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Cubismo

Cubismo

Considerado um divisor de águas na história da Arte Ocidental, o cubismo foi


uma revolução estética e técnica tão importante para a Arte Ocidental quanto o
Renascimento. Essa nova corrente recusava a idéia de arte como imitação da natureza,
afastando noções como perspectiva e modelagem, assim como qualquer tipo de efeito
ilusório, tratando as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando
todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não
ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a


pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os
objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e
apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade,
essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a
aparência real das coisas.

O nome cubismo tem uma história conhecida: o pintor francês Henri Matisse fez
parte de um júri da exposição do Salão de Outono de Paris
(1908), onde estava exposto o quadro de Braque Maisons à
l'Estaque, que lhe mereceu o qualificativo de "caprichos cúbicos
mas, o quadro que definitivamente afirmou o estilo cubista foi, no
entanto, Les Demoiselles d'Avignon (1907), de Picasso.

Assim, personificado em Pablo Picasso e Georges


Braque, em Paris entre os anos de 1907 e 1914, o cubismo foi
iniciado dentro de um círculo muito restrito, não sendo pensado
como um movimento, mas sim como uma corrente e seus
seguidores. Aos seus criadores se uniu um grupo de amigos
intelectuais escritores de vanguarda.
Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, a
corrente possuía coerência, sendo inspirada na arte africana
(racionalidade) e no princípio de “realização do motivo” de Braque Maisons à l'Estaque,
1908
Cézanne, que retratava a natureza através de formas bem
próximas as geométricas. 

Les Demoiselles d'Avignon

Les demoiselles d'Avignon é um dos mais famosos


quadros do pintor espanhol Pablo Picasso. Pintada em
1907, a óleo sobre tela, este quadro encontra-se exposto
no MoMA, em Nova Iorque, e esteve, em 2005, exposto
no Museu Sakıp Sabancı, na cidade de Istambul, na
Turquia. É um quadro pré-cubista, que evidência o
impacto da arte africana.
Na época em que pintou este quadro, Picasso tinha
completa noção que este era o quadro mais importante
que havia pintado até então. Para a obra definitiva
Picasso passou meses a fazer esboços e, durante o
trabalho, fez inúmeras modificações. Quando concluiu a
obra, havia concebido a maior tela que alguma vez
pintou. Esta obra representa, além de uma obra-prima do
cubismo mundial, a violação de todas as tradições e
convenções visuais naturalistas ocidentais, ao apresentar cinco aleivosas (prostitutas),
representadas de forma cubista, como se nota na mulher nua sentada à direita, vista
simultaneamente de frente e de costas. Os rostos das personagens refletem o início do
Período Negro, na obra de Pablo Picasso, assemelhando-se a máscaras e esculturas
africanas.

Características do Cubismo:

 Geometrização das formas e volumes;


 Renúncia à perspectiva;
 O claro-escuro perde sua função;
 Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
 Sensação de pintura escultórica;
 Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou
um castanho suave.

Geometrização das figuras

A geometrização das figuras resulta numa arte intuitiva e abstrata, derivada da


"experiência visual”. Baseia-se essencialmente na luz e na sombra.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa
superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se
movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por
baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Rompe com o conceito de arte como imitação da natureza (que vinha desde a
Renascença), bem como com as noções da pintura tradicional, como a perspectiva.
Pablo Picasso definiu o cubismo como "uma arte que trata primordialmente de
formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua própria vida".
Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso e
Georges Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao
movimento.

Artistas do Cubismo

 Albert Gleizes 

 Francis Picabia

 Marcel Duchamp

 Roger de La Fresnaye

 Juan Gris

 Kazimir Malevich

 Lyonel Feininger

 Fernand Léger

 Umberto Boccioni

 Robert Delaunay
 Diego Rivera

 Alexandra Nechita

O movimento cubista evoluiu constantemente em duas fases

 Fase analítica ou hermética entre 1909 a 1912, onde a cor era moderada e
as formas eram predominantemente geométricas e desestruturadas pelo desmembramento
de suas partes equivalentes, ocorrendo, desta forma, a necessidade de não somente
apreciar a obra, mas também de decifrá-la, ou melhor, analisá-la para entender seu
significado.
O cubismo analítico bastante conhecido como Zaughne (1910 - 1912) é uma
fase evoluída do cubismo cézanniano. Apareceu depois da junção do trabalho desenvolvido
separadamente por Pablo Picasso e Georges Braque.
A forma é analisada num plano, decomposta e montada novamente nesse
mesmo plano. A prioridade dada à forma é máxima, tal que a composição cromática aponte
quase para uma só cor.
O objeto é de tal forma distorcido que quase tende para a abstração, ficando no
limite do perceptível e do abstrato. Foi nesta fase que se procedeu a uma teorização do
cubismo, sobretudo através do Grupo do Bateau Lavoir.
No cubismo analítico há a predominância de poucas cores (preto, cinza, tons de
marrom e ocre).

 Fase sintética entre 1913 e 1914 (contendo a experimentação das


colagens), é a última fase do cubismo, sucede o cubismo de colagens. Foi uma reação ao
cubismo analítico, onde as cores eram mais fortes e as formas tentavam tornar as figuras
novamente reconhecíveis através de colagens realizadas com letras e também com
pequenas partes de jornal. 
Desta fase decorrem dois movimentos (Orfismo e Secção de Ouro) que adotam
esta nova interpretação e utilização da cor e quebram o imobilismo que até então era
patente nas obras cubistas, já apontando para o futurismo, podendo de certa forma
considerar estas obras futuro-cubistas.

CUBISMO NO BRASIL

Somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 o movimento cubista ganhou


terreno no Brasil. Mesmo assim, não encontramos artistas com características
exclusivamente cubistas em nosso país.
No Brasil, influências do cubismo podem ser observadas em parte dos artistas
reunidos em torno do modernismo de 1922, em alguns trabalhos de Vicente do Rego
Monteiro (1899 - 1970), Antonio Gomide (1895 - 1967) e, sobretudo na obra de Tarsila do
Amaral (1886 - 1973).
O aprendizado com André Lhote (1885 - 1962), Gleizes e, sobretudo, com Léger
reverbera nas tendências construtivas da obra de Tarsila, em especial na fase pau-brasil.
A pintora vai encontrar em Léger, especialmente em suas "paisagens animadas",
motivos ligados ao espaço da vida moderna - máquinas, engrenagens, operários das
fábricas etc. - e o aprendizado de formas curvilíneas.
Emblemáticas do contato com o mestre francês são as telas criadas em 1924,
como Estrada de Ferro Central do Brasil e Carnaval em Madureira. Não se pode mencionar
o impacto do cubismo entre nós sem lembrar ainda de parte das produções de Clóvis
Graciano (1907 - 1988) e de um segmento considerável da obra de Candido Portinari (1903
- 1962), evidente em termos de inspiração picassiana.

Algumas obras cubistas


Tarsila do Amaral, de 1923
Volume Horizontal
Boccioni
Retrato de Pablo Picasso,
por Juan Gris (1912)

Referências Bibliográficas

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cubismo
 http://www.historiadaarte.com.br/cubismo.html
 http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/cubismo/
 http://www.pitoresco.com.br/art_data/cubismo/
 http://www.bepeli.com.br/cubismo.htm
 http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/constru
tivismo/cubismo/index.html
 http://artista.guillaume-alexandre.com/braque.htm

Grupo de Trabalho

 Amélia Lima
 Isabela Barberato
 Jéssica Cecília
 Priscila Sami
 Rafaela Giampani

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