também não gostaria que fizesse aquilo, mas se lembrou da
ordem do pai para limpar e queimar as folhas, e esta era uma maneira mais fácil. Além disso, o
papai ficaria admirado quando visse que trabalho perfeito ele havia feito.
A lata com o combustível estava exatamente no lugar que ele imaginava. Daniel correu de
volta, com a lata em sua mão. Derramou uma quantidade generosa sobre a grama e sobre as
folhas. Depois riscou um novo palito de fósforo e colocou em cima do monte de folhas.
As chamas ascenderam e como que lamberam a grama, as folhas e outro lixo que havia. Daniel
juntou mais alguns galhos secos do pomar, que o pai havia amontoado perto da cerca, depois de
ter podado as árvores. Daniel pensou que o pai ficaria muito contente ao ver que ele havia
limpado o pomar também.
Quando Daniel começou a voltar para onde estava o fogo, quase, não podia acreditar no que
viu. Uma corrente de vento soprou de repente sobre a pilha que estava queimando e uma faísca de
fogo caiu sobre o pasto.
Daniel jogou o rastelo e correu para onde o capim estava queimando. Tentou apagar o fogo, e
quando parecia que tudo estava sob controle, uma rajada de vento fez reviver as chamas. Elas
começaram a alcançar os galhos secos mais altos que havia por perto. Atrás do pasto irrigado,
havia um outro campo que não era usado por algum tempo, e estava cheio de arbustos muito seco.
Se o fogo conseguisse alcançar aqueles arbustos secos, estaria fora de controle. A casa do
vizinho, do outro lado da estrada, e as construções da fazenda, poderiam ser muito danificadas.
Daniel sabia que o fazendeiro e sua família estavam ausentes. Não havia ninguém para ajudá-lo a
acabar com o fogo.
Se ele pudesse fazer uma trincheira, talvez pudesse controlar e fazer com que o fogo parasse.
Correu para o outro lado e começou a alimentar a chama. O fogo estava cada vez mais perto da
trincheira de terra que havia feito.
“Somente Deus pode me ajudar”, ele disse em voz alta. “Por que não tirei para fora o lixo, ao
invés de queimar sobre a grama?” Então começou a orar e trabalhar mais do que nunca.
Subitamente ele parou de cavar e enxugou o suor de sua testa. Como! Parecia que alguma coisa
está empurrando o fogo de volta!
“O vento mudou de direção!” Gritou Daniel. “Obrigado, meu Deus, por me ajudar mesmo
quando eu não merecia. Muito obrigado por salvar a casa de meu vizinho”.

Tudo isso e muito mais em: 56


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
As chamas foram enfraquecendo ao redor da parte já queimada e finalmente se apagaram. Não
ficou nada sem queimar depois que o vento mandou as chamas de volta.
Oito minutos não é um tempo muito grande, mas foi tempo suficiente. Foi suficiente para o
fogo parar e apagar-se completamente, e para Daniel compreender como Deus tinha sido bondoso
para com ele, mesmo quando havia sido descuidado.
Novamente Daniel olhou para a casa do vizinho e para as construções da fazenda. Depois,
colocando as ferramentas no ombro, andou por sobre o campo queimado observando bem para
ver se não havia vestígio de fogo. E uma vez após outra agradecia a Deus por ter respondido a sua
oração. Quando chegou em casa disse suavemente: “E pensar que Deus fez tudo em oito
minutos!”.

37 - OS CAMINHOS DO SENHOR

Ao longo de uma praia, na costa da Inglaterra, entre as cidades de Norwich e Yarmouth,


perambulava um pai acompanhado de seu filhinho de quatro anos.
- Tenho fome, disse o menino.
- Cala-te, desgraçado, respondeu-lhe o pai.
- Sim, tenho fome e sinto dores, prosseguiu o menino.
- Não te calas? Maroto! Acaso me é possível arranjar-te pão aqui entre as pedras e areias da
praia?
Um estremecimento correu todo o corpo do menino, que nada mais disse, porque o pai lhe
havia falado num tom desabrido e rude e os seus olhos tinham um brilho estranho.
Caminharam os dois, mudos, um ao lado do outro; o menino com a cabeça pendida sobre o
peito a fim de ocultar ao pai as lágrimas que estilavam os seus olhos. No coração do pai
tumultuavam pensamentos tenebrosos. Esforçava-se em vão por manter o equilíbrio, pois,
segundo o seu costume, estava embriagado, e vacilava a cada passo que dava.
De repente o menino prorrompeu em altos gritos; não tinha podido mais se conter; a violência
que se fizera para reprimir a dor só o havia aumentado. “Pão”! Exclamou o menino, “quero um
pedaço de pão!” O desnaturado pai, porém, acometido de um acesso de fúria e desespero, pegou
do menino e com toda a força de seu braço o arremessou ao mar, retirando-se precipitado.
Por uma coincidência notável, a que o mundo dá o nome de acaso, como se por uma palavra
vazia de sentido se pudesse explicar o que o cristão não duvida em considerar como providência
divina, uma tábua sobrenadava ao lado do menino, a que o infeliz pôde agarrar-se, sendo logo
movimento das ondas.
Não muito distante da praia fundeava um vaso de guerra, de cujo bordo foi avistada a criança
que, agarrada ao frágil destroço, era impelida na direção do navio, em risco de ser despedaçada de
encontro ao mesmo. Acaso deixar-se-á perecer a criança?
Não haverá ninguém que se disponha a salvá-la? Tais pensamentos apenas tinham tido tempo de
penetrar no espírito da marinhagem, quando um marinheiro já se havia lançado ao mar, trazendo
com risco de vida o menino para bordo, onde foi logo por todos interrogados.
- Chamo-me Jacob, respondeu o menino, mas, além disso, nada sabia adiantar que pudesse
esclarecer a guarnição com respeito à família a que pertencia. Resolveu-se, pois, conservá-lo a
bordo, onde todos lhe chamavam “o pobre Jacob”.

Tudo isso e muito mais em: 57


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Como fosse de gênio pacífico e dócil e, além disso, muito serviçal, não tardou em conquistar a
simpatia de todos. Era por todos considerado como um filho adotivo, constituindo para todos
pontos de honra não deixar faltar-lhe coisa alguma. Depois de muitos anos de estudos, Jacob
obteve colocação em um dos vasos de guerra como cirurgião da marinha real. Da maneira mais
conscienciosa preencheu as funções desse cargo durante a longa guerra entre a Inglaterra e a
França.
Uma ocasião, havendo o navio a que pertencia, capturado uma pequena embarcação, foram
trazidos para bordo diversos feridos que se confiaram aos cuidados do cirurgião Jacob. Entre os
feridos havia também um homem já idoso, cujos ferimentos pareciam fatais. Não obstante, o
nosso consciencioso cirurgião lhe dedicou os mais desvelados cuidados. Todos os seus esforços,
porém, foram baldados.
Sentindo o ancião que a morte se avizinhava, desejou dar ao cirurgião uma prova de sua
gratidão, e solicitando-lhe alguns momentos de atenção, falou-lhe nestes termos:
- O senhor tem usado para comigo de tanta benevolência, que me sinto constrangido a entregar-
lhe o único tesouro que possuo neste mundo. E, entregando-lhe uma Bíblia, acrescentou: Uma
senhora crente fez-me presente deste livro que me abriu os olhos sobre a minha miserável
condição e me libertou das minhas paixões criminosas. Nesta Bíblia achei o caminho da salvação,
o perdão dos meus pecados por Cristo Jesus, a doce paz do meu coração, que tanto tempo viveu
torturado por indizíveis remorsos, e a consolação nos dias do meu infortúnio.
Aqui o velho interrompeu-se. Um inditoso segredo parecia pesar-lhe ainda sobre a alma, mas a
vergonha de confessá-lo travara-se de luta com a necessidade que tinha de desabafar o coração.
Essa luta, porém, durou apenas alguns instantes. Então começou a relatar com voz pausada, mas
grave, todas as desordens e impiedades de sua vida, referindo entre outras como arremessara ao
mar uma criança de quatro anos, seu próprio filho, por lhe haver pedido de comer.
Ó Deus, seria isto possível? Exclamou o jovem cirurgião, cujos movimentos e estupefação
cresciam à medida que o velho prosseguia a sua narração. Seria possível tornamo-nos a ver neste
mundo? Diga-me, continuou ele, segurando na mão do velho, em que parte da Inglaterra sucedeu
isto?

- Entre Norwich e Yarmouthm respondeu o ancião, que não compreendia porque o jovem
cirurgião se achava tão comovido ao fazer-lhe tal pergunta.
- E quanto tempo há que sucedeu isto?
- Há mais ou menos vinte e três anos, respondeu o ancião.
- E não se chamava esse menino, Jacob? – interrompeu o cirurgião, que mal se podia conter.
- Jacob! Sim, era esse o seu nome! Exclamou o velho, com espanto crescente.
- Meu pai, abençoe o seu filho! – exclamou o cirurgião, atirando-se de joelhos ante o leito do
moribundo. – Abençoe o seu filho! Foi Deus quem nos ajuntou de novo, quem quis pôr diante dos
meus olhos o exemplo de sua conversão, e de sua pia esperança.
Longo tempo o ancião conservou-se mudo; não acreditava aos próprios olhos; pensava na
possibilidade de um sonho a que havia de seguir-se amargo desengano. Pouco a pouco, porém,
foi reunindo suas idéias e pediu ao jovem oficial que lhe relatasse os pormenores que ainda lhe
lembravam. Finalmente estava convencido de que era de fato seu filho a quem tinha diante de si e
lágrimas de alegria inundaram-lhe as faces, sobre que pairavam já as sombras da morte: e, como
Simeão, exclamou: “Agora, Senhor, despedes em paz o Teu servo”.
Faleceu ainda nesse mesmo dia, nos braços de seu filho, rendendo graças a Deus.
Esta coincidência tão inesperada e tão admirável fez tal impressão sobre o jovem cirurgião, que
ele logo depois resignou o seu posto na marinha, para dedicar-se à pregação da Palavra de Deus.

Tudo isso e muito mais em: 58


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
E sucedeu que, havendo um servo do Evangelho relatado essa história em uma reunião
religiosa, ele se dirigiu ao dirigente e disse: “Eu sou aquele pobre Jacob”.

38 - PERDÃO

- Quero tanto que papai chegue! Disse Ricardo, muito triste e aflito.
- Seu pai vai ficar zangado com você, respondeu a tia, que se achava na sala, fazendo tricô.
Ricardo, levantando-se do sofá, onde estivera chorando havia meia hora, disse, indignado, a
sua tia: Ficará triste; não zangado. Meu pai nunca fica zangado.
Ouviram que alguém estava chegando. – Oh! Felizmente é ele que chega! Exclamou o menino,
correndo em direção à porta, para encontrá-lo, mas voltou, muito desapontado, dizendo: - Não era
ele. Não sei porque está demorando tanto! Quero que volte depressa!
- Parece que você está com desejo de ser castigado, disse-lhe a tia, que estava de visita, havia
uma semana, e não era uma senhora amável, nem tinha muita simpatia pelas crianças.
- Creio que gostaria de me ver apanhar, porém garanto que não terá esse prazer, retrucou
Ricardo.
- Confesso que um pouco de disciplina não lhe faria mal. Se você fosse meu, poderia ter
certeza de que não escaparia, tornou a tia.
- Mas, felizmente não sou seu, nem quero ser. Meu pai é bom e me quer bem, afirmou o
menino.
Ouviram-se passos, novamente, para os lados da porta, e o menino disse: - Tomara que desta
vez seja ele mesmo! E, correndo, foi abrir a porta.
- Olá, como vai, meu filhinho? Ora, que é que tens? Está triste? Que foi que aconteceu?
Interrogou o pai.
- Venha comigo, papai, disse-lhe Ricardo, puxando-o pela mão, para o escritório. O Sr.
Gonçalves assentou-se e colocando o menino sobre os joelhos, perguntou: Que é que tem, meu
filho? Que aconteceu? Pode contar a papai, sem receio.
Os olhos do menino se encheram de lágrimas, enquanto procurava falar, mas não pôde por
causa de um nó na garganta. Desceu, abriu um armário e trouxe os pedaços de uma estatueta
quebrada e os pôs diante de seu pai. A peça fora comprada no dia anterior e, sendo uma obra de
arte, custara muito.
- Quem fez isto? Perguntou o pai, surpreendido.
- Fui eu, papai.
- Como?
- Oh! Papai esqueci-me e joguei a bola aqui dentro de casa. Joguei-a uma só vez, mas quebrei a
estatueta. Estou tão triste por ter feito isto, papai! E, dizendo isso, o menino desatou a chorar.
O Sr. Gonçalves ficou pensando alguns momentos e depois disse:
- Pois bem, Ricardo, não podemos desfazer o que já está feito. Você confessou, e está
perdoado. Guarda os cacos. É claro que já sofreu bastante. Não é preciso que eu diga mais nada.
Julgo que o seu castigo já foi suficiente e que aprendeu uma boa lição.
- Oh! Papai, como o senhor é bom! Pode ter a certeza de que, daqui por diante, farei todo o
esforço para lhe obedecer. Como gosto de meu paizinho! É o melhor do mundo! Exclamou o
menino, dando um forte abraço no pai.

Tudo isso e muito mais em: 59


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Os dois foram, então, para a sala, onde estava a titia. Esta, vendo-os, disse: - Que menino feio é
o Ricardo! Merece ser severamente castigado pelo que fez. O menino precisa aprender que não se
brinca dentro de casa com bola. Certamente que ele vai pagar bem caro pela sua arte!
- Já ajustamos contas, Julieta. Uma das regras desta casa é: sair das trevas e entrar na luz, o
mais cedo possível, explicou o pai, amavelmente, à irmã que, no íntimo, era boa e somente um
pouco severa.
Julieta, surpreendida, ficou quieta. Refletindo sobre o incidente e concluiu que ambos tinham
razão, e que era, mesmo, muito melhor sair das trevas do rancor e permanecer na luz do amor e da
harmonia.

39 - PERDIDOS

A senhora Barbosa estava muito admirada. ...


Mais alguns longos minutos se passaram e então Lauro falou:
- Não estamos adiantando caminho, mamãe. Estamos perdidos. Aqui está o velho tronco de
novo. Com esta são três vezes que passamos por aqui. Estamos fazendo círculos. Eu não quis
dizer isso antes porque não queria atemorizá-la. Mas creio que precisamos parar.
- Eu sabia que estávamos perdidos, disse Janete. Notei que havíamos passado por aqui, por
este velho tronco, já duas vezes. Que caminho tomará agora?
- Sim, eu estava certa de que estávamos perdidos, mas julgava que pudéssemos atravessar este
capão se continuássemos, retrucou a Sra. Barbosa. Estou muito preocupada!
- Mamãe, aventurou Lauro, com expressões de esperança. A senhora se recorda da história que
nos contou na semana passada, do missionário que estava perdido e orou a Deus pedindo que o
ajudasse a encontrar o caminho? A senhora contou que ele assim que acabou de orar começou a
andar e encontrou o caminho. Deus o ajudou.
Vamos orar nós também?
E assim os três se ajoelharam e cada um fez uma curta oração, pedindo a Deus que os ajudasse
a achar o caminho.
Acabaram de orar e já era escuro. Lauro segurou a mão da mãe e a da irmãzinha e começaram
a andar, por entre os arbustos e macegas daquele capão escuro.
Não haviam andado muito quando Lauro exclamou, cheio de satisfação:
- Olhem lá uma luz!
- Mas não é nenhuma casa, respondeu a mãe, pois não há moradores aqui por perto. Deve ser
alguém, andando. Vamos ver se o alcançamos.
- A lanterna está balançando e não sai do lugar. Vamos ligeiro até ela, disse Lauro.
Quando chegaram bem perto da luz puderam observar que se tratava de três homens que
estavam de passagem. Haviam parado ao ouvir vozes.
- Podem dizer-nos onde estamos? Perguntou a Sra. Barbosa.
Os homens explicaram onde se encontravam e ofereceram-se para guiá-los até a estrada.
Quando chegaram ao caminho reconheceram-no e rumaram para casa. Andaram um pouco mais
no escuro e logo avistaram a luz de casa.
- Espero que vovô tenha deixado alguma comida quente para nós, disse Janete, que sentia
bastante fome, agora que passara todo o temor.
- É mesmo, pois estou até fraco de fome, respondeu Lauro.
- Para mim, o melhor é poder ver nossa casinha já bem perto, falou a Sra. Barbosa.
- Estivemos perdidos, vovô, disse Janete assim que entrou em casa.

Tudo isso e muito mais em: 60


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Eu estava mesmo imaginando, respondeu o avô. E continuou: vocês devem ter ficado até
muito tarde na roça!
- É verdade, concordou a Sra. Barbosa.
- Mas, vovô, nós oramos e Deus nos ajudou a achar caminho. Não foi bom termos orado?
Perguntou Janete.
- Orar é sempre uma boa coisa, queridinha. Deus sempre nos mostra o caminho de casa. E não
somente o caminho desta casa, mas o caminho do lar celestial, respondeu o avô, em tom amorável
de voz grave, ao mesmo tempo em que punha sobre a mesa o alimento quentinho e cheiroso.

40 - PERSEGUIDO POR UM LEOPARDO

Tinha Tomás treze anos de idade, e freqüentava uma escola da missão localizada no sopé dos
montes Himalaia, ao norte da Índia. Era inverno, e havia neve por toda parte, cobrindo florestas,
campos e veredas com grosso lençol branco.
Uma tarde, depois da reunião na capela da missão, pediram a Tomás que acompanhasse uma
senhora idosa que voltava ao lar, cuidando de que chegasse sã e salva ao destino. Isto significava
uma caminhada de cinco quilômetros através da neve. Parecia longa a jornada, pois naturalmente
a idosa senhora não podia andar muito depressa. Finalmente, contudo, os dois chegaram seguros à
casa da anciã, e Tomás voltou para a escola.
Então começou a notar que já era bem tarde. O sol estava preste a se esconder, e logo
escurecia. De repente lembrou-se dos leopardos da neve e começou a correr. Se havia uma coisa
que desejava evitar, era encontrar-se com um destes animais selvagens depois do escurecer.
Diferente do leopardo comum, de pêlo pardo e manchas pretas, o leopardo da neve tem pêlo
acinzentado e manchas vermelho-pardas. É fera horripilante e difícil de ver contra a neve, sendo
perigosa quando faminta ou molestada. No inverno, descem dos planaltos, procurando alimento
até nos lugares povoados. Seus rastos sempre eram vistos na floresta que ficava perto da missão,
e que agora estava entre Tomás e a casa.
De modo que correu, mas não tão depressa como gostaria. Dentro de pouco tempo escureceu
por completo. Entrou na floresta. Decorridos poucos minutos percebeu que era seguido.
Voltando-se, viu um par de olhos fitos nele, brilhando na escuridão. Era um leopardo da neve.
Ousadamente marchou para o animal, que se desviou do caminho.
Aí foi que Tomás começou a orar como nunca dantes. Orava, enquanto corria. Então viu
novamente os olhos. Tomás correu novamente até pressentir que o leopardo estava mais perto.
Parou; fitou-o nos olhos e correu novamente. Durante todo o tempo estava orando por auxílio.
O leopardo da neve estava agora bem perto. ...
Justamente aí chegou a uma encruzilhada no caminho. Um trilho desviava-se para a esquerda;
o outro, através de um trilho bem íngreme, levava à porta dos fundos da escola da missão. Qual
seguiria, com o leopardo tão perto de si?
Nesse momento alguma coisa atravessou o trilho correndo, bem na sua frente. Parecia-lhe ser
um homem, mas na escuridão da mata não podia dizer quem ou o que era. Mas pensou que isso
confundiria o leopardo, e que ele perderia a pista. E tinha razão.
Quando o estranho passou para um lado, ele seguiu para o outro, subindo a toda o curto atalho
em busca de segurança.

Tudo isso e muito mais em: 61


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Encontrei-me com Tomás um dia destes. Disse-me ele que, apesar de se terem passado vinte e
cinco anos desde aquela terrível noite, nunca deixou de agradecer a Deus por livrá-lo do leopardo
da neve.

41 - “POSSO FAZER QUALQUER COISA”

Ao iniciarem Tomaz e Jorge seus estudos universitários, fizeram-no com o objetivo de alcançar
não só um título, mas também o preparo necessário para se destacarem na vida como
profissionais. Os anos passados nas aulas da Faculdade de Direito foram de árduo estudo, e às
vezes se lhes afiguraram intermináveis, mas chegaram ao fim como todas as coisas desta vida.
Ao receber o diploma, verificaram que as condições econômicas, em geral, haviam-se
modificado muito desde o momento em que iniciaram sua carreira, aguda crise abalava o mundo,
e não lhes foi possível instalar-se como advogados. Que fazer nessas circunstâncias? Ambos eram
jovens resolutos, pelo que não se intimidaram. Resolveram procurar emprego, embora não fosse
no desempenho de sua profissão.
No porto em que viviam, estava instalado um grande estaleiro. Em suas oficinas e escritórios
trabalhavam vários milhares de empregados, pelo que decidiram solicitar trabalho ao gerente
dessa poderosa instituição.
Tomaz foi o primeiro a apresentar-se com seu flamante título em baixo do braço.
- Em que pode ocupar-se? Perguntou-lhe cortesmente o diretor da empresa, depois de lançar
um olhar ao diploma do solicitante.
- Como o senhor compreenderá, não posso submeter-me a ser simples empregado. De acordo
com meus conhecimentos, solicito um cargo de certa responsabilidade, com remuneração
equivalente.
- Muito bem, jovem. Deixe-me seu endereço e, quando se apresentar à oportunidade em que
haja uma vaga para um cargo de “responsabilidade”, pensaremos no senhor, respondeu-lhe o
gerente, com certa ironia.
Claro está que essa oportunidade nunca chegou.
Jorge apresentou-se algumas horas, no mesmo escritório. Não levava consigo o título de
advogado. Tinha apenas a determinação de começar a trabalhar de qualquer maneira honesta e de
fazer-se conhecer em seu trabalho.
- Que é capaz de fazer, jovem? Interrogou-o gerente que se advertira da capacidade intelectual
de Jorge, por suas palavras de introdução.
- Posso fazer qualquer coisa, senhor. Para começar, satisfar-me-ia qualquer ocupação.
O diretor tocou uma campainha.
- Tem alguma vaga para este jovem? Perguntou, segundos depois, ao chefe de uma seção do
estaleiro, que se apresentou ao seu chamado.
- Sim, precisamente, necessitamos de alguém que se encarregue da limpeza do departamento
das máquinas.
E o formado da universidade começou essa humilde tarefa no dia seguinte.
Depois de três meses, o gerente chamou o chefe da seção em que Jorge trabalhava.
- Como vai Jorge? Perguntou-lhe.

Tudo isso e muito mais em: 62


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Muito bem. Demonstra tal dedicação ao trabalho, que o departamento de máquinas está
sempre reluzindo. Parece incrível que um advogado tenha tão boa vontade para trabalho tão
humilde.
O Sr. Silveira, tal era o nome do diretor do estabelecimento, sorriu enigmaticamente e limitou-
se a dizer:
- Está bem, pode retirar-se.
Outros três meses se passaram e, depois de ter pedido algumas informações quanto à conduta
do jovem advogado, mandou-o chamar ao escritório.
- Nesta empresa, principiou, temos por norma experimentar por seis meses os novos
empregados. Durante esse tempo, pagamos-lhes o ordenado fixo de Cr$ 300,00 mensais,
importância essa que o senhor tem recebido até agora. Mas isso não é o mais importante,
prosseguiu. O que nos interessa principalmente, nesse período, é a conduta, a fidelidade e
dedicação ao trabalho do que se acha à prova. Ora, como a esse comportamento se unem ainda
suas aptidões intelectuais, seus conhecimentos gerais e preparo universitário... Uma tossezinha
interrompeu as palavras do gerente. Mudando de assunto, dir-lhe-ei que meu secretário particular
foi ocupar um posto de maior responsabilidade no estrangeiro e preciso de alguém que tome esse
importante lugar. Que o senhor, Dr. Jorge – e o diretor fez ressaltar o título – considerar a
possibilidade de ser seu sucessor? De minha parte estou convencido de que o senhor é a pessoa
mais indicada. Informo-lhe ainda que os vencimentos são de Cr$ 3.500,00 mensais.
O doutor, que momentos antes estivera a trabalhar de escova na mão, não respondeu
imediatamente. Oprimia-o profunda emoção. Por fim, com uma voz que ele mesmo estranhou,
respondeu:
- Agradecido, Sr. Silveira, que outra coisa poderia desejar?
Ao cabo de cinco anos, era Jorge o braço direito da empresa. E, ao passo que ocupava um
cargo de muito maior responsabilidade que o de secretário particular do gerente e que seu
ordenado se escrevia com várias cifras... Seu companheiro Tomaz escondera o título no fundo de
um velho baú, onde guardava muitos “trastes” inúteis e, premido pela crise, lavava automóveis
numa garage.
Vale a pena dizer: “Posso fazer qualquer coisa...”. E fazê-la.

42 - PREPARADO PARA A VOLTA DE JESUS

Tinha sido um sábado muito feliz para a família Smith. Eles tinham acampado num parque
muito bonito e tinham se maravilhado observando todas as coisas criadas por Deus. O esquilo
malhado era novidade para a família. Estevão estava andando bem perto do esquilo antes que ele
se escondesse em seu buraco. Chorando, Estevão correu para a mamãe:
- Eu só queria fazer um carinho nele, queria pegá-lo no colo. Eu não ia machucá-lo.
- Estêvão, o esquilo está com medo de você. E também não é uma boa idéia pegar qualquer
animal, porque o animal pode mordê-lo e fazer com que você fique doente – respondeu a mãe.
Estêvão caminhou de volta até o buraco do esquilo e olhou.
- Mãe, por que ele morde? Por que ele fica com medo?
A mamãe pensou um pouco antes de responder.

Tudo isso e muito mais em: 63


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Bem, querido, esta é uma das coisas que aconteceram quando o pecado entrou neste mundo.
Não será maravilhoso quando chegarmos ao Céu e pudermos pegar os animais? Eles não terão
medo; não irão fugir e também não irão morder ou atacar como agora.
Depois de descansarem um pouco, a família queria ir a um lugar especial para ver o pôr-do-sol.
O papai disse:
- Vamos subir até o topo do Monte Sentinela. Poderemos ver uma porção de coisas novas,
mesmo no caminho até lá, e não será muito difícil para Karen e Estevão. O pôr-do-sol será
colorido lá em cima.
Karen e Estevão ficaram encantados com a idéia, e começaram a pular de alegria.
Assim que começaram a subir a montanha, o cheiro dos pinheiros enchia o caminho. A
caminhada através da fresca floresta foi um tempo feliz quando observaram bem de perto um
inseto em uma flor. Depois que deixaram as árvores para trás e começaram a subir por cima das
pedras, puderam ver todos os campos e vales.
Foi então que a mamãe perguntou:
- Estevão e Karen, vocês sabiam que o Céu vai ser muito mais bonito que qualquer destas
coisas? Sabiam que será muito mais bonito do que possam imaginar?
- Quando Jesus vai voltar? Quando poderemos ir para o Céu? Haverá veadinhos lá no Céu?
Poderemos ver quando passeiam? Vou poder agradar um veadinho? – perguntou Estevão.
Calmamente a mamãe começou a responder:
- Jesus vai voltar depois que cada pessoa deste mundo tenha tido a oportunidade de ouvir
sobre Ele. Devemos estar preparados e contar aos outros sobre Jesus, como Ele os ama e quer que
estejam no Céu também. Estou segura de que vai haver veadinhos lá no Céu, e você vai poder
acariciá-los lá. Não sei se vamos ver algum veadinho hoje. Precisaremos observar e esperar, mas
se conseguirmos ver um, não poderemos chegar perto deles. Eles, provavelmente correriam para
longe se tentássemos.
Lá no topo do Cume Sentinela, eles observaram as brilhantes cores do pôr-do-sol, e logo viram
a Lua nascer cor-de-rosa. Quando começaram a descer, já estava um pouco escuro. De repente
ouviram um ruído num arbusto ali perto. Todos pararam muito calmos e ficaram bem silenciosos.
Estavam escutando. Seria um coelho? Ou será que era um urso? O papai focou a lanterna em
direção do som. Justamente ao lado do caminho estava parado um veadinho. Ele olhou para todos
por um minuto e depois desapareceu no escuro da noite.
- Mãe – sussurrou Estevão – eu vi um veadinho hoje. Eu quero ir para o Céu.
- Eu também – respondeu a mãe bem baixinho. – Vamos fazer a vontade de Jesus e falar DELE
cada dia para que possamos estar preparados.

Quais são alguns dos motivos pelos quais vocês querem ir para o Céu com Jesus?

43 - SABES MANDAR?

Maurício estava completamente entregue ao brinquedo, no pátio, quando a mãe o advertiu:


- Brincaste bastante por hoje, filho. Pensa em fazer os trabalhos que ainda não acabaste.
Aparentemente contrariado, Maurício, que estava por fazer entrar a sua pedra no “céu”, entrou
em casa, resmungando. Certamente lhe ouviram pronunciar alguma amarga reflexão acerca dessa
cruel necessidade de “sempre obedecer”.

Tudo isso e muito mais em: 64


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Como quisera ser grande, para fazer minhas quatro vontades!
Contudo, exprimiu esse desejo de maneira bastante discreta. Papai, porém, tem o ouvido bem
apurado e nada lhe escapa; de maneira que deteve o homenzinho ao passar.
- Tua mãe acaba de dizer-te que deves terminar os teus deveres escolares. Quando estiverem
acabados, vem ver-me: tenho alguma coisa para mostrar-te.
A voz do pai não era de ralho. Além disso, não costumava mostrar-se ríspido. É de gênio bom
e afável, e, se chega a moralizar, fá-lo de maneira tão agradável, tão interessante, que torna
aprazível e proveitoso ser por ele admoestado.
Maurício apressou, pois, a terminação dos deveres e foi, com a confiança dum rapazinho sem
medo nem culpa, apresentar-se diante do pai.
- Que quer o Senhor dizer-me, papai?
- Isto, filho: Sabes mandar?
- Mas, exclamou Maurício, estupefato, nunca tenho de mandar; só se exige de mim obediência.
- Que engano! Tu mandas, meu amigo, e todos os dias, a um bom número de serviçais.
A mais ou menos nove.
- O senhor está brincando comigo, papai!
- De maneira nenhuma. Como me permitiria tal coisa? Convencer-te-ás rapidamente desta
verdade. Examinemos juntos esses servidores. Vejo dois neste momento, que me olham
fixamente, com ar bastante assombrado.
- Meus olhos! São meus olhos, mas eu nunca tinha pensado nisso!
- Que fossem teus servidores? Entretanto, quantos bons serviços te prestam! Obedecem tão
somente à tua vontade. Vêem o que lhes ordenas ver. Graças a eles desfrutas da luz, das delícias
da natureza, do sorriso de teus pais, e nem sei quantas outras coisas mais. Se queres ler, decifram
para ti os caracteres de imprensa. Enfim, são dois maravilhosos auxiliares, dóceis e atentos. Mas,
existem também outros. Vejo outros dois, igualmente amáveis. Por meio deles vais e vens, corres,
saltas, brincas com a bola, etc. Penso que não precisarei mencioná-los.
- Minhas pernas! – exclamou Maurício, muito divertido com essa aventura de descobrimento. –
Logo chegará também a vez dos braços.
- Exatamente; eles também merecem toda a nossa atenção. Como farias sem eles, para lavar-
te, alimentar-te, trabalhar, brincar? Façamos uma breve recapitulação: Dois olhos, duas pernas,
dois braços; são, pois, seis escravos sujeitos à tua pessoa. Não te custará descobrir os outros. Um
deles é a língua precioso instrumento pelo qual podes comunicar teu pensamento à tua família e
aos que te rodeiam, falar, assobiar, cantar, etc. E, finalmente, esses pequenos aparelhos acústicos
que ornam os lados de tua cabeça; eles percebem os sons, a voz dos que vivem perto de ti,
permitem também que gozes a música da harmonia da natureza. E pretendias ter de só
“obedecer”, com tão numeroso pessoal sob as tuas ordens! Estarás convencido do contrário?
Mandas, meu filho. Eis, pois, a explicação de minha pergunta de há pouco: Sabes mandar?
- Mas, disse Maurício, que quer o senhor dizer com isso, papai?
- Isto, meu filho: Esses servidores fiéis, amáveis, que são os teus membros e sentidos, podes
empregar para o bem ou para mal. Podem, segundo a tua vontade, ser úteis ou prejudiciais à tua
vida moral.
“Com o mesmo braço, por exemplo, podes retirar do pântano uma pessoa que nele caiu, ou
atirar uma pedra que cegue um companheiro. Com as mesmas pernas, podes ir buscar auxílio para
um ferido, ou seguir maus companheiros em suas malandragens. Com os mesmos lábios, a
mesma boca, podes louvar a Deus ou proferir odiosas mentiras.
“Trata-se, pois, para ti, meu amigo, de saber mandar com inteligência, discernimento e energia,
as faculdades do teu ser. Esse domínio próprio, temos continuamente de exercer também, nós, os

Tudo isso e muito mais em: 65


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
“grandes”. Mandar-se a si mesmo é, às vezes, mais difícil que obedecer ao mando duma mãe que
nos faz pensar nos trabalhos que estão por acabar”.
Com essa conclusão, qualquer outro teria baixado a cabeça, mas Maurício ergueu-a, olhar
firme, luminoso, armado de nova resolução.
- Procurai mandar bem e ser como o senhor, papai.
- Façamos o melhor, meu filho, e também, sejamos orgulhosos desta gloriosa liberdade de
ação, pois se ela pode causar-nos a miséria, pode também criar nossa grandeza.

44 - AS SEMENTES DE ABÓBORA REVELAM UM SEGREDO

Acaso já alguma vez trabalharam vocês quando desejavam brincar? Se assim foi hão de
imaginar o que sentiu o menino desta história ao ter que ficar em casa e trabalhar na roça
enquanto os companheiros iam nadar.
O pai de Eduardo era fazendeiro nos primitivos tempos. Naquela época de desbravadores, a
maior parte da terra achava-se coberta de florestas, e não tinha fim o trabalho por fazer.
Havia nas matas animais selvagens que penetravam de quando em quando nas plantações em
crescimento. As raposas e gambás comiam os frangos e perus. Estando pronto o trabalho
regular da fazenda, havia sempre mais terras para limpar. Isso queria dizer derribada de
grandes árvores e arrancamento de enormes tocos. E depois, também, Eduardo era o único
rapaz da família.
Certa manhã, na estação própria, disse o pai ao filho:
- Eduardo, quero que você leve algumas sementes de abóbora à roça, e as plante numa carreira
de milho sim, e noutra não. Quando as tiver plantado todas, pode ir nadar.
Era fácil compreender, pela fisionomia de Eduardo, que ele não estava contente. Era feriado, e
os meninos da vizinhança, que residiam alguns quilômetros de distância, iam nadar no rio, mas
ele tinha de passar a manhã plantando aboboreiras. Fizera esse trabalho noutros anos, e sabia que
se pusesse apenas três ou quatro sementes em cada cova, levar-lhe-ia a manhã inteira para plantar
a roça toda.
Parecia-lhe, enquanto trabalhava, que a roça crescera muito desde a última vez que a plantara,
um ano antes. E ia abaixo e acima nas longas filas, sentindo-se cada vez mais mal. Estava tão
aborrecido que sequer ouvia o cântico dos pássaros, conquanto em geral procurasse responder aos
seus trinados.
Ouviu então um convite que o fez ferver interiormente, eram os rapazes vizinhos, de caminho
para o rio.
- Tem de trabalhar, hein, Edu? Nós vamos nadar. Você não deveria trabalhar nos feriados.
Poderá vir à tarde?
Isso foi demais para Eduardo.
- Esperem um minuto, exclamou ele. Eu vou agora.
O vento soprava na direção contrária, e os rapazes não ouviram Eduardo dizer que ia nadar
também. De modo que não viram o frenesi com que cavou junto à grande pilha de galhos,
próximo ao mato. Eduardo estava ofegante ao chegar junto aos seus companheiros.
- Mas você não tinha de trabalhar esta manhã? Perguntaram. Já plantou todo o campo?
- Sim, já plantei todas as sementes, disse Eduardo, pondo-se a assobiar uma canção. Como se
havia mudado a expressão de sua fisionomia! Desaparecera-lhe a carranca, mas fosse como fosse,
não tinha ar muito natural, embora procurasse agir como quem se sente feliz.
Tudo isso e muito mais em: 66
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Não conseguiu por certo plantar já todas aquelas sementes, não foi? Indagou o outro rapaz.
Sim, cada semente está na terra. Mas se entendo de sementes, aposto que não muitas delas vão
vingar, pois não me parecem em muito bom estado, talvez este não seja um ano bom para
abóboras.
Nadando com os rapazes, a manhã passou rápido para Eduardo; depois vestiu-se e apressou-se
em voltar pelo campo, chegando a casa, de enxada ao ombro, à hora do almoço.
A primeira coisa que o pai perguntou:
- Então, filho, você plantou todas as sementes?
- Sim, papai, cada semente está na terra. Mas não me parecem muito boas. Duvido que vão
nascer todas.
Pensava ele que esta declaração haveria de preparar o pai para a surpresa, quando nenhuma
aboboreira brotasse em grande parte do campo.
Mas eram boas as sementes, e nascerão bem. Nas leiras em que Eduardo as plantou não falhou
um só pé. Mas em muitas das filas de milho não havia nenhum pé de abóbora. Estava bem
evidente onde ele havia parado de plantar naquela manhã, quando os rapazes passaram.
E o lugar onde enterrara o resto das sementes, próximo a pilha de galhos, junto à mata, não se
podia ocultar. Ele pensava que as tinha enterrado tão fundo que elas nunca haveriam de brotar. E
que o pai pensaria que estivesse plantado o campo todo. Mas junto à velha pilha vieram a crescer
centenas de aboboreiras, e, conquanto estivessem tão juntas que algumas morreram, uma porção
delas vingou, mas treparam sobre a pilha, e no verão pareciam como um manto verde salpicado
de amarelo.
Eduardo não escondera seu mal feito. As sementes de abóbora revelaram-lhe o segredo. Toda
vez que olhava na direção do milharal sentia-se condenado. E uma porção de vezes, quando o pai
se dirigia para ali, Eduardo notava-lhe no rosto uma expressão de tristeza. Ele não repreendeu o
rapaz, nem disse coisa alguma a respeito das abóboras.
Um dia, sentindo-se Eduardo com a consciência perturbada acerca desse negócio, procurou o
pai dizendo a verdade quanto a não haver aboboreiras naquela parte do campo.
- Fui nadar aquela manhã, papai, enterrei a maior parte das sementes à pilha de galhos, no
fundo do campo.
- Sei, tudo respondeu-lhe o pai.
- Mas, quem lhe contou, papai? Indagou-lhe o menino.
- Olhe só para o monte de galhos, filho, e há de ver como o seu segredo foi descoberto. Mas
não falemos mais nisso. Estou certo de que você aprendeu a lição, e sei que daqui em diante
posso confiar em que meu filho será fiel e honesto. Você aprendeu, filho, que não é possível
encobrir as más ações.

45 - SILKY, A URSA VEGETARIANA


Silki era a mais bonita, e a mais mimosa bolinha de pele preta que já tinha brincado e dado
cambalhotas, na gruta dos ursos, no Zoológico da cidade. Tinha uma irmã gêmea chamada Cetim.
E como se divertiam correndo em volta e brincando o dia inteiro! Silky tinha olhos pretos,
brilhantes, que olhavam de uma maneira tão amistosa, que você teria a impressão de que se ela
pudesse falar nossa linguagem diria: “Entre aqui em nossa gruta para se divertir! Não vamos
machucá-lo!” Mas, naturalmente, nunca entrou ninguém, porque as pessoas sempre pensam que
os ursos são ferozes.
Tudo isso e muito mais em: 67
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Um dia o Sr. Ferreira veio visitar o Zoológico. Ele gostava muito de animais e sempre os
tratava com bondade e gentilmente. Ele havia tido muitos animais de estimação em sua casa, e
esses animais gostavam muito dele porque sempre os tratava com muito amor e bondade. Quando
o Sr. Ferreira viu Silky e Cetim, pensou consigo mesmo: Oh! Como eu gostaria de ter um ursinho
assim como Silky! Vou pesquisar para saber onde posso encontrar um filhote assim “. Saiu dali e
foi procurar o zelador do zoológico, pensando que, talvez, ele pudesse indicar alguma pessoa que
lhe vendesse um filhote de urso”.
Bem depressa o Sr. Ferreira encontrou o zelador colocando feno na casa dos elefantes. Quando
saiu dali, o Sr. Ferreira caminhou até ele, dizendo: “Como são lindos os ursinhos que você tem na
gruta dos ursos! Você não saberia me dizer onde posso encontrar uma pessoa que venda um
filhotinho de urso como aqueles?”.
Os olhos do zelador brilharam enquanto se virava para colocar de lado o garfo do feno, antes
de responder a pergunta do Sr. Ferreira. “Ora, você pode comprar um aqui mesmo. Nós
encomendamos um casal de filhotes de urso – queríamos um macho e uma fêmea. Mas acontece
que os dois filhotes, que nos mandaram, são fêmeas e precisaremos comprar um filhote macho,
para tomar o lugar de uma das fêmeas. E assim o senhor pode escolher entre Silky e Cetim, e
levar para sua casa a que quiser”.
Não demorou muito tempo para que os Sr. Ferreira escolhesse o filhote que queria. Ele havia
se encantado com Silky, e por isto escolheu aquele filhote e o levou para sua casa.
A primeira coisa que precisava fazer era construir uma jaula, ou um cercado para ela. Construir
uma jaula para urso não é um trabalho pequeno. E mesmo antes que a jaula estivesse terminada,
as pessoas já vinham de todas as partes para ver Silky.
A princípio, Silky se sentiu muito solitária longe se sua irmã Cetim. As duas nunca tinham
ficado separadas antes. De noite Silky chorava muito. Quando ouvia seu choro, o Sr. Ferreira
levantava e ia consolar Silky. Em certas noites tinha de levantar três ou mais vezes, mas ele não
se importava, e ficava satisfeito por ser capaz de fazer com que ela se sentisse melhor e voltasse a
dormir novamente.
Uma coisa estranha com este filhote era que não gostava de leite, mas gostava de sorvete, mel,
grama, alface, cenoura, maçãs, e outras coisas parecidas, mas nunca tocava em carne e nem peixe.
Silky era o que chamamos de “vegetariana”, porque não comia carne e nem peixe.
Silky tinha o mais lindo conjunto de dentes e garras afiadas, mas nunca tentava morder ou
arranhar. Ela gostava de perseguir seu dono ao redor do quintal, mas nunca ficava nervosa nem
mal-humorada.
Quando o Sr. Ferreira tinha que viajar, Silky sempre queria ir junto. Certa vez ele a levou em
um passeio com alguns meninos e meninas, e como ela gostou de brincar com as crianças! Ela
corria em círculos ao redor de todos eles, parecia nunca se cansar. Enquanto o Sr. Ferreira dirigia
o carro, Silky colocava sua cabeça do lado de fora da janela para poder observar tudo que estava
acontecendo. Muitas vezes, o Sr. Ferreira saía para o campo com Silky e faziam excursões pela
mata. Silky gostava muito de trepar nas árvores, nestas excursões subia em praticamente todas as
árvores que encontrava ao longo do caminho.
Uma vez, depois de terem dado um longo passeio, chegaram a uma estrada de ferro. O Sr.
Ferreira decidiu seguir a estrada. Mas Silky parecia pensar que estavam indo por um caminho
errado, e o Sr. Ferreira teve muito trabalho para conseguir que ela o seguisse, pois pulava e
puxava a sua corrente. Finalmente saíram da estrada de ferro, e chegaram no fim da rua onde
moravam. Então Silky, praticamente, arrastou o Sr. Ferreira em direção da casa. Desde aquela
vez, ele não conseguiu mais que Silky saísse do quintal. Tentou puxar e empurrá-la para fora,
mas ela não se movia. É quase impossível fazer com que um urso de 200 quilos vá a algum lugar

Tudo isso e muito mais em: 68


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
contra a sua vontade! Parece que Silky estava muito satisfeita em casa e não queria dar outra
oportunidade de se sentir perdida.
Silky agora está com mais de seis anos de idade. Continua sendo tão amorosa como quando era
apenas um filhote. Algumas vezes seu dono manda que ela sente em seu colo, e podem acreditar,
realmente é um peso pesado! Ela gosta de sentar ao lado dele com sua pata ao redor de seu
ombro: e sempre que ele se deita de bruços sobre a grama, no quintal, ela se deita em suas costas.
Mas isto terá que parar – está muito pesado! Silky também gosta muito de lutar com o Sr.
Ferreira, e sempre o deixa vencer. Ela teria muito mais força para vencer se quisesse, mas Silky
é realmente muito amorosa. Na verdade um urso vegetariano é um maravilhoso animalzinho de
estimação.
Agora Silky, que era uma bolinha de pele preta, está bem grande, alta e gorda. Seu pêlo tem
mais ou menos uns 12 cm. de comprimento. Ela é sadia e muito feliz. De fato, tanto quanto
alguém saiba, nunca ficou doente.
Como Adão e Eva devem ter se divertido com todos os animais, no Jardim do Éden! Agora
vamos pensar no que a Bíblia nos diz sobre o Céu, em Isaías 11:7. “A vaca e a ursa pastarão
juntas, e as crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi”.
O Céu será um lugar muito, muito feliz, e eu estou ansiosa esperando para ter um lar ali, onde
Jesus colocará animais mansos para que todos possamos brincar com eles. Vocês também estão
desejosos de ir par o Céu?
46 - SUNDAR E A RODA DE ORAÇÃO

“Sundar, precisamos comprar nossa roda de oração hoje!”.


Sundar suspirou quando seu pai o chamou da entrada de sua casa feita de barro, perto de
Lhasa, lá no distante Tibet. Estava na hora de sua família ir a Lhasa fazer compras, mas a última
coisa que Sundar queria trazer para casa era uma roda de Oração.
“Se eu pudesse contar para meu pai o que aprendi sobre Jesus com o Tio Bula, ele não iria
mais querer uma roda de oração. Ele também saberia que foi Deus quem criou a Terra e que
também criou todas as coisas viventes. Saberia que é somente Deus quem faz com que a nossa
plantação cresça. Daí que não haveria mais necessidade de uma roda de oração”, pensava Sundar.
O vento gelado castigava Sundar e seu pai, enquanto desciam o sinuoso caminho que os levava
de sua casa até Lhasa. O pai se enrolou bem em seu manto grosso e sorriu para seu filho.
“Como é bom ter você novamente em casa”, ele disse, tentando falar acima do ruído do vento.
“Você gostou de ficar com o Tio Bula?”.
“Oh, sim, papai, gostei muito!”, Sundar se apressou em responder. “A Índia é um país muito
bonito, e o Primo Ratu é muito divertido”.
O pai de Sundar concordou, balançando a cabeça, mas seu rosto estava um pouco triste. “Eu
acho que na Índia não é tão frio como aqui”, suspirou o pai.
Sundar meneou sua cabeça. “Não, pai, não é frio, mas eu não me importo com o frio”.
“Não se importa?”, disse seu pai muito surpreso. “Antes de ir visitar seu tio e primo, você se
queixava muito por causa do vento”.
“Eu sei, papai?”, concordou Sundar, “mas não vou mais me queixar”.
Seu pai franziu o rosto e olhou muito admirado para seu filho, mas Sundar não disse mais nada.
Ele não poderia explicar que não iria mais se queixar do vento, porque agora sabia que Jesus
tinha criado a Terra e feito o vento para soprar, o Sol para brilhar e a chuva para cair. Se seu pai
pudesse saber disto também, como seria bom!

Tudo isso e muito mais em: 69


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Sundar tinha aprendido todas estas coisas maravilhosas na Escola Cristã, onde seu tio o tinha
levado. O missionário havia explicado que Jesus é o único Deus verdadeiro que está no Céu, e
que é tolice adorar a outros deuses ou acreditar em roda de oração.
Embora Sundar soubesse que seu pai achava errado falar de qualquer outra religião que não
adorasse o Grande Lama ou o sacerdote no templo, ele se arriscou a tocar no assunto da roda de
oração.
“Papai, por que você quer uma roda de oração?”.
O pai de Sundar parou de repente naquele estreito caminho.
“Filho, a visita a seu tio o fez mudar de verdade!”, ele exclamou. “Você sabe muito bem para
que precisamos de uma roda de oração. Precisamos colocar no córrego perto de casa. A roda de
oração vai fazer com que o córrego não seque, e também vai fazer com que a nossa plantação
cresça e possamos ter uma boa colheita. No ano passado não tivemos uma roda de oração, e nossa
colheita não foi nada boa. Será que você não se lembra? Certamente a sua viagem não fez com
que esquecesse tanto assim!”.
“Eu lembro, papai”, respondeu, tranqüilamente, Sundar.
O pai de Sundar continuou andando pelo estreito caminho. “Será seu trabalho observar que a
roda de oração continue girando”, acrescentou o pai para Sundar.
Sundar se sentiu ainda mais infeliz. Sabia que devia obedecer a seu pai. Um dos mandamentos
de Jesus manda honrar aos pais, mas como tinha pavor do trabalho de atender a roda de oração!
Pouco antes de chegar à cidade, Sundar e seu pai atravessaram uma ponte estreita sobre um
ruidoso rio. O menino quase sempre tinha medo daquela água correntosa, mas desta vez
atravessou a ponte com muita confiança. “Jesus tirou todo o meu medo”, murmurou para si
mesmo.
“Lá está o lugar do chefe Lama”, disse seu pai, como tinha feito muitas outras vezes quando
visitavam a cidade.
“Sim”, respondeu Sundar. Ele tinha ouvido a história muitas vezes, e podia lembrar sobre o
poderoso legislador que vestia um manto amarelo e sentava sobre um alto trono. Com ele, dentro
do palácio, estavam os monges carregando rodas de oração e cantando a única oração que
conheciam. “Oh, jóia no coração do lótus”.(Lótus é uma bonita flor).
“Como são diferentes as orações feitas a Jesus Cristo!”, pensou Sundar. Ele desejava muito
contar a seu pai sobre a bonita oração do Pai Nosso que Ratu, seu primo, tinha ensinado para ele.
“Talvez algum dia eu possa fazer isto”, pensou Sundar, para se confortar. “Vou orar a Jesus
pedindo que me ajude”.
Depois de terem feito todas as compras, Sundar e seu pai voltaram para casa. Enquanto Sundar
alimentava e dava água para o iak, o animal de trabalho da família, seu pai instalou a roda de
oração no pequeno riacho que irrigava a plantação.
“Agora nossa plantação vai crescer forte, sadia e alta, o pendão vai se dobrar até a terra, por
causa de seu peso”, afirmou o pai.
Sundar também desejava um lindo campo de cereais, mas sabiam que a roda de oração não
poderia fazer nada para isto.
Cada dia ele observava a roda para ver se estava girando, assim como seu pai tinha mandado
que fizesse. O riacho continuou correndo e a plantação cresceu mais alta do que anteriormente.
“Está vendo a plantação, filho!”, exclamou seu pai um dia. “Nossa roda de oração está
funcionando”.
Mas Sundar balançou sua cabeça: “Pai”, ele disse, “a roda não pode fazer a plantação crescer.
Mas existe Alguém que faz com que a plantação cresça”.
Seu pai se virou rapidamente, tirando os olhos da plantação.

Tudo isso e muito mais em: 70


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
“O que você está dizendo, meu filho! Por que você está com estas idéias estranhas? Onde você
aprendeu estas coisas? Lógico que nossa roda de oração está fazendo com que a plantação cresça.
Não quero ouvir você falar isto novamente!”.
Sundar sabia que não poderia responder as perguntas de seu pai sem falar sobre Jesus. Mas
também sabia que não era a hora propícia. “Vou continuar orando a Jesus para que Ele me mostre
quando devo falar sobre isto novamente”, pensou.
Não demorou muito tempo para que as orações de Sundar começassem a ser respondidas. Uma
manhã, quando ia para a plantação, viu que a força da água tinha arrancado a roda de oração de
onde estava amarrada, e também a tinha quebrado.
“Agora nossa plantação não vai dar uma boa colheita!” Resmungou o pai de Sundar, por ter
perdido a roda de oração. “O riacho, com certeza, vai secar”.
Sundar quase falou, mas uma voz parecia lhe dizer para que ficasse em silêncio.
Os dias passavam e o vento continua soprando. Mas a água do riacho não secou. A plantação
cresceu bem alta, e os grãos começaram a se formar.
O pai de Sundar olhava o campo com muita admiração. Algumas vezes viu como ele balançava
a cabeça, e um dia o pai disse:
“Não posso entender como nossa plantação cresceu depois que a roda de oração foi quebrada.
Você não me disse um dia que Alguém faz com que ela cresça?”.
O coração de Sundar bateu bem depressa, e um sentimento de emoção encheu seu coração.
Sabia que agora era o tempo de falar para seu pai sobre Jesus.
“Jesus, o verdadeiro Deus que está no Céu, Ele é quem faz com que as plantas cresçam”,
explicou Sundar alegremente. “Ele criou a Terra e todas as coisas que existem. Ele é o nosso
grande Criador e Salvador. Se acreditarmos NELE, Ele nos levará para o Seu reino quando voltar
um dia”.
O pai de Sundar escutava com muita atenção. “Onde você aprendeu todas estas coisas? Foi na
casa de seu tio?”.
“Sim”, concordou Sundar. “Eu aprendi sobre Jesus com o Tio Bula e com o Primo Ratu. Eles
me levaram para a escola da missão, e eu aprendi muitas coisas com os missionários”.
Os dias chegavam e passavam, e a plantação crescia cada vez mais alta. Um dia notaram que o
riacho estava com muito pouco água, era somente um filete correndo por entre a plantação. Mas
isto não importava. Os grãos do cereal já estavam bem formados, em poucos dias começariam a
ficar maduros e sem demora todo o campo se parecia com um enorme cobertor dourado.
“Amanhã começaremos a colheita!”, disse o pai de Sundar, uma tarde, parado na porta de
entrada de entrada de casa e radiante. “Nossa plantação amadureceu mesmo sem a roda de
oração, e eu acho que vamos ter a melhor colheita, como nunca antes”. Por que, Sundar? Será que
é por causa do seu Jesus?”
Rapidamente, Sundar respirou bem fundo: “Oh sim, papai! Eu orei muito para que nossa
plantação crescesse, também orei pedindo ajuda para fazer você crer em Jesus, que criou a Terra;
e eu creio que Ele respondeu as duas orações. Eu estou muito, muito feliz!”.
Por um momento o pai de Sundar ficou em silêncio. Mas Sundar viu a expressão de seu rosto,
e não ficou surpreso quando seu pai passou o braço em seu ombro, e disse com voz gentil:
“Você precisa me contar tudo o que sabe sobre nosso Jesus. No ano que vem, depois que a
neve tiver derretido, vamos novamente visitar o Tio Bula e o Primo Ratu. Ali você vai me levar
para a Escola Cristã para ver os missionários que lhe ensinaram sobre o Deus do Céu que criou a
Terra e que faz as coisas crescerem”.
E Sundar sabia que seu pai iria cumprir a promessa.

Tudo isso e muito mais em: 71


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
47 -UM BOM AMIGO

Quando o ônibus parou defronte da escola, Paulo se dirigiu ao local em que se encontravam os
meninos. Ele tinha dez anos de idade mas era grande, bem desenvolvido. Podia avantajar-se aos
demais, conseguindo o melhor assento, perto da janela. Sua teoria era: “Quem primeiro chega,
melhor é servido”.
Certa vez tomou seu lugar, como de costume, junto da janela, e ocupou a maior parte do banco,
de tal maneira que o companheiro ficou mesmo na ponta.
Paulo lançou um golpe de vista ao colega de viagem e percebeu que era mais ou menos de sua
idade. Era desconhecido, porém. Sua vestimenta era semelhante, mas Paulo estava com as mãos
sujas, ao passo que o vizinho tinha as mãos bem limpas. Paulo sentiu atração por ele e, quase sem
se sentir, afastou-se para lhe dar mais lugar no banco. O rapazinho sorriu e disse: “Muito
obrigado”.
Isto fez com que Paulo se sentisse bem. Viu que um pouco de cortesia não fazia mal algum, de
quando em quando. Desejou fazer amizade com ele.
Paulo não era um menino mau. Era apenas egoísta. Não tinha irmãos e ficava como que
solitário. E quando se relacionava com alguns companheiros, a amizade durava pouco tempo.
Não sabia conservar os amigos. Logo cortavam as relações de amizade com ele.
A mãe notara isto. “Temo que você goste muito de mandar, Paulo”, disse ela, “por isso que
seus amigos fogem de você. Não procure estar só mandando. Dê oportunidade aos outros,
também. Não seja egoísta”.
O filho não respondeu. Não gostava de ser criticado. A mãe dele era viúva e trabalhava num
escritório, para poder mantê-lo. Estava sempre cansada, e não dispunha de mais tempo para
cuidar do menino.
Quando o ônibus parou, o menino desceu juntamente com Paulo e saíram ambos na mesma
direção. “Moro nesta rua”, disse ele.
Paulo sorriu. “Nunca tinha visto você. Como se chama? Meu nome é Paulo”.
“O meu é David”, respondeu o outro. “Nós nos mudamos para aquela casa faz poucos dias”. E
apontou para o edifício que ficava algumas casas da de Paulo.
“Então somos vizinhos!” Exclamou Paulo, com um sorriso de felicidade. Ele desejava que
David o houvesse simpatizado, para se tornarem bons amigos. Pensou que a mãe tivesse razão, na
advertência que lhe fizera, e decidiu não mandar tanto em David, se fizessem amigos.
Quando chegaram defronte da casa de Paulo, David disse: “Até logo. Amanhã nos
encontraremos de novo”, e prosseguiu caminhando.
“Alô”! Bradou Paulo. “Por que não entra para brincarmos no quintal? Não tenho o que fazer
até que minha mãe venha do trabalho, e terei prazer em sua companhia”.
“Sinto muito, Paulo”, respondeu David. “Tenho que ajudar minha mãe. Atendo a mandados e
cuido de meus irmãozinhos”.
“Bem”, disse Paulo, em voz baixa, mas realmente não compreendia a situação. Ele nunca
ajudara à mãe, a não ser indo ao armazém, de bicicleta, para fazer compras, algumas vezes.
“Você não quer ir comigo”, disse David, “para que minha mãe o conheça? Ela gosta de
conhecer meus amiguinhos”.
Paulo concordou. “Vá caminhando, David, que irei guardar meus livros”. Estava muito feliz
com o novo amigo, mas não queria dizer-lhe que ia lavar as mãos, antes de chegar lá.

Tudo isso e muito mais em: 72


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Alguns minutos depois, Paulo se encontrava defronte da casa de David. O rosto e as mãos
estavam limpos e o cabelo bem penteado, mas ele se sentia acanhado. Se David não houvesse
aparecido imediatamente para encontra-lo, ele teria voltado para casa. Foi um prazer, porém,
encontrar a mãe de David. Ela o cumprimentou alegremente, com muito carinho. Era uma
senhora ainda jovem. Paulo sentiu-se muito bem.
Não pôde, porém, demorar-se muito lá, porquanto tinha que vigiar a casa. Costumava andar de
bicicleta, ao redor da residência, ou ler alguma coisa, até a hora da chegada da mãe. Desta vez,
porém, ao chegar em casa, lembrou-se de como David ajudava à mãe. Quis imitar o bom
exemplo.
Foi à cozinha e lavou todos os pratos, porque a mãe não tivera tempo de lavá-los antes de sair.
Quando ela chegou e viu os pratos lavados, tudo arrumado, chorou de alegria, abraçou o filho e
beijou-o.
Paulo contou-lhe do novo amigo e disse que iria deixá-lo mandar também.
Na manhã seguinte, quando estavam esperando o ônibus, havia duas meninas para tomarem o
veículo. Paulo observou que David, em lugar de subir primeiro no ônibus, afastou-se e
gentilmente deixou que as meninas subissem antes. Paulo seguiu-lhe o exemplo.
Afinal, Paulo chegou à conclusão de que é agradável ser gentil, cortês e bondoso. Foi uma
felicidade encontrar um bom amigo.

48 - UM ESTRANHO NA JANELA

A mamãe espetou o seu dedo com a agulha que estava costurando, quando pulou de susto ao
ouvir um barulho de batida na janela. O mesmo barulho fez com que Jane batesse na torre que
estava construindo com seus blocos.
- Que foi isto? – disse Jane pulando e arregalando os olhos.
Havia uma porção de penas na janela. A mamãe e Jane foram até a janela e olharam para fora.
Lá estava um pássaro de peito amarelo (use o nome de um pássaro conhecido, como Bem-te-vi)
caído na grama, bem embaixo da janela.
- Oh! – exclamou Jane, e saiu correndo pela porta. Gentilmente ela pegou o pássaro que estava
mole. Ele não se movia. O passarinho havia batido no vidro da janela.
- Ele está morto, mãe. Seu coração ainda está batendo. Pegue depressa, será que pode fazer
alguma coisa por ele?
A mamãe pegou o passarinho (Bem-te-vi) em suas mãos. Ele abriu um dos olhos e se
acomodou nas mãos da mamãe de Jane. As duas, mamãe e Jane, voltaram para dentro de casa.
Jane foi procurar uma caixa grande e um pedaço de pano fofinho para colocar dentro. Depois
colocaram o pássaro (Bem-te-vi) dentro da caixa. Tudo o que faziam parecia não interessar ao
pequeno pássaro. Ele não queria comida. Elas tentaram dar um pouco de água com um conta-
gotas, mas parecia que ele não conseguia engolir.
- Mamãe – disse Jane bem baixinho, depois de algum tempo em silêncio – eu fiz uma oração
pedindo pelo Bem-te-vi. Você sabe que Jesus cuida dos pardais, e isto quer dizer que Ele
também cuida destes Bem-te-vis, não é mesmo?
- Sim, querida, e Jesus gosta de ver que cuidamos de Suas criaturas – respondeu a mamãe com
um sorriso.

Tudo isso e muito mais em: 73


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
O passarinho não melhorava, e a mamãe começou a pensar que ele havia batido com tanta
força na janela que não poderia sarar.
Jane não dizia nenhuma palavra. Mais tarde se notou uma pequena movimentação dentro da
caixa. Mamãe e Jane ouviram um “tiu-tiu” muito fraco, o que fez com que corressem para a
caixa. Olharam para dentro e Jane exclamou:
- Mamãe, parece que ele está melhor!
Realmente, o pássaro parecia estar um pouco melhor, mas ainda continuava sem querer
comida. Antes de ir para a cama aquela noite, a mamãe disse:
- Como seria maravilhoso se o pássaro Bem-te-vi estivesse melhor amanhã cedo, assim eu
poderia mostrá-lo para as crianças da escola, aquelas bem pequenas! Então elas poderiam ver o
passarinho voar novamente!
Na manhã seguinte Jane e sua mãe estavam lavando louça na cozinha, quando ouviram alguns
“tiu, tiu” vindos da caixa. Parece que o Bem-te-vi estava respondendo aos chamados dos outros
Bem-te-vis lá nas árvores.
Quando as crianças chegaram para as aulas do jardim de infância, a mamãe pegou o pássaro
(tipo) e foi encontrar as crianças na porta. Contou como tinham encontrado o pássaro ferido.
Todas olharam com muita atenção e interesse quando o pássaro foi colocado em cima da grama.
Primeiro ele afofou sua penas, depois olhou de um lado para outro. Então de repente ele bateu
suas asas e saiu voando pelo ar. Voou direto para a árvore mais próxima.
- Tchal, Bem-te-vi, tchal! Gritavam as crianças. Estamos contentes por você poder voar
novamente. Depois todas entraram em casa para ter sua lição.
Jane ficou mais um pouco do lado de fora, e bem baixinho ela disse: “Muito obrigado, querido
Jesus, porque Você cuidou do Bem-te-vi fazendo com que ele ficasse bom outra vez. Também
lhe agradeço, porque Você me ama e cuida de mim”.

O que Jesus disse para Adão e Eva fazer para todos os animais no Jardim do Éden? (Cuidar
deles) Jane estava obedecendo a Jesus quando cuidou do Bem-te-vi! (Sim). Quem cuida de
vocês? (Os pais). Vocês querem dizer “Muito Obrigado” a Jesus por nos amar e por nos ter dado
todos os animais e pássaros para cuidarmos? Vocês querem dizer “Muito Obrigado” pelos seus
pais?

49 - UM JOVEM DE FIBRA

Era um rapaz que tinha apenas catorze anos. Ocupava-se em entregar frutas a um grande
armazém de uma pequena cidade.
Quanto devo a você? Perguntou o comerciante ao rapazinho, ao terminar este de descarregar
as frutas. Não me parece que já seja homem para dizer-me quanto devo.
- Sim, posso, posso dizer – replicou o jovem, prontamente. Logo se pôs a consultar as
anotações que fizera em sua caderneta. Tornou a verificá-las, para estar certo de que não se havia
enganado na soma. Disse, depois:
- A conta é vinte mil réis.
Tudo isso e muito mais em: 74
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Dez mil réis, não são? Disse o comerciante, procurando experimentar o rapazinho.
Depois de passar as cifras pelas engrenagens metálicas, voltou:
- Você tem razão, rapaz; são vinte mil réis mesmo. Diga-me: que idade tem você?
Respondida a pergunta, volveu o negociante:
-Você é quase um homem. Só falta uma coisa – é um bom trago de pinga. Não pagarei a você
sem que o beba. Venha cá, comigo.
- Eu não bebo! Respondeu apressadamente o jovem.
- Mas beberá desta vez! Gritou o homem, pegando o rapaz e arrastando-o para o lugar das
bebidas.
Sem dúvida, o comerciante estava embriagado, senão não faria isso.
O pequeno esbracejava desesperadamente e olhava com ansiedade para todos os lados, ao ser
arrastado para o bar. Notou então, na mesa, várias garrafas de gasolina. Passou-lhe, aí, uma idéia
pela mente.
- Que quer que sirva? Perguntou ao chefe o que atendia ao balcão.
- Dê-me um trago de pinga forte, disse o comerciante.
- E para mim, um copo de gasosa, pediu o jovem.
O homem bebeu rapidamente seu trago, e em seguida tomou um copo dágua, para tirar o gosto
forte da boca. Olhou para o rapazinho, e viu que estava tomando soda, e não pinga.
- Ah! Você não vai se escapar assim, não! Grunhiu irado, o borracho. Você vai beber um trago
de pinga.
Pegando novamente do garoto, gritou ao caixeiro que trouxesse mais pinga e o ajudasse a fazer
aquele “malandro” beber. Como era ligeiro e forte, o rapazinho conseguiu derrubar o borracho, e
estava para fugir quando o caixeiro do bar o segurou por trás. Pegando-o pelas costas e com a
ajuda de seu patrão embriagado, procurava introduzir-lhe entre os lábios um copo de bebida.
A uma mesa no canto do salão estavam três homens jogando. Um deles, de aspecto bastante
rude, alto e forte, com os cabelos em desalinho e com tabaco a escorrer dos cantos da boca, parou
de jogar para presenciar a cena. Viu que aqueles dois homens estavam maltratando um menor de
catorze anos, e começou a refletir. Acendeu-se em seu íntimo, então uma fagulha de virilidade e
sentimento de justiça.
Imediatamente, duas mãos fortes pegaram o caixeiro por trás e o lançaram pesadamente ao
solo. Quando o comerciante se endireitou, assustado, o homem segurou-o também, arrastou-o até
à porta da rua e o jogou fortemente na calçada, dizendo-lhe que voltasse para o armazém e ali
ficasse até aprender a ser homem. Enquanto isso, o rapazinho fugia apressadamente e tomava seu
carro.
Como tivesse medo de voltar ao armazém para receber o dinheiro que lhes devia, entregou o
resto da carga a outras casas comerciais, e horas depois se aproximaram, cautelosamente, daquele
lugar. Vendo que o patrão não estava, dirigiu-se rapidamente ao caixa, apresentou sua conta e
recebeu a importância. Mas ao sair encontrou o chefe, que estava na porta da rua.
- Venha cá, diz o comerciante, um tanto calmo, quero: conversar com você um instante.
Vendo que sua atitude parecia ser mais amistosa e de respeito, o rapazinho atendeu. Foi com
ele, a seu convite, até ao escritório.
- Você é um homem, um verdadeiro homem, diz o comerciante. É o primeiro rapaz que vejo
passar por uma prova como esta sem beber coisa alguma. Você é um jovem de fibra. E disse
mais, ao rapazinho, que ia sair em férias, mas que ele podia continuar trazendo suas mercadorias,
todas as semanas.
- Não traga menos do que você tem trazido, até eu voltar. Apresente-me então a conta e pagarei
a você. Confio no que me disser.

Tudo isso e muito mais em: 75


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Semanas depois, ao regressar o comerciante, cumpriu sua palavra, pagando tudo que o jovem
disse que ele lhe devia. Logo terminaram as férias e o rapazinho tinha de voltar para o ginásio.
Foi despedir-se de seu freguês, comunicando-lhe que ia continuar os estudos e passar para um
ano mais adiantado.
- Deixe os estudos, diz-lhe o comerciante. Preciso de um jovem honesto como você, que tenha
bastante caráter para ficar firme no que é direito. Quero que trabalhe comigo.
E o homem fez o oferecimento de bom ordenado e muitas vantagens. Mas isso de nada valeu.
O jovem, que tinha firmeza de propósito para não beber pinga, custasse o que custasse, também
possuía fibra para não se iludir com aqueles oferecimentos e abandonar seus estudos.
Esse rapaz é agora homem feito, e leciona num conhecido estabelecimento de ensino.

50 - UMA ESTRADA COM PAGAMENTO DE PEDÁGIO

Ana e Alfredo gostavam muito de viajar. Gostavam, especialmente de visitar a vovó e o vovô
Martins. Como era gostoso ir para lá.
Só a viagem já era divertida, e depois estar na fazenda do vovô era o melhor de tudo.
Enquanto o pai dirigia, saindo da cidade, Ana e Alfredo falavam sobre todas as coisas
maravilhosas que fariam na fazenda.
- Eu vou ajudar o vovô a dar comida para a Princesa – disse Alfredo – depois ele me deixará
montar nela e vai me levar para dar uma volta.
- Muito bem, e eu estou curiosa para ver se o filhote da Princesa já está grande para eu poder
montar – disse Ana.
- Talvez o vovô coloque a Princesa na carroça novamente, e nos deixe ir apanhar abóboras e
melancias – disse Alfredo, lembrando o que tinham feito no ano passado.
- Eu acho que já cresci bastante este ano, e já posso ajudar também, não preciso somente andar
a cavalo – disse Ana.
O tempo estava passando rápido para Alfredo e Ana. Logo o papai parou para pagar o pedágio.
- Nós vamos até (cite uma cidade conhecida) – disse o pai para o cobrador que lhe entregou o
recibo.
- Deixe-me ver o recibo, pai? – pediu Alfredo se inclinando para frente.
O papai entregou o recibo para ele. Parecia muito interessante com todos aqueles sinais e
marcas.
- A viagem até (dê o nome de uma cidade conhecida) sempre é muito bonita – disse sorrindo a
mamãe.
- Eu também gosto muito – disse Ana – gosto muito de passar pelos túneis.
- É muito bom, e logo, logo vamos ter um túnel – disse Alfredo.
Ana bateu palmas de felicidade.
- As cores amareladas, âmbar, enferrujada e vermelha vivo das folhas, tornam muito bonitas
estas montanhas – disse a mãe.
- Sim, querida. As variações e mudanças de estações são uma das maneiras de podermos saber
que servimos a um Deus de amor – disse o papai – Ele faz muitas coisas para nossa satisfação.
Algumas horas mais tarde e depois de ter passado por três túneis, começaram a notar sinais de
que (a cidade) estava se aproximando.

Tudo isso e muito mais em: 76


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
- Está na hora de sairmos da estrada principal - disse o pai.
- Pai, deixe-me o recibo para o cobrador? – pediu Alfredo, e se inclinou para frente, pegando o
recibo que o pai lhe dava. Justamente, neste momento uma corrente de vento soprou fazendo com
que o recibo voasse para longe das mãos de Alfredo.
- Oh, não! – gritou Alfredo – o vento levou o recibo para longe.
O papai parou o carro o mais rápido possível. – Espero que possamos encontrar o recibo –
disse o pai, enquanto corria para o lugar onde, imaginava, o recibo poderia ter caído.
Alfredo descobriu naquele momento como o recibo era importante. O pai havia dito que teriam
de pagar uma muita grande se não estivessem com o recibo.
Mamãe e Ana olhando pelo vidro detrás observavam como o papai procurava o recibo ao lado
da estrada.
Grandes lágrimas rolavam pelo rosto de Alfredo e caíam em sua camisa. Ele se sentia muito
mal. Muitas preocupações vieram à mente de Alfredo. E só um pensamento feliz. Ele se lembrou
de seu verso de sábado: “Invoca-me no dia da angústia, Eu te livrarei e tu Me glorificarás”. Salmo
50:15.
- Eu vou orar! – disse calmamente Alfredo e fechou os olhos. “Querido Jesus, por favor, ajude
o papai a encontrar o recibo. Nós precisamos muito dele. Muito obrigado. Amém”.
Alfredo voltou a olhar pela janela de trás, e viu o pai correr uns passos, se abaixar e pegar
alguma coisa. O pai se virou e sorriu, depois voltou para o carro.
- Oh! Muito obrigado, querido Jesus! – disse Alfredo.
O papai entrou no carro e Alfredo se inclinou para frente e deu um abraço no pai.
- Desculpe, papai – ele disse – eu não queria causar nenhum problema.
- Está tudo bem, Alfredo, você não sabia o que podia acontecer – disse o pai. – Eu acho que
tudo aconteceu para o bem.
- Eu também acho – disse Alfredo – e você conseguiu encontrar o recibo porque eu fiz uma
oração, pedindo que Jesus o ajudasse a encontrar.
- E você já agradeceu a Jesus?
- Sim, papai, eu já agradeci – respondeu Alfredo.
- Logo que sairmos desta estrada, vou parar e todos nós vamos curvar a cabeça para agradecer
pelo amor e cuidado de Jesus – disse o pai. – Certamente Ele é o nosso melhor amigo, nunca nos
deixa ficar com problemas.

Que coisas aconteceram antes que o recibo voasse que nos dá a certeza de que a família de
Alfredo e Ana estavam tendo um feriado muito feliz?
Que vocês acham, Alfredo foi ou não descuidado quando deixou o recibo voar?
Como vocês se sentiram com o final da história?
Como, pensam vocês, se sentiu a família de Ana e Alfredo?

51 - UMA VOZ DESCONHECIDA

Tudo isso e muito mais em: 77


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Michele gostava muito de ficar fora de casa observando o maravilhoso mundo de Jesus. Quase
sempre chorava bastante quando mamãe dizia que já estava na hora de entrar. Havia tantas coisas
lindas e interessantes para ver lá fora!
Algumas vezes papai e a mamãe levavam Michele para um passeio, saíam pelo quintal e
passavam para o outro lado da cerca. Depois tomavam um caminho que cruzava a linha dos trens.
Como era divertido equilibrar-se sobre os trilhos, cair fora e depois pular em cima outra vez. “Hi,
hi, hi”, ria Michele se deliciando, quando o papai e a mamãe a balançavam entre eles sobre os
trilhos dos trens.
Ao lado dos trilhos cresciam lindas flores, e elas pareciam dizer: “Me apanhe! Me apanhe!”!
A parte mais excitante do passeio ficava bem perto, um pouquinho mais na frente. O primeiro
sinal era o som de água correndo, caindo cada vez mais rápido. Normalmente, Michele primeiro
espiava a ponte e depois corria lá para frente.
- Espere por nós, filhinha – diziam a mamãe e o papai. – É muito perigoso atravessar a ponte
sozinha. – Mas, Michele desobedecia e corria na frente, e o papai tinha que correr atrás dela. Eles
ficavam sem fôlego e riam quando a mamãe conseguia alcançá-los; e juntos, de mãos dadas eles
atravessavam a ponte.
Não é fácil atravessar uma ponte de estrada de ferro quando se tem somente três anos de idade.
Os dormentes parecem estar muito separados, e um pequeno pezinho, como o de Michele,
poderia pisar justo no espaço que fica entre eles. “Ui, ui”! Dizia Michele, segurando bem forte a
mão da mamãe. “Uau”! Ela exclamava, observando, entre cada espaço, a água correr lá embaixo.
Quando estavam em cima da ponte o melhor de tudo era ficar parado segurando na cerca. Que
vista maravilhosa da cachoeira! Que quantidade de pedras grandes com uma espuma branquinha
caindo ao redor, e cobrindo todas elas.
Com a mamãe e o papai segurando bem forte, Michele jogava flores lá de cima, de um lado da
ponte sobre a água, e depois corriam para o outro lado para ver as flores coloridas caindo lá
embaixo. “Tchal, tchal”! Dizia Michele, abanando a mão, enquanto observava as flores
deslizando em cima da água.
A mamãe sempre ficava aliviada quando eles estavam fora da ponte e em segurança. A madeira
dos trilhos estava ficando velha. Mas eles sempre faziam seus passeios depois que o último trem
do dia já havia passado.
Numa manhã bonita de sol, a mamãe estava superocupada. Ela fechou bem forte o portão do
quintal e deixou Michele brincando na caixa de areia.
- Brinque bastante agora, filhinha, e não saia do quintal – disse a mamãe.
- Está bem – respondeu Michele e pegou sua pazinha vermelha para brincar.
A mamãe entrou depressa em casa, colocou a roupa na máquina para lavar, e começou a lavar a
louça. Alegremente ela cantarolava, mas seus ouvidos estavam prestando atenção nos barulhos do
quintal.
“É estranho”, pensou a mamãe, “já passou da hora do trem da manhã, e eu não ouvi o seu
apito. Que terá acontecido”!
De repente a mamãe se virou, como se alguém tivesse falado com ela. Não, não havia ninguém
ali; mas ela tinha escutado muito bem uma voz dizer: “Vá procurar Michele”.
A mamãe voltou para a pia e continuou lidando com a louça, mas a voz estava bem mais forte:
“VÁ PROCURAR MICHELE”! Ela ainda não via ninguém ali dentro, mas desta vez a mamãe
jogou longe o pano de secar pratos e correu para a porta, desceu a escada, e foi para o quintal.
- Oh, não! – ela disse nervosa, e imediatamente viu o portão aberto. Que direção tomar?
Um caminho levava para uma rua principal muito perigosa, o outro caminho levava para a estrada
do trem. E lá na frente, neste caminho ela viu a pazinha vermelha de Michele jogada sobre a

Tudo isso e muito mais em: 78


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
grama. Os pés da mamãe quase não tocava no chão, parecia que ela estava voando em direção a
estrada de ferro. Ela levantou Michele em seus braços justamente um pouquinho antes que ela
começasse a atravessar a ponte.
- Flores bonitas, mamãe! – chorava Michele, enquanto a mamãe a levava em segurança de
volta para casa. Logo que chegaram no quintal, ouviram o apito do trem.

Por que o papai e a mamãe não queriam que Michele atravessasse a ponte sozinha? Michele
sempre obedecia a seus pais? Como vocês sabem? Por que a mamãe queria que Michele brincasse
no quintal e não fosse para fora? E Michele, obedeceu a sua mamãe? Por quê? Quem, você acha,
avisou a mamãe para ir procurar Michele? Apesar de Michele ter desobedecido, quais eram os
sentimentos da mamãe? Você acha que foi isto que Deus sentiu quando Adão e Eva pecaram? O
que Deus fez para Adão e Eva?

52 - VALE A PENA OBEDECER

“Vamos sair agora”, disse a mãe. “Sejam bonzinhos, busquem a lenha e arranjem tudo, até que
voltemos”.
“Sim, mamãe”, prometeu Paulo e José.
“Se tudo estiver pronto quando chegarmos de volta, teremos uma agradável surpresa para
vocês”, disse a mãe.
“Mais ainda”, adicionou o pai, “não saiam ao lago enquanto estivermos fora”.
José e Paulo prometeram não ir ao lago. Houve as despedidas e o casal Carson partiu em sua
viagem de algumas léguas, à cidade.
“Bem”, disse Paulo, “é melhor que apanhemos a lenha agora mesmo, para não ficarmos
preocupados com isto. Assim também estaremos certos de receber o que a mamãe nos prometeu,
se nossa tarefa for feita”.
“Está fazendo muito calor agora”, replicou José. “Vou esperar até à tardinha, para fazer minha
parte”.
Enquanto ainda conversavam sobre o trabalho a ser feito, surgiu à porta da residência um de
seus amiguinhos. De fato, era um de seus mais íntimos amigos.
“Oh!” Exclamou José, chegou o David! Para onde irá ele?
“Alô, David, para onde vai você? Perguntaram os dois irmãos, quase ao mesmo tempo”.
“Vou nadar um pouco no lago. Vamos juntos?”.
“Não podemos, David, porque o papai e a mamãe foram à cidade e nos disseram que não
fôssemos ao lago”.
“Eles não irão saber disso. Estaremos de volta muito antes que regressem”.
“Mas”, disse Paulo, “nós prometemos que não iríamos ao lago”.
“Vamos, vamos”, insistiu David, “está fazendo calor e será bom um banho agora”.
José e Paulo bem sabiam que não deviam ir. Mas estava um tempo muito quente e eles,
pensando no banho, ficaram quase a ceder à tentação. Tinham certeza de que chegariam em casa
antes do regresso dos pais.
“Espere um momento”, disse Paulo, “e iremos também”.

Tudo isso e muito mais em: 79


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Entraram apressadamente, apanharam os calções de banho e correram com o David, em
demanda do lago.
O lago ficava a uma distância de cerca de meia légua, de maneira que, ao chegarem lá, estavam
bem molhados de suor.
“Estou alegre por havermos decidido vir”, disse José, “pois depois do banho ficaremos mais
dispostos para o trabalho a ser feito”.
A água estava tão agradável, que eles logo se esqueceram de seus deveres. José avistou uns
botes à distância e sugeriu a idéia de nadarem até lá.
Paulo objetou, chamando a atenção do irmão para a profundidade das águas naquele lugar.
“Mas descansaremos nos botes”, respondeu José, conseguindo convencer os companheiros.
Todos começaram a nadar com destino ao local das embarcações.
Num dado momento, cansado de brincar nos barcos, José salta nágua, sem atender aos
conselhos dos outros. Sabiam que ele não nadava bem e logo ficaram assustados quando o viram
desaparecer no lago. Subiu, mais uma vez, para afundar em seguida e, na terceira vez, não voltou
mais à tona!
“José! José!...” clamaram os dois que ficaram nos barcos, mas tão perplexos que não sabiam o
que fazer.
David, que era bom nadador, mergulhou para ver se encontrava o companheiro, não achando
nada, infelizmente.
Enquanto isso, Paulo já havia saído em busca de socorro. A casa mais próxima se encontrava a
mais de um quilômetro de distância. Ao chegar o primeiro homem, David já estava exausto de
mergulhar, sem resultado algum. Depois de muito trabalho, o mergulhador encontrou o corpo de
José e o conduziu à margem do lago.
Apareceu, no momento, outro morador daquela vizinhança, enfermeiro da Cruz Vermelha e
começou logo a fazer respiração artificial, para tentar salvar o menino, mas todos os esforços
foram em vão. Estava morto!
David e Paulo oraram, para que Deus os ajudasse. O enfermeiro tentou mais uma vez, fazendo
respiração artificial, mas não foi possível obter resultado.
“Vão avisar aos pais do José”, disse o enfermeiro, “pois já está quase anoitecendo”.
Os dois meninos partiram apressadamente para casa. À distância perceberam que havia fumaça
da chaminé do fogão, sinal de que os pais já haviam voltado.
Ao chegar Paulo em casa, os pais fizeram logo várias perguntas, pois estranhavam a ausência
de José, mas ele não podia responder, até que, com a voz embargada, pôde pronunciar: “no
lago...”.
Num instante o casal, havendo buscado o automóvel, partiu em direção do local. Paulo queria
contar a história, mas não podia, pois o choro não permitia que falasse.
Chegaram, afinal, à margem do lago. Lá estava o corpo do José. Foi uma cena tocante, quando
a mãe abraçou e beijou o filho, inerte e frio, em conseqüência da desobediência.
O pai, o Sr. Carson providenciou o enterro.
Acalmados os ânimos, Paulo se dirigiu à mãe e disse-lhe:
“Mamãe, estou pronto para sofrer meu castigo. Eu fui o maior culpado. Eu o induzi a ir ao
lago”.
“Meu filho”, respondeu-lhe muito comovida a mãe, “você já sofreu seu castigo. Quero que
jamais se esqueça da dura lição que lhe foi dada: Vale a pena obedecer aos pais e a Deus”.

Tudo isso e muito mais em: 80


http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/
Tudo isso e muito mais em: 81
http://wata-eh-legal.blogspot.com/
http://jogos-e-brincadeiras.blogspot.com/

Você também pode gostar