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ANTROPOMETRIA NA PRÁTICA CLÍNICA

ANTHROPOMETRY IN CLINICAL PRACTICE


CYNTHIA MATOS SILVA PASSONI1
1
Doutora em Nutrição Clínica pela Universidade Estadual Paulista – UNESP; Professora do
Centro Universitário Positivo-UnicenP

RESUMO
artigo original \ antropometria na prática clínica

Na prática clínica, a realização da avaliação do estado nutricional envolve a utilização de


uma série de indicadores nutricionais, os quais, aplicados em conjunto, permitem diagnosticar
a má nutrição ou mesmo predizer prognóstico positivo ou negativo do tratamento clínico. O
objetivo deste artigo é apresentar e discutir os métodos antropométricos mais amplamente
utilizados para a avaliação do estado nutricional de pacientes hospitalizados que incluem o
peso, a estatura, as pregas cutâneas, as circunferências e os dados derivados destas medidas.
Palavras-chave: avaliação nutricional; antropometria; prática clínica.

1 INTRODUÇÃO Entre suas limitações tem-se: a incapacida-


de de detecção de distúrbios recentes no
As alterações antropométricas são de estado nutricional e de identificação de de-
extrema relevância na avaliação e monito- ficiência específicas devendo, ser utilizadas
ramento do paciente hospitalizado, pois re- em conjunto com outros indicadores, como
presentam mudanças na composição cor- inquéritos dietéticos, exames físicos e bio-
24 poral e são úteis para determinar a adequa- químicos. Os métodos antropométricos mais
ção da ingestão de nutrientes. Na prática utilizados para determinar e monitorar o es-
clínica utilizamos técnicas simples de avali- tado nutricional de pacientes hospitalizados
ação da composição corporal que incluem: estão descritos a seguir.
medidas de peso, estatura, pregas cutâne-
as e circunferências corporais. Não há um
método considerado “Padrão Ouro” para a 2 MÉTODOS ANTROPOMÉTRICOS
avaliação da composição corporal. Portan-
to, torna-se necessário conhecer e analisar 2.1 Peso
os métodos disponíveis, com o propósito de É a medida antropométrica mais utili-
adequá-los a diferentes pacientes assim zada, sendo indicador básico e importante
como às instalações e rotinas hospitalares. na prática clínica.(1,2,3) A utilização do peso
Entre as vantagens do uso das medidas apresenta limitações, pois, mede todos os
antropométricas tem-se: a obtenção rápida compartimentos corporais de uma só vez,
dos resultados; a utilização de equipamen- não especificando qual compartimento está
tos de fácil aquisição e de técnicas não in- alterado. Para ser preciso, são necessários
vasivas, podendo ser realizadas no leito. cuidados com a técnica de pesagem e boa

Endereço para correspondência:


R. Desembargador Otávio do Amaral, 1958 casa 10.
Curitiba, PR. CEP: 80710-620
Tel. (41) 8836-0788.
E-mail: cypassoni@uol.com.br

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manutenção da balança.(4) Há dificuldade de Tabela 1 - Classificação do estado nutricional de acordo
ser obtido em pacientes gravemente enfer- com a adequação do peso:
mos, por estarem impossibilitados de ficar
em pé, uma vez que a maca-balança apre-
senta alto custo e não tem fácil disponibili-
dade na prática clínica diária.(1) A medida do
peso isolada é de pouca valia para avalia-
ção do estado nutricional. É a determinação
do coeficiente de sua variação que reflete
mudanças no equilíbrio de energia e prote-
ína e que deve ser utilizado para detectar

artigo original \ antropometria na prática clínica


Blackburn GL & Thornton PA, 1979. (6)
alterações da composição corporal:
e) Peso ajustado: é o PI corrigido para a de-
a) Peso atual (PA): corresponde ao peso terminação das necessidades nutricionais,
aferido no momento da avaliação. Deve ser quando a adequação do peso atual for inferior
obtido em uma balança calibrada. O paci- a 95% ou superior a 115% do PI. É obtida por
ente deve estar descalço e com roupas le- meio da equação(5):
ves; pela manhã e após a micção. As medi-
das devem ser registradas com exatidão.(1,4) Peso ajustado = (peso ideal - peso atual) x 0,25
+ peso ideal
b) Peso usual (PU): é o considerado habi-
tual quando o indivíduo está hígido, exer- f) Mudança de peso: a perda de peso invo-
cendo suas atividades usuais. Útil como re- luntária constitui uma importante informação
ferência nas mudanças recentes de peso ou para a avaliação do estado nutricional, devido
quando não há possibilidade de se medir o à sua elevada correlação com mau prognósti-
peso atual.(1,5) co clínico.(2,3) A determinação da variação de
peso é realizada por meio da fórmula: 25
c) Peso ideal ou desejável (PI): é utilizado
para calcular as necessidades calórico-pro-
téicas, quando o paciente está restrito ao
leito e não se dispõe de equipamento para
Tabela 2 - Interpretação da perda de peso em relação ao
a obtenção da estatura e do PA. O modo tempo:
mais prático para o cálculo do PI é com uti-
lização do índice de massa corporal (IMC):

PI = IMC desejado x estatura (m2)

d) Adequação do peso: a porcentagem de


adequação do PA em relação ao PI é calcu-
lada a partir da fórmula:

Blackburn GL & Bistrian BR, 1977.(7)

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g) Peso estimado: útil na impossibilidade de
aferir o PA; por exemplo, nos casos de pacien-
tes graves. Utilizam - se as seguintes equa-
ções de Chumlea, 1985:(8)
Tabela 5 - Porcentagens do peso correspondente a cada
Homens: segmento do corpo:
[(0.98xCP(cm))+(1,16xAJ(cm))+(1.73xCB(cm))+
(0,37xPCSE(mm))-81,69]

Mulheres:
[(1,27xCP(cm))+(0,87xAJ(cm))+(0,98xCB(cm)+
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(0,4xPCSE(mm))-62,35]

Onde: CP – Circunferência da panturrilha; AJ – Altura


do joelho; CB – Circunferência braquial; PCSE – Prega Martins C, 2001.(9)
cutânea subescapular.
2.2 Estatura
h) Peso estimado em casos de edema e/ou É uma medida prática, de simples
ascite: na presença de edema e/ou ascite execução e muito útil, quando utilizada nas
deve-se ter cautela ao interpretar a aferição, equações de predição de composição cor-
pois o aumento de fluidos extracelulares pode poral. É aferida utilizando-se o antropôme-
mascarar a perda de peso (líquido) ou ainda tro. O paciente deve ficar em pé, descalço,
indicar boa resposta ao tratamento clínico. com os calcanhares juntos, costas retas e
os braços estendidos ao lado do corpo. Na
Tabela 3 - Estimativa de peso seco em pacientes com
prática clínica, muitas vezes a estatura é
edema:
negligenciada, pois pode se tornar de difí-
26 cil obtenção em pacientes que não consi-
gam ficar de pé e em pacientes críticos. Al-
ternativas para estimar a estatura em indi-
víduos impossibilitados de utilizar o méto-
do convencional, estão descritas a seguir.
(11,12,13,14)

Martins C, 2001.(9)
a) Altura do joelho: O paciente deve estar
Tabela 4 – Estimativa do peso de acordo com a intensi- sentado ou em posição supina, com joelho
dade da ascite: esquerdo flexionado em ângulo 90º. O com-
primento entre o calcanhar e a superfície
superior do joelho esquerdo deve ser me-
dido utilizando régua pediátrica ou calibra-
dor específico. Este método é indicado prin-
cipalmente para idosos, e obtido, de acor-
do com o sexo, por meio das seguintes
equações. (8)
James R,1989.(10)
Homem:
i) Peso ideal para amputados: para obter PIl [(2,02 x altura do joelho(cm))-(0,04 x idade
nos casos de amputação, calcula- se: (anos)) + 64,19]

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Mulher: tiva de mortalidade.(2,19,20) Tem como limitação
[(1,83 x altura do joelho(cm))-(0,24 x idade não distinguir o peso associado ao músculo
(anos))+ 84,88] ou à gordura corporal e mostrar - se alterado
na vigência de desidratação, ascite e edemas.
b) Extensão dos braços: Os braços devem Deve-se investigar a composição corporal,
estar estendidos formando ângulo de 90º com principalmente quando os valores de IMC es-
o corpo. Medir, com fita métrica, a distância tiverem nos limites ou fora da normalidade e
entre os dedos médios das mãos. O valor interpretar em associação com outros fatores
obtido corresponde à estimativa da estatura.(5) de risco.(21,22) Atualmente, temos valores de
No Brasil, a preocupação com a coleta de referência de IMC específico para cada fai-

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dados confiáveis de peso e estatura em paci- xa etária (adolescentes (23), adultos (24) e ido-
entes hospitalizados vem crescendo nos últi- sos (25) o que o torna mais preciso.
mos anos. Estudos em diferentes localidades
vêm ocorrendo, confrontando fórmulas para 2.4 Pregas Cutâneas
estimativa de peso e estatura com medidas Avalia a reserva de gordura corporal.(5)
diretamente obtidas.(15,16). As medidas diretas Alguns cuidados devem ser tomados duran-
de peso e estatura podem ser substituídas, te a aferição e deve haver padronização dos
caso necessário, por fórmulas de estimativa procedimentos e treinamento dos avaliado-
tanto para adultos como para idosos.(17) res: deve-se identificar e marcar o local a
ser medido; segurar a prega formada pela
2.3 Índice de Massa Corporal (IMC) pele e pelo tecido adiposo com os dedos
É o indicador mais simples do estado polegar e indicador da mão esquerda a 1
nutricional, calculado a partir da fórmula: cm do ponto marcado; pinçar a prega com
o calibrador exatamente no local marcado;
manter a prega entre os dedos até o térmi-
no da aferição; utilizar a média de três me-
didas. Em situações como na obesidade 27
Tabela 6 - Classificação do estado nutricional segundo mórbida e na presença de edema, as pre-
o IMC para adultos: gas não são fidedignas. Podem ser aferidas
em vários segmentos do corpo, a seguir ob-
servam-se as mais utilizadas na prática clí-
nica:

a) prega cutânea tricipital (PCT): é a mais


rotineiramente utilizada. No mesmo ponto
médio utilizado para a medida da CB (entre
o acrônio e o olécrano), separar levemente,
porém com segurança, a prega do braço,
desprendendo-a do tecido muscular, e apli-
car o calibrador formando um ângulo reto.
O braço deve estar relaxado e solto ao lado
World Health Organization, 1997. (18) do corpo. Sua medida isolada é comparada
ao padrão de Frisancho.(26)
O IMC é bem aceito na prática clínica
por: ter validade cientifica, predizer a compo- b) prega cutânea bicipital (PCB): pacien-
sição corporal total, ser de fácil aplicação e te deve estar com a palma da mão voltada
prático para treinamento de pessoal multipli- para fora; marcar o local da medida 1 cm
cador e ter associação positiva com a estima- acima do local marcado para a PCT. Segu-

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rar a prega verticalmente e aplicar o cali- res até 30% do peso corporal.(29) A porcenta-
brador no local marcado. gem de massa magra é obtida subtraindo-se
a gordura do peso total do indivíduo.
c) prega cutânea subescapular: (PCSE):
marcar o local logo abaixo do ângulo reto. A 2.5 Circunferências
pele deve ser levantada 1 cm abaixo do ân-
gulo inferior da escápula, ângulo de 45º. a) Circunferência do braço (CB): Útil na pre-
Entre esta e a coluna vertebral. Braços e sença de ascite e edema. Representa a soma
ombros devem ficar relaxados. das áreas constituídas pelos tecidos ósseos,
muscular e gorduroso do braço. Localizar e
d) prega cutânea supra-ilíaca (PCSI): com marcar o ponto médio entre o acrômio e o
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o dedo indicador logo acima da crista ilíaca, olécrano, com o braço flexionado 900 em dire-
na posição diagonal (seguindo a linha de cli- ção ao tórax. Com o braço estendido ao lon-
vagem natural da pele).(27) go do corpo, com a palma da mão voltada para
a coxa, no ponto marcado, contornar o braço
A gordura corporal pode ser estimada com a fita métrica, evitando compressão da
utilizando-se a soma das 4 pregas, a partir da pele ou folga. O resultado obtido é compara-
obtenção do valor da densidade corporal, (DC) do aos valores de referência do NHANES (Na-
descrita abaixo: (28,29) tional Health and Nutrition Examination Sur-
vey)(30) em tabela de percentil por Frisancho.(26)
A adequação da CB pode ser determi-
nada pela equação abaixo:

Tabela 7 - Classificação do estado nutricional segundo


28 adequação da CB:

Blackburn GL & Thorton PA, 1979.(6)

b) Circunferência muscular do braço


(CMB): avalia a reserva de tecido muscular
sem correção da massa óssea. É obtida a
Avalia-se a porcentagem de gordura cor- partir dos valores da CB e da PCT:
poral, de acordo com a idade e gênero se-
gundo tabela de valores de referência(29), utili-
zando-se a seguinte equação:

Os valores de referência de gordura cor-


poral para homens é de 25%, e para mulhe-

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Tabela 8 - Estado nutricional segundo a adequação da REFERÊNCIAS
CMB:
1 Waitzberg DL, Ferrini MT. Exame físico e
antropometria. In: Waitzberg DL. Nutrição
oral, enteral e parenteral na prática clínica.
São Paulo: Atheneu; 2002: 255-94.
Blackburn GL & Thorton PA, 1979.(6)
2 Klein S. Nutrition support in clinical practice:
c) Área muscular do braço corrigida Review of published data and recommen-
(AMBc): avalia a reserva de tecido muscu- dations for future research directions. Am J
lar corrigindo a área óssea. Reflete mais Clin Nutr. 1997: p. 66:683-706.

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adequadamente as mudanças do tecido
muscular.(5) 3 Hill GJ. Body composition research: Implica
tions for the practice of nutrition. JPEN. 1992:
Homem (16):197-218.

4 Sousa e Silva MK, Félix DS. Uso da antropo-


metria na avaliação do estado nutricional.
Rev. Bras. Clin. (13): 74-80.
Mulher
5 Cuppari L, Kamimura MA, Baxmann A, Sam-
paio, LR. Avaliação Nutricional. In: Cuppari,
L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Ma-
Tabela 9- Estado nutricional segundo a AMBc: nole; 2005: 89 -101.

6 Blackburn GL, Thornton PA. Nutritional as


sessment of the hospitalized patients. Méd 29
Clin North Am. 1979; 63:1103-15.

7 Blackburn GL, Bistrian BR, Maini BS,


3 CONCLUSÃO Schlamm HT, Smith MF. Nutritional and meta-
bolic assessment of the hospitalized patient.
Conclui-se que a antropometria é um JPEN. 1977; 1:11-22.
importante instrumento na prática clínica di-
ária, além de ser um método viável, serve 8 Chumlea WC. Estimating stature from knee
como base para praticamente todos os ou- height for persons 60 to 90 years of age. J
tros métodos de avaliação do estado nutri- Am Geriatric Soc. 1989, 33(2): 116-20.
cional. Vale ressaltar que nenhuma medida
isolada pode ser determinada para avaliar 9 Martins C. Protocolo de procedimentos nutri-
ou monitorar o estado nutricional. Deve-se cionais, cap.27. In: M.C. Riella e C. Martins.
integrar vários dados antropométricos, além Nutrição e o Rim, Rio de Janeiro: Guanaba-
de inquéritos dietéticos, exames físicos, ra Koogan, 2001: p. 416.
dados bioquímicos e história clínica do pa-
ciente.

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10 James R. nutritional support in alcoholic li- composition from bioelectrical impedance: a
ver disease: a review. J Human Nutr. 1989; crossvalidation study. Int J Obesi-
2:315-23. ty.1991;15:17-25.
11 Kwok T, Writelow MN.The use of arms pan 21 Ellia M, Lunn PG. Biological markers of pro-
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12 Chumlea WC, Roche AF, Steinbaungh ML. 22 Elia M. Body composition analysis: Na eva-
Estimating stature from knee height for per- luation of 2 component models, multicom-
sons 60 to 90 years of age. J Am Geriatr Soc. ponent models, and bedside techniques.
1985; 33 (2):116-20. Clin Nutr. 1992; 11: 114-27.
artigo original \ antropometria na prática clínica

13 Chumlea WC, Roche AF, Mukherjee D. Nu- 23 National Center for Health Statistics
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on: a manual for physicians and other sê-
15 Galisa MS, Pustiglione M. Critérios de ava- nior helath workers. Geneva: Who,1999.
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55-67.
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do indireto de predição da estatura para ido- 26 Frisancho AR. Anthropometric standards
sos através da altura do joelho (Chumlea, for the assessment of growth and nutritio-
1985). Rev Brás Nutr Clin. 1999; 14: 130, nal status.University of Michigan, 1990:
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17 Sampaio, Aplicabilidade das fórmulas de 27 Lohman TG, Roche AF, Martorell R. An-
estimativa de peso e altura para idosos e adul- thropometric standardization reference ma-
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18 World Helth Organization. Obesity: preven- 28 Durnin JV, Womersley J. Body fat asses
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sity. Report of the Who Consultation of Obe- tion from skinfold thickness: measurements
sity, Geneva, 3-5 June, 1997. on 481 men and women aged from 16 to
72 years. Br J Nutr. 1974; 32:77-97.
19 Waaler HT. Height, weight and mortality:The
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1984; 679 Suppl:1-56. ces and density: Analysis of methods. In
Brozek J, Henschel A. Techniques for Me-
20 Deurenberg P, van der Kooy K, Leenen R, asuring Body Composition, Washington
Weststrate JA, Siedell JC. Sex and age spe- DC: National Academy of Sciences. 1961;
cific prediction formulas for estimating body 223-24.

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30 Kuczmarski MF, Kuczarisk RJ, Najjar M. garding the identification of the level of the nu-
Descriptive anthropometric reference data tritional risk as fast as possible in order to indi-
for older Americans. J Am Diet Assoc. 2000; cate the early nutritional therapy. This article
100:59-66. aims to present and to discuss the most widely
avaliable anthropometrics indicators to asses-
sment the nutritional status of the hospitalized
ABSTRACT patient: wight, height, skinfold thikeness, arm
circuferences and all the derived data from the-
In clinical practice the nutritional assess- se measurements.
ment involves many different markers of mal- Key words: nutritional assessment, an-
nutrition. The association of these multiple nu- thropometry, body composition.

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tritional indicators can provide good result re-

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