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Engenharia de Petróleo I
No mundo
O registro da participação do petróleo na vida do
homem remonta a tempos bíblicos.
Na antiga Babilônia, os tijolos eram assentados com o
asfalto e o betume era largamente utilizado pelos
fenícios na calafetação de embarcações.
Os egípcios usavam para a pavimentação de estradas,
para embalsamar mortos e na construção de
pirâmides, enquanto gregos e romanos usavam para
fins bélicos.
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.
1- Histórico do petróleo
No mundo
No novo mundo os índios pré-colombianos utilizavam
o petróleo para decorar e impermeabilizar potes de
cerâmica.
No mundo
1900 – no Texas, o Americano Antony Lucas, utilizando
o processo rotativo, encontrou óleo a uma
profundidade de 354 metros.
No mundo
Até 1945 – o maior produtor do mundo era os Estados
Unidos, seguido pela Venezuela, México, Rússia, Irã e
Iraque.
Com o fim da segunda guerra, um novo quadro
geopolítico e econômico se delineia:
Anos 50 – Estados unidos com metade da produção
mundial. Observa-se um potencial pólo produtor no
oriente. Ocorre intensa atividade exploratória, e
incursões no mar com novas técnicas exploratórias.
No mundo
Anos 60 – registra a abundância do petróleo no
mundo, o que estimula o consumo desenfreado.
Observa-se o grande sucesso na exploração do
petróleo no Oriente Médio e gás na União Soviética.
Nessa década Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e
Venezuela criaram a OPEP – organização dos países
exportadores de petróleo – em contraposição às
grandes companhias anglo-americanas.
No mundo
Anos 70 – foram marcados por brutais elevações nos
preços do petróleo, tornando econômicas explorações
no Mar do Norte e no México. Outras grandes
descobertas em territórios do terceiro mundo. Os
Estados Unidos percebem que suas reservas
encontram-se esgotadas. Nesse momento surgem
grandes avanços nos métodos de localização de
reservas de menor porte – aprimoramento dos
métodos de aquisição e interpretação e dados
sísmicos. Também são desenvolvidos métodos de
recuperação de jazidas já conhecidas.
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1- Histórico do petróleo
No mundo
Anos 80 e 90 – avanços tecnológicos reduzem os
custos de produção, criando um novo ciclo econômico
para a indústria petrolífera. Em 1996 as reservas
petrolíferas mundiais provadas eram 60% maiores que
em 1980, e os custos médios de prospecção e
produção caíram cerca de 60% nesse mesmo período.
No mundo
Ao longo do tempo o petróleo foi se impondo como
fonte de energia.
Com o advento da petroquímica, centenas de novos
compostos são produzidos: plásticos borrachas
sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes,
detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos,
cosméticos, etc.
O petróleo, além de produzir combustível, passou a
ser imprescindível na vida moderna.
No Brasil
1858 – Marquês de Olinda assina o decreto n° 2.266
concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair
mineral betuminoso para a fabricação de querosene,
em terrenos situados às margens do Rio Marau,
província da Bahia.
No Brasil
No Brasil
No Brasil
No Brasil
Anos 60 – descoberta dos campos de Carmópolis, em
Sergipe, e Miranga, na Bahia. Um marco notável dessa
década foi a primeira descoberta no mar, o campo de
Guaricema em Sergipe.
Anos 70 – quando os campos do recôncavo Baiano
entravam na maturidade, foi descoberta a província
petrolífera da Bacia de campos, RJ – campo de
Garoupa. Nessa mesma década outro fato importante
foi a descoberta de petróleo na plataforma continental
do Rio Grande do Norte – campo de Ubarana.
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1- Histórico do petróleo
No Brasil
Anos 80 – marcada por três fatos de relevância:
1. Descoberta de petróleo em Mossoró, RN;
2. Descoberta dos campos gigantes de Marlim e
Albacora na Bacia de Campos, litoral do RJ;
3. Descobertas do Rio Urucu no Amazonas.
Anos 90 – descoberta de vários outros campos, como
os gigantes de Roncador e Barracuda na Bacia de
Campos, RJ.
No Brasil
A produção de petróleo no Brasil cresceu de 750 m³/dia
na época da criação da Petrobras para mais de 182.000
m³/dia no final dos anos 90 – graças aos contínuos
avanços tecnológicos de perfuração e produção na
plataforma continental – figura.
FLUIDO DO RESERVATÓRIO
Temperatura de Composição
Fração Usos
ebulição (°C) aproximada
Gás residual - C1 – C2 Gás combustível
Gás liquefeito de Gás combustível engarrafado,
Até 40 C3 – C4
petróleo - GLP uso doméstico e industrial.
Gasolina Combustível de automóveis,
40 - 175 C5 – C10
solvente.
Gasóleo leve 235 - 305 C13 – C17 Diesel, fornos.
Gasóleo pesado Combustível, matéria-prima
305 - 400 C18 – C25
p/ lubrificantes.
Lubrificantes
400 - 510 C26 – C38
Óleos Lubrificantes
Resíduo Asfalto, piche,
Acima de 510 C38*
impermeabilizantes.
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados em
saturados, insaturados e aromáticos.
Os hidrocarbonetos saturados, também denominados de
alcanos ou parafinas (do latim parafine “pequena
atividade”, por serem comparativamente inertes), são
aqueles cujos átomos de carbono são unidos somente
por ligações simples e ao maior número possível de
átomos de hidrogênio, constituindo cadeias lineares,
ramificadas ou cíclicas, interligadas ou não.
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2- Constituintes do petróleo
Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos insaturados, também denominados
de olefinas, apresentam pelo menos uma dupla ou tripla
ligação carbono-carbono, enquanto que os
hidrocarbonetos aromáticos, também chamados de
arenos, apresentam pelo menos um anel de benzeno na
sua estrutura.
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos aromáticos são constituídos por
ligações duplas que se alternam em anéis com seis
átomos de carbono. O composto mais simples é o
benzeno. Ao contrário dos compostos insaturados, o
benzeno tem considerável estabilidade e, devido ao seu
pronunciado odor, todos os compostos que contêm o
anel benzeno são conhecidos como hidrocarbonetos
aromáticos. Tal como os naftênicos pode ocorrer a
presença de aromáticos formados por mais de um anel
benzênico, que podem estar isolados, conjugados ou
condensados.
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2- Constituintes do petróleo
Hidrocarbonetos
Não-hidrocarbonetos
Não-hidrocarbonetos
Resinas e asfaltenos são moléculas grandes, com alta
relação carbono/hidrogênio e presença de enxofre,
oxigênio e nitrogênio (de 6,9 a 7,3%). A estrutura básica
é constituída de 3 a 10 ou mais anéis, geralmente
aromáticos, em cada molécula.
As estruturas básicas das resinas e asfaltenos são
semelhantes, mas existem diferenças importantes.
Asfaltenos não estão dissolvidos no petróleo e sim
dispersos na forma coloidal.
As resinas, ao contrário, são facilmente solúveis.
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2- Constituintes do petróleo
Não-hidrocarbonetos
Grupo de componentes
Parafinas normais 14%
Parafinas ramificadas 16%
Parafina cíclicas (naftênicas) 30%
Aromáticos 30%
Resinas e asfaltenos 10%
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3- Composição do petróleo
MASSA ESPECÍFICA
É a relação entre a massa de um material e o volume ocupado pelo
mesmo. Tem a dimensão de unidade de massa por volume, por
exemplo, a massa específica da água doce à 20°C e 1 atm é igual a
1 kg/litro, ou seja, nessas condições 1kg de água ocupará um
volume equivalente a 1 litro.
DENSIDADE
d = 0,85 ou seja,
141.5
API 60/ 60 131.5 onde d é a densidade do óleo ou
do de um derivado do petróleo.
Bacias
sedimentares
brasileiras
“offshore”.
Produção de
petróleo no
Brasil.
Migração
O petróleo é gerado em uma “rocha geradora” e se
movimenta para uma rocha onde se acumula, dita
“rocha reservatório”.
A explicação clássica para a migração atribui papel
relevante à fase de expulsão da água das rochas
geradoras durante o processos de compactação. Essa
água levaria consigo o petróleo.
Outra explicação estaria no microfraturamento das
rochas geradoras, que facilitaria o fluxo através de um
meio de baixíssima permeabilidade, como as rochas
argilosas (folhelhos).
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5- Noções de Geologia do Petróleo
Migração
Ao processo de expulsão do petróleo da rocha
geradora dá-se o nome de migração primária.
Ao percurso ao longo de uma rocha porosa e
permeável até ser interceptado e contido por uma
armadilha geológica dá-se o nome de migração
secundária.
A não-contenção do petróleo em sua migração
permitiria seu percurso continuado em busca de zonas
de menor pressão até se perder através de exsudações,
oxidação e degradação bacteriana na superfície.
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Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.
5- Noções de Geologia do Petróleo
Rocha reservatório
O petróleo é eventualmente acumulado em uma
“rocha reservatório” – figura.
Esta rocha pode ter qualquer origem ou natureza, mas
para se constituir em um reservatório deve apresentar
espaços vazios no seu interior (porosidade), e estes
espaços vazios devem estar interconectados,
conferindo ao reservatório a característica de
permeabilidade.
Rocha reservatório
Podem constituir rochas-reservatório os arenitos e
calcarenitos, e todas as rochas sedimentares
essencialmente dotadas de porosidade intergranular
que sejam permeáveis.
Algumas rochas, como os folhelhos e alguns
carbonatos, são normalmente porosas porém
impermeáveis. Estas rochas podem formar
reservatórios quando se encontram naturalmente
fraturadas.
Rocha reservatório
A porosidade depende da forma, da arrumação e da
variação de tamanho dos grãos, além do grau de
cimentação da rocha.
Chama-se porosidade absoluta a razão entre o
volume de todos os poros, interconectados ou não, e
o volume total da rocha.
A porosidade efetiva é a razão entre o volume dos
poros interconectados e o volume total da rocha.
A porosidade pode ser medida a partir de perfis
elétricos executados nos poços ou de ensaios de
laboratórios em amostras
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II
de rocha. Washington Martins da Silva Jr.
5- Noções de Geologia do Petróleo
Rocha selante
Atendidas as condições de geração, migração e
reservatório, para que se dê a acumulação do
petróleo, existe a necessidade de que alguma barreira
se interponha no seu caminho. Essa barreira é
produzida pela rocha selante, cuja característica
principal é sua baixa permeabilidade.
Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser
dotada de plasticidade – para manter sua condição
mesmo após ser submetida a esforços determinantes
de deformação.
Ex: Folhelhos e Evaporitos (sal).
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As partículas de argila dificultam a migração – rocha
selante contém partículas pequenas.
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5- Noções de Geologia do Petróleo
Aprisionamento do petróleo
Convencionalmente, as
armadilhas são classificadas
em estruturais,
estratigráficas, mistas ou
combinadas - na prática
não é simples a
individualização.
Armadilhas estruturais –
detêm as maiores
quantidades de óleo –
enquadram-se as dobras e
as falhas.
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5- Noções de Geologia do Petróleo
Aprisionamento do petróleo
O modelo de aprisionamento com base no sistema de
falhas é aplicado com sucesso nas bacias
sedimentares brasileiras, principalmente as bacias do
recôncavo e nas bacias costeiras.