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XAM02 –Eletrônica Digital

XD201 – Eletrônica Digital

Teoria, Caderno de Experiências e Manual

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Santa Rita do Sapucaí
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Revisão Principais Autores Descrição da Versão Data de Término


- Marcelo Martins Maia do Couto
1 Versão Inicial 20/03/2007
- José Domingos Adriano
21/01/2008
2 - Frederico Leite Caputo Versão Módulo 2
Integração do Material e
3 - Raquel Mendes Moreira 06/01/2009
adequação ao novo formato

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ÍNDICE PÁGINA

Introdução .............................................................................................................................................. 8
Curso de eletrônica digital ..................................................................................................................... 9
1 Introdução à eletrônica digital ................................................................................................... 10
1.1 Diferenciações entre analógico e digital.............................................................................. 10
1.1.1 Rampa versus escada................................................................................................... 10
1.1.2 Voltímetro analógico versus voltímetro digital........................................................... 11
1.2 Vantagens da eletrônica digital ........................................................................................... 11
2 Sistemas de numeração e conversões ........................................................................................ 13
2.1 Sistema de numeração decimal ........................................................................................... 13
2.2 Sistema de numeração binária ............................................................................................ 14
2.2.1 Conversão entre os sistemas binário e decimal ........................................................... 16
2.3 Sistema de numeração hexadecimal ................................................................................... 17
2.3.1 Conversão entre os sistemas binário e hexadecimal ................................................... 18
2.3.2 Conversão entre os sistemas hexadecimal e decimal .................................................. 20
3 Algebra de Boole....................................................................................................................... 21
3.1 Introdução ........................................................................................................................... 21
3.2 Níveis lógicos........................................................................................................................ 22
3.3 Elementos lógicos básicos ................................................................................................... 23
3.3.1 Função lógica NÃO (NOT) ou Inversora.................................................................... 24
3.3.2 Função lógica E (AND) .............................................................................................. 25
3.3.3 Função lógica OU (OR) .............................................................................................. 26
3.3.4 Função NÃO-E (NAND) ............................................................................................ 27
3.3.5 Função NÃO-OU (NOR) ............................................................................................ 29
3.3.6 Função OU-EXCLUSIVO (XOR) .............................................................................. 30
3.3.7 Função NÃO-OU-EXCLUSIVO ou coincidência ...................................................... 31
3.4 Propriedades das operações lógicas .................................................................................... 32
3.4.1 Representações ............................................................................................................ 32
3.4.2 Exemplos de simplificação das equações lógicas ....................................................... 34
3.4.3 Fazendo tudo com portas NÃO-E (NAND) ................................................................ 37
3.5 Mapa de Karnaugh............................................................................................................... 38
3.5.1 Introdução ................................................................................................................... 38
3.5.2 Endereçamento de um mapa de Karnaugh .................................................................. 38
3.5.3 Mapa de Karnaugh de três variáveis ........................................................................... 40
3.5.4 Mapa de Karnaugh de quatro variáveis ....................................................................... 42
3.6 Conclusão ............................................................................................................................. 43
4 Família de circuitos lógicos digitais .......................................................................................... 45
4.1 Família RTL (Resistor-Transistor Logic) e DTL (Diode-transistor Logic) ............................... 46
4.1.1 O transistor como chave eletrônica ............................................................................. 46
4.1.2 Usando a família DTL................................................................................................. 48
4.1.3 Melhorando o desempenho ......................................................................................... 49
4.2 Família TTL ........................................................................................................................... 50
4.2.1 Algumas características da família TTL ..................................................................... 53
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4.2.2 Circuitos integrados TTL ............................................................................................ 60


4.3 Família CMOS ....................................................................................................................... 64
4.3.1 Aplicações digitais ...................................................................................................... 65
4.3.2 Algumas características da família CMOS: ................................................................ 67
4.3.3 Circuitos integrados CMOS ........................................................................................ 68
4.3.4 A Função tri-state do 4048 .......................................................................................... 70
4.4 Interfaceamento entre as famílias TTL e CMOS .................................................................. 70
4.4.1 A saída TTL deve excitar a entrada CMOS ................................................................ 71
4.4.2 CMOS excitando uma entrada TTL ............................................................................ 72
5 Circuitos lógicos combinatórios ................................................................................................ 73
5.1 Passos para montagem de um circuito combinacional ....................................................... 74
5.1.1 Determinação das variáveis de entrada e saída: .......................................................... 74
5.1.2 Identificação do problema ........................................................................................... 74
5.1.3 Determinação das equações lógicas simplificadas ...................................................... 75
5.1.4 Quais componentes comerciais podem ser utilizados ................................................. 80
5.1.5 Desenhar o circuito final ............................................................................................. 81
6 Multiplexadores e codificadores ............................................................................................... 83
6.1 Codificadores/Decodificadores............................................................................................ 83
6.1.1 Decodificador de n para 2n linhas. .............................................................................. 83
6.1.2 Decodificador BCD para sete segmentos .................................................................... 85
6.1.3 Codificador.................................................................................................................. 87
6.2 Multiplexadores/Demultiplexadores ................................................................................... 89
6.2.1 Demultiplexador ou DEMUX ..................................................................................... 89
6.2.2 Multiplexadores ou MUX ........................................................................................... 89
6.2.3 Multiplexadores e demultiplexadores analógicos ....................................................... 91
7 Circuitos Aritméticos ................................................................................................................ 93
7.1 Meio somador (half adder) e somador completo (full adder)............................................. 93
7.1.1 Somador paralelo tipo ripple carry ............................................................................. 96
7.2 Somador/Subtrator.............................................................................................................. 97
7.3 Comparador de magnitude.................................................................................................. 99
7.4 Unidade lógica aritmética .................................................................................................. 101
8 Circuitos Seqüenciais – Flip-flop’s ......................................................................................... 103
8.1 Flip-Flop RS ........................................................................................................................ 103
8.2 Flip-Flop RS com clock e mestre-escravo........................................................................... 106
8.3 O flip-flop JK Mestre-Escravo............................................................................................. 110
8.4 O flip-flop tipo D ................................................................................................................ 112
8.5 O flip-flop tipo T ................................................................................................................. 113
8.6 Transformando flip-flop’s .................................................................................................. 114
8.7 Flip-flop’s nos Computadores ............................................................................................ 115
9 Contadores .............................................................................................................................. 117
9.1 Contador assíncrono .......................................................................................................... 118

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9.2 Contagem programada ou contagem com armadilha ....................................................... 120


9.3 Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos) .......................................................... 123
9.4 Contadores síncronos ........................................................................................................ 124
10 Registradores de deslocamento ............................................................................................... 126
10.1 Tipos de registradores de deslocamento ...................................................................... 128
10.1.1 SISO - Serial-in/Serial-out:................................................................................... 128
10.1.2 PISO - Parallel-in/Serial-out ................................................................................. 128
10.1.3 SIPO - Serial-In/Parallel-out ................................................................................. 129
10.1.4 PIPO - Parallel-in/Parallel-out .............................................................................. 129
11 Conversores Analógico/Digital e Digital/Analógico .............................................................. 131
11.1 Conversor D/A ............................................................................................................... 131
11.1.1 Conversor D/A Simples ........................................................................................ 131
11.1.2 Conversor D/A R-2R ............................................................................................ 132
11.2 Conversor A/D ............................................................................................................... 133
11.2.1 Quantização .......................................................................................................... 133
11.2.2 Taxa de Amostragem ............................................................................................ 135
11.2.3 Linearidade ........................................................................................................... 135
11.2.4 Desenvolvimento .................................................................................................. 136
11.2.5 Aplicação .............................................................................................................. 138
11.2.6 Conversor A/D genérico ....................................................................................... 140
11.2.7 Conversor A/D de rampa digital ........................................................................... 141
11.2.8 Conversor A/D por aproximação sucessiva .......................................................... 142
11.2.9 Conversor A/D Flash ............................................................................................ 143
12 Buffer´s, latch´s e barramentos ............................................................................................... 145
12.1 Barramento ................................................................................................................... 145
12.2 Buffer ............................................................................................................................. 145
12.3 Latch .............................................................................................................................. 146
13 Memórias ................................................................................................................................ 147
13.1 Introdução ..................................................................................................................... 147
13.2 Memória volátil ............................................................................................................. 147
13.2.1 Memória volátil dinâmica ..................................................................................... 147
13.2.2 Memória volátil estática........................................................................................ 148
13.3 Memória não volátil ...................................................................................................... 148
13.4 Estrutura e endereçamento .......................................................................................... 149
Glossário .......................................................................................................................................... 152
Apêndice A - Componentes da família TTL.................................................................................... 153
CADERNO DE EXPERIÊNCIAS ..................................................................................................... 159
1 Aula Teórica - Fundamentos ................................................................................................... 160
2 Aula prática – Portas Lógicas.................................................................................................. 162
3 Aula prática - Codificadores ................................................................................................... 166
4 Aula prática - Decodificadores................................................................................................ 168

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5 Aula prática – Conversor BCD para 7 Segmentos .................................................................. 170


6 Aula prática – Multiplex/Demultiplex .................................................................................... 172
7 Aula prática – Modulo ALU Comp. Magnitude ..................................................................... 174
8 Aula prática – Flip-flop’s ........................................................................................................ 177
9 Aula prática – Contadores Assíncronos com Flip-Flop .......................................................... 181
10 Aula prática - Contador Assíncrono Integrado ....................................................................... 183
11 Aula prática - Contador Gray .................................................................................................. 185
12 Aula prática – Shift Register ................................................................................................... 187
13 Aula prática – Conversor Digital Analógico (D/A) ................................................................ 189
14 Aula prática – Conversor Analógico Digital (A/D) ................................................................ 192
15 Aula prática – Barramento ...................................................................................................... 195
16 Aula prática - Memória ........................................................................................................... 197
MANUAL DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO .............................................................................. 199
1 Introdução ............................................................................................................................... 200
2 Conteúdo do Kit: ..................................................................................................................... 202
2.1 Conteúdo do CD ................................................................................................................. 202
3 Instalações ............................................................................................................................... 203
3.1 Instalação do Hardware ..................................................................................................... 203
4 Hardware ................................................................................................................................. 205
4.1 Modulo da fonte ................................................................................................................ 205
4.2 Módulo dos potenciômetros ............................................................................................. 205
4.3 Módulo de chaves .............................................................................................................. 205
4.4 Módulo gerador de pulsos ................................................................................................. 206
4.5 Módulo de relés ................................................................................................................. 206
4.6 Módulo gerador de freqüência .......................................................................................... 207
4.7 Módulo de Leds ................................................................................................................. 207
4.8 Banco de capacitores ......................................................................................................... 207
4.9 Chaves BCD ........................................................................................................................ 207
4.10 Módulo de display ......................................................................................................... 207
5 Módulos .................................................................................................................................. 209
5.1 XDM01 – Portas lógicas ..................................................................................................... 210
5.2 XDM02 - Encoder e Decoder............................................................................................. 211
5.2.1 ENCODER ................................................................................................................ 211
5.2.2 DECODER ................................................................................................................ 212
5.3 XDM03 – Registro de deslocamento/decodificador 7 segmentos .................................... 213
5.3.1 REGISTRO DE DESLOCAMENTO ....................................................................... 213
5.3.2 DECODIFICADOR BCD / 7 SEGMENTO ............................................................. 214

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5.4 XDM04 – ALU e Comparador de magnitude...................................................................... 215


5.5 XDM05 – Contadores ......................................................................................................... 216
5.6 XDM06 - Buffer e Latch ..................................................................................................... 217
5.7 XDM07 – Flip-Flop.............................................................................................................. 219
5.7.1 MÓDULO FLIP FLOP ............................................................................................. 219
5.8 XDM08 – Multiplexador / Demultiplexador ...................................................................... 220
5.8.1 MUX ......................................................................................................................... 220
5.8.2 DEMUX .................................................................................................................... 221
5.9 XDM09 – ADC e DAC .......................................................................................................... 222
5.9.1 ADC .......................................................................................................................... 222
5.9.2 DAC .......................................................................................................................... 223
5.10 XDM10 – Memória ........................................................................................................ 224
5.11 XDM11 ........................................................................................................................... 225
6 Resolvendo Problemas ............................................................................................................ 226
6.1 Errata ................................................................................................................................. 226
6.1.1 XDM01 ..................................................................................................................... 226
6.1.2 XDM02 ..................................................................................................................... 226
6.1.3 XDM09 ..................................................................................................................... 226
6.2 Suporte Técnico ................................................................................................................. 226
7 Garantia ................................................................................................................................... 226

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Introdução
\

Uma caminhada de 200 km sempre começa com um simples passo.


(Provérbio chinês)

Procuremos acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão.


(Provérbio chinês)

Este material didático tem como função guiar o aluno durante todo o curso de eletrônica
digital básica implementado pelo Kit de eletrônica digital desenvolvido pela Exsto Tecnologia
(www.exsto.com.br). Este Kit trata das principais aplicações de circuitos digitais, que vão desde o
conhecimento de sistemas de numeração e portas lógicas, até a formação de sistemas complexos
utilizando componentes integrados compostos de várias portas lógicas.

Temos o propósito de explorar os conceitos abordados e imediatamente prover a integração


do aluno com o prazer da prática, tornado seu aprendizado mais interessante e consistente. Todo o
conteúdo teórico aqui abordado é acompanhado de experiências práticas, fomentando a vontade do
aluno e aplicar o conhecimento de forma imediata, permitindo que ele possa criar a partir dos
conhecimentos adquiridos.

Em toda apostila foi adotada uma forma de trabalho que permite o aluno visualizar os
conteúdos teóricos seguido de exercícios práticos e propostos. Eles estão dispostos no caderno de
exercícios no final da apostila, permitindo que o aluno possa desenvolver seu pensamento em torno
do tema recém abordado.

A apostila é dividida em dez unidades: A unidade um trata de diferenças entre os termos


“analógico” e “digital”. A unidade dois trata dos conceitos básicos de bases e as conversões entre
elas. A unidade três trata do conceito elétrico de portas lógicas e seu funcionamento. A unidade
quarto visa o entendimento das famílias lógicas TTL, CMOS e as conexões entre dispositivos elas. A
unidade cinco fala sobre os conceitos da lógica combinacional e suas propriedades. A unidade seis
trata do uso das portas lógicas como multiplexadores e decodificadores. A unidade sete de alguns
circuitos aritméticos, como os somadores. A unidade oito trata de a utilização dos circuitos lógicos
seqüenciais. A unidade nove trata de elementos lógicos contadores síncronos e assíncronos e
finalmente a unidade dez aborda o funcionamento dos registradores de deslocamento e suas
aplicabilidades.

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Curso de eletrônica
digital

A morte do homem começa no instante em que ele


desiste de aprender.

- Albino Teixeira

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1 Introdução à eletrônica digital

O campo da eletrônica atualmente se divide em diversas áreas de atuação como as áreas


da elétrica, de telecomunicações e aeroespaciais, por exemplo. Contudo, podemos ainda dividir a
eletrônica em duas grandes idéias que certamente quase todos, já ouviram falar:

1. Eletrônica Analógica;
2. Eletrônica Digital.

O conteúdo desta apostila é estudar de forma concisa os conceitos de eletrônica digital,


entendendo ao longo do conteúdo quais são as capacidades destes conceitos e da implementação
dos mesmos para a resolução de problemas.

1.1 Diferenciações entre analógico e digital


Podemos começar a análise destas diferenciações através da seguinte pergunta: Quais são
os parâmetros utilizados para definir um equipamento com digital ou defini-lo como analógico?
Nos dias de hoje são encontrados diversos equipamentos com denominações Digital ou
Analógico, mas na maioria das vezes esta denominação é dada pelos próprios fabricantes, então
como podemos distinguir o que é analógico e o que é digital?

Para responder a primeira pergunta, temos que antes verificar as diferenciações, definir o
que é ANALÓGICO e o que é DIGITAL. Para isso vamos tomar alguns exemplos:

1.1.1 Rampa versus escada

Figura 1.1. Rampa versus escada.

Tomando por base a figura da esquerda, vemos que se um objeto estiver no meio da
rampa e este objeto “caminhar” para um ponto mais baixo ou para o ponto mais alto, ele poderá
assumir qualquer uma das infinitas posições de altura entre a posição central e o caminho
tomado. Ao analisarmos a escada podemos ver que o comportamento não é da mesma forma,
pois o objeto só poderá estar em um dos degraus, tendo que, para alcançar os demais degraus terá
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uma variação grande de altura. Sendo assim, podemos dizer, salvo os elementos rudimentares de
comparação, que a rampa está para o analógico, assim como a escada está para o digital.

1.1.2 Voltímetro analógico versus voltímetro digital

Semelhante ao exemplo anterior, podemos verificar que no voltímetro analógico o valor


indicado pelo ponteiro pode ocupar infinitas posições entre o inicio e o fim da escala. Já no
voltímetro digital os valores exibidos na tela são discretos, significando que existe um número
finito de valores entre o maior e o menor valor.
Analisando os dois exemplos, concluímos que a classificação analógica deve ser dada a
qualquer equipamento que apresentar infinitas saídas entre dois pontos preestabelecidos, em
contra partida, todo equipamento que apresentar finitas saídas será dito digital.
Considerando a primeira pergunta feita no inicio, poderíamos dizer que cientificamente
um dispositivo é analógico quando sua saída é uma função com elementos contínuos e podemos
dizer que o equipamento é digital quando a saída for composta por uma função discreta.
Por exemplo, quando ajustamos à intensidade de uma lâmpada incandescente, usando o
botão giratório, você terá infinitas posições para escolher através do tempo que ficar girando o
botão entre o seu valor máximo e valor mínimo. Observa-se que esta entrada analógica gera uma
saída analógica, que é a intensidade de brilho da lâmpada incandescente. Contudo, quando
pressionamos um botão de um controle remoto, vemos a intensidade do áudio variar em
pequenos saltos e, em alguns modelos, aparece no vídeo o valor selecionado, normalmente de 0 a
50. Podemos observar que não é possível estabelecer o valor de 23,8 para o volume da televisão
via controle remoto, pois os saltos de valores são de um em um. Afirmamos então que a televisão
com controle remoto tem no circuito de áudio uma entrada analógica, mas que o valor do
volume na tela varia de forma digital.
Podemos citar outro exemplo, como os dispositivos para reproduzir CD’s que têm
entradas e saídas analógicas e processamento digital, onde o som original é analógico por
natureza, a gravação é feita de forma digital e na reprodução temos novamente o som analogico.
Analisando todas essas considerações podem afirmar com certeza que a eletrônica
analógica processa sinais com funções contínuas e a eletrônica digital processa sinais com
funções discretas.

1.2 Vantagens da eletrônica digital

Como podemos analisar nos exemplos vistos acima, quando temos um equipamento que
possui uma saída digital, temos uma quantidade finita de valores, tornando o trabalho com esse
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tipo de sinal mais fácil. Já um dispositivo analógico, que pode possuir infinitos valores, precisa de
uma análise muito detalhada e um tratamento muito mais elaborado para que o trabalho seja
executado sem que se percam partes do sinal.
Para simplificar ainda mais o processamento de sinais digitais, foi retomada uma técnica
de representação chamada numeração binária, que utiliza em seu sistema apenas dois símbolos
para a representação de números. Como os sinais são discretos e, portanto as medições são
obtidas de forma fácil, se enumerarmos esses valores usando a numeração binária temos a
representação numérica de apenas dois elementos distintos para representarmos os sinais
desejados. Podemos concluir então que em um sistema digital teremos o processamento de
conjuntos finitos cujos elementos se apresentam em apenas dois valores. Para cada elementos
deste, é dado o nome de bit. Podemos ter conjuntos de diferentes quantidades de bits, entretanto
para o conjunto mais usado dá-se o nome de bytes, que corresponde ao agrupamento de oito bits.
Aparentemente, seria melhor ter um sistema com infinitos pontos (analógico) do que ter
um sistema com finitos pontos (digital). Entretanto, vemos que é muito mais simples processar,
armazenar e transmitir informações discretas do que informações contínuas.
O nosso escopo se concentra em como os sinais digitais discretos podem ser usados na
criação de circuitos digitais complexos e como a determinação destes dois elementos numéricos
distintos podem ser usados para representação de outros grupos numéricos como o decimal e
hexadecimal. No próximo capitulo vamos concentrar nossos esforços para entender os diversos
grupos numéricos existentes e como fazer a sua conversão para o sistema binário.

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2 Sistemas de numeração e conversões

Todos nós, quando resolvemos tratar no cotidiano a palavra números, por instinto
associamos está palavra ao sistema decimal o qual usamos diariamente no número das casas, no
dinheiro que é gasto e na representação da quantidade de dedos nas mãos. Este sistema numérico
está ligado diretamente em certas regras e padrões que fundamentam qualquer outro modelo de
representação numérica. Vamos, portanto, estudar estas regras e aplicá-las aos outros sistemas de
numeração como a binária, octal e hexadecimal. Estes sistemas são utilizados em computadores
digitais, circuitos lógicos em geral e no processamento de informações dos mais variados tipos.

É importante notar que por mais que utilizamos o sistema de numeração binária ou
qualquer outro, sempre passaremos estes sistemas para o decimal, fazendo com que estes sejam
compreendidos de forma fácil para nós.

2.1 Sistema de numeração decimal


Apesar de sabermos que nossa cultura utiliza o sistema decimal, é fácil para você
entender o que isso significa? Para facilitar a compreensão, é só ver que um dígito no sistema
decimal tem na realidade dois significados. Um, é o valor propriamente dito do dígito e o outro é
o que relaciona este digito com a sua posição em relação ao número todo ou o seu peso no
número inteiro. Podemos citar, por exemplo, se usarmos o número 43, o dígito quatro no
número representa 4 x 10, ou seja, 40, devido à posição ou peso que ele ocupa neste número e o 3
representa 3 x 100. Esta metodologia é aplicável a qualquer sistema de numeração onde os dígitos
possuem pesos determinando sua posição. Sendo assim, um sistema de numeração genérico pode
ser expresso da seguinte maneira:

N = dn . Bn + . . . + d3 . B3 + d2 . B2 + d1 . B1 + d0 . B0, d-1.B-1 + d-2.b-2 + .... + a-n.b-n

Onde:

N = representação do número usando a base B;

dn = posição n do dígito;

B = base do sistema de numeração utilizado;

n = valor posicional do dígito.

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Por exemplo, o número 3456 no sistema decimal é representado como:

N = d3 . B3 + d2 . B2 + d1 . B1 + d0 . B0

3456 = 1 . 103 + 5 . 102 + 8 . 101 + 7 . 100

103 102 101 100


3 4 5 6
Tabela 2.1. Indicação dos pesos de cada número.
Como podemos ver, apesar do sistema de numeração decimal estar integrado ao nosso
cotidiano, para que possamos realmente entender como funciona é necessário saber que cada
dígito de cada número possui um peso específico que o posiciona neste número. Temos ainda
que definir mais um elemento que é importante para o nosso entendimento deste sistema de
numeração, a base. A composição da base é dada pela quantidade de dígitos ou símbolos que
cada sistema numérico possui, por exemplo, como estamos analisando o sistema numérico
decimal, é correto pensar em uma base composta de dez símbolos, que são:

0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9

Portanto, para este sistema numérico temos dez símbolos formando uma base decimal.
Este pensamento pode ser estendido para os outros sistemas de numeração através da mesma
analogia. Por exemplo, num sistema octal, a base é feita com oito símbolos que são:

0,1,2,3,4,5,6 e 7

Onde cada número octal, é composto do posicionamento destes oito símbolos no numero
octal mais o uso da base oito para representá-lo.

Nos próximos itens vamos ver como é formado os dois sistemas de numeração muito
utilizados na eletrônica, o binário e o hexadecimal.

2.2 Sistema de numeração binária


Como podemos ver anteriormente, o sistema decimal é composto de 10 dígitos ou
símbolos que o representam. O sistema binário utiliza somente dois dígitos, “0” e “1” para
representação da sua numeração, assim sabemos que sua base é de valor dois. Usando este
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sistema de numeração binário também podemos representar qualquer quantidade que seria
representada no sistema decimal. De acordo com a definição de um sistema de numeração
qualquer, o número binário 10010 pode ser representado da seguinte forma:

10010 = 1 . 24 + 0 . 23 + 0 . 22 + 1 . 21 + 0 . 20

10010 = 16 + 0 + 0 + 2 + 0 = 18

Observe que os números utilizando a numeração binária devem ser lidos da direita para a
esquerda, partindo do menos significativo (LSB – Less Significant Bit) ao mais significativo
(MSB – Most Significant Bit). Esta nomenclatura é dada ao dígito com a menor potencia
associada a uma base e ao dígito com a maior potencia associada a uma base respectivamente,
seja isto na parte inteira ou na parte fracionada do valor.

24 23 22 21 20
1 0 0 1 0
MSB LSB
Tabela 2.2. Representação binária do número 18.

De acordo com este sistema de numeração, um número binário com N bits pode
representar um número decimal de 2n objetos, como: 23 = 8 objetos.

Veja que os índices foram especificados em notação decimal, o que possibilita a


conversão binário-decimal como descrito acima. Através do exemplo anterior, podemos notar
que a quantidade de dígitos necessários para representar um número qualquer no sistema binário,
é muito maior quando comparada ao sistema decimal. A representação binária é perfeitamente
adequada para utilização pelos computadores. No entanto, um número representado em binário
apresenta muitos bits, ficando longo e passível de erros quando manipulado por seres humanos
normais como, por exemplo, os programadores, analistas e engenheiros de sistemas. Para
facilitar a visualização e manipulação por programadores de grandezas processadas em
computadores, que utilizam o sistema binário, são usualmente adotadas as representações octal
(base oito) e principalmente hexadecimal (base 16). Ressaltamos mais uma vez que o
computador opera apenas na base dois e as representações octal e hexadecimal não são usadas no
computador, elas se destinam apenas à manipulação de grandezas pelos profissionais que
trabalham com eletrônica digital.

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2.2.1 Conversão entre os sistemas binário e decimal


Dado um número binário qualquer, para expressá-lo em decimal, deve-se escrever cada
número que o compõe, multiplicado pela base do sistema. No caso do sistema binário o número
dois elevada à posição que ocupa. Uma posição à esquerda da vírgula representa uma potência
positiva e à direita uma potência negativa. A soma de cada multiplicação de cada dígito binário
pelo valor das potências resulta no número real representado.

Exemplo: 1011 (binário) = 1 × 2³ + 0 × 2² + 1 × 21 + 1 × 20 = 11 (decimal)

Agora para o processo inverso, dado um número decimal, para convertê-lo em binário,
basta usar o método de divisão repetida e o método de multiplicação repetida. Nota-se que um
número decimal pode ser inteiro ou não, com isso cada um dos métodos citados devem ser
utilizados de forma específica. Esta conversão consiste em dividir o número decimal em duas
partes, uma parte inteira e a outra fracional. Desta forma, utilizamos o método de divisão
repetida para a parte inteira e a multiplicação repetida para a parte fracional. Por exemplo, se
quisermos converter o número 23,765 para binário fazemos:

Figura 2.1. Conversão binário-decimal inteiro através de divisões sucessivas.


Com isso, podemos dizer que o número 23(10) é igual 10111(2). Ou, usando a nomenclatura
correta, dizemos que: O número 23 na base 10 é igual ao número 10111 na base dois. Agora,
vamos analisar o método de multiplicação repetida para a parte fracionária.

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Figura 2.2. Conversão binário-decimal inteiro através de multiplicações sucessivas.


Como podemos ver na figura acima, foi adotada uma outra nomenclatura chamada carry
ou “vai - um”. Isto significa que para um número binário ter um carry é necessário que a
capacidade de representação de um determinado número binário com n bits tenha sido excedida,
fazendo com que seja necessário usar um peso alem da capacidade deste número com n bits. Por
exemplo, se temos o valor 3(10), sua representação binária seria: 11(2). Agora se quiséssemos
representar o número 4(10) só com esses dois bits não seria possível, então temos que usar o “vai -
um” para representá-lo fazendo com que o número 4(10) seja agora composto de três bits: 100(2).

Com relação à conversão do número fracional decimal em binário, deve ser observado
que o procedimento de multiplicação repetida deve ser interrompido em duas situações: Quando
a parte fracional for zero ou quando for alcançada a precisão desejada. Contudo, na maioria dos
casos, o motivo de interrupção será quando a precisão for alcançada.

2.3 Sistema de numeração hexadecimal


A adoção do sistema hexadecimal veio da necessidade de se representar os números
binários de forma mais curta ou simples. Isso fica claro quando utilizamos o sistema decimal
para representar o valor nove. Para representarmos ele no sistema decimal é só usar o dígito 9(10),
mas se fossemos representar o mesmo valor no sistema binário, teríamos o seguinte número em
binário: 1001(2) usando quatro dígitos!

Vale notar que quando menor for a base, mais dígitos serão necessários para representar
um determinado valor, isso fica claro no exemplo dado acima. Uma base diferente foi então
adotada para que pudesse facilitar aos profissionais de eletrônica na representação dos números

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binários. A base adotada foi a base 16 (base hexadecimal), por ser uma potencia inteira de dois
que facilitará a conversão entre o hexadecimal e o binário.

Com um número hexadecimal formado por n dígitos pode fazer a contagem de até 16n
objetos, por exemplo, para n = 1 podemos contar 161 = 16 objetos. Isto pode ser mais bem
demonstrado na tabela abaixo:

Decimal Binário Hexadecimal


0 0000 0
1 0001 1
2 0010 2
3 0011 3
4 0100 4
5 0101 5
6 0110 6
7 0111 7
8 1000 8
9 1001 9
10 1010 A
11 1011 B
12 1100 C
13 1101 D
14 1110 E
15 1111 F
Tabela 2.3. Tabela de conversão decimal-binario-hexadecimal.
Como pôde ser notado, o sistema de numeração hexadecimal utiliza os dígitos
que correspondem aos números do sistema decimal e também utilizada algarismos do alfabeto
para representar seus valores. Fazendo com que o conjunto de dígitos que represente este sistema
seja:

0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F

Como em qualquer base numérica, o carry no sistema hexadecimal mostra que a


capacidade de representação numérica dos dígitos menos significativos foi excedida. Por
exemplo, continuando a contagem iniciada na tabela três teremos: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17,
18, 19, 1A, 1B, 1C, 1D, 1E, 1F, 20, 21...

2.3.1 Conversão entre os sistemas binário e hexadecimal


Uma das principais vantagens do sistema hexadecimal é sua fácil conversão para o
sistema binário e vice-versa. De fato, é muito mais simples de conversão hexadecimal e binário
do que binário e hexadecimal.

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Para fazer uma conversão entre o sistema binário e hexadecimal, começamos a isolar da
direita para a esquerda grupos de quatro bits, também chamado de nibble, fazendo a conversão
direta destes quatro bits para hexadecimal usando a tabela 2.2. Caso esta separação em grupos de
quatro bits seja feita e os ultimos bits não cheguem a formar grupos de quatro é só adicionar
zeros conforme for necessário até o preenchimento de quatro bits. Por exemplo, vamos converter
o número 30(10) = 11110(2) para hexadecimal:

Figura 2.3. Conversão binário–hexadecimal.

Com o processo descrito acima, vemos que é muito fácil fazer a conversão de um número
binário em hexadecimal. Por isso a sua maior aplicabilidade em sistemas digitais do que o
binário, pois representa de forma simples o sistema numérico binário. Na figura 2.4, vemos que o
número 30(10) = 11110(2) = 1E(16).
Para que possamos fazer a conversão do sistema hexadecimal para o binário é só executar
o processo inverso da figura 2.4. Ou seja, fazer com que cada dígito hexadecimal seja convertido
pelo nibble binário correspondente e depois reagrupado de novo.

Figura 2.4. Conversão hexadecimal-binário.

A conversão entre os sistemas de numeração binário e hexadecimal é simples e torna fácil


o trabalho tanto num sistema como no outro.

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2.3.2 Conversão entre os sistemas hexadecimal e decimal


A conversão entre os sistemas hexadecimal e decimal é feita através de procedimentos
simples, sendo que para a conversão do hexadecimal para o decimal pode ser adotada duas
formas: Fazendo a mudança do hexadecimal para binário e depois do binário para o decimal ou
através da substituição de acordo com a equação do sistema de numérico. Ao contrário, quando
se vai fazer a conversão de decimal para hexadecimal, a conversão é feita de forma direta, usando
o método da divisão repetida.

Tomando como exemplo o número hexadecimal 3C(16) teremos o seguinte número


decimal aplicando as duas formas:

1. Equação do sistema numérico:


3C = 3 x 161 + C x 160 = 3 x 16 + 12 x 1 = 60(10)

2. Conversão hexadecimal para binária depois binária para decimal:


3C = 3(0011) e C(1100) = 00111100 = 111100

111100 = 1 x 25 + 1 x 24 + 1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 0 x 20 = 32 + 16 + 8 + 4 = 60(10)

Como visto, a mudança de bases é bem simples se adotarmos sempre a equação do


sistema numérico utilizado. Agora vamos ver como se aplica a divisão repetida ao sistema
hexadecimal para obter o número decimal, para isso, vamos tomar o número 60(10) e passá-lo
para hexadecimal.

Figura 2.5. Conversão decimal-hexadecimal.

Com isso vemos que a conversão entre as bases 16, 2 e 10 são fáceis de serem feitas. É
importante salientar que todo este processo de numeração tem que ser bem entendido pelo aluno
para que não ocorram problemas no andamento da apostila. No próximo capítulo, iremos ver a
álgebra dos sistemas digitais lógicos, as regras básicas de Boole que resultaram em alguns
postulados.

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3 Algebra de Boole

3.1 Introdução
O ponto de partida para o projeto de sistemas de processamento digital é a chamada
Álgebra de Boole, trabalho de um matemático inglês que, em um livro de 1854, propôs dar
expressão as leis fundamentais do raciocínio na linguagem simbólica do cálculo. Trata-se,
portanto, de uma formalização matemática da lógica em sua forma mais simples, conhecida
como Lógica Proposicional.

Esta era fundamentada por uma série de postulados mostrando como operações simples
podem ser usadas para resolver uma infinidade de problemas. Apesar da álgebra de Boole
resolver problemas práticos de controle e fabricação de produtos, na época em que ela foi
idealizada, não havia sistemas eletrônicos que pudessem usar toda a teoria.

A álgebra de Boole veio se tornar importante com o advento da Eletrônica,


especificamente, da eletrônica digital, que gerou os modernos computadores. Boole firma através
da sua teoria que para qualquer situação só existam duas possibilidades, condições ou estados,
que possam ser escolhidas e cada uma dessas possibilidades são inversas uma da outra. Assim,
um forno só pode estar quente ou frio, uma torneira só pode estar aberta ou fechada, um carro só
pode estar parado ou em movimento, uma fonte só pode ter ou não ter tensão na sua saída. Ou
seja, cada pergunta só pode ter como resposta verdadeira ou falsa.

Com isso, para facilitar a representação da lógica de Boole, utilizamos dois estados: zero
ou um, Verdadeiro ou Falso, Aberto ou Fechado, Alto ou Baixo (HI ou LO) ou Ligado ou
Desligado. Na base da eletrônica digital partimos exatamente do princípio que um determinado
equipamento pode ter seus componentes lógicos trabalhando com esses dois estados possíveis, ou
seja, encontraremos presença do sinal de tensão ou a ausência do sinal de tensão, o que se adapta
perfeitamente aos princípios da álgebra de Boole.

Tudo que um circuito lógico digital pode fazer está previsto pela álgebra de Boole. Desde
as mais simples operações ou decisões, como ligar uma chave ou acender um LED, quando dois
sensores são ativados de uma determinada maneira ou ainda ativar uma bomba de água quando
a terra estiver seca.

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3.2 Níveis lógicos


Como visto, sabemos que os circuitos digitais só possuem dois estados para representar
presença ou ausência de sinal. Contudo, ainda é necessário ter alguns parâmetros importantes
para fundamentar nosso entendimento.

Nos circuitos digitais a presença de eletricidade será indicada como um, lembrando que
segundo boole só existe duas possibilidades possíveis, sendo cada uma elas aqui representadas
por um número binário. Ainda podemos chamar de nível HI (de HIGH ou Alto) a presença de
eletricidade nos circuitos digitais. O estado oposto deve ser representado pela ausência de
eletricidade, tendo sua indicação feita pelo número binário zero representado pela nomenclatura
LO (de LOW ou baixo). O zero ou LO será sempre uma tensão nula, ou ausência de sinal num
ponto do circuito, mas o nível lógico um ou HI pode variar de acordo com o circuito
considerado.

Nos equipamentos eletrônicos, como o computador, a tensão usada para a alimentação


de quase todos os circuitos lógicos é de 5 V. Então, o nível um ou HI de seus circuitos será
sempre uma tensão de 5V. Nos notebooks é usada uma tensão de alimentação menor, devido à
necessidade de um menor consumo por causa da bateria, da ordem de 3.2 V. Para tanto, nestes
circuitos um nível um ou HI corresponderá sempre a uma tensão desse valor. Ainda temos os
circuitos digitais que utilizam componentes de tecnologia CMOS e que são alimentados
tipicamente por tensões entre 3 e 15 V. Nestes casos, um nível lógico um ou HI poderá ter
qualquer tensão entre 3 e 15 V, dependendo apenas da tensão de alimentação usada. Atualmente,
cada vez mais são usadas alimentações de baixa tensão como 4,2V, 1,8V, 2,5V e especialmente
3,3V.

Na verdade, a idéia de associar a presença de tensão ao nível um e a ausência ao nível


zero, é mera questão de convenção, porque o valor zero é facilmente associado a uma coisa nula
ou ausência de algo. Nada impede que se adote um critério oposto para isto e se faça os projetos
dos circuitos usando este tipo de simbologia, pois eles funcionarão perfeitamente. Por exemplo,
nas portas seriais dos computadores “1” é representado por -12V e “0” por +12V. Assim, quando
dizemos que ao nível alto (1) associamos a presença de tensão e ao nível baixo a ausência de
tensão (0), estamos usando lógica positiva, pois a transição do nível baixo para o alto é feito de
forma positiva. Se associarmos o nível baixo ou zero a presença de tensão e o nível alto ou um a
ausência de tensão, estaremos falando de uma lógica oposta, portanto uma lógica negativa.

Durante o uso da nossa apostila, vamos tratar somente da lógica positiva, seja para
aplicação da teoria como para qualquer nível de tensão usado nos exercícios, a não ser quando
especificado o contrário. Portanto, na nossa lógica, associaremos o número binário “0” para
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falso, desligado, LO ou desabilitado e o número binário “1” para verdadeiro, ligado, HI ou


habilitado.

3.3 Elementos lógicos básicos


Nós diariamente executamos diversas ações que dependem da lógica, por exemplo,
decisões como, “Se eu ficar rico eu compro um barco”. Então, temos uma condição, pois só
acontecerá a compra do barco se ele ficar rico, caso não fique não acontecerá a compra do barco.
Visto isto, sabe-se que executamos diariamente operações lógicas, sendo as mais comuns as que
envolvem números, ou seja, quantidades que podem variar ou variáveis, representando uma
soma como: S = A + B.

Podemos ver que o valor da variável S será dependente dos valores que A e B assumirão.
Então, podemos dizer que as variáveis A e B são independentes e que S é dependente dos valores
de A e B. Porem existe operações mais simples que a soma, e que são simplesmente implantadas
considerando a álgebra booleana.

É interessante observar que com um pequeno número de operações lógicas podemos


alcançar a uma infinidade de operações mais complexas, como as utilizadas nos PC’s atuais e
que, repetidas em grande quantidade ou levadas a um grau de complexidade muito grande, nos
fazem até acreditar que a máquina tenha algum nível de inteligência. Isso na realidade é a
associação de vários circuitos simples levando ao um comportamento complexo de muitos
circuitos digitais.

Estes circuitos simples são denominados blocos lógicos ou, mais comumente, portas
lógicas que são compostas de uma ou mais entradas e uma ou mais saídas. O resultado
proveniente da(s) entrada(s) é executado pelo circuito lógico gerando uma saída depende da(s)
entradas. Em outras palavras, a resposta que cada circuito lógico dá para uma determinada
entrada ou entradas depende da “regra booleana” que este circuito segue. Com isso, vemos que
para chegarmos a entender como um computador funciona, com sua alta capacidade de
resolução de problemas, temos que começar entendendo como ele faz as operações elementares
usando as portas lógicas e quais são essas portas.

Por este motivo, depois de analisarmos o funcionamento das operações lógicas vamos
associá-las a álgebra de Boole, estudando cada uma das portas básicas.

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3.3.1 Função lógica NÃO (NOT) ou Inversora


Esta função é a mais básica de todas as funções lógicas que possamos ver, ela pode ser
também nomeada como NOT, através da nomenclatura inglesa da função da porta. Sua função é
negar uma afirmação, ou seja, como na álgebra booleana só existem duas respostas possíveis para
uma pergunta, esta função “inverte”
“inverte” a resposta, fazendo uma afirmação verdadeira ficar falsa e
vice-versa.
versa. O circuito lógico que realiza esta operação é denominado inversor.

Figura 3.1. Representação simbólica da porta lógica NOT.


Analisando o comportamento deste circuito lógico inversor,
inversor, vemos que quando a saída é
verdadeira, a entrada é falsa, ou que apresenta nível zero, quando a entrada é um e vice-versa.
vice
Podemos associar a ele uma tabela que será muito útil para representar esta função lógica e esta
tabela será usada para todos os outros circuitos lógicos posteriores para estudarmos melhor seu
funcionamento.

Entrada Saída

0 1

1 0

Tabela 3.1. Tabela verdade da porta NOT.


Esta tabela mostra o que ocorre com a saída da função quando colocamos na entrada
todas as combinações possíveis
veis de níveis lógicos. Dizemos que se trata de uma “tabela verdade”
ou “Truth Table” no inglês. O símbolo adotado para representar esta função está na figura 3.1.
Este circuito lógico pode ter o seu funcionamento demonstrado através de um circuito eletrônico
eletrôn
simples e de rápida compreensão como o abaixo.

Figura 3.2. Circuito exemplificando a função lógica NOT.

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Neste circuito temos uma lâmpada que, acesa, indica o nível 1 na saída e apagada, indica
o nível 0. Quando a chave estiver na posição A, a chave estará fechada (nível um),
um mas a
lâmpada estará apagada (nível 0), pois o fluxo de corrente não passará pela lâmpada, mas pelo
curto provocado pela chave. Contudo, quando a chave estiver aberta,
aberta, ou seja, na posição B (nível
zero)) o fluxo de corrente passara
passara todo pela lâmpada fazendo com que ela acenda. Esta maneira
de simular funções lógicas com lâmpadas indicando a saída e chaves indicando a entrada, é
bastante interessante pela facilidade com que vemos o funcionamento do circuito lógico. Então
para verificar
car o funcionamento, é só comparar as duas tabelas abaixo.

Entrada Saída Chave Lâmpada


0 1 Aberta Acesa

1 0 Fechada Apagada

Tabela 3.2. Comparação entre a função NOT e o circuito da figura 3.2.

3.3.2 Função lógica E (AND)


A função lógica E também conhecida pelo seu nome em inglês AND,
AND pode ser definida
como aquela em que a saída será um se, e somente se, todas as variáveis de entrada forem um.
Observe que as funções lógicas não se limitam a um número de entradas. Cada função lógica
l
pode ter infinitas entradas que correspondem as variáveis independentes, mas só possuem uma
saída, que demonstra do resultado lógico da função. Este tipo de função lógica pode ser
representada pelo símbolo mostrado na figura 3.3, sendo que este corresponde
corre a uma função
lógica E de duas entradas.. As funções lógicas também são chamadas de “portas” ou “Gates” (no
inglês), pois correspondem a circuitos lógicos que podem controlar ou deixar passar os sinais da
entrada para saída seguindo determinadas condições.
condi

Figura 3.3. Representação simbólica da porta lógica E.


Tomando como exemplo uma porta lógica ou função lógica E de duas entradas (A e B),
vamos analisar como seu funcionamento é descrito através de um circuito discreto.

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Figura 3.4. Circuito exemplificando


exemplificando a função lógica E.

Procedendo como no exemplo da porta NOT, vamos considerar que as chaves são as
entradas do circuito e que a lâmpada seja a saída. Então, como é fácil de notar, precisamos ter as
chaves A e B fechadas, para que lâmpada seja ativada. Considerando o funcionamento do
circuito já podemos ver que a tabela da verdade será como abaixo.

A B S A B S
0 0 0 Desligado Desligado Apagada
0 1 0 Desligado Ligado Apagada
1 0 0 Ligado Desligado Apagada
1 1 1 Ligado Ligado Acesa
Tabela
bela 3.3. Comparação entre a função E (AND) e o circuito da figura 3.4.
Observamos que para uma porta E com duas entradas temos quatro combinações
possíveis para as entradas aplicadas. Para uma porta E de três entradas temos oito combinações
possíveis para o sinal de entrada. Para uma porta de quatro entradas, teremos dezesseis e assim
por diante, fazendo com que o número de combinações cresça de forma exponencial.

Conforme o funcionamento deste circuito, independente de quantas entradas uma porta


E tem, verifica
rifica que a lâmpada só irá acender caso todas as chaves estejam fechadas, ou seja, se
todas as entradas estiverem em nível lógico alto ou um.

3.3.3 Função lógica OU (OR)


(
A função lógica OU (OR do inglês) se define como aquela cuja saída estará com nível
lógico
o alto ou um, se alguma das suas entradas também estiver com nível lógico alto. Podemos
representa uma função lógica OU através da seguinte simbologia.

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Figura 3.5. Representação simbólica da porta lógica OU.


Agora, tomando como exemplo uma porta OU com
com três entradas podemos construir o
seguinte circuito discreto.

Figura 3.6. Circuito exemplificando a função lógica OU.


Através da análise do circuito da figura 3.6, vemos que a saída estará no nível um
(lâmpada acessa) se uma das entradas, A, B ou C estiverem
estiverem no nível um, ou seja, fechada.
Quando uma chave estiver fechada a lâmpada receberá corrente conforme desejarmos. Para mais
de duas variáveis podemos ter circuitos lógicos com mais de duas entradas. Para o caso de uma
porta OU de três entradas teremos
teremos a seguinte tabela verdade ou “Truth Table”.

A B C S A B C S
0 0 0 0 Desligado Desligado Desligado Apagada
0 0 1 1 Desligado Desligado Ligado Acesa
0 1 0 1 Desligado Ligado Desligado Acesa
0 1 1 1 Desligado Ligado Ligado Acesa
1 0 0 1 Ligado Desligado Desligado Acesa
1 0 1 1 Ligado Desligado Ligado Acesa
1 1 0 1 Ligado Ligado Desligado Acesa
1 1 1 1 Ligado Ligado Ligado Acesa
Tabela 3.4. Comparação entre a função OU (OR) e o circuito da figura 3.6.

3.3.4 Função NÃO-E E (NAND)


As três funções lógicas
ógicas vistas até agora E, OU e NÃO são à base de toda a álgebra
booleana e todas as demais funções lógicas podem ser consideradas como derivadas delas. Por
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exemplo, uma função lógica importante que vem da combinação de algumas portas lógicas
básicas é a porta NÃO-E
E ou NAND. Esta função é obtida pela associação da função E com a
NÃO, ou seja, a saída invertida de uma função E. Sua representação é feita a partir do símbolo
abaixo:

Figura 3.7. Representação simbólica da porta lógica NÃO-E.


NÃO
A simbologia é muito
ito semelhante de uma porta E, contudo devemos ressaltar a existência
de um pequeno círculo na saída da porta para indicar a negação. Podemos dizer que na função
NÃO-E,
E, a saída estará em nível zero se todas as entradas estiverem em nível um, pois será a
saída
ída inversa da função E. A duas tabelas verdades para uma porta NÃO-E
NÃO E ou NAND e para um
circuito com o mesmo propósito de três entradas é a seguinte:

Figura 3.8. Circuito exemplificando a função lógica NÃO-E


NÃO E (NAND).

A B C S A B C S
0 0 0 1 Desligado Desligado Desligado Ligado
0 0 1 1 Desligado Desligado Ligado Ligado
0 1 0 1 Desligado Ligado Desligado Ligado
0 1 1 1 Desligado Ligado Ligado Ligado
1 0 0 1 Ligado Desligado Desligado Ligado
1 0 1 1 Ligado Desligado Ligado Ligado
1 1 0 1 Ligado Ligado Desligado Ligado
1 1 1 0 Ligado Ligado Ligado Desligado
Tabela 3.5. Comparação entre a função NÃO-E
NÃO E (NAND) e o circuito da figura 3.8.
Observe que a lâmpada só apagará (saída zero ou LO) quando as três chaves estiverem
fechadas (nível lógico um ou HI), colocando em curto a fonte de alimentação. O resistor é usado
para limitar a corrente da fonte, já que se não tivesse este resistor a resistência tenderia a zero
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fazendo com que a corrente tendesse ao infinito segundo a lei de ohm, causando problemas
pro na
fonte. Também neste caso podemos ter a função NAND com mais de três entradas, até mesmo
só com duas.

É importante ressaltar que através da associação desta porta lógica, é possível obter todas
as outras funções lógicas descritas aqui neste item.

3.3.5 Função NÃO-OU OU (NOR)


Semelhante a função lógica NAND, esta função lógica representa a inversão da porta
OU. Esta inversão e feita da associação da função OU com a função NÃO. Sendo seu símbolo
apresentado abaixo juntamente com sua respectiva tabela verdade para uma porta de duas
entradas.

Figura 3.9. Representação simbólica da porta lógica NÃO-OU.


NÃO

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
Tabela 3.6. Tabela verdade da NÃO-OU
OU (NOR) e o circuito da figura 3.9.

O funcionamento desta porta lógica corresponde ao seguinte:


seguinte: se a saída tiver nível lógico
um, significa que na sua entrada, teremos somente nível lógico zero. Agora, para quaisquer
outros valores de entrada, a saída sempre será um, fazendo com que a afirmação de que esta
porta é o inverso da porta OU seja verdadeira.
verdadeira. Abaixo poderemos verificar como o circuito
discreto equivalente abaixo corresponde exatamente ao funcionamento da porta lógica.

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Figura 3.10. Circuito exemplificando a função lógica NÃO-OU.


NÃO
Podemos analisar o funcionamento deste circuito através
através das posições de suas chaves,
pois se a chave A ou B estiver na posição fechada (nível lógico 1) ou as duas estiverem fechadas,
o circuito fica curto-circuitado
circuitado e faz com que a lâmpada fique desligada. Agora, caso as duas
fiquem em nível lógico baixo (posição
(posição aberta) a corrente passa a circular pela lâmpada
acendendo-a.

3.3.6 Função OU-EXCLUSIVO


EXCLUSIVO (XOR)
Uma função com relevada importância para o funcionamento dos circuitos lógicos
digitais e, mais especificamente, para os computadores é a denominada “OU–EXCLUSIVO”.
“OU
Esta função tem a capacidade de promover a soma entre valores binários ou ainda encontrar o
que se denomina “paridade” (o que será visto futuramente). Abaixo poderemos ver qual é o
símbolo que representa esta função lógica.

Figura 3.11. Representação simbólica da porta lógica XOR.

Seu funcionamento pode ser definido da seguinte forma: a saída será um somente se as
variáveis de entrada forem diferentes. Com isso temos que, para uma porta OU-EXCLUSIVO
OU de
duas entradas, quando a entrada A assumir um a entrada B deverá ser zero ou vice-versa.
vice

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Tabela 3.7. Tabela verdade da função XOR para duas entradas.

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Esta função lógica, como dita acima, também é derivada das funções lógicas básicas,
sendo possível montá-la
la usando portas
portas conhecidas. Assim, mesmo que esta função tenha seu
próprio símbolo e possa ser considerado um “bloco” independente nos projetos, podemos sempre
implementá-la
la com um circuito equivalente como o ilustrado abaixo.

Figura 3.12. Representação de uma porta


porta XOR usando portas lógicas simples.

3.3.7 Função NÃO-OU-EXCLUSIVO


EXCLUSIVO ou coincidência
Esta função lógica é como o inverso da função OU-EXCLUSIVO.
OU EXCLUSIVO. Sua denominação em
inglês é exclusive XNOR sendo representada pela simbologia abaixo. Observe o círculo na ponta
do símbolo
mbolo que indica a inversão da função anterior (XOR), entretanto essa terminologia não é
muito bem empregada nesta situação. Esta função pode ser definida como a apresentação de uma
saída igual a um se somente as variáveis de entrada forem iguais.

Figuraa 3.13. Representação simbólica da porta lógica XNOR.

A representação matemática desta função lógica é dada pelo símbolo . Uma tabela
verdade para esta função é dada adiante, e ainda igual a porta OU-EXCLUSIVO,
OU EXCLUSIVO, podemos
implementar esta função utilizando portas
p lógicas básicas como abaixo.

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Tabela 3.8. Tabela Verdade da função XNOR usando portas lógicas simples.

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Figura 3.14. Representação de uma porta XNOR usando portas lógicas simples

3.4 Propriedades das operações lógicas


lógica
Os circuitos lógicos fazem operações utilizando os valores binários aplicados às suas
entradas. Assim, podemos representar estas operações por uma simbologia apropriada,
facilitando o projeto dos circuitos e permitindo visualizar melhor o que ocorre quando
quan
associamos muitas funções. No entanto, para que possamos unir várias portas diferentes, fazendo
com que sua função básica em conjunto com outras possam desempenhar operações mais
complexas, é preciso saber as propriedades que as operações podem realizar.
realizar

Da mesma forma que acontece com os números decimais, as operações lógicas booleanas
baseiam-se
se numa série de regras, postulados e teoremas conforme já tínhamos visto antes no
inicio do capitulo. Os principais para o nosso curso são vistos aqui e sua validação
val não são
necessárias no momento, contanto que você acredite que as afirmações são corretas. Caso o
aluno queira se aprofundar no assunto, recomendamos alguma literatura relacionada a Boole.

3.4.1 Representações
As operações lógicas E, OU e NÃO são representadas
representadas matematicamente por símbolos
usados no equacionamento decimal, contudo, apesar dos símbolos serem semelhantes, eles
possuem significados diferentes como se pode ver a seguir.

a) Operação E: A operação E tem como símbolo o ponto final(.). Então para representar
rep
matematicamente a função E com duas entradas A e B com saída igual a S, podemos
fazer sua representação com: S = A . B;
b) Operação OU: A operação OU é representada matematicamente o sinal
s (+). Com isso, a
representação da operação de uma porta OU com
com entradas A e B e saída S pode ser
representada como: A + B = S;

c) Operação NÃO: Esta operação é indicada por uma barra da seguinte forma: A = S ou S
= A’ (A barra igual a S ou S igual a A barrado).
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d) Operação XOR: Esta operação é indicada por um símbolo que tem funções diferentes na

álgebra booleana, o símbolo ⊕ , sua representação é dada por S = A ⊕ B .


e) Operação XNOR: Esta operação é indicada por um símbolo que tem funções diferentes
na álgebra booleana, o símbolo , sua representação é dada por S=A B.

Tendo em mente estas representações, podemos enumerar as seguintes propriedades das


operações lógicas:

a) Elemento Neutro: É aquele que, quando participa de uma operação com uma variável,
leva a um resultado igual a própria variável. No caso da operação E o elemento neutro é
“1”, isto é, A.1 = A. Já para a operação OU o elemento neutro é “0”, ou seja A+0 = A
b) Elemento Nulo: É aquele que quando participa de uma operação com uma variável, leva
sempre a um mesmo valor, independente de qual seja o valor da variável. Na operação E
o elemento nulo é “0”, portanto A.0 = 0. Já para a operação OU o elemento nulo é “1”,
assim A+1 = 1
c) Elemento Complementar: O resultado da operação de uma variável com seu

complemento (seu valor negado) é o elemento nulo da operação. Assim sendo, A + A = 1

e A• A = 0
d) Propriedade comutativa das operações E e OU:
A.B=B.A

A+B=B+A

e) Propriedade associativa das operações E e OU:


A.(B.C) = (A.B).C

A+(B+C) = (A+B)+C

f) Teorema da Involução: (A negação da negação é a afirmação) A = A ou A’’= A


g) A operação E é distributiva em relação à operação OU: A.(B+C) = A.B + A.C
h) Teoremas de “De Morgan”: Aplicando a operação NÃO a uma operação E, a resultante
desta consistirá num resultado idêntico ao uma operação OU aplicada aos complementos
da variável de entrada. Ou seja:

A• B = A + B

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O mesmo teorema pode ser aplicado a operação NÃO a uma operação OU o resultado é
igual ao da operação E aplicada aos complementos das variáveis de entrada. Temos:

A + B = A• B

3.4.2 Exemplos de simplificação das equações lógicas


• Exemplo 1: S = A'.B'+A'.B
A'.(B'+B) * Colocando A' em evidência

A' * Identidade: A+A' = 1

• Exemplo 2: S = A.B.C+A.C'+A.B'
A.(B.C+(B'+C')) * Colocando A em evidência

A.(B.C+(B.C)') * Pelo teorema de Morgan

A * Identidade: A+A' = 1

• Exemplo 3: S = (A+B'+C)'.(A+B+C)
A'.B.C'.(A+B+C ) * Pelo teorema de Morgan

A.A'.B.C'+A'.B.B.C'+A'.B.C.C' * Propriedade Distributiva

0+A'.B.B.C'+0 * Identidade: A.A' = 0

A'.B.B.C' * Identidade: A+0 = A

A'.B.C' * Identidade: A.A = A

• Exemplo 4 : S = ((A.C)'+B+D)'+C.(A'+C'+D')
(A.C).B'.D'+C.(A'+C'+D') * Pelo teorema de Morgan

(A.C).B'.D'+C.A'+C.C'+C.D' * Propriedade Distributiva

(A.C).B'.D'+C.A'+0+C.D' * Identidade: A.A' = 0

(A.C).B'.D'+C.A'+C.D' * Identidade: A + 0 = A

C.D'.(A.B'+1)+C.A' * Colocando C.D' em evidência


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C.D'.(1)+C.A' * Identidade: A + 1 = 1

C.D'+C.A' * Identidade: A . 1 = A

C.(D'+A') * Colocando C em evidência

C.(A.D)' * Pelo teorema de Morgan

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• Exemplo 5: S = ((A+B).C )'+(D.(C+B))'


((A+B)'+C')+(D.(C+B))' * Pelo teorema de Morgan

((A+B)'+C')+(D'+(C+B)') * Pelo teorema de Morgan

(A+B)'+(C+B)'+C'+D' * Propriedade Associativa

(A+B)'+(C'.B')+C'+D' * Pelo teorema de Morgan

(A+B)'+C'.(B'+1)+D' * Colocando C' em evidência

(A+B)'+C'.(1)+D' * Identidade: A + 1 = 1

(A+B)'+C'+D' * Identidade: A . 1 = A

(A+B)'+(C.D)' * Pelo teorema de Morgan

• Exemplo 6: S = A'.B'.C'+A'.B.C+A'.B.C'+A.B'.C'+A.B.C'
C'.(A'.B'+A'.B+A.B'+A.B)+A'.B.C * Colocando C' em evidência

C'.(A'.(B'+B)+A.(B'+B))+A'.B.C * Colocando A' e A em evidência

C'.(A'.(1)+A.(1))+A'.B.C * Identidade: A + A' = 1

C'.(A'+A)+A'.B.C * Identidade: A . 1 = A

C'.(1)+A'.B.C * Identidade: A + A' = 1

A'.B.C+C' * Identidade: A . 1 = A

(A+B’+C')'+C' * Pelo teorema de Morgan

((A+B'+C').C)' * Pelo teorema de Morgan

(A.C+B'.C+C'.C)' * Propriedade Distributiva

(A.C+B'.C+0)' * Identidade: A . A' = 0

(A.C+B'.C )' * Identidade: A + 0 = A

(C.(A+B'))' * Colocando C em evidência

C'+(A+B')' * Pelo teorema de Morgan

C'+A'.B * Pelo teorema de Morgan

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3.4.3 Fazendo tudo com portas NÃO-E


NÃO (NAND)
Como já comentado
entado anteriormente, temos um tipo de porta que em associação entre elas,
podem gerar todas as outras portas devido as suas características. Esta propriedade torna essas
portas elementos universais nos projetos de circuitos digitais já que, na forma de circuitos
ci
integrados, as funções NÃO-E
NÃO E são fáceis de obter e baratas. Com isso, vamos ver de que forma
podemos implementar algumas portas lógicas através da porta NÃO-E.
NÃO

a) Inversora: Para obter uma inversora de uma porta NÃO-E


NÃO E basta unir suas entradas ou
colocar
ar uma das entradas no nível lógico um.

ou

Figura 3.15. Exemplos de portas inversoras com portas NÃO-E.


NÃO

A B S A B(+5V) S
0 0 1 0 1 1
1 1 0 1 1 0
Tabela 3.9. Tabela verdade de uma porta NÃO-E
NÃO E como inversora.
b) Uma porta E (AND) é feita através da junção
junção entre uma porta NÃO-E
NÃO (NAND) e

uma inversora em cada entrada. Pois, S = A • B = A • B .

Figura 3.16. Exemplo de portas E com portas NÃO-E


NÃO E (NAND)
c) A função OU (OR) é obtida através da colocação de uma inversora na saída depois

de aplicá-la um porta NÃO-E. Fica fácil deduzir, pois, S = A • B e aplicando


la a uma

DeMorgan temos: S = A + B = A + B .

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Figura 3.17. Exemplo de portas OU com portas NÃO-E


NÃO E (NAND)

3.5 Mapa de Karnaugh

3.5.1 Introdução
No item anterior vimos uma boa parte da álgebra de
de Boole, seus teoremas e propriedades
de forma simples. Agora vamos ver uma nova metodologia para que possamos fazer as mesmas
simplificações ou reduções das funções lógicas mais complexas. Esta nova metodologia foi criada
com o intuito de tornar simples o nosso trabalho na hora de construir os sistemas lógicos. Veitch
e Karnaugh foram dois estudiosos do século passado que tornaram possível a simplificações de
funções lógicas por simples observação visual da tabela verdade, quando esta está transcrita em
mapas
pas criados para este procedimento.

3.5.2 Endereçamento de um mapa de Karnaugh


O mapa de Karnaugh tem no seu significado uma mudança na forma com que a tabela
verdade é apresentada. Este mapa é composto por um número
número de células igual ao número de
linhas da tabela verdade e, portanto, tem 2n células, onde n é o número de variáveis que
compõem a função. Então, antes de começarmos a analisar este tipo de mapa, temos que saber
como se transcreve uma tabela verdade para um
u mapa de Karnaugh
naugh e também como é este mapa,
isso é visto facilmente pelo jogo batalha naval. Como:

A B C D E F
1
2 *
3 * * * *
4 *
5 *
6 * *
Tabela 3.10. Tabela exemplo do jogo batalha naval.

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Aqueles que conhecem batalha naval, provavelmente sabem que cada ponto assinalado
na ficha pertence a um elemento da esquadra inimiga, com isso, se quiser atingir um alvo temos
que utilizar os indicativos de linha e coluna para, exatamente, informar a localização do suposto
alvo. Para o mapa acima vemos que se tomarmos fileira vertical composta por quatro asteriscos
tem os seguintes endereços: A2, A3, A4 e A5.
Por analogia, as fileiras compostas por três asteriscos e a fileira composta por dois
asteriscos na horizontal têm, respectivamente os seguintes endereços: C3, D3, E3 e E6 e F6.
Se entendermos esta forma de endereçamento pode-se verificar que num mapa de
Karnaugh o processo é muito parecido. Observe o exemplo de um Mapa K (Karnaugh) de quatro
variáveis:

AB
00 01 11 10
CD
00 J
01 F
11 H
10
Tabela 3.11. Tabela exemplo do mapa de karnaugh de quatro variáveis.
O endereço da célula F é: A = 0, B = 0, C = 0 e D = 1;
O endereço da célula H é: A = 0, B = 1, C = 1 e D = 1;
e, ainda, o endereço da célula J é: A = 1, B = 1, C = 0 e D = 0.

Observe a maneira particular que colocamos os valores em binário. Esta forma de


organização de utilização do sistema de numeração binária é chamada de código gray.
O código gray é um código digital com a propriedade que duas palavras-codigo
consecutivas diferem apenas de um bit. Ele se enquadra na classe dos códigos refletidos, devido
ao algoritmo de construção que ele utiliza.
Com isso vemos que este código não mostra o código binário na ordem que estamos
acostumados a usá-lo e esta é justamente a maneira particular que caracteriza o mapa de
Karnaugh.
Para exemplificarmos o endereçamento de um mapa K fica mais fácil e mais claro
iniciarmos com um mapa de quatro variáveis, mas didaticamente vamos estudar primeiro o
mapas de três variáveis para então chegarmos ao de quatro variáveis.

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3.5.3 Mapa de Karnaugh de três variáveis


Podemos analisar também funções de três variáveis através dos mapas K, e para isso
basta usarmos dois mapas de duas variáveis associados convenientemente. Temos então duas
formas de associá-los que são completamente equivalentes:

A BC A 0 1
B 00 11
C 01 10
00
0
01
1
11

10

Figura 3.18. Disposições do mapa de Karnaugh


Entretanto, antes de continuar nossa análise sobre estes mapas é necessário definir alguns
parâmetros. E eles são:

a) Adjacência: Vamos considerar duas células de um mapa de Karnaugh são adjacentes se as


variáveis que a endereçam apresentarem apenas uma mudança de valor. Exemplo:

Figura 3.19. Exemplo de adjacência

As células % e # são adjacentes, pois para % A = 0, B = 0 e C = 1 e para #, A = 1, B = 0 e


C = 1. Percebemos então que apenas A apresentou mudança em seu valor.
As células % e @ não são adjacentes, pois para % A = 0, B = 0 e C = 1 e para @, A = 1, B =
0 e C = 0. Percebemos então que A e C apresentaram mudanças em seus valores.

b) Enlace: Enlace é o agrupamento que fazemos no mapa K com o intuito de visualizarmos as


células adjacentes. Para cada agrupamento ou enlace, teremos uma expressão booleana
correspondente e estas nos darão o resultado do mapa em uma forma mais simplificada. Os
enlaces só podem ser feitos de forma que agrupem um número de células que seja igual a uma
potência de dois, ou seja, 1, 2, 4, 8, etc. Com isso, um mapa de Karnaugh de três variáveis na
sua forma horizontal pode ter apenas os seguintes enlaces:
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Figura 3.20. Representação do enlace de uma célula

Figura 3.21. Representação dos enlaces de duas células

Figura 3.22. Representação dos enlaces de quatro células

Figura 3.23. Representação dos enlaces de oito células

Observando acima podemos entender que cada enlace define uma região onde as
variáveis de endereçamento apresentam uma propriedade em comum. Portanto para resolvermos
um mapa de Karnaugh devemos seguir os seguintes passos:
1) Identificar as células cujos valores são “um”;
2) Fazer os enlaces permitidos (observando as adjacências e o número de células do
enlace);
3) Deduzirmos a expressão booleana para cada enlace e agruparmos essas expressões
através da função OU.

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3.5.4 Mapa de Karnaugh de quatro variáveis


Utilizando o mesmo procedimento do mapa anterior, pode-se também analisar as funções
de quatro variáveis através dos mapas K, sendo que para tanto basta usarmos dois mapas de três
variáveis associados convenientemente.
A
C B 00 01 11 10
D
00

01

11

10

Figura 3.24. Mapa de Karnaugh para quatro variáveis

As regras de adjacências e de enlaces para o mapa de Karnaugh de quatro variáveis


continuam sendo as mesmas, já que estas regras valem para mapas com qualquer número de
células. Contudo, devemos fazer algumas considerações úteis para facilitar a simplificação do
mapa.
Primeiro, fazer os enlaces com maior número de células, pois se não proceder assim,
possivelmente faremos agrupamentos que poderiam ser substituídos por um maior. Em segundo
lugar, verificar se em cada enlace existe pelo menos uma célula que pertença a apenas um enlace,
pois corremos o risco de fazermos enlaces redundantes e dispensáveis.
Para uma melhor compreensão da forma com que deve ser feita a utilização do mapa,
começaremos citando um exemplo:

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Figura 3.25. Exemplo sobre a formação do mapa de karnaugh de quatro elementos

Desejamos expressar esta tabela como a soma de produtos, o que significa que os valores
adjacentes que devemos procurar na tabela são os “uns”. É importante notar que caso
quiséssemos considerar os “zeros” da tabela, teríamos que expressar a tabela como o produto de
somas.
Voltando ao exemplo, nossa idéia é agrupar os termos adjacentes iguais, havendo para
isso diversas possibilidades, entretanto, devemos agrupar uma maior quantidade possível de itens
adjacentes, pois isso criará um enlace maior. Assim teremos equações mais simplificadas.
Na hora que for obter as equações do mapa, é necessário entender que os índices
deste mapa determinam à condição lógica de cada variável. Então, como a tabela acima foi
expressa através da soma de produtos, quando o índice for “zero”, a variável lógica
correspondente tem seu nível barrado, ou invertido. O mesmo raciocínio serve para quando o
índice for “um”, indicando que a variável não terá seu valor lógico alterado.

3.6 Conclusão
Os circuitos lógicos digitais podem parecer algo confuso e de difícil compreensão, pois
eles utilizam muito da matemática e isso, às vezes, pode parecer monótono e desestimulante.
Contudo, esta teoria básica é necessária para que você possa entender de forma clara o
funcionamento dos capítulos que se seguem. Isto ainda é o começo, mas o esforço será
recompensador a partir do momento que o aluno começar a enxergar estes conceitos em todos os

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equipamentos que utilizam algum tipo de circuito lógico. Afinal, estes princípios estão presentes
em tudo que um computador faz.

Nos capítulos que se seguem, estes conceitos já serão abordados de forma mais concreta e
nas lições práticas será mais fácil entendê-los. Nas próximas lições, o que foi estudado até agora
ficará mais claro quando encontrarmos sua aplicação prática.

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4 Família de circuitos lógicos digitais


Até 1955, os componentes eletrônicos disponíveis para construir sistemas digitais eram os
diodos semicondutores e as válvulas a vácuo. Os diodos são relativamente pequenos, com
dimensões da ordem de milímetros, e consomem relativamente pouca potência. As válvulas, por
outro lado, são grandes, tendo dimensões da ordem de vários centímetros e consomem
quantidades relativamente grandes de potência, tipicamente da ordem de alguns watts. Embora
em sua maioria as portas pudessem ser construídas com diodos e resistores, também era
necessário usar válvulas em grandes quantidades. Como resultado, qualquer sistema digital era
grande, caro, e usava muita potência. A situação melhorou consideravelmente com a invenção
do transistor nos anos 50. Um transistor, normalmente substituindo uma válvula, consome muito
menos potência (da ordem de dezenas de mW) e, como o diodo semicondutor, quando
encapsulado individualmente, tem dimensões da ordem de alguns milímetros.

Portanto, com a evolução da tecnologia e a invenção do transistor, procurou-se


padronizar os sinais elétricos correspondentes aos níveis lógicos. Esta padronização favoreceu o
surgimento das famílias de componentes digitais com características bastante distintas.

Os circuitos eletrônicos modernos não usam chaves e lâmpadas para representar níveis
lógicos na prática, mas sim, dispositivos muito rápidos que podem estabelecer os níveis lógicos
nas entradas das funções com velocidades incríveis e isso lhes permite realizar milhões de
operações muito complexas a cada segundo. Aqui veremos que tipos de circuitos são usados e
como são encontrados na prática, fazendo com que o seu uso em conjunto possa criar um
circuito muito mais complexo, como aqueles encontrados nos computadores atuais em blocos
básicos. Estes blocos, quando unidos, podem levar a elaboração de circuitos muito complexos
como os encontrados nos computadores de hoje.

As famílias lógicas diferem basicamente pelo componente principal utilizado por cada
uma em seus circuitos. Existem inúmeras famílias que possuem características únicas, podemos
citar como algumas famílias existentes:

• RTL - Lógica resistor-transistor (obsoleta);


• DTL - Lógica diodo-transistor (obsoleta);
• DCTL - Lógica transistor acoplamento direto;
• TTL - Lógica transistor-transistor (mais popular);
• ECL - Lógica emissor-acoplado;
• MOS - Metal Oxide Semiconductor:
• PMOS - Lógica MOSFETs de canal-p (obsoleta);
• NMOS - Lógica MOSFETs de canal-n
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• CMOS - Lógica MOSFETs Complementares;


Entretanto, nosso objetivo aqui é analisar o funcionamento de três famílias em particular:
Família RTL, TTL (Transistor-Transistor Logic) e CMOS. A família RTL só por uma questão
didática, pois já é uma família obsoleta e as outras duas por serem as mais utilizadas atualmente.

No restante deste capítulo iremos analisar os parâmetros típicos de cada família, verificar
como é o funcionamento destas famílias e verificar se é possível promover a interconexão entre
elas.

4.1 Família RTL (Resistor-Transistor Logic) e DTL (Diode-transistor


Logic)

4.1.1 O transistor como chave eletrônica


O transistor opera em três modos diferentes. O primeiro é o funcionamento de corte, que
consiste na transformação elétrica do transistor numa chave aberta, impedindo a circulação de
corrente através de si. O segundo consiste no funcionamento do transistor como amplificador,
que consiste na amplificação de um sinal injetado na entrada. O terceiro é o modo do transistor
no estado de saturação, onde o transistor funciona eletricamente como uma chave fechada,
fazendo com que circule corrente por ele. Se considerarmos somente a primeira e a terceira forma
de funcionamento, verificamos que o transistor pode facilmente substituir uma chave, tornando
possível a representação de um circuito lógico simples. Assim, na simulação dos circuitos que
estudamos e em que usamos chaves, é possível utilizar transistores com uma série de vantagens.

Uma vantagem importante é que o transistor poderá operar com a tensão ou nível lógico
produzido por uma outra função e não necessariamente por uma pessoa que acione uma chave.
Assim, as funções lógicas implementadas com transistores têm a vantagem de poderem ser
interligadas umas nas outras, pois o sinal que aparece na saída de cada uma pode ser usado como
entrada para outra. Abaixo podemos ver um exemplo simples da utilização de um transistor para
obter uma porta inversora.

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Figura 4.1. Representação de uma inversora na família RTL

Aplicando o nível um (5V) na base do transistor ele conduz até o ponto de saturar,
fazendo a tensão no seu coletor cair a zero. Por outro lado, na ausência de tensão na sua base,
que corresponde ao nível zero de entrada, o transistor se mantém cortado e a tensão no seu
coletor se mantém alta, o que corresponde ao nível um. Tomando este entendimento como base,
podemos conseguir outras portas lógicas simples através da combinação de transistores e
resistores.

Figura 4.2. Representação de uma porta NÃO-E


NÃO E na família RTL

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Figura 4.3. Representação de uma porta NÃO-OU


NÃO OU na família RTL

Isso significa que a elaboração de um circuito lógico digital capaz de realizar operações
complexas usando transistores
transistores é algo que pode ser conseguido com relativa facilidade.

4.1.2 Usando a família DTL


Uma família que pode ter bastante uso na prática e a DTL (lógica diodo-transistor).
diodo Sua
principal vantagem e a facilidade de construção em situações onde não se justifica o uso
us de um
circuito integrado. Por exemplo, caso seja preciso usar uma porta E de três entradas podemos
optar pelo seguinte circuito:

Figura 4.4. Composição de uma porta E DTL.

Onde a saída S será um se, somente se, todas as entradas forem um. Também é possível
poss
construir uma porta OU, conforme apresentado a seguir:

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Figura 4.5. Composição de uma porta OU DTL.

Utilizando estas simples portas com diodos e ainda uma inversora com transistor é
possível resolver facilmente alguns problemas de lógica no circuito. Vale ressaltar, porem, que ao
optar por um circuito mais simples deixamos de lado vantagens como padronização, velocidade,
interconectividade, etc.

4.1.3 Melhorando o desempenho


Entretanto, utilizar estes circuitos transistorizados que corresponde a uma maneira
maneir não
padrão pode trazer dificuldades na criação de sistemas lógicos mais complexos. Mesmo que
antes, durante o desenvolvimento da eletrônica digital, cada porta lógica fosse montada com seus
transistores e resistores para depois ser interligada com as outras,
outras, isto foi causando um
desconforto por vários motivos. Um desses motivos foi a alta complexidade que se tinha para
montar um circuito com várias funções lógicas. Outro motivo era a necessidade de ter um padrão
de funcionamento para cada circuito ou função.
função. Isso era ideal para ter todos os circuitos
operando com a mesma tensão de alimentação, para que pudessem fornecer sinais que fossem
reconhecidos e que fosse sensível o suficiente para reconhecer os sinais dos outros circuitos
lógicos.

Para se solucionar
ar este problema, foi desenvolvida a tecnologia dos circuitos integrados,
permitindo a colocação de diversos componentes já interligados dentro de um invólucro plástico,
permitindo o uso de várias funções lógicas simultâneas e em maior quantidade. Assim, foi
f
possível diminuir o tamanho dos projetos, pois foi criada uma série de circuitos integrados que
continham numa única pastilha as funções lógicas digitais mais usadas.

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Com isso elas passaram a ocupar menos área física e foram feitas de tal maneira que
todas eram compatíveis entre si, operando com as mesmas tensões e reconheciam os mesmos
sinais.

Estas séries de circuitos integrados formaram então as Famílias Lógicas, a partir das quais
os projetistas tiveram facilidade em encontrar todos os blocos para montar seus equipamentos
digitais. Então conforme as figuras abaixo, cada CI (Circuito Integrado) continham uma
quantidade de portas lógicas de um mesmo tipo.

Figura 4.6. Circuito Integrado contendo quatro portas NÃO-E

Assim, se fosse necessário montar um circuito que usasse três portas E, o projetista teria
disponíveis componentes compatíveis entre si contendo estas funções e de tal forma que
poderiam ser interligadas das maneiras desejadas e num espaço físico mínimo. O sucesso do
advento dessa tecnologia foi enorme, pois além do menor tamanho dos circuitos havia menor
consumo de energia.

Apesar de a família RTL ser uma precursora da tecnologia digital, hoje era não é mais
utilizada devido às limitações impostas por ela, que já foram citadas. Nas próximas páginas, nos
limitaremos a estudar as duas famílias em maior destaque hoje, a família TTL e a CMOS.

4.2 Família TTL

A família TTL foi primeiramente desenvolvida pela Texas Instruments, contudo, devido
a enorme utilidade desta família, muitos fabricantes de semicondutores também produzem seus
componentes. Esta família é facilmente reconhecida durante o seu uso nos projetos
principalmente pelo fato de ter duas séries que começam pelos números 54 para o uso militar e 74

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para o uso comercial. Assim, a associação de qualquer componente que comece pelo número
“74” à família TTL fica evidente. A característica mais importante desta família está no fato de
que ela trabalha com uma tensão de alimentação de 5 V. Assim, para os componentes desta
família, o nível lógico zero é sempre a ausência de tensão ou 0 V, enquanto que o nível lógico um
é sempre uma tensão de +5 V. Para os níveis lógicos serem reconhecidos, eles devem estar dentro
de faixas bem definidas, pois na família TTL há uma faixa chamada faixa de ruído. Uma porta
TTL reconhecerá como nível zero as tensões que estiverem entre 0 e 0,8 V e como nível um as
que estiverem numa outra faixa, entre 2,4 e 5 V. Entre essas duas faixas existe uma região
indefinida que deve ser evitada.

Hoje no mercado existem centenas de circuitos integrados TTL disponíveis para a


elaboração de projetos eletrônicos. A maioria usa invólucros DIL de 14 e 16 pinos, conforme
visto na figura 4.4. As funções mais simples das portas estão disponíveis numa certa quantidade
em cada integrado. No entanto, à medida que novas tecnologias foram sendo desenvolvidas
permitindo a integração de uma grande quantidade de componentes, surgiu a possibilidade de
colocar num integrado não apenas umas poucas portas e funções adicionais que serão estudadas
futuramente como flip-flop’s, decodificadores e outros mas, também interligá-los de diversas
formas e utilizá-los em aplicações específicas. Com isso, fica fácil observar que os componentes
que compõem quase todos os equipamentos eletrônicos são compostos pelo conjunto de diversos
componentes lógicos. Para que isso fosse possível, diversas etapas no aumento da integração
foram obtidas e receberam nomes que hoje são comuns quando falamos de equipamentos digitais
e computadores em geral. Temos as seguintes classificações para os graus de integração dos
circuitos digitais:

SSI - Small Scale Integration ou Integração em Pequena Escala: Que corresponde a


série normal dos primeiros TTL que contém de 1 a 12 portas lógicas num circuito integrado.

MSI - Medium Scale Integration ou Integração de Média Escala: Em que temos num
único circuito integrado de 13 a 99 portas ou funções lógicas.

LSI - Large Scale Integration ou Integração em Grande Escala: Que corresponde a


circuitos integrados contendo de 100 a 999 portas ou funções lógicas.

VLSI - Very Large Scale Integration ou Integração em Escala Muito Grande: Que
corresponde aos circuitos integrados com mais de 1000 portas ou funções lógicas.

Em circuitos eletrônicos, na maioria dos casos é possível melhorar a velocidade de


operação (isto é, fazer com que o circuito comute entre os níveis alto e baixo de forma mais

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rápida) sacrificando a potência. Como maior potência não envolve somente maiores correntes
mais também maior consumo de energia e uma dissipação maior de calor, elas também afetam
diretamente as capacitâncias parasitas que existem nas junções dos semicondutores sendo
carregadas e descarregadas mais rapidamente.

Estas capacitâncias parasitas não são introduzidas deliberadamente no circuito, mas são
os resultados inevitáveis das dimensões e geometria do circuito. A disponibilidade de correntes
maiores torna possível ligar e desligar os transistores mais rapidamente. Quando usamos mais
potência com a finalidade de obter maior velocidade, sempre é bom avaliar se este aumento de
velocidade compensa o acréscimo de potência utilizada. Uma figura de mérito útil para se fazer
esta avaliação é o produto velocidade-potência, que é o produto do atraso de propagação pela
dissipação de potência de uma porta.

Quando transistores bipolares comuns funcionam em circuitos digitais e são ligados de


modo a conduzir corrente, a operação geralmente se dá na região conhecida como saturação,
como nós já vimos anteriormente. Em virtude da saturação o transistor leva um tempo
relativamente longo para ser desligado. Conseqüentemente, os circuitos digitais padrão usando
transistores comuns sofrem uma desvantagem em relação à velocidade. Com uma despesa
adicional pode-se, todavia, fabricar um tipo especial de transistor denominado Schottky, que não
satura, podendo, conseqüentemente, operar em velocidades mais altas.

Devido ao balanço possível entre velocidade e potência e devido à possibilidade de


fabricar transistores comuns do tipo Schottky, a família TTL existe em cinco séries distintas, que
são listadas, com suas características. A razão da popularidade da série LS toma-se aparente,
embora outras séries possam ser escolhidas caso haja restrições quanto à velocidade, à dissipação
possível ou ao custo.

Séries Tipo de transistor de Atraso de Dissipação de Produto velocidade-


potência propagação, ns potência, mW potência, pJ
54LS /74LS Schottky, baixa 9.5 2 19
potência.
54L/74L Comum, baixa 33 1 33
potência.
54S/74S Schottky, potência 3 19 57
normal.
54/74 Comum, potência 10 10 100
normal.

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54H/74H Comum, alta potência. 6 22 132


Tabela 4.1. Características típicas da família 54/74 SSI.

4.2.1 Algumas características da família TTL


• Correntes de entrada:
Quando uma entrada de uma função lógica TTL está no nível 0, para uma corrente da
base para o emissor do transistor multi-emissor presente dentro do CI TTL da ordem de 1,6 mA.
Esta corrente deve ser levada em conta no projeto, pois, ela deve ser suprida pelo circuito que
excitará a porta. Quando a entrada de uma porta lógica TTL está no nível alto, flui uma corrente
no sentido oposto da ordem de 40 μA. Esta corrente vai circular se tensão de entrada estiver com
um valor superior a 2,0 V. Estas correntes também são conhecidas pelas suas nomenclaturas
abaixo:

IIH (mínimo) – Corrente de entrada correspondente ao nível lógico alto. Valor da corrente
que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico alto é aplicado em tal
entrada. Note que os valores de IIL são negativos, pois se convencionou que a corrente que entra
na porta tem sinal positivo; Estando a entrada em 0, a corrente sai da porta, portanto o sinal “-“
denota o sentido contrário.

IIL (máximo) – Corrente de entrada correspondente ao nível lógico baixo. Valor da


corrente que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é aplicado
em tal entrada.

• Correntes de saída:
Quando temos a saída de um circuito TTL indo ao nível zero (ou baixo), flui uma
corrente da ordem de 16 mA. Isso mostra que uma saída TTL no nível zero ou nível baixo pode
drenar de uma carga qualquer ligada a ela uma corrente máxima de 16 mA. Por outro lado,
quando a saída de uma função TTL está no nível 1 ou alto, ela pode fornecer uma corrente
máxima de 400 μA. Veja então que podemos obter uma capacidade muito maior de excitação de
saída de uma porta TTL quando ela é levada ao nível zero do que ao nível um. Isso justifica o
fato de que em muitas funções indicadoras, em que ligamos um LED na saída, fazemos com que
ele seja aceso quando a saída vai ao nível zero (e, portanto, a corrente é maior) e não ao nível
um.

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Figura 4.7. Diferenças entre correntes de saída dos níveis lógicos.


Ainda, através de sua utilização, elas podem ser nomeadas como:
c

IOH (mínimo) – Corrente de saída correspondente ao nível lógico alto.


alto Valor da corrente
que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico alto é gerado em tal circuito,
respeitadas as limitações para carregamento da saída.

IOL (máximo) – Corrente de saída correspondente ao nível lógico baixo.


baixo Valor da corrente
que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é gerado em tal
circuito, respeitadas as limitações para carregamento da saída. Novamente deve ser observado
obse
que o sentido positivo é o de saída, portanto IOH é dado em valores positivos e IOL é dado em
valores negativos (corrente entra na porta).

• Capacidade de Saída (Fan-Out)


(
A fonte de um sinal digital aplicado à entrada de uma porta deve ser capaz de estabelecer
est
naquela entrada uma tensão correspondente a um ou outro nível lógico (zero ou um). Em
qualquer um dos níveis a fonte deve satisfazer os requisitos de corrente da porta acionada, ou
seja, fornecer o nível mínimo de corrente e tensão. Como a saída de
de uma porta lógica é usada
como fonte para a entrada de outra porta, é necessário conhecer a capacidade de acionamento de
uma porta, isto é, precisamos saber quantas entradas de portas a serem acionadas podemos ligar
à saída de uma porta acionadora. Este parâmetro
parâmetro é fornecido nos manuais dos componentes,
geralmente com o nome de FAN-OUT. No caso TTL, desde que cada porta acione portas da
mesma série, a capacidade de saída é de dez para portas das séries 74 ou 54 padrão e de alta
potência e para as séries de baixa potência o limite é de vinte. Quando uma porta lógica aciona
portas de outras séries, é necessário verificar a literatura do fabricante para determinar a
necessidade de corrente de entrada, a disponibilidade de corrente de saída e ter certeza de que
não há carga excessiva para a saída de uma porta. Este fato será abordado com mais detalhes
adiante.

• Margem de Ruído
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Como já visto, a família TTL opera com uma tensão de alimentação de 5V, todas as
tensões em um sistema TTL estão no intervalo de 0 a 5V. Quando uma porta lógica não estiver
carregada pela ligação a entradas de outras portas, sua tensão de corresponde ao nível lógico
zero, onde o valor pode ser 0,1 V ou até menor para a série 54/74. A tensão alta, correspondente
ao nível lógico um, fica em tomo de 3,4 V. Quando a saída for de nível lógico baixo, a porta
acionadora deve permitir o fluxo de corrente da porta acionada para si própria. A porta
acionadora é descrita como absorvedora de corrente da carga. Quando a saída estiver no nível
alto, a porta acionadora servirá como fonte de corrente para a carga e é descrita como fornecendo
corrente. No nível de saída de nível lógico baixo, a corrente drenada eleva a tensão de saída e no
nível de saída no nível lógico alto a corrente suprimida diminui a tensão de saída.

Para a série 54/74, o fabricante garante que, mesmo que uma porta esteja carregada até
sua capacidade máxima de saída, a tensão de saída baixa não sobe acima de 0,4 V e a tensão de
saída de nível lógico alto não desce abaixo de 2,4 V. O fabricante também garante que uma
tensão igual ou menor que 0,8V sempre será interpretada por uma porta que está sendo acionada
como correspondendo a tensão baixa (nível lógico zero) e que uma tensão de entrada maior que
2V sempre será interpretada como tensão alta (nível lógico um). As duas tensões de saída e as
duas tensões de entrada são representadas pelos símbolos VOH, VOL, VIH e VIL e são definidas
como:

VOH: A tensão de saída mínima que uma porta fornece quando sua saída estiver
no nível alto.

VOL: A tensão de saída máxima que uma porta fornece quando sua saída estiver
no nível baixo.

VIH: A tensão mínima que pode ser aplicada à entrada de uma porta e
reconhecida como nível alto.

VIL: A tensão máxima que pode ser aplicada à entrada de uma porta e
reconhecida como nível baixo.

Para as séries 54 ou 74, estas tensões são as especificadas abaixo. Quando a tensão de
entrada VI estiver no intervalo de 0 a 0,8V ou no intervalo acima de 2,0 Volts, a saída VO é
constante e vale 2,4 ou 0,4 Volts, respectivamente. Para VI no intervalo de 0,8 a 2,0 Volts, a saída
varia de seu nível alto de 2,4V até seu nível baixo de 0,4V.

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Figura 4.8. Níveis de ruído TTL para entrada e saída.

• Velocidade
Os circuitos eletrônicos possuem uma velocidade limitada de operação que depende de
diversos fatores. No caso dos circuitos TTL, temos ainda que considerar sua construção que pode
apresentar indutâncias e capacitâncias parasitas que influem na sua velocidade de operação das
suas portas lógicas.

Assim, levando em conta a configuração típica de uma porta, veremos que se for
estabelecida uma transição muito rápida da tensão de entrada, a tensão no circuito não subirá
com a mesma velocidade porque esta tensão terá que carregar capacitâncias parasitas existentes
na porta. Isto causará um aumento gradual da tensão de entrada, levando tempo que não deve
ser desprezado. Da mesma forma, à medida que o sinal vai passando pelas diversas etapas do
circuito, temos de considerar os tempos que os componentes demoram a comutar justamente em
função das capacitâncias e indutâncias parasitas existentes.

O resultado disso é que para os circuitos integrados TTL existe um retardo entre o
instante em que o sinal passa do nível zero para um na entrada e o instante em que o sinal na
saída responde a este sinal. Da mesma forma, existe um retardo entre o instante em que o sinal
de entrada passa do nível um para o zero e o instante em que o sinal de saída passa do nível zero
para o um, no caso de um inversor. Observe que estes tempos são determinantes quando se
trabalha com sistemas de alta velocidade.

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• Formas de ligação – Coletor aberto e Totem-Pole:


Os circuitos lógicos TTL que nós vimos até agora são denominados Totem-Pole, eles tem
uma configuração que um ou outro transistor da porta TTL conduz a corrente, conforme o nível
estabelecido na saída seja zero ou um. Este tipo de circuito apresenta um inconveniente caso nós
ligarmos duas portas em paralelo. Se uma das portas tiver sua saída indo ao nível alto
simultaneamente que outra vai ao nível baixo (0), um curto-circuito é estabelecido na saída e isso
pode causar a queima da porta. Quer dizer que os circuitos integrados TTL com esta
configuração nunca podem ter suas saídas interligadas da forma indicada na figura.

Figura 4.9. Efeito do nível lógico baixo e alto num Totem Pole.
Todavia, existe uma possibilidade de elaborar circuitos em que as saídas das portas sejam
ligadas entre si. Este método é obtido pela utilização do Open Collector ou coletor aberto. Os
circuitos TTL que tem esta configuração são indicados como “open collector” e quando são
usados, exigem a ligação de um resistor externo denominado “pull-up” com aproximadamente
2000 ohms.

Este tipo de método significa que o transistor interno da porta lógica está com o “coletor
aberto” (open collector), necessitando de um resistor de polarização. A vantagem desta
configuração está na possibilidade de interligarmos portas diferentes num mesmo ponto e a
desvantagem está na diminuição de velocidade do circuito lógico, ficando mais lento com o uso
do resistor, pois ele influencia o circuito alterando sua impedância.

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Figura 4.10. Configuração interna de uma porta Open-Collector


Collector.

Figura 4.11. Porta lógica usando método “Open


“Open Collector”.
Collector
• Tri-State:
Tri-state,, traduzindo do inglês, corresponde ao terceiro
terceiro estado. Esta é uma configuração
encontrada em alguns integrados TTL, principalmente usados em micro informática, como os
computadores. Quando duas (ou mais) portas estiverem suas saídas conectadas, deve ocorrer que
se uma porta estiver enviando seus níveis
níveis lógicos, a outra porta deve estar numa situação em que
na sua saída não tenhamos nem zero e nem um, então ela deve ficar num estado de circuito
desligado, circuito aberto ou terceiro estado.

Isso é conseguido através de uma entrada de controle denominada


denominada “habilitação” ou
“Enable”” sendo abreviada correntemente por EN. Assim, quando EN estiver em zero, o transistor
da porta lógica não conduz e nada acontece no circuito que funciona normalmente. No entanto,
se EN for levada ao nível um, o transistor satura,
satura, levando ao corte, ou seja, os dois passam a se
comportar como circuitos abertos, independentemente dos sinais de entrada. Na saída teremos
então um estado de alta impedância.

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Figura 4.12. Configuração externa simplificada de uma porta inversora tri-state.


tr

state são muito usadas nos circuitos de computadores denominados


As funções tri-state
barramentos de dados ou “data bus”, onde diversos circuitos devem aplicar seus sinais ao mesmo
data bus”,
ponto ou devem dividir a mesma linha de transferência desses dados. O circuito
c que está
funcionando deve estar habilitado e os que não estão funcionando, devem ser levados sempre ao
terceiro estado.

Figura 4.13. Ligação de duas portas lógicas ao mesmo barramento.

Em virtude da possibilidade da pasta assumir um terceiro estado


estado de alta impedância. Foi
desenvolvido um tipo de porta muito útil, chamada buffer tri-state.
tri state. Em eletrônica digital, um
buffer é um componente sem função lógica, isto é, apresenta na saída exatamente o mesmo sinal
da entrada. Quando este buffer é tri-state,
tri ate, a entrada de controle EN comanda se o sinal na
entrada deve ser apresentado na saída ou não.

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Figura 4.14. Buffer Tri-state.


A EN S
X 0 Alta Impedância
0 1 0
1 1 1
Tabela 4.2. Tabela verdade do Buffer Tri-State.
Tri

4.2.2 Circuitos integrados TTL


Devido ao grande desenvolvimento da tecnologia TTL, temos uma infinidade de
componentes integrados para os mais diversos fins. Serão citados alguns dos mais importantes,
sendo que para obter todas as informações possíveis da família seria necessário ter um manual
manua
para consulta. No fim da apostila, tem a lista e a funcionalidade da maioria dos membros da
família TTL.

Seus componentes integrados mais simples são na maioria das vezes, encapsulados em
um invólucro (contêiner ou pastilha) DIP ou DIL, podendo ter diversas
diversas portas ou “pernas”,
possui o formato retangular como abaixo.

Figura 4.15. Formato DIP ou DIL da família TTL.

Abaixo segue a descrição de algumas portas mais comuns da família TTL, com uma
breve descrição do que elas são e seu consumo.

• 7400 - Quatro
ro Portas NÃO-E
NÃO de duas entradas:

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Num invólucro DIL, o consumo médio por circuito integrado é da ordem de 12


mA.

Figura 4.16. Ligação interna do componente integrado 7400.

• 7402 - Quatro Portas NÃO-OU de duas entradas


Num invólucro DIL de 14 pinos, cada unidade exige uma corrente de 12 mA.

Figura 4.17. Ligação interna do componente integrado 7402.

• 7404 - Seis Inversores (NÃO)


Os seis inversores deste circuito integrado podem ser usados de forma
independente.

Figura 4.18. Ligação interna do componente integrado 7404.

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• 7408 - Quatro Portas E de duas entradas


Este circuito integrado tem cada unidade exigindo uma corrente de 16 mA.

Figura 4.19. Ligação interna do componente integrado 7408.

• 7410 - Três portas NÃO-E de três entradas


Cada uma das três portas NAND deste circuito integrado pode ser usada de
forma independente. A corrente exigida pelo circuito é de 6 mA.

Figura 4.20. Ligação interna do componente integrado 7410.

• 7420 - Duas portas NÃO-E de quatro entradas


Este circuito integrado contém duas portas E que podem ser usadas de forma
independente. O consumo por unidade é de aproximadamente 4 mA.

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Figura 4.21. Ligação interna do componente integrado 7420.

• 7432 - Quatro portas OU de duas entradas


As portas OU deste circuito integrado podem ser usadas de modo independente e
a corrente total exigida é da ordem de 19 mA.

Figura 4.22. Ligação interna do componente integrado 7432.

• 7486 - Quatro Portas OU-Exclusivo


As portas OU-Exclusivo ou Exclusive OR deste circuito integrado podem ser
usadas de forma independente, sendo o seu consumo de 30 mA.

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Figura 4.23. Ligação interna do componente integrado 7486.

4.3 Família CMOS


Depois de termos visto como a família TTL é importante, agora vamos focar sobre uma
nova família, a CMOS. A sigla CMOS significa “Complementary Metal- Oxide Semiconductor”
se referindo a utilização de transistores de efeito de campo ou Field Effect Transistor (FET) no
lugar dos transistores bipolares comuns (como nos circuitos TTL). Como em qualquer área da
eletrônica, o uso da família CMOS, possui vantagens e desvantagens no uso de transistores de
efeito de campo. Entretanto, os fabricantes desta família estão pouco a pouco eliminando essas
diferenças entre as duas famílias com o desenvolvimento de tecnologias de fabricação,
aumentando ainda a sua velocidade e reduzindo seu consumo.

De uma forma geral, podemos dizer que existem aplicações em que é mais vantajoso usar
um tipo, e aplicações em que o outro tipo é melhor. Os transistores de efeito de campo usados
nos circuitos integrados CMOS ou MOSFET’s têm sua composição elementar vista a seguir onde
também aparece seu símbolo. Vemos que o ponto de controle é a comporta ou gate (g) onde se
aplica o sinal que deve ser amplificado ou usado para chavear o circuito. É aqui que teremos a
entrada da porta lógica. O transistor é polarizado de modo a haver uma tensão entre a fonte ou
source (s) e o dreno ou drain (d). Fazendo uma analogia com o transistor bipolar, podemos dizer
que a comporta do MOSFET equivale à base do transistor bipolar, enquanto que o dreno
equivale ao coletor e a fonte ao emissor.

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Figura 4.24. Diferenças entre transistores bipolares e MOS.

4.3.1 Aplicações digitais


Semelhante ao uso que fazemos dos transistores bipolares, podemos fazer uso dos
transistores MOS. Alem de que as portas lógicas que utilizam tecnologia CMOS
(Complementary MOS) permitem com que dispositivos tenham características excelentes para
aplicações digitais. Alguns dos parâmetros da família CMOS serão descritos a partir de agora.

• Consumo e velocidade:
Para que possamos analisar o consumo e velocidade desta família, vamos tomar
um circuito inversor como base para entendermos.

Figura 4.25. Funcionamento de uma porta lógica CMOS

Podemos ver duas características importantes. A primeira é que sempre um dos


transistores estará cortado, independente do sinal de entrada (alto ou baixo) fazendo com que

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praticamente não circule corrente alguma entre o Vdd e o terra (0 V). A única corrente circulante
será de um circuito externo alimentado a saída lógica. Isso significa um consumo extremamente
baixo para este par de transistores em condições normais, já que na entrada a impedância é
elevadíssima e praticamente nenhuma corrente circula. Este consumo é da ordem de dez
nanowatt.

Contudo, na prática temos alguns fatores que tornam este consumo maior, como por
exemplo, eventuais fugas ou a necessidade de outro componente que precise de uma maior
corrente. Mas como dito antes, ele não é só cheio de qualidades. Como problema podemos citar
que, ao aplicarmos um sinal de controle a este circuito, a tensão não sobe imediatamente até o
valor desejado, precisando de certo tempo para carregar o “capacitor” existente na composição
do transistor.

Este atraso nada mais é do que a diferença de tempo entre o instante em que aplicamos o
sinal na entrada e o instante em que ele estará disponível na saída. Nos circuitos integrados
CMOS típicos como os usados nas aplicações digitais, como um inversor, este atraso é da ordem
de três nanossegundos (3 ns). Isso pode parecer pouco nas aplicações comuns, mas se um sinal
tiver de passar por centenas de portas antes de chegar onde ele é necessário, podemos ter um
atraso acumulativo relativamente alto.

Entretanto, este problema pode ser contornado com a elevação de tensão de alimentação.
Assim, com mais tensão, a carga dos elementos capacitivos é mais rápida e isso nos leva a uma
característica muito importante dos circuitos CMOS digitais que deve ser levada em conta em
qualquer aplicação: com maior tensão de alimentação, os circuitos integrados CMOS são mais
rápidos. E isso fica mais fácil de obter do que na família TTL porque eles trabalham num valor
de tensão fixo enquanto os circuitos CMOS trabalham numa faixa de tensão mais ampla.

• Sensibilidade ao manuseio:
Devido à composição dos transistores usados na tecnologia CMOS, ele é extremamente
sensível a descargas elétricas tornando-os dispositivos muito delicados. De fato, a própria carga
elétrica acumulada nas nossas ferramentas ou em nosso corpo quando caminhamos num tapete
num dia seco ou ainda atritamos objetos em nossa roupa pode ser suficiente para danificar de
modo irreversível os componentes CMOS. Para que se possa ter uma idéia, caminhando num
carpete num dia seco, seu corpo pode acumular uma carga estática que atingem até 10000 V. Se
você tocar num objeto metálico aterrado, a descarga de seu corpo neste percurso de terra pode lhe
causar um forte choque. Ainda, da mesma forma, você tocar num terminal de um dispositivo
CMOS, a carga do seu corpo que escoa por este dispositivo facilmente destruirá a finíssima
camada de óxido que separa o gate do substrato e o componente estará inutilizado. Em outras
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palavras, os dispositivos que usam transistores CMOS são extremamente sensíveis a descargas
estáticas. De qualquer forma, para evitar o problema, nunca toque com os dedos nos terminais de
componentes CMOS sejam eles circuitos integrados ou transistores.

4.3.2 Algumas características da família CMOS:


• Tensão de saída:
No nível lógico baixo (zero) a tensão de saída se aproxima de 0 V sendo no máximo de
0,01 V para os tipos comuns com alimentação na faixa de 5 a 10 V. No nível lógico alto, a tensão
de saída é praticamente a tensão de alimentação Vdd ou no máximo 0,01 V menor.

• Corrente de saída:
Diferentemente dos circuitos integrados TTL em que temos uma capacidade maior de
drenar corrente na saída do que de fornecer, para os circuitos integrados CMOS a capacidade de
drenar e de fornecer corrente de saída é praticamente a mesma. Assim, para uma alimentação de
5 V as saídas podem fornecer (quando no nível alto) ou drenar (quando no nível baixo) uma
corrente de até 1mA e essa corrente sobe para 2,5 mA quando a alimentação é de 10 V. Estas
correntes são designadas por IOL e IOH nas folhas de especificações dos circuitos integrados
CMOS.

• Corrente de fuga na entrada:


Se bem que a comporta esteja isolada do circuito dreno-fonte, com uma resistência que
teoricamente seria infinita, na prática pode ocorrer uma pequena fuga. Esta, da ordem de 10 pA
(1 picoampère = 0,000 000 000 001 ampère) para uma alimentação de 10 V deve ser considerada
quando precisamos calcular a corrente de entrada de um circuito CMOS numa aplicação mais
crítica.

• Potência:
Os circuitos integrados CMOS consomem muito menos energia que os circuitos
integrados TTL. Para os tipos comuns a corrente de alimentação Idd é normalmente da ordem de
1 nA tipicamente com um máximo de 0,05 µA para alimentação de 5 V, o que corresponde a
uma dissipação de 5 nW em média para alimentação de 5 V e 10 nW para alimentação de 10 V.

• Velocidade:
Os tipos comuns CMOS são muito mais lentos que os TTL, mas famílias especiais estão
aparecendo com velocidades cada vez maiores e em muitos casos estas se aproximam dos mais
rápidos TTLs. As freqüências máximas, conforme já explicamos, dependem das tensões de
alimentação e das funções, já que maior número de componentes para atravessar significa um
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atraso maior do sinal. Assim, nos manuais encontramos a especificação de velocidade dada tanto
em termos de freqüência quanto em termos de atraso do sinal. Para o caso do atraso do sinal,
observamos que ele pode estar especificado para uma transição do nível alto para o nível baixo
ou vice-versa e em alguns circuitos ou tensões de alimentação podem ocorrer diferenças.

4.3.3 Circuitos integrados CMOS


Comparado a família TTL, também podemos contar com uma boa quantidade de
circuitos integrados CMOS contendo funções lógicas. Como no caso do TTL, não temos espaço
para colocar todas estas funções aqui, entretanto é recomendado recorrer a manual CMOS. Aqui
estão as mais usadas.

• 4001 - Quatro Portas NÃO-OU de duas entradas


Este circuito integrado contém quatro portas NÃO-OU em invólucro DIL de 14 pinos. O
consumo por circuito integrado é da ordem de 10 nW.

Figura 4.26. Ligação interna do componente integrado 4001.


• 4011 - Quatro portas NÃO-E de duas entradas
Em invólucro DIL de 14 pinos encontramos quatro portas NÃO-E de duas entradas de
funcionamento independente.

Figura 4.27. Ligação interna do componente integrado 4011.


• 4012 - Duas portas NÃO-E de quatro entradas
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As duas portas NÃO-E de quatro entradas deste circuito integrado podem ser usadas de
forma independente.

Figura 4.28. Ligação interna do componente integrado 4012.


• 4023 - Três portas NÃO-E de três entradas
As três portas NÃO-E deste circuito integrado podem ser usadas de maneira
independente.

Figura 4.29. Ligação interna do componente integrado 4023.

• 4025 - Três portas NÃO-OU de três entradas


Encontramos neste circuito integrado três funções NÃO-OU que podem ser usados de
forma independente.

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Figura 4.30. Ligação interna do componente integrado 4025.

4.3.4 A Função tri-state do 4048


O integrado 4048 tem características muito interessantes para projetos CMOS envolvendo
funções lógicas. Com o que já vimos, sabemos que usando combinações apropriadas de funções
simples, é possível simular qualquer outra função mais complexa. Este circuito possui 8 entradas,
uma saída e três entradas de “programação”.

Dependendo dos níveis lógicos nas entradas de programação, o circuito se comporta


como funções NÃO-OU, OU, NÃO-E ou E com 8 entradas ou ainda de forma combinada,
realizando ao mesmo tempo funções de portas OU e E em cada uma das quatro entradas. Então,
se colocarmos as três entradas de programação no nível alto, o circuito comporta-se como duas
portas E de quatro entradas ligadas a uma porta OU de duas entradas.

É importante saber deste detalhe porque esta função pode ser facilitadora em muitos
projetos, pois consegue simular a operação de diversas combinações de outros circuitos
integrados CMOS. Internamente, o 4048 é bastante complexo contendo 32 funções
independentes programadas, definidos pelos níveis lógicos nas entradas correspondentes.

Figura 4.31. Ligação interna do componente integrado 4048

4.4 Interfaceamento entre as famílias TTL e CMOS

Conforme explicamos, mesmo tendo uma faixa de tensões ampla e características


diferentes dos circuitos integrados TTL, existe a possibilidade de interfacear circuitos dos dois
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tipos. Há duas possibilidades de interfaceamento entre circuitos digitais TTL e circuitos digitais
CMOS.

4.4.1 A saída TTL deve excitar a entrada CMOS


Se as duas famílias lógicas estiverem com uma tensão de alimentação de 5 V não há
problema e a interligação pode ser direta. Como as entradas CMOS têm uma impedância muito
alta (não exigindo praticamente corrente
corrente alguma) da saída TTL, não existe perigo do circuito
CMOS “carregar” a saída TTL. Entretanto, temos que considerar o seguinte problema: As
entradas CMOS só reconhecem como nível lógico um algum valor de tensão de pelo menos 3.5
V, enquanto que no nível alto, a tensão mínima que o TTL pode fornecer nestas condições é de
3.3 V.

Isso significa que é necessário garantir que a entrada CMOS reconheça o nível alto TTL,
o que é conseguido com a adição de um resistor externo de pull-up
pull (conceito visto
anteriormente),
ente), observe a figura abaixo. Este resistor de 22K μμé ligado ao positivo da
alimentação de 5 V.

Figura 4.32. Interfaceamento TTL e CMOS


Se o circuito CMOS a ser excitado por um TTL for alimentado com tensão maior que 5
V, por exemplo 12 V, deve ser usado um circuito intermediário de casamento de características.
Este circuito intermediário deve manter o sinal, ou seja, deve ser simplesmente um buffer não
inversor, como por exemplo, o de coletor aberto com um resistor de pull-up
pull externo. O valor
deste resistor dependerá da tensão de alimentação.

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Figura 4.33. Interfaceando TTL e CMOS com tensões diferentes

4.4.2 CMOS excitando uma entrada TTL


Neste caso, devemos considerar que uma saída CMOS no nível baixo pode drenar uma
corrente de aproximadamente 0,5 mA e no estado alto, a mesma intensidade. No entanto, uma
entrada TTL fornece uma corrente de 1,6 mA no nível baixo, o que não pode ser absorvido pela
saída CMOS. Isso significa que entre as duas devemos intercalar um buffer CMOS, como por
exemplo, os 4049
9 e 4050 que permitem a excitação de até duas entradas TTL a partir de uma
saída CMOS.

Figura 4.34. Interfaceando CMOS e TTL.

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5 Circuitos lógicos combinatórios


Neste capítulo, estudaremos as funções lógicas de uma forma mais completa.
Analisaremos o quee acontece quando associamos várias portas lógicas, prevendo o que teremos
em suas saídas para cada uma das possíveis combinações dos níveis de entrada. Os circuitos
complexos, como os usados nos computadores, por exemplo, se aproveitam das operações
complicadas
icadas que muitas portas lógicas podem realizar em conjunto.

Com isso, é muito importante que além de analisarmos o comportamento individual de


cada porta lógica, nós também consigamos analisar e construir circuitos mais elaborados a partir
dela.

As portas
tas E, OU e NÃO são exemplos de circuitos combinatórios simples. Uma restrição
importante dos circuitos combinatórios é que não precisam de nenhum retorno (feedback), isto é,
uma entrada para uma porta não pode ser um resultado de uma função que dependa da saída
desta mesma porta.

Isto significa que não é possível obter loops em circuitos combinatórios. Um decodificador
(será visto com detalhes adiante) é um bom exemplo de um circuito combinatório. É um circuito
que produz uma saída específica (geralmente zero) quando um valor específico ou um conjunto
de valores específicos aparece nas suas entradas.

Outro conjunto de circuitos combinatórios que deve ser citado são as portas E e OU de
várias entradas. Por exemplo, se quisermos calcular o E lógico de três entradas, podemos colocar
duas portas E em cascata conforme abaixo.

Figura 5.1. Porta E de três entradas a partir de duas com duas entradas.
De forma semelhante, podemos construir uma porta E de quatro entradas ou combinar
três portas E de duas entradas
entradas e assim por diante. As portas OU de várias entradas podem ser
feitas o mesmo princípio descrito acima. Como portas E e OU com mais de duas entradas são
muito comuns, usaremos um único símbolo para representar portas de N entradas.

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5.1 Passos para montagem de um circuito combinacional


A montagem de um equipamento combinatório, apesar de ser muito simples, as vezes
exige que o projetista esteja ciente do problema como um todo. Em um circuito combinacional,
nós temos alguns passos que devem ser seguidos para que se possa montar claramente um
circuito que atenda a solução do problema analisado. Para estes circuitos, a construção inicia-se
na especificação do problema e diagrama do circuito (ou no conjunto de equações que o
descrevem). Um procedimento genérico para o projeto envolve os seguintes passos:

• Determinar as representações para cada variável de entrada e saída;


• Identificação do problema;
• Determinação das equações lógicas simplificadas;
• Verificar quais componentes comerciais podem ser utilizados;
• Desenhar o circuito final.
Estes passos serão descritos a seguir de forma sistêmica para que o aluno possa
compreender a importância de cada procedimento e possa adotar estes passos na sua rotina de
laboratório.

5.1.1 Determinação das variáveis de entrada e saída:


A determinação de uma nomenclatura já vem sendo feita durante o conteúdo da apostila.
Nós adotaremos a nomenclatura que para cada entrada, teremos uma letra do alfabeto, por
exemplo, A, B, C e etc. Para a saída, sempre a indicaremos através do símbolo S. Veja que S
também pertence ao alfabeto, mas neste caso S nunca poderá representar uma entrada.

5.1.2 Identificação do problema


Quando iniciamos o projeto de circuitos combinacionais, num primeiro momento somos
levados a pensar que o problema de saber o que acontece com a saída de um circuito quando suas
entradas recebem diversas combinações de sinais não é o mais importante. Na verdade, deve-se
fazer o contrário, que significa identificar que tipo de saída é desejado. Então na primeira etapa
deve ser definido o problema, estabelecendo-se exatamente qual a função a ser executada, ou
seja, quais as entradas e quais as saídas.

Como já vimos no capitulo três, quando lidamos com um problema com várias entradas
possíveis é claro que será necessária uma combinação de portas lógicas para que se obtenha uma
saída condizente com o resultado esperado.

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Os diversos sinais de entrada aplicados a uma função lógica, com todas as suas
combinações possíveis e a saída correspondente podem ser colocados numa tabela. Então, para
que see possa ter uma visão do problema como um todo, é necessário construir esta tabela,
chamada de tabela verdade com o objetivo de obter as equações pertinentes à solução do mesmo.

Para facilitar o aprendizado, vamos desenvolver um problema durantes os passos


passo para
mostrar melhor o raciocínio que deve ser feito para a obtenção da solução. Vamos partir de um
exemplo simples de lógica combinacional usando tabelas verdades para saber o que ocorre na sua
saída, com o circuito abaixo.

Figura 5.2. Exemplo de circuito


circu combinacional.

5.1.3 Determinação das equações lógicas simplificadas


Antes de começarmos, é necessário fazer uma revisão de alguns conceitos já vistos até
agora. Esses elementos tem que estar na mente todo o tempo para que o andamento do
aprendizado não seja
eja prejudicado.

Função Lógica Equação algébrica


Função E (AND) S = A⋅ B
Função NÃO E (NAND) S = A⋅ B
Função OU (OR) S = A+ B
Função NÃO OU (NOR) S = A+ B
Função NÃO (NOT) ou inversora S=A
Função OU EXCLUSIVO (Exclusive OR) S = A⊕ B
Tabela 5.1. Resumo das funções lógicas mais simples.
Revisando os itens anteriores, fica claro que as expressões lógicas vistas acima não são as
únicas e sim uma pequena parte. Existem
Existem vários outros equacionamentos que já foram descritos e
que podem ser vistos com mais detalhes nos capítulos anteriores. Se o aluno estiver com
problemas para recordar quais são, seria aconselhável que fizesse uma recapitulação, inclusive
nos itens que citam
itam os mapas de karnaugh.
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Continuando o processo de resolução do problema proposto, vamos executar dois


procedimentos distintos, o primeiro é a obtenção da tabela da verdade através do circuito
proposto. O segundo será fazer o circuito simplificado através da tabela da verdade e os mapas de
karnaugh.

Iniciando o primeiro procedimento, vamos montar a tabela da verdade baseada na figura


5.2. Podemos observar que esta figura possui quatro portas lógicas, uma porta E, uma porta OU
e duas portas inversoras ou portas NÃO. Para cada porta lógica desta, existe uma equação
matemática que representa seu funcionamento, por exemplo, a porta OU. Conforme revisamos
acima, cada porta tem seu operador algébrico e para começar, vamos indicar esses operadores
para cada porta lógica, indicando sua saída através de suas entradas.

Figura 5.3. Circuito combinacional dividido em expressões simples.


Com essa decomposição do circuito combinacional em várias equações algébricas
menores, podemos facilmente obter o funcionamento do circuito através da colocação de todas as
entradas possíveis na tabela verdade. Esta tabela corresponderá ao funcionamento lógico do
circuito.

A B C S1 S2 S3 S
0 0 0 0 1 0 1
0 0 1 0 0 0 1
0 1 0 1 1 1 0
0 1 1 1 0 0 1
1 0 0 1 1 1 0
1 0 1 1 0 0 1
1 1 0 1 1 1 0
1 1 1 1 0 0 1
Tabela 5.2. Tabela verdade do circuito combinacional da figura 5.3.

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Para elaborar a tabela verdade para este circuito combinacional e com isso determinar
todas as saídas possíveis em função das entradas, deve levar em conta que ele é formado por três
etapas.

Na primeira etapa temos a porta OU e a NÃO, na segunda etapa temos a porta E e na


terceira etapa temos mais um circuito inversor. Isso significa que as saídas dos circuitos da
primeira etapa, que chamaremos S1 e S2 são à entrada da segunda etapa e que a entrada da
terceira etapa, S3 é a inversão da saída da segunda etapa.

Então temos que levar em consideração estas saídas na elaboração da tabela verdade que
terá no seu topo todas as variáveis de entrada, as saídas parciais e a saída final. Podemos
identificar as variáveis A,B e C como as entradas dos circuitos. S1, S2 e S3 são pontos
intermediários do circuito que precisam ser analisados para a obtenção de S, que é saída final do
circuito.

Como falado anteriormente, começamos por colocar em A, B e C todas as suas condições


possíveis de entrada, ou todas as combinações de níveis lógicos que podem ser aplicadas ao
circuito.

O próximo passo foi colocar na tabela os valores possíveis de S1 que corresponde ao


resultado algébrico da função OU. Assim através de todos os valores possíveis de A e B,
podemos saber quais serão os valores de S1, simplesmente utilizando à equação S1=A+B. Este
processo se repete para a saída S2, que corresponde a inversão do valor colocado em C.

Depois de se ter todos os possíveis valores de S1 e S2, temos o valor de S3 através da


inserção dos valores de S1 e S2 na porta E. O valor de S3 então estará definido pela equação
algébrica da porta E, sendo S3 = S1 . S2. Com isso, podemos completar a coluna S3 da tabela
verdade, fazendo com que falte somente o valor realmente importante que é à saída do circuito.
Esta é obtida através da aplicação da inversora ao valor obtido de S3. Assim, podemos
finalmente terminar a construção da tabela verdade que corresponde ao circuito da figura 5.3.
Esta tabela corresponde à tabela 5.2.

Veja que este exemplo não constituiu um exemplo de construção de circuitos


combinacionais mesmo porque ele já estava pronto, contudo é importante saber como é obtida a
tabela verdade a partir do circuito para que seja possível analisar seu funcionamento.

Outro detalhe que deve ser considerado é que esta tabela verdade não é única. Podemos
ter várias outras combinações lógicas que representariam à mesma tabela. Ainda poderíamos
evitar o uso de portas como a porta inversora ligada a S, se utilizasse uma porta NÃO E ao invés

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de uma porta E. Note que o projeto de circuitos combinacionais tem uma série de formas de
serem feitas, contudo, para que o aluno não fique perdido entre qual forma adotar, seguiremos a
regra apresentada aqui.

Agora vamos atuar de forma reversa, sendo esta forma mais utilizada para criação de
projetos porque geralmente tem que se construir um equipamento dependendo das suas entradas
e saídas, fazendo assim a expressão lógica e depois o circuito que a representa. Para exemplificar,
a tabela 5.2 foi dada para se verificar qual é a equação lógica que corresponde a ela.

Primeiramente, temos que ver quais colunas serão usadas para criar esta tabela. Como o
que nos interessa são sempre as entradas e as saídas, usaremos as colunas A, B, C e S. Depois
temos que verificar quais linhas geram saídas com nível lógico um, pois são elas necessárias para
a montagem da equação lógica. As saídas com nível um representam que as entradas geram um
valor um na saída, contudo, vemos que várias linhas causam também este tipo de saída. Isso quer
dizer que a tabela 5.3 é o resultado da operação OU entre as tabelas que só possuem uma saída
com nível um.

Tabela 5.3. Tabela verdade simplificada e expandida da tabela 5.2.


Em segundo lugar, se nos interessa somente as linhas onde o nível lógico da saída tem
nível um e sabemos que quando a entrada tiver o número zero significa que a entrada é
“barrada”. Temos a nomenclatura da entrada representada pelo inverso da entrada e quando
tiver o número um significa que a entrada é sem nenhuma modificação.

Então, continuando a análise do exemplo proposto, podemos retirar da tabela verdade a


seguinte equação:

S = A.B.C + A.B.C + A.B.C + A.B.C + A.B.C

Esta equação representa na forma da simbologia lógica a tabela verdade acima, significa
que se nesta equação tivermos o valor de entrada semelhante ao da tabela acima, sempre terá a
saída respectiva. Agora baseado nesta equação, nós teríamos o seguinte circuito lógico
equivalente:

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Figura 5.4. Representação lógica da equação.


Conforme você já deve ter observado, este circuito não é nada parecido com a figura 5.2.
Isto ressalta duas afirmativas, a primeira é que uma tabela verdade pode ser representada por
várias combinações lógicas diferentes e a segunda é que este circuito combinatório pode ser
simplificado de forma a usar uma quantidade menor de portas lógicas ficando do tamanho do
circuito da figura 5.2 ou até menor.

Para a segunda afirmativa, existe o método que permite simplificar as expressões lógicas
fazendo com que elas tenham equivalentes menores. Esta redução é obtida através do uso dos
mapas de Karnaugh já vistos aqui. Para se fazer a simplificação deste circuito, vamos transportar
as informações da tabela verdade para o mapa.

Figura 5.5. Mapa de Karnaugh da tabela 5.2.


Conforme já vimos antes, quando montamos o mapa e vemos que alguma entrada nas
áreas selecionadas muda de índice, zero para um ou vice-versa, ela não influencia naquela saída.
Com isso, através do mapa obtemos a seguinte equação:

S = A⋅ B + C

Temos assim a seguinte representação lógica da equação acima:

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Figura 5.6. Representação lógica da equação.


Faça os testes, montando a tabela verdade deste circuito da forma que tínhamos visto
antes, você verá
erá que, no final, você terá a mesma tabela da verdade.

5.1.4 Quais componentes comerciais podem ser utilizados


Depois de definido quais são as portas lógicas que representam à tabela verdade, devemos
definir também quais serão os componentes integrados que representarão
representarão este circuito. No
mercado existem vários fabricantes que disponibilizam toda a família TTL, geralmente utilizada
para este tipo de projeto. Podemos ver a nomenclatura e a composição de alguns membros desta
família a seguir ou consultando o apêndice
apên B.

Atendo-nos
nos somente ao nosso problema vemos que precisamos de pelo menos uma porta
E e uma porta OU, conforme nosso desenho. Entretanto, podemos ainda verificar que esta porta
E não tem um equivalente comercial, com suas entradas “barradas”, pode precisar
p de um outro
símbolo lógico bem conhecido. Este símbolo seria a porta inversora, fazendo com que a
montagem real desta expressão lógica fosse:

Figura 5.7. Circuito resultante da simplificação.

Vemos que apesar da simplificação resultar uma mudança


mudança do equacionamento, a
quantidade de portas lógicas necessárias continua a mesma. Fazendo uso de três CI’s TTL (7404,
7408 e 7432), mas eles possuem várias portas lógicas que ficariam ociosas, causado desperdício.
Uma das soluções que podem ser implementadas
implementadas seria a substituição destas portas por suas
equivalentes usando NÃO--E
E (NAND), fazendo uma maior utilização dos componentes no
circuito integrado (CI). Abaixo temos uma destas soluções para o circuito da figura 50.
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Figura 5.8. Circuito da figura 5.7 representado com portas NÃO-E.

5.1.5 Desenhar o circuito final


Intuitivamente, sabemos então que qualquer circuito pode ser feito de várias formas
possíveis e utilizar diversas portas lógicas para representá-lo. Utilizando os componentes
eletrônicos existentes no mercado, vamos ver como ficaria a representação dos circuitos da figura
5.7 e da figura 5.8.

Figura 5.9. Circuito comercial da figura 5.7.

Nota-se claramente o desperdício de componentes lógicos nesta montagem, pois temos


somente duas portas inversoras em uso de seis! A falta de uso, além de desperdício, ocupa um
espaço maior na hora de confeccionar o circuito e gastam uma quantia maior na produção dos
equipamentos.

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Figura 5.10. Circuito comercial da figura 5.8.

Vemos que na montagem da figura 5.10, baseada no circuito da figura 5.8, a quantidade
de componentes integrados foi diminuída a dois terços do circuito anterior e ainda utilizou-se um
maior número de portas lógicas por componente integrado, fazendo com que o projeto tivesse
uma menor utilização de espaço e reduzindo os custos de fabricação.
Devemos fazer algumas observações com relação ao uso real dos componentes, por
exemplo, devemos usar capacitores de desacoplamento na alimentação e ainda devemos ligar à
terra todas as entradas não usadas.
No nosso estudo vemos a partir de agora como essas associações são importantes para
dar as portas lógicas funções úteis que manipulam os bits conforme necessário.

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6 Multiplexadores e codificadores
Depois de vermos os conceitos mais simples da lógica binária, suas portas lógicas básicas
e seus principais equacionamentos, estamos prontos para estudar a utilização prática da
eletrônica digital. Isto consiste na implementação destes componentes lógicos para executarem
ações que proporcionem utilidade prática.

Os circuitos combinacionais são os responsáveis pelas operações lógicas e aritméticas


dentro de um sistema digital. Então além das operações lógicas e aritméticas como adição,
subtração complementação, etc. existem outras funções necessárias para a realização de
conexões entre os diversos operadores. Dentre essas funções estão a multiplexação e a
decodificação. Os elementos que realizam essas últimas operações são denominados
multiplexadores e decodificadores. A seguir, veremos como tais circuitos são constituídos.

6.1 Codificadores/Decodificadores
As informações que os circuitos digitais produzem estão na forma binária ou em outras
formas que não são compreendidas facilmente pelo usuário, ou ainda que não possam ser
utilizadas pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso implica na necessidade de se ter
circuitos que processem uma informação codificada de modo a transformá-la em outra que
possam ser usada por dispositivos ou circuitos.

Podemos ter, por exemplo, a necessidade de apresentar um valor numérico na forma


decimal a partir de um valor binário ou produzir um impulso em determinado endereço numa
memória a partir de uma informação binária deste endereço. Nas aplicações digitais encontramos
diversos tipos de circuitos decodificadores, que serão vistos agora.

6.1.1 Decodificador de n para 2n linhas.


Aqui temos circuitos que decodificam um sinal binário de n dígitos para uma de 2n saídas.
Com isso, para dois dígitos ou linhas de entrada, temos 2 x 2 linhas de saída. Para três linhas de
entrada, temos 2 x 2 x 2 linhas de saída ou 8, e assim por diante. Agora para compreender como
este tipo de decodificador funciona, vamos pegar sua configuração mais simples com duas linhas
de entrada e quatro de saída, usando quatro portas NÃO-E e dois inversores NÃO. Este circuito
aciona apenas uma das saídas a partir das quatro combinações possíveis do sinal de entrada.

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Figura 6.1. Decodificador com quatro saídas a partir de dois bits de endereço.

A B S1 S2 S3 S4
0 0 0 1 1 1
0 1 1 0 1 1
1 0 1 1 0 1
1 1 1 1 1 0
Tabela 6.1. Tabela verdade da figura 6.1.

Observe que no seu funcionamento segundo a tabela verdade, a saída ativada vai ao nível
baixo quando o valor binário correspondente é aplicado à entrada. Quando estiver
desenvolvendo circuitos decodificadores na prática, não será preciso programar circuitos
decodificadores como este a partir de portas lógicas, pois existem circuitos integrados que já
realizam estas funções.

Entretanto, o ideal é que observe o funcionamento de cada porta lógica e suas


combinações, pois isto facilitará a compreensão do funcionamento do circuito como um todo.
Nunca devemos esquecer de como são formados os componentes integrados que usamos para
não fiquemos dependentes de uma só implementação. Aplicações possíveis para este circuito
podem ser facilmente imaginadas como, por exemplo, um circuito em que um contador binário é
ligado a um destes decodificadores de modo a fazer o acionamento seqüencial de lâmpadas. Para
determinar a velocidade com que as lâmpadas acendem, é só modificar o tempo de clock, através
da modificação do circuito oscilador.

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6.1.2 Decodificador BCD para sete segmentos


Um tipo de decodificador muito usado nos projetos que envolvem eletrônica digital é o
que faz a conversão dos sinais BCD (Decimais Codificados em Binário) para acionar um
mostrador de sete segmentos. Podemos formar qualquer algarismo de zero a nove usando uma
combinação de sete segmentos de um mostrador. Assim, se quisermos fazer surgir o algarismo
cinco, bastará “acender” os segmentos a, c, d, f, g. Como os sinais codificados em binário não
servem para alimentar diretamente os mostradores, é preciso contar com um circuito que faça a
conversão.

Figura 6.2. Display de sete segmentos.

Figura 6.3. Esquema de interligação BCD – Display de sete segmentos.

Este tipo de circuito decodificador conta com quatro entradas, por onde entra a
informação BCD e sete saídas que correspondem aos sete segmentos do display que mostrará o
dígito correspondente. A combinação de níveis lógicos aplicados às entradas produzirá níveis
lógicos de saída que, aplicados aos segmentos de um display fazem aparecer o dígito
correspondente.

Um display é um dispositivo que apresenta uma informação numa forma que possa ser
lida por uma pessoa usuária daquele equipamento. Podemos ter displays simples que operam na
forma digital como seqüências de LEDs, displays que apresentam números (numéricos) e
displays que apresentam também símbolos gráficos (letras e sinais) denominados alfa-numérico.
Alguns mais sofisticados podem até apresentar imagens de objetos ou formas, como os usados

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em equipamentos informatizados. O tipo mais comum de display usado nos projetos básicos de
digital é o numérico de sete segmentos, conforme o estudado a pouco.

A combinação do acionamento de sete segmentos possibilita o aparecimento dos


algarismos de zero a nove e também de alguns símbolos gráficos. O tipo mais comum usado nos
projetos digitais é o mostrador de LEDs, onde cada segmento é um diodo emissor de luz. Os
LEDs podem ser ligados de modo a ter o anodo conectado ao mesmo ponto, caso em que
dizemos que se trata de um display de anodo comum, ou podem ter os catodos interligados, caso
em que dizemos que se trata de um display de catodo comum.

Figura 6.4. Esquema elétrico do display de sete segmentos.

As correntes nos segmentos variam tipicamente entre 10 e 50 mA conforme o tipo, o que


nos leva a concluir que o consumo máximo ocorre quando o dígito oito é projetado (todos os
segmentos acesos) e pode chegar a 400 mA por dígito. Outro tipo de display também utilizado
com certa freqüência nos projetos é o de cristal líquido. Este display não “acende” quando
excitado.

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A B C D a b c d e f g
0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0
1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0
2 0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1
3 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1
4 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1
5 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1
6 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1
7 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
8 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

9 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1
Tabela 6.2. Tabela dos leds do display de sete segmentos.
Eletrodos transparentes ao serem excitados eletricamente pelo sinal do circuito fazem
com que o líquido com que ele está em contato torne-se opaco, deixando assim de refletir a luz.
Desta forma, o fundo branco do material deixa de ser visto, aparecendo em seu lugar uma região
preta. As regiões formam os segmentos conforme sua combinação tem o aparecimento dos
dígitos. No entanto, é mais difícil trabalhar com estes mostradores, pois eles exigem circuitos de
excitação especiais que também são mais caros.

A principal vantagem do mostrador de cristal líquido (LCD) é seu consumo, que é


centenas de vezes menores do que o de um mostrador de LEDs. Para as aplicações em que o
aparelho deve ser alimentado através de pilhas ou ficar permanentemente ligado, é muito
vantajoso usar o mostrador LCD.

6.1.3 Codificador
Este circuito executa a função inversa do codificador, ou seja, produz um código diferente
em suas saídas para cada entrada diferente ativada. Podemos analisar o projeto do circuito
através de uma tabela verdade construída a partir da sua definição.

I3 I2 I1 I0 A B
0 0 0 1 0 0
0 0 1 0 0 1
0 1 0 0 1 0
1 0 0 0 1 1

Tabela 6.3. Tabela verdade de um circuito codificador.

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A tabela verdade pode parecer um pouco estranha, pois apesar de ter quatro variáveis de
entrada não tem a esperadas dezesseis linhas. O problema é que as quatro entradas só podem ser
ativadas uma de cada vez e com isso temos que eliminar todas as outras combinações possíveis
para elas, mas para resolvermos o circuito através dos mapas de Karnaugh teremos que ter todas
as linhas. Vamos então introduzir o conceito de irrelevância:
Em alguns casos de circuitos combinacionais temos situações que nunca acontecem e,
portanto não nos importaremos com os valores das entradas destes casos. Dizemos então que são
casos irrelevantes, ou seja, tanto faz as entradas terem nível lógico um ou nível lógico zero. A
grande vantagem desta situação é que para resolvermos os mapas de Karnaugh destes circuitos
podemos considerar os níveis lógicos como um ou como zero levando em consideração apenas
nos for mais conveniente para conseguirmos um maior enlace do mapa sem nos esquecer das
regras que regem esses enlaces. Analise então como fica o projeto deste codificador:

I3 I2 I1 I0 A B
0 0 0 0 X X
0 0 0 1 0 0 I0
I2 I I1 00 01 11 10
0 0 1 0 0 1 3
00 X 1 X 1
0 0 1 1 X X
01 0 X X X
0 1 0 0 1 0
11 X X X X
0 1 0 1 X X I0 B
10 0 X X X
0 1 1 0 X X
I1
0 1 1 1 X X I2
A = I 2 + I3
1 0 0 0 1 1 A
I3
I0
1 0 0 1 X X
I2 I I 1 00 01 11 10
3
1 0 1 0 X X
00 X 0 X 1
1 0 1 1 X X
01 0 X X X
1 1 0 0 X X
11 X X X X
1 1 0 1 X X
10 1 X X X
1 1 1 0 X X
1 1 1 1 X X
B = I1 + I3

Figura 6.5. Funcionamento de um codificador.


Observe que a entrada I0 não é conectada no circuito propriamente dito e que pela lógica
isto está certo, pois quando esta estiver ativada devemos ter nas saídas A = 0 e B = 0.

Um exemplo de aplicação para os codificadores e decodificadores são os teclados de


computadores. Você já notou, durante o uso do seu computador que um teclado deste tipo tem
normalmente 105 teclas, mas o fio que os conecta com o gabinete da CPU é muito fino para
conter 105 fios. Na verdade as teclas são codificadas através de um codificador para economizar
fios.

Veja que um codificador com sete saídas pode ter 128 entradas. Isso significa que
podemos transmitir por uma via de sete fios 128 valores diferentes, onde cada valor representa

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uma tecla. O circuito responsável pela codificação de teclados dos computadores atuais é mais
complexo que este estudo, mas o princípio de funcionamento é o mesmo.

6.2 Multiplexadores/Demultiplexadores
6.2.1 Demultiplexador ou DEMUX
A configuração lógica estudada no item 6.1.1 pode ser usada para realizar uma função
muito interessante e útil: o direcionamento de dados num circuito. O fluxo de informações (tanto
analógicas como digitais) aplicado a uma entrada pode ser direcionado para qualquer uma das
saídas, conforme o comando aplicado à linha de seleção de dados.

Por exemplo, se na linha de seleção de dados ou controle for aplicado o valor 10(2), os
dados de entrada serão encaminhados para a terceira linha de saída. Na figura 6.6 mostramos um
circuito deste tipo implementado com portas TTL e que, portanto, só funciona com dados
digitais. Neste DEMUX os dados aplicados na entrada DADOS (DATA) são encaminhados
para uma das saídas (S1 a S4), conforme o “endereço” aplicado nas entradas A e B. No entanto,
os dados só podem “passar” no momento em que a entrada de habilitação EN (de enable) for
levada ao nível alto.

Figura 6.6. Demultiplexador de quatro saídas com enable.

Também é possível encontrar diversos circuitos integrados em tecnologia CMOS ou TTL


que contêm estas funções, alguns operando até com sinais analógicos.

6.2.2 Multiplexadores ou MUX


O nome parece complicado, mas sua função é muito simples: Circuitos multiplexadores
possuem várias entradas, um controle e uma única saída, permitindo que o usuário mostre na

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saída o valor de qualquer das variáveis de entrada dependendo do valor que introduzir no
controle.

Parece complicado? Imagine uma central telefônica moderna, todas as informações que
trafegam por ela são compostas de bits zero e um. Algumas dessas centrais utilizam um forma de
multiplexação no tempo para que numa mesma saída (comumente chamado de canal), eu tenha
os sinais de entrada cada um no seu tempo. Com isso, temos
temos partes do tempo em que a saída
ficará com uma entrada, e depois com outra e outra, fazendo a multiplexação das entradas em
uma só saída. Circuitos multiplexadores são empregados nos circuitos digitais sempre que se
deseja usar o mesmo condutor elétrico
elétrico (ou o mesmo barramento) para transportar, de cada vez,
um dentre diversos sinais possíveis. Observe abaixo o seguinte circuito multiplexador

Figura 6.7. Circuito multiplexador de oito entradas.


Do lado esquerdo estão às entradas, E0 a E7. Acima, os três
rês terminais do dispositivo de
controle, que podem receber valores (em binário) variando de zero (000) a sete (111). Os valores
de cada terminal de controle C0, C1 e C2, assim como seus complementos (resultados da saída de
cada um deles submetido a uma porta
porta NÃO) e os valores das entradas são encaminhados a oito
portas E cujas saídas se juntam na entrada de uma porta OU.

Analise bem: a saída de uma porta E somente é VERDADEIRA se todas as entradas o


forem. Então, se qualquer entrada proveniente de um dos terminais de controle for FALSA, a
saída da porta E correspondente será obrigatoriamente falsa. Devido à combinação das conexões
dos terminais de controle e seus complementos com as portas E, somente uma delas (a que
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corresponder ao número que se entrou no controle) receberá três entradas VERDADEIRAS


provenientes do controle.

Exemplificando: Se entrarmos, por exemplo, com o número 5 (101 em binário) no


controle, somente a porta E ligada à entrada E5 receberá três entradas VERDADEIRAS oriundas
do controle. Essa será a única porta E cuja saída poderá variar (pois as saídas das demais serão
sempre FALSAS por receberem pelo menos um sinal FALSO). Se, no exemplo, a entrada E5
tiver um valor VERDADEIRO, a saída da porta E correspondente também será
VERDADEIRA, posto que as outras três (do controle) serão igualmente VERDADEIRAS. Por
outro lado, se a entrada E5 contiver um sinal FALSO, a saída da porta E correspondente também
será FALSA, pois a combinação das três entradas VERDADEIRAS do controle com o valor
FALSO de E5 resultará em FALSO. Portanto, a saída da porta E ligada a E5 refletirá o estado de
E5: VERDADEIRO se E5 for VERDADEIRO, FALSO se E5 for FALSO.

Como os resultados de todas as portas E são combinados através de uma porta OU e


como todas as demais portas E terão a saída FALSA (devido a uma entrada FALSA proveniente
do controle), quando se entra com o valor “5” no controle, a saída do circuito multiplexador
refletirá o estado da entrada E5: VERDADEIRO se E5 for VERDADEIRO, FALSO se E5 for
FALSO. Uma situação análoga ocorrerá com qualquer outro valor que se entre no controle.

6.2.3 Multiplexadores e demultiplexadores analógicos


Diferente dos multiplexadores e demultiplexadores que nós vimos até a pouco, os
multiplexadores analógicos não são usados para propagar sinais digitais mais sinais analógicos.
Para tanto, as portas lógicas comumente utilizadas neste tipo de circuito não são portas E e sim
transistores que trabalham nas áreas de corte e saturação, permitindo que o sinal flua da entrada
selecionada para a saída.

Por exemplo, imagine que você seja o responsável pela segurança de um prédio com oito
andares. Para melhor observar quem circula pelos corredores, instalou em cada andar uma
câmara de vídeo. Mas, em vez de instalar oito monitores em sua sala, resolveu trabalhar com um
único monitor, que mostrará na tela a imagem de uma câmera de cada vez, dependendo de sua
escolha.

Para isso você instalou um circuito multiplexador com oito entradas (cada uma captando
o sinal de uma câmara), uma saída (que será encaminhada ao único monitor) e um controle no
qual você pode entrar com valores que variam de zero a sete, capaz de selecionar, portanto
qualquer uma das oito câmaras (não esqueça que o térreo é o pavimento “zero”).
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Digamos que você quer ver o que se passa no térreo: basta entrar com “zero” no
dispositivo de controle que o circuito multiplexador enviará para o monitor o sinal da câmara de
número “0”, exibindo a imagem do corredor do andar térreo. Se desejar verificar o que se passa
no sexto andar, entre com “6” no controle e o sinal da câmara instalada no sexto andar será
encaminhado ao monitor. E assim por diante.

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7 Circuitos Aritméticos
Um circuito combinacional aritmético executa operações aritméticas como adição,
subtração, multiplicação e divisão com números binários. A operação aritmética mais simples é a
adição de dois dígitos binários, que consiste de quatro possíveis operações elementares.

As três primeiras operações produzem um dígito de soma. Entretanto, quando ambos os


operandos são iguais a 1, são necessários dois dígitos para expressar seu resultado. Neste caso, o
transporte (vai-um ou carry, em inglês) é somado ao próximo par mais significativo de bits. Um
circuito combinacional que implementa a adição de dois bits é chamado meio-somador (half
adder, em inglês). Um circuito que implementa a adição de três bits (dois bits significativos e um
carry) é chamado de somador completo (full adder, em inglês).

Estes nomes decorrem do fato de que com dois meio-somadores pode-se implementar um
somador completo. O somador completo é um circuito aritmético básico a partir do qual todos os
outros circuitos aritméticos são construídos.

7.1 Meio somador (half adder) e somador completo (full adder)


A operação aritmética mais simples é a adição de dois dígitos binários (bits), a qual pode
ser vista como a adição de dois números binários de um bit cada. Considerando-se todas as 4
combinações de valores que podem ocorrer, os resultados possíveis dessa adição são: 0 + 0 = 0; 0
+ 1 = 1; 1 + 0 = 1; 1 + 1 = 10

Repare que no último caso acima, o resultado da adição é o valor dois, que em binário
necessita de dois dígitos para ser representado (10(2)). No caso, um circuito lógico aritmético para
realizar a adição de dois bits deve operar corretamente para qualquer combinação de valores de
entrada. Isso significa que o circuito para a adição de dois bits deve possuir duas entradas e duas
saídas, conforme ilustrado na figura 7.1.

Figura 7.1. Disposição de entradas e saídas de um meio somador.


Denomina-se meio-somador a operação de adição de dois bits. O circuito mostrado na
figura 7.1 é denominado meio somador (half adder, em inglês). As duas entradas, A e B,
representam os dois bits a serem adicionados. A saída S representa o dígito menos significativo
do resultado, enquanto que a saída S representa o dígito mais significativo do resultado, o qual
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também é conhecido por transporte de saída (carry out, em inglês). Uma vez que ele assume valor
um somente quando o resultado da soma de A e B não pode ser representado num único dígito.

A fim de se projetar o circuito do meio somador, devemos montar uma tabela verdade
para as saídas S e C utilizando-se os valores que resultam da adição de dois dígitos binários, da
forma a seguir:

A B S C
0 0 0 0
0 1 1 0
1 0 1 0
1 1 0 1
Tabela 7.1. Tabela verdade de um meio somador.

Note que a saída S nada mais é do que uma operação OU - Exclusivo entre A e B. Já a
saída C é o E entre A e B. Então, um circuito para o meio somador usa apenas uma porta OU -
Exclusivo de duas entradas e uma porta E de duas entradas.

Figura 7.2. Representação de um meio somador.


Entretanto, quando ao somarmos dois números binários que possuem mais de um dígito
cada ocorrer transporte diferente de zero para a soma de um par de dígitos intermediários, a
soma do par seguinte deverá considerar esse transporte proveniente do par anterior, conforme
ilustra o exemplo a seguir.

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Figura 7.3. Adição de dois números binários de quatro dígitos.


O circuito capaz de realizar a soma de três bits (A, B e Cn), gerando o resultado em dois
bits (S e C) é denominado somador completo (full adder, em inglês). Apesar da entrada Cn
normalmente receber o transporte proveniente da soma imediatamente anterior (carry in, em
inglês), a rigor as três entradas são absolutamente equivalentes sob o ponto de vista funcional. A
tabela verdade para a soma completa é mostrada a seguir, juntamente com o mapa de Karnaugh
e as equações mínimas resultantes para S e Cn+1. A seguir temos um circuito para o somador
completo.

C n A B S Cn+1
0 0 0 0 0
Cn Cn
0 0 1 1 0 AB 0 1 AB 0 1

0 1 0 1 0 00 0 1 00 0 0

0 1 1 0 1 01 1 0 01 0 1
1 0 0 1 0 11 0 1 11 1 1
1 0 1 0 1 10 1 0 10 0 1
1 1 0 0 1 __ _ _ _ _
S = C n AB + C n AB + C n AB + C n AB C n+1= C n B + AB + Cn A
1 1 1 1 1

Figura 7.4. Mapa K (Karnaugh) de um somador completo.


A
B
Cn

S Cn+1

Figura 7.5. Esquema lógico de um somador completo.

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Este circuito lógico representa um somador completo sendo representado por portas
lógicas simples. Esta soma é de somente dois bits, entretanto seria inviável se toda vez que fosse
fazer um circuito somador de 4 bits fosse necessário o uso de tantas portas lógicas. Com isso,
depois de aplicar a tabela verdade do circuito no mapa de karnaugh, podemos ver que o seu
circuito fica simplificado.

Figura 7.6. Diagrama lógico simplificado de um somador completo.

7.1.1 Somador paralelo tipo ripple carry


Utilizando-se n somadores completos, pode-se realizar um somador capaz de operar dois
números binários de n bits. Particularmente, o dígito de ordem i do resultado, Si, será obtido pela
adição de Ai, Bi e Ci, onde Ci é o transporte proveniente do dígito anterior. O somador de índice i
recebe como entradas Ai, Bi e Ci, gerando a soma Si e o valor de transporte Ci+1, o qual será
entrada para o somador completo do dígito seguinte (i+1). Uma forma de facilitar a visualização
do somador seria colocá-lo representada da mesma forma como foi representado o meio
somador.

Figura 7.7. Representação gráfica de um somador completo.

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Figura 7.8. Representação gráfica de um somador paralelo de 4 bits.


Repare que o somador completo mais a direita, podendo também ser chamado de FAD0
(Full Adder 0), também possui uma entrada Cin. Como inicialmente não existe um valor de
transporte a ser somado aos dígitos menos significativos, A0 e B0, esta entrada deverá estar
constantemente ligada a zero, através do terra do circuito. Já a saída de transporte Cout do dígito
mais significativo, serve para indicar se o resultado da adição entre A e B pode ser representado
em quatro bits ou cinco bits. Caso o resultado não possa ser representado em quatro bits, Cout irá
exibir o valor 1; Essa situação é chamada de overflow.

Observe também que, uma vez que um novo par de valores A e B é fornecido ao circuito
somador, as últimas duas saídas a se estabilizarem são S3 e o Cout mais a esquerda, uma vez que
estas dependem de Cout do anterior, sendo este dependente da estabilização de Cout do seu
anterior e assim por diante. Desta forma, pode-se aproximar o atraso deste somador como sendo
proporcional ao número de estágios (número de somadores completos em cascata). Com efeito, a
propagação do transporte ou carry ao longo da cadeia de somadores é o ponto fraco deste tipo de
somador. Existem outros tipos de somadores capazes de operar mais rapidamente, mas que não
serão abordados aqui.

A construção de um somador para operar dois números binários de n bits requer o uso de
n somadores completos, conectados segundo a mesma topologia mostrada na figura 7.5. É
importante ressaltar que tal somador pode operar dois números inteiros quaisquer, positivos ou
negativos, desde que ambos estejam representados em complemento de 2.

7.2 Somador/Subtrator
A subtração de dois números inteiros em binário pode ser feita utilizando-se a seguinte
fórmula:

S = A − B = A + B +1,

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Onde todas as operações são aritméticas, exceto B , que representa a complementação de


B, bit a bit. A figura 7.9 mostra um circuito somador/subtrator de quatro bits. Esse circuito é
originado do somador paralelo de quatro bits, porém com a adição de portas ou-exclusivo nas
entradas associadas a B, de modo a permitir a negação individual de cada bit de B.

Figura 7.9. Representação de um somador/subtrator de quatro bits.


A tabela que segue mostra o funcionamento deste circuito, em função dos sinais de
controle seletor e Carry in A.

Seletor Carry in A Operação Descrição

0 0 S=A+B+0 Soma A e B sem Carry

1 1 S = A + B+ 1 Subtrai B de A com carry

Tabela 7.2. Tabela de funcionamento do somador/subtrator.


O exemplo do que ocorre com o somador paralelo apresentado na seção anterior,
também o somador/subtrator pode operar dois números inteiros quaisquer, positivos ou
negativos, desde que tais números estejam representados em complemento de dois.

Caso os dois números a serem operados estivessem representados em sinal-magnitude,


por exemplo, seria necessário existir um circuito para testar o sinal de cada número e comparar
as magnitudes, para só então realizar a soma ou a subtração.

Como isso representaria a necessidade de um hardware mais complexo, e possivelmente


mais caro e mais então, a representação em complemento de dois é dominantemente utilizada
nos computadores atuais.

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O uso do complemento dois significa a soma do bit “1” a uma palavra em


complemento um. E ainda a palavra em complemento um significa que ela tem seus bits
invertidos, ou seja, se na palavra original era “1” com o complemento passará a ser “0”.

7.3 Comparador de magnitude


Existem circuitos capazes de comparar valores binários e apresentar informações sobre
eles. Esses circuitos são chamados somadores e apresentam em suas saídas valores que indicam
se dois valores de entrada são iguais ou não e, não sendo, qual dos dois é maior.

Em primeiro lugar, a verificação de que dois valores são iguais é feita usando a
propriedades da por ta não-ou-exclusiva. Conforme pode ser observado na tabela abaixo, quando
os dois bits de entrada são iguais, a saída é ‘1’.

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1

Assim sendo, para comparar dois valores basta aplicar os bits correspondentes das duas
palavras em portas não-ou-exclusivas e aplicar o resultado de todas as portas em uma porta “E”.
Abaixo temos um exemplo de circuito para comparar se dois valores de 4 bits (A e B) são iguais,
apresentando ‘1’ na saída “A=B” caso sejam.

Figura 7.10. Comparador de igualdade de palavras 4 bits

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Já para identificar qual dentre dois valores A e B de 4 bits é maior, usa-se o seguinte
raciocínio:

1. Se o bit mais significativo A.3 é 1 enquanto B.3 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.2 é 1 enquanto B.2 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.1 é 1 enquanto B.1 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.0 é 1 enquanto B.0 é 0, A > B;

4. Senão, temos A = B ou A < B;

Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado para quantos bits se queira comprar e pode ser
implementado através de circuitos combinacionais.

Um exemplo de circuito integrado para comparar valores de 8 bits é o 74682, cujo


circuito interno é apresentado a seguir.

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Figura 7.9. Diagrama interno do integrado 74682.

7.4 Unidade lógica aritmética


Como se pode observar, à medida que a complexidade das operações matemáticas é
maior os circuitos necessários aumentam. Isso ocorre também com o aumento do número de bits
envolvidos na operação. Para solucionar esses problemas foram desenvolvidos circuito integrados
capazes de realizar diversas operações lógicas e aritméticas, envolvendo palavras de 4 ou 8 bits.
Esse circuito é chamado de ULA – Unidade Lógica Aritmética (em inglês ALU – Arithmetic Logic
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Unit). Por esse nome também se designa o blocos interno responsável por operações lógicas e
aritméticas em processadores e microcontroladores.

Uma ULA tipicamente tem duas palavras de entrada (4 ou 8 bits) e uma palavra de saída
(4 ou 8 bits, respectivamente). A seleção da operação a ser realizada é feita através de entradas
com esses fins. Adicionalmente, podem ser encontrados saídas que indicam se o resultado é igual
a zero, se ouve estouro da capacidade de representação, comparação se os valores de entrada são
iguais, qual o maior, etc...

Quando se trata de operações aritméticas, as palavras de entradas são consideradas como


valores inteiros, isto é, internamente existe carry que o resultado de um bit influencie o resultado
do seguinte. No caso das operações lógicas, os bits são tratados individualmente, respeitando-se
apenas a posição dos bits nas duas palavras.

Como exemplo de circuito integrado ULA, temos a 74181, capaz de realizar operações de
soma, subratração, OU, E, OU-Exclusivo, complemento (inversão dos bits) com palavras de 4
bits. Além disso o componente também informa se as duas palavras de entrada são iguais, se
houve estouro da capacidade de representação e possui entrada e saída de carry (para ligação em
cascata).

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8 Circuitos Seqüenciais – Flip-flop’s


Os flip-flop’s são elementos lógicos que podem apresentar em seu funcionamento apenas
dois estados estáveis. Não existem estados intermediários entre estes dois estados. A aplicação de
um sinal de entrada pode mudar o dispositivo de um estado para outro e como a qualquer
momento podemos saber qual é o estado em que ele se encontra, é possível considerar este
circuito como uma memória capaz de armazenar um bit. O flip-flop é o elemento básico das
chamadas memórias estáticas. Existem diversos tipos de flip-flop’s encontrados nos circuitos
digitais e o analisaremos adiante.

8.1 Flip-Flop RS
O Flip-Flop RS (de Reset e Set) tem sua configuração com transistores mostrada na figura
8.1 e funciona da seguinte maneira: Quando alimentamos o circuito, dada às poucas diferenças
que podem existir entre as características dos dois transistores, um deles conduzirá mais do que o
outro. Supondo que este transistor seja Q1, há uma queda de tensão no seu coletor que reduz em
conseqüência a corrente que polariza a base de Q2 via R2. Nestas condições, a tensão do coletor
de Q2 se mantém alta, realimentando a base de Q1 via R3 e a situação final do circuito é
estabelecida: Q1 satura e Q2 fica no corte. O flip-flop encontra seu estado estável inicial. O flip-
flop R-S tem duas saídas representadas por Q e Q , assim, na condição inicial estável, com Q1

conduzindo, Q estará no nível baixo (0) e Q estará no nível alto (1).

Figura 8.1. Circuito equivalente a um flip-flop RS.


O processo que leva o flip-flop a este estado inicial pronto para funcionar é muito rápido,
não demorando mais do que alguns microssegundos. Quando o flip-flop se encontra na situação
indicada, com Q=0 e Q = 1 , dizemos que ele se encontra “setado” ou armado. A mudança de
estado do flip-flop pode ser obtida aplicando-se um sinal conveniente na entrada. Como usamos

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transistores NPN para comutar o flip-flop,


flip flop, temos de fazer conduzir por um instante o transistor
que está cortado, ou seja, devemos aplicar um pulso positivo na entrada correspondente. Assim,
estando o flip-flop
flop na condição indicada, se desejarmos mudar o estado, aplica-se
aplica o pulso na
entrada SET. O transistor Q2 conduz por um instante, realimentando via R3 a base de Q1 que é
cortado.

Com o corte, a tensão na base de Q2 sobe via polarização de R2 e mesmo que o pulso de
disparo desapareça, o circuito se mantém no novo estado graças à realimentação. Sua saída Q vai
ao nível (1) e a saída Q vai ao nível (0). Para trocar novamente de estado o flip-flop
flip R-S,
aplicamos um pulso positivo na entrada RESET, levando Q1 à saturação e Q2 ao corte, situação
que se firma mesmo depois de desaparecido o pulso graças à realimentação proporcionada pelos
resistores.

Veja que um pulso aplicado à entrada SET, correspondendo a um bit 1, faz com que a
saída Q que estava em zero passe a um, armazenando este
es bit. O flip-flop
flop funciona realmente
como uma memória para este bit.

Da mesma forma como utilizamos transistores bipolares NPN para obter um flip-flop,
flip
podemos também empregar outros tipos de componentes em configurações semelhantes
podemos elaborar flip-flop’s
flop’s usando transistores PNP, caso em que a polaridade dos sinais de
disparo vai ser invertida. Da mesma forma, podemos usar transistores de efeito de campo, tanto
de canal N como canal P (bipolares ou JFET’s) como também transistores de efeito de campo
camp
MOS com os dois tipos de canal (N ou P). O que mudará em cada caso é o sentido de circulação
das correntes e as polaridades dos sinais aplicados.

Como observamos os flip-flop’s


flip flop’s também podem ser feitos com válvulas e na realidade os
primeiros que existiram
m eram justamente montados com estes componentes. Naquela época não
existiam transistores e nem circuitos integrados. Os flip-flop’s
flip flop’s podem ser elaborados com portas
lógicas e o RS que estudamos pode ser facilmente obtido a partir de duas portas E de duas
entradas.

igura 8.2. Flip-Flop


Figura Flip RS com portas NÃO-E.

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Levando em conta as tabelas verdade das portas NÃO-E vemos que a saída da primeira
porta realimenta a segunda e vice-versa, garantindo assim a continuidade dos estados obtidos
quando o flip-flop comuta. No entanto, a comutação deste circuito ocorre quando as entradas
passam do nível alto para o baixo, ou seja, de um para zero. Esta condição é indicada pelos
símbolos R’ e S’ nas entradas.

Então, quando as entradas estão ambas no nível baixo, o flip-flop se mantém no estado
em que foi colocado por ser ligado ou por uma comutação anterior. Por outro lado, se as
entradas forem levadas simultaneamente ao nível alto, o flip-flop irá para um estado
indeterminado que deve ser evitado. Na prática, a aplicação de níveis altos nas duas entradas
pode destruir o dispositivo.

O diagrama de tempos mostrados abaixo nos permite mostrar o que ocorre no


funcionamento de um flip-flop por etapas, sendo analisados da seguinte forma:

Figura 8.3. Diagrama de tempo do flip-flop RS.


a. Flip-flop resetado;

b. S vai ao nível 1 e o flip-flop é setado;


c. S vai ao nível 0 e o flip-flop permanece setado;

d. R vai ao nível 1 e o flip-flop é resetado;

e. R volta ao nível 0 e o flip-flop permanece resetado;

Tudo isso pode ser representado por uma tabela verdade, da mesma forma que fazemos com
as funções lógicas. Nesta tabela temos algumas nomenclaturas que devemos nos familiarizar e
que são amplamente usadas, a saber:

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Primeira possibilidade: Qn-1 = representa o estado da saída Q ANTES da aplicação dos sinais. Qn
= representa o estado da saída Q DEPOIS da aplicação dos sinais.

Segunda possibilidade: Q = representa o estado da saída Q ANTES da aplicação dos sinais. Qn+1
= representa o estado da saída Q DEPOIS da aplicação dos sinais.

Os dois tipos de representação são usados. Nas colunas e linhas em que são colocados os
níveis lógicos zero e um, quando aparece o termo Qn ou Qn significa que a saída vai para um
estado indeterminado.

R S Qn + 1 Qn + 1
0 0 Qn Qn
0 1 1 0
1 0 0 1
1 1 X X
Tabela 8.1. Tabela verdade do Flip-Flop RS.

Temos ainda que ver que a ultima condição não é aceita pois poderia danificar o
equipamento. Ainda, igualmente com o que fizemos na representação dos somadores, existe uma
forma de representar este tipo de circuito lógico através de uma figura simples.

Figura 8.4. Representação do flip-flop RS.

8.2 Flip-Flop RS com clock e mestre-escravo


Estes circuitos chamados de flip-flop RS controlados por clock e mestre escravo
encontram uma gama de aplicações muito grande nos circuitos digitais mais complexos, já que
estes são sempre comandados por um clock, ou seja, são circuitos lógicos sincronizados.

O uso de um circuito de controle (mestre) que determina quando o flip-flop (escravo)


muda de estado é importante para permitir que as mudanças de estado do flip-flop só ocorram

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em determinados instantes. Usando portas NÃO-E


N E podemos implementar um flip-flop
flip RS
controlado por clock (Master
Master-Slave).

Figura 8.5. Flip-flop


Flip flop RS controlado por clock com portas NÃO-E.
NÃO
Analisemos seu funcionamento: Partindo da situação em que a entrada de clock (relógio)
esteja no nível baixo, as saídas Q e Q permanecerão no estado inicial em que se encontravam e
insensíveis a qualquer variação que ocorra nas entradas S e R. Quando a entrada de clock for
levada ao nível 1, o circuito passa a responder aos sinais das entradas R e S. No entanto,
conforme o diagrama de tempos abaixo, este circuito tem um inconveniente.

Figura 8.6. Diagrama de tempo do flip-flop


flip flop RS com clock.
Como as saídas acompanham as entradas, durante o tempo em que o clock as habilita,
estas saídas podem mudar
dar de estado mais de uma vez, voltando assim ao estado inicial, o que
não é desejado de forma alguma. Um modo de contornar este problema consiste na utilização de
duas etapas numa configuração mais complexa.

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Figura 8.7. Flip-flop


Flip RS mestre-escravo completo.

Este circuito é denominado Flip-Flop


Flip RS Mestre-Escravo ou Flip--Flop RS Master-Slave e
faz uso de portas NÃO-E
E e de um inversor, cuja finalidade é inverter o pulso de clock. Neste
caso, quando a entrada de clock for ao nível um, o flip-flop
flip mestre mudará
dará de estado, mas o flip-
flip
flop escravo permanecerá insensível, mantendo seu estado.

Quando a entrada de clock passar para o nível lógico zero, a saída do flip-flop
flip mestre será
levada para o escravo. Isso significa que o flip-flop
flip flop em seu todo não é sensível
sensíve ao nível do sinal de
clock, ou seja, se ele é zero ou um, mas sim à sua transição. As saídas Q e Q só vão mudar de
estado no instante em que ocorrer a transição do sinal de clock do nível alto para o nível baixo.
Com esta configuração é possível garantir que só vai ocorrer uma mudança de estado na presença
de um pulso de clock. Os flip-flop’s
flip flop’s que funcionam desta forma são denominados “Edge
Triggered” ou “Disparados pela borda”.

Se a mudança de estado ou disparo (engatilhamento) ocorrer quando o sinal de clock


passa de zero para um, os flip-flop’s
flip são denominados “positive edge-triggered”,
triggered”, enquanto que, se
o disparo ocorre quando o clock vai do nível um para zero, na queda do nível lógico, os flip-flop’s
flip
chamam-se “negative edge-triggere
triggered”.

Neste tipo de circuito é muito importante levar em conta, num projeto de maior
velocidade, o tempo gasto para todo o processo, porque temos que levar em consideração o
tempo que o circuito demora para sair de um nível lógico e ir para outro. Assim, partindo
par do
diagrama de tempos da figura 8.8, vemos que a saída do flip-flop
flip flop só completa sua mudança de
estado depois de certo tempo, do pulso de clock ter sido aplicado. Dois tempos são importantes
neste tipo de circuito.

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Figura 8.8. Temporização no Flip-flop


Flip RS mestre-escravo.
escravo.
• tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção é o tempo em que a entrada deve
permanecer ainda no circuito para que seu nível lógico seja reconhecido pelo flip-
flip
flop.
• tS: Setup Time ou tempo em que a entrada do flip-flop
flop deve permanecer no
estado
ado desejado antes da transição do clock que vai provocar a mudança de
estado do circuito. Duas entradas podem ser acrescentadas neste circuito,
dotando-o
o de recursos importantes para aplicações práticas.
Uma das entradas é denominada PRESET (PR’) ou pré-ajuste
juste e tem por função levar
imediatamente as saídas do circuito a um estado determinado (Q=1 e Q =0), independentemente
do que estejam acontecendo nas demais entradas. Sua ativação ocorre quando PR’ estiver em
zero e CLR’ em um, no caso
so apresentado, pois o símbolo ‘ sobre a identificação indica que ela
está ativa no nível baixo.

Figura 8.9. Ligação das entradas preset e clear.


A outra entrada denominada CLEAR ou apagamento tem por função levar as saídas aos
estados Q=0 e Q’=1, independentemente
independentemente do que estiverem ocorrendo nas demais entradas.
Como as entradas PRESET e CLEAR produzem resultado independente do estado da entrada de
clock, estas são chamadas de entradas assíncronas; Em oposição, as entradas R e S que são
síncronas, isto é, sincronizadas com o sinal de clock.

É importante observar que estas duas entradas não podem ser ativadas ao mesmo tempo,
pois isso levaria o circuito a um estado indeterminado que inclusive poderia causar problemas
aos seus componentes.

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Ao construirmos a tabela verdade para este circuito, teremos três novos símbolos que são
normalmente usados em representações de eletrônica digital. “X”
“ representa uma condição
irrelevante qualquer que ela seja não haverá influência no que ocorre na saída. A seta para cima
indica a transição do nível baixo para o nível do sinal na entrada ou saída representadas. Já a seta
apontando para baixo indica uma transição do nível baixo para o nível alto do sinal
correspondente.

8.3 O flip-flop
flop JK Mestre-Escravo
Mestre
O flip-flop
flop JK mestre-escravo
mestre ou “master-slave”” pode ser implementado por funções
lógicas comuns, adquirindo a configuração básica mostrada abaixo.

Figura 8.10. Flip-flop JK.


Um problema observado no flip-flop
flip flop RS é que temos uma situação “proibida” que ocorre
quando as entradas
das R e S vão ao nível alto ao mesmo tempo e que pode levar o circuito a um
estado indeterminado. Esta situação acontece principalmente nas aplicações em computação,
quando uma parte do sinal de saída é usada para realimentar a entrada.

Nestas condições podem


odem ocorrer as situações de conflito com a produção de oscilações
indesejadas. Esta situação pode ser contornada com a utilização de uma nova configuração, que
é justamente a do flip-flop
flop JK utilizada nas aplicações práticas e que analisaremos a seguir.
Podemos
odemos ter quatro combinações possíveis para os sinais aplicados nas entradas J e K e
analisemos cada uma das combinações:

J=0 e K=0: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa do sinal,
o flip-flop
flop mantém sua condição original, ou seja,
se não muda de estado.

J=1 e K=0: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa, o flip-
flip
flop é “setado”. Se já estiver setado, ele permanece nesta condição.
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J=0 e K=1: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa, o flip-
flop é “resetado”. Se já estiver nesta condição, ele permanece.

J=1 e K=1: Nesta condição, ao receber uma transição negativa na entrada de clock
(CLK), o flip-flop muda de estado (TOGGLE). Se estiver setado, ele reseta e se estiver resetado,
ele é setado.

Podemos elaborar a tabela verdade para indicar o que ocorre com este flip-flop. Observe o
uso das setas para indicar as transições de sinal na entrada de clock que comandam o
funcionamento deste tipo de circuito. Da mesma forma que nas outras configurações estudadas,
podemos também incluir as entradas de PRESET e CLEAR neste circuito.

Figura 8.11. Tabela verdade do Flip-flop JK.


Uma maneira melhor de analisarmos o funcionamento deste circuito é através de um
diagrama de tempos, em que observamos as formas de onda nos diversos pontos de entrada e
saída. Este diagrama de tempos para o flip-flop J-K é mostrado abaixo.

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Figura 8.12. Diagrama de tempo do flip-flop JK com preset e clear.


Analisemos alguns trechos importantes deste diagrama mostrando o que acontece:

• Neste instante CLR e PR estão no nível baixo, Q e Q’ estão no nível alto, que é
uma condição não permitida;
• Aplica-se então o sinal PR, que indo ao nível alto, faz com que o flip-flop seja
resetado;
• A aplicação de um pulso na entrada CLR que vai ao nível alto, e a ida de PR ao
nível baixo fazem agora com que o flip-flop seja setado;
• CLR e PR são mantidos no nível alto a partir deste instante. Com J=0 neste
trecho e K indo ao nível alto, o flip-flop será resetado na próxima transição
negativa do sinal de clock;
• Ainda com CLR e PR no nível alto (esta condição se manterá daqui por diante) e
a saída J=0 e k=1, o flip-flop permanecerá resetado;
• Com J=1 e K=0, o flip-flop é setado na transição seguinte do pulso de clock;
• Com J=1 e K=0, não ocorrem mudanças de estado;
• Com J=1 e K=1 na transição seguinte do pulso de clock, o flip-flop muda de
estado (complementa ou “toggle”). Se estiver resetado, como neste caso, ele é
setado;
• Mantendo J=1 e K=1 com nova transição do pulso de clock, o flip-flop muda de
estado outra vez, ou seja, complementa. Veja que quando as entradas J e K estão
no nível alto, o circuito se comporta como um disparador, mudando de estado a
cada transição negativa do pulso de clock.

8.4 O flip-flop tipo D


Este é também um circuito de flip-flop muito usado, cujo símbolo é mostrado a seguir.
Este flip-flop possui uma única entrada que comanda todo o circuito. Esta entrada é que lhe dá
nome. Denominada “Data” (dados), é abreviada por D, daí o nome do dispositivo. Este flip-flop
opera de uma maneira muito simples: no pulso de clock, ele assume o estado da entrada,
conforme podemos ver pela sua tabela verdade:

D Qn+1
0 0
1 1
Tabela 8.2. Tabela verdade do flip-flop D.

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Figura 8.13. Representação gráfica do flip-flop D.


O Flip-flop D é capaz de armazenar um bit, portanto é a base para a criação de um
dispositivo imprescindível para os sistemas computacionais, a memória.

8.5 O flip-flop tipo T


O nome vem de “Toggle” ou complementação, seu símbolo é mostrado na figura 8.14. O
que este circuito faz pode ser entendido facilmente pelo diagrama de tempos mostrado na figura
8.15. Quando a entrada T deste circuito está no nível baixo, o flip-flop se mantém em seu estado
anterior, mesmo com a aplicação do pulso de clock.

Figura 8.14. Representação gráfica do flip-flop T.


No entanto, quando a entrada T está no nível alto, o flip-flop muda de estado. Se estiver
setado, ele reseta e se estava resetado, ele seta. Este comportamento significa na realidade a
divisão da freqüência de clock por dois. Em outras palavras, este circuito se comporta como um
divisor de freqüência, encontrando aplicações práticas bastante importantes em eletrônica digital.

Figura 8.15. Comportamento do flip-flop T com relação ao clock.


Um exemplo de aplicação é dado quando associamos diversos flip-flop do tipo T em
série, de modo que passando através de cada um, a freqüência do sinal de entrada é divida por

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dois. Usando quatro flip-flop, podemos dividir a freqüência por 2, 4, 8 e 16. Este tipo de divisor
de freqüência é muito usado, existindo até circuitos integrados que possuem seqüências de mais
de dez flip-flop ligados desta forma. Na prática não temos os flip-flop tipo T como componentes
prontos para uso. Estes flip-flop’s podem ser obtidos a partir de outros.

Figura 8.16. Flip-flop T como divisor de freqüência.

8.6 Transformando flip-flop’s


Da mesma maneira como podemos obter qualquer função lógica complexa a partir de
funções simples, o que foi visto em lições anteriores, também podemos “brincar” com os flip-
flop’s, obtendo outros tipos a partir de um tipo básico. Assim, usando um flip-flop’s R-S ou J-K
que são comuns e algumas portas lógicas, podemos obter flip-flop’s de outros tipos.

Figura 8.17. Transformando Flip-flop’s RS.


Acima temos algumas conversões que podem ser feitas utilizando-se flip-flop’s do tipo
RS. O modo de funcionamento de cada um pode ser facilmente entendido se associarmos as

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tabelas verdade dos flip-flop’s estudados às tabelas verdade das portas agregadas, considerando os
sinais de realimentação.

De outra forma também podemos obter flip-flop’s tipo D e T a partir de flip-flop’s do tipo
JK. Veja que a simples conexão da entrada K ao J no flip-flop do tipo J-K o transforma em um
flip-flop tipo T. Esta possibilidade é muito interessante, já que flip-flop’s J-K são disponíveis em
tecnologia TTL e CMOS e podem ser usados em circuitos divisores de freqüência.

Figura 8.18. Transformando flip-flop’s JK.


E ainda, temos outras duas transformações importantes de flip-flop’s mostradas na figura
8.19. No primeiro caso temos uma transformação de um flip-flop tipo D em flip-flop tipo T,
bastando para isso que a saída complementar Q’ seja ligada à entrada D, realimentando o
circuito. A segunda transformação, que leva um flip-flop tipo D a funcionar como tipo T exige o
emprego de uma porta E adicional na realimentação do sinal que é retirado da saída
complementar Q’.

Figura 8.19. Transformando flip-flop D.

8.7 Flip-flop’s nos Computadores


Encontramos os flip-flop’s nos computadores como elementos fundamentais de muitos
circuitos. Uma aplicação é na própria divisão de freqüência dos clock’s. Existem setores de um
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PC que devem operar com velocidades menores que a fornecida pelo clock principal. É o caso
dos barramentos onde são ligados as placas de expansão, os modems e as saídas de dados paralela
e serial. Assim, em lugar de usar um clock para cada freqüência desejada, o que se faz é empregar
um clock único e dividir sua freqüência conforme as exigências de freqüências mais baixas,
conforme na figura 8.16.

No caso dos computadores, tanto o próprio clock como a seqüência de flip-flop’s


divisores podem ser obtidos num único circuito integrado. Um ponto importante que deve ser
levado em conta é a possibilidade de ligar os flip-flop’s em conjunto com outras funções, de
modo que a freqüência possa ser dividida por qualquer número e não somente por potências de 2
(2, 4, 8, 16, 32, 64, etc.).
Outra aplicação importante é como célula de memória. Oito flip-flop’s ligados lado a lado podem
armazenar um byte inteiro. Todos os flip-flop armazenam um bit. Existem diversas memórias
internas de um PC que nada mais são do que flip-flop’s que podem ser habilitados tanto para a
leitura de dados como para introdução (gravação de dados).

Conforme se pode imaginar, vimos que os flip-flop’s são blocos muito importantes da
eletrônica digital, eles podem ter diversos tipos de comportamento e que, quando reunidos,
poderiam apresentar comportamentos interessantes como, por exemplo, a capacidade de dividir
freqüências, de armazenar informações (bits), além de outras.

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9 Contadores
Quando usamos a eletrônica digital, devemos separar os circuitos lógicos sem
sincronismo daqueles que possuam algum tipo de sincronismo externo, ou seja, que usam um
sinal de CLOCK. Existem aplicações em que tudo o que importa para o circuito é fazer uma
operação com determinados níveis lógicos aplicados à sua entrada, quando eles estão presentes,
não importando quando isso ocorra. Tais circuitos não precisam de sincronismo algum e são
mais simples de serem utilizados.

No entanto, com circuitos muito complexos, como os utilizados em computadores, o


instante em que uma operação deve ser realizada é muito importante e isso implica em que os
circuitos devam ser habilitados no instante em que os níveis lógicos são aplicados em sua
entrada. Isso significa que tais circuitos devem ser sincronizados por algum tipo de sinal vindo de
um circuito externo. E este circuito nada mais é do que um oscilador que produz um sinal de
clock ou relógio. Os circuitos que operam com estes sinais são denominados circuitos com lógica
sincronizada ou contadores. Os contadores são dispositivos lógicos cuja função é realizar a
contagem binária, seja em ordem crescente ou decrescente. Para os contadores temos então
diversas classificações que levam em conta estes e outros fatores, por exemplo:

a) Classificação com relação ao sincronismo: Os contadores podem ser assíncronos, quando


existe o sinal de clock aplicado apenas ao primeiro estágio. Os estágios seguintes utilizam como
sinal de sincronismo a saída de cada estágio anterior. Estes contadores também são denominados
“Ripple Counters”. Os contadores também podem ser síncronos, quando existe um sinal de clock
único externo aplicado a todos os estágios ao mesmo tempo.

b) Classificação com relação ao modo de contagem: Os contadores podem ser progressivos ou


crescentes, quando contam numa seqüência de números crescentes, ou seja, dos valores mais
baixos para os mais altos, como (1, 2, 3, 4...). São também chamados em inglês de “up-counters”.
Os contadores podem ser regressivos ou decrescentes, quando a contagem é feita dos valores
mais altos para os mais baixos como (4, 3, 2, 1...), também chamados de “down-counters”. Se bem
que possamos fazer contadores usando funções lógicas comuns e mesmo flip-flop’s discretos,
podemos contar na prática com circuitos integrados em lógica TTL ou CMOS que já possuam
contadores completos implementados.

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9.1 Contador assíncrono


Conforme explicamos, neste tipo de contador, o sinal de clock é aplicado apenas ao
primeiro estágio, ficando os demais sincronizados pelos estágios anteriores. Temos a estrutura
básica de um contador deste tipo usando flip-flop’s do tipo JK. Usamos três estágios ou três flip-
flop’s ligados de tal forma que a saída Q do primeiro serve de clock para o segundo, e a saída Q
do segundo serve de clock para o terceiro. Sabemos que os flip-flop’s ligados da forma indicada
funcionam como divisores de freqüência. Assim, o sinal de clock aplicado ao primeiro tem sua
freqüência dividida por dois.

Figura 9.1. Contador assíncrono.


A freqüência estará dividida por quatro na saída do segundo e por oito na saída do
terceiro. Mas, se elaborarmos uma tabela verdade com os níveis lógicos obtidos na saída de cada
um dos flip-flop’s, a cada pulso do clock aplicado, a partir do instante em que todas as saídas
sejam zero, teremos algo interessante a considerar:

Clock Qc Qb Qa
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1
6 1 1 0
7 1 1 1
Tabela 9.1. Tabela verdade de um contador assíncrono.
Veja que a seqüência de valores obtidos 000, 001, 010, 011, 100, 101, 110 e 111
corresponde justamente à contagem em binário dos pulsos de zero até sete. Isso significa que este

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circuito conta os pulsos de entrada e fornecem saídas que é a representação binária desta
contagem.

Veja também que ele faz a contagem crescente, ou seja, de zero até sete. Se, em lugar de
três flip-flops, usarmos quatro, teremos a contagem de 0000 a 1111, ou seja, uma contagem
crescente de zero a quinze pulsos. Oito desses flip-flops ligados em série podem contar até 256
pulsos e com isso fornecer uma saída de 8 bits ou 1 byte.

Vamos supor agora que em lugar de usarmos como saídas de contagem as saídas Q de
todos os flip-flop, usássemos as saídas complementares Q’. É fácil perceber que, partindo da
situação em que todos os flip-flops estejam resetados, a tabela verdade obtida terá nas saídas os
complementos da tabela anterior. Esta tabela será:

Clock Qa Qb Qc Valor Binário


0 1 1 1 7
1 1 1 0 6
2 1 0 1 5
3 1 0 0 4
4 0 1 1 3
5 0 1 0 2
6 0 0 1 1
7 0 0 0 0
Tabela 9.2. Tabela verdade de um contador assíncrono decrescente.
Portanto, este contador fornece em sua saída, valores binários que correspondem à
contagem decrescente dos pulsos de entrada, partindo de sete. Trata-se de um contador
decrescente ou DOWN COUNTER. Como no caso anterior, se tivermos mais flip-flop’s,
podemos contar a partir de valores mais altos. Com quatro flip-flop’s podemos partir a contagem
de quinze e com oito flip-flop’s, de 255. Veja que a quantidade máxima que podemos contar com
um contador deste tipo depende da quantidade de flip-flop’s usados.

Um problema que ocorre com este tipo de flip-flop é que cada um precisa de certo tempo
para mudar de estado. Isso significa que à medida que usamos mais flip-flop’s em seqüência num
contador, os tempos de mudança de estado são somados e o conjunto precisa cada vez de mais
tempo para chegar ao estado final desejado. Se aplicarmos um novo pulso de clock para
contagem à entrada do circuito, antes de ocorrer a mudança de estado do conjunto, pode ocorrer
um funcionamento errático. Assim, a freqüência máxima de operação de um contador é dada
pelo tempo necessário para cada estágio mudar de estado multiplicado pelo número de estágios

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usados no contador.

9.2 Contagem programada ou contagem com armadilha


Conforme vimos, os ciclos de contagem dos circuitos dados como exemplos no item
anterior são sempre potências de dois, ou seja, são circuitos que contam até 2, 4, 8, 16, 32 etc. O
que fazer se precisarmos de um circuito que tenha um ciclo de contagem diferente desses valores,
que não seja uma potência de 2? Podemos usar a entrada CLEAR para reiniciar a contagem,
zerando-a, quando chegar ao valor desejado. Por exemplo, podemos reiniciar a contagem depois
do cinco se quisermos um contador que conte de zero a cinco, ou seja, que tenha seis estados de
saída, conforme a tabela verdade dada a seguir:

Clock Qc Qb Qa
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1
6 (Estado Instável) 0 0 0
Tabela 9.3. Tabela verdade de um contador modulo cinco.
No sexto pulso que corresponde ao estado 110(2), o circuito vai a um estado que ativa a
entrada clear e leva todos os flip-flop’s a serem resetados.

Para este circuito a solução é simples. Veja que a situação em que devemos ter a volta à
zero da contagem e, portanto, a ativação da linha CLR (clear) ocorre com uma única combinação
de sinais: QC e QB no nível alto. Se usarmos flip-flop’s que tenham entradas “clear” ativadas pelo
nível alto, basta usar uma porta AND de duas entradas com as entradas ligadas nas saídas QB e
QC e a saída na linha comum de CLEAR de todos os flip-flop’s, conforme abaixo.

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Figura 9.2. Contador assíncrono de modulo seis.

Se os flip-flop’s usados tiverem um clear ativado no nível baixo, basta usar uma porta
NÃO-E em lugar de E. Se quiséssemos um contador até quatro, por exemplo, o estado em que
deveria ocorrer a ativação da entrada clear ocorreria com a quinta combinação de saídas, 101(2), o
que significa QC=1 e QA=1. Bastaria então ligar as entradas da porta E nessas saídas, conforme
a figura.

Figura 9.3. Contador assíncrono de modulo cinco.


Seguindo a mesma analogia dos circuitos anteriores, observe que, quando as saídas
chegarem ao estado 110(2), que seria a contagem do sexto pulso no circuito da figura 9.3, um
pulso de reset de curta duração é produzido. Esta curta duração é dada justamente pelo tempo
que os flip-flop’s demoram a mudar de estado resetando, pois eles “realimentam” as entradas da
porta E. Nos exemplos dados, fizemos a programação da contagem usando as entradas de clear
de cada flip-flop.

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Uma outra maneira de projetarmos um contador consiste em usarmos as entradas “preset”


em lugar de “clear”. Para isso fazemos com que, no momento em que for atingida a contagem
do valor imediatamente anterior àquele em que deve ocorrer a volta a zero, ou seja, n-1, em lugar
de termos a comutação dos flip-flop’s, tenhamos a ativação das entradas de “preset”. Desta
forma, no pulso seguinte de clock teremos a volta a zero (reset) do contador. Para um contador de
seis estados, que depois do quinto pulso reseta, teremos a seguinte tabela verdade.

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Pulsos Qc Qb Qa
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1 O Preset é acionado
- x x x Volta a Zero na transição de clock
6 0 0 0
7 0 0 1
Tabela 9.4. Tabela verdade de um contador de módulo usando preset.
Veja que a detecção da condição de produção do pulso de “preset” deve ser reconhecida
com os níveis 101(2) nas saídas dos estágios dos contadores e com o pulso indo ao nível alto na
entrada de contagem. Para obtermos a configuração 1111(2) que nos permitiria usar uma porta E
de quatro entradas, basta levar em conta a saída QB’ em lugar de QB. Assim, basta usar a porta E
e ligá-la nas entradas de “preset” dos flip-flop’s. Se as entradas forem ativadas no nível baixo
(PR’), basta trocar a porta E por uma porta NÃO-E de quatro entradas.

9.3 Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos)


Usando alguns artifícios, como por exemplo, porta apropriada, é possível programar um
contador de modo que ele tanto conte progressivamente como regressivamente. Usando 3
estágios, podemos ter um contador UP/DOWN, conforme a figura 10. Uma entrada
(UP/DOWN) pode ser usada para determinar o sentido da contagem. Trata-se de uma entrada
seletora de dados ou DATA SELECTOR, que pode ser usada para mudar o modo de
funcionamento dos estágios deste circuito.

Funcionamento: Se usarmos as saídas Q dos flip-flop’s de um contador, a contagem será


crescente, mas se usarmos as saídas Q’, a contagem será decrescente. Assim, o que fazemos é
colocar um circuito seletor nessas saídas, de tal modo que ele coloque a saída Q de todos os flip-
flop’s na entrada de clock do seguinte, quando a contagem deve ser progressiva, e coloque a saída
Q’ na entrada do seguinte, quando na contagem decrescente. Três portas NÃO-E para cada
estágio podem fazer isso a partir do sinal de comando UP/DOWN.

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Figura 9.4. Contador Up/Down.

9.4 Contadores síncronos


Sincronizar a contagem por um clock único aplicado a todos os estágios não é apenas
uma necessidade dos circuitos mais complexos, principalmente, os usados em Informática
Informá e
Instrumentação. O sincronismo de todos os estágios pelo mesmo clock tem ainda vantagens
operacionais importantes. Conforme vimos, nos contadores assíncronos, os tempos de
comutação dos flip-flops
flops influem no funcionamento final do circuito, pois eles são cumulativos.

Em outras palavras, cada estágio precisa esperar o anterior completar a operação antes de
iniciar a sua. Usando lógica sincronizada, ou seja, um contador em que todos os estágios são
sincronizados por um clock único, este problema não existe
existe e podemos ter contadores muito
mais rápidos, na verdade, contadores cuja velocidade independe do número de etapas.

Para mostrar como isso pode ser feito, vamos tomar como exemplo o circuito da figura
9.5. Este circuito utiliza flip-flops
flip tipo JK ligadoss de uma forma denominada PARALLEL
CARRY. Nesta forma de ligação, J e K do primeiro flip-flop
flip flop são mantidas no nível alto por meio
de um resistor ligado ao positivo da alimentação (Vcc). Assim, o primeiro flip-flop
flip muda de
estado a cada pulso de clock. No entanto,
e J do segundo flip-flop
flop está ligado à saída Q do
primeiro.

Figura 9.5. Contador síncrono.


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Isso significa que o segundo flip-flop só mudará de estado quando o primeiro flip-flop for
resetado, ou seja, a cada dois pulsos de clock. Da mesma forma, com o uso de uma porta E, o
terceiro flip-flop só vai mudar de estado quando as saídas Q do primeiro e segundo flip-flop
forem ao nível um, ou seja, a cada quatro pulsos de clock.

Para quatro bits, utilizando quatro estágios podemos ter um problema que ocorre com
este tipo de configuração, pois é que a partir de três estágios, a cada estágio que acrescentamos no
contador devemos adicionar uma porta E cujo número de entradas vai aumentando. Assim, para
quatro estágios, a porta deve ter três entradas, para cinco estágios, quatro entradas e assim por
diante. Uma maneira de não termos este problema consiste em usar uma configuração diferente
de contador apresentada abaixo e denominada RIPPLE CARRY.

Figura 9.6. Contador RIPPLE CARRY.

Neste circuito as portas usadas sempre precisam ter apenas duas entradas, o que é
importante para a implementação prática do contador. No entanto, como desvantagens deste
circuito, têm uma limitação da velocidade de operação, pois como o sinal para os estágios vem
da porta anterior, temos de considerar seu atraso.

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10 Registradores de deslocamento
Um registrador de deslocamento ou “shift-register” no inglês, consiste num conjunto de
flip-flop’s que podem ser interligados de diversas formas, algumas delas são mostradas na figura
10.1. Estes circuitos podem deslocar uma informação (bit) aplicada na entrada de uma posição a
cada pulso de clock.

Figura 10.1. Exemplos de montagem de alguns registradores de deslocamento.

Por exemplo, o bit um aplicado na entrada aparece na saída do primeiro flip-flop no


primeiro pulso de clock, depois se desloca, aparecendo na saída do segundo flip-flop no segundo
pulso de clock e assim por diante, até aparecer na saída do final da seqüência.

Na configuração mostrada na figura 10.1, todos os flip-flop tipo D têm sua saída
conectada à entrada do flip-flop seguinte e todos eles são controlados pelo mesmo clock. Para
entender como funciona este circuito, vamos partir da situação inicial em que todos eles estejam
desativados ou com suas saídas Q no nível baixo. Inicialmente vamos aplicar à entrada de dados
um nível alto (1).

Conforme podemos ver, esta entrada é feita pela entrada J do primeiro flip-flop (FF1).
Com a chegada do pulso de clock a este flip-flop, ele muda de estado e com isso “armazena” o
pulso aplicado à entrada, o qual aparece em sua saída depois de um curto intervalo de tempo.

Veja que este sinal é armazenado com o flanco positivo do sinal de clock, quando então o
nível alto deve estar presente na entrada do flip-flop. O intervalo de tempo que decorre entre a
aplicação do sinal na entrada de dados e seu aparecimento na saída do flip-flop é da ordem de
alguns nanossegundos nos integrados das famílias lógicas comuns, mas é importante que em
muitas aplicações mais rápidas ele seja levado em conta.

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No próximo pulso de clock, a entrada do primeiro flip-flop já não tem mais o nível alto, e,
portanto FF1 não muda de estado. No entanto, na saída de FF1, temos nível alto, e esta saída
está ligada à entrada do segundo flip-flop (FF2). Com isso, a chegada do segundo pulso de clock,
o nível lógico a saída do primeiro se transfere para a saída do segundo depois de um pequeno
intervalo de tempo.

A seqüência de bits aplicados à entrada aparece na saída depois de certo número de clock.
Isso significa que o bit um aplicado na entrada se “deslocará” mais um pouco no circuito,
passando para a saída do segundo flip-flop. É claro que, se nessa segunda passagem, tivermos
aplicado um novo nível um na entrada do circuito, ao mesmo tempo em que o primeiro se
transfere para o segundo flip-flop, o segundo se transfere para a saída do primeiro flip-flop.

Chegando agora um terceiro pulso de clock, teremos nova transferência e o nível alto ou
bit um se transfere para a saída do flip-flop seguinte, ou seja, FF3. Em outras palavras, a cada
pulso de clock, os níveis existentes nas saídas dos flip-flop’s, sejam eles zero ou um, se transferem
para o flip-flop seguinte. Assim, supondo que apliquemos em seqüência, na entrada de um shift-
register como o indicado, os níveis 0101, teremos a seguinte seqüência de condições de saída para
um shift-register que use quatro deles:

Clock Entrada FF1 FF2 FF3 FF4


Início 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0
1 0 1 0 0 0
2 1 0 1 0 0
3 0 1 0 1 0
4 0 0 1 0 1
Tabela 10.1. Funcionamento do Shift-Register.

Veja então que no quinto pulso de clock, o primeiro pulso de clock, o primeiro nível
lógico, aparece na saída do último flip-flop (FF4) e se lermos a saída dos flip-flop’s teremos
registrado os níveis aplicados na entrada: 0101(2).

Com isso, vemos que aplicando um dado binário num shift-register, depois do número
apropriado de pulsos de clock, ele pode armazenar este dado. Para retirar a dada em seqüência,
basta continuar aplicando pulsos de clock ao circuito.

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Veja então que para armazenar um dado de quatro bits num registrador devemos aplicar
quatro pulsos de clock e para ler em seqüência, mais quatro pulsos de clock. Para “apagar” os
dados registrados num shift-register, como o indicado, basta aplicar um pulso na entrada CLEAR.
Todos os flip-flop’s terão suas saídas levadas ao nível baixo ou zero.

10.1 Tipos de registradores de deslocamento


Dependendo da maneira como a informação entra e como ela pode ser obtida num
registrador de deslocamento, podemos ter diversas configurações que nos levam a muitos tipos de
circuitos. Assim, existem circuitos em que temos uma entrada serial ou duas, e também podemos
ter uma ou duas linhas de saída. A seguir, veremos os principais tipos como suas denominações.

10.1.1 SISO - Serial-in/Serial-out:


Os dados foram aplicados à entrada do registrador na forma de níveis lógicos um atrás do
outro, acompanhando o sinal de clock. Dizemos que este registrador opera com a carga de dados
“serial” ou em série. Em outras palavras, este circuito tem entrada serial ou serial-in. Exatamente
como ocorre com a porta serial de um computador, o dado é “enfileirado” e entram um após
outro e vão sendo armazenados em flip-flop’s. Este tipo de registrador de deslocamento já foi
mostrado na figura 10.1.

10.1.2 PISO - Parallel-in/Serial-out


No entanto, existe uma segunda possibilidade de operação para os shift-registers, que é a
de operar com a entrada de dados em paralelo e sair com estes mesmos dados em série. Dizemos
que se trata de um shift-register com entrada paralela e saída serial.

Figura 10.2. Registrador de deslocamento PISO.


Analisemos como ele funciona: Os dados são colocados ao mesmo tempo na entrada,
pois ela opera em paralelo. Por exemplo, se vamos armazenar o dado 0110(2), esses dados são
aplicados ao mesmo tempo nas entradas correspondentes (S) dos flip-flop’s.

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No primeiro pulso de clock, os flip-flop’s “armazenam” esses dados. Assim, os flip-flop’s


que possuem nível um em sua entrada S passam esse nível à saída (FFB, FFC). Por outro lado, os
que possuem nível zero na sua entrada, mantêm este nível na saída (FFA e FFD). Isso significa
que, após o pulso de clock, as saídas dos flip-flop’s apresentarão os níveis 0110(2).

10.1.3 SIPO - Serial-In/Parallel-out


Da mesma forma, podemos carregar os dados em série e fazer sua leitura em paralelo
através de Qa, Qb, Qc e Qd. Os registradores que operam desta forma podem ser também
denominados conversores série-paralela ou paralela-série, conforme o modo de funcionamento.

Figura 10.3. Registrador de deslocamento SIPO.

10.1.4 PIPO - Parallel-in/Parallel-out


Estes são circuitos em que os dados são carregados ao mesmo tempo e depois lidos ao
mesmo tempo pelas saídas dos flip-flop’s.

Figura 10.4. Registrador de deslocamento PIPO.


Os registradores de deslocamento podem ainda ser classificados quanto à direção em que
os dados podem ser deslocados. Dizemos que se trata do tipo shift-right, quando os dados são
deslocados para a direita e que se trata de um tipo shift-left, quando os dados são deslocados
somente para a esquerda. Existem ainda os tipos bidirecionais em que os dados podem ser
deslocados nas duas direções. Este é um registrador do tipo SISO.

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Observa-se que o sentido de deslocamento é determinado por uma entrada que atua sobre portas
que modificam o ponto de aplicação dos sinais em todos os flip-flop’s, exatamente como visto
nos contadores up e down anteriores. Com a aplicação de um nível lógico conveniente na entrada
LEFT/ RIGHT, podemos determinar o sentido de deslocamento dos dados no circuito.

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11 Conversores Analógico/Digital e Digital/Analógico


Até o momento tratou-se apenas de sinais digitais em suas diversas aplicações. Contudo, no
mundo real a maioria das grandezas e informações está em forma analógica. Dizer que um sinal é
analógico significa dizer que ele pode assumir qualquer valor entre dois valores limites. Uma
informação com essa característica não pode ser expressa de forma digital, porque um número
infinito de níveis exigiria um número infinito de bits para representá-la. Surge então a necessidade de
componentes que convertam informações analógicas em digitais e vice-versa. São eles o conversor
analógico digital (ADC ou simplesmente A/D) e o conversor digital analógico (DAC ou simplesmente
D/A).

11.1 Conversor D/A


Conversor D/A é um componente capaz de transformar sinais expressos de forma digital e
informações analógicas. Em outras palavra, ele transforma uma palavra binária de n bits em uma
informação analógica, geralmente uma nível de tensão.

O número de níveis de tensão possíveis em um conversor D/A é definido pelo número de bits
desse conversor. Um conversor de n bits é capas de expressar 2n valores analógicos diferentes. Esses
valores estarão uniformemente distribuídos entre dois limites, chamados de referencia superior e
inferior. Por exemplo, um D/A de 8 bits, com referência inferior em 0V e superior em 5V pode gerar
256 níveis de tensão diferente dentro dessa faixa.

Existem vários tipos de conversor D/A. A seguir são apresentados alguns dos mais comuns.

11.1.1 Conversor D/A Simples

Figura 1. Converso D/A simples que utiliza um amplificador operacional.

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O funcionamento é simples: trata-se amplificador operacional em configuração somador


inversor. Como cada entrada (A, B, C e D) possui um ganho diferente, teremos na saída a soma
ponderada das entradas que estiverem em ‘1’ (5V), cada uma multiplicada por um “peso”. A tabela a
seguir exemplifica os valores obtido para cada combinação de entrada..

D C B A Vout
0 0 0 0 0
0 0 0 1 -0.625
0 0 1 0 -1,250
0 0 1 1 -1,875
0 1 0 0 -2,500
0 1 0 1 -3,125
0 1 1 0 -3,750
0 1 1 1 -4,375
1 0 0 0 -5,000
1 0 0 1 -5,625
1 0 1 0 -6,250
1 0 1 1 -6,875
1 1 0 0 -7,500
1 1 0 1 -8,125
1 1 1 0 -8,750
1 1 1 1 -9,375

Tabela 1. Tabela de conversão de um sinal digital para um sinal analógico.


O inconveniente desse tipo de montagem é que quando o número de bits aumenta muito os
valores de resistores tem uma faixa muito grande, indo de um extremo muito alto a outro muito
baixo. Isso implica em uma dificuldade construtiva causada pelas tolerâncias desses componentes,
que tendem a tornar o sinal de saída impreciso.

11.1.2 Conversor D/A R-2R

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Figura 2. Conversor D/A do tipo R-2R

O conversor R/2R recebe esse nome porque é composto por uma rede de resistores com
valores intercalados de uma resistência (R) e o dobro dessa resistência (2R). Equacionando essa
malha concluímos que o valor da resistência não importa, desde que seja sempre mantida a relação
R/2R. Posto isso, cada ramo da resistência pode ser ligado a terra ou a Vref (tensão de referência
superior) conforme a palavra binária, gerando em sua saída uma tensão correspondente.

O fato de usar apenas dois valores de componente próximos torna esse tipo de conversor
mais fácil de construir e muito mais preciso.

11.2 Conversor A/D


A maioria dos dados obtidos de sensores comuns, tais como sensores de temperatura,
intensidade luminosa, posição, tensão, corrente e etc. fornecem sinais analógicos, ou seja, uma
tensão que é proporcional à grandeza medida e que varia de forma contínua numa faixa de valores.

No entanto, a maioria dos equipamentos modernos que fazem a aquisição de dados destes
sensores, trabalha com técnicas digitais. Isso significa que o dado analógico, preciso ser convertido
para a forma digital. Para fazer esta conversão são utilizados circuitos denominados conversores
analógico-digital, ou simplesmente A/D, como seu próprio nome indica, realiza a conversão de sinais,
cuja amplitude varia continuamente em sinais digitais correspondentes à amplitude do sinal original.

Para converter se faz o uso de um comparador de tensão ou corrente - variando de acordo


com a aplicação - que irá comparar o sinal analógico com o valor de referência.

Desta forma os circuitos A/D devem preencher certos requisitos importantes quanto ao seu
desempenho que são:

 Quantização;
 Taxa de Amostragem e;
 Linearidade.

11.2.1 Quantização
Entre os dois valores extremos da escala de valores analógicos que devem ser convertidos para
a forma digital existem infinitos valores intermediários, o que justamente caracteriza uma grandeza
que varia de forma análoga ou analógica.

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Entretanto, quando passamos um valor qualquer entre os dois valores extremos incluindo-os,
não podemos representar qualquer quantidade, pois precisaríamos para isso de um número infinito
de bits.

Assim, por exemplo, se utilizarmos na conversão 4 bits, teremos a possibilidade de representar


apenas 16 valores na escala total de valores analógicos, e se usarmos 8 bits poderemos representar
256 valores, conforme indica a figura 52.

Se tivermos uma escala de 0 a 8 V, por exemplo, e usarmos 4 bits para a conversão, os


"degraus"da escada de conversão terão 0,5 V de altura, o que significa que este conversor terá uma
resolução de 0,5 V. Se usarmos um conversor A/D de 8 bits (256 "degraus"de resolução) para fazer
um voltímetro de 0 a 10 V, por exemplo, a resolução deste voltímetro será de 10/256 ou pouco
menos de 0,04 V.

Figura 3. Escala de Conversão


Este comportamento "digital" pode ser observado em muitos instrumentos comuns, tais como
os multímetros digitais em que, se a grandeza medida estiver num valor intermediário entre dois
degraus da resolução do conversor A/D, o valor apresentado no display oscilará entre eles.

Evidentemente, tanto maior é a precisão na conversão mais bits serão utilizados pelo
conversor.

Tipos com 8 a 16 bits são comuns nas aplicações industriais e em medidas, dependendo da
quantidade de "passos" desejados na conversão ou a resolução.

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11.2.2 Taxa de Amostragem


Muitos processos de aquisição de dados de sensores, de processos ou de outras aplicações
precisam ser rápidos. Uma placa de aquisição de dados de um instrumento de medida que projete
uma forma de onda, desenhe um gráfico na tela de um PC representando um processo dinâmico ou
mesmo um instrumento digital simples como um multímetro, deve estar constantemente em
andamento.

Um osciloscópio digital, por exemplo, deve medir as tensões instantâneas de um sinal em


diversos pontos ao longo de um ciclo para poder "desenhar" esta forma de onda com precisão na
tela. Se a freqüência do sinal for alta, isso implica a necessidade de se fazer amostragens num tempo
extremamente curto.

Os conversores A/D podem ser encontrados em tipos que têm freqüências de amostragem
numa ampla escala de valores. Os tipos mais rápidos têm suas velocidades especificadas em MSPS
(Mega Samples Per Second ou Mega Amostragens Por Segundo).

Uma máquina industrial ou um instrumento de uso geral como um multímetro pode usar
conversores A/D relativamente lentos com taxas ou velocidades de amostragens de até algumas
unidades por segundo. Um multímetro digital comum, por exemplo, faz de 1 a 10 amostragens por
segundo apenas, dependendo do tipo. Todavia, um osciloscópio digital ou virtual que precise
observar uma forma de onda de 10 MHz, deve, para ter uma definição razoável, realizar pelo menos
100 milhões de amostragens por segundo (10 pontos por ciclo).

11.2.3 Linearidade
A curva de conversão da grandeza analógica para a forma digital deve ser linear para um bom
conversor. Isso significa que não existem desvios na correspondência entre o valor analógico e a
saída digital ao longo da escala de valores em que o conversor deve trabalhar.

No entanto, na prática podem ocorrer pequenos desvios, de acordo com o que mostra a figura
53.

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Figura 4. Grau de Linearidade de Conversão

11.2.4 Desenvolvimento
Para fazer uma conversão de sinais analógicos para a forma digital existem diversas técnicas
que são empregadas nos circuitos comerciais, muitas delas encontradas em circuitos integrados que
são "embutidos"(embedded) em aplicações mais complexas, os quais fazem o controle de máquinas
e equipamentos.

Analisamos as tecnologias mais empregadas para esta finalidade começando com o bloco
comum a todos os conversores, que é o circuito de amostragem e manutenção (sample and hold).

O valor dos sinais analógicos que devem ser convertidos para a forma digital corresponde a um
determinado instante, cuja duração, em alguns casos, não vai além de alguns milionésimos de
segundo.

Assim, um primeiro bloco importante do conversor é um circuito que lê o valor do sinal a ser
convertido num determinado instante e o armazena de modo que, mesmo que o sinal varie depois,
os circuitos que fazem a conversão têm numa memória seu valor. Este circuito é ilustrado em blocos
na figura 54.

O sinal a ser amostrado é amplificado por um buffer de entrada cuja finalidade é não carregar
o circuito externo, e ao mesmo tempo proporcionar isolamento do circuito de conversão.

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Figura 5. Diagrama em Blocos de Conversor A/D

Na saída deste circuito temos uma chave eletrônica ou chaveador, que determina o instante
exato em que a leitura do sinal deve ser feita. A chave fecha então por uma fração de segundo (numa
freqüência que depende da velocidade de amostragem) permitindo que o sinal carregue o capacitor
C.

Assim, quando a chave abre, esperando a leitura seguinte, o capacitor tem armazenado o valor
da grandeza analógica a ser convertida. Esta tensão no capacitor é mantida no circuito conversor
através de um buffer de saída durante o tempo que ele necessita para isso.

Na figura 55. temos um gráfico que indica de que modo à tensão de entrada varia e o circuito
de amostragem e retenção mantém a saída constante durante os intervalos de conversão (que
correspondem aos "degraus").

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Figura 6. Escala de Conversão

11.2.5 Aplicação
Desenvolvendo um pequeno programa no Matlab 6.0 podemos exemplificar melhor toda esta
teoria aqui mostrada. A onda fundamental tem uma freqüência de 120 Hz e está defasada em 60o,
atribuímos valores de quantização de: 4, 8 e 12 Bits e taxa de amostragem de: 240, 600 e 1000 Hz
(respeitando a freqüência de Nyquist).

Primeiramente o nosso programa vai marcar os tempos que serão armazenados com seus
respectivos valores analógicos para posteriormente serem quantizados e assim aplicando a
transforma discreta de Fourier reconstituir o sinal amostrado.

Nos gráficos abaixo, podemos verificar que em um sinal digital não existe valores negativos na
quantização, o que pode ocorrer é que vemos em multímetros digitais ou outros aparelhos, um bit a
mais inserido posteriormente a quantização para sinalização. Se aquele valor corresponde a um valor
negativo ou positivo, este fato não interfere em nada na conversão, como mencionado, é apenas
uma sinalização para o usuário.

Figura 7. Quantização em 4 Bits de Resolução

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Figura 8. Quantização em 8 Bits de Resolução

Figura 9. Quantização em 12 Bits de resolução


Existem várias formas de se construir conversores A/D, sendo que cada um tem a sua
característica de funcionamento que deve ser levada em conta, na hora de se construir e/ou escolher
para sua aplicação. Temos uma relação de possíveis combinações:

 - Conversor A/D com comparador em paralelo;


 - Conversor A/D com rampa em escada;
 - Conversor A/D de aproximações sucessivas;
 - Conversor A/D de rampa única;
 - Conversor A/D de rampa dupla e;
 - Sigma-Delta.

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O Sigma-Delta é uma das importantes técnicas de conversão A/D, utilizada em que se deseja
uma altíssima velocidade de conversão, como nos DSPs (Digital Signal Processing).

Portanto, vimos que a conversão do sinal analógico para o digital sempre existe uma perda de
informação seja ela de amplitude - característica da quantidade de bits utilizados - ou de fase do sinal
- característica da taxa de amostragem empregada.

Vimos que o erro máximo que pode ocorrer na quantização é de metade do valor de nível da
quantização assim sendo quanto maior for o número de bits do conversor menor será o seu erro.

O erro de "Aliasing" é facilmente evitado utilizando o teorema da amostragem que "Para que
uma determinada freqüência f1 do sinal analógico seja ou possa ser completamente reconstituída a
taxa amostral, no processo de digitalização, deve ser no mínimo igual a 2*f1"

Conhecidas as imperfeições da conversão podemos então saber quais os fatores que influem
na escolha de um conversor A/D e assim prever melhor os ajustes que sistema deverá sofrer, pois já
é conhecida as suas fraquezas.

11.2.6 Conversor A/D genérico


Um conversor A/D é basicamente construído conforme a figura abaixo, onde uma entrada
analógica (devidamente amostrada e mantida) é comparada com o a saída e um conversor D/A. O
valor desse conversor é conhecido pelo sistema e, ao se identificar uma “igualdade” entre o valor do
D/A e da entrada admite-se que o valor no binário na entrada do D/A representa o sinal convertido.
A forma como o valor na entrada do D/A é gerado é a principal diferença entre os tipos de
conversores A/D

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Figura 10. Representação gráfica do conversor A/D

11.2.7 Conversor A/D de rampa digital


Esse tipo de conversor gera uma rampa de tensão na saída do D/A e compara essa rampa
com a tensão de entrada. A rampa é gerada por um contador que, partindo de zero, a cada pulso de
clock incrementa o valor em sua saída, fazendo a saída do D/A gerar um sinal de rampa. Quando a
saída do comprador muda de estado identifica-se que o valor do contador corresponde a tensão na
entrada do D/A.

A principal deficiência desse tipo de conversor é que o tempo de conversão (tempo entre o
início da conversão e momento em que o resultado é apresentado) depende da tensão, de forma
que quanto maior a tensão de entrada maior o tempo de conversão.

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Figura 11. Representação gráfica do conversor A/D de rampa digital.

11.2.8 Conversor A/D por aproximação sucessiva


Para possibilitar uma conversão onde o tempo de conversão independa do valor de entrada
foi desenvolvido o A/D por aproximação sucessiva. Esse A/D permite obter o resultado da conversão
a intervalos sempre iguais, não proporcionais a tensão de entrada mas sim ao número de bits do
conversor.

O funcionamento desse conversor realiza o seguinte algoritmo (considere a figura abaixo


para análise):

1. Zera todos os bits do registro de controle


2. Seta o bit mais significativo
3. Verifica se o resultado a Vax (gerada pelo conversor D/A) é maior que Va (tensão de
entrada)
a. Se Vax < Va (COMP = 1), mantém o bit em ‘1’
b. Se Vax > Va (COMP = 0), volta o bit para ‘0’
4. Repete o processo para cada bit, até chegar no menos significativo.

Dessa forma, um AD de n bits realizará a conversão em n interações.

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Figura 12. Conversor A/D por aproximação sucessiva.

A tabela abaixo apresenta o resultado da conversão por aproxima sucessiva, considerando-se


uma tensão de entrada de 3,69V e um conversor de 4 bits que tem como referências 0 e 5V (cada
interação corresponde a um período do sinal de clock aplicado ao conversor).

Interação D3 D2 D1 D0 Vax Va COMP


1 1 0 0 0 2,67 1
2 1 1 0 0 4,00 0
3,69
3 1 0 1 0 3,33 1
4 1 0 1 1 3,67 1

11.2.9 Conversor A/D Flash


Este tipo de conversor converte diretamente o valor de tensão de entrada em uma palavra
binária. Para isso, ele compara a tensão de entrada com cada uma das faixas de quantização,
identificando quais deve estar em zero e um. Esse resultado passa por uma codificador que
transforma essa informação em uma palavra binária.

Como vantagem, esse tipo de A/D tem o menor tempo possível de conversão. Em
contrapartida sua construção é de grande complexidade, já que cada faixa de quantização necessita
de um comparador. Por exemplo, um comparador de 10 bits precisa de 1024 comparadores.

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Figura 13. Representação gráfica do conversor A/D Flash

A tabela a seguir ilustra o funcionamento do conversor A/D flash.

Vࢇ C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C B A
0-1V 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
1-2V 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1
2-3V 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0
3-4V 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1
4-5V 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0
5-6V 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1
6-7V 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
>7V 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1

Tabela 2. Tabela do conversor A/D Flash.

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12 Buffer´s, latch´s e barramentos

12.1 Barramento
Há situações onde se deseja conectar diversos dispositivos entre si, de forma que apenas
dois deles troquem informações por vez. Nestes casos, pode ocorrer de um dispositivo escrever
em vários outros, um dispositivo ler vários outros ou existir acesso bidirecional em vários
dispositivos. O meio de união geral por onde trafegam os dados de controle e informação é
denominado de Barramento.

O barramento é um meio comum de comunicação a todos os dispositivos de um sistema


combinacional ou computacional. Mas devido a dificuldades de conexões elétricas esses
dispositivos não executam acesso direto ao meio, eles o fazem a partir de dois dispositivos que
executam a escrita e leitura de dados no barramento, são eles os Buffer’s Tri-state e os Latch’s.

12.2 Buffer
Como já foi visto, existem componentes com a função de buffer tri-state, isto é, o driver
de saída do dispositivo pode ser desligado por um pino de controle. Dessa maneira, o sinal
presente na entrada do buffer é transferido para a saída se o controle estiver ativo ou a saída
permanece em estado de alta impedância (Hi-Z) se controle se estiver desativado. Isso nos
permite ligar diversas saídas entre si e acionar apenas uma por vez, por operar em estado de alta
impedância (Hi-Z) estão asseguradas as interconexões elétricas de vários dispositivos no mesmo
barramento. A figura abaixo demonstra essa idéia.

Figura 13.1 – Buffer Tri-state

EN1 EN2 OUT


0 0 Hi-Z
0 1 I2
1 0 I1
1 1 Proibido
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Tabela 13.1 – Buffer Tri-state

12.3 Latch
Denomina-se latch o componente formado por flip-flop´s tipo D que retém em sua saída
o estado encontrado em sua entrada a partir da ultima atualização. Esse dispositivo é comumente
utilizado como meio de acesso controlado ao barramento, podendo ter suas entradas interligadas
a demais outros dispositivos, sendo que pode controlar-se o dispositivo a ser acionado, ressalta
ainda o efeito memória apresentado por esse dispositivo que manterá o ultimo valor assumido até
a próxima atualização. Sua aplicação no barramento é como porta de acesso ao meio de
comunicação, em outras palavras porta de leitura de dados.

Esquema de montagem de Latch-D usando portas lógicas Não-E:

E
Figura 13.2– Esquema de ligação do Latch tipo D

Figura 13.3– Latch tipo D


E D OUT
0 X Qant
1 1 1
1 0 0
Tabela 13.2– Latch tipo D

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13 Memórias
13.1 Introdução
Memórias são dispositivos semicondutores usados para armazenar dados. Esses dados
geralmente encontram-se organizados em palavras de 4, 8, 16 ou 32 bits, não havendo restrições
para outros formatos de organização. Cada palavra de informação ocupa um “endereço” dentro
da memória, de forma que é possível referenciar o dado a ser acessado.

A memória é uma parte importante na arquitetura de sistemas computacionais, pois cabe


a ela armazenar tanto o programa a ser executado, quanto os dados utilizados durante a
execução do mesmo. A evolução da tecnologia de semicondutores proporcionou a confecção de
dispositivos de memória cada vez mais rápidos, maior capacidade de acesso e com menor
tamanho físico.

As memórias podem ser classificadas por dois modos distintos devido ao tipo de
armazenamento de dados, são eles o tipo ‘volátil’ e o tipo ‘não volátil’.

13.2 Memória volátil


A memória volátil é caracterizada pela necessidade de alimentação para a manutenção
dos dados armazenados, uma vez que a alimentação é cessada todos os dados armazenados são
perdidos. A memória volátil ainda se sub-divide em dois grupos: memória dinâmica e memória
estática.

13.2.1 Memória volátil dinâmica


O nome dinâmica é referente à tecnologia utilizada para armazenar programas e dados e
não à forma de acessá-los. De modo simplista ela funciona como uma bateria que deve ser
recarregada sempre que apresentar carga insuficiente para alimentar o equipamento.

Todas as vezes que a memória for acessada, para escrita ou para leitura, cada célula dessa
memória é atualizada. Se ela tem nível lógico 1 armazenado, sua “bateria” será recarregada; se
ela tem 0 lógico, a “bateria” será descarregada. Este procedimento é chamado de refresco de
memória, em inglês, refresh.

Esses tipos de memória tornaram-se populares pelo seu emprego em computadores


pessoais, devido a seu baixo custo, tornando se popularizadas como memória RAM. Este nome é

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devido ao nome adotado em inglês Randomic Acess Memory (Memória de acesso randômico), que
nos garante acesso aos dados armazenados a partir de qualquer endereço.

Figura 12.2.1 – Exemplo de memória RAM aplicada em Computadores

13.2.2 Memória volátil estática


A memória estática não necessita ser analisada ou recarregada a cada momento.
Fabricada com circuitos eletrônicos conhecidos como latch, guardam a informação por todo o
tempo em que estiverem recebendo alimentação.

13.3 Memória não volátil


São aquelas que guardam todas as informações mesmo quando não estiverem a receber
alimentação. Como exemplos, podemos citar as memórias conhecidas por ROM e FLASH, bem
como os dispositivos de armazenamento em massa, disco rígido, CDs e disquetes.

As memórias somente para leitura, do tipo ROM (sigla de Read Only Memory),
permitem o acesso aleatório e são conhecidas pelo fato de o usuário não poder alterar o seu
conteúdo, uma vez gravada o usuário não terá acesso a possibilidade de fazer alterações nos
dados ali contidos.

Para gravar uma memória deste tipo são necessários equipamentos específicos
conhecidos como gravadores de memória, que devem levar em consideração o tipo de tecnologia
empregada na construção da memória, o tamanho e o fabricante. Dentre as memórias do tipo
ROM destacam-se as seguintes:

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Sigla Nome Tecnologia


ROM Read Only Memory Gravada na fábrica uma única vez.
(memória somente de leitura)

PROM Programable Read Only Memory Gravada pelo usuário uma única vez.
(memória programável somente de leitura)
EPROM Erasable Programable Read Only Memory Pode ser gravada ou regravada por meio
(memória programável e apagável somente de de um equipamento que fornece as
leitura) voltagens adequadas em cada pino. Para
apagar os dados nela contidos, basta
iluminar o chip com raios ultravioleta. Isto
pode ser feito através de uma pequena
janela de cristal presente no circuito
integrado.

EEPROM Electrically Erasable Programable Read Only Pode ser gravada, apagada ou regravada
Memory utilizando um equipamento que fornece as
(memória programável e apagável voltagens adequadas em cada pino.
eletronicamente somente de leitura)

13.4 Estrutura e endereçamento


Uma memória pode ser entendida como um armário, onde cada prateleira representa um
endereço de memória. É possível então guardar (escrever) ou retirar (ler) o conteúdo de cada
prateleira. Para isso existe uma forma de informar a prateleira a ser acessada (endereço) e qual o
tipo de acesso (leitura ou escrita). A figura abaixo apresenta um diagrama genérico de uma
memória semicondutora.

E
An 2n
C
Endereços . .
O
. .
D

CE WR
Controle
OE

Dados

Figura 12.1 – Funcionamento de uma memória

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No diagrama podemos identificar as principais partes de uma memória. Os pinos de


endereços apontam qual posição da memória será acessada. Internamente um decodificador faz a
conversão para que apenas um endereço seja acessado por vez. Os pinos de dados são por onde
as informações são lidas e escritas. O sinal de controle WR (write) permite indica se o acesso à
memória será uma operação de leitura (WR = 1) ou escrita (WR = 0). O sinal OE (Output Enable)
é usado para ativar o buffer de saída da memória em operação em barramentos. O sinal CE (Chip
Enable) permite selecionar qual chip está ativo se a memória for usada em conjunto com outras
memórias ou outros dispositivos.

A capacidade de uma memória indica quantos bits ela é capaz de armazenar e é dado
pela expressão:

Capacidade = palavra x 2endereços

Sendo:

Palavra: o número de bits da palavra no qual a memória está organizada

Endereços: número de bits de endereços.

Exemplos:

1. Uma memória com 10 bits de endereço organizada em palavras de 8 bits tem 8kb (8
kilobits ou 8192 bits);
2. Uma memória com 12 bits de endereço organizada em palavras de 16 bits tem 64kb
(64 kilobits ou 65536 bits);
3. Uma memória com 16 bits de endereço organizada em palavras de 8 bits tem 512 kb
(512 kilobits ou 524288 bits)

Observações:

1. A capacidade sempre deverá ser expressa em número de bits, e não em número de


bytes;
2. Para saber quantos bytes têm a memória em bytes, basta dividir a capacidade por 8;
3. É usual se expressar a memória em múltiplos de kb (kilobits), sendo que um kilobit
corresponde a 210 = 1024 bits. Portanto, 1kb = 1024 bits, 4kb = 4096 bits, 64kb =
65536 bits.

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4. A unidade para indicar bits é “b” (minúsculo) enquanto para indicar byte é “B”
(minúsculo). Assim, 8kb = 1kB.

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Glossário

Buffer/Driver: Circuito projetado para fornecer uma corrente de saída alta e/ou tensão também
alto se comparadas aos parâmetros normalmente associados aos circuitos lógicos comuns;
CIs bipolares: Circuitos Digitais integrados nos quais transistores PNP ou NPN são os principais
formadores do circuito;
CIs Unipolares: Circuitos Integrados digitais nos quais um transistor unipolar por efeito de
campo (MOSFET) é o principal elemento para a construção dos circuitos;
Dispositivo Lógico Programável (PLD): Circuito integrado que contém um grande número de
funções lógicas interconectadas. O usuário pode programar o CI para uma função específica,
abrindo as conexões apropriadas;
Entrada flutuante ou em flutuação: Sinal em alta impedância, apresentado como entrada de um
circuito digital. Atua como se estivesse logicamente desconectado ao circuito;
Lógica absorvedora de corrente: Família lógica na qual a saída de um circuito lógico drena
corrente da entrada de um outro circuito lógico;
Lógica acoplada pelo emissor (ECL): Também conhecida como lógica em modo de corrente;
Lógica fornecedora de corrente: Família lógica na qual a saída de um circuito lógico fornece
corrente para a entrada de um outro circuito lógico;
Saída a coletor aberto: Tipo de estrutura de saída de alguns circuitos TTL (Transistor-Transistor
Logic), no qual só é usado um transistor com seu coletor em flutuação;
Saída de três estados (tristate): Tipo de estrutura que permite que uma saída seja colocada em
um dos três estados: alto, baixo ou alta impedância;
Saída totem-pole: Termo usado para descrever a forma na qual dois transistores bipolares são
ligados na saída de alguns circuitos TTL;
Resistor de pull-up: Assegura em uma entrada (que pode ser compartilhada) de uma porta lógica
o nível lógico 1;
Resistor de pull-down: Assegura em uma entrada (que pode ser compartilhada) de uma porta
lógica o nível lógico 0;
Spike: Mudança momentânea e espúria em um nível de tensão;
Strobing: Técnica utilizada para eliminação de spikes;
Substrato: Pedaço de material semicondutor, onde são colocados os componentes eletro-
eletrônicos de um circuito integrado;
Transientes de corrente: Picos de corrente gerados pela saída totem-pole de um circuito TTL.
Causados quando ambos os transistores conduzem simultaneamente;
“Unasserted” : Termo usado para descrever o estado de um sinal lógico, sinônimo de inativo;
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XD201 – Eletrônica Digital 153

Apêndice A - Componentes da família TTL

7400: Quatro portas NAND de duas entradas

7401: Quatro portas NAND de duas entradas com coletor aberto

7402: Quatro portas NOR de duas entradas

7403: Quatro portas NOR de duas entradas com coletor aberto

7404: Seis inversores (porta NOT)

7405: Seis inversores (porta NOT de saídas com coletor aberto)

7406: Seis Buffer/Driver inversores com saídas de 30V com coletor aberto

7407: Seis Buffer/Driver com saídas de 30V com coletor aberto

7408: Quatro portas AND de duas entradas

7409: Quatro portas AND de duas entradas com coletor aberto

7410: Três portas NAND de três entradas

7411: Três portas AND de três entradas

7412: Três portas NAND de três entradas com coletor aberto

7413: Duas portas NAND de quatro entradas Schmitt trigger

7414: Seis inversores Schmitt trigger

7415: Três portas AND de três entradas com coletor aberto

7416: Seis Buffer/Driver inversores com saídas de 15V com coletor aberto

7417: Seis Buffer/Driver com saída de 15V com coletor aberto

7419: Seis inversores Schmitt trigger

7420: Duas portas NAND de quatro entradas

7421: Duas portas AND de quatro entradas

7422: Duas portas NAND de quatro entradas com coletor aberto

7423: Duas portas NOR de quatro entradas com strobe expansíveis

7425: Duas portas NOR de quatro entradas com strobe

7426: Quatro portas NAND de duas entradas com saídas de 15V com coletor aberto

7427: Três portas NOR de três entradas

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XD201 – Eletrônica Digital 154

7428: Quatro portas NOR de duas entradas

7430: Uma porta NAND de oito entradas

7431: Seis elementos de atraso

7432: Quatro portas OR de duas entradas

7433: Quatro portas NOR buffer de duas entradas com coletor aberto

7436: Quatros portas NOR de duas entradas (pinagem diferente do 7402)

7437: Quatro portas NAND de duas entradas

7438: Quatro portas NAND de duas entradas com coletor aberto

7439: Quatro portas NAND buffer de duas entradas

7440: Duas portas NAND buffer de quatro entradas

7441: Driver BCD para Decodificador Decimal/NIXIE Tube

7442: Decodificador BCD para Decimal

7443: Decodificador Excesso-3 para Decimal

7444: Decodificador Gray-Excesso-3 para Decimal

7445: Decodificador BCD para Decimal

7446: Decodificador BCD para 7 segmentos com saídas de 30V com coletor aberto

7447: Decodificador BCD para 7 segmentos com saídas de 15V com coletor aberto

7448: Decodificador BCD para 7 segmentos com parada

7449: Decodificador BCD para 7 segmentos com coletor aberto

7470: Flip-Flop J-K com Preset e Clear com porta AND ativado por borda de subida

74H71: Flip-flop JK mestre escravo com Preset com porta AND-OR

74L71: Flip-flop RS mestre escravo com Preset e Clear com porta AND

7472: Flip-Flop JK mestre escravo com Preset e Clear com porta AND

7473: Dois Flip-Flops JK com Clear

7474: Dois Flip-Flops tipo D com Preset e Clear ativos por borda de subida

7475: Latch biestável de 4-bits 7476: Dois Flip-Flops JK com Preset e Clear

7477: Latch biestável de 4-bits

74H78, 74L78: Dois Flip-Flops JK com Preset, Clear comum e Clock comum
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XD201 – Eletrônica Digital 155

74LS78A: Dois flip-flops JK com Preset, Clear comum e clock comum ativos por borda de
descida

7479: Dois flip-flops D 7480: Somador completo com disparo

7482: Somador completo de 2 bits 7483: Somador completo de 4 bits

7484: Memória RAM de 16 bits

7485: Comparador de magnitude de 4 bits

7486: Quatro portas XOR (ou exclusivo) de duas entradas

7487: Elemento Verdadeiro/Complemento/Zero/Um de quatro bits

7488: Memória ROM de 256 bits

7489: Memória de leitura/escrita de 64 bits

7490: Contador de década (seções divide por 2 e divide por 5 separadas)

7491: Registrador de deslocamento de 8 bits com entrada serial, saída serial e entradas com
disparo

7492: Contador divisor por 12 (seções divide por 2 e divide por 6 separadas)

7493: Contador binário de 4 bits (seções divide por 2 e divide por 8 separadas)

7494: Registrador de deslocamento de 4 bits, dois Presets assíncronos

7495: Registrador de deslocamento de 4 bits, entrada paralela, saída paralela, bidirecional

7496: Registrador de deslocamento com entrada paralela, saída paralela e Preset assíncrono

7497: Multiplicador binário síncrono de 6 bits

7498: Registrador de armazenamento/seleção de dados de 4 bits

7499: Registrador de deslocamento de 4 bits bidirecional universal

74100: Dois latch biestáveis de 4 bits

74101: Flip-Flop JK ativo por borda de descida com Preset e com disparo por porta AND-OR

74102: Flip-Flop JK ativo por borda de descida com Preset e Clear com disparo por porta AND

74103: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear

74104: Flip-Flop JK Mestre Escravo

74105: Flip-Flop JK Mestre Escravo

74106: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset e Clear

74107: Dois Flip-Flops JK com Clear


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XD201 – Eletrônica Digital 156

74107A: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear

74108: Fois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset, Clear comum e Clock comum

74109: 8Dois Flip-Flops J-Not-K ativos por borda de subida com Preset e Clear

74110: Flip-Flop JK Mestre Escravo com disparo por porta AND com trava de dados

74111: Dois Flip-Flops JK Mestre Escravo com trava de dados

74112: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear e Preset

74113: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset

74114: Fois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset, Clock comum e Clear

74116: Dois latches de 4 bits com Clear

74118: Seis Latches set/reset 74119: Seis Latches set/reset

74120: Dois Excitadores/Sincronizadores de pulso

74121: Multivibrador monoestável

74122: Multivibrador monoestável reativável com Clear

74123: Dois multivibradores monoestáveis reativáveis com Clear

74124: Dois osciladores controlados por tensão

74125: Quatro buffers com saídas tristate, ativos por sinal negativo

74126: Quatro buffers com saída tristate, ativos por sinal positivo

74128: Quatro portas NOR de duas entradas esxitadores de linha

74130: Quatro portas AND de duas entrada buffers com saídas de 30V com coletor aberto

74131: Quatro portas AND de duas entrada bubbers com saídas de 15V com coletor aberto

74132: Quatro portas NAND de duas entradas com Schmitt Trigger

74133: Porta NAND de treze entradas

74134: Porta NAND de doze entradas com saída tristate

74135: Quatro portas NOR/XOR de duas entradas

74136: Quatrp portas XOR (ou exclusivo) de duas entradas com coletor aberto

74137: Decodificador/Demultiplexador de 3 para 8 linhas com Latch de endereço

74138: Decodificador/Demultiplexador de 3 para 8 linhas

74139: Dois Decodificadores/Demultiplexadores de 2 para 4 linhas


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XD201 – Eletrônica Digital 157

74140: Duas portas NAND de quatro entradas com excitador de linha

74141: Decodificador/Excitador de BCD para decimal

74142: Contador de década/Latch de 4 bits/Decodificador de 4 bits para 7 segmentos/Excitador

74143: Contador de década/latch/decodificador/ exctador com corrente de 15 mA constante

74144: Contador de década/latch/decodificador/ excitador com saída de 15V com coletor aberto

74145: Decodificador BCD para decimal/Excitador

74147: Codificador de prioridade de 10 linhas para 4 linhas

74148: Codificador de prioridade de 8 linhas para 4 linhas

74150: Seletor de dados/Multiplexador de 16 linhas para 1 linha

74151: Seletor de dados/Multiplexador de 8 linhas para 1 linha

74152: Seletor de dados/Multiplexador de 8 linhas para 1 linha

74153: Dois Seletores de dados/Multiplaxadores de 4 linhas para 1 linhas

74154: Demultiplexador de 4 linhas para 16 linhas

74155: Dois demultiplexadores de 2 linhas para quatro linhas

74156: Dois demultiplaxadores de 2 linhas para quatro linhas com coletor aberto

74157: Dois multiplexadores/seletores de dados de 2 linhas para 1 linha sem inversão de saída

74158: Dois seletores de dados/multiplaxadores de 2 linhas para 1 linha com inversão de saída

74159: Demultiplaxador de 4 linhas para 16 linhas com coletor aberto

74160: Contador de década síncrono de 4 bits com Clear assíncrono

74161: Contador binário de 4 bits síncrono com Clear assíncrono

74162: Contador de década síncrono de 4 bits com Clear síncrono

74163: Contador binário de 4 bits com clear síncrono

74164: Registrador de deslocamento em série de 8 bits com saída paralela com clear assíncrono

74165: Registrador de deslocamento em série de 8 bits com cargas paralelas e saídas


complementadas

74166: Registrador de deslocamento de 8 bits

74167: Multiplicador de taxa de década síncrono

74168: Contador de década de 4 bits ascendente/descendente síncrono

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XD201 – Eletrônica Digital 158

74169: [[Contador binário de 4 bits ascendente/descendente síncrono

74170: Banco de registradores 4 por 4 com saídas com coletor aberto

74172: Banco de registradores com portar múltiplas de 16 bits com saídas tristate

74173: Quatro flip-flops D com saídas tristate

74174: Seis flip-flops D com clear comum

74175: Quatro flip-flops D ativos por borda com saídas complementares e clear assíncrono

74176: Contador de década/Latch pré-ajustável

74177: Contador de década/Latch pré-ajustável

74178: Registrador de deslocamento de 4 bits com acesso paralelo

74179: Registrador de deslocamento de 4 bits com acesso paralelo, clear assíncrono e saídas
complementares

74180: Gerador e verificador de paridade Par/Ímpar de 9 bits

74181: Unidade lógica aritmética e gerador de funções de 4 bits

74182: Gerador de carry futuro

74183: Somador completo com dois carry-save

74184: Decodificador de BCD para binário

74185: Decodificador de binário para BCD

74186: Memória ROM de 512 bits (64x8) com coletor aberto

74187: Memória ROM de 1024 bits (256x4) com coletor aberto

74188: Memória PROM de 256 bits (32x8) com coletor aberto

74189: Memória RAM de 64 bits (16x4) com saídas tristate inversoras

74190: Contador de década ascendente/descendente síncrono

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XD201 – Eletrônica Digital 159

CADERNO DE
EXPERIÊNCIAS

Eu escuto e esqueço. Vejo e lembro. Faço e entendo...


- Confúcio

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XD201 – Eletrônica Digital 160

1 Aula Teórica - Fundamentos

Objetivos:

 Revisar os fundamentos de eletrônica digital


 Realizar exercícios envolvendo sistemas de numeração em base 10, 2, 16 e 8
 Estudar as principais características físicas das portas lógicas.

Referências:

 1 – Introdução a eletrônica digital


 2 – Sistemas de Numeração e conversão
 4 – Famílias de circuitos lógicos digitais

Material Necessário:

 Não há

Questionário:

Introdução a eletrônica digital


1. O que caracteriza um sistema digital? E um sistema analógico?
2. Cite 3 vantagens do uso de sistema digitais sobre sistemas analógicos.
Sistemas de Numeração e conversão
3. Converta os seguintes valores de DECIMAL para BINÁRIO e HEXADECIMAL
Decimal Binário Hexadecimal Decimal Binário Hexadecimal
2 23
12 64
125 65
1024 100
32000 1010

4. Converta os seguintes valores de BINÁRIO para DECIMAL e HEXADECIMAL


Binário Hexadecimal Decimal Binário Hexadecimal Decimal
0101 1100
10101010 10010111
00110011 10110100
11110000 01110011

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XD201 – Eletrônica Digital 161

1011011011 1001110101

5. Converta os seguintes valores de HEXADECIMAL para BINÁRIO e DECIMAL


Hexadecimal Binário Decimal Hexadecimal Binário Decimal
3 C
10 17
CD 3F4
567 5B6
1FFE 3FBA

Famílias de circuitos lógicos digitais


6. Qual é a nomenclatura utilizada para classificar os circuitos integrados?
7. Cite as diferenças de alguns parâmetros de operação entre as famílias TTL
54LS/74LS, 54L/74L, 54S/74S, 54/74, 54H/74H.
8. De que componentes discretos podem ser formadas as portas lógicas TTL e
CMOS?
9. Quais são as principais métricas de tensão e corrente medidos em uma porta
lógica?
10. Quais são as margens de ruído típicas para a família TTL?
11. Quais é o parâmetro de Fan-out da família TTL?

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XD201 – Eletrônica Digital 162

2 Aula prática – Portas Lógicas

Objetivos:

 Conhecer a álgebra de Boole;


 Conhecer a variedade de portas lógicas disponíveis e suas combinações;
 Verificar os métodos de criação e simplificação da Tabela da verdade;

Referências:

 3. Álgebra de Boole

Material Necessário:

 Módulo XDM01;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

George Boole foi um matemático inglês, desenvolveu uma teoria inovadora nos meados
do século XIX, baseada em uma série de postulados e simples operações para resolver
inúmeros problemas. A álgebra de Boole, nome dado a sua teoria, pode resolver
problemas práticos de controle e fabricação de produtos mesmo numa época que não
havia Eletrônica e nem as máquinas eram suficientemente avançadas para utilizar seus
princípios.
Entretanto, as regras que Boole criou tornaram-se importantes com o advento da
Eletrônica, especificamente, da Eletrônica Digital, que gerou os atuais e cada vez mais
potentes computadores. Boole estabelece em sua teoria que só existem duas condições
possíveis ou estados possíveis para qualquer coisa que se deseje analisar e estes dois
estados são opostos.

Questionário:

1. Quais são as funções lógicas básicas da álgebra de Boole?


2. Quais são as propriedades das operações da álgebra de Boole?

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XD201 – Eletrônica Digital 163

3. Qual é a função lógica básica que pode representar todas as outras funções lógicas
básicas?
• Monte no KIT o circuito abaixo, e determine sua expressão lógica, simplificando
se possível:

Exercícios:

1. Utilizando o Kit, monte os seguintes circuitos digitais e monte suas respectivas


tabelas da verdade:
OBS.: Utilize os manuais para uma montagem correta!
a)

b)

c)

d)

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XD201 – Eletrônica Digital 164

e)

2. Para cada circuito lógico acima, simplifique


simplifique a expressão usando o mapa de
Karnaugh, se possível.

3. Desenhe e monte os circuitos das seguintes equações lógicas, usando as


propriedades quando possível:
a) A ⋅ B ⋅ C ⋅ D + A ⋅ D
b) B ⋅ C ⋅ A + B ⋅ ( A ⋅ D + A ⋅ D )

c) ( A + B ) ⋅ (C + E ) ⋅ ( B ⋅ E ) ⋅ ( A ⋅ D )

d) (A + B) ⋅ (C .D + C ⋅ D) ⋅ ( A ⋅ D + A ⋅ D )

Exercícios Propostos:

1. Monte todas as portas lógicas básicas a partir da porta “NAND”, faça a tabela da
verdade para cada porta.

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XD201 – Eletrônica Digital 165

2. Montando o circuito no kit, confirme as seguintes igualdades:

3. Usando somente portas NOR, construa uma porta inversora e uma porta “AND”
e monte a tabela da verdade para as equações:

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XD201 – Eletrônica Digital 166

3 Aula prática - Codificadores

Objetivos:

 Analisar o uso de circuitos codificadores;


 Analisar o funcionamento de circuitos codificadores decimal BCD;

Referências:

 6.1. Codificadores/decodificadores

Material Necessário:

 Módulo XDM02;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Um codificador é um circuito combinacional usado para converter códigos. É assumido


que cada componente possui um índice entre zero e m-1, representado por um endereço
em binário. Um codificador n:m (lê-se n por m ) possui n entradas e m saídas, com n ≤
2m. Se tivermos um codificador 10:4, serão 4 saídas, onde cada saída é tida como um
endereço diferente. Para ativar uma dentre 4 saídas são necessárias 10 variáveis de
entrada (daí 10:4). Cada combinação de entrada seleciona uma combinação de dados
referentes à informação aplicada em sua entrada, de modo que cada combinação de saída
somente será selecionada por uma das 10 possibilidades de entrada. Desta forma, é útil
que se associe a cada combinação de saída um índice decimal representando as
possibilidades de entradas responsáveis pela sua ativação. Assumindo-se ativação em
lógica inversa, isto é, que uma entrada está ativada se ela vale zero.

Questionário:

1. Que tipo de decodificador apresenta um código BCD na sua saída a partir do


acionamento de apenas uma de nove entradas selecionadas?
2. Cite alguns exemplos de uso de um codificador?
3. Qual tipo de decodificação o C.I. SN74LS147N realiza?

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XD201 – Eletrônica Digital 167

Exercícios:

1. Utilizando o módulo XDM02 no Kit, implemente as conexões necessárias para a


operação do codificador utilizando as chaves lógicas e os leds de demonstração. Faça
a varredura necessária e obtenha a tabela da verdade.
2. Responda a qual código se refere às combinações obtidas.

Exercício Propostos:

1. Monte o circuito decodificador estudado e faça a ligação entre o codificador e o


decodificador. Analise o resultado obtido quando se realiza a montagem do sistema
não respeitando a ordem dos dados intermediários.
Dica: como as saídas do codificador trabalham com lógica invertida e as entradas
do decodificador não, é necessário usar portas inversoras, que estão presentes no
módulo XDM01.

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XD201 – Eletrônica Digital 168

4 Aula prática - Decodificadores

Objetivos:

 Analisar o uso de circuitos decodificadores;


 Analisar o funcionamento de decodificadores BCD para decimal;

Referências:

 6.1. Codificadores/Decodificadores

Material Necessário:

 Módulo XDM02;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Um decodificador é um circuito combinacional usado para ativar um entre m


componentes. É assumido que cada componente possui um índice entre zero e m-1,
representado por um endereço em binário. Um decodificador n:m (lê-se n por m ) possui
n entradas e m saídas, com m ≤ 2n. Se tivermos um decodificador 4:10, serão 10 saídas,
onde cada saída é tida como um endereço diferente. Para ativar uma dentre 10 saídas são
necessárias 4 variáveis de entrada (daí 4:10). Cada combinação de entrada seleciona um
e somente uma dentre as 10 saídas, de modo que cada saída somente será selecionada
por uma das 10 combinações. Desta forma, é útil que se associe a cada saída um índice
decimal representando a combinação de entradas responsável pela sua ativação.
Assumindo-se ativação em lógica inversa, isto é, que uma saída está ativada se ela vale
zero.

Questionário:

1. Como é denominado um circuito que joga o sinal de uma entrada em uma de quatro
saídas?
2. Que tipo de decodificador tem apenas uma de dez saídas ativadas a partir de sinais
BCD de entrada?

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XD201 – Eletrônica Digital 169

3. Qual tipo de decodificação o C.I. SN74LS42N realiza?


Exercícios:

1. Utilizando o módulo MD02 no Kit, implemente as conexões necessárias para a


operação do decodificador utilizando as chaves BCD e os leds de demonstração.
Utilizando as chaves BCD faça a varredura necessária para a obtenção da tabela da
verdade.

2. Altere as chaves BCD por chaves lógicas repita a operação acima e obtenha a tabela
da verdade.

3. Compare os resultados obtidos nas experiências anteriores.

Exercícios Propostos:

1. Projete um sistema de controle de acionamento de cargas, onde um operador


possa controlar 8 equipamentos diferentes através de 3 chaves de controle. Esboce
o circuito lógico e apresente a tabela da verdade.

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XD201 – Eletrônica Digital 170

5 Aula prática – Conversor BCD para 7 Segmentos

Objetivos:

 Analisar o funcionamento de decodificadores BCD para display de sete


segmentos;

Referências:

 6.1.2. Decodificador BCD para sete segmentos

Material Necessário:

 Módulo XDM03;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Um decodificador é um circuito combinacional usado para ativar um entre m


componentes. É assumido que cada componente possui um índice entre zero e m-1,
representado por um endereço em binário. Um decodificador n:m (lê-se n por m ) possui
n entradas e m saídas, com m ≤ 2n. Se tivermos um decodificador 3:8, serão 8 saídas,
onde cada saída é tida como um endereço diferente. Para ativar uma dentre 8 saídas são
necessárias 3 variáveis de entrada (daí 3:8). Cada combinação de entrada seleciona um e
somente uma dentre as 8 saídas, de modo que cada saída somente será selecionada por
uma das 8 combinações. Desta forma, é útil que se associe a cada saída um índice
decimal representando a combinação de entradas responsável pela sua ativação.
Assumindo-se ativação em lógica direta, isto é, que uma saída está ativada se ela vale
um.

Questionário:

1. Qual a aplicação direta para o conversor BCD para 7 segmentos?


2. Qual a vantagem de usar um conversor BCD para 7 Segmentos integrado?
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XD201 – Eletrônica Digital 171

Exercícios:

1. Implemente um display que visualize todas as combinações BCD utilizando o MD03


(decodificador BCD – 7 segmentos). Verifique todas as saídas para todas as entradas
possíveis.
2. Ligue as saídas da Chave BCD a entrada do conversor BCD para 7 segmentos do
MD03, gere a tabela da verdade e explique porque estão limitados os dados a apenas
10 algarismos.

Exercícios Propostos:

1 Explorar no conversor as 16 possibilidades de dados e apresentar a tabela da


verdade.

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XD201 – Eletrônica Digital 172

6 Aula prática – Multiplex/Demultiplex

Objetivos:

 Analisar o funcionamento dos Multiplexadores e Demultiplexadores.


 Montagem de MUX/DEMUX.

Referências:

 6.2. Multiplexadores/Demutiplexadores

Material Necessário:

 Utilizar Módulo XDM08.


 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

A idéia de multiplexadores e demultiplexadores é uma das mais importantes para


compreensão de circuitos eletrônicos. Existem diversas técnicas desenvolvimento em
circuitos integrados para fazer o que resumidamente poderíamos definir como "chavear
caminhos" para os bits que vão passar por esse circuito.

Os multiplexadores têm a funcionalidades, escolher quais das funções de entrada, ou


quais dos canais de informações devem ser ligados a saída.

Os demultiplexadores efetuam a função inversa dos multiplexadores, ou seja, enviam as


informações, vinda de um único canal, para vários canais.

Questionário:

1. Quais as vantagens de se utilizar a multiplexação?


2. Cite um exemplo prático de aplicação de um multiplexador/demultiplexador.

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XD201 – Eletrônica Digital 173

Exercícios:

1. Utilizando as freqüências disponíveis do módulo principal, utilize 4 delas nas


entradas de D0a D3 no módulo MD008 e disponibilize a saída em algum Led do
módulo principal chaveando a entrada .
D7
D6
D5
D4 MUX OUT
D3
D2
D1
D0

2. Ao inverso do exercício anterior disponibilize os Led’s na saídas Y0 a Y7 do Demux


e entre com diferentes freqüências de entrada.

Y7
Y6
Y5
Y4
DEMUX IN Y3
Y2
Y1
Y0

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XD201 – Eletrônica Digital 174

7 Aula prática – Modulo ALU Comp. Magnitude

Objetivos:

 Analisar a utilização prática do módulo ALU Comp. Magnitude;

Referências:

 7. Circuitos Aritméticos

Material Necessário:

 Módulo XDM04;
 Fios e cabos para conexão.

Introdução:

Como se pode observar, à medida que a complexidade das operações matemáticas é


maior os circuitos necessários aumentam. Isso ocorre também com o aumento do
número de bits envolvidos na operação. Para solucionar esses problemas foram
desenvolvidos circuito integrados capazes de realizar diversas operações lógicas e
aritméticas, envolvendo palavras de 4 ou 8 bits. Esse circuito é chamado de ULA –
Unidade Lógica Aritmética (em inglês ALU – Arithmetic Logic Unit). Por esse nome
também se designa o blocos interno responsável por operações lógicas e aritméticas em
processadores e microcontroladores.

Uma ULA tipicamente tem duas palavras de entrada (4 ou 8 bits) e uma palavra de saída
(4 ou 8 bits, respectivamente). A seleção da operação a ser realizada é feita através de
entradas com esses fins. Adicionalmente, podem ser encontrados saídas que indicam se o
resultado é igual a zero, se ouve estouro da capacidade de representação, comparação se
os valores de entrada são iguais, qual o maior, etc...

Quando se trata de operações aritméticas, as palavras de entradas são consideradas como


valores inteiros, isto é, internamente existe carry que o resultado de um bit influencie o
resultado do seguinte. No caso das operações lógicas, os bits são tratados
individualmente, respeitando-se apenas a posição dos bits nas duas palavras.
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XD201 – Eletrônica Digital 175

Questionário:

1. Execute as seguintes operações (quando ocorrem valores negativos, utilize a notação


complemento 2):
a) ABh + CAh
b) BBh + AAh
c) EAh + FBh
d) ABh - CAh
e) BBh - AAh
f) EAh – FBh
g) ABh and CAh
h) BBh and AAh
i) EAh and FBh
j) ABh xor CAh
k) BBh xor AAh
l) EAh xor FBh

Exercícios

1. Utilizando o módulo XDM04 realize as operações a seguir e anote os resultados.


Dicas: (1)leia com a tenção o manual da ALU 74LS181. Em sua tabela da
verdade, faça a análise usando sempre lógica não-invertida (high).
(2)o módulo possui duas ALUs agrupadas. Para esse exercício utilize
apenas as uma dela, aplicando os sinais de A0 a A3 e de B0 a B3
a) Soma: A + B
i) 2 + 3 =
ii) 8 + 8 =
iii) 5 + 4 =
b) Subtração: A – B
i) 3 – 2 =
ii) 2 – 3 =
iii) 7 – 7 =
c) E: A and B
i) 2 + 3 =
ii) 8 + 8 =
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XD201 – Eletrônica Digital 176

iii) 5 + 4 =
d) Ou-Exclusivo: A xor B
i) 3 – 2 =
ii) 2 – 3 =
iii) 7 – 7 =
2. Utilizando o comparador de magnitude do módulo XDM04 (74LS82) realize a
comparação entre os valores a seguir, anotado o resultado de P>Q e P=Q e
interpretando se A>B, A<B ou A = B.
A (Q) B (A) P>Q P=Q Interpretação
00 00
03 04
4f 2F
CD F0

Exercícios Propostos

1. Utilizando o módulo XDM04 realize as operações a seguir e anote os resultados.


Dica: o módulo possui duas ALUs agrupadas. Para esse exercício utilize as duas
em conjunto. Para tanto a chave “CN-CN+4” deve estar na posição ON.

A B A or B A+B A–B A and B A or B A xor B


13h 02h
05h A0h
3Ch D2h
13h 0Fh

2. Pesquise o comparador de magnitude 74LS85 e preencha a tabela abaixo conforme


os resultados que serial obtidos.
A B A>B A<B A=B
2 4
8 5
1 1
C 7

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XD201 – Eletrônica Digital 177

8 Aula prática – Flip-flop’s


Objetivos:

 Observar os princípios de funcionamento dos tipos de Flip-flop’s;


 Analisar a utilização prática dos flip-flop's.

Referências:

 8. Circuitos Seqüenciais – Flip-Flop

Material Necessário:

 Módulo XDM07.
 Módulo XDM01
 Cabos e fios para conexão.

Introdução:

Vimos anteriormente o funcionamento de uma lógica combinacional, ou ainda, uma


lógica para a qual a saída é pré-determinada de forma unívoca pelas entradas. Estes
circuitos apresentam um grave problema, que é a ausência de memória sobre os estados
anteriores. Todo o desenvolvimento computacional e de comunicações digitais está
suportado pela concepção de memória. Este computador, por exemplo, depende da
existência de contadores, osciladores, somadores e toda uma lógica que depende,
fundamentalmente, da existência de conhecimento sobre os estados anteriores do sistema
em função do tempo, ou seja, memória.

Existem distintos tipos de memória, porém, a lógica de todas elas está associada a
circuitos oscilantes, chamados de flip-flop, que podem alternar sua saída (estados flip ou
flop, p.e.) em função dos parâmetros de entrada e do tempo decorrido. O conceito de
tempo está associado a pulsos de um relógio (clock), que vai alternar estados entre zero e
um, com uma freqüência pré-determinada, e será utilizado na propagação temporal da
informação. O objetivo fundamental desta aula é entender como podemos armazenar
informação em uma estrutura eletrônica, e como retransmitir esta informação em tempos
(pulsos de clock) posteriores.

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XD201 – Eletrônica Digital 178

Questionário:

1. Esboce o circuito elétrico de um Flip-flop do tipo RS.

Exercícios:

1. Usando as portas lógicas do XDM01, montar um flip-flop


flip p RS e levantar a tabela da
verdade.
a) Flip-flop
flop RS Assíncrono

b) Flip-flip
p RS Síncrono
Síncron

2. Usando o módulo XDM07, montar um flip-flop


flip flop síncrono com Preset e Clear e
levantar a tabela da verdade.

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XD201 – Eletrônica Digital 179

3. Montar um flip-flop Mestre escravo. Para tanto, utilize a montagem do exercício 2


como mestre e a montagem do exercício 1 como escravo, conforme a figura abaixo.
Levante a tabela da verdade desse flip-flop.
flip

4. Tomando como base o flip-flop


flip Mestre-escravo do exercício anterior, faça as
conversões para os demais tidos de flip-flop
flip flop abaixo e levante sua tabela da verdade.
a) Flip-Flop J-K

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XD201 – Eletrônica Digital 180

b) Flip-Flop T

c) Flip-Flop D

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XD201 – Eletrônica Digital 181

9 Aula prática – Contadores Assíncronos com Flip-Flop

Objetivos:

 Observar os princípios de funcionamento dos contadores;


 Analisar a utilização prática dos contadores;
 Analisar a utilização prática dos flip-flop's;

Referências:

 9. Contadores

Material Necessário:

 Módulo XDM05;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Os circuitos contadores são subsistemas seqüenciais que fornecem em suas saídas um


conjunto de níveis lógicos numa seqüência predeterminada, correspondente a modos de
contagem preestabelecidos. A este conjunto de níveis lógicos dá-se o nome de estados
internos do contador.

O contador é formado basicamente por flip-flops e, portanto, a velocidade da seqüência


gerada é determinada pela freqüência dos pulsos de clock. Sua característica assíncrona
se deve ao fato de que a saída do flip-flop anterior gera o clock de referência para o flip-
flop seguinte, deste modo cada um dos flip-flops envolvidos são acionados
seqüencialmente em tempos diferentes, caracterizando-se assim a assíncronia.

Questionário:

1. Explique qual fator caracteriza um contador como assíncrono.


2. Como podemos construir um divisor de freqüência a partir de um contador?

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XD201 – Eletrônica Digital 182

3. Explique a necessidade de se utilizar circuitos de inicialização em aplicações com


contadores lógicos.

Exercícios:

1. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter


um contador assíncrono de 4 bits que conte de 0 à 15 indefinidamente.
2. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter
um contador assíncrono de 4 bits que conte de 0 à 12 indefinidamente, estabelecendo
uma armadilha para reinício da contagem.

Exercícios propostos:

1. Projete um contador assíncrono que conte de 2 até 7, repetindo essa contagem


indefinidamente. Apresente o diagrama em blocos e a tabela da verdade
2. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter
um divisor de freqüência 1:13. Apresente o diagrama em blocos e a tabela da verdade.

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XD201 – Eletrônica Digital 183

10 Aula prática - Contador Assíncrono Integrado

Objetivos:

 Analisar a utilização prática dos contadores;


 Analisar a utilização de contadores integrados;

Referências:

 9. Contadores

Material Necessário:

 Módulo XDM05;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Contadores integrados são constituídos de flip-flops como qualquer outro contador, mas
a possibilidade de ter esse mesmo dispositivo integrado em um só chio vem a simplificar
o circuito, bem como diminuir custos.

Desse modo se torna importante entender à diferenciação destes dispositivos bem como
seu funcionamento, modos de associação em série e outras possibilidades.

Questionário:

1. Apresente o diagrama de associação em série de um contador de 4 bits para se obter


um contador de 8 bits.
2. Descreva o funcionamento da associação de contadores integrados.
Exercícios:

1. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter


um contador assíncrono de 4 bits que conte de 0 a 15 indefinidamente.

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XD201 – Eletrônica Digital 184

2. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter


um contador assíncrono de 4 bits que conte de 0 a 12 indefinidamente, estabelecendo
uma armadilha para reinício da contagem.

Exercícios propostos:

1. Projete um contador assíncrono que conte de 0 até 7, repetindo essa contagem


indefinidamente. Apresente o diagrama em blocos e a tabela da verdade
2. Utilizando o módulo MD05 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter
um divisor de freqüência 1:5. Apresente o diagrama em blocos e a tabela da verdade.

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XD201 –Eletrônica Digital 185

11 Aula prática - Contador Gray

Objetivos:

 Analisar a utilização prática dos contadores síncronos;


 Analisar a utilização de máquinas de estado;

Referências:

 9. Contadores

Material Necessário:

 Módulo XDM11;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Os circuitos contadores são subsistemas seqüenciais que fornecem em suas saídas um


conjunto de níveis lógicos numa seqüência predeterminada, correspondente a modos de
contagem preestabelecidos. A este conjunto de níveis lógicos dá-se o nome de estados
internos do contador.

O contador é formado basicamente por flip-flops e, portanto, a velocidade da seqüência


gerada é determinada pela frequência dos pulsos de clock. Sua característica síncrona se
deve ao fato de todas as entradas de clock dos flip-flops envolvidos estão interligadas a
apenas uma fonte de clock, garantindo assim a sincronia nas mudanças de estado.

Contadores baseados em máquina de estado possuem a particularidade de que o estado


anterior é relevante para a transição do próximo estado. Essa característica proporciona a
possibilidade de se criar contadores não seqüenciais, já que o próximo valor é uma
resultante depende do valor antecedente a ela.

Questionário:

1. Quais são as características principais de um contador síncrono?


2. Qual é a característica principal do código Gray?
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XD201 –Eletrônica Digital 186

Exercícios:

1. Utilizando o módulo MD11 no Kit, implemente as conexões necessárias para obter


um contador síncrono de código Gray de 4 bits.

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XD201 –Eletrônica Digital 187

12 Aula prática – Shift Register

Objetivos:

 Analisar o funcionamento dos registradores de deslocamento;


 Montagem de conversores serial/paralelo e paralelo/serial.

Referências:

 10. Registros de Deslocamento

Material Necessário:

 Módulo XDM03;
 Fios e cabos para conexões;
Introdução:

Um registrador de deslocamento ou “shift-register”, como também é chamado pelo


termo em inglês, consiste num conjunto de flip-flops que podem ser interligados de
diversas formas. Estes circuitos podem deslocar uma informação (bit) aplicada na
entrada de uma posição a cada pulso de clock. Por exemplo, o bit um aplicado na
entrada aparece na saída do primeiro flip-flop no primeiro pulso de clock, depois se
desloca, aparecendo na saída do segundo flip-flop no segundo pulso de clock e assim por
diante, até aparecer na saída do final da seqüência. Um registrador de deslocamento
utiliza geralmente flip-flop do tipo D que tem sua saída conectada à entrada do flip-flop
D seguinte e todos eles são controlados pelo mesmo CLOCK. Veja então que para
armazenar um dado de quatro bits num registrador devemos aplicar quatro pulsos de
clock e para ler em seqüência, mais quatro pulsos de clock. Para “apagar” os dados
registrados num shift-register, como o indicado, basta aplicar um pulso na entrada
CLEAR, apagando todas as informações armazenadas nos flip-flops.

Questionário:

1. Quais são os tipos de registradores de deslocamento mais utilizados?


2. Cite um exemplo prático de aplicação das propriedades do shift-register.
Exercícios:
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XD201 –Eletrônica Digital 188

1. Implemente no kit um shift-register SIPO de oito bits usando o módulo MD003.


2. Implemente no kit um shift-register SISO de oito bits usando o módulo MD003.
3. Implemente no kit um shift-register PISO de oito bits usando o módulo MD003.

Exercícios Propostos:

4. Projeto um shift-register SIPO de quatro bits usando flip-flops.


5. Projeto um shift-register SISO de quatro bits usando flip-flops.
6. Projeto um shift-register PISO de quatro bits usando flip-flops.

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XD201 –Eletrônica Digital 189

13 Aula prática – Conversor Digital Analógico (D/A)

Objetivos:

 Analisar a utilização prática dos conversores D/A;

Referências:

 11.1. Conversores D/A

Material Necessário:

 Módulo XDM09;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

O conversor digital analógico é um circuito responsável por converter dados digitais em


grandezas analógicas, ou seja, converte a informação contida em bytes em níveis de
tensão correspondentes aos pesos de cada palavra. Como exemplo podemos citar a
conversão de um arquivo digital em áudio analógico utilizando placas de áudio que
acompanham nossos computadores. Estas placas são equipadas com conversores de no
mínimo 16 bits.

Além de áudio podemos ter conversões de temperatura, pressão, vazão, posição e outros
circuitos, bem como diminuir custos.

Há características relevantes em uma conversão A/D bem como número de passos,


freqüência de amostragem, canais de amostragem e erro de quantização. Essas
características determinarão quais os conversores ideais para a aplicação desejada.

Questionário:

1. Qual a resolução alcançada com um conversor de 10 bits que opera em uma faixa de
0v a 3,3v.
2. Calcule as tensões obtidas a partir das seguintes palavras digitais.
a) 11.0110.1010
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XD201 –Eletrônica Digital 190

b) 01.1001.1110
c) 00.0101.1111
d) 10.1110.0001
e) 00.0011.1010
f) 00.0001.1100

Exercícios:

1. Utilizando o módulo MD09 no Kit, conecte a entrada digital do D/A as chaves


digitais, e insira as palavras calculadas acima. Com o auxilio de um multímetro,
meça e tome nota de cada tensão e comente os erros de aproximação encontrados.
2. Insira as seguintes palavras e anote as tensões obtidas:
a) 0000.0000b –
b) 0000.0001b –
c) 0000.0010b –
d) 0000.0100b –
e) 0000.1000b –
f) 0001.0000b –
g) 0010.0000b –
h) 0100.0000b –
i) 1000.0000b –
j) 1111.1111b –

Exercícios propostos:

1. Levantar a curva de transferência do D/A, considerando somente os 4 bits mais


significativos. Para isso, meça os valor de tensão de saída para as combinações de
entrada. Em seguida desenhe a curva da função de transferência.

DAC IN Vout [mV]

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XD201 –Eletrônica Digital 191

D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 1 1 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 0 0
0 1 1 0 0 0 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 1 0 0 0 0
1 0 1 0 0 0 0 0
1 0 1 1 0 0 0 0
1 1 0 0 0 0 0 0
1 1 0 1 0 0 0 0
1 1 1 0 0 0 0 0
1 1 1 1 0 0 0 0

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XD201 –Eletrônica Digital 192

14 Aula prática – Conversor Analógico Digital (A/D)

Objetivos:

 Analisar a utilização prática dos conversores A/D;

Referências:

 11.2. Conversores A/D

Material Necessário:

 Módulo XDM09;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

O conversor analógico digital é um CI (circuito integrado) responsável por converter


grandezas digitais em níveis analógicos. Como exemplo podemos citar a conversão de
dados em áudio utilizando placas de áudio que acompanham nossos computadores.

Além de áudio podemos ter conversões de temperatura, pressão, vazão, posição e outros
circuitos, bem como diminuir custos.

Há características relevantes em uma conversão A/D bem como número de passos,


freqüência de amostragem, canais de amostragem e erro de quantização, faixa dinâmica,
resolução, tempo de conversão e erro de linearidade. Essas características determinarão
quais os conversores ideais para a aplicação desejada.

Questionário:

1. Qual a resolução alcançada com um conversor de 8 bits que opera em uma faixa de
0v a 5v.

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XD201 –Eletrônica Digital 193

2. Calcule os valores de conversão obtidos para as seguintes tensões utilizando o


conversor acima citado.
a) -5v
b) -4,5v
c) -3,75v
d) -2,25v
e) -1,15v
f) -0,60v

Exercícios:
1. Utilizando o módulo MD09 no Kit, conecte nos dois canais de entrada sinais
ajustáveis a partir de dois potenciômetros alimentados com5v, como na figura abaixo.
Conecte o sistema de controle de canal em duas chaves lógicas e as saídas digitais
deverão estar conectadas aos leds de visualização.

2. Varie o potenciômetro e obtenha as tensões dos seguintes pontos:


a) 0000.0000b –
b) 0000.0001b –
c) 0000.0010b –
d) 0000.0100b –
e) 0000.1000b –
f) 0001.0000b –
g) 0010.0000b –
h) 0100.0000b –
i) 1000.0000b –
j) 1111.1111b –

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XD201 –Eletrônica Digital 194

3. Insira as tensões citadas na questão 2 do questionário acima e compare com os


valores digitas obtidos. Comente a existência de possíveis diferenças encontradas.

Exercícios propostos:

1. Levantar a curva de transferência do D/A, considerando somente os 4 bits mais


significativos. Para tanto, aplique ajuste o sinal de entrada até obter os valores em
DAC OUT; anote os valores de Vin. De posse dessa informações trace a curva da
função de transferência do DAC.

DAC OUT Vin [mV]


D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 1 1 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 0 0
0 1 1 0 0 0 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 1 0 0 0 0
1 0 1 0 0 0 0 0
1 0 1 1 0 0 0 0
1 1 0 0 0 0 0 0
1 1 0 1 0 0 0 0
1 1 1 0 0 0 0 0
1 1 1 1 0 0 0 0

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 195

15 Aula prática – Barramento

Objetivos:

 Analisar a utilização prática do módulo BUS;

Referências:

 12. Buffers Latchs e Barramentos

Material Necessário:

 Módulo XDM06;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Há situações onde se deseja conectar diversos dispositivos entre si, de forma que apenas
dois deles troquem informações por vez. Nestes casos, pode ocorrer de um dispositivo
escrever em vários outros, um dispositivo ler vários outros ou existir acesso bidirecional
em vários dispositivos. Nesta situação são criados barramentos com a ajuda de buffer´s
tri-state e latch´s.

Como já foi visto, existem componentes com a função de buffer tri-state, isto é, o driver
de saída do dispositivo pode ser desligado por um pino de controle. Dessa maneira, o
sinal presente na entrada do buffer é transferido para a saída se o controle estiver ativo ou
a saída permanece em estado de alta impedância (Hi-Z) se controle se estiver desativado.
Isso nos permite ligar diversas saídas entre si e acionar apenas uma por vez.

Questionário:

1. Qual a principal funcionalidade de um buffer´s tri-state.


2. Esboce o circuito de saída do módulo tri-state.

Exercícios

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 196

1. Funcionamento do buffer tri-state 74LS244: conecte uma chave a entrada I1.0 e


outra a entrada de controle G1.1. Com um osciloscópio observe no sinal I/O.0 o
funcionamento do buffer tri-state, testando todas as opções de sua tabela da verdade.
2. Funcionamento do Lacth74LS573: conecte uma chave ao sinal I/O.0, outra a OC.1
e outra em C.1. Meça com um osciloscópio o sinal em O1.0, realizando todas as
combinações da tabela da verdade do componente.
3. Analise o esquema elétrico do módulo XDM06 e desenhe um diagrama em blocos
ilustrando seu funcionamento.
4. Realize as movimentações dados abaixo, conectando o barramento (I/O [7..0] ) a
LEDs e observando seu comportamento. Preencha o quadro com os comandos
necessários.

Movimentação Buffers Latchs


G1.1 G1.2 C.1 OC.1 C.2 OC.2
U2  U3
U2  U4
U1  U3
U1  U4
U1  U4
U2  U3

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 197

16 Aula prática - Memória

Objetivos:

 Analisar a utilização prática de memórias;

Referências:

 13. Memórias

Material Necessário:

 Módulo XDM10;
 Fios e cabos para conexões;

Introdução:

Memórias são dispositivos semicondutores usados para armazenar dados. Esses dados
geralmente encontram-se organizados em palavras de 4, 8, 16 ou 32 bits, não havendo restrições
para outros formatos de organização. Cada palavra de informação ocupa um “endereço” dentro
da memória, de forma que é possível referenciar o dado a ser acessado.

Questionário:

1. Quais as diferenças entre memória volátil dinâmica, volátil estática e não volátil?

2. Fale sobre o funcionamento de alguns tipos de memória ROM.

3. Qual a capacidade de uma memória com 12 bits de endereço organizada em palavras de 8


bits?

Exercícios:

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 198

1. Utilizando o módulo MD10 no Kit, implemente as conexões necessárias para fazer a


gravação e a leitura de uma palavra de 8 bits em dois endereços diferentes.

Exercícios propostos:

1. Faça a gravação e a leitura de uma data na memória. Sendo que Dia, Mês e Ano
devem ficar cada um em endereços diferentes.

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XAM02 –Eletrônica Digital 199

MANUAL DE OPERAÇÃO
E MANUTENÇÃO

O manual de operação e manutenção descreve os


circuitos do kit didático, detalhando seu funcionamento.
São também apresentados os esquemas elétricos desses
circuitos e valores de componentes, de forma a permitir
a manutenção do equipamento.

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 200

1 Introdução

Parabéns! Você acaba de adquirir um produto de alta qualidade e tecnologia de


ponta. O Kit XD201 será de grande auxílio no aprendizado e desenvolvimento de
sistemas digitais, na elaboração de cursos e treinamentos que envolvam eletrônica digital
básica.

A Exsto Tecnologia é uma empresa situada em Santa Rita do Sapucaí, Minas


Gerais, cidade conhecida como “Vale da Eletrônica” por seu destaque na indústria
eletroeletrônica e pela excelência de suas instituições de ensino. Nossa missão é sempre
fornecer as melhores ferramentas para o desenvolvimento e aprendizado em eletrônica e
desenvolvimento de software. Visite nosso site www.exsto.com.br para conhecer outras
soluções e produtos oferecidos.

Este documento contém as principais características do kit educacional e visa ser o


guia de instalação, testes e manutenção desse equipamento.

O XD201 é um ambiente de desenvolvimento que visa facilitar o aprendizado e o


desenvolvimento de sistemas digitais de pequeno e grande porte, além de maximizar as
possibilidades de experimentos para cursos.

O hardware do kit de eletrônica digital foi desenvolvido procurando disponibilizar


o máximo de recursos possíveis ao usuário. Nesse sentido, o kit contém diversos
módulos, compostos de circuitos elementares, que através de conectores, permite com
que qualquer projeto de eletrônica digital montado nas protoboard’s possam ter acesso
facilitado a todos os módulos de entrada e saída.

Algumas das suas características:

 Dois módulos de protoboard para montagem;


 Modulo de resistência variável, com dois potenciomentos;
 Modulo gerador de freqüência;
 Modulo com quatro display’s de sete segmentos;
 Modulo de acesso externo com dois reles;
 Modulo gerador de pulsos;
 Modulo de fonte com cinco valores de tensão, sendo uma ajustável;
 Modulo de chaves com leds indicativos;

Exsto Tecnologia
XAM02 –Eletrônica Digital 201

 Modulo de leds tri-state;


 Dois pares de chaves BCD;

Visão da placa:

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XAM02 –Eletrônica Digital 202

2 Conteúdo do Kit:
Depois de retirar o seu kit da embalagem, verifique se o mesmo possui os seguintes
itens:
 Cabo de alimentação;
 Bastidor de suporte do kit;
 Placa de suporte aos módulos operacionais e de aplicação;
 CD com os manuais, esquemas elétricos e apostilas.
 Módulos
o XDM01 – Portas Lógicas Básicas
o XDM02 – Encoder e Decoder
o XDM03 – Registro de deslocamento/Decodificador 7 segmentos
o XDM04 – ALU e comparador de magnitude
o XDM05 – Contadores a flip-flop e circuito integrado
o XDM06 – Buffers e Latchs
o XDM07 – Flip-flop
o XDM08 – Multiplexadores e Demutiplexadores
o XDM09 – ADC e DAC
o XDM10 – Memória
o XDM11 – Código Gray

Caso ocorra a falta de algum destes itens ou defeito, consulte a Exsto Tecnologia
para esclarecimentos.

2.1 Conteúdo do CD
Ao inserir o CD no drive ele deve executar automaticamente um aplicativo que dá
acesso ao conteúdo do CD. No CD estão software relevante, manuais de componentes
do kit, esquemas elétricos e este documento.

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XAM02 –Eletrônica Digital 203

3 Instalações
3.1 Instalação do Hardware
Após a verificação se todos os componentes que acompanham o kit conferem,
ligue o equipamento na tomada e verifique os seguintes itens:

 Se os LED’S verde da fonte estão acessos, exceto o LED indicativo do VADJ,


pois o mesmo tem sua luminosidade variável.
 Se os quatro displays estão com o valor zero;
 Acione todas as chaves do módulo de chaves (parte inferior central), verificando
se para cada ativação ocorreu o acendimento do LED correspondente.

Se o procedimento adotado acima funcionou de forma correta, vamos para o


segundo passo do teste do equipamento. É importante lembrar que o equipamento, assim
que for ligado já está pronto para o uso, com isso evite tocar nas partes aquecidas,
principalmente no LM317, que é parte integrante da fonte.

Agora vamos para um segundo passo que é testar os outros módulos do kit de
eletrônica digital. Vamos iniciar pelo o módulo de LEDS que fica na parte central
superior do kit. Para testá-lo é só usar um fio metálico comum e ligar o +5V do modulo
da fonte em cada entrada do mesmo, fazendo com que o LEDS correspondente acenda.
Se todos acenderem significa que o módulo está OK.

Uma observação importante é que todos os elementos de entrada do módulo


trabalham com +5 v, então seria ideal que se pudesse evitar a inserção de uma tensão
maior que esta, apesar das proteções existentes.

Agora que testamos o módulo de LEDS, vamos testar o módulo de


potenciômetros. Para fazer isso, podemos utilizar dois procedimentos, a primeira seria
através do multímetro na escala de medição da resistência, verificando o valor resistivo
do potenciômetro do inicio ao fim da sua excursão. Ou ainda, de forma menos precisa, é
só ligar o potenciômetro em algum LED do módulo de LEDS e variá-lo, assim
verificaríamos se o potenciômetro está funcionando, mas não o faríamos com precisão.

O próximo módulo a ser testado é o módulo gerador de pulsos, o mesmo fica


localizado na parte inferior esquerda do kit e conta com cinco saídas. Este módulo pode

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XAM02 –Eletrônica Digital 204

ser testado facilmente através da ligação de suas saídas a um LED e depois pressionando
as chaves tácteis correspondentes.

O módulo de relés segue a mesma linha de pensamento, sua ativação é feita


através da colocação de um nível TTL +5VDC na sua entrada. Para testá-lo, ligue sua
entrada ao módulo gerador de freqüência em 1Hz, coloque as pontas de prova do
multímetro nas posições NA e C. Após isto, coloque o multímetro na escala de medição
de continuidade, verificando que ele indicará a continuidade/ descontinuidade a cada
um segundo para cada um desses estados.

Para o teste do gerador de freqüência ser feito de forma precisa, é necessário ter
um osciloscópio para verificar se a freqüência de cada pino corresponde à serigrafia. Mas
um teste que pode ser feito para as freqüências mais baixas é ligá-la em um LED e
verificar se ele está piscando, contudo, é uma medida muito imprecisa e não
recomendada.

O nosso ultimo módulo, o modulo de display, pode ser testado facilmente


inserindo um conjunto de bits na sua entrada, isto pode ser feito através do módulo de
chaves diretamente. Caso aconteça a falha de algum procedimento, verifique o
procedimento e execute-o novamente. Se mesmo assim não funcionar, verifique no
esquemático em anexo o circuito correspondente.

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XAM02 –Eletrônica Digital 205

4 Hardware
O kit de eletrônica digital é dividido vários módulos, visando facilitar o aprendizado
através da visualização imediata dos blocos eletrônicos. A seguir temos a descrição de
cada um deles em detalhes:

4.1 Modulo da fonte


O kit de eletrônica digital possui na sua placa principal uma fonte de alimentação
fornecendo quatro valores de alimentação fixa (+5VDC, -12VDC e +12VDC) e uma
alimentação variável que vai de 0v até 12VDC.
O valor de +5VDC é fornecido através do regulador 7805 presente na placa e o
valor ajustável é dado pelo componente LM317.
O ajuste da tensão variável é feito através do potenciômetro VADJ. A corrente
drenada de VADJ não deve ultrapassar 250mA.
Os demais valores são obtidos diretamente da fonte do kit, sendo esta dotada de
proteção contra curto.
A alimentação do Kit é feita por uma fonte chaveada com tensão de entrada
bivolt, tolerando variações entre 90V até 230V. E possui como corrente individuais
máximas:
 Saída +12V – Corrente máxima de 700mA;
 Saída +5V – Corrente máxima de 1,3A;
 Saída -12V – Corrente máxima de 1A.

4.2 Módulo dos potenciômetros


Este módulo é composto de dois potenciômetros de 10K ohm’s que atuam de
forma independente no circuito em desenvolvimento. Assim como nos outros módulos,
ele possui vários pinos de conexão, permitindo usá-lo em várias aplicações simultâneas.

4.3 Módulo de chaves


O módulo de chaves é uma das partes mais interativas do kit, permitindo com que
você possa gerar sinais de ativação e desativação de forma manual.
Este módulo possui dez alavancas retentivas, onde cada uma delas ativa +5VDC
em suas saídas. Ainda, para cada chave, temos um LED indicador de status da chave.

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XAM02 –Eletrônica Digital 206

Ainda temos para cada chave um capacitor de amortecimento para evitar o ruído
gerado pelas chaves quando mudam de estado.

4.4 Módulo gerador de pulsos


O módulo gerador de pulsos fornece ao usuário do kit vários tipos de pulsos
quadrados. Este módulo pode gerar oito pulsos de forma independente, quatro pulsos
alto ativos indo do nível lógico alto (valor +5VDC) para o nível lógico baixo (valor +0v),
quatro outros baixo ativos atuando de forma inversa e um outro que serve como valor de
reset, indo do nível alto para o baixo.
O circuito é composto de um buffer TTL 74HC244 com proteção, um push-
bottom para cada pulso, sendo que para cada push-bottom existe um capacitor para
minimizar o efeito do ruído ao fechar o push-bottom.

4.5 Módulo de relés


Este módulo é composto de dois elementos de chaveamento ou comutação
mecânica que possuem dois estados acessíveis pelo kit, um indicado como NF e o outro
NA.
A nomenclatura NF significa normalmente fechada, indicando a posição da chave
dentro do relé. Isto significa que quando o relé não possuí alimentação, a chave está
colocando em curto os pontos C e NF, intuitivamente vemos que a chave estará em
aberto nos pontos C e NA.
Entretanto, quando o relé é alimentado através dos seus pinos de acesso a chave
muda sua posição, fazendo com que os pontos NA e C fiquem curto-circuitados e ainda
a conexão entre NF e C fique aberta.

Figura – Funcionamento de um relé

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XAM02 –Eletrônica Digital 207

4.6 Módulo gerador de freqüência


O módulo gerador de freqüência é um dos módulos mais interessantes do kit,
sendo gerador de sinais quadrados com nove possibilidades de freqüência.
As saídas deste micro controlador são nove, possuindo proteção contra sobre
tensão e curto. Cada pino é responsável por gerar uma freqüência distinta, indicada na
serigrafia do próprio módulo.
As freqüências disponíveis são: 0,1Hz, 0,5Hz, 1Hz, 10Hz, 100Hz, 1kHz, 10kHz,
100kHz e 1MHz. Estas freqüências são geradas através da programação do
microcontrolador.

4.7 Módulo de Leds


Este módulo foi feito para sinalizar ao usuário quando houver um nível de tensão
em cada pino correspondente. Vemos que no módulo temos o indicativo de cada pino
com o seu LED correspondente, fazendo de forma fácil à associação.
Ainda para cada pino não temos uma ligação direta com o LED, pois há um
comparador de tensão, construído com amplificadores operacionais, que indicam o nível
lógico aplicado no pino de entrada, indicando se o mesmo está em nível lógico alto,
baixo ou até mesmo desconectado.

4.8 Banco de capacitores


Módulo formado por um banco com cerca de 11 capacitores de valores comerciais
comuns, para serem usados de modo independente no circuito em desenvolvimento.

4.9 Chaves BCD


Módulo formado por dois pares de chaves BCD mecânicas, que possuem pinos para
acionamento e seleção do número desejado. Servindo como uma fonte de códigos BCD
contínuos.

4.10 Módulo de display


O módulo de display possui quatro displays de sete segmentos ligados diretamente
a um CMOS CD4511, que atua como um decodificador BCD-sete segmentos.

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XAM02 –Eletrônica Digital 208

Com isso temos quatro displays independentes que nos permitem colocar nas suas
entradas a palavra BCD diretamente. Entretanto sua contagem é feita de zero a nove,
pois para qualquer valor BCD diferente deste o display fica apagado.
A entrada
trada para cada pino BCD de cada display é composta de dois pinos em curto
para serem usados em conjunto.

Entrada Saída nos segmentos Display


D C B A a b c d e f g
0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0

0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0

0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1

0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1

0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1

0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1

0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1

0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0

1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

1 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1

Tabela – Relação entrada e saída do CD4511

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XAM02 –Eletrônica Digital 209

5 Módulos
Nos módulos de experiências apresentados a seguir são indicadas a função dos conectores
disponíveis.

Os módulos basicamente alimentam os circuitos e fazem as ligações básicas, ficando a cargo do


usuário fazer as conexões e configurações necessárias para cada experiência.

Para um completo entendimento do funcionamento de cada módulo, consulto seu esquema


elétrico e manual dos componentes, ambos presentes no CD que acompanha o kit.

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XAM02 –Eletrônica Digital 210

5.1 XDM01 – Portas lógicas

74LS00 74LS02 74LS86

74LS04 74LS08 74LS32

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XAM02 –Eletrônica Digital 211

5.2 XDM02 - Encoder e Decoder

5.2.1 ENCODER
SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

1 DIGITAL ENTRADA

2 DIGITAL ENTRADA

3 DIGITAL ENTRADA

4 DIGITAL ENTRADA

5 DIGITAL ENTRADA Entradas do Encoder


6 DIGITAL ENTRADA

7 DIGITAL ENTRADA

8 DIGITAL ENTRADA

9 DIGITAL ENTRADA

A DIGITAL SAÍDA

B DIGITAL SAÍDA
Saídas do Encoder
C DIGITAL SAÍDA

D DIGITAL SAÍDA

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XAM02 –Eletrônica Digital 212

5.2.2 DECODER

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO


0 DIGITAL SAÍDA
1 DIGITAL SAÍDA
2 DIGITAL SAÍDA
3 DIGITAL SAÍDA
4 DIGITAL SAÍDA
Saídas do Decoder
5 DIGITAL SAÍDA
6 DIGITAL SAÍDA
7 DIGITAL SAÍDA
8 DIGITAL SAÍDA
9 DIGITAL SAÍDA
A DIGITAL ENTRADA
B DIGITAL ENTRADA
Entradas do decoder
C DIGITAL ENTRADA
D DIGITAL ENTRADA

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5.3 XDM03 – Registro de deslocamento/decodificador 7 segmentos

5.3.1 REGISTRO DE DESLOCAMENTO

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

A1 DIGITAL ENTRADA
B1 DIGITAL ENTRADA
C1 DIGITAL ENTRADA
D1 DIGITAL ENTRADA
Entradas paralelas
A2 DIGITAL ENTRADA
B2 DIGITAL ENTRADA
C2 DIGITAL ENTRADA
D2 DIGITAL ENTRADA
QA1 DIGITAL SAÍDA
QB1 DIGITAL SAÍDA
QC1 DIGITAL SAÍDA
QD1 DIGITAL SAÍDA
Saídas paralelas
QA2 DIGITAL SAÍDA
QB2 DIGITAL SAÍDA
QC2 DIGITAL SAÍDA
QD2 DIGITAL SAÍDA
CLOCK DIGITAL ENTRADA CLOCK DO CIRCUITO
SLSER DIGITAL ENTRADA Entrada Serial pela
esquerda
SRSER DIGITAL ENTRADA Entrada serial pela direita
CLR DIGITAL ENTRADA Clear
S0 DIGITAL ENTRADA
Seleção de função
S1 DIGITAL ENTRADA

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5.3.2 DECODIFICADOR BCD / 7 SEGMENTO

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

A DIGITAL ENTRADA
B DIGITAL ENTRADA
Entradas do decodificador
C DIGITAL ENTRADA
D DIGITAL ENTRADA

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XAM02 –Eletrônica Digital 215

5.4 XDM04 – ALU e Comparador de magnitude

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

/G DIGITAL SAÍDA CARRY GENERATE


/P DIGITAL SAÍDA CARRY PROPAGATE
CARRY DIGITAL SAÍDA CARRY
P>Q DIGITAL SAÍDA B[7..0] > A[7..0]
P=Q DIGITAL SAIDA B[7..0] = A[7..0]
A[7..0] DIGITAL ENTRADA Entrada A (8 bits)
B[7..0] DIGITAL ENTRADA Entrada B (8 bits)
Obs.: os bits A de 0 a 3 e B de 0 a 3 estão ligados a U1 enquanto os bits A de 4 a 7 e B de 4 a 7 estão
ligados a U2.

Chave FUNÇÃO

M MODO DE CONTROLE DE ENTRADA


CN-CI1 CARRY CI U1
CN-CI2 CARRY CI U2
CN-CN+4 LIGA CIS EM CASCATA
S0
S1
Seleção de função
S2
S3

P=Q P>Q
B>A 1 0
B< A 1 1
B=A 0 X
Obs.: saídas baixo ativas

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XAM02 –Eletrônica Digital 216

5.5 XDM05 – Contadores

Conector SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO


CN5 A DIGITAL SAÍDA Saídas normais do
B DIGITAL SAÍDA contador a flip-flop
C DIGITAL SAÍDA
D DIGITAL SAÍDA
CN4 /A DIGITAL SAÍDA Saídas invertidas do
/B DIGITAL SAÍDA contador a flip-flop
/C DIGITAL SAÍDA
/D DIGITAL SAÍDA
CN3 A DIGITAL SAÍDA Saídas normais do
B DIGITAL SAÍDA contador integrado
C DIGITAL SAÍDA
D DIGITAL SAÍDA
CN6 /A DIGITAL SAÍDA Saídas invertidas do
/B DIGITAL SAÍDA contador integrado
/C DIGITAL SAÍDA
/D DIGITAL SAÍDA
CN7 A DIGITAL ENTRADA Entrada da armadilha
B DIGITAL ENTRADA do contador integrado
C DIGITAL ENTRADA
D DIGITAL ENTRADA
CN8 A DIGITAL ENTRADA Entrada da armadilha
B DIGITAL ENTRADA do contador a flip-flop
C DIGITAL ENTRADA
D DIGITAL ENTRADA
- CLOCK1 DIGITAL ENTRADA Clock do contador a
flip-flop
- CLOCK2 DIGITAL ENTRADA Clock do contador
integrado

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XAM02 –Eletrônica Digital 217

5.6 XDM06 - Buffer e Latch

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XAM02 –Eletrônica Digital 218

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

O2.0 DIGITAL SAÍDA SAÍDAS DE U3


O2.1 DIGITAL SAÍDA
O2.2 DIGITAL SAÍDA
O2.3 DIGITAL SAÍDA
O2.4 DIGITAL SAÍDA
O2.5 DIGITAL SAÍDA
O2.6 DIGITAL SAÍDA
O2.7 DIGITAL SAÍDA
O1.0 DIGITAL SAÍDA SAÍDAS DE U4
O1.1 DIGITAL SAÍDA
O1.2 DIGITAL SAÍDA
O1.3 DIGITAL SAÍDA
O1.4 DIGITAL SAÍDA
O1.5 DIGITAL SAÍDA
O1.6 DIGITAL SAÍDA
O1.7 DIGITAL SAÍDA
O2.0 DIGITAL ENTRADA ENTRADAS PARA U1
I2.1 DIGITAL ENTRADA
I2.2 DIGITAL ENTRADA
I2.3 DIGITAL ENTRADA
I2.4 DIGITAL ENTRADA
I2.5 DIGITAL ENTRADA
I2.6 DIGITAL ENTRADA
I2.7 DIGITAL ENTRADA
I1.0 DIGITAL ENTRADA ENTRADAS PARA U2
I1.1 DIGITAL ENTRADA
I1.2 DIGITAL ENTRADA
I1.3 DIGITAL ENTRADA
I1.4 DIGITAL ENTRADA
I1.5 DIGITAL ENTRADA
I1.6 DIGITAL ENTRADA
I1.7 DIGITAL ENTRADA
I/O 0 DIGITAL BI-DIRECIONAL BIT 0 DO BARRAMENTO
I/O 1 DIGITAL BI-DIRECIONAL BIT 1 DO BARRAMENTO
I/O 2 DIGITAL BI-DIRECIONAL BIT 2 DO BARRAMENTO
I/O 3 DIGITAL BI-DIRECIONAL BIT 3 DO BARRAMENTO
I/O 4 DIGITAL BI-DIRECIONAL BIT 4 DO BARRAMENTO
BIT 5 DO BARRAMENTO
I/O 5 DIGITAL BI-DIRECIONAL
BIT 6 DO BARRAMENTO
I/O 6 DIGITAL BI-DIRECIONAL
BIT 7 DO BARRAMENTO
I/O 7 DIGITAL BI-DIRECIONAL

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XAM02 –Eletrônica Digital 219

5.7 XDM07 – Flip-Flop

5.7.1 MÓDULO FLIP FLOP

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

Clock DIGITAL Entrada Clock do flip-flop


Preset DIGITAL Entrada Força saídas para 1 (assíncrono)
Clear DIGITAL Entrada Força saídas para 0 (assíncrono)
Set DIGITAL Entrada Força saídas para 1 (síncrono)
Reset DIGITAL Entrada Força saídas para 0 (síncrono)
Q DIGITAL Saída Saída normal
/Q DIGITAL Saída Saída Invertia
In DIGITAL Entrada Entrada do inversor
/In DIGITAL Saída Saída do Inversor

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XAM02 –Eletrônica Digital 220

5.8 XDM08 – Multiplexador / Demultiplexador

5.8.1 MUX

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

Y0 DIGITAL ENTRADA Entradas do multiplex


Y1 DIGITAL ENTRADA
Y2 DIGITAL ENTRADA
Y3 DIGITAL ENTRADA
Y4 DIGITAL ENTRADA
Y5 DIGITAL ENTRADA
Y6 DIGITAL ENTRADA
Y7 DIGITAL ENTRADA
A DIGITAL ENTRADA Seleção de entrada
B DIGITAL ENTRADA
C DIGITAL ENTRADA
OUT MUX DIGITAL SAÍDA SAÍDA DO MUX

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XAM02 –Eletrônica Digital 221

5.8.2 DEMUX

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO


D0 DIGITAL SAÍDA Saídas do Demultiplex
D1 DIGITAL SAÍDA
D2 DIGITAL SAÍDA
D3 DIGITAL SAÍDA
D4 DIGITAL SAÍDA
D5 DIGITAL SAÍDA
D6 DIGITAL SAÍDA
D7 DIGITAL SAÍDA
A DIGITAL ENTRADA Seleção de saída
B DIGITAL ENTRADA
C DIGITAL ENTRADA
IN MUX DIGITAL ENTRADA ENTRADA DO DEMUX

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XAM02 –Eletrônica Digital 222

5.9 XDM09 – ADC e DAC

5.9.1 ADC

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

ADC OUT D0 DIGITAL SAÍDA Saídas do conversor A/D


ADC OUT D1 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D2 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D3 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D4 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D5 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D6 DIGITAL SAÍDA
ADC OUT D7 DIGITAL SAÍDA
A DIGITAL ENTRADA Seleção de canal
B DIGITAL ENTRADA
C DIGITAL ENTRADA
CH0 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 0
CH1 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 1
CH2 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 2
CH3 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 3
CH4 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 4
CH5 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 5
CH6 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 6
CH7 ANALÓGICA ENTRADA Canal Analógico 7

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XAM02 –Eletrônica Digital 223

5.9.2 DAC

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

OUT A DIGITAL SAÍDA Saída do conversor D/A


DAC IN D0 DIGITAL ENTRADA Entradas do conversor D/A
DAC IN D0 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D1 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D2 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D3 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D4 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D5 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D6 DIGITAL ENTRADA
DAC IN D7 DIGITAL ENTRADA

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XAM02 –Eletrônica Digital 224

5.10 XDM10 – Memória

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

/WE DIGITAL ENTRADA WRITE ENABLE


/OE DIGITAL ENTRADA OUTPUT ENABLE
/CE DIGITAL ENTRADA CHIP ENABLE
A0 DIGITAL ENTRADA Barramento de endereços
A1 DIGITAL ENTRADA
A2 DIGITAL ENTRADA
A3 DIGITAL ENTRADA
A4 DIGITAL ENTRADA
A5 DIGITAL ENTRADA
A6 DIGITAL ENTRADA
A7 DIGITAL ENTRADA
A8 DIGITAL ENTRADA
A9 DIGITAL ENTRADA
A10 DIGITAL ENTRADA
A11 DIGITAL ENTRADA
A12 DIGITAL ENTRADA
A13 DIGITAL ENTRADA
A14 DIGITAL ENTRADA
I/O 0 DIGITAL BI-DIRECIONAL Barramento de dados
I/O 1 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 2 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 3 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 4 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 5 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 6 DIGITAL BI-DIRECIONAL
I/O 7 DIGITAL BI-DIRECIONAL

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XAM02 –Eletrônica Digital 225

5.11 XDM11

SINAL TIPO DIREÇÃO FUNÇÃO

Q0 DIGITAL SAÍDA Saídas do contador


Q1 DIGITAL SAÍDA
Q2 DIGITAL SAÍDA
Q3 DIGITAL SAÍDA
CLOCK DIGITAL ENTRADA Entrada de clock

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XAM02 –Eletrônica Digital 226

6 Resolvendo Problemas
6.1 Errata
Algumas informações da serigrafia dos módulos listados abaixo apresentam informações incorretas.

6.1.1 XDM01
 A figura da porta lógica sobre o 7402 (U2) tem suas portas ligadas de forma incorreta:

Como está na placa O correto é


Entrada 1A Saída Y1
Entrada 1B Entrada A1
Saída Y1 Entrada B1

6.1.2 XDM02
 Os pinos de saída do encoder ligados aos bornes de 2mm estão com a serigrafia invertida.

Como está na placa O correto é


A D
B C
C B
D A

6.1.3 XDM09
 Na indicação dos bits no conector CN14 a seqüência dos bits está invertida.

Como está na placa O correto é


D0 D7
D1 D6
D2 D5
D3 D4
D4 D3
D5 D2
D6 D1
D7 D0

6.2 Suporte Técnico


A Exsto Tecnologia oferece suporte técnico gratuito para questões de utilização de seus
produtos através do e-mail suporte@exsto.com.br ou do telefone (35) 3471-6898.

7 Garantia
O Kit tem garantia total contra defeitos de fabricação pelo período de 1 (hum) ano. Não
estão cobertos quaisquer danos causados pelo ou ao kit por mau uso do mesmo.

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