Ricardo Dias, nº 23
“A LENDA DA SERRA”
Era uma vez um jovem pastor que vivia numa longínqua aldeia.
“Lenda de Mareares”
Uma tradição local inscreve no terreno da lenda o episódio da conquista do castelo
pelos cristãos:
Consciente da posição privilegiada do castelo e da cerrada vigilância mantida pelos
mouros, D. Paio Pires Correia despachou alguns batedores portugueses a sondar o
terreno e os hábitos das gentes da povoação, a fim de delinear o seu plano de assalto.
Em campo, estes conseguiram aliciar uma moura de rara beleza, Maria Aires, que lhes
informou a prática de um antigo costume dos habitantes da região, de se banharem na
praia da Amoreira (Aljezur) na madrugada do dia 24 de Junho.
De posse desse dado, o D. Paio dispôs os seus homens de modo a que, na noite
de 23 para 24 daquele mês, se ocultassem no vale vizinho ao castelo, hoje
conhecido como vale de D. Sancho certamente em homenagem ao soberano à época, D.
Sancho II de Portugal. Camuflados com a vegetação, aguardaram o movimento dos
mouros rumo à praia, na madrugada. Tão logo este se iniciou, os cristãos, ainda a
coberto pela escuridão, encetaram a aproximação final para o assalto à povoação e
castelo desguarnecidos. Neste momento, uma menina, neta de uma velha que havia
ficado para trás na povoação, percebendo a movimentação incomum fora de portas,
correu a avisar a avó que as moitas estavam a andar. A velha senhora explicava à neta
os efeitos da brisa sobre a vegetação quando de surpresa os cristãos irromperam pelas
portas, dominando a senhora que ainda intentou dar o alarme, fazendo soar um sino na
torre da cisterna. Senhores do terreno, os portugueses deram então o alarme, atraindo os
defensores para uma armadilha mortal, no interior do recinto.
Mas este não conseguia viver feliz ao pensar na pouca sorte das suas
pobres filhas. Até que num certo dia apareceu em Tânger um
"carregamento" de escravos vindos de Portugal onde se encontrava
um homem de Loulé, que o governador não hesitou em comprar.
Este correu para casa abraçou a mulher e nessa noite não consegui
pregar olho com medo que a moura ali aparece-se, mas isso nunca
aconteceu. Tal como a moura Cássima lhe dissera não mais poderia
sair da fonte. Apenas por vezes, segundo se diz - principalmente nas
vésperas de S. João - ela consegue agarrar-se ao gargalo da fonte, e
mostrar sua beleza, e chorar a sua dor aos que se aventuram até lá.
Lucas Silva
Nº.17 6ºD
Antes de fugir, o alcaide enterrou todo o seu ouro, pensando vir mais
tarde resgatá-lo. Quando os cristãos tomaram o castelo encontraram-no
vazio, à excepção da linda filha do alcaide que rezava com fervor que
tinha preferido ficar no castelo e morrer a “Salir”.