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OS GIGANTES DA

GERIATRIA- OS 5 IS

Profa.Maria Luiza Barros Fernandes Bezerra


GERIATRIA

 Melhorar a qualidade de vida dos idosos, e


não apenas acrescentar anos a vida.
 Iatrogenia
 Incontinência
 Instabilidade (quedas)
 Imobilidade
 Insuficiência (declínio) das funções
cognitivas- demência
CARACTERÍSTICAS DOS GIGANTES

 Múltipla causalidade.
 Não tem tratamento clínico ou cirúrgico
simples.
 Não colocam a vida em perigo eminente.
 Necessitam sempre de suporte humano.
IATROGENIA

 Afecções decorrentes da intervenção do


médico e/ou de seus auxiliares, seja ela certa
ou errada, justificada ou não, mas da qual
resultam conseqüências prejudiciais para a
saúde do paciente.
IATROGENIA

 Palavras
 Atitudes
 Procedimentos
 Medicamentos
IATROGENIA

Fatores de Predisponentes:
 Modificações Determinadas pelo

Envelhecimento ( menor capacidade de


adaptação e maior vulnerabilidade as
agressões)
 Maior incidência de patologias

 Associações de afecções
MEDICAMENTOS
 Medicina baseada em evidências
 Sempre que possível usar medidas não farmacológicas.
 Iniciar com doses menores e aumentar progressivamente.
 Usar o estritamente necessário
 Definir um supervisor para administrar o medicamento.
 Escolher o esquema terapêutico o mais simples possível.
 Filtrado Glomerular: diminui 40% nos maiores de 70 anos,
mesmo que a uréia e creatinina estejam normais.Maior risco de
intoxicação. (digitálicos, carbamazepina e aminofilina).
 Diazepan- jovem a vida média de 20h e no idoso 60h.
MEDICAMENTOS
 Manifestações adversas mais comuns nos idosos:
- Delirium (hipnóticos, tranqüilizantes, anticolinérgico)
- Depressão (metildopa, betabloqueadores,
tranqüilizantes)
- Parkinsonismo (antipsicóticos, cinarizinas,
metoclopramida, metildopa)
- Hipotensão postural(antihipertensivos,
antidepressivos)
- Quedas (hipnóticos, tranqüilizantes, sedativos,
diuréticos)
- Constipação (antidepressivos, antipsicóticos)
- Incontinência Urinária (Hipnóticos, diuréticos)
PROCEDIMENTOS

 Preparo de determinados exames


- Laxantes
- USG- ingesta de líquidos rapidamente pode
descompensar a ICC
- Sedativos- depressão respiratória aguda.
- Avaliar a função renal antes de aplicar o
contraste e nunca volume superior a 200mL.
IMOBILIDADE

 Incapacidade de se deslocar sem o auxílio


de outra pessoa, com finalidade de atender
às necessidades da vida diária. Pode o
paciente estar restrito a uma poltrona ou ao
leito.
IMOBILIDADE

Fatores Predisponentes:
 Osteoartrose

 Doenças reumáticas

 Seqüelas de fraturas

 DPOC, ICC, AVC e Infecções

 Desnutrição e Desidratação

 Parkinson, Demência e Depressão.

 LONGOS PERÍODOS ACAMADOS


IMOBILIDADE
 Diante de um paciente com comprometimento da mobilidade,
é importante seguir os seguintes passos:
a) Quantificar a imobilidade( escalas de AVDs)
b) Exame Clínico
c) Exames complementares, de acordo com as supeitas
levantadas no exame clínico:
- desnutrição: albumina
- Distúrbio metabólico: Na , K,U, C, TSH, T4 livre, Ca, glicemia
jejum
- Anemia: hemograma e ferritina
- Artropatia: PCR, Raio X
- Miopatias inflamatórias: CK, transaminases
- Síndromes Infecciosas: hemograma, Urina , Raio X
IMOBILIDADE

Conseqüências:
 Depressão

 Confusão mental

 Hipotensão e constipação intestinal

 Incontinência e Infecção Urinária

 Trombose Venosa e embolia pulmonar 20% das


mortes em acamados.
 Pneumonia e broncoaspiração

 Úlcera de pressão- escaras

 Atrofia muscular- sarcopenia


IMOBILIDADE

 Fisioterapia e mobilização ( evitar a TEP e


sarcopenia)
 Classificação das úlceras:
- Grau I - eritema e pele íntegra
- Grau II - perde epiderme e derme
- Grau III - atinge subcutâneo
- Grau IV- atinge ossos e músculos
IMOBILIDADE

 Mudança de decúbito a cada 2h


 Colchão de água e casca de ovo
 Óleos e hidratantes
 Curativos apropriados.
 Aporte hídrico, metabólico e protéico.
INSTABILIDADE POSTURAL
Quedas.
30% em maiores de 65 anos.
Conseqüências: lesões graves, hospitalizações,
limitações funcionais e morte.
Insegurança e perda da autonomia.
- Fatores de risco intrínsecos: idade, história de
quedas recorrentes, doenças crônicas
( labirintopatias, osteoartrose, doença de Parkinson,
seqüelas de AVC, doença cardíaca, diabetes), uso
de muitos medicamentos (antidepressivos,
ansiolíticos), hipotensão ortostática e deficiência
visual.
INSTABILIDADE POSTURAL

 Fatores de Risco Extrínsecos: superfície


escorregadias, tapetes, cadeiras sem braço
ou encosto, cama e assentos muito baixos
ou altos, iluminação deficiente, ausência de
barras de apoio, calçados e bengalas
inadequados)
INSTABILIDADE POSTURAL

 Teste Get up and go


 Reach test ou funcional reach
INCONTINÊNCIA URINÁRIA

 Perda involuntária de urina em quantidade


suficiente para representar um problema
social, de higiene ou médico. Fator de risco
de institucionalização.
 Prevalência em idosos saudáveis na
comunidade de até 30%
 50% dos idosos com demência ou
institucionalizados.
 40% dos casos não contam ao médico
INCONTINÊNCIA URINÁRIA

 Conseqüências:
 ECONÔMICAS- medicações, fraldas.
 FÍSICAS- irritação da pele, ITU e úlceras
 PSICOSSOCIAIS- isolamento, depressão,
vergonha, diminuição da auto-estima,
problemas conjugais, familiares, etc.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA

MUDANÇAS FISIOLÓGICAS QUE FAVORECEM A


INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO:
 Resíduo pós-miccional: jovem : 25ml e idoso >

100ml
 Sensação de bexiga cheia: jovem 400ml e idoso

>600ml
 Núcleos mesencefálico são menos eficientes para

inibirem as contrações do detrusor que ficam mais


fortes e seguidas gerando a urgência miccional
INCONTINÊNCIA URINÁRIA

 TRANSITÓRIA
ITU
DELIRIUM
URETRITE ATROFICA
MEDICAMENTOS
HIPERGLICEMIA
MOBILIDADE RESTRITA
IMPACTAÇÃO FECAL
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
 ESTABELECIDA
- Instabilidade do detrusor
- Incontinência de esforço: fraqueza da musculatura
pélvica causando incapacidade de reter a urina em
situações de aumento da pressão intra-abdominal.
(flacidez de esfíncteres)
- Incontinência por transbordamento: a bexiga está
permanentemente cheia por obstrução- aumento da
próstata ou estenose de uretra.
- Incontinência funcional: não consegue chegar ao
banheiro ou não sabe onde está o banheiro.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
 AVALIAÇÃO DISGNÓSTICA DE UM PACIENTE PORTADOR
DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA:
- História: características da incontinência: freqüência, horário,
quantidade, sensação de urgência, sintomas ao urinar. Uso de
medicamentos, impacto da incontinência na vida do indivíduo.
- Exame físico: abdominal, retal, genital. (vaginite atrófica e
cistocele). Grau de mobilidade e capacidade cognitiva.
- Exame de urina e Urocultura.
- USG – volume pós miccional >200ml
- Se necessário, encaminhar para avaliação urológica,
ginecológica e hemodinâmica.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
 TRATAMENTO
A) Avaliar e tratar as causas reversíveis
B) Urgência: reeducação miccional, fisioterapia,
melhorar acesso ao banheiro, medicamentos:
oxibutinina 5mg 1 a 2x dia ou tolterodina 2mg 2x
dia
C) ESFORÇO: Estrógeno local, reabilitação pélvica,
imipramina e cirurgia.
D) Correção da obstrução, cateterismo intermitente.
INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS
 Identificar e quantificar o declínio cognitivo
 Determinar o nível de comprometimento que
acarreta a vida do indivíduo.
 Possível causa e plano e cuidado.
INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS
 Memória (imediata e de evocação)
 Atenção
 Julgamento
 Abstração
 Linguagem
 Executiva- solucionar problemas
 Gnosia- habilidade de reconhecer gestos e
pessoas.
INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS
 Delírium- abrupto, flutuante e alteração no nível de consciência e
atenção. (metabólica, renal,hepática, infecciosa, dç da tireóide,
carência de vitaminas, TCE, encefalite, meningite, efeito
colateral de drogas.
 Depressão- humor depressivo, perda de interesse e prazer por
no mínimo 2 semanas consecutivas associados a 4 desses
itens: ganho ou perda de peso, alteração no sono, agitação ou
retardo psicomotor, fadiga, perda de energia, sentimento de
desvalorização ou culpa, dificuldade de concentração idéia de
morte. História familiar de depressão). Perda de memória.
 Demência : memória + linguagem, praxia, gnosiae função
executiva. Não fazer parte do delírium e repercutir no dia-a dia
do paciente.
INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS
 Exame Clínico: idade de instalação, modo de
instalação, progressão, história familiar,
fatores de risco cardiovasculares, AVC,
depressão, medicamentos, álcool, quadro
agudo.
 MMSE E TESTE DO RELÓGIO
 NA, K,U, C, TGO, TGP, PCR,
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS,
CÁLCIO, TSH, B12, VDRL, HIV E
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.

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