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2011 – Língua Portuguesa

ROMANTISMO

O início do movimento romântico remonta ao final do séc XVIII e


princípio do séc. XIX.
Predominio da poesia popular sobre a erudita ou clássica

Professora: Lilian Lima de Mello


2º Ano – Ensino Médio
As revoluções Burguesas mudam o perfil da
sociedade européia no início do séculoXIX.
• Revolução Francesa e Revolução Industrial
• O nasceimento do Cidadão
• Independencia dos Estados Unidos
• Queda do Antigo Regime
• Capitalismo como novo sistema econômico

O termo Romantismo faz referência à estética definida pela expressão da


imaginação, das emoções e da criatividade individual do artista.
Representa uma ruptura nos padrões clássicos de beleza.
ROMANTISMO ARCADISMO
Predomínio da emoção Predomínio da razão
Subjetivismo Objetivismo
Nacionalismo Universalismo; nativismo
Maior liberdade formal Maior contentação formação
Vocabulário e sintaxe mais brasileiros Vocabulário e sintaxe com influencia
lusitana
Gosto pelas redondilhas Gosto pelo decassílabo e pelo soneto
Valorização da cultura popular Imitação da cultura clássica e grego-
latina
Natureza mais real, que interage com Natureza como pano de fundo para
o eu lírico idílios amorosos
Sentimentalismo; estados de almoa Busca de equilíbrio, racionalismo
tristes e melancólicos
Romantismo - Pintura

Mulher sensual que simboliza a


liberdade, os corpos lembram que
o movimento transformador do
cenário social europeu custou a
vida de muitos cidadãos
parisienses.

Delacroix, A liberdade guiando o povo, 1830


Romantismo - Música
• Quinta Sinfonia de Bethoven
• “Todo amor que houver nessa vida” – Barão
Vermelho
• “Você é linda” – Caetano Veloso
ROMANTISMO
• A rigor a origem do Romantismo é alemã (com
Goethe, os irmãos Schelegel e Klopstock) e
inglesa (com Walter Scott e Byron), mas a
França fou sua grande propagadora, devido à
atmosféra legada pela REVOLUÇÃO
FRANCESA, que promove a liberdade do
indivíduo, rejeita o absolutismo e dá
importância à burguesia
Revolução Francesa
Ideal de Liberdade, Igualdade, Fraternidade
A origem do Romantismo
Alemanha França Inglaterra
Goethe os irmãos Chateaubriand Walter Scott
Schlegel Klopstock
Mme. De Stael Lord Byron

Portugal
Garret
Herculano
Castilho

Brasil
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
José de Alencar
O Romantismo – Temas e Interesses
• Nacionalismo – valorização de temas nacionais, do folclore, da
cor local, do passado histórico, mítico e lendário.
• Na Europa – os europeus redescobriram a Idade Média – raiz das
nacionalidades européias.
• Novo Mundo – o índio passou a significar o mesmo que o
cavaleiro medieval.
• Religiosidade – impregnação religiosa, a redescoberta das fontes
bíblicas. Coexistem no mesmo espaço literário, a contradição
religiosa de um Gonçalves de Magalhães, e o satanismo de Alvarez
de Azevedo.
• Ilogismo – A exacerbação do subjetivismo, a instabilidade
emocional, traduzida em atitudes antitéticas e paradoxais.
• Idealização da Mulher – Quase sempre convertida em anjo,
figura poderosa e inatingível.
Aspectos Estilísticos
Liberdade de criação e despreocupação
com a forma
• Abandonam as formas fixas (são raros os sonetos, odes,
oitavas, etc.)
• Abandonam as rimas, valorizando o verso branco.
• Abandonam a sistematização – como na epopéia clássica,
comédia, tragédia.
• Renovação e enriquecimento da língua com a
incorporação de neologismos.
• Predomínio da metáfora
• Sinestesia e prosopopéia
Romantismo em Portugal
Em Portugal, o Romantismo é a estética literária
que dá início à chamada Era Moderna ou
Romântica. Didaticamente, o Romantismo
Português tem início em 1825, com a
publicação do poema Camões de Almeida
Garrett e permanece no cenário literário até as
primeiras atitudes de rebeldia de um grupo de
estudantes de Coimbra, 1865, – na famosa
Questão Coimbrã que abre caminho para um
novo movimento: o Realismo.
Primeira Geração Romantica
• Caracteriza-se pelo empenho de seus integranes
emimplantar o Romantismo no país; pelo
emprego de alguns procedimentos clássicos
ainda não superados; pelo nacionalismo e pelas
preocupações históricas e politicas.

• Subjetivismo, medievalismo, idelização da


mulher, do amor, da natureza, são notadas,
embora não sejam específicas desta geração.
Principais Escritores
• Almeida Garrett (1799-1854)– Em busca das raízes nacionais
• O escritor e político João Baptista da Silva Leitão de Almeida
Garrett foi fortemente influenciado pelo escritor neoclássico Filinto
Elísio. Em 1820 participou, como líder da classe estudantil, da
Revolução Liberal.
Em 1821, após concluir o curso de Direito na Faculdade de Coimbra,
publicou o poema "Retrato de Vênus" e depois foi processado por
obscenidade. Após o golpe de 1822, no qual o liberalismo foi
derrotado, Garret partiu para o exílio na Inglaterra, de onde
regressou somente em 1826. Durante o exílio Garret, influenciado
pelas obras de Walter Scott e Lord Byron, compôs os poemas
"Camões" e "Dona Branca". Essas obras foram publicadas em 1824 e
são consideradas o marco inicial do Romantismo em Portugal.
Garret voltou a Portugal em 1832 integrando o exército de D. Pedro
no cerco à cidade do Porto. Entre 1833 e 1836, foi cônsul geral na
Bélgica.
• Após a Revolução de Setembro foi encarregado de
organizar um plano de um teatro nacional, que veio
a promover.
Em 1851 recebeu o título de Visconde de Almeida
Garrett. Da sua vasta obra literária destacam-se a
peça de teatro "Frei Luís de Sousa" (1844), o
romance "Viagens da Minha Terra" (1846) e a
coletânea de poemas líricos "Folhas Caídas" (1853).

Suas obras apresentam traços da tradição clássica,


como formalismo, vocabulário culto, racionalismo,
contenção das emoções.

• Sua obra Camões (1825), marcou a introdução do


Romantismo em Portugal.
• Poesia – partindo de poemas político-
ideológicos o poéta só atingiu a sua maturidade
romântica no gênero lírico quando contava
aproximadamente com 50 anos. Depois de dois
casamentos, viveu uma nova e profunda paixão
então retomou a poesia e criou suas melhores
obras poéticas:

Flores sem fruto (1845)


Folhas caídas (1853)
• Prosa
Arco de Santana (1845-1850)– Histórica
Viagens na minha terra (1846)– Contemporânea
Nasceu de uma viagem que Garrett fez a
Santarém, a convite de um político. A obra
concilia o relato de viagens com comentários
sobre os mais diferentes temas, ao mesmo
tempo que traça um rico retrato da vida social
portuguesa à época do miguelismo. Nela está
inserida uma história de amor entre Joaninha e
seu primo Carlos.
• Teatro – Produziu várias peças
Catão (1822)
Mérope (1841)
Um auto de Gil Vicente (1842)
Frei Luís de Sousa (1844) – considerada sua
obra-prima do teatro português.
Garrett aborda um tema histórico de grande
percurssão na vida cultural portuguesa: O
desaparecimento e a volta de um nobre da
guerra de Alcácer-Quibir, onde também
desapareceu o rei D. Sebastião.
• Alexandre Herculano (1810-1877) – O Romance
Histórico

Foi na prosa de ficção que Alexandre deixou sua maior


contribuição.
O escritor e historiador Alexandre Herculano envolveu-
se nas lutas liberais e, por isso, foi mandado para o exílio
na França em 1831. No ano seguinte partiu para a
Inglaterra e regressou a Portugal integrando o exército
de D. Pedro no cerco à cidade do Porto.

Em 1833 assumiu as funções de segundo bibliotecário na


Biblioteca Pública do Porto. Em 1836 foi para Lisboa e
passou a dirigir a revista "O Panorama", principal
veículo de divulgação do Romantismo em Portugal.
Ainda nesse ano, publicou "A Voz do Profeta".
• Em 1839 assumiu a função de diretor da Real Biblioteca
da Ajuda. Entre 1850 e 1860, exerceu grande atividade
jornalística e política e, a partir de 1867, foi para a
Quinta de Vale de Lobos (Santarém), onde dedicou-se
quase que exclusivamente às suas propriedades

• A sua obra literária é muito extensa. Como historiador


destacam-se "A História de Portugal" (1853) e a
"História e Origem da Inquisição em Portugal" (1859).
Ele escreveu ainda contos e novelas que foram reunidos
na obra "Lendas e Narrativas (1851).

Entre nós, brasileiros, Alexandre Herculano ficou mais


conhecido por suas narrativas históricas, dentre as quais
destacam-se "O Monge de Cister" (1841), "O Bobo"
(1843) e "Eurico, O Presbítero" (1844), esta considerada
a sua obra prima.
Exercícios
Os Cinco Sentidos
Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
São belas - bem o sei, essas estrelas,
Mil cores - divinais têm essas flores; E eu tenho fome e sede... sequiosos,
Mas eu não tenho, amor, olhos para elas: Famintos meus desejos
Em toda a natureza Estão... mas é de beijos,
Não vejo outra beleza É só de ti - de ti!
Senão a ti - a ti!
Macia - deve a relva luzidia
Divina - ai! sim, será a voz que afina Do leito - ser por certo em que me deito.
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa. Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
será; mas eu do rouxinol que trina Sentir outras carícias,
Não oiço a melodia, Tocar noutras delícias
Nem sinto outra harmonia Senão em ti! - em ti!
Senão a ti - a ti!
A ti! ai, a ti só os meus sentidos
Respira - n'aura que entre as flores gira, Todos num confundidos,
Celeste - incenso de perfume agreste, Sentem, ouvem, respiram;
Sei... não sinto: minha alma não aspira, Em ti, por ti deliram.
Não percebe, não toma Em ti a minha sorte,
Senão o doce aroma A minha vida em ti;
Que vem de ti - de ti! E quando venha a morte,
Será morrer por ti.
1 – No poema, ganham destaque os sentidos
humanos. Identifique esses sentidos, na ordem
que aparecem no texto.

“Para o poeta romântico, as formas naturais com que ele dialoga, e


que falam à sua alma, falam-lhe de alguma outra coisa; falam-lhe
do elemento espiritual que se traduz nas coisas [...]
(Apud J. Guinsgurg, org. O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1978. p.65).

2 – Embora o eu lírico fale da natureza, qual é, na


verdade, o tema central do poema em estudo?
3 – Releia a última estrofe do poema e indique
nela ao menos duas características marcantes
românticas.
A segunda geração romântica
• Essa geração representa a maturidade do
movimento romântico, ao mesmo tempo que
prenuncia a sua superação, em vista da presença
de características realistas na produção literária
de seus integrantes

Mal do século – pessimismo e negativismo


existencial, mórbido
Sentimentalismo excessivo
Principais Escritores
• Camilo Castelo Branco (1825 - 1890) – O mestre da
novela passional
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco teve uma vida
que pode ser confundida com uma de suas próprias
novelas, ou seja, uma vida dramática e tão cheia de
atribulações que chega a espelhar as histórias que
escreveu.
Nascido em Lisboa a 16 de Março de 1825, na freguesia
dos Mártires, Camilo ficou órfão de mãe aos dois anos e
de pai aos dez, passando a ser criado por uma tia e uma
irmã. Aos 16 anos casou-se com Joaquina Pereira e, dois
anos depois, em 1843, matricula-se na Faculdade de
Medicina, porém, não conclui o curso. A partir de 1848,
passa a viver do jornalismo e a freqüentar a boêmia.
Quando completa 21 anos, rapta Patrícia Emília e vai viver
com ela na cidade do Porto. Logo depois é acusado e preso por
bigamia. Depois de conseguir a liberdade, Camilo tem alguns
amores passageiros até encontrar, por volta de 1856, Ana
Plácido, a "mulher de sua vida".

Essa nova relação amorosa, no entanto, não é nada tranqüila,


uma vez que Ana é casada com Pinheiro Alves, um rico
comerciante local. Na impossibilidade de concretizar o seu
amor, Camilo busca refúgio na religião e ingressa no
Seminário do Porto.

Porém passa a ter um caso amoroso com a freira Isabel


Cândida. Camilo permanece nesse seminário por dois anos e,
depois de tentar o suicídio, consegue viver junto à sua amada,
que abandona o marido para viver com o escritor.

Logo depois o casal é preso pelo crime de adultério. Os dois


são julgados, absolvidos e vão morar em Lisboa.
Camilo e Ana têm dois filhos com problemas de
saúde e, por isso, enfrentam sérios problemas
financeiros. Para garantir a sobrevivência da
família, Camilo passa a escrever por encomenda,
tornando-se o primeiro escritor português a
viver exclusivamente da literatura.

Em 1888 Ana e Camilo finalmente se casam.


Ainda nesse ano o escritor começa a sentir os
primeiros sintomas de cegueira, causada por
uma sífilis crônica. Em 1890, a novela da vida de
Camilo chega ao fim. Ele suicida-se com um tiro
de pistola em 1º de junho.
• Dentre a vasta obra composta por Camilo
Castelo Branco podemos encontrar novelas de
terror, satíricas, históricas e as passionais. Essas
últimas compõem o gênero que mais caracteriza
o ultra-romantismo português. Nelas são
apresentadas personagens que, devido os
obstáculos encontrados para a realização do
amor, tornam-se verdadeiros mártires desse
sentimento. As obras que merecem maior
destaque são:

• "Amor de Perdição" (1862);


"O Irônico Coração" (1862);
"Cabeça e Estômago" (1862); e
"Amor de Salvação" (1864)
• Júlio Diniz: o último sopro romântico

Júlio Diniz é o pseudônimo de Joaquim


Guilherme Gomes Coelho (1839-1871), filho de
um português com uma inglesa. Médico, ligou-se
à burguesia do Porto e dedicou-se a leitura de
grandes romancistas ingleses.
• Demonstra características do realismo
• As pupilas do senhor reitor – obra mais
conhecida
Exercícios
1)(FUVEST-SP) Qual o autor considerado o mestre da novela passional
portuguesa? Indique o século e o movimento literário em que se situa a
obra.

2(FUVEST-SP)Texto para as questões 2 e 3:


“O pacto feito por ele com os árabes não tardou a ser por mil modos violado, e
o ilustre guerreiro teve de se arrepender, mas já debalde, por haver deposto
a espada aos pés dos infiéis, em vez de pelejar até à morte pela liberdade.
Fora isto o Pedágio preferira, e a vitória coroou o seu confiar no esforço dos
verdadeiros godos e na piedade de Deus”.
Qual das características abaixo está presente no texto?

a) Retomada dos valores medievais.


b) Denúncia de males sociais.
c) Despreocupação formal.
d) Análise psicopatológica.
e) Aproveitamento da mitologia clássica.

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