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TIPO PENAL

É a norma que descreve condutas criminosas em abstrato.

O tipo penal serve-se de ELEMENTARES e


CIRCUNSTÂNCIAS.

• Elementares: são componentes fundamentais da figura


típica sem os quais o crime não existe.

Espécies de ELEMENTARES [ONS] ou elementos:

1. OBJETIVOS ou DESCRITIVOS: Existem concretamente no


mundo e cujo significado não demanda NENHUM JUÍZO DE
VALOR;

2. NORMATIVOS: não se extrai da mera observação, depende


de uma interpretação, isto é, de um JUÍZO DE VALOR;

3. SUBJETIVOS: existe uma finalidade específica por parte


do agente;

• Circunstâncias: são todos os dados acessórios da figura


típica, cuja ausência não a elimina. Influenciam na
aplicação da pena.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS PENAIS

• ANORMAL [contém elementos normativos ou subjetivos, além


dos elementos objetivos, pressupõe uma interpretação do juiz em
cada caso concreto];

• NORMAL [só contém elementos objetivos];

• FECHADO [Não exige nenhum juízo de valoração pelo juiz];

• ABERTO [Exige um juízo de valoração pelo juiz. CRIMES


CULPOSOS];

CRIME CONSUMADO
É aquele que reúne todos os elementos da definição legal.

CUNSUMADO ≠ EXAURIDO. Crime exaurido é aquele no qual o


agente, após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem
jurídico, procura dar-lhe uma nova destinação ou tenta tirar novo proveito,

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fazendo com que sua conduta continue a produzir efeitos no mundo concreto,
mesmo após a realização integral do tipo.

ITER CRIMINIS (COPREX CONSU)

(1) COGITAÇÃO (cogitatio): o agente apenas


MENTALIZA. O crime é IMPUNÍVEL;

(2) PREPARAÇÃO (conatus remoto): o agente pratica


atos imprescindíveis à execução do crime. O agente
não começou a realizar o verbo constante da definição
legal, logo, o crime ainda não pode ser punido.
ATENÇÃO! O legislador, por vezes, transforma atos
preparatórios em tipos penais especiais, quebrando a
regra geral. Ex: “petrechos para falsificação de
moeda” (291), que seria apenas ato preparatório do
crime de moeda falsa (289);

(3) EXECUÇÃO (conatus próximo): o bem jurídico


começa a ser atacado. O crime já se torna punível. O
liame entre o FIM DA PREPARAÇÃO e o INÍCIO
DA EXECUÇÃO. A execução se inicia com a prática
do primeiro ato idôneo e inequívoco para a
consumação do delito;

(4) CONSUMAÇÃO (meta optata): todos os elementos


que se encontram descritos no tipo penal foram
realizados;

TENTATIVA
Não-consumação de um crime, cuja execução foi interrompida por
circunstâncias alheias à vontade do agente. [Iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente].

NATUREZA JURÍDICA

NORMA de EXTENSÃO TEMPORAL da figura típica causadora


de adequação típica mediata ou indireta.

ELEMENTOS

(1) INÍCIO DA EXECUÇÃO;

(2) A NÃO-CONSUMAÇÃO;

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(3) A interferência de circunstâncias ALHEIAS À VONTADE DO
AGENTE;

INÍCIO DA EXECUÇÃO

(1) CRITÉRIO LÓGICO-FORMAL [Enfoque objetivo, diretamente


ligado ao tipo. O ato executivo é aquele que realiza uma parte da
ação típica.];

(2) CRITÉRIO SUBJETIVO [Seu enfoque não é a descrição da


conduta típica, mas o momento interno do autor. CRÍTICA. Foi
criticada pela doutrina, porque o agente é apontado, cedo
demais, como delinqüente, correndo-se o risco de dilatar ao
infinito o esquema de incriminação, de forma que ponha em
perigo o próprio princípio da legalidade.];

(3) CRITÉRIO MISTO [Serve-se dos critérios anteriores. Busca-se


a correspondência formal com o tipo e o do plano do autor do
ilícito.];

ATENÇÃO!

Deve ser adotado o critério LÓGICO-FORMAL. Como já dissemos,


nosso sistema jurídico tem como um de seus princípios basilares o princípio
da reserva legal, pois só constitui crime o fato expressamente previsto em lei.
Logo, somente caracterizará início de execução (portanto, TENTATIVA
PUNÍVEL) o ATO IDÔNEO para a consumação do delito. O ato também
deve ser INEQUÍVOCO, de maneira que somente depois de iniciada a AÇÃO
IDÔNEA E INEQUÍVOCA, ou seja, o VERBO DO TIPO, é que terá início a
realização do fato definido no modelo incriminador. ATO IDÔNEO +
INEQUÍVOCO = VERBO DO TIPO.

FORMAS DE TENTATIVA

(1) IMPERFEITA [O agente não chega a praticar todos os atos de


execução do crime];

(2) PERFEITA [O agente PRATICA TODOS OS ATOS de


execução do crime];

(3) BRANCA ou INCRUENTA [A vítima NÃO É ATINGIDA,


nem vem a sofrer ferimentos. Pode ser PERFEITA ou
IMPERFEITA.];

(4) CRUENTA [A VÍTIMA É ATINGIDA, vindo a lesionar-se.


Pode ser PERFEITA e IMPERFEITA.];

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Atenção! Embora não haja distinção quanto à pena abstratamente
cominada no tipo o juiz deve levar em consideração a espécie de tentativa
no momento de dosar a pena, pois, quanto mais próxima da consumação,
menor será a redução (mais próxima de 1/3), e VICE-VERSA.

As INFRAÇÕES penais que NÃO admitem a TENTATIVA:

(1) Culposas;

(2) Preterdolosas;

(3) Contravenções penais;

(4) Crimes omissivos próprios (mera conduta);

(5) Habituais (não possível também o flagrante);

(6) Crimes que a lei só pune se ocorrer o resultado;

(7) Crimes que a lei pune a tentativa como delito consumado;


TEORIAS

(a) SUBJETIVA [Deve ser punido da mesma forma que o CRIME


CONSUMADO.];

(b) OBJETIVA ou REALÍSTICA [deve ser PUNIDA de FORMA


MAIS BRANDA que o CRIME CONSUMADO, porque
objetivamente produziu um MAL MENOR.];

Teoria ADOTADA: OBJETIVA.

CRITÉRIO DA REDUÇÃO DA PENA. 1/3 a 2/3. Quanto mais


próximo o agente chegar da consumação, menor será a redução, e vice-versa.
Observe-se que o critério para a redução da pena pela tentativa há de ser o
mesmo para todos os participantes nos delitos praticados em concurso de
agentes. Tais circunstâncias não são levadas em consideração no momento da
fixação do percentual redutor, mas tão-somente o ITER CRIMINIS
percorrido.

CRIME DOLOSO
O dolo é o elemento psicológico da conduta. O dolo é um dos
elementos do fato típico.

TEORIAS

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(a) DA VONTADE: Dolo Direto. Dolo é a vontade de praticar a
conduta e produzir o resultado;

(b) DA REPRESENTAÇÃO: é a possibilidade de realizar a


conduta, prevendo a possibilidade de produção do resultado;

(c) DO ASSENTIMENTO: é a vontade de realizar a conduta,


assumindo o risco da produção do resultado (Dolo Eventual).

Atenção! O CP adotou as teorias da VONTADE (art. 18, I –


primeira parte) e do ASSENTIMENTO (art. 18, I – segunda parte).

ELEMENTOS DO DOLO

(b) CONSCIÊNCIA [A consciência do autor deve referir-se a todos


os componentes do tipo, prevendo ele os dados essenciais dos
elementos típicos futuros, em especial o resultado e o processo
causal];

(c) VONTADE [Consiste em executar a ação típica];


ESPÉCIE DE DOLO

1. NATURAL: concebido como um elemento puramente


psicológico, desprovido de qualquer juízo de valor. Trata-
se de um simples querer, independentemente de o objeto da
vontade ser lícito ou ilícito, certo ou errado. DOUTRINA
FINALISTA adotou-o. Integra a CONDUTA e o FATO
TÍPICO. Não é elemento da culpabilidade, nem tem a
consciência da ilicitude como seu componente;

2. NORMATIVO: não basta que o agente queira realizar a


conduta, sendo também necessário que tenha a consciência
de que ela é ilícita, injusta, errada. Possui três elementos,
consciência, vontade e consciência da ilicitude. A TEORIA
CLÁSSICA adotou-o;

3. DIRETO ou DETERMINADO: é a vontade de realizar a


conduta e produzir o resultado. TEORIA DA VONTADE;

4. INDIRETO ou INDETERMINADO: o agente não quer


diretamente o resultado, mas aceita a possibilidade de
produzi-lo (dolo eventual), ou não se importa em produzir
este ou aquele resultado (dolo alternativo);

5. DE DANO: vontade de produzir uma LESÃO EFETIVA a


um bem jurídico;

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6. DE PERIGO [mera vontade de expor um bem a um PERIGO
DE LESÃO (CP, arts. 132, 133, etc...)];

7. GENÉRICO [A mera vontade de praticar o núcleo da ação


típica (o verbo do tipo), SEM qualquer FINALIDADE
ESPECÍFICA];

8. ESPECÍFICO [Vontade de realizar conduta visando a um fim


especial previsto no tipo. FINALIDADE ESPECIAL do
agente.];

9. GERAL [aberratio causae ou ERRO NA EXECUÇÃO]


[Quando o agente, após realizar a conduta, supondo já ter
produzido o resultado, pratica o que entende ser um
exaurimento; e, nesse momento, atinge a consumação];

TIPO PENAL NOS CRIMES CULPOSOS


CULPA é o elemento NORMATIVO da conduta. O tipo limita-
se a dizer “se o crime é culposo, a pena será de...”, não descrevendo como
seria a conduta culposa. A culpa NÃO está ESCRITA, nem ESPECIFICADA,
mas apenas PREVISTA GENERICAMENTE no tipo. A culpa decorre da
comparação que se faz entre o comportamento realizado pelo sujeito no plano
concreto e aquele que uma pessoa de prudência normal, mediana, teria
naquelas mesmas circunstâncias.

A CONDUTA NORMAL é aquela ditada pelo senso comum e


está prevista na norma, que nada mais é do que o mandamento não escrito
de uma conduta normal. Assim, se a conduta do agente afastar-se daquela
prevista na norma (que é normal), haverá a quebra do dever de cuidado e,
conseqüentemente, a culpa.

TIPO ABERTO significa que a conduta culposa não é descrita.

CRIMES MATERIAIS: É imprescindível a produção do


resultado naturalístico involuntário para seu aperfeiçoamento típico. NÃO
EXISTE CRIME CULPOSO DE MERA CONDUTA.

ELEMENTOS DO FATO TÍPICO CULPOSO

(a) Conduta (sempre voluntária);


(b) Resultado involuntário;

(c) Nexo causal;

(d) Tipicidade;

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(e) Previsibilidade objetiva;

(f) Ausência de previsão (cuidado: na culpa consciente inexiste


esse elemento);

(g) Quebra do dever de cuidado objetivo (por meio da


imprudência, negligência ou imperícia);

ANTENÇÃO! Para que o agente seja punido pelo delito


culposo é necessária a ocorrência de dois requisitos:

(1) previsibilidade objetiva;

(2) previsibilidade subjetiva (exclui-se a culpabilidade,


mas não o fato típico e ilícito).

PREVISIBILIDADE OBJETIVA

É a possibilidade de qualquer pessoa dotada de PRUDÊNCIA


MEDIANA prever o resultado. Assim, só é típica a conduta culposa quando
se puder estabelecer que o fato era possível de ser previsível pela perspicácia
comum, normal dos homens.

PREVISIBILIDADE SUBJETIVA

É a possibilidade que o agente, dadas as suas condições


peculiares, tinha de prever o resultado. Revelando apenas se o agente podia
ou não o ter feito.

Atenção! A AUSÊNCIA de previsibilidade subjetiva NÃO


EXCLUI a culpa. A conseqüência será a EXCLUSÃO DA
CULPABILIDADE, mas nunca da culpa. O fato será típico, porque houve
conduta culposa, mas o agente não será punido pelo crime cometido ante a
falta de culpabilidade.

INOBSERVÂNCIA DO DEVER DE CUIDADO OBJETIVO

• IMPRUDÊNCIA: Comportamento POSITIVO. Um agir


SEM CAUTELA NECESSÁRIA. O agente ATUA COM
PRECIPITAÇÃO, insensatez ou inconsideração, já por
não atentar para a lição dos fatos ordinários, já por não
perseverar no que a razão indica.

• NEGLIGÊNCIA: É culpa na sua forma OMISSIVA.


Consiste em DEIXAR DE TOMAR o CUIDADO
DEVIDO antes de começar a agir. Implica a abstenção
de um comportamento que era devido. Negligente é

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quem, podendo e devendo agir de determinado modo por
indolência ou preguiça mental, não age ou se comporta de
modo diverso.

• IMPERÍCIA: INAPTIDÃO TÉCNICA em profissão ou


atividade. Consiste na incapacidade, na falta de
conhecimento ou habilitação para o exercício de
determinado mister. Se, além da demonstração da falta de
habilidade, for ignorada pelo agente regra técnica
específica de sua profissão, haverá ainda aumento da pena,
sendo essa modalidade de imperícia ainda mais grave.

ESPÉCIE DE CULPAS “C PIMI”

• INCONSCIENTE [É a culpa SEM PREVISÃO. O agente


não prevê o que era previsível];

• CONSCIENTE [O agente PREVÊ O RESULTADO


embora não o aceite] Atenção! DOLO EVENTUAL [O
agente prevê o resultado, mas não se importa que ele
ocorra (“não importa”)] ≠ CULPA CONSCIENTE [O
agente, embora prevendo o que possa vir a acontecer, ele
repudia essa possibilidade (“é possível, mas não vai
acontecer de forma alguma”)]

• IMPRÓPRIA (por EXTENSÃO, por EQUIPARAÇÃO ou


por ASSIMILAÇÃO) [O agente, por erro de tipo
inescusável, supõe estar diante de uma causa de
justificação que lhe permita praticar, licitamente, um fato
típico. Há uma má apreciação da realidade fática, fazendo
o autor supor que está acobertado por causa de uma
exclusão da ilicitude. Todavia, como esse erro poderia
ter sido evitado pelo emprego de DILIGÊNCIA
MEDIANA, subsiste o comportamento culposo. Ação, em
si, é dolosa, mas o agente incorre em erro de tipo
essencial. No momento inicial da formação do erro,
configurou-se a culpa; a partir daí, no entanto, toda a
ação foi dolosa. Logo, há um pouco de dolo e um pouco
de culpa na atuação. CULPA (+) DOLO. Daí o nome,
“CULPA IMPRÓPRIA”.];

• PRESUMIDA [Sendo uma forma de


RESPONSABILIDADE OBJETIVA, já não é prevista na
legislação penal];

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• MEDIATA ou INDIRETA [É a que ocorre quando o
agente produz indiretamente um resultado a título de
culpa. Ex: Um motorista de ônibus que provoca uma
colisão com um poste, e um passageiro, desesperado,
desce correndo do veículo e acaba caindo e se
machucando; ou, ainda, de um assaltante que, após
assustar a vítima, faz com que ela fuja e acabe sendo
atropelada. Pressupõe: NEXO CAUSAL e NEXO
NORMATIVO]

GRAUS DE CULPA

Grave

Leve

Levíssima

Atenção! INEXISTE diferença para efeito de cominação abstrata


de pena.

COMPENSAÇÃO DE CULPAS. NÃO EXISTE em Direito


Penal. Todos respondem pelos eventos lesivos.

CULPAS nos delitos OMISSIVOS IMPRÓPRIOS: É possível a


ocorrência de crimes omissivos impróprios culposos.

PARTICIPAÇÃO NO CRIME CULPOSO

(a) É POSSÍVEL [Isto porque é possível definir qual a conduta


principal. Logo, quem matou é autor e quem auxiliou,
instigou ou induziu à conduta culposa é partícipe.];

(b) NÃO É POSSÍVEL [Visto que o tipo é aberto, ou seja, em


que não existe descrição de conduta principal, mas tão-
somente previsão genérica. É a mais aceita];

Atenção! Para os partidários da TEORIA DO DOMÍNIO DO


FATO, NÃO HÁ como sustentar o CONCURSO DE AGENTES no CRIME
CULPOSO, pois neste o agente não quer o resultado e, portanto, não há
como sustentar que ele detenha o controle final sobre algo que não deseja.
Para os que adotam a TEORIA RESTRITIVA DA AUTORIA, é possível
autoria e PARTICIPAÇÃO NO CRIME CULPOSO, sendo suficiente
detectar o verbo do tipo (ação nuclear) e considerar autor quem o realizou
e partícipe aquele que concorreu de qualquer modo, sem cometer o núcleo
verbal da ação.

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CRIME PRETERDOLOSO

É ESPÉCIE do crime qualificado pelo resultado.

CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO é aquele em que


o legislador, após descrever uma conduta típica, com todos os seus
elementos, acrescenta-lhe um resultado, cuja ocorrência acarreta um
agravamento da sanção penal.

DUAS ETAPAS

(a) FATO ANTECEDENTE. Prática de um CRIME


COMPLETO, com todos os seus elementos;

(b) FATO CONSEQÜENTE. Produção de um RESULTADO


AGRAVADOR, além daquele que seria necessário para a
consumação.

Atenção! Na primeira parte, há um CRIME PERFEITO e


acabado, praticado a título de dolo ou culpa, ao passo que, na segunda, um
RESULTADO AGRAVADOR produzido dolosa ou culposamente acaba por
tipificar um delito mais grave.

UM SÓ CRIME. Trata-se de CRIME COMPLEXO. É um único


delito, que resulta da fusão de duas ou mais infrações autônomas.

ESPÉCIES

(a) DOLO no antecedente e DOLO no conseqüente. O agente


quer produzir tanto a CONDUTA quanto o resultado
AGRAVADOR. Ex: marido que espanca a mulher até
alcançar seu intento, provocando-lhe deformidade
permanente. É POSSÍVEL A TENTATIVA.

(b) CULPA no antecedente e CULPA no conseqüente. O


agente pratica uma conduta culposamente e, além desse
resultado culposo, acaba produzindo outros, também a título
de culpa. Ex: no incêndio culposo se sobrevier alguma
morte, o agente responderá a título de culpa.

(c) CULPA no antecedente e DOLO no conseqüente. O


agente, após produzir um resultado por imprudência,
negligência ou imperícia, realiza uma conduta dolosa
agravadora. Ex: o motorista que, após atropelar um pedestre,
ferindo-o, foge, omitindo-lhe socorro. É POSSIVEL A
TENTATIVA.

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(d) Conduta DOLOSA e resultado agravador CULPOSO
(Preterdolo). O agente quer praticar um crime, mas acaba
excedendo-se e produzindo culposamente um resultado mais
gravoso do que o desejado. É IMPOSSÍVEL A
TENTATIVA. Isso porque o resultado agravador não era
desejado, e não era desejado, e não se pode tentar produzir
um evento que não era querido.

CRIME PRETERDOLOSO ≠ CRIME QUALIFICADO PELO


RESULTADO

É ESPÉCIE de Crime Qualificado pelo Resultado. É o GÊNERO do qual o crime


preterdoloso é espécie.

Atenção!

O LATROCÍNIO NÃO é necessariamente preterdoloso


(resultado agravador culposo), já que a morte pode resultar de dolo,
havendo este tanto no antecedente como no conseqüente. Quando a MORTE
FOR ACIDENTAL (culposa), porém, o LATROCÍNIO SERÁ
PRETERDOLOSO, caso em que a tentativa não será possível.

LESÕES CORPORAIS DE NATUREZA GRAVE OU


GRAVÍSSIMA. Trata-se de crime qualificado pelo resultado, mas não
necessariamente preterdoloso, do mesmo modo que o latrocínio. Por isso, É
POSSÍVEL a TENTATIVA de lesão corporal grave ou gravíssima.

NEXO ENTRE CONDUTA E O RESULTADO


AGRAVADOR. Não basta a existência de NEXO CAUSAL entre conduta e o
resultado é também necessário o NEXO NORMATIVO; pois, sem o NEXO
NORMATIVO, o agente não responde pelo excesso não querido.

TENTATIVA em CRIME PRETERDOLOSO É


IMPOSSÍVEL, já que o resultado agravador não era desejado, e não se pode
tentar produzir um evento que não era querido. Todavia, no CRIME
QUALIFICADO PELO RESULTADO em que houver dolo no antecedente e
dolo no conseqüente, será POSSÍVEL A TENTATIVA, pois o resultado
agravador também era visado.

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